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| Colegdao Pensamento Criminolégico Georg Rushe e Otto Kirchleimer PUNICAO E ESTRUTURA SOCIAL Tradugdo, revisio técnica e nota introdutéria por Gizlene Neder ‘Traduzido do original: Punishment and Social Struture Columbia University Press, New York: Morningside Heights, 1939 IB Freitas Bastos Editora 1999 ZZ Pensamento Criminoloégico DIREGAO Prof. Dr. Nilo Batista © 1999 Instituto Carioca de Criminologia ‘Av. Beira Mar, 216 3° andar Tel: (021) 263 2069 Fax 532 3435 20021-0860 Rio de janeiro RJ Brasil E-Mail: ioc.rio@openlink.com.br Projeto Grafico Luiz Fernando Gerhardt Editoracao Eletrénica Renato Sergio Brando f 21041-030 Rio de janeiro RJ telfax: (021) 290 9949 ISBN 85-953-0178-X Tradugao de: Punishement and social sutra, Pena (Diret). 2, Prisbes. Crime @ crim. roads kesh, Storie Sore cop- 346.077 Sumario Prefitcio Introdugio I. Condigses Sociais ¢ Administragio da Pena na Baixa Idade Média 1, Indenizagdo e Fianga... oa 2. Desenvolvimento Social na Tdade Média. 3. O Dircito Penal ¢ 0 Surgimento do Capitalismo. iL Mercantilismo e Surgimento da Prisio. 1. O Mercado de Trabatho ¢ o Estado, 2. Etapas no Tratamento da Pobreza..... 3. 0 Surgimento da Casa de Corregéo. IV. Mudangas na Forma de Punigio.... 1. As Gals “ 2. Origens Histéricas da Deportagio de Criminosos.. 3. A Evoluggo do Sistema Carcerario, \ Ve O Huminismo: Avancos na Teoria do Direito Penal 4, ANova Atitude com o Trabalho Carcerario. VIL. A Abolicao da Deportagio 1, Deportagdo paraa Aust 2, Deportagao em Outros 136 145, 152 . 152 164 ‘muito claro na pratica penal dos senhores feudais, que os serviu como uma boa fonte de rendimentos e envolveu penas que nada custaram, Tal fato ndo & possivel na sociedade moderna por razbes ébvias. O ‘enfoque fiscal nio desapareceu, entretanto, apcsar de que o surgimento cpectativa do crime” tenham trabalhado 1 que os motivos fiscais tém delineado a punigao tipica da sociedade moderna, a fianga, tanto em sou aparecimento, quanto em sua forma. Com o declinio do trabalho forgado ‘o essencial para a produgao ¢ com o desaparecimento grotescas de fiscalismo no século XIX, a cons: social adquiriu um campo maior de atividade no desenvolvimento da punigio. Exatamente a extensGo deste campo ¢ o que determina os seus limites, constitui o problema do presente estudo. 20 © relacionados com as T- Condigdes Sociais e Administragao da Pena na Baixa Idade Média Na historia da administragdo penal, varias épocas podem ser destacadas, durante as quais sistemas de punigo completamente diferentes foram vigentes. Indenizagio (penance'") ¢ fianga foram os étodos de punigdo preféridos na Baixa dado Média, Eles foram gradativamente substituidos durante a Alta Idade Média por um duro sistema de puni¢do corporal ¢ capital que, por sua vez, abriu caminho para 0 aprisionamento, em tomo do século XVI 1. Indenizagao e Fianga fc Os diferentes sistemas penais ¢ suas variagdes esto intimamente do desenvolvimento econémico. Na Baixa. ito espago para um sistema de punigao estatal. ito a penta pecuniaria (penance) co essencialmente um direito que regulava as relagdes entre os __ Status ¢ em bens'*. Pressupunha a encia de terra suficiente para atender 0 erescimento constante da populago sem baixar o nivel de vida. Apesar da populagdo da Europa ocidental ¢ central crescer rapidamente depois 1200, as condigdes sociais das classes subalternas vamente favoraveis, particularmente no campo. A colonizagao dos territérios da Europa oriental pelos germénicos, com suas demandas constantes por forga de trabalho, permitiu que a populacdo agricola de outras provincias escapassem da presséio que os senhores feudais exerciam sobre ela. A possibilidade de migragao para iava uma oportunidade semelhante de escapar Tdade Media nfio havi para a conquista da ‘feudais a tratarem seus servos com mais atengo™. As relagées entre erdade. Tais processos induziram os senhores " Nota da uadutoa: penance (no orginal tradzimos por indeneardo, que a ck atievsl Simla ua relagto de dopendcsia peste. es de Gustav Recbruch em "Sand und Street”, Schweizer 84.35), 1730, especialmente pl ice des Mears ud der Nee (Meni, br cligoncinenVlkoirtcfiere (Legg. 1909 Th Max Weber General Etonome History, tad FH. Keight (New Yar, 1927), pp 13233 21 © guerreiro senhor feudal ¢ scus servos tinham um carater tradicional, correspondente a uma determinada correlagao legal. Estas condigdes tendiam a prevenir tensdes sociais e prover coesto, caracteristicas deste periodo. O direito criminal jogava um papel importante neste processo como forma de preservaeao da hierarquia social. Tradigao, lum bem equilibrado sistema de dependéncia social e conhecimento religioso da ordem estabelecida cram salvaguardas suficientes © bome a langa ou exiba-a™™ [ “Buy off the spear or bear dissuaso para o crime era o medo da vinganga pesst «parte injuriada. O erime era visto como uma agao de guerra, Na auséncia de um poder central forte, a paz social era ameagada por pequenas querelas entre vizinhos, na medida em que estas discdrdias envolviam automaticamente parentes ¢ stiditos. A preservagio da paz era, portanto, a preocupagio primordial do direito criminal. Como resultado deste método de arbitragem privada, atuava-se pela imposi¢ao de * fiangas. ‘As distingBes de classes sociais eram manifestadas pelas diferengas nos valores das fianeas. A fianga era cuidadosamente ( graduada, segundo o status social do malfeitor e da parte ofendida” |, Apesar desta diferenciagao de classe afetar primeiram | prau da fianga, ao mesmo tempo const igo do sistema de puni¢do corpo ‘A incapacidade dos mmalfeitores das classes subaltemas de pagar fiangas em moeda levou & substituigo por castigos corporais, O sistema penal tomou-s, portanto, pode ser mapeado em todos os paises curopous. Um estatuto de Sion, 2, §, Holdsworth, A Hirery of lish Lew, (3% edo, London, 1922-2 2p Vinogradolf, “Wergled nd Stand”, Co ® pacts, op. rabingen, 1885, 2 de 1338, previa uma fianga de vinte libras para os casos de assalto; se © assaltante néo podia pagar, devia receber um castigo corporal, como ser jogado numa prisio e passat a pio e Agua até que algum cidadio intercedesse ou o bispo o perdoasse”'. Este estatuto no somenteilustra”) © cariter automatico da transformagao da fianga em punigo corporal, | mas mostra também que o aprisionamento era visto como uma forma de castigo corporal S Havia trés forgas principais que atuaram contra 0 carter privado do direito penal dos primérdios do medievo ¢ que a transformaram num instrumento de dominago, Primeiramente, temos © crescimento procminente da fungo disciplinar do senhor feudal contra todos que estavam em situacao de subordinagio econémic 0 tnico limite ao exercicio deste poder disciplinar era a reclamagao jurisdicional de um outro senhor feudal. Em segundo lugar, encontratnos a luta das autoridades centrais para fortalecer sua influéneia através, da extensio de seus dircitos judiciais. Nao importa muito para 0 declinio do direito penal privado se a tendéncia na diregdo da ‘centralizaggo foi adotada pela realeza, como na Inglaterra ¢ na Franga, ‘ou por principes, como na Alemanha, O terceiro e mais importante fator a destacar era 0 interesse fiscal, comum as autoridades de todo tipo. A administragio do direito penal, como veremos adiante, Provou ser uma fonte frutifera de receita, ¢ até bem pouco tempo, melhor que encargos fiscais. 0 pagamento daqueles que administravam a lei ou que outorgavam a outrem que o fizessem ern los custos legais impostos sobre aqueles ue o montante envolvido, a administragio da justiga arrecadava consideravelmente sob a forma de confisco © de fiangas impostas em adendo (¢ apesar de) as obrigagées devidas 4 parte ofendida. A observagio de Holdsworth de que os direitos do i ges © ao pectlio dos infratores pareciam interessar aos quanto seus deveres de mantera lei ea ordem*, revelando ial era a principal preocupagao da administrago da justiga na época, 1 de 1838, Apud J. Graven, Essai sue Pp. 256.67 ® 4, Gocbal, Jr, Felony and Misdemeanor, I (New Yotk, 1937) 237. Hotsworth, op 242. © masno quadeo esti prosnte numa contends minima no Recessa of Courten, dtada de V4 dezemixo de 1543, quando ge potcta que os governs ‘mpunar Faas alias cusos leas em seus procecs io ¢falinente somrecsve, pla ‘rien de divisto dos ganos eae os juzs e o judo, ver Grave, op. ck, pp. 208-13, 23 Na Toscana e na Ak angariamento de foi um dos princip: mera arbitragem entre interesses privados, com a representatividade da autoridade piiblica apenas na posigdo de drbitro, para uma parte decisiva do direito piblico. mnha do norte, na Inglaterra e em Franga”, 0 2. Desenvolvimento Social na Idade Média No século XV, a condigdo social das classes subaltemas comogou 2 ‘tomar-se menos favordvel na Itilia, Alemanha, Flandres e Franga. A queda populacional causada pela Peste Negra em toda a Europa em meados do séoulo XIV, cuja possivel tnica exocgdo fosse a Franga, foi superada, A populagzo urbana, que estava sendo reposta pelo éxodo rural, cresceu rapidamente, O nimero de desvalidos, d alastrou em todo lugar. Muitas fatores foram responsdvois ‘concomitantemente para estas mudangas, Um fator importante parece ter sido esgotamento do solo ¢ 0 decréscimo da colheita. Nos primeitos tempos, com uma populagio menor, era perfeitamente possivel ocupar campos de ‘terra virgem através da ampliagdo de fronteiras ou queima de florestas, de longo periodo para recuperarem sua fertlidade. Com 0 ctescimento populacional, entretanto, as novas terras conquistadas tornaram-se permanentemente ocupadas e o sistema de rotagéo em tré’s campos teve de serintroduzido, de modo que um tergo da trraficava.em repouso ento, deerescen vertiginosamente-a despeito da adocio de melhores métodos de cultivo ter propiciado o crescimento tempordvio da fertilidade. ta altura, parte da Alemanha ocidental tornara-se pastagem, 24 cenquanto grandes estados do leste dedicavam-se a0 ‘que eram exportados para o ocidente, através do Danzi ‘dente nfo mais atendeu a: rados, portanto, a ransformou-se num, agricultura tornou-se um negécio lucrativo. A t bbem valioso e fechado para os recém-chega ‘A populagao das planicies comegou a crescer rapidamente, com conseqiiéncias alarmantes®. O poucos espagos livres ato pelos senhores de terra chegou a sularmente no sudoeste™. A situagio que comegou no sécul ram to mansas € co de tal modo vorazes, ‘V. Thomas More nos diz que a: im to pottco, comegavam a \dmitas, que comem os propri parte que a produgo nao estava no mesmo compasso da populagdo, Area pequena e populagao numerosa, mesmo das cidades maiores, ndo correspondiam a imigragdo de artesdos e comerciantes. As municipalidades dificultavam, sobretudo, a obtengo de cidadania us. den ateren 28 Para estrangeiros, tanto quanto as guildas fechavam as portas aos rocém-chegados™. Forgados a permanecer nas estradas, os iiltimos imigrantes tomaram-se errantes, vagabundos e mendigos; seus bandos foram uma verdadeira praga. Nenhuma politica social consistente foi desenvolvida para resolver esta situagdo, Estas pessoas contavam apenas como tinico recurso reunir-se a bandos de mercenérios que ‘comegavam a existir. Principes e outras autoridades enxengaram neste novo e barato suprimento de soldados um meio de consolidaco & ampliagdo de seu poder. Em meadas do século XV, havia uma lenta, Porém perceptivel, difusdo de tropas mercendrias do sul da Alemanha ue atingiu 0 sett ponto maximo em tomo de 1480" O suprimento barato de mercendrios tornou os cavaleiros supérfluos e retirou-thes uma parte importante de scus ganhos, Alguns softeram em dobro, especialmente entre os extratos mais baixos, pois 0 esgotamento do solo ¢ o crescimento da miséria dos camponeses impossibilitou que pagassem seus tributos. Sobretudo o crescimento do tamanho das familias por geragdes a fio implicou um niimero maior de filhos jovens da casta militar, sem nenhuma perspeetiva de he agravando ainda mais. situagio, Muitos destes cavaleiros her sem terra, tomarama lideranga da rapinagem, assim como seu: estavam fazendo o mesmo em escala menor. A diferenga princip: que os camponeses despossuidos tinkam que roubar abertamente, juanto os cavaleiros podiam esconder suas intengdes sob o pretexto 10 de fazer a guerra ou vingar as massas depauperadas pelos mercadores ricos das cidades que tinha “arruinado as massas fisicamente, economicamente ou moralmente, ¢ por quem cles pressentiam que seriam atacados”™. Tentativas foram fetas para abaixar a taxa de natalidade através da proibigdo de casamentos ¢ medidas 5, mas 0 tinico resultado foi o crescimento do niimero de criangas ilegitimas®* A exploragio das masses depauperadas deste periodo deu origom as grandes fortunas acumulados pelos Fuggers ¢ Welsers durante a Idade Média. Um suplemento suficiente de forga de trabalho estava disponivel para os empresirios de diferentes ramos da indistria nas 2 W, Andreas, Dentschiand vor der Reformation (Suatgct, 1992), pp. 70-71 % 6. Stenhausen, Gerchichte der deuschen Kuitr 3, eds ves Leieig, 1929) p. 312. 3 ances, 09. ci, p, 289. “S & Frohacberg, Bevolkerungschre und Bevelhrungepoliie dev Merkanblimus (aks, 1930), 9.17, 26 cidades da baixa Idade Média, Em fins do século XV, a taxa de ve sua curva em alta’. Tawney descreve 0 ia como um tempo no qual o capital cra um. into, no século XV, na Alemanha, ¢ 1m Italia, 0 capital deixou de ser subordinado e tornou-se 0 senhor. Assumindo uma vitalidade separada e independente, como afirma 0 capital agora reclamava pelo dreito a um papel predominante igir a organizagao econdmica de acordo com seus préprios interesses. Estas forgas novas deixaram a forma das instituigdes > existentes imutavel, mas altcraram seu espirito e sua pratica. As guildas das cidades maiores, primeiramente uma barteira para o desentrave do capitalismo, tomaram-se um dos instrumentos usado para consolidar seu poder. As regras de fratemidade escondiam a divisdo entre seus ‘membros numa plutocracia ce mercadores escudados atras de barreiras, que ninguém, além de ariesZos especialistas, podria superar, € um prolctariado dependente do crédito e do capital de seus patres pata a revivencia. Um proletariado, como escreve Tawney, que se © a miséria crescente”. A lustra as mudangas sociais da forma de produgao e do sistema iados urbanos € rurais®. As 1m que os salarios reais © desenvolvimento sta, € 2 opressao dos assal pesquisas de Beissel, Wiebe ¢ outros % 5, suiter, Zur Geneve er modernen Kepialiomus (2 ed; Machen, 1935), p. Vt de asociagho «, por fim, ipedido de metnorar sua ‘condigio através dos mice legs P. Rovig, Die exropdische Stat. Propylaon Welgerchiche, ‘erls, 1992), 1V, pp. 324-26, esreveu slgo somelhant tebe ao cidades amencas % 1, Somerag, Zur Geschichte der Presse, Handworterbuch der Statswissenschafen, lena, 1925), VI, pp 1037-38, ed, fem, 1925), VI is diminuiram de um indi 100 no periodo compreendido entre os ice de 48 no periodo de 1550 a 1559. Ja considerados como caracteristicos do nto de saldrios, boicotes de operarios ¢ preendente, pergunta-se pudessem ver seu proprio destino e 0 uma sucesso de males sem fim, qu prevaléncia de maus governos, extravagin Parte dos poderosos, guerras e bandolei estes?" 3. O Direito Penal e o Surgimento do Capitalismo cao de leis criminais duras, dirigidas contra as classes subaltemas. O crescimento igdes que se infligiam com os propésito de evitar as galés. Esta / Botne, op. ait, I, 18 lumbémn a discussto entre Bohne ¢ Eberhardt raffechisvissenschaf, YIN (1925), 36-45, 132 941. Dambouder expressa esta 81 pratica tomou-se to difundida que um decreto francés de 1677 estabelecia a peiia-d¢ fiiorté para auto-mutilagao™ A opinido corrente nos século XVI ¢ XVI dstino terrivel dos escravos das galés, mas nada era fei ‘de Luis XIU a concessto para comandar as galés no mar ¢ 0s exércitos do Levante, Sao Vicente de Paulo devotou- se a salvagio espiritual dos remadores. Ele ‘encarregado geral da caridade nio pode efetivar nenhuma 1 hospital para escravos das galés velhos ¢ enfermos, que ele fundou em \\ Marselha om 1643 com a apoio de Richelieu no pode alterar o fato de {que o trabalho forgado nas galés era equi uma morte lenta € dolorosa*® i Em resumo, a sentenga para as galés era 0 caminho mais racional para obter-se forga de trabalho para o que no se encontraria. um | trabalhador livre, mesmo quando suas condigdes econémicas estivessem / péssimas. A recuperagio dos condenados néo tinha qualquer papel no estabelecimento @ posterior desenvolvimento da servidio nas galés. 2, Origens Historica da Deportagio de Criminosos™* distantes. Espanha ¢ Portugal faziam isto logo n0 qe pre das galls daqueles que 08 asssia, ver Damihoude, op ct, p. 466. Marion, op. ett, p. 252, 2 para detalhes sobre as condigdes de vida A hordo das galés, miserdveisalém da sortagte do Criinoeas”, 9093. mas abandonaram esta pratica pois a forga de. trabalho foi necessiria paraas gal tetra foi o primeiro pais.a introduzir a deportacio_ sistematica de eriminosos, wm método de punigo que se fez necessario devido a sua expansio colonial. O objetivo desta breve discussio aqui sada € mostrar como esta inovagdo na penalogia é andloza a rt és lo de que a necessidade de forga de trabalho rincipal em ambos os casos"®, r tinham largas extensdes de terra para _de_produtos, coloniais ios liberados, Havia, portanto, um caréncia constante de forga de trabalho nas colénias ¢ a procura por trabalhadores tomou-se um problema tengo. OS colonos tentaram escravizar os nativos mas estes freqlientemente escapava em grupos para os vastos espagos abertos das colénias, A populago nativa foi rapidamente dizimada pela guerra, pelo trabalho compulsorie Severo e doengas. A nica alternativa era a importagio de trabalhadores, ¢ isto implica a sobretudo 0 trabalho forgado. A demanda era tio grafide que ensejou um novo crime: 0 srapto, Eni meados do século XVII havia numerosos bandos organizados de raptores nas cidadles"portuatias cercando criangas, geralmente das “classes mais pobres, € vendendo-as como escravas para as col6nias™” “Na Inglaterra, entretanto, a deportago passou a ser contraria Inetropolitanos, pois 0 pals necessitava terrivelmente de iadores. A colonizagio, relata Fumiss, fbi condenada, pois reduzia «a deportago come forma de posite & discutida ‘omlimero de mio-de-obra ¢ roubava do pais a contribuigao que poderia dar‘ riqueza da nagiio. Seria exportar o principal riqueza do pais sem © retorno equivalente*. Como foi dito por um contemporaineo: Elas nos despojaram de multiddes de nossa gente que deveriam estar servindo em casa, e enriquecendo a € a indistria; pois este reino € pouco populo 1e oresga, a populagao & a riqueza da nagao, quanto mais escasseia, mais pobre ficamos desde que comegamos a assentar tais coldnias™ ‘A maneifa mais simples se suprir as necessidades das colénias som pr@juizo dos interesses da metropole era enviar condenados que ormalmente seriam executados. Em relago ao caso da Espanha, 0 governador Dole da Virginia escreveu ao rei em 1611. iros sentenciados & morte deveriam ser mat c ppor trés anos. Isto, segundo ele, seria uma boa mancira-de povoar um paisnovo™, Prémios eram frequentemente oferecidos como encorajamento da importagao de condcnados. 0 Vagrancy Act de 1597 legalizou a deportagio pela primeira vez, prevendo qué “étes armuaceiros que no se deve deixar em liberdade, devem ser banidos para fora do reino ¢ de seus dominios, devendo ser enviados para as regides do ultramar designadas dé agora em diante para este fim pelo Private Counsell”®'. Unia tmassa de ‘pessoas dissohitas era esporadicamonte transferida para Virginia desde sua fundagao em 1606. Uma ordenagio do Conselho de 1617 garantia ‘a suspensio da exccugio daquelas pessoas condenadas por roubo & por crimes graves que tivessem bastante forga para sere empregadas ‘em servigos no além-mar*. Este decteto assemelharse a ordenagio de Luis XIV ¢ o decreto de Margarida de Parma sobre a comutagdo 25 Fumi, op. cit, pp. $4 € 56. ing the Trade and Employing the Poor of This 290 9 carta €retiads de Butler, op. ct, p. 16 0 ao é ita por E. O”Been, The Fonndotion of Australia (London, 1937) p. 122. id, p. 123. ideragtio da forga fisica antes de permitir a comutagao. Este deereto também mencionava a recuperago de prisioneiro. como ‘unr objetivo, mag isto ndo tinha nenhuimi sentido, em fungao da miplicagao de que somente o§ ériminosos que eram fortes ou tinham habilidades especiais eram capazes de reabilitago. Ou teriamos de supor que 0 autor do decreto subserévei tal teoria radical de selego segundo a qual a tnica prova de capacidade para reabilitagdo era a idade de “servigos lucrativos para a Commonwealth no ® A comutagio da sentenga para deportagio era Iuerativa fa juizes e clérigos implicados, ¢ pelomenos 4.43] prisioneiros foram tieficiados” entre 1655 € 1699" Soe ~~ Unrircrettigito posterior foi dado pelos estatutos de 1718 ¢ 1720, A departa iaquela altura a sentenga regular por.furto.c assalto violento ¢ ndo apenas uma comutago a critério do juiz. A razio para a mudaiiga estava na grande necessidade de bragos para 0° deseavolver a8 plantations coloniais**. A deportagdo custava pouco Tibras por condenado. Posteriormente, eles no arcavam com nada, tendo se tornado proprietarios dos condenados, podiam obter ‘grandes lucros dispondo de sua forga de trabalho. Trabalhadores homens na Virginia e em Maryland valiam dez libras cada, no curso do século XVII, € as mulheres, entre oto e nove; artesdos valiam entre quinze Vinte libras. Prisionciros mais ricos podiam comprar a liberdade ¢ ento converter a sentenga ium simples banimento*®, Q numero de embaréados para a América do Norte foi consideravel. O navio Old’ Bailey sozinho transportou pelo menos 10.000 entre 1717 © 17757 ‘A tinica diferenga entre os condenados deportados ¢ os escravos OD. it, pp. 124-25 pS, f 0p. elt, p. 2. 85 tado de tempo, io erarn vendidos, gas. A_visio imeiros estavam detidos por um periodo ram livres. Em utras palavras, cles tempo de duragao as, A vis zeral nag coldnias era de que & deportagio ni ia propriamente ‘Uma Pungo, UNE Vez GUE OF Mais” Capavitados nuiica chegaram a ii mou to faci (erta, Uni e&rto niiiers, indo alguns qué haviam sido rotilados de “‘alfetores incorrigiveis”, corrigiram-se em seu novo ambient indentured servants (servos contratados por tempo determi rlerai onverieram-Se eff fazendéifos ¢ plantadores independentes, ¢ em alguns casos adquirindo ‘una prosperidade considerivel. Até que ponto isto ¢ também verdade para condenados deportados néo esti claro, Havia certamente espaco para o abuso ¢ a opresso por parte do. patrao™*, et ‘Com a introdugao da escravidio negra nas tiltimas décadas do século XVIL,_as.condigdes. dos servos. coloniais brancos comegou a deteriorar, De 1635 em diante, traficantes de negros_escravos ainda ganhavam um bénus, e a difustio do sistema de plantation fez crescer a demanda de trabalho escravo, Havia apenas 2.000 eseravos na ‘Virginia em 1671, onde os servos brancos contavam em torno de 6. 000. Por volta de 1708, entretanto, havia 12.000 escravos e mais ou menos cingiienta anos mais tarde 120,156 escravos*”, Imediatamente antes da Revolugao Americana havia 192 navios engajados no trafico negreiro, ¢ cles transportavam uma carga em tomo de 47.0 Uma tal oferta de trabalhadores aliviou consideravelmente ‘nas colénias, ¢ a deportacdo de condenados cessou de ser josa, pois a escraviddo negra tendeu render ior que ‘08 crimingsos, cujo trabalho estava disponivel por de tempo f ‘Uma vez que a deportagdo deixou de ser lucrativa, os colonos 4 se deram conta de que era um negécio vergonh desvantajoso | para eles. Tomaram posi¢&o contra a “obrigagao humilhante de receber 25 ©, Goodrich, Mindenturs, Encyclopaedia of the Social Sciences, VII (Nova York, 1932), 645. jee, op eft, p19. pp. 113 6 120. son, Three Criminal Law Reformers: Beccarie, Bentham, Romilly (London, 175, itando Beatham, todos os anos uma parcela de renegados da populacio t 8 ‘Além do mais, a thaioria dos zolonss tra consttla eae ayia atravessado 0 oceano em Fungo dé estarem insatisfeitos com es da metrdpole; cram, portant, oponentes acirrados dos ios de plantations que usavam.o trabalho forcado, O descontentamento dos colonos enfrentava, entretanto, a oposigaio dos interesses a Corte inglesa, Uma granide parte dos ingleses que estavam ressados nas novas colénias considcrava vantajosoaumentar 0 suprimento de forga de trabalho, fazendo abaixar o prego dos salérios, atrayés da deportagdo de"erimiios6s.-Os colonos combateram estas praticas através de estatutos que cobrava um imposto sobre a importagio de pessoas pobres € enfermas, assim. como de condenados de ¢: sdionidos™. A Declaragio de Independe iSeram firn no problema tomando impossivel enviar qualquer criminoso ‘homens condenados, para serem as pessoas mas ndo apenas isso, que véo povoar as rigo, espalhando sobre 0 pats o descrédito nas plantagBes”™® Depois de citar esta passagem, Holtzendorff, uma autoridade alema ‘em politica penal do século XIX, comenta que a experiéncia atestava justamente 0 contrario™", Podemos acrescentar que a recuperagéo de ‘condenados conquistada sob condigdes sociais favoraveis nas colénias ica do Norte prova conclusivamente que as categorias de bom. jonesto ¢ criminosos séo estritamente relativas. 4 von Heltzsadot, Die Dep snd neuer 2eit und de ferbrecherkootonien der Engl i, 1839), p, 662. 87 3. A Evolucdo do Sistema Carcerdrio Carcer enim ad continendos homines non ad puniendos hhaberi debet (As prisdes existem apenas para prender os homens e no para puni-los)*"*. Est € 0 principio dominante por toda a Idade Média € 0 inicio da Idade Modema..Até o século XVIII, as grades foram simplesmente [ugar de detengdo antes do julgamer Féus quase sempre perdiam meses ou anos até que caso chegasse fim, As condigdes desafiam qualquer descrigao. As autoridades usualmente nao previam nenhuma provisio para a manutengdo dos pesos, € 0 oficio de guarda era um negéci VO até os fins do 5 prisioneiros mais ricos podiam barganhar condigées is. a pregos altos. A maioria dos prisi igando e recebs “eal mnalmente ocorriam sentengas de prisio**. O grupo maior de prisioneiros que ndo esperavam julgamento consistia, provavelmente, de membros das classes subaltcrnas que foram encarcerados devido a impossi nga, Isto levou a lo vicioso, Homens eram encarcerados por nfo poderein pagar” a fianga, e no podiam sair da prisdo enquanto nao reembolsasssm a0 as despesas de carceragem. primeiro ordenado de um bertado era freq wstinian, Digest, 48.19.8. a8 Stages em Strobs ver Lallemand, op. cit 1 ‘melo e ton cies, 9.9 88 ‘com 0 carcereito. Isto explica porque a concepgiio de sturdy beggar (mendigo arraigado) no Vagrancy Act inglés de 1597 inclui ex- condenados que mendigam para pagar suas dividas*”.O que propiciava este estado aterrador de coisas ndo era tanto a crueldade intencional, ‘mas 0 metodo adminst mniversalmente aceito, de conduzir as prisées em bases comerci A idéia de exploragéio da forga de trabalho dos prisioneiros™) como contraria 4 forma do carcereiro faturar lucrativamente ja existia ho opus publicum na antigitidade classica, uma punigdo para as classes subalternas que persistiu ao longo dos tempos medievais". Os estados | menores ¢ as cidades viam nesta instituigo um método comparavel as. | galés de dispor dos prisioneiros. Eles transferiam seus condenados da forma mais barata possivel para outros corpos da administragio que ‘os empregavam em trabalho forgados ou no servi¢o militar, Porém, 0 sistema de prisdio moderno enquanto um meétodo de exploragao do trabalho ¢, igualmente importante no periodo mere: enqu uma maneira de treinar as novas reservas de fora de trabalho cr realidade propulsor das casas de correcdo. il ‘Uma distingao tedrica pode ser delineada entre uma casa de“) corregiio (Zuchthaus), uma prisio para ladrSes sentenciados, punguistas € outros delingiientes graves, e uma casa de trabalho (Arbeithaus uma instituigéo para a detengdo de mendigos ¢ ot policia. Na pratica, entretan icagdo desta di Nas atas do msterda de 1589 18-se: Uma vez que numerosos malfeitores, em parte pessoas jovens, si diariamente, ¢ maior radas das ruas desta cidade ima vez que a atitudle dos cidadéios é tal prisdes perpé mais recomendével vagabundos, malfeitores, ladroes e outros 7 Holdsworth, op, cit, 1,391, 7 So B Webb, En cons underLocel Government (Landon, 1922), p. 18 rafrech Lg, 18 © Karrensrafe ora fora faventa 60 op ub pp. 3:13. possam ser recothidos ¢ obrigados a trabathar para ‘sua recuperacéio™?, Nenhuma diferenciago foi proj ssores. Uma orden adi 1a as varias categorias de fa enviada aos diretores da Eat bra ma quedo meranene & forma Gua, pes amiesma ordem os instruia para que acolhessem Todas a8 pessoas fiSicamente aptas que fossem encontradas mendigando sem @ perniissao” dasautoridades*™. Uma diferenciagao real dificilmente podia ser esperada, is um respeitavel mereador de Amsterd acharia pouca distinedo entre lesocupado arregimentado pelos funcionarios do diretor ¢ um. vo .¢ sentenciado, Ambos eram culpados por Violarem os ditames da [-f05 dé. asbrdos com os novos riminosos condenados ¢ pessoas. rativas. O estabelecimento novo construida em 1603 abrigou as criangas cujos pais, cidadiios respeitiveis, os intefivam para Sefem corrigidos*™. Em outras partes nos enconitramios amesma auiséncia de divisto entre pessoas condenadas dos outros reclusos. Os regulamentos da casa de corregao de Bremen de 26 de janeiro de 1609 aventa a distingdo entre as varias éate tradores recusavam const sido condenados pelos Seri que isto ocorria devido a consideragdes pedagdgicas ¢ abjegdes praticas ou simplesmente:a um conflito burocratico entre a administrago ‘das casas ¢ o conselho, jé que a correspondéncia do conselho nos leva a de mandar mais ¢ ragdo desejava prescrvar seu mais criminosos para a casa, cariter honrado. A_mesma orreu_ em, Hamburgo, onde a. dade de uriia mai de pristo levou a0 estabelecimento de uma casa de teares (spinning house) para pessoas pouco honradas em 1669”. Em Danzig, mendigos, desocupados ¢ pessoas intemiadas por seus parentes foram separadas dos condenados io de 1636, quando a casa de corregzio foi instituida, Em 1690, os igo de uma casa especial para o autores de crinies graves contra Imente poderia ser.aplicada e que no igdo”*. Estes para as eases ‘encarceramento e empreg quem a penta de morte di poderiam ser recuperados ‘exemplos mostram que a pi de corregio levow-aleatoriai aeenoalers da forga de (Para corrigir desonestos ¢ a guardar somente 148 dos 283 internos da instituigao de Ludwigsburg eram condenados; o resto era composto de érfios, pobres ou lunaticos*" i A mesma variedade pode ser achada nos Hépitaux généraux, embora apenas uma minoria de criminosos estejam ineluidos no comego, por causa das sentengas severas sob 0 ancien régime Eles, também, adquiriram as caracteristicas de prisdes, mas som velhos, insanos ¢ criangas. Apri nt ‘as de corregdo manufatureiras. Uma vez que 0 objetivo ‘iO era a recuperagio dos réclasos mas a exploragao racional da forga de trabalho, a maneira de recrutar intermos nao @fa 0 problenia ceitral para a administragao, Nem tampoucd as ‘consideragées para libéragéo importavam. Jé vimos como o perfodo de detengo nos casos de jovens ou de internos recentemente ‘ados era determinada somente referente as necessidades da contraentes. Trabalhadores aptos cuja manutengdo ¢ treinamento envolvesse- despesas consideravels ‘A duragio do confinamento pelos administra les encaminhados voluntariamenté por ias de casas em Brandenburg onde, na auséneia de s itadas por julgamento, alguns internos eram postos em liberdade depois de una quinzena enquanto outros transgressores menores eram retidos por an © surgimento gradual do aprisionamento foi implementado pela necessidade dé tratamento especial para meihior ¢ pela seus parentes. Temos n¢ ux généraux, por ‘com escravidao nas encarceramento u numa casa de correeao era sempi ipregado tendo em vista poupar os membros de classes privilegiadas da para os Hépliw: gendrawe ido por lei, de modo 9 deixar uma grande 30 vadios; na ter altos to loge arrumaster Gem que o animo Tose estipulad) eta presrto segunda tanggresso; ver F, Muyart de Vouglans,Jnstoder av doit ermine Pars, . P90, © sous, op. cit, 148 92 humilhagao de castigos corporais ou escravidao nas galés™ Destarie, um fillo de wnt Tico cidadao de Bremien for processado em 1693 por invaséo de dom io e sentenciado a reclusdo na casa de corregao a pedido de seu pai. Ele foi liberado em 20 de agosto de 1694, sob a condigto de ir para a {ndia e ndo mais voltar. A poena extraodinaria, que pen ao juiz arbitrariamente aumientar ou diminuir-a-punigao, pavimentou om toda parte o caminho para a ampliagdo da-pratica de encarceramento nag. casas. de-corregao’ Unt privilégio especial muito interessante, encontra-se_nas decisdes da Faculdade de Direito de Tiibingen € nos decretos de Wiirttemberg do século XVIle XVIII. A pratica desenvolvida suibstituia, quando tratava-se de artestos, a pena capital € corporal ¢ 0 banimento por trabalhis piiblicos foreados ou confinameaito nas casas de correcio, Esta pritica, confirmada por Varios decretos. duc lamentos. De um lado, situam-se as: ina, privando-o do direit isso, De outro lado, havia o desejo de usar os artesios igo do Estado, ¢ uma decisio justificou explicit a trabalhos forgados, referindo-se a. 0 mesmo motivo foi responsivel pela banimento pelas casas de cortego. O legislador que exila m no é um bom administrador, as pessoas argumentavam, pois todo ‘© Wittenberg, 1688), Quaestio XVII, onde est estabelosido que todos sto era des 17, nd 18 Jobrhundrts lo do trabalho causada pela guerra para 93 1m homem sio jogaria ese tesouro ‘ue o banimento era o método ime. Ele levava téo somente os idade e nio tinkam mais em dia com a expulsio de i forgado, ¢ de aplicar somente aque ‘80 velho Addo temor sem que se fizesse 0 doxpo"™_ A necessidade de manter 0 Ge trabalho era complicada pelo desejo.de_ndo”subtrai-la_dos ores privades. Resulta dai que consideragdes econdiicas ‘A tendéncia geral foi de substituigio da_punigio corporal por iétodos que “davam ein sei ‘permanéncia de castigos corporais, ‘Um argumento adicional nos casos dos tabalhadores situagao social e politica dos trabalhadores agrigolas orients, que aumentou temporariamente a importéncia dos eastigos corporais. Orcrescimento da proporgio de cdeveu-se & prtica judicial e prerrogativa do soberano de confirmagio gerais?. Sustntavarse te, embora de fato de reduzir ou atenuar as penas previstas por ito perigaso do pontode vista de dissuasio de futuros criminosos, ‘Todas as leis evitavam cuidadosamente estabelecer de forma precisa as itengas para as casas de corrego », J caracteristicas da punigdo, de forma a nio enfraquecer sua eficdcia™:~/ Desse modo, no iiltimo cédigo, Allgemeine preussische Landrecht, 0 siano brincou de esconde-esconde com 0 povo, como caloca que, por s descreve este processo como 6 Teverso do que ocorria, linistrago penal medieval, No século XVI, ele coloca, a yequenos transgressores com as potas normals. (mesmo.a de morte) previstas para os eriminosos graves. Ou seja, 0 bagrinho dividia 0 destino com os grandes, devido as “inclinagtes perigosas de sua mente”. Esta situagdo se inverte quando esforgos quando «da tentativa de punir vadios Gom nietodos mais buy de trabalho e casas de corregio ram agora trazidos para estas estinadas a abrigar os piores clementos da sociedade; gradualmente, seguiram-se a eles os criminosos mais graves” 277 R Schmid, Strafechtraform, p. 186 Os pensadores do século XVII defendiam este desenvolvimento por causa do carater ineficiente do sistema de punigilo vigente e por causa do valor antecipado dos novos estabelecimentos. Henelius argumentava pela restrigdio da pena de morte para criminosos culpados de crimes hediondos®. 0 bom desempenho da casa de corregdo de Amsterda foi rapidamente exportado como um exemplo concreto de eficiéncia nutilidade do antigo. O principio de Helenius, Mittantur igitur fures ad Sanctum Raspinum, non ad Carnificem?”, era aceito pot todos. A aboligdo completa da pena capital era, evidentemente, inconcebivel naquele momento. Nos séculos XVile XVIII, a simples existéncia de certas formas de punigdo, como a escraviddo nas galés, deportagao © encarceramento em casas de corregio, limitou a pena capital. Como observa corretamente Stephen: nos dias de Coke seria praticamente impossivel construir estabelecimentos para condenados como Dartmoor ou Portland, e as despesas de instalagao tanto da policia quanto das prisdes adequadas as necessidades do pais Seriam vistas como excessivas, além do que a téonica de adminisiragao de prisdes era desconhecida. Portanto, a menos que um criminoso fosse sustentado, ndo havia utra maneira de dispor dele. De modo que, um grande niimero de criminosos, cujas transgressdes nao indicavam uma grande depravagao moral, eram sustentados™ De todas as forgas que eram responsaveis pela nova énfase no encarceramento como um método de punigdo, a mais importante cra o Iucro, tanto no sentido restrito de fazer produtiva a prépria instituigao, quanto no sentido amplo de tornar todo o sistema penal parte do programa mercantilista 2% Henetivs, op. cit, pp. 223-24 > sd, p. 326, 2° 5. Stephon, @ History ofthe Cr do Estado®". O interesse escasso que o Estado tinha na justiga criminal deveu-se ao fato deste ndo esperar nenhum beneficio do sistema penal ¢ lidar com 0s prisioneiros da forma mais econémica possivel. Do Estado niio era esperado nenhuma despesa além dos salarios, que sempre se descontavam dos interesses sobre 0 prego da ‘compra do posto de trabalho, como em Franga. A receita do Parlement de Paris sob Henrique IIl, por exemplo, ascendia a soma de 100.000 libras, enquanto as despesas, de acordo com a ordenagdo de margo de 1498, cobria itens gerais, tais como deportago ¢ manutengao de Prisioneiros e despesas com salérios de varios funcionérios de postos inferiores, chegava a um total de 1.000 libras*. A evolugio de um negécio judicial pouco lucrativo para um sistema que era parcialmente auto-sustentado do ponto de vista financeiro ¢ de parte da indiistria nacional, do ponto de vista da politica mercantiista preparou o caminho para a introdugao do encarceramento como uma forma regular de Punigdo. E muito significativo que as prisdes usadas preliminarmente para a detengdo de prisioneiros que esperavam julgamento e, portanto, ndo cram suscetiveis de exploragdo comercial permanccessem em péssimas condigdes até a entrada do século XIX. A ideologia que acompanha este desenvolvimento no sistema de punigdo no encontrou muito suporte nas teorias penais dos séculos no Hipp, Deutsches Srefrsht, 1,240, fl dew ropa instiadgso pons do ipo da primeira época de Anstrdt, dos esabclecinentosalemscspostarieres 4 Guerra dot nenta de que os objtivesrefarmadoees dae casa tran elt mora, Pont de vist dove ser busca, provaveiments, na sapsgio de que a fom eta dos exabe i A contadigo ence os mtivos refermistas ralutviade no wabalbo esata indbsovsiente reso na conduts, Tenor visto qe 0 sbjetive Produtvo fei considrado privisco em relago a0 preblens da reabltaggo ds indviduon, ¢ 0s dois entravans em confito aero, que sempre acoatisa quando a casa exava adanistada ‘or um arrndsirio, De modo qu a said fea mrad ines ca saccade em elagto A nod cinindogo ase Waiter. op. Tp. er, 97 XVII ¢ XVII. E verdade que a idéia de recuperagfo é aventada como uma justificativa plausivel para as novas priticas juntamente com a diissuago © 0s lueros materiais, mas ela nunca foi realmente desenvolvida freqientemente significava a morte, em fungo da p condenado recusar comida. As penas foram increm maneiras de forma a enfatizar os dissabores das se pelas autoridades deste periodo®®. 0 padre beneditino Mabillon foi 0 | O confinamento solitério era comu primeiro a chamar a atengio para os muitos problemas teérices do servia basicamente ao propé: i les prisons des ordres uma vez que supunha-se que ele de punigdo ¢ recuperagao do ial da exploragao da forga de trabalho i porténcia; Mabillon insistia que os prisioneiros hmias apenas pelo valor moral do trabalho”. 0 desafio ar um cq) ideragao ressada sobre o bem-estar espiritual do delingiiente de um lado lérigos, mas uma vez que no era permitido sentenc forgada a converter @ pena par \do,oprivilegium for (foro prvilegiado) fi conferido coma tonsuta. ro grands de pessoas entrou nas ordens religiosas menores da € de outro, suas exigéncias de disciplina, i .¢Ho entre a severidade da justiga ido o problema secular com a caridade, quo dever um papel decisi i confrontada eck io deveria ser prop ccupou as transgressao ¢ do bem-estar corporal e es duragaio da sentenga, ele diz, deve ser conside confinamento no fou-seineficaz, em parte porque 1 clérigos condenados escapavam muito facilmente ¢ em parte porque muitos mosteiros recusavam aceiti-los. De modo que o papa Alexandre is ou menos desejadas na missa cram ‘concedidas de acordo com 0 grau de regencragao con prisioneiro™. As concepedes refinadas de disci comunidade fechada dema A Uma vez que cencarceramento temporario ou perpéttio em | ; al : para clnigos™. A prsto peria cra liutada aos casos para os quais inerente ao carater particular da Igreja, fosse superada, Mal as autoridades temporais aplicariam uma sentenga de morte, O que resolver seu problema mais fa: Tepresentavam a readmissao na comunidade, que er | spiritual quanto um lugar de trabalho. O problema, entdo, fora resolvido exatamente num ponto onde, fora da Igreja, a grave questo de i Teajustamento & sociedade comegava. coiticagio de pristo perpitua ¢ morte corre em Pelty, op. city I, 68. op. att, 9. 330. 8 hia, 9 306 2” roid, pp. 393-95, 99 'V - O Iluminismo: Avangos na Teoria uagdoda reformar do sistema penal adquiriu repentinamente ei le tema cen do Direito Penal | ‘A questio da na la pena afeiava primordialmente as classes subaltemas. Entretanto, 0 problema de uma defi precisa de direito subst processo penal foratn trazidos para o centro do debate pi | que ainda no havia ganha sua batalha pelo poder p Procurava obter gar ceram dois temas distintos ¢ independentes, unidos nos tratados dos I reformadores contemporaneos por circunstincias histéricas: 0 sistema | produtivo tinha de se contentar com uma diminuigio da forga de trabalho | durante 0 periodo de ascensio da burguesia. Até 0 comego do século i fe, a relagao entre a protegdo dos fundamentos materiais da | lade burguesa ¢ uma aparente igualdade ¢ humanidade na | stragdo da justica penal para todas as classes sociais nunca foi i atacada abertam: | | | | | damentos do sistema carceririo encontram-se no sromogao ¢ elaboragdo foram tarcfas do Iluminismo, io do século XVID a confusto sobre o propésito @ a natureza do cércere tomou possivel 0 eencarceramento de todos que foram considerados indesejéveis por seus vizinhos ou superiores. Segundo o autor, tomou-se di n capricho individual, de forma que : igio aos oles da populagio". Nao havia qualquer critero definido ara duragao da pena, pois no havia uma concepedo adequada do relacionamento necessério entre punisao e crime. As sentengas eram, algumas vezes, absurdamente pequenas, mas mai freqi eram absurdamente longas, no caso da duragao es ma maneira araldumensdapiaiocontaacstptezcacraldasdapuici, | que levou 2 aceitagio do encarceramen para os delingientes de todo tipo, emes | uum dado juridicamente definid da punig&o ¢ a arbi “Um criine & um pecado, implicando responsabilidade (por ato ou Montesquieu, os reformadores dentandavam palayra) sobre o que é proibido por Ici, ou pela omissio do mandado De modo que todo crime ¢ pecado; mas nem todo pecado & », Hobbes ainda considerava o julgamento moral sobre a ago hhumana, mas sua esfera de aplicagio era agota claramente diferenciada dos atos puniveis pela lei. A separagao fora facilidade pelo principio de tk que “nenhuma ki, feita depois do fato praticado, pode tornd-lo um crime: porque se o fato for contra a kei da natureza,a lei era anterior ao fato: ‘©uma lei positiva nao pode ser conhiecida antes de ser feta; e, portanto, condenasse nio soften objegdes. De fato, em Ieis que davam ao juiz um de formulagies vagas fregiientemente trouxe vantagens materiais para as Star Chambre ar 0 poder do Estado para punir na extensiio de seu és ‘das autoridades a um cot “a, € uma formulagao est de uma conexao rig de P. ter bericksichigune der 32 Todas as refernsias cucontramse em C. B. Becearia, Ne Essay on Crimes and ‘ mis with @ Commeniary by I. de Yolie, tad. Do fants (goa ed; Edinburg, bes, Leviathan, reimpressio da edigdo de 1651 (Oxford, 1909), p. 224 101 de ni defendido por Bec do Ano III ¢ na de l’Angleterre” Te souverain peu btre jug”, contra a Kabinett coutra forma de administragao arbitraria da justiga crimin vigorosamente todas as decisdes baseadas no A paixao da época por matemtica, combinada com 0 desejo burgués por seguranca, levou a uma i ®. A demanda por uma correlagio estreita entre crime e punigio foi, finalmente, articulada com mais detalhe por Bentham” apclo triunfantc de Montesquicu, de que todo tratamento arbitrario cessasse, jé que a pena é determinada pela natureza particular do crime", foi abragada por todos os crimindlogos da época, Porém, haver uma escala correspondente de pena: da, W126, Beceatin, op. et, p. 212. Becenti, op. ct, p25 3 oid, p. 35, isto se transformou cm uma falécia parcial, pelo fato de que o ccumprimento da pena devia sor escolhida en alternativas possiveis e, mais ainda, pelo carter da pena nio ser ‘el de acordo com o grau de sensibilidade e do do individuo envolvido. Beccaria, mais cauteloso do que muitos de seus contemporaneos, admitia isto. Argumentou, porém, que a punigdo ¢ uma conseqiiéncia automatica do delito. Ele, portanto, acabou adotando o dogma liberal de igualdade de natureza puramente formal, apesar de reconhecer que esta igualdade das ponas ndo podia ser meramente externa. O reconhecimento do carater puramente extemno da igualdade impeliu-o 4 opor-se aos privilégios legais de classes no direito penal. Isto no impediu a legislagao ¢ a pratica penal da virada do século XVIII para © XIX de desprezar a tese da autoridade mais reverenciada. Sua tese pretendia que os privilégios estivessem de acordo com a aristocracia cultural ¢ néo com a aristocracia da riqueza, O° Artigo 11 do Strafgesetzbuch de Hessen (codigo penal de 1841), por exemplo, firma: “Com base num investigagao cuidadosa das condligdes sociais € do nivel cultural (Biddungsstuje) do culpado, ao tribunal é permitido ordenar a execugio do Correkiionshaussivafe numa fortaleza ou num ugar similar”®° A idéia de proporcionalidack foi concretizada numa praduago de penas legalmente reconhevida, de acordo com a gravidade do delito, Isto converteu-se no arg ais poderoso na uta contra 0 uso tio ‘reqiiente da pena ca Becvaria quanto Voltaire repetiam que es roubo ¢ um roubo acompanhado de e ie de mitigat a pena de acordo com os fatos de cada caso". Este problem formais, tio numerosas na jurispru dofinigdes rudimentares ja existentes, 0 esforgo maior estava agora concentrado em deseavolver um elaborado si poe ser encontrado noe io de 21 de devembro de ig in dem preussischen Jtirgefangn bid, p89. Vata, its, Oewres, L- (Pais, 1834), 259.60, 103, recomhecesse todas as sutis distingdes entre os varios motivos © ccaminhos para se cometer um mesmo crime. Os métodos de punigao, portanto, deviam levar em consideragao a severidade das penalidades em geral ¢ 0 uso indiscriminado da penta de morte cm particular. ‘A passagem na qual Beccaria enfatizava a distingao entre roubo ¢ roubo com violéncia é a seguinte: A punigio para roubo, rio acompanhado de violéncia, deveria ser pecuntirta, ne deseja enriquecer co dos outros deve ser privada de parte de sua py ‘Mas este crime & comumente 0 efeto da miséria e do desespero; © crime desta parte infeliz da humanidade, para quem 0 direito de propriedade exclusiva, um direito terrivel, ¢ talvez necessario, reservou-the uma existéncia precéria. Paralelamente, a pena pecuniria pode fazer crescer 0 mimero de pobres, e privando uma familia inocerte d subsisiéncia, que acaba considerando ‘que @ pena mais apropriada seria a da eserawidao, que sozinha pode ser chamada de justa; isto é a escravidao fez a soctedade, por um certo tempo, senhora absolua da pessoa ¢ do trabalho do criminoso, de forma a obrigd-lo a reparar, através desta depenciéneia, 0 despotismo injusto usurpado sobre a propriedade de outro, ¢ sua violagao do pacto Esta passagem ¢ significativa em primeiro lugar porque ela clara por fiangas no interesse da. propriedade, Entretanto, uma vez que 0 pagamento de uma fianga no ¢ possivel para as classes subaltemas, 0 cencarceramento é recomendado em seu lugar. A privagto de liberdade & i ultado natural para a invasio de propriedade, ou seja, a iberdade pessoal tém valor igual Voltaire estavam também cientes das razdes de para 0 uso do encarceraemnto. Ambos especialmente em Franga onde as execugdes i iésticos por roubos pequénos eram freqtientes ¢ is perigosos™. ‘As conclusées de Beccaria estdo resumidas numa conversa Aria: “O que slo estas leis para as quais eu nasci para respeitar, que fazem a diferenga entre eu ¢ um homem rico ser tao grande? Becesra, op. et. p. 87, ‘era descrip da por Vos ptt, 9.257 as obseagies de Anco cit, p 230. 04 Quem fez estas leis? Oh mM rico ¢ o grande a visita uma cabana miseravel de um pobres. Vamos weber cece fa = fai ara. a maior parte da humanidade, e apenas iiteis para iranos!"*" Este ¢ um argumento contra 0 uso pena de morte, baseado num medo aberto do qu ela nao serve ners 08 propésitos de defesa das relagdes de propriedade, mas, ao contrario, encorajava um ataque dircto as classes proprietarias, A’ atenuagdo da Pp rrtanto, tornou-se uma medida pragmatica de defesa contra a social, do mesmo modo que defesa contra atos individuais™ adit tts 08 Pensadoreseram to francos quanto Beccatia para itir Os vinculos imutaveis entre 0 furto e a ordem social vigente, baseada na propriedade privada. Dos muitos autores contempordicos que escreveram sobre o tema, devernos mencicnar dois cyjas dias no leixaram de exereer it ia pratica, A nogdo de que a sociedade também é responsavel aparece numa carta de Frederico Il da Prissia para D’Alembert, na qual ele da uma justificativa tedriea para o farts feceracat bapbapealea ret bem social ¢ baseado num s% rvigo i », mas se a sociedade é comy todas as obrigagdes serio rompidas ¢ Haver cree en noee de natureza puro, onde a forga decide tude miséria & consoqiiéncia da falta de piedade individual. Ent nao apreciava suas implicagdes sociais profundas. Isto 0 pos itava acrescentar que sempre havia pessoas que se ocupavam de ajudar prez, ele seralmente seguia a linha de Beccaria, quando decretou atos cometidos sem inteng dade na Punidos com muito ‘severidade™ ere aera » tao, ca hamid aprazss cn lr os aes con extando rato de gue o io &o deus deste en ieraado do ques terse ww nos, ne, 105 ‘A mesma concepsio pode ser encontrada no plano de Marat (Plan de législation criminelle), que foi, de certa maneira, 0 modelo para a legislagao criminal da Revolugao Francesa. No entanto, ao invés de adotar a idéia de Frederico de caridade privada para sestabelecimento da harmonia da sociedade, Marat introduziu a idéia de oficinas publicas para garantir trabalho ¢ educago para vadios © mendigos, Estas oficinas teoricamente iriam por fim a0 desemprego € iam, portanto, desmontar a justificativa moral para os furtos, liberando o legislador para a tarefa de prever penas distintas para ricos © pobres, que poderiam violar o principio almejado de proporcior ‘coloca Marat, as sombras da diferenga que a riqueza intr ans so muito dificeis de serem estabelecidas e so também muito para receberem Francesa, como a Reforma, comegou por ridade; atirou-as a uma desordem financeira, mas js revoluciondtios desenvolvessem o di ia entre pobres € i ‘compreender a diregdo tomada pelo entusiasmo fas classes altas com a reforma, ¢ importante notar que tanto Becearia, quanto Voltaire, dedicaram brevissimas dissertagdes sobre o.furto, ¢, ‘em seguida, voltaram sua atengo para a atenuagdo ¢ eliminagaio da peta nos casos de delitos ligados 4 religifo ¢ 4 moral. Neste ponto, de ‘qualquer forma, a burguesia francesa emancipada contou com a ‘simpatia da noblesse de robe. Outras demandas, tais como a supressio do confisco de propriedade ¢ restrigdo as leis existentes sobre injuria, ‘emetgiram da mesma concepeao geral. A burguesia sO favoreceu a severidade da agio punitiva através da lei, quando a propria ordem social estava ameagada, Quando tal ameaga nao era sentida, a liberdade, essencialmente a liberdade de ir-e-vir para as classes altas, implicando ‘uma vantagem indireta para as classes subaltemas, néo poderia ser restringida. E a certeza da punigdio, mais do que a severidade que é novamente enfatizada nas conc! a emergente estava mais io da justiga penal do que em sua severidade, Estas poderiam to somente ser conseguidas pelo funcionament. da administragio. Tal objetivo tiltimo, portanto, secundarizava 0 problema da sevcridade da administragao da justiga que estava 291 4, Marat, Plon de légisaton erominelle (Pats, 1790), pp. 26 € 35. 3 Beceatia, op. cll p. 167-69. 106 Estes apelos por mudangas na lei substantiva foram acompanhados ixas contra as deficiéncias dos procedimentos legais, um proble Cahiers des états généraux de 178 do progresso humano, visando benefcio de todas as classes igualmente Poré dos novos sses, a despeit de uma certa tendéncia para o erescimento de garantias gerais, Isto serviu pata proteger, entre outros, aqueles membros da burguesia ¢ da aristocracia que eram menos protegidos, de forma a dat-hes garantias ‘contra os entraves em suas liberdade de movimento e, também, fa Ihes suas atividades pouco reputaveis. As classes subaltemas, de outro raramente podiam desfrutar da maquina judicial complicada criada pela ei tanto para elas quanto para os rieos, por ndo dieporem do saber u dos recursos econémicos necessérios. ‘A independéncia do judiciario tem duas fungdes. Positi ela garante lberdadee gualdade dane da le; negativamente, ocala © poder de criagdo de leis dos juizes, Este problema adquiriu uma forma, quando tratava-se da consolidagdo de um novo poder, ¢ outra forma, quando um poder estabelecido procurava conservar ou estender éncia, Na Inglaterra do século X’ Gao da justiga ja havia sido resolvido. A primeira das ropéias madernas, a Great Re io, ou seja, depender somente de bom comportamento, ibertaram-se da Corca, A inovagéo tinha smilar na Alemanha quando fala da © assunte € tatado ms pouco a ver com a separagdo formal dos poderes, entretanto, tendo ‘em vista a corrupgao geral dos juizes, que podiam ser subornados pelo rei tanto quanto pelas partes em ltigio. O sistema formal ¢ racio a regulago das disputas no inte i uma legis: Strats nuovo processtal™. Ao mesmo tempo, havia pouca ide na escolha das penas. Morte ¢ deportagdo era a regra dade acentuavam a pois os tribunais aplicagdo de penalidades severas eses presididos porjuizes de paz, de outro lado, Imanuscavam os pequenos dlies das massa com wa informaidae lesconhecida no continente. As despesas com os processos legais Cerone del apelar para decisdes dos juizes de paz, de tal forma que Max Weber pode falar de uma negago de justiga para as classes subalternas®”. Blackstone pensava que os juizes de paz, representantes da gentry (proprietrios rurais),“tinham tomado aseu cargo uma infnta varedade de negécios .. que 0 pais cst infinitamente agradocido para com qualquer ‘magistrado valoroso que sem nenhuma infeng’o desonesta encarregou-se deste servo probit "Ente, valine dos jules de paz ro um probiema de sua integridade pessoal, mas dos interesses de classe sentry, da qual eles ea instrumero. Os aanmonds mosraram que os magistrados rurais tornaram-se os drgios mais efetivos no sistema repressio contra 0 qual proletarado estava muito fraco para protegerse. Na prtica judicial, os direitos civis fundamentais - que todo cidado inglés estavaurdcamente jet - eam negados as pos, principales por tra av mee anasto poi, aadninisrago jul nas mios das classes proprictarias. O poder da gentry era 298 woher, Iarschaft und Gesselchaf, 1, 471 %% steten, op. cit, {286-92 desproporcionalmente grande, mas eles viam na administragdo da justiga criminal o interesse comum de todo o estrato superior da sociedade: a conservagao da propriedade era a questo principal para a sociedade. Uma vez que a liberdade pessoal das classes altas estava plenamente reconhecida pelas Icis existentes, a reforma poderia beneficiar apenas as pessoas comuns ¢ 0 movimento por mais Jiberalidade encontrou uma resistncia muito forte. Em fins de 1770, a (Camara dos Lordes rejcitou a aboligao da morte para ciganos ¢ desertores, como imo jempo se passou antes ‘queos ataques de Paley, Ri tham sobre. fatilidadedo sistema vigente resultassem em mudanga ¢ antes que as provas apresentadas or Bentham das vantagens econdmicas de sua proposta sc efetivassem. Na Franea, como em todo continente, a situagdo de classe cra mais complicada. O Espirito das Leis de Montesquieu, que havia se tomado o programa de toda a burguesia liberal, eram em si o produto de uma situagdo ambigua. A monarquia francesa estava perdendo terreno ¢ tentava achar um camino entre a aristocracia rural ¢ a burguesia. Sua fraqueza foi revelada abertamente quando ela m incapaz de implementar 0 programa de reforma judicial de Mat ‘ando contra a alianga tempordria entre a’ noblesse de robe, dofendendo sua posigo ¢ a burguesia, proparando-se para tomar 6 Poder. Sob estas condigaes, o judiciério poderia apresentar-se como 0 protetor da liberdade contra a tirania ¢ a forga bruta, ¢ a noblesse de wa apta para sustentar sua posigdo politica por mais alguns inuando-se como porta-cstandarte da soberania num momento iberdades civis noutro. Ademais, 0 govemno nunca lar a resignac2o em bloco dos membros de seus lS, pois 0 tesouro real no podia repor o prego pago pelos rados para seus cargos Confrontados com a soberania popu! antiquadas morreram silenciosament Revolugao. Depois das vici 08 tribunais torn; , estas instituigdes bragos stragdo q representam sempre o sses permanentes da ordem burguesa, itemente do que os governos, vezes em oposicdio a cles. 0 Code pénal de 25 de setembro de *© Orrin, op. cit, pp. 99-100 tnche Varforsungrgeschiche (Belin, 1910), p. 34, 109 1791 era na teoria a realizagiio completa do programa desenvolvido por Marat em 1778: Na aplicagéo da punigtio deve-se atentar para a reparagéio da ‘ofensa tanto quanto sua expiagao, Bote é 0 triunfo da justiga; este é também o trunfo da liberdade, pois assim a pena néio surge mais do desejo islador, mas da verdadeira natureza ‘0 homem nao ir mais cometer violéncia contra 0 Lepeletier St. Fargeau, quem encaminhou esta representago junto & comisséo para a legislagdo constitucional e criminal ¢ posteriormente um martir oficial do republicanismo francés, pois foi ‘orto pelos monarquistas, era um seguidor entusidstico de Beccaria®. ‘A ideia de prever uma pena fixa para cada delito ¢ levada adiante até sua conclusio légica. Este principio & compreensivel como um objetivo politico, mas encontrou grandes dificuldades na pratica. Dentreas varias formas de punigio, a deportagdo era aceita em teoria, mas as galés © ‘0s bagnos eram rejeitados, em funcao do perigo da aplicagio arbitraria e-em fungio de seu cardter nao dissuasivo. Os agoites ¢ as marcas com ferro tambem foram rejeitados como incompativeis com a natureza temporiria da pena. O encarceramento em um Hépital ou prisio foi por uma demarcacio cuidadosa entre 0s atos reprochaveis, mas no puniveis, podem sabalho na prisio neiro, mo. reflexo da ruptura com a concepeo mer agora passou a ser olhado como um favor outorgado ao pri ‘que eta deliberadamente mantido em niveis de vida abaixo do ™ Marat, op.cit,, p.33. Este rebaixamento do nivel de vida tem permanecido com princpios norteadores da pitca criminal francesa aos dlasde hoje Nos territérios alemiies, 0 forte controle sobre a administragio «da justiga exercido pelos principes, juntamente com uma pratica judicial em mos das Faculdades de Direito, permitiu um maior desenvolvimento dodireito penal, embora mais lento. Em tomo do final do Sacro-Império Romano encontramos duas grandes codificagées territoriais: 0 Codex Juris Bavarici de 1751 € 0 Constitutio Criminalis Theresiana de 1768, que, como coloca Kastlin, combinava legislagies territoriais diferentes num estagio primitivo®®, O comentario oficial a0 ‘c6digo criminal bavaro de 1814, que dificilmente pode ser considerado progressista, contém vagdo sobr: rogresisa, @ seguinte observacdo sobre os codigos sa clentifica espalhou sua luz benevolente considerada @ melhor meio para se chegar a uma boa le; O término recente da © niimero de crime geral pode somente se As necessidades da époc proceso criminal quanto na a sob Frederico Il, que s, jf havia introduzido ado seriamente a pena capital. incipal para esta politica de cleméncia era 0 desejo de reerutar soldados, como ja vimos. Encontramos um outra antecipagiio ‘caracteristica das tendéncias do século XIX na limitagio das penas a a cingulenta por c deixara de cumprir seu efeito dissuasi pp 648, 9% Kein, ops eity p24 rgech Barer nah den Proton nan Rats (Munique, 1813), 1, 7. _ sancionando a mitigagao do sistema penal ¢ reduzindo a importancia dos delitos contra a religido. A caracteristica destas leis, quando ‘comparadas com 2 legislagdo revolucionaria francesa, € sua tentativa de formular juridicamente a totalidade da politica econémica ¢ social do Estado. O cédigo de uma monarquia absolutista ndo era obrigado a seguir a doutrina de igualdade perante a lei, O povo pobre estava isento de pagar fiangas, enquanto a detengao de criminosos dos extratos superiores dependia prineipalments dono pagamsato desta Fangas'S Fit ar aue i lutismo possibil io sta pratica legislativa do absol pe tava preparagio de mais facilmente que as propostas da doutrina da igualdade legal entre as classes. siramente etabslece M8 ugemeines Landrechis, Pare Il, Titulo 20, parégrafo 85, grossirament auc spo pre ces len Sevan pa Bae De ste com a Pate 1, Titulo 20, parigrato 1128, por auto lado, esabelce que quer 3 para apodera's ds range comm da comunidaderesbia uma pena pi Somente no caso de ear inpossiblitade de pagar a fianga 112, VI - Conseqiiéncias Sociais ¢ Penais da Revolugao Industrial O movimento para a reforma do direito penal teve seu grande momento na segunda metade do século XVIII. A primeira edigo de Beccaria foi publicada em 1763, 0 Allgemeine preussische Landrecht em 1794, Entretanto, a base para o novo sistema penal, fundada na necessidade de forga de trabalho, estava desaparecends concomitantemente neste mesmo periodo. 14 haviamos indicado que a reforma encontrou um terreno fértil somente em fungio da coincidéncia de seu principios humanitarios com a necessidade econdmica, Destarte, quando foram feitas tentativas para dar expresso pratica para as novas idéias, parte da base na qual elas emergiram deixou de existir. Esta situagao refletiu-se nas condigdes da vida na prisio, como podemos ver a partir das descrigdes contidas ha quarta edi¢do do livro de Howard, State of the Prison in England and Wales. Visitando a prisdo de Osnabriick, cle desconsiderou completamente as informagdes dos carcereitos — nds nos reportamos vivamente pata casos similares hoje em dia — depois que viu a miséria expressa nas faces dos prisioneiros*” Em Ghent, suas ‘as mesmas conclusdes* ‘Temos evidéne ha segunda metade do século XVIII, onde ndo havia instrutores suficientes nem lojas adequadas para vender os bens produzidos nas prisdes. Falta de espago tornou necessirio manter os prisionciros como gado. O relatério da Zuchthaus de Weimar, por exemplo, diz que as condigdes eram “absolutamente péssimas”™! Os historiadores concordam que as casas de corregao haviamn superado seus dias de gloria, quando eram limpas, ordeiras ¢ bem administradas; ¢ que, depois de espalhar-se por toda a Europa, 0 sistema gradualmente decaiu “até que, finalmente, chegou 20 estado deploravel de acontecimentos, caracteristicos do século 3 sow lop. eit, p67. 380 1 pe. S46, %1 0 relatério de 4 de maio do 1779 &sitado por Lush, op. ei, p53. 113 XVIII". Eles vem tentando uma explicagdo para este desenvolvimento por caminhos diferentes, mas sempre trabalhando a partir da idéia de que 0 progresso é um elemento necessdrio na iadotes restringiram-se em geral a julgamentos nao clogios extremados para ficou insatisfeito com o desenvolvimento subseqitente, Neste sontido, ele escreve que o sistema carcerario deveria ter desenvolvido e prosperado so as autoridades tivessem seguido o exemplo holandés, construindo as casas de corregao necessirias em cada cidade, ¢ real -as como lugar de unico. Entretanto, 0 desenvolvimen diregao foi apenas parcial. E bem verdade, ele conti w nds encontramos casas de sorregdo estabclocidas em desde meados do século XVII até os fins do XVIII. Mais ainda, observamos que o ‘encarceramento continuou a tomar o lugar das formas de castigo fisico ¢ da pona de morte até o final do século XVIII, afirma o autor. Ao ‘mesmo tempo, encontramos a tendéncia deplorivel de fazer com que as casas de corresdo atuem como instituigdes de caridade e casas para pobres, desviando-as de seu objetivo real, através de sua ‘combinagéo com orfanatos ¢ asilos onde os elementos mais heterogéneos cram mantidos juntos. Nestas instituigdes, nés procuramos ‘em vio para o espirito das primeiras casas de corregdo com a organizagiio da vida carceraria em bases definitivamente educacionais, Negligéncia, intimidagao € 0 to dos intemos tomaram-se a ordem do dia, que exam postos a trabalhar apenas como puni¢do € para o Iucro a ser ganho. Hippel observou com receio que o objetivo principal das tltimas casas de corregdo era engordar 0 tesouro, ¢ que 0 argumento cor era de que clas no procisavam ser tio caras como as de Amster: piginas 259 Hippel, “Bretrdge”, pp. 656-57. 14 Hippel procura explicar estes fatos, que ele deplora, através da referéncia & situagdo p. a da época. A Guerra dos Trinta Anos, ele afirma, aparentemente destruiu os avangos da civlizago que havia comegado com grandes esperancas para a cultura como para outras, esferas. Depois da Reforma, as casas de corregio originais brutalizados p foram privados tanto dos meios estabelecer instituigdes de igu ic recuperag internos das casas de corregao tornara-se um mero palavrorio, parcialmente compreendido, quando muito". Esta explicagaio de Hippel ‘86 pode ser aceita para 0 caso da Alemanha. Mas, mesmo la, o efeitos da Guerra dos Trinta Anos foram diluidos ao longo do século XVIII. A Alemanha também apresentou um tendéncia marcante para a reforma do dircito ponal ¢ da punigo, mas isto s6 é verdade para as iltimas décadas do século XVII. Mesmo na Alemanha, portanto, as causas . como foi feito, que toda sorte de dos saliios s6 poderia ser feito as expensas do Hee mente deveria encaminhar para um . pois poderia destruir, ou pelo menos pregar os trabathadores de forma rentavel ima formulagdo, a tio falada lei de ferro crescimento a1 investimento de ultado contritrio: destes plans. Os salirios devia permanecer no patamar do subsisténcia, No momento em que eles crescem além deste erescimento populacional indevido se seguiria ¢ a competi subscqiiente os forgaria pata baixo outra vez. Portanto, o liberalismo parece que degencrou para um pessimismo cruel, no p. ‘compreendido entre a Wealth of Nations ¢ a primeira lei tra efetiva. Toda a politica populacional mercantilista pode agora ser abandonada. Sob a influéncia de Malthus, as pessoas acreditavam que a populagiio estava constantemente crescendo num ponto em que os milles de excedentes seriam conduzidos da fome para 0 crime ¢ qualquer tipo de Os “populacionalistas fandticos” do periodo 9 método arti uum despotismo animais. Todas as roduzidas para encorajar 0 casamento dos pobres, foi argumentado, s6 poderiam encher a terra de mendigos 3 Pike, op 9 Bums, op. lo de 86, op. ct. 1,36 passin, 2 Lede, Krie, p. 25S °® Frobneberg, op. ct, p54 9 ¢ indigentes, cujas criangas seriam encaminhadas para uma vida de vicio ¢ vergonha™®. Os pensadores, entdo, exigiam que passes fossem dados para controlar filhos ilegitimos ¢ para requerer do Estado consentimento para casar, E interessante notar como as novas condigies do mercado de trabalho refletiram na historia do Allgemeine preussische Landrechy. O trabalho preparatério para este cédigo data de 1736, num tempo em que 0 pais era sub-povoado, Esta situagdo foi superada em 1794, no centanto, quando o cédigo foi promulgado e o paragrafo sobreas criangas ilegitimas nunca fot rigidamente aplicado ©, muitas vezes, foi completamente desrespeitado. Mais tarde, este pargrafo foi abertamente atacado tanto na teoria quanto na pratica, Finalmente, a Jei de 24 de abril de 1854 revisou o Landrecht, privando uma crianga ilegitima do apoio de seu pai se a mae fosse uma pessoa de ma reputagdio, O simples fato de que ela recebia dinheiro ou presentes em troca de seu consentimento permitia ao juiz considera-la de ma Feputagaio™” Durante a Revolugo Francesa, esforgos no sentido de garantir um tratamento mais igualitério aos filhos ilegitimos foram feitos. Néo apenas invocou-se 0 antigo direito para que o pai mantivesse a crianga, ‘quanto as leis de 4 de junho e de 2 de novembro de 1793 foram mais ram aos bastardos os mesmo ditcitos de sucesso que 05 filhos legitimos. Aos rebentos de relagées adiilteras foi permitido um tergo da heranga da qual eles teriam direito se nascidos no Entretanto, estas reformas néo duraram. O Code civil te destruiu a posigiio hereditaria dos filhos que as criangas nascidas de ach de todos os direitos de sucesso”. Ao ex “Onde um homem que henra © de acorde som ds gota & eta que dodic sus eit2ncia igdo?™ CE ibid, p. 244, legislagao revolucionati enfraquecer a ordem social Nao era mais necessério crigir barreiras artificiai emigracio, ¢ toda legislagaio a fpr aoar foi abolida™*. A emigracio co iicio para avaliarmos a pressio das condigdes sociais, Na Alemanha cla chegou ao pico entre ‘95 anos de 1820 ¢ 1880, ¢ os anos entre 1845 e 1855 registraram 0 periodo pior para a classe trabalhadora em varias partes do pais”. S6 entre 1847 ¢ 1855 a Alemanha perdeu mais de um milhdo de seus cidadaos através da emigracéo. Todo o sistema de assisténcia social desestruturou-sc. Um bom exemplo é dado pela reformna da lei dos pobres de Hamburgo de 1788. Visando manter os pobres trabalhando, as casas para pobres (poorhouses) fundaram fibricas para o emprego dos pobres ¢ escolas ara.as criangas. O conselho de administragao das poorhouses puderam dizer em sous relatérios de 1791 que néio havia mais nenhum mendigo nas ruas de Hamburgo, ¢ que nenhuma pessoa na cidade poderia sentir fome"*, Mas este empreendimento comegou a entrar em colapso com uma rapidez surpreendente, Em torno de 1801, as p tinham um déficit acima de 60,000 marcos, ¢ 0 dé para ano. O mesmo desenvolvimento ocorret reduzida de teceldes depois do surgin de varios homens, tormou crescen aptos ao trabalho das casas para pobre: Em Franca, is vésporas da Revolugo, com a situagao das temas se deteriorando constantemente, os Hépitaux généraux no ob 08 argumentos de que ela tendia a ir, (London, 1926), pp. 128-29. “Pauperismes und Assdiaton”, 36), 39-8. 375 © relasrio & eitado em B. L Handvorterbuch der Stootevisenschoft 1 der offer (4 ed; Jena, 1923) ln Armenpflege”, ler, op cits Ti, 386 121 ente inateis como ¢ Mirabeu sobre 0 sada a0 mais cumpriam a sua fungdo, Eles foram igh prisdes e como casas para pobres. Oj trativos estabelecia, sequer remotamente, o tipo lizado na instituigao ou a forma de emprego da forga de trabalho”. Isto mostra que os Hépitae tinham perdido seu carater como escolas industriais ¢ oficinas modelos. claramente por Justi, que disse nao ser impossivel descobrir os casos raros onde homens industriosos e dispostos falharam a0 procurar emprego ¢ foram intemnados numa casa para pobres devido a alguma falta cometida, Ele segue argumentando que no achava que haveria realmente paises nos quais 0 comércio ndo florescera e nos quais| haveria to pouco cmpregos para as pessoas predispostas ao trabalho fossem forgadas a mendigar. O autor nunca havia visto pessoas com ‘esta inclinagdo para a mendicdncia em seu préprio pais, em nenhuma cireunstanc! A formula de que todo homem predisposto ao trabalho pode achar emprego era ainda popular no inicio do século XTX, mas.a crenga de Justi no era mais compartilhada pelos bem informados, Jé havia reclamagdes duras sobre pessoas displicentes que poderiam estar sendo ‘mantidas na ociosidade pela caridade. Entretanto, estas queixas su Pouco efeito diante do velho argumento sustentado por Petty de que “o Pulico deveria sustentar os mendigos, uma vez que eles nada ganhavam, pois ha s6 uma certa parte de trabalho disponivel que ¢ feita pelos nao mendigos; de outro modo ndo se fara outra coisa sendo transferir as necessidades de uma mio para outra"™", Mirabeau observou que . ‘embora 0 mimero de Hépitaw havia quase que dobrado, o mimero dé vadios ¢ mendigos estava constantemente crescendo, ¢ concluiu que a ‘nseguranga da classe trabalhadora era apenas uma parte da inseguranga sgeral da época. Todos nds temos hoje wma existéncia precdria. Eu diria, uma subsisiéncia baseada no futuro. Aqueles que tém meios os negdcios ou heraniga, i ise a idéia de caridade piiblica, ¢ 08 dizeres de que 0 Hopital nao admitia cachorros tomou 0 lugar da indiistria laboriosa de formigas™®. A énfase no era mais dada as oportunidades ilimitadas para o trabalho, mas na necessidade de considerar a classe trabalhadora como uma parte do sistema social, no qual ela deveria correr riscos de forma independente. A questo do caréter criminoso da mendicdncia também sofreu uma transformagao significante. Logicamente, pode-se chegar 2 conclusio de que a mendicéncia é um crime somente quando é voluntaria, ou seja, quando néo ha qualquer exército industri reserva. Quase todas as respostas a circular da Academia de Ch: que recolhia sugestées sobre a melhor maneira de destruir a mendicdncia em Franga, tomando os mendigos iiteis ao Estado sem infelicité-los, insistiam que a mendicdncia nao é crime™”. O arcebispo de Aix usou 0 argumento comum de que niio ha crime ¢ ndo ha bases Proporcionais para imputar penas™, A mesma oposigdo A punigéo de mendigos havia na Inglaterra. 35 pony, op. it, Il, 383-54, 9 Mirsbeaw, hommes on irate deta population (Pais, 883), pp. 349-80. 5° paulte, op. eft. p. 856 5 pad, p. 589, 123 Razdes humanitirias no podem esconder 0 fato de que era 0 novo sistema econémico e a pressio do ctescimento populacional que revolucionou o problema da assisténcia 4 pobreza, Tanto o absolutismo, quanto seu suoessor, a democracia nacional soberana, reagiram da mesma forma, deciarando ser dever do Estado assistir os pobres; de modo que 0 Estado tinha o direito de atuar contra a mendicéncia através de medidas punitivas. O Allgemeine preussische Landrecht sustenta que é assunto do Estado alimentar ¢ sustentar aqueles cidadios que estiverem inaptos para ganhar a préptia vida ¢ que ndo poderiam ser sustentados por outras pessoas que eram obrigadas a faze-lo por leis especiais. Aqueles euja inabilidade para ganhar a vida deve-se exclusivamente a falta de em alguma tarefa adequada a igdo francesa de 1793 reconhecia que a sociedade estava obrigada aos cidados desafortunados tanto através da. ctiagdo de empregos, quanto assegurando os meios de existéncia para ‘A atribuigdo dos encargos com a rapeso para o confisco dos dominios faux, que havia conduzido a uma grave erise na assisténcia a juando o Estado falhou no cumprimento de su nd como abardono da atta terra requer consideragao especial ‘Colquhoun, a pobreza em Londres era to grande que mais de 20.000 sem saber como eles deveriam alojar-se na préxima noite, e casos de morte por fome apareci ente nas listas do coroner”, Foi nesta atmosfera que Malthus apareceu com ssua doutrina de que 0 nivel de vida dos pobres deve somente crescer 4s expensas dos membros remanescentes da classe trabathadora, ¢ que as intengdes benevolentes dos reformadores das leis dos pobres conduziria a um aumento populacional, e, criagao de mais miséria®™, Malthus é, portanto, um exemplo significative do impacto 85 aulgemeine Landrech, Pate It, nto, Parkgrafo 1 lemsnd, op, cit, TV, 2 4015 8, op. cle 1, 93, 37 Colquhoun, 4 Treat Police of the Metropolis, (6 ed London, 1800), . ‘and Second Edition of an Breay om the 1895), pp. 34-38 do rocém criado exército industrial de reserva sobre as considerasdes te6ricas, Mas mesmo Malthus nunca chegou & conclusio de que os desgragados deveriam ser entregues a fome, uma vez que uma tal politica era inconcebivel aos governantes ingleses, simplesmente pelo Interesse que tinham na paz social. Clapham foi mais longe afirmando que is dos pobres cram 0 inico meio de prevenir o jento € a desesperanga que al Em fungao do exército industrial as “penas selvagens para disciplinar a totalidade das classes despossuidas ao servigo continuo e regular na agricultura ¢ nas manufaturas”, de modo que a pauperizago crescente das massas era acompanhada’ de 0 resultado foi um ere Em 1775, 0 custo da assisténci libras, ¢ a fome cresceu rapide 34". As classes pro estas despesas, ¢ uma con principio de que toda a as ser abolida em favor da a de modo que a situagao da ci desfavoravel quanto remendo nas taxas de pobreza. cra mais de um milh&o € meio de te alé chegar perto de oito milhées comegaram a rebelar-so contra omeada em 1832 formulou o éncia aos mendigos de rua aptos deveria ia da casa de trabalho (workhouse) da assisténcia ndo deveria ser “tio iador independente das «lasses subalternas”*”, Este prinefpio, incorporado a Poor Law de 1834, foi o feitmotiy de toda a administragio carcera A mudanga nas condigdes sociais transformou cm direito o que fora ensinado as masses como sendo sua obrigagao, e, desde entio, a questo munca mais saiu dos programas politicos da classe trabalhadora, Nenhum problema foi tratado com tanta freqiiéacia nos panfletos socialistas da época quanto este direito ao trabalho. Depois da Revolugao de Fevereiro, 0 proletariado de Paris forgou 0 governo provisorio a estabelocer a proclamagiio de 25 de feverciro de 1848, onde garantia idadio. Para acalmar 0 povo, o govemno aceitou as propostas de Considérant e Fourier, sem qualquer intengao de sustenta- Jas. Um decreto de 26 de fevereiro de 1848, instituiu as oficinas A. Redford, The Beonomie History of England (1760- uado por Reufod, op it. p. 106 125 nacionais™®, O trabalho de prisioneiros foi abolido em 24 de margo ¢ 0 trabalhador estrangeiro foi expulso de Paris. 0 governo usou de todos 08 recursos dis 's para obstaculizar a experiéncia ¢, depois da derrota do prol fo, as oficinas foram fechadas ¢ o trabalho carcerario reintroduzido™ ‘A vitoria temporaria da classe trabalhadora em sua futa pelo direito ao trabalho, destarte, encontrou expresstio na aboligdo do trabalho carcerario. Esta é uma indicagZo significativa da nova situagao. Ao invés de uma classe dominante avida para obter forga de trabalho de 10, encontramos uma classe trabalhadora montando 5 para assegurar 0 reconhecimento oficial de seu direito ao ‘A fabrica substituiu a casa de corregao, pois a tltima requeria altos investimentos em administragioe di produzie muito mais e evitava a drenagem de capital envolvido com as casas de corregao, Em outras palavras, a casa de corregdo caity em decadéncia porque outras fontes melhores de lucro foram encontradas, ‘e porque com o desaparecimento da casa de corrego como um meio nfluéncia reformadora de trabalho seguro também desapareceu, 2. Os Efeitos do Crescimento do Crime na Teoria e na Pratica Penal 0 agravamento da luta peta sobrevivéncia colocon o nivel de vida da classe trabalhadora num patamar incrivelmente baixo. Na Inglaterra, o maior grau de pauperizagao ocorren entre 1780 ¢ 1830. ‘Ao longo da primeira metade do século XIX, por tris de um quadro de ‘crescimento da fome, da imoralidade e do alcoolismo, encontramos a ‘ameaga de revolugo, O recém formado proletariado estava a qualquer jara a rebelido ca violéncia. O slogan “Pao e Sangue”” *) espalhiou-se pelos distritos fabris da Inglaterra, 0s tecelées de seda de Lyons inscreveram em sua bandeira a palavra de ordem: “Viver trabalhando ou morrer 29 See, op. et, Ih 272 (Pati, 1875), p. 263. 126 combatendo” (Vivre travaillant ow mourir en combattant” Mais c mais as massas empobrecidas eram conduzidas a0 cri Delitos contra a propriedade comesaram a crescer Seer en fins do século XVIIP™, as coisas pioraram durante as primeras las do século XIX. As estatisticas de London para o periodo de 1821-27 do um quadro vivo do papel decisive da vadiagem ni crescimento geral das condenagdes (Quadro ee QUADRO 1. Furtos em London, 1821-27 ANO- TOTAL DE CONDENACOES | CONDENACOES POR FURTO. 1821 8.788 6.629 at [see ana aa] 808 re c ease 1824 9452 7350 1825 | 3.564 fone 126 i095 3562 1827 12.564 9.803 Fonte: C. Lueas, Du systéme 1p. 53 reen Europe et aus Etats-Unis (Pasis, 1825), 2 setmelles, op 395 Ver as observayes de Pl O mais antigo registro de condenagdesfeitas por tribunais ingleses de Assizes e Quarter Sessions, esto no Quadro 2. QUADRO 2. Condenagoes em Asses e Quarter Sessions, 1805-33 1 unaité...(Bruxelas, 1835), p. 4) Fonte: E. Ducpetiaux, Staistgue compare de Durante este periodo, portanto, o mimero de condenagées eresceu em tomo de 540%. Engels comentou: “A necessidade deixa ao trabalhador a escolha entre morrer de fome lentamente, matar a si proprio rapidamente, ou tomar o que ele precisa onde encontrar — em bom O desenvolvimento igum, como mostram as i$ no Quadro 3, Pr ‘geral nio se ‘statisticas QUADROS. Fortes em Franga, 1828-42 "TOTALDEOONDENAGOES 324 | 4.120 72.490 20022 | Fonte; Compilada do anuitio Compe général de administeation de la justice enminelle Podemos, assim, ver as enormes proporgdes que os crimes atingiram durante a grande crise industrial. O periodo mercantilista no conheceu crises t€o profundas, a despeito de todos os distirbios ‘ocasionados por guerra ou catéstrofes naturais. Descrevendo a conexio intima entre a taxa de criminalidade ¢ os condigdes econdmicas, Pike coloca que as tabelas criminais inalesas desde 1810 em diante indicam ue tempos dificeis, competigao elevada, ou diminuigio da demanda e forga de trabalho eram seguidas por crescimento em condenagées por furto ou delitos mais graves, enquanto tempos melhores eram acompanhados por um decréseimo. O ano de 1815, quando as tropas Tefornaram ¢ comegaram a competir com outros trabalhadores, assistiu um erescimento mareante de condenagées, 1825, o ano da grande depresstio comercial luma queda abrupta no prego do grio, depoi queda dos pregos, foi acompanhado por uma condenagies & pris As classes dirigentes ficaram tentadas a vol mercantilistas de tratamento dos er anda por métodos ‘mais duros generalizou-se, ¢ 0 c ral de encarceramento para substituir as formas tradicionais de punigio foi duramente criticado. As pessoas declaravam que o sistema penal tomara-se uma farsa, ¢ que a puniséo deveria uma vez mais converter-se em algo que os :alfeitores temessom até a medula de seus ossos, algo que os torturasse os destruisse, como as leis penais de Carlos V. O machado, os agoites € a fome deveriam ser reintroduzidos de forma a eliminar os jos métodos pré- ® Pike, op. cit, 678-79. 129 "©, Wagnitz afirmou que, embora ele niio fosse advogar reintrodugao das galés ¢a roda como outros pensadores o fizeram, ria na prisio perpétua para aquelas pessoas miserdveis que mostrassem, através de repetidos delites, que clas cram muito fracas para afastar a tentagao do crime e eram, portanto, incuravelmente to", Em 1802, 0 Departamento do um questiondrio relativamente aos resultados do eédigo criminal, baseado no cédigo francés de 1795. Em resposta ao questionario, um ‘observagées irnicas sabre 0 sonho de uma possivel melhora do ser hhumano. Ele recomendou 0 restabelecimento de uma pena de morte qualificada e de castigos corporais"®. Podemos ver que sua opinitio era bastante representativa pelo fato de que alguns cantdes retomnaram a0 Peinliche Halsgerichisordinung de Carlos V téo logo recuperaram sua soberania sobre o poder legislativo™™ ‘As mesmas queixas foram feitas em Franga. Debry, um membro da Convencao e posteriormente um fi administrativo sob Napotedo, diz que no pode haver qualquer davida de que a alta freqiiéncia de furtos ¢ roubos, especialmente nas dreas rrurais, devia-se 4 brandura da legislagao sobre a qual a pratica judicial estava fundada. As penas no eram duras o suficiente. Policia especial ecortes marciais foram estabelecidas, ¢ as campanhas de “pacificago” Jevaram a um exterminio virtual dos foras-da-lei pobres, espe nos departamentos do na legislagdo. As leis ae hoe que ja hay po do Cons To para os igo de 1810. c no e6di especialmente 0 gant, coma 0 1 Brigandoge pendant ta Révotuton (| nf wa ropes através dos albor dae palavras: “Esta assembléia famosa, que distinguiu-se por tantas boas idéias, que afastou tat 8 SoS, € que, sem diivida, mostrou as res das intengdes, nom sempre se protegen contra o entusiasmo itério”*". Garraud caracterizou 0 novo sistema corretamente quando observou que ele cra particularmente notavel elo excesso de severidade, seu sresse era apontar a culpa e que a idéia de recuperagéo nao tinha lugar nele“*, A pena de morte permaneceu inalterada ¢ a prisdo perpétua foi aplicada com freqiéncia. Punigéo paper eee. barbaras, e penalidades injustas como 0 confisco ropricdade e perda de di i ee ae perda de direitos civis eram suas Principais A situag4o reverteu-se na Alemanha também. Estudiosos adores da teoria penal estabeleceram com satisfagio que 0 da justiga rete estava comegando a surtir um efvito Eles retomaram a vise de que pode-se través de sua pele ¢ os agoites tomaram- se mais uma vez a forma favorita de punigdo, pois era mais barato ¢ wva a superlotacio das prisées“®. © passo mais importante nesta direg3o ¢ dado pelo Codigo Criminal bavaro de 1813, de Anselm Feuerbach. Em termos de técnica legal, este codigo foi claramente um asso progressista, se comparado com as codificagées do século XVIII, mas, no sistema de punigdo, seguiu as tendéncias 4 severidade do periodo. Pena de morte, priséio perpétua em correntes, ¢ a casa de corresio foi a base do sistema" " 2p. city pp. 423-33; R, Schnt, Aufgaben, 9. 265 7B, Spangeaberg, Uber die sttiche und birgerliche ee Poni A pritica criminal prussiana, baseada no Allgemeines Landrecht, tinha sido comparativamente indulgente. Entretanto, como relata Mittelstidt, as autoridades prussianas chegaram logo cedo & ‘conclusiio de que elas haviam ido muito fundo na aritmética perigosa da duragao do tempo de encarceramento, pelo menos em relagdo aos delingiientes do proletariado, e que jé era tempo de devolver estes $08 para 0 caminho correto, O agoite, a vata, o pelourinho %), a matea de ferro-quente ¢ 0 confinamento com privagées foram restaurados de forma a controlar o nimero crescente de salteadores e ladrdes""”, O decreto circular prussiano de 1799, formulado com o objetivo de endurecer a lei contra furtos, estabeleceu ‘0 castigo corporal para a primeira condenaco, ¢ com as excegies ‘caracteristicas para os delingientes bem posicionados socialmente Houve uma luta de um ano para a reforma da lei penal prussiana. Um anteprojeto, de 1830, eliminou as formas mais eruéis de intimidagao, mas, exatamente por esta razio, niio encontrou receptividade com von " Ministro da Justiga, que preparou outro projeto onde a iagio permaneceu como principio dominante (com formas mais requintadas de pena de morte, agoites piblicos, etc.)"*, Somente ‘quando todos os cidadios adquiriram direito iguais em 1848, o agoite . substituido pelo cnearceramento"?, Na Austria, as praticas ias chegaram ao seu fim com o Cédigo uma manifestagzo vigorosa de reagaio ismo” A pena de morte qualificada foi burocratica contra 0 “jos reintroduzida e 0 uso de penas capitais em geral foi estendid que seguiu a deteriorizagio ‘conseqiiente da criminalidade inismo intatas. Os mesmos (0.¢ 0 Codigo Criminal .digdes econdmicas ¢0 crescims ‘no entanto, as conquistas di nn 3 expo do com as duas mos jak 4 uma colune aposta em spccaimente na Aletha, também para exposigdo thes oe mia rave de made raga vé Diblion dos condenndos, prepa a cabeya & traf, ine Kr 1899), p. 105; you “Todo o desenvolvimento prussino ets bem desert por Hippel, Deusches Siraeck, 8 204 Wahlberg, €p. ct 132 bvaro de 1813, que continha o sistema penal mais severo, marcaram Epoca no desenvolvimento da teoria liberal, consti 2 da lei penal modema até o advento do fascismo. uma separagdo mais efetiva entre a moral e as concey io jes legais do que a legislago penal do século XVIII, que emergiu a periodo em gue 2 sovidade butguesa estava ainda Intando com as concepgées antilistas e com a regulam rativa estatal centralizada ¢ extensa em todas as esferas priva cit ‘A seguranga do Estado e do individuo requer uma separagio soluta entre a lei ca moral, de acordo com Feuerbach’. Esta doutrina encontrou sua expresso maxima na tentativa de alcancar uma desenvolvimento tornaram-se mais claras quando notamos que Feuerbach incluiu a usura ea bancarrota na mesma categoria de delitos x infragdes dos ‘Nao apenas a funcdo protetora da lei mas a velha fieiievnebnnlt rpc flap ahaaphnpsanied ie pam Removendo todos os elementos subjetivos da relago legal entre Le eee distingdo entre a boa © ato eriminoso particular ¢ a regra geral do direito penal para ser maximo. Eu considero imy a aplicado para 0 caso particular, lismo prepara, na pratica, o caminho sociedade ¢ 0 povo comum’'*. para a concepgio penal‘. A principal demanda da burguesia formulago de parimetros provisos caleuliveis de conduta, ¢ preenchido no programa ideal que esta baseado, de um lado, na k idade a todo custo, la exclusio de todos os as relagdes legais®!, A Aireito penal d Suma combinagio de concepgdes utilitaristas com as idéias de Kant"®. As penas sdo previstas tendo em vista deter futuros criminosos; mas uma vez que 0 crime foi cometido, punigdo nio tem mais qual io, ¢ € concebida como uma conseqiiéncia auto ressio. Nos dizeres de Feuerbach: somo um ser racional, pols a punigdo é or eee ce oma a ee om le Preoepet 2a medi de sua punigao néo fossem arrependeu, se ele realmente no ameagou 0 Estado com novos com ele, se a conce} deduzida de seu préprio ato. Ele ¢ menos honrado quando é visto como um animal perigoso. que precisa ser amansado, ‘ou como alguém que deve ser aterrorizado ou reformado™ gato 100, ot gp. 97 ‘2 Hoge, Philosophy of Right, wad. por S. W. r Cris, Law and Social 98, Pam sana ec mor dts ques ‘Science (New York © Lond, 1933), pp. 34682 134 perigos, se é necessario e vilido proteger-se contra ele? Eu acho rahuma destas coisas em minha consciéncia, e eu acho conscincia dos outros. A transgressio ppara torné-lo merecedor da pena” da lei é em si st ‘A rejeigdo de qualquer consideragao teleolégica tende a dar as ‘concepgées idealistas do direito penal o resplendor inerente & idéia abstrata de justiga independente do capricho humano. O id alemio, portanto, foi mais seguido do que a criminologia de outros paises europeus, devido a uma posi¢ao importante no proceso de desenvolvimento de uma estrutura metafisica. A criminologia da Europa ocidental, em seus principios mais perto da realidade, sempre deixou fas fungées de classe do direito penal transparentes, admitindo-o abertamente em algumas oportunidades'™ 3.Novos Objetivos e Métodos na Administragio Carcerdria ‘ocidental no exato momento em que de corregao foi destruido pelas mudangas industriais. O, inglés € particularmente interessante nesta conexdo, j {que o encarceramento era a forma mais freqiiente de punigao mesmo ‘quando a departamento estava no auge™™. ram comutadas pa 2. Yan Diemen' Land 1824-36 (London, © New Ys QUADRO 4, Distribuicao das Penas na Inglaterra, 1806-33 NUMERO DE SENTENCAS PENA [ieee [ais | rea026 | Tera Pona de mate Le Deporiasio papa | + «SA | Lam] 2955) Por 21-25 anos = = = =7] a [ 102] 116) aaa -— [3 3 3s 5a | Fas | tome | Tea Pristo com ou seam outras puniebes [eiteSe5ams e [* 7% [ enire Te 2 anos Bais lee | 3) a ‘entre me | ano = 3] Roe 9057] rnenos de meses =| 3077 | aise | ao goiter e fiangas Tor [ae [asa Fonte: Duepetiaux, op. cit, p. $1 Em 1837-39, a relago entre as , penas de deportagiio e Gra de 255 para 100, eet 1844-46 era somente de 13 para fo ‘ceramento tomou varias formas e gradagdes, com a gravidade do crime ea posigio social to condonado ‘Comoja issanos, as diferenciagses de classe no sistema penal no foram abolidas na primeira metade do século XIX. As classes altas ainda no cestavam convencidas das vantagens de sacrificar em nome da ideo! de jstiga eigualdade seus membros cuja posigdo no mais poderia mantida, como no caso de Hatry ¢, ey. 0 io oficial sobre 0 Cédigo Criminal tentava justificar a introdug4o do Festungshaft para Mrgumento de que cle no violava asa idéias iberais. Sustentava-se {que principio de:igualdade no ¢ abandonado quando as penas mens sio adaptadas As condig&es pessoais, no se pet rmodificagdes de penas severas, tornancdo-a sgio de confinamento yantido los os paises alemdes, snte na Segunda metade do século a pressio dos advogados de Rhineland e parlamentares reprosenianies de um setor da sociedade capitalista mals desenvolvido, mudou-se © Festungshaff de umn privilégio dos estratos mais ato para wma forma particular de punigd0 para erimes especificos 'As prises existentes ndo encontraram ttoyas demands, Em ios previamente utilizados pelos prisioneiros que fsperam julgamento eram agora usados para a execugao da sentence de prisdo. O crescente niimero de condenages, especialmente em torno dos vinte anos, levou A superpopulagdo nas principals prisdes ‘européias. Krohne coloca que no havia nem tempo, dinheito disponivel para a construgio de novas prises © que as velhas néio ‘cram grandes o bastante, mesmo quando cheias até pont ‘dc explosio. , determinado pela necessidade de manter seu padrio de vida jo padrio das classes subalternas da populagao livre. O) ‘mais baixo, aceito em toda parte ¢ explicitamente descrito por comissio na Inglaterra (Royal English Commission) em 1850, foi estabelecido pelas exigéncias minimas de satide"*. Porém, as possibilidades de variagdo entre estes dois limites cram puramente teéricas. Os salirios na primeira metade do século XIX eram freqientemente menores do que o minimo necessério para reproduzir a forga de trabalho dos operirios. Em outras palavras, o limite mais baixo prescrito pelos r ntos das prisdes ndo era sempre

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