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1) O documento discute as diferenças entre a visão do sujeito na psicanálise versus psiquiatria, com a psicanálise enfatizando a subjetividade singular de cada paciente e a psiquiatria tendendo a categorizar sintomas.
2) Na psicanálise, o foco é nas estruturas clínicas de neurose, psicose e perversão, enquanto a psiquiatria usa manuais diagnósticos que mudam constantemente.
3) A escuta na psicanálise se baseia no discur
1) O documento discute as diferenças entre a visão do sujeito na psicanálise versus psiquiatria, com a psicanálise enfatizando a subjetividade singular de cada paciente e a psiquiatria tendendo a categorizar sintomas.
2) Na psicanálise, o foco é nas estruturas clínicas de neurose, psicose e perversão, enquanto a psiquiatria usa manuais diagnósticos que mudam constantemente.
3) A escuta na psicanálise se baseia no discur
1) O documento discute as diferenças entre a visão do sujeito na psicanálise versus psiquiatria, com a psicanálise enfatizando a subjetividade singular de cada paciente e a psiquiatria tendendo a categorizar sintomas.
2) Na psicanálise, o foco é nas estruturas clínicas de neurose, psicose e perversão, enquanto a psiquiatria usa manuais diagnósticos que mudam constantemente.
3) A escuta na psicanálise se baseia no discur
O SUJEITO DA PSICANLISE E O SUJEITO DA PSIQUIATRIA
Professor Cristiano de Souza
Para elucidarmos o tema entraremos nas linhas de pensamentos da
Psicanlise e Psiquiatria Contempornea para apontar as distines que as duas reas tm entre si nas suas vises de ser humano, principalmente no trato da escuta clnica e no campo do corpo/sintoma em seus diagnsticos e tratamentos. Esta psiquiatria, e as demais reas mdicas, priorizam atender a demanda a partir dos fenmenos sintomticos que o paciente apresenta para ento fazer um diagnstico e traar um tratamento para este indivduo.(Viso Fenmenologia ) Com isto, fez-se necessrio elaborar manuais - DSM e CID-10 - catalogados todas as doenas mentais com os seus fenmenos para que a rea mdica conseguisse nomear este conjunto de fenmenos apresentado pelo paciente para ento medicar/tratar este indivduo, ou seja, a escuta mdica voltada para o corpo. Segundo QUINET (2006) estes critrios da psiquiatria atual esto se amplificando e variando, pois as formas dos sintomas mudam com a mudana do discurso da cultura, ou seja, estes manuais precisam ser atualizados constantemente, acrescentando, tirando, reavaliando categorias de transtornos.( maioria doas histricas de Freud foi encontrado no setor neurolgico em hospitais)(O que conflito, o que sintoma para psicanlise)( neurtico, psictico e perverso)
Em pouqussimos anos, passamos de uma psiquiatria que tinha
pontos de contato com o que era chamado de humanidades, e na qual, alm disso, o estilo do autor ainda tinha peso, para uma psiquiatria biolgica, inteiramente dominada pelo discurso da cincia. Essa evoluo deixa patente que, com o avano da cincia, foi a foracluso do sujeito que saiu ganhando. Nesse campo, ela assume uma forma muito precisa: consiste em reduzir a doena mental a uma doena do organismo (SOLER, 2007. p.83).
J a psicanlise fundamentada em Estruturaes clnicas Neurose,
Psicose e Perverso - estes critrios so os mesmos desde o incio da psicanlise freudiana, o sujeito sob o ponto de vista de que ele estruturado em linguagem e apesar das mudanas culturais que a civilizao sofre, o sujeito sempre estar estruturado em uma dessas estruturas. Nesta citao QUINET (2006) indaga a constante mutao da forma psiquitrica:
O invlucro formal do sintoma varia segundo a poca: a histeria
muda de cara, a psicose de vestes, a obsesso de idias. Essa evoluo acompanha o desenvolvimento da cincia: a novos males, novos remdios. Ou ser que o avesso a novos remdios, pseudo novos males?(indstria farmacutica) A nosografia psiquitrica em constante mutao com sua srie de DSM (Manual de Diagnstico e Estatstica da Associao Norte-Americana de Psiquiatria) se diferencia da nosografia psicanaltica das estruturas clnicas (neurose, psicose e perverso) diante da qual o analista no deve recuar Nosografia conforme a posio do sujeito no dipo em relao ao gozo (QUINET, 2006. p.11).
Para o psicanalista QUINET (2006) estruturar-se em uma destas entidades
clnicas envolve como este sujeito lida com a falta (reprime complexo de dipo) inscrita em sua subjetividade e a partir da como ele se relacionar com a lei, angstia, morte, sexo e desejo.( Forma de lidar com a lei, inicio da infncia lei o pai)( angstia um afeto que esta ligado h uma representao) Quando empregamos esse termo sujeito, importante destacar que o diferenciamos de indivduo, pessoa, personalidade ou qualquer outro termo que signifique unidade ou todo. O sujeito no todo; ele , antes de tudo, um efeito. Um efeito da interveno do Outro( fica armazenado no imaginrio ). Podemos dizer que o sujeito porta o Outro na sua prpria constituio, nele se aliena e dele se separa pontualmente, parcialmente, e nunca se faz um com o outro. O sujeito no faz Um, nem com o outro, nem com seu objeto. Nada o complementa. Pelo contrrio, se s vezes temos a impresso de estar diante de um sujeito completo, a quem no parece faltar nada porque nada demanda, esse deve estar suspenso em seu prprio isolamento, seu autismo particular, sua recusa ao Outro, como o pice de sua patologia. Cabe a ns provoc-lo para sair disso. O sujeito uma abertura, sobredeterminado, como nos ensinou Freud, em sua abertura ao Outro (FIGUEIREDO, 2005).( Estgio espelho)( Lacan)-A criana se v a partir do olhar correspondido da me.(Processo de alienao- se olhar no olhar do outro)Nos constitumos sujeito a partir do olhar do outro.Atravs disto a criana comea o processo do imaginrio..A criana comea a imaginar o que necessrio para manter o amor da me exemplo fase anal. Sintoma sempre de responsabilidade do paciente, no envolve o outro.Filme Matrix demonstra muito isso . Conforme as citaes acima vimos que o objeto de escuta para as duas reas so realmente distintas e que para a psicanlise de suma importncia que cada caso seja construdo singularmente, pois na subjetividade que o processo analtico percorre o caminho da estruturao simblica deste sujeito. Quanto a isso QUINET (2006) atenta para os prejuzos de uma no escuta analtica:
Fundar uma prtica de diagnstico baseada no consenso estatstico
de termos relativos a transtornos, que, por conseguinte, devem ser eliminados com medicamentos, abandonar a clnica feita propriamente de sinais e sintomas que remetem a uma estrutura clnica, que a estrutura do prprio sujeito (p.12).
No momento que Sigmund Freud desenvolvia a psicanlise o movimento
psiquitrico era da escola clssica, onde estavam as estruturaes clnicas, e estas estruturas esto incorporadas na teoria e na pratica psicanaltica, mas como vimos a pouco, a psiquiatria sofre mutao a cada mudana civilizatria, ou seja, com a biologizao dos sintomas e pelas categorizaes dos manuais atericos da Associao Norte-Americana de Psiquiatria em nome da padronizao das doenas a fim de facilitar linguagem Psiquitrica no mundo abandonou estas estruturas, QUINET (2006) relata que estas estruturaes clnicas so pr-psicanaliticas e que cada categoria foi criada por pessoas diferentes, Para a parania, Kraepelin, para a esquizofrenia, Bleuler, para a perverso, Krafft-Ebing e para a neurose, Charcot (SOLER 1996, apud QUINET, 2006. p. 11). Sendo assim a psicanlise acredita que o inconsciente existe em cada sujeito citado acima e se o inconsciente estruturado em linguagem a prtica psicanaltica se faz com a fala enquanto a prtica psiquitrica se faz calando o sintoma remediando- os.
Pois l onde h sintoma, est o sujeito. No atacar o sintoma, mas
abord-lo como uma manifestao subjetiva, significa acolh-lo para que possa ser desdobrado, fazendo a emergir um sujeito - seja no ataque histrico, na depresso melanclica, no delrio paranico ou no despedaamento do esquizofrnico. Tratar do sintoma no significa necessariamente barrar o sujeito "o acesso ao real que o sintoma denota e dissimula (QUINET, 2006. p.13).
Com isso, podemos dizer que a partir do simblico que o diagnstico
estrutural deve ser feito, pois cada estrutura tem o seu modo de negao da castrao do terceiro, o neurtico, recalca, o perverso, desmente e o psictico, foraclui. Na neurose, o complexo de dipo, diz-nos Freud, vtima de um naufrgio, que equivale amnsia histrica. O neurtico no se recorda do que aconteceu em sua infncia - amnsia infantil, mas a estrutura edipiana se presentifica no sintoma (...). Na perverso, h uma admisso da castrao no simblico e concomitantemente uma recusa, um desmentido. Esse mecanismo, assim como os outros modos de negao, ocorre em funo do sexo feminino: por um lado h a inscrio da ausncia de pnis na mulher, portanto, da diferena sexual; por outro, essa inscrio desmentida. O retorno desse tipo de negao particular do perverso cristalizada no fetiche, cuja determinao simblica pode ser apreendida atravs de sua estrutura de linguagem (...) j na psicose, o significante retorna no real, apontando a relao de exterioridade do sujeito com o significante, como aparece, de uma forma geral, nos distrbios de linguagem constatveis por qualquer clnico que se defronte com um psictico, sendo que seu paradigma so as vozes alucinadas (QUINET, 2007. p. 20).
Portanto a clnica sempre algo a ser construdo, para cada sujeito, no h um
tratamento esperando o paciente, h antes uma escuta, ou seja, sempre a partir do discurso de cada sujeito, pois a psicanlise no fenomenolgica, e sim estrutural.
Referncias Bibliogrficas.
FIGUEIREDO, Ana Cristina. Uma proposta da psicanlise para o trabalho em equipe
na ateno psicossocial. Mental, Barbacena, v. 3, n. 5, nov. 2005. Disponvel em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 44272005000200004&lng=pt&nrm=iso>. acessado em 24/07/2011.
QUINET, Antonio. Psicose e lao social. Rio de Janeiro: JORGE ZAHAR EDITOR, 2006.
QUINET, Antonio. As 4+1 condies da anlise.11 ed. Rio de Janeiro: JORGE
ZAHAR EDITOR, 2007.
SOLER, Colette. O inconsciente a cu aberto. Rio de Janeiro: JORGE ZAHAR