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CAPÍTULO IV – MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E PENALIDADES.

Aulas: 6ª e 7ª.

O Código de Trânsito Brasileiro prevê, como conseqüência da


prática de infrações de trânsito, a aplicação de penalidades e medidas
administrativas, segundo dispõe o caput do art. 161. Nesse sentido, por
serem decorrência de uma infração, tanto uma quanto outra
eqüivaleriam, assumindo, em razão da natureza retro referida, a feição
de sanção, em maior ou menor grau. Apesar dessa aparente igualdade,
penalidades e medidas administrativas apresentam duas características
que as distinguem de maneira sensível.
Em primeiro lugar, diferenciam-se em relação à quem tem
competência para aplicá-las: as penalidades, via de regra, só são
aplicadas pelas Autoridades de Trânsito, ou seja, pelos “dirigentes
máximos do órgão ou entidade executivo integrante do Sistema
Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada”
(Anexo I ao CTB); a exceção é encontrada no art. 20, inc. III, do CTB,
que estabelece a possibilidade de aplicação de multa pela Polícia
Rodoviária Federal, que não é órgão ou entidade executivo de trânsito
(pelo menos não nos termos empregados pelo legislador quando do uso
dessa expressão) e, por isso, não possui em seus quadros quem
detenha o título de Autoridade de Trânsito.
A segunda diferença diz respeito à natureza e à finalidade de
umas e de outras. Nas penalidades sobressai a natureza
eminentemente punitiva, sendo sua finalidade precípua a imposição de
um ônus qualquer à pessoa do infrator, visando a desencorajar não só o
infrator, como outros condutores, a reincidir na conduta que a gerou. Já
as medidas administrativas caracterizam-se por possuírem natureza
acessória em relação à penalidade, no sentido de que a maior parte
delas constitui verdadeiro ato preparatório para a futura aplicação de
uma penalidade (o recolhimento da CNH prepara a suspensão do direito
de dirigir, a remoção do veículo ao depósito prepara a apreensão etc.).
Ademais, têm por principal finalidade a eliminação de um entrave à livre
circulação de veículos e pedestres ou à segurança viária, como se vê,
facilmente, em relação à remoção de um veículo que esteja estacionado
em local proibido, ao transbordo de excesso de carga etc.
Por fim, cabe apenas destacar a infelicidade do legislador em
adotar a expressão medidas administrativas, na medida em que as
penalidades também são, num sentido amplo, medidas administrativas,
vale dizer, atos administrativos, fator que pode vir a criar confusões ou
equívocos, como o de afirmar que as penalidades são atos de outra
natureza que não a administrativa.
Iniciaremos o estudo pelas Medidas Administrativas, invertendo
a ordem prevista no CTB, não só por uma questão lógica, pois, como se
viu acima, muitas medidas administrativas são atos preparatórios de
penalidades, como também em função de que as Policial Militar, Agente
da Autoridade de Trânsito, só é dado aplicar medidas administrativas,
sendo-lhe vedado aplicar penalidades.

Medidas administrativas.

Definição: É um ato administrativo, de cunho operacional,


realizado , tanto pelo policial militar, como pelo dirigente do Órgão
Executivo de trânsito. São só as previstas no Art 269 do CTB. Tanto a
Autoridade de trânsito, quanto seus agentes podem executá-las.

De acordo com o art. 269 do CTB são medidas administrativas:

• A retenção do veículo;
• A remoção do veículo;
• Recolhimento do CLA;
• Recolhimento do CRV;
• Recolhimento da CNH;
• Recolhimento da PPD;
• Transbordo do excesso de carga;
• A realização de teste de dosagem de alcoolemia, perícia de
substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica
• Recolhimento de animais soltos

a. Retenção

A retenção está prevista no art. 270 do CTB e é aplicada, regra


geral, para casos em que a infração relaciona-se a uma irregularidade
qualquer encontrada no veículo, de maneira a permitir, quando possível,
que tal irregularidade seja sanada e, assim, que o veículo seja liberado o
mais rápido possível, ainda no local da infração, apenas com a adoção
de medidas relativas à lavratura do auto de infração, nos termos do § 1.º
do citado artigo.
Quando, porém, a irregularidade não puder ser sanada no
local, ainda assim o veículo poderá (leia-se, deverá) ser liberado no
local, a um condutor habilitado (que, obviamente, poderá ser aquele
mesmo que o conduzia quando do cometimento da infração),
procedendo-se, neste caso, além da lavratura do auto de infração, ao
recolhimento do CLA (Certificado de Licenciamento Anual), mediante
CRR (Certificado de Recolhimento e Remoção, antigo CR),tudo de
acordo com os §§ 2.º e 3.º.
Atente-se para o fato que essa medida não se confunde com a
penalidade de remoção, sendo incorreto realizar remoção de veículo ao
depósito, como intuito de aplicação de penalidade de apreensão do
veículo, em situações nas quais só esteja prevista a possibilidade de
aplicação da medida administrativa de retenção.
O único caso em que essa medida “transforma-se”, por assim
dizer, em penalidade de apreensão, foi previsto no § 4.º do art. 270,vale
dizer, quando não comparecer ao local condutor habilitado para a
retirada do veículo. Por se tratar de medida que importa em restrição de
direitos, é incabível aplicar-se a esse dispositivo uma interpretação
elástica, seja por analogia ou mesmo por extensão, de maneira a
estendê-la a outras situações, mesmo quando isso se mostre lógico e
adequado. Não se deve esquecer que o administrador, em todos os
seus atos, submete-se a um princípio inafastável, que é o princípio da
legalidade.
Infelizmente, essa circunstância conduz a dificuldades
intransponíveis, como no caso em que se constate o não portar CLA,
caso em que, de acordo como art. 232, haveria de se aplicar a medida
administrativa de retenção; pense-se, porém, no caso de não ser
possível providenciar-se o saneamento da irregularidade, ou seja, a
apresentação do CLA. De acordo com o art. 270, o veículo deverá ser
retirado por um condutor habilitado, recolhendo-se o CLA. Ora, como
fazê-lo, se a medida está sendo adotada exatamente porque falta o
CLA? Nesse caso o condutor acabará sendo liberado sem que se
recolha o CLA, pois qualquer outra medida, em especial a remoção do
veículo ao depósito fixado pela Autoridade para apreensão, violaria o
princípio da legalidade.

b. remoção do veículo

A remoção do veículo é medida disciplinada no art. 271 do CTB


e pode ocorrer como medida administrativa isolada, geralmente
associada às infrações de estacionamento e ou parada, ou como
medida administrativa adotada como verdadeira medida preparatória e
assecuratória da penalidade de apreensão do veículo, a ser aplicada
pela autoridade de trânsito. Em ambos os casos, o veículo deverá ser
encaminhado a um depósito previamente fixado pela Autoridade de
Trânsito, de lá só podendo sair depois de quitados os débitos relativos à
multas (somente as já líquidas e certas, excluindo-se as pendentes de
recurso, diga-se de passagem), taxas e despesas com remoção e
estada, conforme preceitua o p. único do citado dispositivo, a despeito
de haver posições, na doutrina, condenando a exigência do pagamento
de multas.
Considerando que o intuito da medida, no caso de ter sido ela
aplicada isoladamente, é apenas o de promover a eliminação de uma
interferência à livre circulação de veículos, se o condutor chega a tempo
e se propõe a retirá-lo incontinente, deve-se adotar esse procedimento
em detrimento do guinchamento, havendo até mesmo decisões judiciais
considerando que o contrário, vale dizer, a insistência em guinchá-lo
mesmo quando possível ainda a remoção pelo condutor, constitui
medida abusiva (v. HC 63.065 – TJSP).

c. recolhimento do cla

Previsto no art. 274, o recolhimento do CLA é medida que, no


mais das vezes, associa-se, na condição de ato preparatório, à
penalidade de apreensão do veículo, ou como medida complementar à
retenção do veículo (vide item 1.1.1 acima).
Nos dois casos o CLA recolhido (e não apreendido, ressalte-
se), deverá ser encaminhado à Divisão de Fiscalização do DETRAN,
para as demais providências legais.

d. recolhimento da cnh ou da ppd

Essa medida foi imaginada pelo legislador como ato


preparatório e assecuratório da aplicação da penalidade de suspensão
do direito de dirigir, estando a essa associada na quase totalidade dos
casos em que sua aplicação é prevista.
No entanto, em função inicialmente da Deliberação n.º 4/98, do
CETRAN, depois substituída pela de n.º 199/00, tal medida encontra-se
com sua aplicação suspensa, uma vez que a sua aplicação imediata,
pelo Policial Militar, no momento mesmo em que detecta o cometimento
da infração, traria como conseqüência a impossibilidade de que o
condutor possa exercer o direito de dirigir um veículo, qualquer que seja.
Esse efeito é em tudo idêntico ao da penalidade de suspensão do direito
de dirigir, cuja aplicação, nos termos do art. 265, dependem de que se
possibilite, ao infrator, o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Ora, diante disso não seria, de fato, lógico aplicar o recolhimento da
CNH ou da PPD sem possibilitar ao infrator o exercício dos direitos à
ampla defesa e ao contraditório.
As únicas exceções dão-se no caso de suspeita de
autenticidade do documento que, aliás, por envolver a prática, in tese,
de um delito, exigirá o registro dos fatos no DP, ocasião em que,
geralmente, procede-se à apreensão por ato do Delegado, com base no
art. 6.º do CPP, e também no caso de exame médico vencido há mais
de trinta dias, pois, nesse caso, o direito de dirigir pereceu juntamente
com o termo final do exame médico, não havendo, assim, qualquer
direito que possa ser objeto de restrição via recolhimento da CNH ou
PPD.
e. recolhimento do cr

Prevista no art. 273, essa medida é de difícil aplicação, antes


de tudo porque o CR não é documento de porte obrigatório. Ainda que
seja portado inadvertidamente pelo proprietário ou condutor, o
recolhimento quase nunca se dará, uma vez que o primeiro caso
(suspeita quanto à autenticidade) enseja medidas de registro de polícia
investigativa, ocasião em que a lógica indica a realização de apreensão
do CR pelo Delegado, para a realização do exame documentoscópico;
por outro lado, nos demais casos, tratam-se de infrações de difícil
constatação pelo PM (arts. 233 cc 273, II; 240; e, 243).

f. transbordo do excesso de carga

Trata-se de medida disciplinada noa art. 275, cuja


aplicabilidade fica restrita aos acasos dos inc. V e X do art. 231 do CTB,
vale dizer, aos casos de transporte de carga com peso excessivo e
excedendo a capacidade máxima de tração.

g. realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de


substância entorpecente

Antes de tratar dessa medida administrativa de maneira


específica, é oportuno comentar alguns aspectos que permeiam a
questão de sua aplicação.
De uma maneira geral, qualquer infração de trânsito, para ser
objeto de autuação e posterior adoção de penalidades, precisa ser
comprovada. Nos termos do art. 280, § 2.º, essa comprovação poderá
dar-se “por declaração da Autoridade de Trânsito ou de seus
agentes, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual,
reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente
disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN”. Saber qual
método poderá ser empregado para cada caso dependerá da análise da
existência de norma específica pelo CONTRAN: se, para aquele
determinado caso que se analisa existir uma norma do COTRAN
(resolução) estabelecendo um modo especial de constatação da prática
da infração, então somente esse modo especial poderá ser utilizado, em
detrimento, até mesmo, da declaração da Autoridade ou de seus
agentes; se, por outro lado, nada existir em relação a formas específicas
de constatação da infração, estar-se-á diante de uma situação na qual a
mera declaração do agente de fiscalização já é suficiente para a
comprovação da prática da infração.
No caso da infração descrita no art. 165, vulgarmente chamada
de embriaguez ao volante, mas cuja denominação correta é direção sob
efeito do álcool ou substância de efeitos análogos, o CONTRAN
estabeleceu, por meio da Resolução do CONTRAN n.º 81/98, métodos
específicos de detecção da infração, até porque o legislador, ao dispor
que a infração só ocorreria quando o condutor tivesse, em seu
organismo, uma quantidade de álcool superior a 6 (seis) decigramas
(dg) por litro de sangue, acabou por determinar a necessidade de
processos muito precisos de medição, afastando a possibilidade de
verificação por meio de simples observação do agente.
Um desses processos é o chamado teste em aparelho de ar
alveolar (bafômetro), que vem a ser a medida administrativa de cuja
análise cuidamos no momento. O equipamento em uso no CPTran é o
Intoxylizer 400, devidamente homologado pelo CONTRAN e que
apresenta os resultados em gramas de álcool por litro de sangue.
Portanto, cuidado! Existirá a infração quando, utilizando esse
equipamento, ele apresentar, em seu display, um valor superior a 0,60,
pois 6 dg = 0,6 g.
Há um outro aspecto para o qual se deve chamar a atenção.
Embora haja quem entenda ser possível obrigar o infrator a submeter-se
ao teste do bafômetro, pois nesse sentido é o teor do art. 277 do CTB, o
fato é que vem prevalecendo, na doutrina, o entendimento segundo o
qual o estabelecimento dessa obrigação viola o princípio,
constitucionalmente protegido, previsto na alínea g, do n.º 2., do art. 8.º,
do Pacto de São José da Costa Rica, de que ninguém poderá ser
obrigado a produzir prova contra sí mesmo. Mesmo entendendo que
esse princípio tem conduzido a situações que convencionamos chamar
de hipocrisia legal, tem-se seguido esse pensamento durante as ações
de fiscalização de veículos e condutores, não obrigando ninguém se
submeter ao bafômetro.

h. realização de exames de aptidão física, mental etc.

Trata-se de medida administrativa praticada exclusivamente


pela Autoridade de Trânsito dos órgãos e entidades executivos de
trânsito dos Estados (DETRANS), diretamente ou por meio de suas
CIRETRANs (quando existirem), de maneira que não é necessário
qualquer comentário sobre como se processam, ao menos neste
trabalho, dada a sua proposta.

2. Penalidades.

Definição: É um ato administrativo, de cunho cartorário,


necessariamente tem de ser observado os princípios constitucionais
relacionados ao processo, quais sejam, dentre outros, o devido
processo legal, o contraditório e a ampla defesa. São só as previstas no
Art 256 do CTB. São exclusivas da Autoridade de trânsito.
De acordo com o art. 256 do CTB são penalidades de trânsito:
• Advertência por escrito;
• Multa;
• Apreensão do veículo;
• Suspensão do direito de dirigir;
• Cassação da CNH;
• Cassação da PPD; e,
• Freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
Uma vez que, como já se definiu no início deste capítulo, as
penalidades são aplicadas, regra geral, pela Autoridade de Trânsito, os
comentários, neste trabalho, em relação a elas, serão extremamente
resumidos, cuidando apenas de alguns aspectos que podem repercutir
na ação do PM.

a. advertência por escrito

Veja-se que, pelas razões acima enunciadas, a advertência


que, aliás, só existe na forma escrita, é penalidade e, como tal, só
poderá ser aplicada pela Autoridade de Trânsito, sendo inconsistente,
do ponto de vista legal, o argumento do PM de que não autuou este ou
aquele veículo porque preferiu advertir o condutor. Embora seja
procedimento que tenha na pessoa do eminente Des. Geraldo de Faria
Lemos Pinheiro um seu defensor, não há previsão legal, donde decorre
que o PM não poderá deixar de autuar sob pretexto de que advertiu o
condutor.

b. multa

É pena pecuniária que se impõe ao condutor ou ao proprietário,


de acordo com as regras do art. 257 do CTB, de maneira que o PM não
multa ninguém, e sim autua alguém. Seus valores são fixados em
correspondência à gravidade da infração, segundo as regras
estabelecidas no art. 258 (gravíssima = R$191,54, Grave = R$127,69,
Média = R$85,13 e Leve = R$53,20) sendo certo que, em alguns casos,
esses valores podem ser multiplicados por três ou por cinco (vg. Arts.
165, 193, 218, inc. I, “b)” etc.). Nota, vide Res 136 do CONTRAN.

c. apreensão do veículo

A seguir as normas do CTB, bem como da Resolução do


CONTRAN n.º 53/98, que dispõe sobre os critérios apara aplicação
dessa penalidade, a apreensão de um veículo deveria dar-se por prazo
certo, fixado pela Autoridade de Trânsito no ato de imposição da
penalidade, de acordo com os limites do art. 3.º dessa resolução.
No entanto, na prática, isso não vem ocorrendo, de maneira
que o órgão executivo de trânsito do Estado, que é quem tem a
competência para a aplicação dessa penalidade, pode ser acusado de
abuso. Nesse passo, há que se cuidar para que uma autoridade Policial
Militar não venha a ser também envolvida nessa questão, pois muitas
“apreensões” dão-se nos pátios das Cias, sem observância das
formalidades legais.

d. suspensão do direito de dirigir

Os limites para aplicação dessa penalidade, bem como seu


processo, estão previstos na Resolução do CONTRAN n.º 54/98.
Surpreender alguém que esteja conduzindo veículo enquanto
em vigor essa penalidade implica cometimento da infração do art. 162,
inc. II, do CTB e crime do art. 307 do CTB (Obs.: para parte da doutrina,
só haveria o crime quando a suspensão tivesse sido determinada pela
Autoridade Judicial, com base no art. 292 do CTB) podendo haver
concurso com o art. 309 do ctb, caso haja perigo de dano.

e. cassação da cnh ou da ppd

Consiste na perda do direito de dirigir, por um prazo de dois


anos, após os quais o infrator poderá requerer sua reabilitação, nos
termos do art. 263.

f. freqüência obrigatória em curso de reciclagem

Suas regras estão no art. 268 do CTB e na Resolução do


CONTRAN n.º 58/98.

3º Sgt PM SILLOS
Prontidão Amarela
PB Vila Mariana – SP.

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