0 Bewertungen0% fanden dieses Dokument nützlich (0 Abstimmungen)
775 Ansichten6 Seiten
O parecer jurídico analisa o caso de uma mulher que teve o atendimento médico negado em um hospital público sob a justificativa de superlotação. O parecer conclui que houve violação dos direitos constitucionais à saúde e à vida da mulher e que a lei estadual que autorizava tal negação de atendimento deve ser revogada por ser inconstitucional.
O parecer jurídico analisa o caso de uma mulher que teve o atendimento médico negado em um hospital público sob a justificativa de superlotação. O parecer conclui que houve violação dos direitos constitucionais à saúde e à vida da mulher e que a lei estadual que autorizava tal negação de atendimento deve ser revogada por ser inconstitucional.
O parecer jurídico analisa o caso de uma mulher que teve o atendimento médico negado em um hospital público sob a justificativa de superlotação. O parecer conclui que houve violação dos direitos constitucionais à saúde e à vida da mulher e que a lei estadual que autorizava tal negação de atendimento deve ser revogada por ser inconstitucional.
VIOLAO DE DIREITOS; DIREITO VIDA; DIREITO SADE; INCONSTITUCIONALIDADE; REVOGAO DE LEI ESTADUAL; QUEBRA DA SOBERANIA CONSTITUCIONAL.
3. RELATRIO
A requerente procurou nosso escritrio em virtude de lhe haver sido
negado o direito de usufruir dos servios de sade pblica no Hospital Onofre Lopes, na data correspondente a 12/02/2014, aps ter sentido dores fortssimas no peito, que a incomodou ao ponto de buscar auxlio mdico. Na oportunidade foi informada que o hospital estava com sua capacidade excedida e mandada de volta para casa, sem ter tido um mnimo de prestao de sade digna. Tomando conhecimento mais tarde de uma lei estadual esdrxula, aprovada recentemente, autorizando a negativa da prestao de sade naquelas condies. Esse motivo nos faz crer que houve dissonncia do ato com diversos dispositivos legais que asseguram o direito a sade e consequentemente a prestao mdica, e tendo em vista que vrias leis constitucionais foram feridas, tambm houve a quebra da supremacia constitucional na medida da aprovao estadual da lei que regulamenta a conduta prestada.
4. FUNDAMENTAO
4.1- Estabelece o ordenamento jurdico ptrio:
Art. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio. Art. 24. XII. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XII- previdncia social, proteo e defesa da sade; Art. 34. VII. E) A Unio no intervir nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII- assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais: e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social. Art. 196. A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao. Alm de todos os artigos da constituio citados que garantem como direito social e inviolvel a sade, e tambm a responsabilizao das autoridades competentes na garantia do exerccio subjetivo e objetivo dos direitos. A ausncia dessa garantia ainda culminar na transgresso do direito fundamental vida, motivado pelo risco eminente ao deixar de prestar servio de sade. Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes.
Artigos esses que esto de acordo com o Art. 25 da declarao universal
dos direitos humanos: Toda a pessoa tem direito a um nvel de vida suficiente para lhe assegurar e sua famlia a sade e o bem-estar, principalmente quanto alimentao, ao vesturio, ao alojamento, assistncia mdica e ainda quanto aos servios sociais necessrios, e tem direito segurana no desemprego, na doena, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistncia por circunstncias independentes da sua vontade.
Ainda em face da ausncia do atendimento devido, aduz o CP - Decreto
Lei n 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 : Art. 135 - Deixar de prestar assistncia, quando possvel faz-lo sem risco pessoal, criana abandonada ou extraviada, ou pessoa invlida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou no pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pblica:
Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.
Pargrafo nico - A pena aumentada de metade, se da omisso resulta leso
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Condicionamento de atendimento mdico-hospitalar emergencial (Includo pela
Lei n 12.653, de 2012).
Acrescentando ainda mesmo com matria no jurdica, mas que esclarece a
negativa de atendimento. O cdigo de tica mdica no seu art.58 deixa claro: vedado ao mdico, deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em caso de urgncia.
TRATAMENTO MDICO-HOSPITALAR EM REDE PARTICULAR. PEDIDO SUBSIDIRIO NA FALTA DE LEITO NA REDE PBLICA. GARANTIA DE EFETIVIDADE DA TUTELA JUDICIAL. 1. No h violao ao art. 535 do CPC quando a prestao jurisdicional dada na medida da pretenso deduzida e a deciso est suficientemente fundamentada. 2. O direito sade, como consectrio da dignidade da pessoa humana, deve perpassar todo o ordenamento jurdico ptrio, como fonte e objetivo a ser alcanado atravs de polticas pblicas capazes de atender a todos, em suas necessidades bsicas, cabendo, portanto, ao Estado, oferecer os meios necessrios para a sua garantia. 3. Uma vez reconhecido, pelas instncias ordinrias, o direito a tratamento mdico-hospitalar na rede pblica de sade, o resultado prtico da deciso deve ser assegurado, nos termos do artigo 461 , 5 , do CPC , com a possibilidade de internao na rede particular de sade, subsidiariamente, na hiptese de lhe ser negada a assistncia por falta de vagas na rede hospitalar do SUS. Recurso especial provido.
STF - ARE 1 RS (STF)
Data de publicao: 16/10/2013
Ementa: EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinrio com agravo.
Direito sade. Portador de doena grave. Determinao para que o Estado fornea fraldas descartveis. Possibilidade. Caracterizao da necessidade. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. O Poder Judicirio, em situaes excepcionais, pode determinar que a Administrao Pblica adote medidas concretas, assecuratrias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais, como o caso da sade.
STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 550530 PR (STF)
Data de publicao: 15/08/2012
Ementa: Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MUNICPIO. CIRURGIA.
DIREITO SADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O recurso extraordinrio, ao alegar que o acrdo recorrido ofende o preceito do art. 198, versa questo constitucional no ventilada na deciso recorrida e que no foi objeto de embargos de declarao, faltando-lhe, pois, o indispensvel prequestionamento (Smulas 282 e 356). O acrdo impugnado, ao garantir o acesso da agravada, pessoa de insuficientes recursos financeiros, a tratamento mdico condigno ao quadro clnico apresentado, resguardando-lhe o direito sade, decidiu em consonncia com a jurisprudncia desta Corte sobre o tema. Precedentes. Consolidou-se a jurisprudncia desta Corte no sentido de que, embora o art. 196 da Constituio de 1988 traga norma de carter programtico, o Municpio no pode furtar-se do dever de propiciar os meios necessrios ao gozo do direito sade por todos os cidados. Se uma pessoa necessita, para garantir o seu direito sade, de tratamento mdico adequado, dever solidrio da Unio, do estado e do municpio providenci-lo. Precedentes. Agravo regimental desprovido. Encontrado em: DO PARAN. AUTARQUIA MUNICIPAL DE SADE - AMS. MRCIA NAKAGAWA RAMPAZZO. MINISTRIO PBLICO DO ESTADO
STJ - EMBARGOS DE DECLARAO NO AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA EDcl no AgRg no RMS 40327 RO 2013/0000963-0 (STJ)
Data de publicao: 05/12/2013
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAO. ART. 535 DO
CPC . VCIO INEXISTENTE. REDISCUSSO DA CONTROVRSIA. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO SADE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA DOS ENTES FEDERATIVOS. 1. Hiptese em que se negou provimento ao recurso, uma vez que o STJ reconhece a legitimidade de Secretrio de Sade de Estado para figurar no polo passivo de Mandado de Segurana impetrado com a finalidade de obter medicamento, por considerar sobretudo a relevncia do bem jurdico sob risco. Dessa forma, a direo do Sistema nico de Sade, no mbito estadual, compete Secretaria de Sade, nos termos do art. 9 , II , da Lei 8.080 /1990. Assim, caso exista alguma omisso quanto proteo da sade das pessoas pelo ente federativo, cabe autoridade responsvel por aquele rgo desfazer a possvel ilegalidade 2. A Turma desproveu o apelo com base em motivao clara e suficiente, inexistindo omisso, contradio ou obscuridade no acrdo embargado. 3. Os argumentos do embargante denotam mero inconformismo e intuito de rediscutir a controvrsia, no se prestando os Aclaratrios a esse fim. 4. Embargos de Declarao rejeitados.
5. CONCLUSO
Ante o exposto, opino pela quebra da supremacia constitucional pela clara
dissonncia do ato prestado em favor aos diplomas legais abordados, tendo conscincia do carter garantidor e soberano das leis constitucionais infringidas. A lei estadual recentemente aprovada que legitima a autorizao de negativa ao atendimento em condies de superlotao dever ser revogada por incompatibilidade material com a constituio, sendo assim matria inconstitucional. o parecer, salvo melhor juzo.