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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

GEOLOGIA DO BRASIL E DO ESTADO DE SÃO PAULO

Patrícia Doneda Rodrigues


Renata Maldonado
Ricardo Augusto Cintra
Ricardo Augusto Kolbe
Raphael Henry
Daniel Camacho
Diego Vilasboa Melo
???????
Bases Geológicas Brasileiras

A história do planeta divide-se em eras geológicas, períodos, épocas e idades, não sendo
proporcional à duração entre elas.

No Brasil, as eras geológicas ocorreram na seguinte escala, da mais recente à mais antiga:
Cenozóica, Mesozóica, Paleozóica e Proterozóica.

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Tempo decorrido Características no
Eras Períodos Características Gerais
(1.000 anos) Brasil
Quaternário Sedimentação da Caracterização das
Holoceno 11 1.000 Amazônia, Pantanal formas de relevo atuais.
Pleistoceno e Litoral. Grandes Aparecimento do
abalos tectônicos. homem e das atuais
Terrenos na formas de vida.
Amazônia, rio Configuração dos atuais
Parnaíba e litoral do oceanos e continentes.
Nordeste. Grandes Enrugamentos alpinos e
migrações de formação das grandes
animais. montanhas atuais.
Extinçao dos répteis
gigantescos e
Cenozóica desenvolvimento
Terciário Plioceno excepcional dos
12.000 23.000
Mioceno mamíferos.
35.000 55.000
Oligoceno Eoceno Desenvolvimento de
plantas semelhantes às
que atualmente
conhecemos. Formação
das cadeias
montanhosas da
atualidade (Alpes,
Andes, Rochosas,
Himalaia, Atlas e da
África Oriental).
Formação de bacias Intenso trabalho de
do Paraná-Uruguai, erosão e sedimentação.
Tocantins-Araguaia e Erupções vulcânicas
São Francisco. em muitos pontos da
Formação de Terra. Desenvolvimento
desertos no planalto excepcional dos
Meridional. Derrame moluscos e répteis
de lava (deserto de gigantescos. Primeiros
Botucatu). mamíferos e aves. A
Secundário
135.000 180.000 divisão em dois do
Mesozóica Cretáceo
220.000 continente de
Jurássico Triássico
Gondwana (Afro-
Brasileiro e Áustralo-
Indo-Malgaxe). No
hemisfério norte forma-
se o continente
Atlântico Norte e
também o Sino-
Siberiano, a partir do
continente Laurásia.
Primário Superior 270.000 350.000 Intensa erosão dos Rochas metamórficas e
Permiano terrenos brasileiros sedimentares.
Carbonífero Início da formação Desenvolvimento
Primário Médio 400.000 430.000 das grandes bacias notável da vida,
Devoniano sedimentares principalmente no mar.
Siluriano brasileiras com a Na terra aparecem
acumulação de invertebrados e
sedimentos entre gigantescas florestas. A
nossos escudos e parte sólida do planeta
núcleos. O continente dividia-se em cinco
americano fazia parte continentes: Gondwana,
Paleozóica
do gigantesco Algonquiana, Angara,
continente Terra Escandinava e
Primário Inferior gondwânico. Grandes Terrínia. Diastrofismos e
Ordoviciano 490.000 600.000 abalos orogênicos orogênese (movimentos

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Estruturas Geológicas

As estruturas geológicas existentes atualmente refletem, sem dúvida alguma, o processo


geológico que as originaram – daí a importância da noção de tempo profundo para seu
entendimento. São três os tipos encontrados: escudos cristalinos, bacias sedimentares e
dobramentos modernos.
Os escudos cristalinos (ou embasamento cristalino ou escudos pré-cambrianos) equivalem, em
termos mais visíveis, aos planaltos e maciços erodidos pelas forças da natureza através dos
tempos. Formam os embasamentos fundamentais das terras emersas e são, na verdade, os
dobramentos antigos originados pelos choques entre os primeiros continentes na formação da
Pangéia durante o Período Pré-Cambriano. É o resultado da solidificação de material magmático
e da ascensão de rochas plutônicas à superfície (rochas magmáticas consolidadas a grandes
profundidades e sob intensa pressão). Além desse tipo de rochas, há também a presença de
rochas metamórficas bastante antigas, como por exemplo, o gnaisse. Também abrigam grandes
reservas de minerais metálicos.
As bacias sedimentares são provenientes da combinação entre erosão e processos acumulativos
de segmentos (acumulação ou sedimentação), sendo hoje conhecidas como as planícies fluviais
e litorâneas. Podem ter tanto formações antigas, datadas do Paleozóico e do Mesozóico, como
também mais recentes, datadas do Cenozóico, Terciário e Quaternário. Sua composição consiste
em camadas de sedimentos sobrepostas, sendo que as mais profundas são mais antigas e as
mais superficiais mais novas. São nessas camadas que os fósseis animais e vegetais são
encontrados. Em sua maioria, são compostas de rochas inorgânicas; entretanto, existem aquelas
que são compostas por rochas orgânicas, onde estão situadas as jazidas de carvão, petróleo e
gás natural.

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Figuras 8 – Esquema da formação
de bacias sedimentares

Os dobramentos modernos, por sua vez, tiveram origem no entrechoque de placas em recentes
acomodações tectônicas do final da era Mesozóica e durante o Período Terciário da Era
Cenozóica. Correspondem às altas cadeias montanhosas de hoje, região onde se localizam boa
parte dos vulcões existentes, grandes falhamentos e fraturas da crosta, estas freqüentemente
abaladas por movimentos sísmicos.
É muito comum a associação entre morfologia e geologia de um local, e é verdade que os dois
ramos de estudo estão intimamente interligados; porém é necessário entender que, apesar de
tudo, são duas coisas bastante diferentes. Para facilitar o entendimento da geologia de um
terreno, é inevitável fazer alusão ao seu relevo, que é muito mais fácil de visualizar e, assim,
exemplificar o assunto discutido.

Geologia do Brasil
O Brasil está totalmente contido na Plataforma Sul-Americana, cujo embasamento de evolução
geológica é muito complexo, remontando à era Arqueano. Teve a sua consolidação completada
entre o período Proterozóico Superior e o início do período Paleozóico, com o encerramento no
ciclo Brasiliano.

Escudos
Cristalinos
Bacias
Sedimentares

O embasamento da Plataforma Sul-Americana acha-se essencialmente estruturado sobre rochas


metamórficas de fácies anfibolito a granutlito e granitóides de idade arqueana, associado às
unidades proterozóicas que são representadas por faixas de dobramentos normalmente de fácies
xisto-verde e coberturas sedimentares e vulcânicas, pouco o nada metamorfizadas e diversos
granitóides.
Esse embasamento acha-se extensamente exposto em grandes escudos, separados entre si por
coberturas fanerozóicas, cujos limites se estendem aos países vizinhos. Destacam-se os escudos
das Guianas, Brasil Central e Atlântico.
O escudo das Guianas compreende o norte da bacia do Amazonas. O escudo do Brasil-Central,
ou Guaporé, estende-se pelo interior do Brasil e sul dessa bacia, enquanto o escudo Atlântico

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expõe-se na porção oriental atingindo a borda atlântica. Esses escudos estão expostos em mais
de 50% da área do Brasil.
Sobre essa plataforma desenvolveram-se no Brasil, em condições estáveis de ortoplataforma, a
partir do Ordoviciano-Siluriano, as coberturas sedimentares e vulcânicas que preencheram
espacialmente três estensas bacias com caráter de sinéclise: Amazonas, Paraíba e Paraná. Além
dessas bacias, diversas outras bacias menores, inclusive bacias costeiras e outras áreas de
sedimentação ocorrem expostas sobre a plataforma.

Geomorfologia do Brasil
O relevo do Brasil, de acordo com a classificação de Aziz Ab’Saber, é dividido em duas grandes
áreas de planalto e três de planície, a saber:
• Planalto das Guianas, abrangendo a região serrana e o Planalto Norte Amazônico.
Localizado no extremo norte do país, é parte integrante do escudo das Guianas,
apresentando rochas cristalinas do período Pré-Cambriano. É nessa área que se situa o
pico culminante do Brasil - Pico da Neblina, com altitude de 3.014 m.
• Planalto Brasileiro, subdividido em Central, Maranhão-Piauí, Nordestino, serras e planalto
do Leste e Sudeste, Meridional e Uruguaio-Riograndense, é formado por terrenos
cristalinos bastante desgastados e por bolsões sedimentares. Localiza-se na parte central
do país, estendendo-se por grandes áreas do território nacional.
• Planícies e terras baixas amazônicas. Localizadas na Região Norte do país, logo abaixo
do Planalto das Guianas, apresenta três níveis altimétricos distintos - várzeas, constituídas
por terrenos de formação recente situadas próximo às margens dos rios; teços ou terraços
fluviais, com altitudes máximas de 30 m e periodicamente inundados; e baixos-planaltos ou
platôs, formados por terrenos de Terciário.
• Planície do Pantanal, localizada na porção oeste do estado do Mato Grosso do Sul e
sudoeste de Mato Grosso, é formada por terrenos do Quartenário.
• Planícies e terras baixas costeiras, acompanhando a costa brasileira do Maranhão ao sul
do país, é formada por terrenos do Terciário e por terrenos atuais do Quartenário.

Deve-se ressaltar que o relevo brasileiro não apresenta formação de cadeias montanhosas muito
elevadas, predominando altitudes inferiores a 500 m, uma vez que o mesmo se desenvolveu
sobre uma base geológica antiga, sem movimentações tectônicas recentes.

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Escudos Cristalinos
Os escudos cristalinos são as estruturas menos presentes em nosso território, constituindo cerca
de 36% do país. Separados em três grandes conjuntos, denominados Escudo das Guianas,
Escudo Brasil Central e Escudo Atlântico, são constituídos basicamente por rochas metamórficas
(gnaisses, micaxistos, mármores e quartzitos) e magmáticas (granitos e sienitos), em
determinadas regiões interceptados por falhas e fissuras na crosta terrestre que já estiveram
ativas em alguma época remota.
Uma parte desses escudos é constituída de núcleos estruturados no Arqueozóico (cerca de 32%
do nosso território), já sem movimentação orogenética (as placas movem-se horizontalmente e,
em um possível “cavalgamento”, formam dobramentos modernos) desde o fim dessa era, há mais
ou menos 2,5 bilhões de anos atrás. Tais núcleos são chamados de áreas cratônicas ou
simplesmente crátons, regiões antigamente propensas ao vulcanismo.
Durante a Era Proterozóica, houve intensa atividade tectônica no Brasil, quando então as áreas
próximas aos crátons existentes foram deformadas por orogênese, em um ciclo denominado
brasiliano, e deram origem a um sistema de dobramentos e vales falhados. Estas estruturas
representam os outros 4% dos escudos cristalinos presentes no país. O relevo, nestes casos, é
serrano. Apesar de serem em menor número, os escudos cristalinos dessa época são mais
importantes economicamente, uma vez que abrigam uma grande quantidade de jazidas de
minérios de ferro, manganês, chumbo e ouro, entre tantos outros.

Figura 10 – Serra da
Mantiqueira – Exemplo de
escudos cristalinos da era
Proterozóica

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Por serem constituídos de terrenos bastante antigos e erodidos pela ação das intempéries, os
escudos cristalinos brasileiros são em sua maioria representados por planaltos e cadeias
montanhosas, dentre os quais estão: o Planalto das Guianas, onde se encontra a serra da
Pacaima cuja base cristalina apresenta cobertura arenítica em forma tabular, com pequenas
elevações graníticas isoladas a oeste do vale do alto rio Negro; o Planalto Atlântico, formado por
rochas cristalinas e metamórficas, com destaque para o granito e para o gnaisse, onde a serra da
Mantiqueira é modelada sobre rochas proterozóicas (gnaisses, micaxistos, filitos, itabiritos) e
contém jazidas de vários minerais (ferro, bauxita, manganês, ouro, cobre, cassiterita, nióbio,
mármore, cristal de rocha, pedras preciosas, urânio, etc.); o Planalto do Meio-Norte, onde se
alternam camadas de arenitos e folhelhos; o Planalto Nordestino, constituído por afloramentos
dos escudos cristalinos compostos de rochas metamórficas e terrenos ricos em minerais raros e
radioativos (tantalita, berilo e urânio), onde há a existência de morros isolados, sedimentares ou
cristalinos na forma de inselbergs.

Figuras 11 – Morro do
Corcovado – Rio de Janeiro –
Estrutura constituída de
gnaisse (rocha metamórfica)

No Brasil, podem ser separados em quatro tipos geológicos de primeira ordem, cada um com
diferentes características; são eles: Complexos de Alto Grau, Seqüência de Xistos Verdes,
Escudos ou Complexos Gnáissicos-Granitóides e Faixas Vulcano-Sedimentares Dobradas e
Metamorfoziadas.

Complexo de Alto Grau (Cinturões Granulíticos)


São compostos por rochas do tipo metamórfico de fácies granulito oriundas da crosta inferior do
planeta (mais conhecida como SIMA), afloradas graças ao processo de choque e posterior
“cavalgamento” entre as plataformas durante o Arqueano. Por serem bastante dúcteis, durante
esse processo de deformação não ocorreram rupturas nas rochas – o que implicou na impressão
de foliação às rochas – mas observa-se nas proximidades das bordas que essa característica não
permaneceu, originando assim falhas e rupturas, por se tratar de um material mais rígido.
A unidade litológica mais representativa desse tipo de estrutura tem sua representação em rochas
de natureza anortosítica, charnoquítica, anfibolítica e ultrabásica, quinzigitos, etc. A presença de
feldspato, piroxênio ou anfibólios é muito comum, todos em tamanho uniforme e arranjo
homogêneo, o que confere à rocha uma composição granular bastante grossa e igualada.

Escudos Gnáissico-Granitóides de Médio Grau


São as estruturas mais básicas do planeta, oriundas da solidificação e resfriamento da superfície
terrestre nos primórdios, formando blocos de embasamento pré-cambriano. Assim, constituem
áreas extremamente estáveis, cujas bordas foram submetidas a diversas reativações das quais
surgiram faixas de dobramento de origem vulcânica e sedimentar.
Sua litologia é, predominantemente, composta de gnaisses, migmatitos e granitos, além de
algumas outras zonas formadas por xistos, quartzitos, anfibolitos, anatexitos, cataclasistos e
calcários.

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É interessante notar que na Amazônia, juntamente com esses escudos cristalinos, aparecem
formações originadas de depósitos de fossas tectônicas (riftes) datadas do Proterozóico Médio.

Seqüência de Xistos Verdes (Greenstone Belts)


Representantes das primeiras bacias sedimentares da história geológica do planeta, essas
seqüências são na verdade riftes que se romperam posteriormente a um endurecimento e
espessamento da crosta primitiva de maneira bastante rígida. Em comparação com as demais
estruturas, estendem-se por pequenas áreas, geralmente próximas a suturas datadas do
Arqueano e do Proterozóico Inferior. Apesar disso, assumem uma importância econômica muito
grande, uma vez que são nos Greenstone Belts que localizam-se várias jazidas minerais, dentre
ais quais podem destar-se ferro, manganês, amianto, níquel, cromo, cobre e ouro.
As rochas que compõem a estrutura são bandadas e xistosas, com predominância de filitos,
talco-xistos, anfibólio-xistos, clorita-xistos, gnaisses, granitos, metarenitos, metapelitos,
grauvacas, comglomerados, dolomitos, anfibolitos e metavulcânicas.

Faixas Vulcano-Sedimentares Dobradas e Metamorfizadas


Sua constituição é feita pelo preenchimento de bacias formadas ao longo das falhas existentes
nas bordas dos escudos cristalinos mais antigos através de material vulcano-sedimentar, que
posteriormente sofreram colisões, dobramentos e metamorfismo para então originar, por
orogênese, cadeias montanhosas.
Bastante extensas e expressivas, estão sempre associados às margens dos antigos blocos e às
fissuras que na área se encontram, formando cinturões de até 300 km de largura. As cadeias
montanhosas constituídas por esse tipo de estrutura são oriundas da reativação dos processos
de colisão das placas nessas fissuras. Sua constituição litológica varia muito de região a região e
podem englobar micaxistos, quartzitos, migmatigos, metarenitos, metapelitos, filitos, ardósias,
metaconglomerados, calcários, dolomitos, mármores, rochas calciossilicatadas, granitos e
anfibolitos, além de muitos outros.

Jazidas de minerais metálicos


São considerados minerais metálicos aqueles utilizados para obtenção de metais e podem ser
encontrados somente em escudos cristalinos, como já foi dito anteriormente, principalmente em
rochas magmáticas ou metamórficas. No Brasil existem diversas reservas espalhadas pelas mais
diversas regiões, mas vale a pena citar a maior de todas, localizadas na província do Xingu.

Figuras 12 – Grandes
concentrações de minerais
metálicos

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Bacias Sedimentares
As bacias sedimentares são as estruturas mais presentes dentro do território brasileiro (cerca de
64% do país) e tiveram sua formação originada durante o final da Era Proterozóica, mas
realmente consolidada na Era Paleozóica. As camadas de sedimentos estão dispostas
horizontalmente ou quase horizontalmente, o que aponta a ausência de movimentos tanto
orogenéticos quanto epirogenéticos em tempos antigos. Ocorrem tanto sobre a plataforma quanto
na região costeira (estas limitadas a estreitas faixas litorâneas que, mesmo sobre as plataformas
continentais, encontram-se submersas). Cada uma tem uma característica própria e diferente das
demais, resultado dos variados processos pelos quais as estruturas geológicas passaram ao
longo das eras.
Um deles foi o Período Devoniano na Era Paleozóica, quando várias porções do continente
primitivo da Gondwana ficaram submersas por grandes transgressões marinhas. Durante sua
extensão máxima, todas as bacias sedimentares brasileiras ficaram unidas pelo mar, ocorrendo
grande sedimentação marinha durante esse período. O soerguimento da plataforma onde se
encontra o Brasil no Período Terciário foi o responsável pelo recuo do mar para a configuração
atual.

Figuras 13 – Transgressão
marinha do período Devoniano

No final da Era Paleozóica ocorreu o ciclo continental, cujos sedimentos indicam a alternância
entre climas secos e úmidos. O deslocamento de Gondwana para latitudes mais altas do
Hemisfério Sul durante a segunda metade do Período Carbonífero e o Período Permiano
culminou em um clima mais frio e, por falta de evaporação, mais seco. Várias glaciações
aconteceram e recobriram florestas e pântanos de sedimentos, possibilitando a formação de
depósitos de carvão mineral e folhelho pirobetuminoso. As camadas de sedimentação
acumuladas por causa dessas glaciações contém tilitos, que são fragmentos de rochas de
diversos tamanhos e cores do cinzento ao azulado transportados pelas geleiras. Tais estruturas
podem ser encontradas na região Sul do Brasil, principalmente em São Paulo, no Paraná, em
Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

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Apesar de se encontrar sobre terrenos tectonicamente estáveis, já existiu no Brasil intensa
atividade vulcânica, como pode ser constatado na Bacia do Paraná (posteriormente serão citadas
características mais específicas). As camadas mais profundas são constituídas de arenito da Era
Paleozóica e do início da Era Mesozóica, quando se iniciou o ciclo de sedimentação. Sobre essa
camada de arenito são encontradas camadas de basalto de até 650m de espessura e de
diabásio, resultado da consolidação de material vulcânico da segunda parte do Mesozóico e dos
Períodos Jurássico e Cretáceo, quando lavas vulcânicas escaparam por fendas e fissuras por
causa da fragmentação de Gondwana. Também ocorreram derrames de lavas vulcânicas na
região de Araxá, Minas Gerais, devido à abertura de fraturas na crosta terrestre.

Figuras 15 – Derrames de Figuras 16 – Escultura em


lava na Bacia do Paraná arenito – Vila Velha – Paraná

São várias as bacias sedimentares existentes ao longo do território brasileiro, de datações e, por
conseqüência, características bastante diversificadas. São elas a Bacia do Amazonas, Bacia do
Alto Tapajós, Bacia Parecis-Alto Xingu, Bacias do Parnaíba e recôncavo-Tucano, Bacia do Paraná
e Bacias Costeiras.

Bacia do Amazonas
É basicamente composta por sedimentos de duas épocas distintas, porém mais antigas:
Paleozóica e Mesozóica a Terciária. Sua constituição é bastante diversificada e varia de região
para a região, englobando arenitos, siltitos, folhelhos, conglomerados, calcários, dolomitos,
evaporitos, grauvacas e argilitos.

Bacia Alto Taparjós


As rochas sedimentares que compõem essa bacia se formaram durante o período Paleozóico e
são constituídas de arenitos, arcósios, siltitos, folhelhos, argilitos, calcários, brechas e diamictitos.

Bacia Parecis-Alto Xingu


Sua constituição é composta por seqüências de diversos materiais, dentre os quais é possível
citar arenitos, conglomerados, siltitos e argilitos, de idade principalmente paleozóica, mas também
cretáceos.

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Bacia do Parnaíba e Recôncavo-Tucano
Essa bacia se estende por longas áreas, datadas do período devoniano. Dentre as diversas
formações que nela existem e seus tantos componentes, merecem destaque arenitos,
conglomerados, siltitos, folhelhos, calcários com nível de sílex e arenitos com níveis de
evaporitos, arenitos eólicos finos (que ocupam grandes trechos), margas, afgilitos, além de uma
grande parte de sua área capeada por basalto.

Bacia do Paraná
É a maior bacia intercratônica conhecida, englobando não só uma grande parte do território
brasileiro como também regiões de diversos outros países vizinhos, como Argentina, Paraguai e
Uruguai. Sua constituição é predominantemente basáltica, além de camadas constituídas por
arenitos grosseiros, conglomerados, siltitos siluro-devonianos, siltitos, folhelhos, arenitos finos,
diamicitos, arcósio, varvitos, tilitos e lamitos, podendo ser encontrado também resquícios de eras
glaciais ocorridas durante o Permo-Carbonífero. Salienta-se que as composições variam de
acordo com a região e com a idade de sua formação.
Dentre os diversos eventos ocorridos no passado remoto e que influenciaram a geologia da
região podem ser citados glaciações dos mais variados graus, mudanças do nível do mar e
deformações provenientes de orogenia andina quando se tratando do Paleozóico e mudanças de
climas, aberturas de oceanos e deriva continental quando se tratando de Mezozóico.

Bacias Costeiras
Encontram-se submersas sobre a plataforma continental e tem constituição associada de
depósitos em continente para seqüências de lago, golfo e marinhas, representadas por calcários,
vazas, argilitos e evaporitos, sendo assentadas sobre rochas basálticas.
Ainda é possível apontar a existência de depósitos bem mais recentes, datados dos períodos
Terciário e Quaternário. No primeiro caso, pode-se dizer que são depósitos de sedimentos
provenientes das rochas sedimentares existentes nas Bacias, oriundos da erosão provocada
pelos rios. Configuram, genericamente, uma fina camada de siltes, areias e argilas, além de
cascalhos, não sendo comum sua representação em mapas regionais apesar de existirem em
grandes quantidades nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Nas regiões Sul e Sudeste são
bem menos expressivas, merecendo destaque apenas no caso em que haja a construção de
cidades importantes sobre as estruturas, como é o caso de São Paulo e de Curitiba.
O segundo caso trata de depósitos de idades bem mais recentes, ainda associados aos seus
agentes sedimentadores, como por exemplo, rios mares e lagos. O fato de, ocasionalmente,
estarem tão longe dos locais de suas origens reflete a ação de outros fatores de natureza
tectônica – isso acontece no Pantanal Mato-grossense. Muitos desses depósitos têm, sim, sua
origem remota ao período Terciário, principalmente em vastas áreas de drenagem. Os depósitos
quaternários podem ser encontrados com mais abundância na região Norte do Brasil. Sua
composição pode ser generalizada como contendo aluviões e coluviões de arenitos, siltitos,
cascalhos, turfas, argilas e lateritas, alguns de origem fluvia, outra marítima ou eólica.

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Geologia do Estado de São Paulo
No território do estado de São Paulo é possível encontrar representantes de todos os tipos de
estruturas já citadas anteriormente, sejam elas compostas por rochas sedimentares,
metamórficas e magmáticas ou sedimentos recentes das mais diversas épocas do tempo
profundo. Em termos de classificação, há a existência de sete tipos de estruturas com origens
variadas: Rochas Pré-Cambrianas, Sedimentos Carboníferos, Sedimentos Permianos,
Formações Triássicas e Sedimentos Cretácicos, Terciários e Quaternários.

Figuras 17 – Distribuição das unidades geológicas pelo estado de São Paulo

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Rochas Pré-Cambrianas
Estão localizadas ao longo da faixa costeira e, de modo geral, podem ser consideradas
metamórficas e magmáticas, compostas de gnaisses, xistos, mármores, quartzitos, filitos,
metaconglomerados, etc. De idade mais antiga, encontram-se, normalmente, dobradas e
falhadas, podendo ser observadas nas rodovias São Paulo-Santos, Via Dutra, entre outras.

Sedimentos Carboníferos
São representantes dos sedimentos depositados na Bacia Sedimentar do Paraná, constituídas de
arenitos, siltitos, varvitos, tilitos e conglomerados. Encontram-se nas proximidades de Capivari,
Rio das Pedras e na estrada Tietê-Piracicaba.

Sedimentos Permianos
Podem ser separados em duas litologias diferentes: uma constituída de siltitos e folhelhos de cor
arroxeada clara, cuja característica mais evidente é a decomposição em placas semi-
romboédricas de pequeno porte (ocorrem perto de Piracicaba e Rio Claro); a outra tem formação
composta por folhelhos betuminosos com camadas de sílex e calcário, de cor cinzenta ou preta
ou, no caso dos calcários, creme e branca.

Formações Triássicas
Também podem ser divididas em dois tipos litologicamente diferentes. A primeira é composta de
arenitos de cor avermelhada ou marrom, cuja decomposição origina areiões de grande extensão
e cerrados nas regiões de Itirapina, São Pedro e Botucatu. Já a segunda tem como representante
os derrames de basalto tão presentes na região sul do país, que englobam rochas vesicular e
maciça – em cada derrame é possível distinguir uma certa distribuição bastante peculiar, com
uma zona vesicular na parte superior do derrame (devido aos gases que porventura escaparam),
uma parte maciça no núcleo e uma zona de granulação muito fina e vítrea na base.
Na maioria dos casos esses dois tipos de formações encontram-se intercaladas, assim como é
encontrado nas Serras de Botucatu e dos Padres, em Rio Claro-São Carlos. Na região entre as
camadas formadas pelas formações ocorre metamorfismo termal, com a transformação do arenito
em verdadeiros quartzitos, como em São Carlos.

Figuras 18 – Esquema da distribuição de camadas de arenito e de basalto das


Formações Triássicas

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Sedimentos Cretácicos
Basicamente formados por arenitos, são encontrados em grandes quantidades ao norte e
nordeste do estado, muitas vezes cedendo lugar a camadas de siltitos e argilitos. Possui cor
marrom-avermelhada e sua granulação é, geralmente, fina.

Sedimentos Terciários
Constituídos de arenitos, cascalhos, argilas, siltitos, conglomerados e até folhelho betuminosos,
os mais conhecidos estão localizados nas bacias sobre as quais ficam as cidades de São Paulo e
Taubaté.

Sedimentos Quaternários
De idades pouco avançadas, dispõem-se ao longo dos rios em bacias locais e ao longo de praias,
deltas, entre outros.

Figuras 19 – Esquema geológico da Bacia


Sedimentar do Paraná

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Em termos de relevo, pode-se dizer que no estado de São Paulo predomina a existência de
planaltos, cuja correspondência geológica são os escudos cristalinos; a presença de bacias
sedimentares é bem pequena e corresponde às planícies. Fazendo a correspondência entre
morfologia e geologia, afirma-se a existência de cinco estruturas principais no estado: a planície
litorânea, o planalto cristalino, a depressão tectônica do Vale do Paraíba, a depressão periférica
paulista e o planalto sedimentar.
A planície litorânea localiza-se em uma faixa bastante delgada entre o oceano e a Serra do Mar,
sendo composta de terrenos sedimentares recentes.
O planalto cristalino é uma formação já erodida pelo tempo, configurada como morros e colinas
nas quais aninham-se bacias sedimentares, como aquela em que está situada a cidade de São
Paulo.
A depressão periférica paulista, por sua vez, é constituída de terrenos sedimentares do
Paleozóico.
Já o planalto sedimentar, ou também planalto arenítico-basáltico, é predominante no estado,
correspondendo a cerca de metade do território. Em determinadas regiões, principalmente em
Ribeirão Preto, Piracicaba e Marília, esta formação sedimenar intercala-se com solos de terra-
roxa, resultado da decomposição de rochas basalto e de diabásio provenientes de derrames
vulcânicos antigos.
O território paulista é dominado quase que totalmente pelo planalto, estando assim distribuído:
• 7% da superfície acima de 900m
• 85% da superfície entre 300 e 900m
• 8% da superfície abaixo de 300m

A observação de leste para oeste (sentido mar-interior) possibilita a ¨visualização¨ de cinco


distintas unidades morfológicas, as quais, apresentam características próprias para a região
em que estão situadas e consequentemente, desenvolvem vegetação típica.

Planície Litorânea
Compreende estreita faixa entre a Serra do Mar e o oceano podendo apresentar largura variável
em determinados pontos. Constitui-se de terrenos sedimentares onde estão localizadas a
Baixada Santista e a Ribeira do Iguape.

Serra do Mar
Trata-se de uma área montanhosa separando naturalmente a planície litorânea do planalto. É
composta por duas seções. Primeira, de Santos até a divisa com o Rio de Janeiro onde cai
verticalmente sobre a planície ou o mar.
Segunda, de Santos até a divisa com o Paraná onde apresenta vales estreitos e cristas
montanhosas resultantes da erosão do rio Ribeira do Iguape e seus afluentes.

Planalto Cristalino
Tem início na porção oeste da Serra do Mar com aproximadamente 1.000m de altitude; a medida
que avança interior adentro a altitude decai gradativamente. Como o próprio nome já diz (planalto
cristalino), é formado por antigas rochas cristalinas apresentando também depressões com

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rochas sedimentares ainda recentes ali depositadas originando cidades importantes como São
Paulo e o Vale do Paraíba do Sul.
Localizadas ao Norte estão a Serra da Mantiqueira (1.200m), a Serra de Campos do Jordão e
o maciço de Itatiaia, ambos com mais de 2.000metros.

Depressão Periférica
Apresenta relevo suavemente ondulado com altitudes variáveis entre 600 e 800m sendo
constituído por rochas sedimentares antigas. A Serra Geral, representante desta unidade
geomorfológica, tem início na porção oeste vindo a prolongar-se até o Rio Grande do Sul.

Planalto Ocidental
Ocupa cerca de 50% do território estadual, estendendo-se a partir da Serra de Botucatu; de
todas as unidades geomorfológicas paulistas esta é a mais extensa. Suavemente declinada no
sentido leste-oeste suas altitudes variam de 700 a 300m caracterizado por um solo rico em
terra roxa.
O ponto mais elevado relacionado ao relevo paulista é a Pedra da Mina, localizada na Serra da
Mantiqueira com 2.770 metros de altitude.

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Bibliografia

Sites

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./estadual/index.html&conteudo=./estadu
al/sp3.html#relevo
http://www.brcactaceae.org/geologia.html
http://paginas.terra.com.br/educacao/br_recursosminerais/geologia.html#M
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/12/29/materia.2006-12-29.2911323941
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http://www.geobrasil.net/geobrasil.htm

Enciclopédias

Wikipédia, a enciclopédia livre.


Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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