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José Wilker, Sônia Braga e Mauro Mendonça - Dona Flor e seus dois maridos – divulgação DEDOC Editora Abril
Lázaro Ramos – Madame Satã - divulgação DEDOC editora Abril.
EMOÇÃO, SEDUÇÃO E SONHO
Sentidos, sensações, sensualidade. As cores, a paixão, o figurino, a experiência. O cinema retrata tudo isso, e
muito mais. É a perfeita celebração dos sentidos! Retrata emoção - a visão de uma determinada época des-
pertada através de sensações como alegria, surpresa, paixão e prazer. Ações guiadas por desejos e sonhos.
A busca por nos sentirmos vivos! Reflete também o estilo de vida, o comportamento e os costumes de uma
época. Uma forma diferente de ver as coisas, de viver. Mora no detalhe, no conceito, no modo de se vestir, na
etiqueta, nos ambientes, na existência ou não de requinte e luxo. Pura arte e poesia. O cinema permeia a
história. Sob o viés da tradição, mostra que atravessa tempos, modismos, revoluções. Acompanha a evolução
cultural. Cinema é emoção, é estilo de vida, é tradição, é sedução e sonho. Acreditamos que é necessário
sentir a vida pulsar, e que experimentar os sentidos cada vez mais é também uma experiência única. Incen-
tivando e patrocinando o Iguatemi FilmeFashion, temos o prazer de disseminar esse sonho, proporcionando
experiências, transpondo barreiras, despertando sensações e alcançando limites nunca imaginados – nosso
DNA e razão de ser.

Iguatemi São Paulo


Fogo e paixão - divulgação DEDOC editora Abril

ÍNDICE
11 Cinema é espelho 49 2ª Mostra Competitiva
13 15 figurinos do cinema brasileiro 50 Figurino longa-metragem
15 Notas sobre o figurino no cinema brasileiro antigo 52 Maquiagem longa-metragem
18 Sangue mineiro 54 Documentário de moda
20 Bonequinha de seda 56 Figurino curta-metragem
22 24 horas de sonho 58 Figurino filme publicitário
24 Appassionata 60 Figurino videoclipe
26 O cangaceiro 62 Filmefashion de bolso
28 Noite vazia 64 Filmefashion desfile
30 Esta noite encarnarei no teu cadáver 67 Panorama internacional de cinema e moda
32 Todas as mulheres do mundo 68 Lagerfeld Confidential
34 Bebel, garota propaganda 70 You Wear It Well
36 Cassi Jones - o magnífico sedutor 74 SHOWStudio
38 Dona Flor e seus dois maridos 78 Especial Bruce Weber
40 Menino do Rio 83 Extra, extra!
42 Fogo e paixão 84 Bibliografia selecionada
44 Carlota Joaquina – Princesa do Brazil 85 Equipe e agradecimentos
46 Madame Satã
10 ABERTURA IGUATEMI FILMEFASHION
Cassy Jones, o magnífico sedutor - acervo pessoal Marina Person
CINEMA É ESPELHO
Iguatemi FilmeFashion é a terceira edição do festival que valoriza o encontro da moda com o cinema. Em
2003, quando foi realizado pela primeira vez, um filmefashion ou era documentário sobre moda, beleza e
estilo ou ficção com figurino de impacto. Desde então, algumas coisas mudaram. O conceito de filmefashion
cresceu, e com ele este festival. O cinema de bolso (celular, câmera digital, computador, iphone) é a novidade,
o fascínio, a última moda no mundo inteiro e aqui também. A mostra Panorama Internacional traz dois pro-
jetos únicos e pioneiros que testam novos limites de registro da moda in motion. De Londres vem o site
colaborativo SHOWstudio, e de Paris-Los Angeles, o festival de curtas You Wear it Well. De Nova York-Miami
recebemos a retrospectiva completa do fotógrafo e diretor Bruce Weber; de Berlim, o documentário Lagerfeld
Confidential nos revela a intimidade do estilista da Chanel. A Panorama é uma das três mostras do festival que
ainda tem Cinema Brasileiro e 2ª Mostra Competitiva. O núcleo Cinema Brasileiro investiga nossas raízes, res-
gata referências. A seleção inclui 15 filmes que contam, cronologicamente, a história da indumentária
brasileira. Apesar do tailleur de cirrê matelassado de Norma Bengell ser um Gucci em Noite vazia, de 1967, não
se pode, de modo algum, avaliar a estética do figurino (e do vestuário) nacional pelos parâmetros da sofisti-
cação. A roupa aqui é subserviente ao corpo. É usada não para escondê-lo, e sim para realçá-lo. O que exige
do figurinista, além de tudo, as habilidades de um escultor! Realismo, naturalismo e sensualidade, mas nem
por isto deixamos de descobrir pérolas perdidas e mesmo fashion descontrol na cinematografia nacional.
Caso de Bebel, garota propaganda, Cassi Jones e Fogo e paixão. A Mostra Competitiva premia os trabalhos
nacionais dos últimos dois anos em figurino de longa-metragem, curta-metragem, publicidade e videoclipe.
E ainda, maquiagem em longa-metragem, documentário de moda, filmefashion desfile e filmefashion de
bolso. Além de movimentar e enobrecer a profissão de cineastas, diretores de arte, maquiadores e figurinistas,
a MC quer promover a aproximação do povo do cinema com o mundo da moda. Com isto, as duas indústrias,
os filmes e o público só têm a ganhar. Até mesmo o Cinema Novo, em Terra em transe, se dobrou ao figurino!
É do fotógrafo e produtor Luiz Carlos Barreto, nosso mantra desta edição: “O cinema é o espelho de um país”.
Espero que vocês aproveitem as referências e as visões do futuro deste Iguatemi FilmeFashion.

Alexandra Farah, curadora

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12 MOSTRA CINEMA BRASILEIRO
Odete Lara e Mário Benvenutti – Noite vazia - divulgação DEDOC editora Abril/ Cia Cinematográfica Vera Cruz
15 FIGURINOS DO CINEMA BRASILEIRO
O figurino no Brasil reflete a nossa tendência natural de usar a roupa mais para revelar o corpo do que para
protegê-lo. Às vezes isto acontece explicitamente, outras sutilmente. As escolhas deste Iguatemi FilmeFashion –
Cinema Brasileiro – privilegiaram figurinos que revelam algo forte da estética brasileira. Sendo assim, e como
o cinema espelha a realidade de um povo, os 15 títulos reunidos na mostra são mais despojados e sensuais
do que luxuosos e elegantes. É claro que em alguns momentos, como em nosso primeiro filme em que a
moda é protagonista, o delicioso Bonequinha de seda (1936), a riqueza e a pomposidade aparecem. Nos anos
50, a finesse é moda, e aqui refletida nos estúdios da Vera Cruz, caso do melodrama Appassionata (1952). Com
a divina Tônia Carrero usando tecidos nobres em vestidos e mantôs com mangas gigantes, almejando a alta-
costura (na verdade, confeccionados pelas costureiras da figurinista Ida Fogli), e dirigido pelo requintado
Fernando de Barros, o filme é o melhor exemplo da vontade, que não colou, de impor um figurino grandioso
nos trópicos. Realismo, naturalismo e um estilo "caseirinho" são palavras mais próximas do guarda-roupa do
audiovisual brasileiro. Características que foram delineadas com perfeição nas produções dos anos 60. Desta
década de ouro: Todas as mulheres do mundo (1967), Noite vazia (1964), o raro Bebel, garota propaganda (1968)
e, o fenômeno do fantástico Zé do Caixão, Esta noite encarnarei no teu cadáver, de 1966. Uma opção da cura-
doria é a não repetição dos 9 filmes já exibidos nas duas outras edições do projeto. Sendo assim, Carmen
Miranda, chanchada e Cinema Novo não entraram aqui apenas por esta razão. Contar a história estética do
Brasil, dos anos 1920 aos 2000, através de 24 produções cinematográficas (incluindo os 9 filmes) é o objetivo
deste FilmeFashion. Inicialmente, a idéia era montar a lista final com muitos clássicos, como por exemplo,
Macunaíma (1964). Mas este filmão, assim como alguns outros, são de acesso fácil ao público, em DVDs, e
foram excluídos para dar vez a raridades, não menos fashion, como 24 horas de sonho (1941), Cassi Jones
(1972) e Fogo e paixão (1988). Textos e estudos sobre o cinema brasileiro são escassos. Sobre o figurino, são
inexistentes. Iguatemi FilmeFashion fez uma pesquisa inédita, que garimpou biografias, livros, textos acadêmi-
cos e entrevistas com montadores, maquiadores, figurinistas, diretores de arte, diretores, roteiristas e atores
para assim dar um pontapé inicial no registro da história do guarda-roupa brasileiro. Potencial fashion não nos
falta. Nas paginas seguintes, vocês vão descobrir casos deliciosos de bastidores e fatos como o do filme O
cangaceiro, nosso primeiro em Cannes, melhor filme de aventura em1953. No verão deste ano, diante de
tanto sucesso do filme, o “estilo cangacerrô” invadiu as ruas chiques de Paris com suas sandálias de couro
estilo alpercatas nordestinas e bolsas que seguiam os desenhos dos embornais.

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14 NOTAS SOBRE O FIGURINO NO CINEMA BRASILEIRO ANTIGO
Fernando de Barros molhando Tônia Carrero – acervo pessoal Fernando Valeika de Barros
NOTAS SOBRE O FIGURINO
NO CINEMA BRASILEIRO ANTIGO
Figurinistas só começaram a ser creditados de forma bastante pontual a partir da década de 30 do
século passado, coincidindo com a chamada era dos grandes estúdios. Isto se explica pela inserção
estratégica da roupa na construção da persona pública dos atores e principalmente das atrizes,
seguindo a política de construção de um star system nacional. Os padrões que se instauram nessa
época miram Hollywood, mas tem que se haver com a realidade brasileira, do ponto de vista
econômico e social, e com uma cine matografia ainda incipiente e claudicante do ponto de vista
narrativo, estético e artístico. A trajetória da arte do figurino no cinema brasileiro ainda está por
ser feita. Nesse sentido, as poucas notas que se seguem tem a modesta ambição de uma primeira
reu nião de dados da produção realizada até 1960. O figurino está quase sempre associado ao uni-
verso ficcional. Isto implica em desconsiderar grande parte da produção silenciosa, constituída de
regis tros de atualidades, institucionais, documentários. A produção ficcional foi menor e boa parte
dela não sobreviveu. É possível comentar a significação intrínseca do vestuário em filmes como A
despedida do 19º Batalhão de Caçadores (1910), onde as casacas engomadas contrastam violenta-
mente com as chitas usadas pelos estratos mais pobres da população da antiga capital federal. Mas,
de maneira geral, a roupa serve basicamente para definir a inserção social das personagens, como
se constata nas raríssimas ficções que sobreviveram da década de 10, Os óculos do vovô (1913) e
Exemplo regenerador (1919).
Os óculos do vovô serve como um modelo de uso dos figurinos nos primeiros tempos. Criação do ator e em-
presário teatral Francisco Santos, que provavelmente utilizou o guarda-roupa do Teatro Guarany, de Pelotas.
Quase todos os filmes ficcionais até meados da década de 20 recorriam às companhias teatrais ou ainda
às casas de aluguel de figurinos e cenários para teatro, ópera e balé como recurso acessível. Ressalta-se
ainda a estreita ligação em vários momentos desse período entre troupes teatrais e a realização cine-
matográfica, caso da chamada Bela Época e de parte da produção paulista pós-Primeira Guerra Mundial.
Além disso, essa era uma estratégia difundida também na Europa e mesmo nos Estados Unidos, bastando
lembrar a famosa e ainda atuante Theaterkunst, de Berlim, responsável pelos figurinos de filmes como
Metropolis (1926) e Ben-Hur (1925).

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Nos filmes em que os homens de teatro assumiam a realização, como centes. A ousadia dos cortes, padrões, estampas e outros elementos das
em um Paz e amor (1910), é provável que o encenador ou o cenógrafo, roupas revela o conhecimento de alguém que tinha trabalhado como
funções que por vezes se confundiam na mesma pessoa, também fosse modelo na famosa loja Au Parc Royal, uma das mecas da moda no Rio
o responsável pelos figurinos (e demais complementos, como de Janeiro, e a percepção de que os tempos haviam mudado, fazendo-
maquiagem, penteados e adereços corporais). O famoso Crispim do se necessária uma atualização para os roaring twenties. Juntando-se a
Amaral fez este, mas o primeiro grande figurinista deve ter sido Emílio Adhemar Gonzaga na primeira e inacabada versão de Lábios sem beijos
Silva, cenógrafo da Photo-Cinematographia Brasileira, produtora res - (1929), Carmen atualizaria devidamente o conceito, ingressando muito
ponsável por filmes importantes como Os estranguladores (1908), Um propriamente no modernismo com vestidos de motivos mondrianescos.
drama na Tijuca (1909) e A cabana do Pai Thomás (1909), entre muitos Com a criação da Cinédia em 1930, uma atenção maior começa a ser dis-
outros. Não é possível saber se houve criação de figurinos, de certo pensada aos figurinos, embora nos primeiros tempos os atores ainda en-
quase sempre apenas uma seleção e combinatória. O que ressalta nas trassem com a maior parte do guarda-roupa, como me contou Durval
poucas fotos que restaram é o estilo marcadamente teatral e oitocen- Bellini, o astro de Ganga bruta (1933). Neste filme se destacam os costumes
tista da maior parte das roupas, àquela altura, completamente fora de insinuantes, modernos e plasticamente distintivos da atriz Déa Selva. Pela
moda. Os óculos do vovô e Exemplo regenerador são aparentes exceções primeira vez a roupa modela o corpo do ator e assume significações nar-
pelo caráter contemporâneo, comedido e realista dos costumes. rativas, evidenciando mais do que a classe social e o perfil psicológico da
O vestuário europeizado à portuguesa, desconhecendo as últimas personagem. Outra atriz criaria também a mais emblemática roupa das
modas de Paris e as estilizações e excentricidades hollywoodianas, con- primeiras décadas do cinema brasileiro. Trata-se de Carmen Miranda e o
tinuou sendo o padrão básico do filme brasileiro até a chegada do cine- famoso conjunto em lamê apresentado no número final de Alô, alô, car-
ma sonoro. O costume designer se fixou como profissão na América por naval! (1936). Símbolo da era dos estúdios, dos musicarnavalescos, da fase
volta de 1920, mas demorou a ser incorporado pelo meio cinematográ- nacional da carreira da pequena notável, embora a rigor o traje de baiana
fico brasileiro. Realizadores de origem teatral, como Vittorio Capellaro, tenha sido criado por ela igualmente para um filme brasileiro, Banana da
ou que acumulavam também a cenografia, como Luís de Barros, con- terra (1938), e apenas aperfeiçoado nos Estados Unidos por Alceu Penna.
tinuaram a definir o tipo e a padronagem das roupas, quase sempre alu- A maioridade do figurino brasileiro começa em outra produção da Cinédia,
gando nas casas teatrais. Os dramas históricos do primeiro, como Bonequinha de seda (1936). O filme de Oduvaldo Vianna foi pioneiro em vários
Iracema (1919), O guarani (1926) e O caçador de diamantes (1933) trans- sentidos. Não só por ter apresentado um guarda-roupa especialmente criado
portam neste quesito ipsis litteris as estilizadas licenças poéticas do para o filme, mas também e principalmente por ter individualizado e credi-
palco, ignorando a vocação realista do cinema. Outra prática que se tado os criadores dos figurinos, Alcebíades Monteiro Filho e Armando Pontes,
instituiu nesta época, foi a de pedir aos atores que trouxessem suas e incorporado o mundo da moda como parte da trama. Antes de mais nada,
próprias roupas, economizando os recursos da produção. Bonequinha estabelece o valor social da roupa, afirmando ironicamente que
A criação de um guarda-roupa específico para um filme, com requintes de são as modistas que criam as distinções sociais. A seqüência do banho de loja
beleza e glamour pode ser creditada a uma atriz-produtora, Carmen San- de Gilda Abreu é antológica, evocando o famoso aquário espelhado em que
tos. Desejosa de brilhar como estrela, a jovem protagonista de A carne Adrian convencia as deusas de Hollywood a vestir seus costumes. O jogo de
(1924) e Mademoiselle Cinema (1925), o primeiro destruído antes do lança- aparências proporcionado pelas roupas abre caminho para o exercício
mento e o segundo interrompido no início da produção, cercou suas per- consciente do glamour e sua crítica condescendente. Introduz também
sonagens de conotações aristocráticas e modernas emanadas justamente discussões em torno do cosmopolitismo das elites (e das classes médias
dos figurinos, pelo que se pode depreender das centenas de stills remanes- baixas) brasileiras e sua associação a signos e comportamentos a esta altura

16 NOTAS SOBRE O FIGURINO NO CINEMA BRASILEIRO ANTIGO


Tônia Carrero – Tico-tico no fubá – divulgação DEDOC editora Abri/
Cia Cinematográfica Vera Cruz

Lábios sem beijo - acervo cinemateca brasileira, Phebo Brasil Film – Valéria Mauro

Eliane Lage – bastidores de Sinhá Moça - acervo cinemateca brasileira,

Fernando de Barros maquiando - acervo pessoal Fernando Valeika de Barros


Cia Cinematográfica Vera Cruz
desusados em Paris. Enfim, revela-se na capacidade de realização e inte- O boom de estúdios em São Paulo no início dos anos 50 redefine o padrão
gração do figurino a requisitos cenográficos, de iluminação e narrativos. anterior, entregando a confecção de figurinos aos cenógrafos contratados.
A dificuldade em manter um grupo de figurinistas em padrões hollywoodi- Firma-se a profissão propriamente dita, já que agora sistematicamente
anos levaria Gonzaga a mudar de estratégia, lançando mão novamente de todas as roupas são criadas seguindo as necessidades e requisitos dos
roupas prontas. Desta vez, no entanto, encarregando uma famosa modista, filmes. Cenógrafos como Aldo Calvo incorporam as técnicas hollywoodi-
Iracema Gomes Marques, da seleção e sua adequação ao enredo proposto. anas, estudando o roteiro do ponto de vista visual e narrativo, desenhando
A solução dá certo e se firma nos anos 40 como o padrão de arregimetação croquis, desenvolvendo padronagens, confeccionando tecidos e mol-
de figurinos para cinema. O bom gosto de Iracema, que não possuía loja e dando os intérpretes segundo uma determinada identidade pública que
preferia atender sua seletíssima clientela em um ambiente reservado, se vê se quer associar a este ou aquele nome. A roupa refletirá personalidade,
refletido em títulos como 24 horas de sonho (1941). A perfeita integração gestos, comportamentos de uma Tônia Carrero, uma Marisa Prado, uma
aos cenários do Copacabana Palace, em termos de ambiente, composição Eliane Lage, para ficar apenas em alguns nomes femininos da Vera Cruz.
visual, nuances de cinza e retrato das personagens, soa como um dos resul- A roupa desenha os corpos, alonga a silhueta, ressalta as feições, conforme
tados mais felizes do período. O bom senso de modistas, cenógrafos e rea- as necessidades e os atributos requeridos. O requinte do corte e do acaba-
lizadores, em geral responsáveis conjuntamente pelas soluções finais, mento dessas peças pode ser comprovado em filmes como Tico-Tico no
alcança maturidade e mesmo bom rendimento dramático, como na cena fubá (1953), de autoria de Calvo. Como filme de época, permite a licença
da volta da personagem de Aguinaldo Camargo da formatura em Também poética da interpretação do passado segundo as prerrogativas estéticas
somos irmãos (1949). O jovem advogado negro volta desolado à favela onde do presente, em um grau de estilização que tornou o figurino uma lin-
mora frente à indiferença e ao preconceito velado dos colegas brancos. guagem em si mesma dentro da narrativa cinematográfica.
Chove e a lama começa a respingar no seu terno alvíssimo, revelando sua Hernani Heffner - pesquisador
real condição em uma sociedade segregada.

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TEMPOS MODERNOS

SANGUE MINEIRO
Direção Humberto Mauro
Drama, 1929, mudo, 35 mm, p&b, 82’

Carmen é desprezada pelo namorado Roberto quando sua irmã Neuza retorna do colégio interno. Desesperada, tenta o suicídio, mas é so-
corrida pelos primos Máximo e Cristóvão, despertando a paixão dos dois.

Figurino não creditado

Elenco Carmen Santos (Carmen), Maury Bueno (Cristóvão), Nita Ney (Neuza), Luiz Soroa (Roberto), Máximo Serrano (Máximo), Pedro Fantól (Juliano
Sampaio), Ely Sone (Tuty), Rosendo Franco (Franco), Adhemar Gonzaga (pai de Carmen), Humberto Mauro (trabalhador da fazenda) Roteiro Hum-
berto Mauro Produção Agenor Cortes de Barros, Homero Cortes Domingos e Carmen Santos Fotografia Edgar Brazil Câmera Pascoal Ciodaro

Último filme do Ciclo de Cataguases, movimento do cinema regional que precedeu a chamada era dos estúdios, Sangue mineiro retrata os loucos
anos 20 por meio de personagens burgueses de Belo Horizonte. Tentativa pioneira em fugir da imagem interiorana e rural, Sangue mineiro privilegia
cenas urbanas que exaltam a juventude, a saúde e a modernidade: jovens rompendo tradições, trocando beijos calientes, e garotas que dirigem
carros e usam vestidos curtos e decotados. Nessa época, as produções nacionais começam a almejar a técnica e a forma dos filmes americanos.
A negação do regional vai tão longe que as duas festas de São João, que acontecem na mansão do industrial, ganham o aspecto de um baile
elegante. Os convidados usam trajes black tie e vestidos de soirée vaporosos e bem sensuais para a época. Todo traço típico das festas juninas é
apagado. Na casa de Martha, ela se refere à fogueira e às comidas, mas elas não aparecem na tela. O que se vê são os brilhos de seu longo preto.
No letreiro, Martha vive num cottage mas, como vemos depois, ela não passa de uma senhora endividada. Os cenários requintados e as roupas
luxuosas eram fundamentais na construção da imagem brasileira elevada à perfeição e à sofisticação – objetivo de Sangue mineiro. Os atores
eram escolhidos para criar um star system à semelhança do hollywoodiano. Caso de Luiz Soroa (Roberto), muito parecido com Rodolfo Valentino.
Destaque no elenco do filme para Carmen Santos, atriz e primeira produtora do Brasil, a mulher mais importante do cinema à época. Ela chegou
a construir um estúdio, o Vita Filmes, onde realizou longas significativos, como Favela dos meus amores (1935). O seu fervor pela afirmação do
nosso cinema, ela sabia, passava pelo apuro da imagem. Cuidava dos figurinos se empenhando pessoalmente para que nas diferentes situações
os personagens trajassem roupas adequadas, modernas e ousadas. Além das cenas de caça e de passeios com roupas esportivas à americana,
destaca-se um vestido branco de festa que termina logo abaixo do joelho e lembra o modelo bailarina muito em voga por conta do sucesso do
balé russo. Carmen Santos, que co-produziu Sangue mineiro com Humberto Mauro, sabia das coisas. Era casada com Antonio Latirbaud Seabra,
empresário da indústria têxtil. Antes de ser atriz, trabalhou na casa de modas mais chique do início dos anos 20, no Rio de Janeiro, a Parc Royal.

Sheila Schvarzman

18 SANGUE MINEIRO
Maury Bueno e Carmen Santos – Sangue mineiro - acervo cinemateca brasileira, Phebo Brasil Film – Valéria Mauro
TRANSFORMAÇÃO

BONEQUINHA DE SEDA
Direção Oduvaldo Vianna
Comédia musical, 1936, 35 mm, p&b, 115’

Filha de um pobre alfaiate passa por garota fina, educada em Paris e chegada há pouco ao Rio. Ninguém podia imaginar que seus vestidos
luxuosos eram brasileiríssimos. A moça nunca pisou na Europa!

Figurino Alcebíades Monteiro Filho e Armando Pontes

Elenco Gilda de Abreu (Marilda), Delorges Caminha (João Siqueira), Conchita de Moraes (Avó Madame Valle), Darcy Cazarré (Alfaiate Pechincha), Déa
Selva (Neta), Apolo Correa (Mesquita), Carlos Barbosa (Dr. Leitão), Wilson Porto (Irmão de Marilda), Mira Magrassi (Mme. Pechincha) Roteiro Oduvaldo
Vianna Produção Adhemar Gonzaga Fotografia Edgar Brasil Música Francisco Mignone Cenografia Hippólito Collomb, Murilo Lopes e Manoel Rocha
Figurinos de fantasia e painel “baianas” Monteiro Filho Estátuas Humberto Cozzo Ternos da “A capital” cortados por José Alice Jóias Joalheria
Valentim Calçados Casa da Onça Maquiagem Antônio de Assis e José Lino Penteados José Lino Coreografia Valery Oeser Montagem Luciano Trigo

Bonequinha é o filme mais importante da década de 30. Primeira superprodução brasileira em 36, a Cinédia, nosso primeiro grande estúdio, completava
seis anos de muitas comédias musicais bem-sucedidas. Com Bonequinha de seda, o produtor Adhemar Gonzaga, um carioca elegante, ex-jornalista e
dono da Cinédia, buscava, além de bilheteria, a estética perfeita. E assim nasceu o primeiro filme fashion nacional. A roupa é protagonista e sua importância
é explícita. O filme conta a história de Marilda (Gilda de Abreu), a multitalentosa filha do alfaiate Pechincha (Darcy Cazarré) que precisa pagar o aluguel
para não ser despejado. Ela passa de moça pobre a jovem rica recém-chegada ao país. Na cena que marca a transformação, gira como uma bailarina
em um caixinha de música, e em cada volta um look diferente. Se pobre usa tubinhos pretos, na nova fase, nos salões e nas tardes musicais seu guarda-
roupa é composto por vestidos longos, brancos e esvoaçantes. Nos anos 30, a música é fundamental no cinema e, assim, em Bonequinha, o estilo Ginger
& Fred (que fizeram O Picolino um ano antes) se mistura com coreografias estilo Busby Berkeley. Em busca do acabamento ideal, Bonequinha tem a
melhor luz e o cenário mais sofisticado, construído inteiramente em estúdio com ambientes ricos, brancos, limpos, art déco. Gilda de Abreu, cantora lírica
que nasceu e morou em Paris até os 10 anos, para o filme foi submetida a uma operação plástica para abrir o maxilar e, assim, deixar suas bochechas mais
salientes! Em anos getulistas, Bonequinha é nacionalista, faz crítica sagaz à burguesia e à sociedade carioca. Apesar de usar Paris para sofisticar Marilda,
o filme condena estrangeirismos. Na conturbada década de 30, 1936 foi um sopro de esperança que se espremeu entre o crash da bolsa em 29 e a 2ª
Guerra em 39. As aspirações da década estão nos vestidos brancos feitos para rodopiar nos salões, no look esportivo (do galã), nos ombros de fora e
nos brilhos do impactante longo com pala de paetê e exageradas mangas em camadas de babados duplos!
Com a experiente Madame Valle, Marilda aprende que em uma mulher "o sorriso é a jóia e o vestido o estojo".
À certa altura, a moça quer saber de sua conselheira se o seu disfarce de garota rica é convincente.
- Não pareço de outra classe, madame?
- Não parece querida, você é! Somos todos da mesma classe. Os alfaiates e as modistas é que nos tornam diferentes.

20 BONEQUINHA DE SEDA
Dea Selva, Conchita de Moraes, Gilda de Abreu e Delorges Caminha – Bonequinha de seda – Estúdios cinematográficos Cinédia
PRONTO PARA VESTIR

24 HORAS DE SONHO
Direção Chianca de Garcia
Comédia, 1941, 35 mm, p&b, 95’

Figurino Iracema Gomes Marques

Clarice, “recordista mundial de tentativas fracassadas de suicídio”, quer pôr fim à sua vida (mais uma vez). Antes, resolve aproveitar ao máximo
os últimos momentos.

Elenco Dulcina de Moraes (Clarice), Odilon de Azevedo (Roberto), Conchita de Moraes (camareira), Aristóteles Penna (Cícero), Laura Suárez (Princesa
Merly de Aubignon), Sadi Cabral (gerente do hotel), Pedro Dias (ladrão), Silvino Netto, Paulo Gracindo, Oscarito e outros.

Este filme raríssimo conta as peripécias de Clarice, uma moça disposta a tentar mais uma vez o suicídio. Antes, porém, decide aproveitar seus
últimos momentos. Instala-se no Copacabana Palace como uma baronesa. Compra a crédito toilletes faustosas, arranja um flerte, deixa a vida
correr. Como pano de fundo, aristocratas europeus de verdade, hospedados no hotel, vítimas da Segunda Guerra. Clarice é uma jovem sem sorte.
Sem sorte até mesmo para suicidar-se, mas imaginativa o bastante para passar a perna num motorista de táxi e fazer com que ele a leve à estação
de rádio, para concorrer ao prêmio de “mulher sherlock” num programa de auditório. 24 horas pode estar cheio de elementos reprimidos da
chanchada, mas é uma comédia sofisticada, com roteiro inteligente e caprichado. O plot de 24 Horas de Sonho tira proveito do clima do período
de guerra, quando muitos estrangeiros buscavam refúgio em terras como o Brasil, fazendo-se passar por nobres e aristocratas, idéia já desenvolvida
em comédias do cinema internacional.
Nesse filme, afastando-se das comédias musicais características dos anos 30 que vinha realizando, a Cinédia investe numa produção de prestígio
– como já ocorrera com Bonequinha de seda. E desse prestígio faz parte o cuidado com os figurinos. Como observou Hernani Heffner em seu
artigo, em 24 horas o produtor Adhemar Gonzaga, sem poder criar figurinos originais, encarrega a reconhecida modista Iracema Gomes Marques
da “seleção das roupas prontas e sua adequação ao enredo proposto”, solução que dá certo e que vai se repetir em outras produções do período,
não só da Cinédia. Temos em 24 horas requintados trajes femininos de noite, usados pela baronesa e também pela princesa, além de sugestivos
modelos de negligées muito freqüentes nos filmes americanos da época.

Sheila Schvarzman

22 24 HORAS DE SONHO
Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo – 24 horas de sonho - Estúdios cinematográficos Cinédia
STAR SYSTEM

APPASSIONATA
Direção Fernando de Barros
Drama, 1952, 35 mm, p&b, 102´

Uma famosa pianista é acusada da morte de seu marido. Ela prova sua inocência, e sai em viagem, quando conhece vários homens que
querem conquistá-la. Casa-se novamente com um pintor. Ela é inocente?

Figurino Ida Fogli

Elenco Tônia Carrero (Sílvia Nogalis), Anselmo Duarte (Pedro), Alberto Ruschel (Luiz Marcos), Zbigniew Ziembinski (Maestro Hauser), Salvador
Daki (Rogério), Abílio Pereira de Almeida (delegado), Paulo Autran (advogado de Sílvia), Renato Consorte (investigador) Roteiro Agostinho Martins
Pereira Argumento original Chianca de Garcia Produção Fernando de Barros Fotografia Ray Sturgess Técnico de som Erik Rasmussem e Michael
Stoll Música Enrico Simonetti Cenografia João Maria dos Santos Maquiagem Gerry Fletcher Cabelos Jane Nogueira Montagem Edith Hafenrichter

A década de 50 foi marcada pelos grandes sonhos. No Brasil, para concretizar o sonho de fazer um cinema tecnicamente impecável, com padrões
internacionais, os ítalo-brasileiros Franco Zampari e Ciccilio Matarazzo fundaram a Companhia Cinematográfica Vera Cruz. O empreendimento
nasceu em meio à efervescência cultural e ao crescimento industrial de São Paulo e não foi poupado um só centavo para a produção de seus 18
filmes nos quatro anos de existência da Vera Cruz (1949 a 1953). Os melhores técnicos ingleses, alemães, e diretores italianos vieram para São
Bernardo do Campo implantar o studio system. No esplendor de suas produções, destaca-se Appassionata, dirigida por Fernando de Barros. O
filme conta a história da pianista Silvia Nogalis (Tônia Carrero, deslumbrante) que chega ao auge de sua carreira ao interpretar a obra “Appassionata”,
de Beethoven. Nesta mesma noite, seu marido, o maestro Hauser (Ziembinski), comete suicídio. A partir daí, a trama de investigação, acusação de
assassinato e romances se entrelaça. Melodramas envolvendo personagens das artes eram moda na época, principalmente no cinema inglês.
Fernando importou o estilo em Appassionata. O filme foi elogiadíssimo pela sua direção de arte e fotografia e é considerado a primeira produção
a alcançar a excelência técnica. Todos os cenários e figurinos foram desenhados por João Maria dos Santos e executados pela equipe de costureiras
do estúdio sob a supervisão da figurinista italiana Ida Fogli. Na primeira cena, Tônia, no Theatro Municipal de São Paulo, veste um longo branco,
pomposo, de um ombro só. Na delegacia, tailleur preto com golas grandes e um pequeno chapéu. No concerto final, usa um tomara-que-caia longo
de cetim rabo de peixe, bordado com pérolas em forma de gotas. O vestido é tão justo que dá pra ver na cena que ela mal consegue subir as
escadas. Appassionata tem uma atmosfera noir. Mais do que requintado, é opulento. Fernando de Barros, que na Vera Cruz dirigiu apenas esse
filme, antes tinha sido maquiador, produtor e quando deixou o cinema na década de 70, depois de dirigir 12 filmes, tornou-se o primeiro e maior
editor de moda masculina do país. Sempre luxuoso, Fernando não admitia objetos fake em seus cenários. Até castiçais de ouro verdadeiro foram
garimpados em antiquários.

24 APPASSIONATA
Tônia Carrero e elenco – Appassionata - acervo pessoal Fernando Valeika de Barros
NORDESTERN

O CANGACEIRO
Direção Lima Barreto
Aventura, 1953, 35 mm, p&b, 105’

O bando de cangaceiros do capitão Gaudino semeia o terror pela caatinga nordestina. A professora Maria Clódia, raptada por eles durante
um assalto, apaixona-se pelo pacífico Teodoro. O amor entre os dois gera o conflito.

Figurino Carybé

Elenco Alberto Ruschel (Teodoro), Marisa Prado (Olívia), Milton Ribeiro (Galdino), Vanja Orico (Maria Clódia), Adoniran Barbosa (Mané Mole) Roteiro
Lima Barreto Diálogos Raquel de Queiroz Produção Cid Leite da Silva Fotografia Chick Fowle Engenheiro de som Erick Rasmussen e Ernest Hack
Música Gabriel Migliori Direção de arte Pierino Massenzi Maquiagem Victor Merinow Montagem Oswald Hafenrichter

Lima Barreto tentou por oito longos anos dirigir O cangaceiro, mas nenhum produtor ou empresário acreditou na idéia de um filme sobre Lampião
e seu bando. Quando saiu do papel, a produção teve do bom e do melhor. O roteiro é de Raquel de Queiroz, e os figurinos, do artista plástico Carybé,
pintor de quadros que revelam a Bahia, suas vilas de pescadores e vilarejos do sertão. Ele criou todo o figurino. Chapéus, botas, coldres, calças e
jaquetas feitas de couro legítimo, medalhas decorativas nas roupas e peças de metal que ornamentam as selas dos cavalos. Para que a equipe
pudesse visualizar a posição do figurino em cena ele fez uma centena de desenhos cenográficos mostrando a vila local, a escola e a casa da pro-
fessora Maria Clódia. O esforço valeu a pena. Lançado no exterior com o título The Bandit, foi exibido em 80 países e aplaudido por diretores como
John Ford e Akira Kurosawa. É o primeiro filme brasileiro a vencer Cannes, na categoria Melhor Filme de Aventura. As ruas aderiram. A moda
“cangacerrô” era a mais descolada de Paris no verão de 1952. As sandálias femininas imitavam as alpercatas nordestinas e as bolsas seguiam os
desenhos dos embornais.
No cinema e na moda, o longa é responsável pela criação do “gênero cangaço”. Foi um estouro de bilheteria. Custou cerca de dez milhões de
cruzeiros e arrecadou mais de trinta milhões. A composição musical inspirada na canção Mulher rendeira recebeu menção especial. Além de
Cannes, o filme ganhou 360 prêmios e láureas em todo o mundo. Os atores principais, Alberto Ruschel e Marisa Prado, mudaram-se para a Espanha,
onde participaram de diversos longas. O crítico Sylviano Cavalcanti de Paiva o definiu como nordestern. Um western que tem, no lugar do cowboy,
um cangaceiro. Não tão nordestino assim, já que em vez do sertão baiano, as filmagens aconteceram durante nove meses em Vargem Grande do
Sul, interior de São Paulo. Para imitar com exatidão a paisagem semi-árida, o cenógrafo Pierino Massenzi desfolhou e queimou árvores e até criou
cactos de gesso.

26 O CANGACEIRO
Vanja Orico, Milton Ribeiro e elenco – O cangaceiro - divulgação DEDOC editora Abril
METRÓPOLE

NOITE VAZIA
Direção Walter Hugo Khouri
Drama, 1964, 35 mm, p&b, 93’

Dois homens buscam a mulher ideal para combater o tédio e a angústia. Duas garotas de programa. Um apartamento.

Figurino não creditado

Elenco Norma Bengell (Mara), Odete Lara (Regina), Mario Benvenutti (Luis), Gabriele Tinti (Nelson), Lisa Negri (amante de Nelson), Célia Watanabe
(garçonete), Wilfred Khouri (filho de Luís) Roteiro e argumento Walter Hugo Khouri Produção Walter Hugo Khouri, Nelson Gaspari, Kamera Filmes
e Cia. Cinematográfica Vera Cruz Assistente de direção Alfredo Sternhein Cenografia Silvio Campos Direção de fotografia Rudolph Icsey Direção
de arte Pierino Massenzi Maquiagem Jorge Pisani Montagem Mauro Alice Técnico de som Ernst Hack Trilha sonora Rogério Duprat

Apesar de Glauber Rocha, em Terra em Transe, ter vestido a modelo Danuza Leão com longos de Guilherme Guimarães, o foco do Cinema Novo
não está, definitivamente, no figurino. Na estética da batalha pela sobrevivência, o importante é a câmera, o enquadramento e o diretor. Nos
anos 60, de um lado está o Cinema Novo, do outro Walter Hugo Khouri, ex-estudante de filosofia, cineasta elegante, colecionador de arte. Nos seus
filmes, a luta é contra o tédio das classes altas. Treinado na Vera Cruz, Khouri (assim como Fernando de Barros alguns anos antes, mas bem menos
ostentoso) dava grande importância e acompanhava pessoalmente a maquiagem e o figurino. Noite vazia é sua obra-prima. É o filme que introduziu
o contemporâneo no cinema brasileiro. Regado com filosofia, uísque e jazz, o assunto é sempre existencialista e, como o cenário, a cidade à noite,
sua arquitetura urbana, geométrica e fria. Requinte na fotografia, para reforçar o contraste, as roupas, as luzes, as ruas, tudo é preto e branco.
Acompanhando os dois playboys, duas garotas de programa com aparência sofisticada e sóbria. Até demais. Walter pedia para as atrizes trazerem
suas roupas. Pierino Massenzi, o cenógrafo, e ele escolhiam as mais adequadas e, quando faltava alguma peça, complementavam com o guarda-
roupa da mulher do diretor, Nadir Khouri. Norma Bengell morava na Itália e de lá trouxe o tailleur de couro preto amassado que foi imediatamente
aprovado. Como tudo se passa em uma noite, cada personagem tem apenas uma roupa. Khouri escolhia figurinos discretos sem excessos, no
estilo Antonioni, que não contribuíssem para datar e envelhecer o filme. Destaque no filme é o olhar, em closes freqüentes, reforçado pela
maquiagem, com olhos delineados, bem anos 60. Para o crítico de cinema Luiz Carlos Merten “Walter realçou o penteado das duas atrizes. Mais
do que a roupa, o que define Odete Lara é o penteado que destaca seu aspecto leonino, servindo à personagem”.

28 NOITE VAZIA
Norma Bengell, Gabriele Tinti, Mário Benvenutti e Odete Lara – Noite Vazia - acervo cinemateca, Companhia cinematográfica Vera Cruz
PRETO TOTAL

ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER


Direção José Mojica Marins
Terror, 1966, 35 mm, p&b, 107’

Zé do Caixão continua a busca obsessiva pela mulher ideal. Com a ajuda do fiel criado, rapta seis belas moças, submetendo-as às mais terríveis
torturas. Só a mais corajosa sobreviverá e poderá ser a mãe de seu filho.

Figurino não creditado

Elenco José Mojica Marins (Zé do Caixão), Antonio Fracari (Cláudio), Nivaldo Lima (Bruno), Tina Wohlers (Márcia), Tânia Mendonça (Jandira), Nádia
Freitas (Laura) Roteiro e argumento José Mojica Marins Diálogos Aldenoura de Sá Porto Produção José Mojica Marins, Augusto Pereira de Cer-
vantes e Ibéria Filmes Produtor associado Antônio Fracari Direção de fotografia Giorgio Attili Direção de arte José Vedovato Montagem Luís Elias
Técnico de som Salatiel Coelho Trilha sonora Hermínio Gimenez

Considerado gênio primitivo por Glauber Rocha, José Mojica Marins criou o personagem ícone do terror no Brasil, o Zé do Caixão, em 1963. Fantasia
e rebeldia fazem parte da década de 60 e também do primeiro filme de Zé, À meia noite levarei a sua alma (1964). Para fazer À meia noite..., Mojica en-
controu no estúdio uma capa de Exu, alugou uma cartola, vestia calças pretas e mandou comprar uma camisa da mesma cor. As unhas dos dedões
já eram compridas, ia cortar, mas um amigo maquiador sugeriu que elas fossem maiores ainda para reforçar a imagem macabra do personagem. À meia
noite... foi feito em 13 dias, e com orçamento miserável. Mesmo assim, foi um sucesso e no segundo filme, Esta noite encarnarei no teu cadáver, não só
o roteiro mas também o figurino de Zé é mais sofisticado. O capote preto é de cetim e tem a gola maior. Na história, Zé comete um crime imperdoável
ao assassinar uma moça grávida. Atormentado pela culpa, aparece em um sonho sendo engolido para o inferno gelado, onde tortura suas vítimas
impiedosamente. A cena é espetacular, uma seqüência horripilante em cores, com cerca de 8 minutos. É de arrepiar, a cena em que as possíveis futuras
mães do seu filho estão presas em um quarto cheio de caranguejeiras. Elas vestem leves babydolls e camisolinhas transparentes com calçolas ingênuas.
Para saber qual delas é a mais corajosa, a mulher superior que vai ser sua esposa, Zé vai mais longe e solta cobras pelo quarto. Para fazer a cena, as
garotas tomaram pinga pura! Esta noite... teve cenografia espetacular José Vedovato que mandava seus alunos roubarem peças de covas e esqueletos
pelos cemitérios de São Paulo. Para fazer a maquiagem, Mojica convenceu Antonio Fracari, um playboy nada underground, dono de lojas de peruca
na Rua Augusta e amigo de várias celebridades. O make ficou ótimo, mas mesmo assim, ele teve sua cabeça esmagada por Zé. É que Fracari fez um
papel pequeno, o de Claúdio, o irmão de Laura, a mulher ideal e o cunhado não gostava muito dele. Adepto do preto total, em Esta Noite... excepcional-
mente, Zé usa camisa branca. Isto só acontece em ocasiões muito especiais, como quando ele se depara com a mulher que acredita ser "superior".
Sem recursos, Mojica se virou sozinho. Para os filmes, ele mesmo desenhava alguns figurinos e mandava fazer em uma costureira. Às atrizes pedia para
trazerem roupas de casa. Relegado ao esquecimento nos anos 80, Zé foi redescoberto nos EUA, em 90, como Coffin Joe. No inverno de 2004, chegou
as passarelas. Alexandre Herchcovitch fez a sua coleção masculina inspirada no personagem. Foi o estilista também quem redesenhou a indumentária
de Zé para Encarnação do demônio, seu próximo filme, que estréia em 2008 e encerra a trilogia.

30 ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER


José Mojica Marins e Antônio Fracari – Esta noite encarnarei no teu cadáver – acervo cinemateca brasileira, Maspe Filmes
COPACABANA

TODAS AS MULHERES DO MUNDO


Direção Domingos de Oliveira
Comédia, 1967, 35 mm, p&b e cor, 86’

Zona sul do Rio. Um jornalista mulherengo sonha com todas as mulheres do mundo. Até conhecer a noiva de seu amigo, uma mulher tão
especial que o faz pensar que é possível ter todas em uma só.

Figurino não creditado

Elenco Leila Diniz (Maria Alice), Paulo José (Paulo), Flávio Migliaccio (Edu), Joana Fomm (Bárbara), Ivan de Albuquerque (Leopoldo), Irma Álvarez
(Garota Argentina), Fauzi Arap (Paulista), Isabel Ribeiro (Dunia), Anna Christina (Ana Cristina), Ana Maria Magalhães (Ana Maria) Roteiro Domingos
de Oliveira Produção Domingos de Oliveira, Cyl Farney, Antonio Henrique de Oliveira, Luiz Carlos Pires Fernandes, Luiz B. Neto Fotografia Mário
Carneiro Direção de arte Napoleão Muniz Freire Música Cláudio MacDowell e João Ramiro Mello Montagem Joaquim Assis e Nazareth Ohana

Leila Diniz, grávida e de biquíni na praia de Ipanema dos anos 70, é o símbolo definitivo de liberdade e emancipação feminina no Brasil. A revelação
de Leila como atriz e personalidade aconteceu alguns anos antes, em 1967, no filme Todas as mulheres do mundo. Na seqüência inicial, ela aparece
leve e sensual, brincando no mar, vestindo biquíni preto com petits pois brancas. Em outros momentos, Leila, que tinha um corpo dourado e
curvilíneo, usa lingerie branca de algodão e cinta-liga. Pouco dinheiro, muita improvisação e liberdade, assim era o cinema brasileiro até os anos
70. O figurino dos personagens são as roupas dos próprios atores. Paulo (o jornalista interpretado por Paulo José) usa calça e blazer com gravatinha
fina. Na praia, camisa e sunga. Para sair à noite, camisetas. O biquíni de Maria Alice, o tubinho branco de alça trespassada nas costas, a saia de pieds-
de-poule e a camisa com babadinhos são peças que saíram do guarda-roupa de Leila. O único item do figurino produzido especialmente para o
filme é o boné da cena em que Maria Alice joga sinuca. A inspiração do boné veio de Jeanne Moreau, em Jules e Jim (1962), de François Truffaut.
Não apenas o figurino, mas também o roteiro e a cenografia são documentais. O apartamento de Paulo José era o do próprio diretor, no bairro
Peixoto, em Copacabana, onde realmente aconteciam as mais loucas festas. Ruy Castro conta no livro Ela é Carioca: "As festas de Domingos eram
famosas (para Jaguar, elas formaram o núcleo da Ipanema moderna) e não era incomum que, no dia seguinte, acordassem vinte pessoas no aparta-
mento". Domingos conhece Leila em uma dessas festas da mesma maneira que, no filme, Paulo conhece Maria Alice. Todas as mulheres do mundo
é o primeiro filme do teatrólogo e diretor Domingos de Oliveira. É a história do cotidiano despretensioso de jovens cariocas da zona sul do Rio.
Domingos de Oliveira produziu Todas como uma declaração de amor a Leila e ao tempo que passaram juntos, mas acabou filmando também
umas das mais verdadeiras e deliciosas crônicas das areias cariocas.

32 TODAS AS MULHERES DO MUNDO


Paulo José e Leila Diniz – Todas as mulheres do mundo – acervo cinemateca brasileira, Difilm
FASHION VICTIM

BEBEL, GAROTA PROPAGANDA


Direção Maurice Capovilla
Drama,1968, 35 mm, p&b, 103’

Bebel é uma garota da periferia que de um dia para o outro se transforma na modelo do momento. Ela sentirá na pele a realidade por trás
do glamour do mundo da publicidade.

Figurino Índia Sport e Paraphernália (figurinos para Rossana Ghessa)

Elenco Rossana Ghessa (Bebel), John Herbert (Marcos), Paulo José (Bernardo), Geraldo Del Rey (Marcelo), Maurício do Valle (Renatão), Washington
Fernandes (Walter), Joana Fomm (Maria), Fernando de Barros (Fernando de Barros) Argumento original Ignácio de Loyola Brandão Roteiro Maurice
Capovilla, Roberto Santos, Afonso Coaracy e Mario Chamie Produção George Jonas, José Alberto Reis, Jorge Teixeira e Roberto Santos Gerentes
de produção João Batista de Andrade e Maurício Segall Fotografia Waldemar Lima Música Carlos Imperial Números musicais De Kalafe e Marcos
Roberto Arranjos Rogério Duprat e Damiano Cozzella Cenografia Juarez Magno Maquiagem Gilberto Marques Som direto Sidney Paiva Lopes
Montagem Sylvio Renoldi Companhia produtora Difilm e CPS produções cinematográficas

Paraphernalia, Rua Augusta, swinging London, Fenit, Rhodia. Nos anos 60, o mercado da moda teve seu primeiro boom. Os jovens passaram a ter
poder de consumo e houve avanços tecnológicos importantes na indústria têxtil. O número de desfiles, modelos e anúncios aumentou e o interesse
pelo assunto deixou de ser restrito apenas ao setor. Em São Paulo, na redação do jornal Última Hora, sensível à nova ordem, o jornalista Ignácio
Loyola Brandão escreve a história Bebel que a cidade comeu (1968), seu primeiro romance. Nos engajados anos 60, o livro critica a indústria cultural,
no caso, a publicidade. Acompanha a vida de uma garota do subúrbio paulistano e sua transformação de um dia para outro na top do momento.
Bebel passa a ser a estrela da marca de sabonete Lov. Outdoors com sua foto, nua tomando banho com espuminha no ombro, estão por todos os
cantos da cidade. Algum tempo depois, é descartada friamente. Mesmo antes do livro ser impresso, Loyola e seu colega de redação, Maurice
Cappovilla, roteirizaram o texto. História fresh, Bebel, garota propaganda é jovem, política e cheia de glamour. Nunca foi um blockbuster, mas se
pagou. Hoje, Bebel pode ser visto como um documentário, um docudrama que mostra os bastidores da publicidade. Muitas participações especiais,
entre elas a do editor de moda e ex-diretor de cinema Fernando de Barros e a do maestro Renato Souza Dantas. Apollo Silveira, que clica Bebel
no estúdio, é o maior fotógrafo de publicidade da época. John Hebert interpreta um publicitário assertivo que abre o filme assistindo a um
comercial de maquiagens da Max Factor para aquela estação. O filme lançou a atriz Rossana Ghessa, que anos mais tarde seria vestida por Clodovil
em Lua de mel e amendoim, dirigido por Fernando de Barros. Rossana não pode reclamar de seus figurinos. Em Bebel, todo o seu guarda-roupa foi
elaborado por Guaracy, a dona da butique mais legal dos anos 60, a Paraphernalia. Rossana ficou com todo o figurino, os tailleurs estampados, os
vestidos tubinho, e suas duas peças favoritas, o vestido de crochê e o blazer de listra.

34 BEBEL, GAROTA PROPAGANDA


Rossana Ghessa e elenco – Bebel, garota propaganda – acervo cinemateca brasileira, Maurice Capovilla
CHANCHADEX

CASSI JONES - O MAGNÍFICO SEDUTOR


Direção Luís Sérgio Person
Comédia musical, 1972, 35 mm, cor, 100'

Figurino Luiz Carlos Ripper

Sensual paquerador é desejado por todas as mulheres que nunca lhe dão sossego. Grudam nele e querem amá-lo sem descanso. Pesadelos
e ameaças o rondam. O que Cassi deve fazer?

Elenco Paulo José (Cassi Jones), Sandra Bréa (Clara), Hugo Bidet (Rouboult), Sônia Clara (Ingrid), Grande Otelo (porteiro do Teatro), Carlos Imperial
(ele mesmo) Produção Luís Sérgio Person e Glauco Mirko Laurelli Fotografia Renato Newman Direção de arte Luiz Carlos Ripper Montagem
Maria Guadalupe e Glauco Mirko Laurelli

Depois dos densos São Paulo S/A e O caso dos irmãos Naves, Luís Sérgio Person fez a sátira Cassi Jones – O magnífico sedutor. O filme é ótimo,
divertido e inteligente, mas na época os críticos não aprovaram e consideraram este último trabalho do cineasta, morto prematuramente em um
acidente de carro aos 40 anos, em 1976, como uma obra menor dentro de sua carreira. Apesar da aparência fútil e exagerada, Cassi é um filme
engajado. Ironiza tudo, as pornochanchadas, a praia de Ipanema, a moda. Vivido por Paulo José, Cassi é um paquerador canastrão, muito bem-
sucedido, as mulheres não largam do seu pé. Ele veste roupas coloridíssimas, que vão do batik indiano aos tons berrantes da pop art. As mulheres,
por outro lado, aparecem nuas a maior parte do tempo. Ele é sustentado pela mãe, e em seu apartamento há um quadro pintado com uma banana
gigante, releitura da arte como produto de consumo. Banana é uma das capas mais conhecidas do mundo do rock, lançado em 1966 pelo Velvet
Underground, com arte do mago da pop art, Andy Warhol. Tudo é de plástico, inclusive o colchão de água com peixinhos dentro. Pós-AI 5, o filme
é uma metáfora do Brasil em 1972, quando o ufanismo, o consumismo e a euforia tentavam dissimular as barbáries cometidas pela ditadura. Além
da crítica sobre o cinema vigente, sobre a sociedade brasileira, Cassi também debocha das modas da época. Segundo Regina Jehá, mulher de
Person, o cineasta tinha uma consciência estética afiada: “Ele gostava de roupas funcionais e sempre renovou o guarda-roupa a cada estação,
doando tudo o que não usava”. É dele, de Regina e do diretor de arte o figurino alegre de Cassi. O amigo e vizinho do conquistador, Rouboult, erra
sempre. Ele usa short de lycra e top de tela perfurada, bem no espírito “vamos malhar” que começa a se espalhar naquele momento. Cassi usa
caftans e calça justa cor-de-rosa com camiseta amarela! Ele parece querer mudar de vida quando conhece a bela e inocente bailarina, Clara (Sandra
Bréa, na performance que a revelou), que se torna uma bem-sucedida cantora de musicais. Clara é a mulher virgem, que ele pensa ser a ideal.
Faz de tudo para conquistá-la. Mas as coisas não saem do jeito que ele esperava.

36 CASSI JONES  O MAGNÍFICO SEDUTOR


Cassy Jones, o magnífico sedutor - acervo pessoal Marina Person
À FLOR DA PELE

DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS


Direção Bruno Barreto
Comédia, 1976, 35 mm, cor, 120’

Mulherengo e jogador inveterado morre repentinamente, e sua mulher, Dona Flor, fica inconsolável. Após algum tempo, ela se casa nova-
mente. Seu novo marido é o oposto de primeiro, e ela passa a ter uma vida dupla.

Figurino Anísio Medeiros

Elenco Sônia Braga (Dona Flor), José Wilker (Vadinho), Mauro Mendonça (Teodoro Madureira), Dinorah Brillanti (Rozilda), Nelson Xavier (Murandão),
Rui Resende (Cazuza), Nelson Dantas (Clodoaldo) Roteiro Bruno Barreto, Eduardo Coutinho e Leopoldo Serran Produção Luís Carlos Barreto, Lucy
Barreto, Newton Rique e Nelson Porto Fotografia Murilo Salles Música Chico Buarque e Francis Hime Direção de arte Anísio Medeiros Maquiagem
Jaque Monteiro Montagem Raimundo Higino

A maior bilheteria de todos os tempos no país, 10 milhões de espectadores, Dona Flor é “brasilidade à flor da pele”. Fez a Bahia simples, alegre,
musical e erótica virar moda aqui e lá fora. Com Flor, Sônia Braga, pele morena, cabelo ondulado no ombro e corpo curvilíneo recoberto por vestidinhos
de algodão sexy e brejeiros se transformou na imagem eterna da sensualidade brasileira. O ator José Wilker a definiu como “um animal
cinematográfico”. Adaptação do romance de Jorge Amado, Dona Flor e seus dois maridos mostra a Bahia de 1943. O figurinista Anísio Medeiros
“amaciou” as roupas de época, elaborando um figurino realista e emocional. Medeiros, que também trabalhou em Macunaíma e outras obras-
primas, é um dos mais consagrados cenógrafos e figurinistas de teatro e cinema do país. Ele nasceu em Teresina, estudou arquitetura na década
de 40, no Rio de Janeiro, e trabalhou como costureiro. Para a figurinista Marília Carneiro, Dona Flor é o filme que melhor representa o vestuário no
Brasil, porque “parece ser muito caseirinho, feito à mão” e é “muito verdadeiro”. Tecnicamente, é irrepreensível. As cores ressaltam a luminosidade
da Bahia. A seqüência do terreiro de candomblé é quente. As roupas do pai-de-santo e das mães-de-santo, que giram pelo terreiro ao som dos
atabaques, usando turbantes e saias rodadas, são brilhantes, coloridas, e revestidas com rendas. Esse filme, como o título sugere, é um jardim
colorido e alegre. Em seu visual, há flores por todos os lados, no cabelo, na lapela e nas estampas. No segundo casamento, seus vestidos ficam mais
recatados, sóbrios e com tons pastéis. Na inesquecível cena em que Dona Flor sai da missa, sorridente e de braços dados com seus dois maridos,
ela usa um vestido rosa pálido. Nessa seqüência, a atenção não está focada nela nem no farmacêutico Teodoro Madureira (Milton Gonçalves) e, sim,
à esquerda de Flor, no “finado” Vadinho, completamente nu. No Brasil, estar pelado é mais fashion que andar vestido!

38 DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS


Sônia Braga e Mauro Mendonça – Dona Flor e seus dois maridos – divulgação DEDOC editora Abril
SONHO DE VERÃO

MENINO DO RIO
Direção Antônio Calmon
Aventura, 1982, 35 mm, cor, 104’

Garota da alta sociedade apaixona-se por um jovem surfista e por um homem mais velho. Entre desventuras amorosas, o jovem descobre que
o outro é seu pai.

Figurino Fiorucci (colaboração)

Elenco André De Biase (Ricardo Valente), Cláudia Magno (Patrícia Monteiro), Ricardo Graça Mello (Pepeu), Nina de Pádua (Ciça), Sérgio Mallandro
(Zeca), Cissa Guimarães (Aninha), Cláudia Ohana (Soninha), Ricardo Zambelli (Adolfinho), Evandro Mesquita (Paulinho), Adriano Reis (Braga) Roteiro
Antônio Calmon e Bruno Barreto Argumento André De Biase e Tonico De Biase Produção Bruno Barreto Fotografia Carlos Egberto Música Guto
Graça Mello Canções Guilherme Arantes e Lulu Santos Direção de arte Oscar Ramos Montagem Raymundo Higino Som direto Romeu Quinto e
David Leonel Maquiagem Ana Grega Cabelos Carlos Armando

Feito no auge do Rio de Janeiro, quando a cidade ditava as tendências de comportamento, Menino do Rio representa a época em que os cariocas
lançavam moda e o resto do Brasil copiava. Todo mundo queria ser bronzeado e desencanado. Menino é produto do estilo de vida que cultiva a
praia, o esporte, a liberdade e a juventude. O diretor de arte Oscar Ramos foi detalhista também no figurino, que ficou sob sua responsabilidade
direta. O destino é ser star, mas o guarda-roupa é básico, tropical, composto por bermudas, camisetas, camisas havaianas, biquínis minúsculos, pran-
chas de surfe, violão. Remete ao lazer eterno. Bem a propósito, o ator André De Biase, que faz o surfista Valente, foi descoberto na praia de Ipanema.
O padrão estético da época não era moleza: ir na praia sem estar queimado era um deslize abominável. O filme tem alguns momentos de glamour
longe das areias. Roupas de festa sempre animam uma produção e, na história de Antônio Calmon, há um jantar black tie (todo mundo de smoking
e Valente de camisa florida), uma festa de noivado e, até desfile de moda. A gatinha do filme é fashion, e Patrícia faz jus ao nome. Interpretada por
Claudia Magno, ela usa looks aprumadinhos, blazer cor de rosa com ombreira, vestido de tafetá e, à certa altura, participa como modelo de um
desfile na loja de uma amiga. Na verdade, a locação é a loja da Fiorucci, a butique sensação do início dos anos 80. Os looks desfilados foram sele-
cionados por Ramos e Gloria Kalil, dona da Fiorucci no Brasil. Com seu corpo esguio, Patrícia desfila macaquinhos, shorts e bustiê minúsculos e
coloridos. Na cenografia, frutas tropicais enfeitam a passarela. No decorrer dos anos 80, o Rio foi perdendo o encanto. O estilo de vida do balneário
cede lugar à moda do asfalto, verdadeiramente urbana, inspirada em Tóquio, Nova York e São Paulo. Menino do Rio é um delicioso filme sessão da
tarde, crônica visual de um Rio de Janeiro ingenuamente malicioso.

40 MENINO DO RIO
André de Biase, Claudia Magno e Ricardo Graça Mello – Menino do Rio – divulgação DEDOC editora Abril
FILME DE BUTIQUE

FOGO E PAIXÃO
Direção Márcio Kogan e Isay Weinfeld
Comédia urbana, 1988, 35 mm, cor, 90’

Grupo se reúne para excursão turística de ônibus por São Paulo. Durante o passeio, flashbacks de acontecimentos ilustram a vida de cada um.

Figurino Leda Senise

Elenco Mira Haar (Vilma Viena), Cristina Mutarelli (Helena de Castro), Carlos Moreno (Duque Demétrio Bernardo Adolfo Medardo Di Terralba),
Kenichi Kaneko (Akira Kaneko), Fernanda Montenegro (Rainha), Paulo Autran (homem com a maleta), Tônia Carrero (Mendiga), Zezé Macedo (Mul-
her elegante), Rita Lee (Mulher do Piquenique), Fernanda Torres (Moça na barraca de laranja), Roberto de Carvalho (Homem do Piquenique),
Regina Casé (Primeira dama), Sérgio Mamberti (Político), Nair Bello (Avó das crianças), Rui Resende (Esbignil Krotosinski), Giulia Gam (Mona Lisa),
Monique Evans (Monique) Roteiro Isay Weinfeld e Márcio Kogan Diálogos Flávio de Souza Produção WKW Filmes Produtor executivo Angelo
Gastal Produtor Associado Sergio Ajzemberg Direção de fotografia Pedro Farkas Direção de arte Felippe Crescenti, Isay Weinfeld e Márcio Kogan
Cenografia Felippe Crescenti Montagem Mauro Alice Trilha sonora Sérvulo Augusto e Gil Reyes Maquiagem Westerley Dornellas

A São Paulo de Fogo e paixão é limpa e linda. Os arquitetos Isay Weinfeld e Márcio Kogan pintaram paredes, lavaram calçadas. No único longa que fizeram, o
mundo é perfeito e em cores reluzentes. Num cinema como o brasileiro, que enobrece a imagem da pobreza, a plasticidade e a harmonia estética de Fogo é
inovadora reverberando principalmente na publicidade da época. Em 1988, Isay e Marcio já estavam trabalhando há mais de uma décadaem projetos de sucesso.
Desde a faculdade, eram bem sucedidos curtas-metragistas, com 14 filmes no currículo, sendo um deles, o Idos com o vento (1984). Em Fogo e paixão exagera
todas as modas da época, até a cafonice é requintada. Tudo combinadinho, tanto o figurino de Leda Senise, com trabalhos em teatro e em confecções como
a Fiorucci e a Zoomp – como também o cenário usam e abusam da geometria. O poá da camisa da mãe (Nair Belo) é o mesmo do da gola da filha (Leda Senise,
a própria, faz uma ponta). A camisa do rapaz é da mesma estampa de bolinhas do prédio, logo atrás dele. No roteiro, duas professoras solteironas saem em ex-
cursão, loucas por namorados. O sight seeing (em um ônibus de design, GM Coach 1958) é motivo para exibir o que São Paulo tem de melhor – galerias, prédios,
Parque do Ibirapuera, Masp. E também pretexto para um desfile de personagens exóticos. Um conde, um japonês que filma tudo, uma modelo francesa mau
humorada, um casal de americanos com voz de dubladores, um gordinho misterioso, uma gordinha com um poodle branco, uma russa. O casting de atores
consagrados que fazem pontas impressiona – a rainha é Fernanda Montenegro, a Monalisa é Giulia Gam e a mendiga Tônia Carrero. Imperdível é Rita Lee. Ela
faz piquenique na Av. Paulista vestida de camponesa inglesa, caricata, inspirada na estilista Laura Ashley. Em sonho, até Monique Evans, musa dos anos 80,
aparece (e como!). Registro da moda praia da década, a modelo faz topless com fio dental asa delta. Por trás das câmeras, o casting não é menos renomado. A fo-
tografia é de Pedro Farkas e a direção de arte de FelipeCrescenti. Tirando as aparições fantasiosas, os personagens fixos usam apenas uma roupa. Looks acentuam
o caráter de cada um. As professoras têm referências anos 40, muito forte nos 80, com os coques banana e tailleurs. Miriam Haar, a mais ansiosa, usa blusa de
bolinhas com gola palhaço. Cristina Mutarelli começa recatadissima, com camisa branca até o pescoço. A certa altura, decide mudar, se rasga toda e ...

42 FOGO E PAIXÃO
Elenco – Fogo e paixão - divulgação DEDOC editora Abril
CUSTOMIZAÇÃO

CARLOTA JOAQUINA – PRINCESA DO BRAZIL


Direção Carla Camurati
Comédia, 1995, 35 mm, cor, 100’

Sátira da família real portuguesa no Brasil. Carlota Joaquina, que adorava sua vida de luxo na corte européia, detesta seus dias na colônia tropical.

Figurino Emília Duncan, Marcelo Pies e Tadeu Burgos

Elenco Marco Nanini (D. João VI), Marieta Severo (Carlota Joaquina), Ludmila Dayer (Yolanda e a jovem Carlota Joaquina), Antônio Abujamra
(Conde de Mata-Porcos), Maria Fernanda (Rainha Maria I), Eliana Fonseca (Custódia), Beth Goulart (Princesa Maria Teresa), Thales Pan Chacon
(Médico), Brent Hieatt (Escocês), Vera Holtz (Maria Luísa de Parma), Bel Kutner (Francisca), Ney Latorraca (Jean-Baptiste Debret), Aldo Leite (Lobato),
Norton Nascimento (Fernando Leão), Marcos Palmeira (D. Pedro I), Chris Hieatt (Lorde Strangford) Roteiro Carla Camurati, Melaine Dimantas e
Angus Mitchel Produção Bianca De Felippes e Carla Camurati Direção de Arte Emília Duncan e Tadeu Burgos Fotografia Breno Silveira Música
André Abujamra e Armando Souza

Carlota Joaquina, primeiro longa-metragem de Carla Camurati, nasceu desacreditado pela crítica, mas acabou se transformando no primeiro filme
nacional a fazer mais de 1 milhão de espectadores em 4 anos (desde Os Trapalhões e a árvore da juventude em 1991). Deu o pontapé inicial no que
se chama hoje a retomada do cinema brasileiro. Feito com orçamento baixíssimo, a verba da produção era praticamente inexistente. Diante da
situação, os figurinistas deixaram de lado o realismo e investiram na criatividade orgânica brasileira para criar figurinos que, além de históricos,
eram divertidíssimos e exóticos. O trabalho de pesquisa da produção de arte durou cerca de 2 anos e foram desenhados 500 modelos. Com ex-
periência em teatro e artes plásticas, os figurinistas transformaram as limitações em possibilidades. Descobriram materiais incríveis e inéditos e,
assim, os nativos eram vestidos com roupas feitas com folhas de árvores, bananeiras e palhas. Para realçar o lado de comédia dramática, o excesso
dá o tom do figurino. Carlota e sua personalidade forte são caracterizadas, principalmente, com seus vestidos de corpete clássico, adornado com
uma mantilha e saia de veludo roxa ou vermelha ampla e à moda espanhola. Tudo foi feito com base em permutas, doações e empréstimos. No
filme, a verdadeira adoração de Carlota é colecionar sapatos. O baú que ela joga ao mar com sua coleção de sapatos, na verdade é uma reunião
dos modelos de 93 da Arezzo. Dom Pedro I usa jaqueta de couro da Forum onde foram aplicados botões dourados. A direção de arte e Carla, com
a pequena verba de US$ 20 mil, tiveram que se virar, pois o dinheiro que já era pouco acabou junto com as filmagens no Maranhão. Ao voltar
ao Rio de Janeiro, a casa da diretora foi transformada em ateliê. E para conseguir continuar, os figurinos da fase anterior foram desmontados,
remodelados e viraram outras roupas. É a customização despontando no cinema bem antes de virar febre na moda.

44 CARLOTA JOAQUINA  PRINCESA DO BRAZIL


Marieta Severo – Carlota Joaquina, princesa do Brazil – acervo Copacabana Filmes
MIX

MADAME SATÃ
Direção Karim Ainöuz
Drama, 2002, 35 mm, cor, 105'

Bairro da Lapa, anos 30. Entre prostitutas e marginais, o negro e ex-escravo João Francisco, conhecido como Madame Satã, sonha em tornar-
se uma grande "estrela" dos palcos.

Figurino Rita Murtinho

Elenco Lázaro Ramos (Madame Satã), Marcélia Cartaxo (Laurita), Flávio Bauraqui (Tabu), Fellipe Marques (Renatinho), Renata Sorrah (Vitória),
Emiliano Queiroz (Amado), Ricardo Blat (José), Guilherme Piva (Álvaro), Floriano Peixoto (Gregório) e Gero Camilo (Agapito) Roteiro Karim Ainöuz,
Marcelo Gomes, Sérgio Machado e Maurício Zacharias Produção Walter Salles, Isabel Diegues e Maurício Andrade Ramos Produtor associado
Marc Beauchamps, Donald Ranvaud, Vincent Maraval, Dominique Welinski, Phillip Brooks e Laurent Bocahut Direção de fotografia Walter Carvalho
Direção de arte Marcos Pedroso Maquiagem Sônia Penna Montagem Isabela Monteiro de Castro Trilha sonora Marcos Suzano e Sacha Amback

Em 1932, o ex-escravo João Francisco dos Santos vive no samba, no suor e na malandragem carioca. Seu sonho é ser artista. Ele nasceu para o
espetáculo. João começa vestido de homem, com paletó, camisa e chapéu e, aos poucos, vai se travestindo. O brilho – tanto nas peças quanto na
maquiagem – cresce em importância. João faz imitações da cantora Josephine Baker, cria personagens como Mulata do Balacochê e Santa de
Coqueiro. É um transformista de cabaré pioneiro. Em um baile de carnaval, ganha o concurso de fantasia com Madame Satã, inspirado no filme
homônimo de Cecil B. DeMille (1930). Ganhou outros carnavais, foi preso várias vezes, foi amigo de Noel Rosa e Araci de Almeida. Mito do
submundo, foi entrevistado em 1971 por Millôr Fernandes para o Pasquim. Na seqüência, foi relançado o ótimo filme Rainha Diaba, sobre a vida
de João depois de sua transformação em Madame Satã. A obra de Karim Ainöuz pára justamente onde começa o Rainha. Como não há registro
fotográfico de João em suas performances, a liberdade na criação do personagem foi total. Nascido em Fortaleza, Karim formou-se em arquitetura
em Brasília e em cinema em Nova York. Concebeu seu personagem misturando suas referências globalizadas. Madame é um pouco de Josephine
Baker, Sylvester, glam rock, disco music, David Bowie e até Saci Pererê. O cenário é a Lapa e, para reconstituir a época sem melancolia mas com
emoção, a direção de arte trouxe do passado uma atmosfera suada, usada e desgastada. O filme explora o corpo como expressão máxima do
personagem e, assim, o figurino é subserviente a ele. Para parecerem imperfeitas, as roupas foram feitas à mão. A silhueta valoriza detalhes
peculiares da década de 30, como a camisa usada bem justa e a calça com cintura alta. Madame é um personagem libertário. É um guerrilheiro
urbano. Mais século 21 impossível.

46 MADAME SATÃ
Lázaro Ramos – Madame Satã - divulgação DEDOC editora Abril.
48 MOSTRA COMPETITIVA
Credo! – primavera-verão 2005 – divulgação
2ª MOSTRA COMPETITIVA
FILMEFASHION
Um figurinista dá significado à roupa. Sem gestos ou palavras, apoiando-se apenas na indumentária, revela
o posicionamento social, o temperamento e o modo de pensar do seu personagem. Ele fala para o olhar.
Num espetáculo filmado, caso do FilmeFashion, o figurino distingue quem é quem, e pelo estudo de cores e
texturas, dá unidade à trama. Se o cinema é o espelho de um país, o figurinista é o personal stylist. No Iguatemi
FilmeFashion o figurinista é mais ainda. É a estrela que transforma roupa em arte. Homenageamos os profis-
sionais e, em tempos de YouTube, os amadores também. Figurinistas que se destacaram vestindo filmes e
videomakers cujo tema é a moda. A 2ª Mostra Competitiva FilmeFashion recebeu inscrições de produções
feitas a partir da segunda metade de 2004, quando aconteceu a primeira edição, até julho de 2007. Neste ano,
a mostra está mais ampla. Contempla oito categorias. Apenas para profissionais, melhor figurino e melhor
maquiagem em longa-metragem, melhor figurino em videoclipe e em filme publicitário. Para todo mundo,
profissional ou não, melhor filme de bolso, videodesfile e documentário de moda. Entre os inscritos foram
selecionados cinco finalistas em cada categoria. Eles serão avaliados por um júri muito especial e os vence-
dores serão divulgados no último dia do Iguatemi FilmeFashion.

49
FIGURINO LONGA-METRAGEM

Casa de areia – divulgação Conspiração Filmes

A máquina – divulgação Diller e associados


CASA DE AREIA A MÁQUINA

Direção Andrucha Waddington Direção João Falcão


Drama, 2004, 35 mm, Cor, 115’ Drama, 2004, 35 mm, cor, 94’
Figurino Claudia Kopke Figurino Kika Lopes
Elenco Fernanda Montenegro (D. Maria - Áurea), Elenco Paulo Autran (Antônio - no futuro),
Fernanda Torres (Áurea - Maria), Ruy Guerra Gustavo Falcão (Antônio - jovem), Euclides Pe-
(Vasco de Sá), Seu Jorge (Massu), Luiz Melodia gado (Antônio - 5 anos), Mariana Ximenes (Ka-
(Massu), Enrique Diaz (Luiz), Stênio Garcia (Luiz) rina), Vladimir Brichta (José Onório), Cristiane
Produção Leonardo Monteiro de Barros, Pedro Ferreira (Maria da Graça) Produção Diler
Buarque de Hollanda, Pedro Guimarães, An- Trindade Fotografia Walter Carvalho Direção
drucha Waddington Fotografia Ricardo Della de arte Marcos Pedroso Maquiagem Vavá Tor-
Rosa Direção de arte Tulé Peake Maquiagem res Montagem Natara Ney
Martín Macías Trujillo Montagem Sérgio Mekler Karina vive na pequena Nordestina. Seu sonho é
Atrás do sonho de seu marido, Dona Maria e Áurea virar atriz e conhecer o “mundo”. Antônio, apaixo-
vão parar nos lençóis maranhenses. Lá, descobrem nado por Karina, resolve trazer o mundo até ela. O
que estão presas e tentam fugir. A saga inicia em figurino é romântico, com vestidinhos de algodão e
1910, com figurino belle époque formado por camisas xadrezes desgastadas. Antônio vai para a
saias longas, justas e blusas com mangas bu- cidade e tenta se adaptar, usando roupa preta com
fantes. Em 1920, Áurea percebe que a moda brilhos. E encontra tipos cafonas como o apresen-
mudou e encurta a saia e o cabelo à la garçone. tador de tv que usa blazer prateado de shantung.
Cafundó – divulgação Laz Audiovisual LTDA

Zuzu Angel – divulgação Toscana Audiovisual LTDA


O cheiro do ralo – divulgação Geração Conteúdo/ Primo Filmes/RT Features
CAFUNDÓ ZUZU ANGEL O CHEIRO DO RALO

Direção Paulo Betti e Clóvis Bueno Direção Sérgio Rezende Direção Heitor Dhalia
Drama, 2006, 35 mm, cor, 102’ Drama, 2006, 35 mm, cor, 104’ Comédia, 2007, 35 mm, cor, 112’
Figurino Bia Salgado Figurino Kika Lopes Figurino Patrícia Zuffa
Elenco Lázaro Ramos (equilibrista na Praça da Elenco Patrícia Pillar (Zuzu Angel), Daniel de Elenco Selton Mello (Lourenço), Paula Braun
Sé/ João de Camargo), Leona Cavalli (Rosário), Oliveira (Stuart), Alexandre Borges (Fraga), Ângela (garçonete), Lourenço Mutarelli (segurança),
Leandro Firmino (Cirino), Valéria Monã (Levinda), Vieira (Lucia), Flávio Bauraqui (Mota), Leandra Leal Fabiana Gugli (noiva), Silvia Lourenço (viciada),
Chica Lopes (Nhá Chica), Flávio Bauraqui (Exu) (Sonia), Othon Bastos (militar), Luana Piovani Mario Shoemberger (homem do relógio), Martha
Produção Paulo Betti, R. A. Gennaro, Virginia W. (Elke), Regiane Alves (Hildegard) Produção Meola (secretária) Produção Heitor Dhalia, Joana
Moraes Fotografia José Roberto Eliezer Direção Joaquim Vaz de Carvalho Fotografia Pedro Farkas Mariani, Marcelo Doria, Matias Mariani, Rodrigo
de arte Vera Hamburger Maquiagem Ana Van Direção de arte Marcos Flaksman Maquiagem Teixeira Fotografia José Roberto Eliezer Direção
Steen Montagem Sérgio Mekler Martin Macias Montagem Marcelo Moraes de arte Guta Carvalho Maquiagem Siva Rama
João, jovem escravo recém liberto anseia por Zuzu, estilista mineira, perde seu filho nos porões Terra Montagem Jair Peres e Pedro Becker
descobrir o mundo. Após horríveis experiências, da ditadura e dedica a vida a encontrar seu corpo. Sarcástico dono de loja que vende produtos
seu objetivo torna-se ajudar ao próximo. Depois Reconstituição de época leve e precisa, o figurino é usados diverte-se humilhando e controlando sua
de alforriados, os escravos vestem peças em tons composto por 500 peças, sendo 54 para a persona- freguesia. O figurino é retrô moderninho e de
de marrom e cru, sujas e desgastadas em muitas gem principal e 280 para o desfile que aconteceu cores desbotadas. Destaque para o segurança
sobreposições. Os ricos usam ternos, botas, car- em Nova York. Com vestidos e saias longas colori- todo de vinho. O guarda-roupa dos personagens
tolas azuis e cinza. Nos rituais africanos trajes das, conjuntos de calça e camisa estampados e um veio de brechós e emprestado de amigos da figu-
fantasiosos com muitos acessórios. de vestido noiva de renda branca transparente. rinista neste seu primeiro longa.
MAQUIAGEM LONGA-METRAGEM

Fica comigo esta noite – divulgação Diller e associados

Garrincha, estrela solitária – divulgação Fam Filmes


FICA COMIGO ESTA NOITE GARRINCHA  ESTRELA SOLITÁRIA

Direção João Falcão Direção Milton Alencar


Drama, 2005, 35 mm, cor, 78’ Drama, 2005, 35 mm, cor, 110’
Maquiagem Wilson Eliodório Maquiagem Marina Beltrão (Brasil) e Cons-
Elenco Vladimir Brichta (Edu), Alinne Moraes tanza Bace (Chile)
(Laura), Laura Cardoso (D. Mariana), Clarice Elenco André Gonçalves (Garrincha), Taís
Falcão (D. Mariana - jovem), Gustavo Falcão Araújo (Elza Soares), Henrique Pires (Sandro
(fantasma do coração de pedra) Produção Moreyra), Alexandre Schumacher (Nilton San-
Diler Trindade Fotografia Mauro Pinheiro Jr. tos) Produção Jorge Moreno Fotografia Jorge
Direção de arte Marcus Figueiroa Figurino Moclar Direção de arte Sérgio Silveira Figu-
Kika Lopes Montagem Natara Ney Música rino Marina Diaz (Brasil) e Ximena Veloso
Robertinho de Recife (Chile) Música Léo Gandelman
Os personagens são inspirados em uma fábula. A vida do mito do futebol é contada com detalhes
A maquiagem do fantasma do coração de pedra contrapondo o homem humilde com a lenda do
tem olheiras, pois ele trabalha muito. Este é campo, por meio de depoimentos de pessoas pró-
o primeiro longa de Wilson Eliodório. Nele, Edu ximas que mostram as várias facetas de Mané Gar-
e Laura formam o casal jovem com o casamento rincha. Taís Araújo encarna Elza Soares, perfeita
desgastado. graças à maquiagem, que reforça os olhos com
a ajuda de um extensor, boca contornada por lápis
e o uso de tons metalizados.
Irma Vap, o retorno – divulgação Copacabana Filmes

Casa de areia – divulgação Conspiração Filmes


A concepção – divulgação Olhos de cão produções cinematográficas
IRMA VAP  O RETORNO A CONCEPÇÃO CASA DE AREIA

Direção Carla Camurati Direção José Eduardo Belmonte Direção Andrucha Waddington
Comédia, 2006, 35 mm, cor, 80’ Drama, 2006, 35 mm, cor, 96’ Drama, 2004, 35 mm, Cor, 115’
Maquiagem Martin Macias e Jorge Hernandez Maquiagem Danilo Mazzuca Figurino Claudia Kopke
Elenco Marco Nanini (Tony Albuquerque/ Elenco Matheus Nachtergaele (X), Milhem Cor- Elenco Fernanda Montenegro (D. Maria - Áurea),
Cleide Albuquerque), Ney Latorraca (Darci Lopes/ taz (Lino), Rosanne Holland (Liz), Juliano Fernanda Torres (Áurea - Maria), Ruy Guerra
Odete Lopes), Thiago Fragoso (Leonardo Aguiar), Cazarré (Alex), Murilo Grossi (Marcio), Gabrielle (Vasco de Sá), Seu Jorge (Massu), Luiz Melodia
Marcos Caruso (Otávio Gonçalves), Fernando Lopez (Ariane) Produção Paulo Sacramento e (Massu), Enrique Diaz (Luiz), Stênio Garcia (Luiz)
Caruso (Henrique D'Ávila), Leandro Hassum Lili Bandeira Fotografia André Luis da Cunha Produção Leonardo Monteiro de Barros, Pedro
(Luiz Alberto) Produção Bianca Costa e Fer- Direção de arte Akira Goto Figurino Fabrícia Buarque de Hollanda, Pedro Guimarães, An-
nando Libonati Fotografia Lauro Escorel Di- Mancuso e Rita Andrade Montagem Paulo drucha Waddington Fotografia Ricardo Della
reção de arte Marcos Flaksman Figurino Cao Sacramento e José Eduardo Belmonte Música Rosa Direção de arte Tulé Peake Maquiagem
Albuquerque e Marília Brito Montagem Ri- Zepedro Gollo Martín Macías Trujillo Montagem Sérgio Mekler
cardo Mehedff e Pedro Amorim Música Guto Três jovens filhos de diplomatas vivem em Brasí- Atrás do sonho de seu marido, Dona Maria
Graça Melo lia em um apartamento sem os pais. Entediados e Áurea vão parar nos lençóis maranhenses.
Adaptação da peça teatral Irma Vap onde Marco com vida que levam, desligam-se do passado Lá, descobrem que estão presas e tentam fugir.
Nanini e Ney Latorraca personificavam homens para ser a cada dia uma pessoa diferente. A maquiagem passa a sensação visual de
e mulheres. Para a caracterização perucas e Os personagens tem um quê de androgenia e cansaço, com olheiras bem profundas, e da
muitos acessórios. um toque anos 70. Destaque para Matheus dureza da vida que elas levam, com unhas crescidas
Nachtergaele maquiado de travesti. e sujas e pele branca queimada pelo sol.
FIGURINO CURTA-METRAGEM

Madame Jeanette em a festa – divulgação

Desirella – divulgação
MADAME JEANETTE EM A FESTA DESIRELLA

Direção Felipe Morozini e Gui Conti Direção e animação Carlos Eduardo Nogueira
2004, 16mm, cor, 11’ 2004, beta, cor, 11’
Figurino David Loretti Animação Carlos Eduardo Nogueira
Elenco Estela Rachti, Brenda Ligia Miguel, Desirella é uma senhora que olha o mundo
Eleonora Trench, Iara Abigail, Martha Nowill, através da renda de seu chapéu e recebe uma
Veridiana Bressane Roteiro Felipe Morozini caixa mágica de onde sai uma luz rosa. Nela tem
Produção Renata Amaral Fotografia Carlos Za- um scarpin preto mágico que a transforma em
lasik Direção de Arte Guta Carvalho Cenografia uma mulher jovem, bonita e sexy. Ela se torna
Guta Carvalho e Patrícia Peccin Maquiagem poderosa e confiante, faz academia, freqüenta
Keny Hoshi Animação Cuatro Cabezas festas, vai ao cassino, toma banho, sempre usan-
Senhora francesa que vive sozinha no centro da do os sapatos. Vale ver a roupa com a qual ela
cidade de São Paulo está cansada do barulho samba com asas de demônio.
das festas do vizinho. Decide ligar para a polícia.
Antes, vai pessoalmente acabar com o barulho.
Destaque para a "cena prata" no banheiro e o
abuso de looks de grife de luxo.
Memória morta – divulgação Gore Filmes

Saliva – divulgação Ioiô Filmes


Cabelo azul bikini e bota – divulgação
MEMÓRIA MORTA SALIVA CABELO AZUL BIKINI E BOTA

Direção Dácio Pinheiro Direção Esmir Filho Direção Rafael Duarte e Laura Futuro
2007, Super 8, cor, 10’ 2007, 35mm, cor, 15’ 2005, MiniDV, cor, 13’
Figurino David Pollak Figurino Andrea Simonetti Figurino Daine Senger
Elenco Geanine Marques e Ricardo Ramory Elenco Mayara Comunave, Gabriel Cavicchioli, Elenco Rodrigo Najar, Alessandra Marder e
Roteiro Dácio Pinheiro e Radhy Nascimento Helen Vasconcellos Roteiro Esmir Filho Pro- Samantha Antoniozzi Roteiro Rafael Duarte
Produção Dácio Pinheiro Fotografia Denis Ro- dução Adipe Neto Fotografia Marcelo Trotta Produção Morgana Rissinger Fotografia
driguez Direção de arte Ed Andrade Maquia- Direção de arte Marcello Escañuela Maquia- Marcelo Nunes Direção de arte Alessandra
gem Robert Estevão Animação Piloto Cine TV gem Bob Toscano Marde e Luiz Roque Maquiagem Baby Mar-
Homem fica atormentado depois da morte da Uma garota de 12 anos e seu primeiro beijo. Mil ques Animação Marcio Toson
esposa. Tem visões que o deixam confuso. O que dúvidas, medos e curiosidades sobre a ines- Empresária sai de seu escritório com tailleur preto
é real, o que é alucinação? Detalhe para o vestido quecível experiência. Para treinar, usa o espelho, e branco, óculos de grau e cabelos Chanel. Depois
preto comprido e as unhas longas e vermelhas o papel celofane e um cubo de gelo. Ela veste de um trauma, ela muda sua forma de ver o
da falecida. minissaia jeans, all star e casaco canguru de mo- mundo e troca de figurino: bota amarela de verniz,
letom vermelho. Inocência e um toque sensual. shorts e top vermelho e cabelo tingido de azul.
FIGURINO VIDEOCLIPE

Negra Li “Você vais estar na minha” – divulgação

Sidney Magal “Tenho novo” – divulgação


NEGRA LI  VOCÊ VAI ESTAR NA MINHA SIDNEY MAGAL  TENHO NOVO

Direção Hugo Prata e Karina Ades Direção Pedro Becker


2006, cor, 16 mm, 3’27” 2004, cor, 16 mm, 4’
Figurino Lara Gerin Figurino Rita Wainer
Elenco Negra Li, Fabio, Garrido Roteiro Karina Elenco Deborah Falabela, Xico Sá e Sidney
Ades e Hugo Prata Produção Pepito Foto- Magal Roteiro Pedro Becker Produção Lula
grafia Marcelo Trotta Direção de arte Karina Franco Fotografia Jr Hambling e Junior Direção
Ades Maquiagem Henrique Melo de arte Thais Leite Maquiagem Robson
Neste vídeo, Negra Li é lutadora de uma acade- Sidney Magal, o cantor que ficou conhecido na
mia de boxe da periferia. Estética hi-low, elemen- década de 70 por sucessos como Sandra Rosa
tos sportwear, vestidos, acessórios metalizados Madalena com seu estilo brega-sensual-român-
e coloridos típicos da black music. tico, voltou nos anos 90 cantando jazz e bossa-
nova. Neste clipe, calça e blazer preto, camisa
branca e all star de couro. Débora Falabella de
vestido anos 50, tomara-que-caia amarelo e
sapatos vermelhos.
Divulgação Coração da Selva e Tangerina Entretenimento

Mariana Aydar “Deixa o verão” – divulgação


Jumbo Elektro “Freak to meet you” – divulgação
HYLDON  NA SOMBRA DE UMA ÁRVORE MARIANA AYDAR  DEIXA O VERÃO JUMBO ELEKTRO  FREAK TO MEET YOU

Direção Tata Amaral e Idê Lacreta Direção Douglas Kuruma Direção Fernando Maranho e Marília Scharlach
2006 , cor, 6’15” 2006, cor, HDTV, 4’33” 2006, cor, MiniDV, 3’38”
Figurino Silvana Gurgel Figurino Higor Vaz Alexandre Figurino Fernando Maranho, Thais Maranho,
Elenco Negra Li, Thaide, Hyldon, Luana A-tal Roteiro Mariana Aydar e Douglas Kuruma Tatá Aeroplano, Isidoro Cobra e Dudu Tsuda
Elenco Tatá Aeroplano, Fernando Maranho,
Produção Coração da Selva e Tangerina En- Produção Projekt Soluções Visuais Fotografia
Daniel Setti, Marcelo Ozorio, Dudu Tsuda,
tretenimento Roteiro Tata Amaral e IdêLacreta Ching Wang Cenografia Veridiana Bressane
Gunter Axel Richard, Isidoro Cobra e Bia
Fotografia Jacob Sarmento Solitrenick e Maquiagem Catia Marques Produção Thais Maranho e Tatá Aeroplano
Adrian Cooper Direção de arte Rafael Ronconi Deixa o verão começa num jardim com a can- Fotografia Fernando Maranho e Marília Scharlach
Maquiagem Silvana Gurgel tora em uma banheira vermelha cheia de frutas. Roteiro e direção de arte Fernando Maranho
A canção ganhou um videoclipe dirigido por Flores, pássaros e verde, muito verde. Figurino Maquiagem Sérgio Ramiro
Tata Amaral e Idê Lacreta nas locações do filme despojado. O look é macaquinho de plush sexy e Formado por 7 jovens músicos, o Jumbo Elektro
Antônia. O clipe é uma derivação da cena do meias listradas para dar um tom lúdico. Tudo tem como maior fonte de inspiração a Tropicália.
crime em que preta (Negra Li) e Marcelo Dia- superconfortável. Neste clipe, um “sósia” do Elvis, seguido por Liza
mante (Thaide) dançam ao som da canção na Minelli. Referências a John Lennon e Yoko Ono, e
Vila Brasilândia. Figurino hip-hop. Jimi Hendrix. Figurino da banda jeans e t-shirt.
FIGURINO FILME PUBLICITÁRIO

Ellus “Mulher pássaro” – divulgação

Havaianas “Investigação” – divulgação


ELLUS  MULHERPÁSSARO HAVAIANAS  INVESTIGAÇÃO

Direção Paola Siqueira Direção Clovis Mello


2006, cor e p&b, 60” 2007, cor, 30”
Figurino Equipe de Estilo Ellus Elenco Deborah Secco, Carol Castro, Gisele Itié
Elenco Letícia Birkheuer e Banda Wry Produção e Juliana Knust Diretor de criação Marcello
O2 Filmes Fotografia Jacques Dequequer Serpa Criação Wilson Mateos e Marcos
Cenografia Bia Lessa Direção de arte Kleber Madeiros Produtora Cine Cinematográfica
Matheus Maquiagem Lau Neves Animação Fotografia Jean Benoit Trilha Play It Again
Andres Sandoval e Equipe O2 Montador Clovis Mello e João Branco
Vídeo mostra takes da coleção Outono/Inverno Menino tem suas havaianas roubadas e precisa
2007. Tem como garota-propaganda Letícia reconhecer os suspeitos, que são mulheres
Birkheuer, vestida de mulher-pássaro, toda famosas, lindas e sexy.
de preto.
Ipanema Gisele Bündchen “Tattoo” – divulgação W/B

Cornetto “Duelo” – divulgação Margarida Flores e Filmes


Ford Fiesta “Rosas” – divulgação
IPANEMA GISELE BÜNDCHEN  TATTOO CORNETTO  DUELO FORD FIESTA  ROSA

Direção de Criação Rui Branquinho Direção de Criação Christiano Metri Direção de Criação Pedro Becker
2005, 35mm, cor, 1’15” 2006, 35mm, cor, 30” 2006, 35mm e 16mm, cor, 30"
Elenco Gisele Bündchen Redator Rui Bran- Figurino Patrícia Zuffa Figurino Tais Mol
quinho Diretor de arte Celso Alfieri Fotógrafo Elenco Maria Regina Zelante Produção Equipe Elenco Andréa Musatti Produção equipe Mar-
Paulo Vainer Ilustrador Brasílo Matsumoto Bossa Nova Fotografia Rambo Direção de arte garida Flores e Filmes Fotografia Rambo (Rhe-
Produtor gráfico Julio César Direção Fábio Alessandra Maestro Cenografia Aldacir Al- bling Junior) Direção de arte Thais Leite
Soares Produtora Conspiração Produtora de berto (Gaúcho) Maquiagem Cris Narvaes Ani- Cenografia Thais Leite Animação equipe Mar-
som YB Agência W/Brasil mação Tribbo Agência McCann Erickson garida Flores e Filmes Agência JWT
Gisele Bündchen sentada nua em uma mesa de Casal flerta e voa enquanto lutam por um Cor- Mulher aparece primeiro vestida de noiva, depois
luz vê seu corpo sendo recoberto inteiramente netto. Ela vestida de terno off white com baba- de regata na cama, então de blazer de veludo
por tatuagens. dos românticos e ele de terno-quimono, lem- com saia no joelho e no final de casaquinho, saia
brando O clã das adagas voadoras. no joelho e scarpin retrô.
DOCUMENTÁRIO DE MODA

Visita íntima – divulgação

Amazon Guardians – divulgação BL Productions


VISITA ÍNTIMA AMAZON GUARDIANS

Direção Isaac Donato Direção Patty Lago


2006, cor, 4’43” 2007, Beta, cor, 13’
Roteiro Isaac Donato, Marília Cunha e Débora Elenco Oskar Metsavaht e casting do desfile
Peixoto Produção Isaac Donato e Zezaz Mon- Roteiro Patty Lago e Marcelo Rodrigues
teiro Fotografia Alexsandro Silva Direção de Produção Valeska Vogas Fotografia Oskar M.,
arte Zezaz Monteiro Fernando Kawai, Léo Rocha, Paulo Heimbecker
Usa presidiários como modelos para mostrar a e Jackson Cerqueira Direção de arte Oskar
relação entre moda, consumo e violência. Nas Metsavaht Maquiagem Max Weber Animação
legendas, informações sobre os tecidos usados Henrique Jardim
em cada peça. Bastidores das fotos do catálogo, da prova de
roupa e da preparação das modelos antes do
desfile da Osklen (inverno 2007). Revela a pre-
ocupação da marca carioca em usar materiais
orgânicos e preservar o meio-ambiente.
E-Fabrics – divulgação

Lino Villaventura – divulgação


Mauro Shampoo – divulgação
E-FABRICS LINO VILLAVENTURA MAURO SHAMPOO

Direção Patty Lago Direção Sônia A. Moraes Direção Leonardo Cunha e Paulo Henrique
2006, Beta, cor, 24’ 2007, MiniDV, cor, 10’ Fontenelle
Figurino André Lima, Fause Haten, Lino Elenco Lino Villaventura, Giuliano Araujo e 2006, DVCAM, cor, 22’
Villaventura, Oskar Metsavaht, Patricia Vieira, Eliana Weikich, Clara Ferreira, Janiel Garcia Roteiro e produção executiva Daniele Abreu
Samuel Cirnansk, Tereza Santos Roteiro Sônia Moraes e Marcelo Rodrigues e Lima, Leonardo Cunha Lima e Paulo Henrique
Elenco Alessandra Ribeiro, André Lima, Bob Produção Sônia Moraes Fotografia André Ma- Fontenelle Fotografia Leonardo Cunha Lima e
Wolfenson, Bruna Erhardt, Cadu Alves, Clô grão Maquiagem Marcos Costa Animação Paulo Henrique Fontenelle Diretor de pro-
Orozco, Fause Haten, Gustavo Rocha, Jair Pele- Henrique Jardim dução Daniele Abreu e Lima Videografismo
grin, Joaquim Moreira, Josué da Cruz, Lino Canoa Quebrada é o destino escolhido para Daniel Lopes Edição de som Carlos Toré Trilha
Villaventura, Oskar Metsavaht Produção Valeska fotografar o catálogo da coleção. O estilista sonora original Oswado Montenegro Design
Vogas Fotografia Fernando Kawai e Fernando mostra o potencial do local para o trabalho arte- gráfico Ana Carolina Cunha Lima e Ricardo
Merrera Direção de arte Oskar Metsavaht sanal. A paisagem paradisíaca é definida por ele Cunha Lima Montagem Tainá Diniz, Paulo Hen-
Bastidores de um editorial fotografado por Bob como “lunar”. rique Fontenelle e Leonardo Cunha Lima
Wolfenson para a revista ffwMag, do São Paulo Mauro Shampoo é ex -jogador de futebol, marcou
Fashion Week. Realizado no teatro Amazonas, apenas um gol em sua vida. Seu time, Ibis Sport
em Manaus, mostra os estilistas e suas criações. Clube, entrou para o livro dos recordes como o “Pior
Cada um explica por que escolheu trabalhar com time de futebol de todos os tempos”. Mauro tam-
um tecido especifico. bém é um cabelereiro famoso no Recife. A família é
composta pela filha Creme Rinse e o filho Secador.
FILMEFASHION DESFILE

Ellus – Outono-inverno 2006 – divulgação

Credo! – primavera-verão 2005 – divulgação


ELLUS – Outono/Inverno - 2006 CREDO! Primavera/Verão 2005

Direção Nelson Alvarenga e Adriana Bozon Direção Laila Soares e Paulo Beto
2006, cor e p&b, 20’ 2006, cor, 2’14”
Figurino Equipe de Estilo Ellus Figurino Laila Soares
Elenco Casting S.P.F.W. com participação de Elenco Cristiane Alves Produção Laila Soares
Letícia Birkheuer, Carol Trentini, Juliana Imai, Direção de arte Laila Soares Figurino
Barbara Berger, Solange e Vlada Roteiro Bia Laila Soares Maquiagem Heron Rodrigues
Lessa Produção Tubi Schiavetti Direção de Fotografia Juliana Milward
arte Kleber Matheus Cenografia Bia Lessa Videodesfile gravado em um jardim com
Maquiagem Lau Neves cogumelos, em Belo Horizonte. É inspirado no
Realizado no Auditório do Ibirapuera, o desfile artista plástico americano Mark Ryden, que tem
da Ellus teve a banda radicada em Londres, Wry, como característica o surrealismo, símbolos reli-
tocando ao vivo. Também no palco/passarela giosos, cultura pop, pelúcias e paisagens.
muito gelo-seco e neve artificial, gente descendo
do teto, circo e a modelo Letícia Birkheuer, atriz
da novela Belíssima, da Rede Globo. Nas roupas,
brilhos, penas, pregas e franjas. No final, entrada
apoteótica da bateria de uma escola de samba.
Layana Thomaz – primavera-verã0 2006 – divulgação

Salinas - primavera-verão 2007 – divulgação BL productions


Blue man – primavera-verão – 2007 – divulgação BL Productions
LAYANA THOMAZ - Primavera/Verão - 2006 SALINAS – Primavera/Verão - 2007 BLUE MAN – Primavera/Verão - 2007

Direção Ruth Slinger e Murillo Meirelles Direção Patty Lago Direção Patty Lago
2006, HDV, cor, 5’ 2007, MiniDV, cor, 15’ 2007, Beta, cor, 21’
Estilo e coordenação Layana Thomaz Con- Figurino Claudia Kopke e colaboração de An- Figurino Marta Reis, David Azulay e Francisco Reis
cepção Zee Nunes Styling José Camarano e tônio Frajado Elenco Maria Heloisa, Ives Kolling, Mariana
Antônio Frajado Beleza Érika Monteiro Mo - Elenco Jaqueline De Biase, Alberto Renault, Coldbela, Barbara Beluco, Themis Verga,
delo Bruna Eckardt Trilha sonora Gustavo Gloria Kalil, Marcelle Bittar Produção Eudes Matheus, Felipe Berto, Emily, Patrícia Klein,
Brafman Composição e arte Cadu Datoro Pro- Veloso Roteiro Patty Lago e Marcelo Rodrigues Sheilan Baun, Hendrik, Rita Saunders, Karen
dução executiva Teresa Durante Assistente de Direção de arte Jacqueline De Biase Ceno- Campos, Anelise, Guilherme B. e participação
produção Tahirih Vanucci Assistente de styling grafia Erika Duarte Maquiagem Celso Kamura especial de Dona Ivone Lara Produção Deborah
Luciana Lima Assessoria de imprensa Atitude Animação Henrique Jardim Fotografia Márcio Fauce e Eudes Veloso Direção de Arte Bia Lessa
Comunicação Zavareze, Dante Belluti, Roberto Riva Fotografia Mauricio Tavares, Bernando Lago,
A estilista trocou a passarela por um videodesfile De um lado da passarela, índios Tupinambás, Noberto Rua, Dante Belluti, Robson Bolsoni e
exibido em uma tenda no Fashion Rio, o cenário originários da baía de Guanabara, de outro, os Patty Lago Cenografia Bia Lessa Maquiagem
do filme mostra uma grande cidade com a convidados. Como se fossem um espelho, a idéia Daniel Hernandez Animação Henrique Jardim
modelo inserida mostrando as peças de frente, de juntar os franceses e os índios saiu da crônica Centenas de figurantes, Arcos da Lapa, Rio de
de lado e de costas. de Ruy Castro Le Petite Différence. Janeiro. Raízes negras do Brasil no cartão postal
carioca. Ao som de músicas religiosas, MPB, hip-
hop com uma apresentação do sambista Walter
Alfaiate, que cantou o samba É Hoje.
FILMEFASHION DE BOLSO

Provador – divulgação

The book is on the table – divulgação


PROVADOR THE BOOK IS ON THE TABLE

Direção Yuji Kawasima e Regiane Ishii Direção Ed Andrade


2007, DVCAM, cor, 4’25” 2006, MiniDV, cor, 4’
Figurino Yuji Kawasima, Regiane Ishii, Marina Figurino e Elenco Renata Abbade, Rick Castro,
Poema e Victor Canela Lau Neves, Kleber Matheus, Dudu Bertholini,
Elenco Marina Poema e Victor Canela Roteiro, Fábio Gurjão, Eduardo Inagaki
produção, fotografia, direção de arte, ani- Produção Ed Andrade, Melissa Mello e Priscila
mação Yuji Kawasima e Regiane Ishii Música Lagos
Canções para um mundo sem humanos Com um objetivo de liberdade e o verbo “Abra-
A diversão e ansiedade da preparação para um vanar” na cabeça um grupo de amigos se reúne
encontro romântico. Qual é o melhor look? Logo para um happening em cima da mesa ao som
depois que você se encontra com o outro, leva do funk The book is on the table. Figurino e
apenas 3 segundos para tirar a roupa e celebrar cenário se misturam com cores intensas, estam-
o momento de entrega. Figurino do Japão e pas e dança em ritmo frenético.
créditos finais escritos com linhas e botões.
Torpedo # 1 – forgive me – divulgação

Uniforme Dial – divulgação


By your side – divulgação
TORPEDO # 1  FORGIVE ME UNIFORME DIAL BY YOUR SIDE

Direção Tata Amaral Direção Paula Roschel da Silva Direção Marcio Simnch e Olivia Hanssen
2005, Celular, cor, 1’32” 2007, DVCAM, cor, 9’07” 2007, DVCAM, cor, 4’15”
Figurino Andrea Velloso Roteiro Paula Roschel Produção Paula Roschel Figurino Olivia Hanssen
Elenco Andrea Velloso Roteiro Tata Amaral e Grazi Corazza Fotografia, direção de arte e Elenco Daniele Meyer e Alex Sordi Roteiro Mar-
ProduçãoTangerina Entretenimento Fotografia animação Paula Roschel cio Simnch e Olivia Hanssen Produção Marcio
Tata Amaral Cenografia, direção de arte e Uma montagem com cenas de ícones da moda e Simnch e Olivia Hanssen Fotografia Marcio
maquiagem Andrea Velloso da música que mostra a relação efêmera entre Simnch Pinturas Raquel Uendi Maquiagem
Da cozinha, uma mulher jovem e sensual, com boca os dois mundos. Abre com uma cena importante Lau Neves Edição Maurício Ambrósio
e unhas pintadas de vermelho envia torpedo para do filme O Diabo Veste Prada, e segue com ima- Seqüência de fotos mostrando duas modelos
o amante. gens de músicos como Kurt Cobain, Madonna, sendo maquiadas. No rosto vão aparecendo ou
Spice Girls, Britney Spears e uma frase do filósofo desaparecendo figuras e desenhos metalizados.
francês Gilles Lipovetsky. Maquiagem explorada com liberdade. Destaque
para o print de oncinha e glitter.
66 PANORAMA INTERNACIONAL DE CINEMA E MODA
Karl Lagerfeld ao centro em Ilustração ‘FASHIONATION’ de Ruben Toledo © You Wear It Well
PANORAMA INTERNACIONAL
DE CINEMA E MODA
De Lumière ao YouTube, o Iguatemi FilmeFashion abraça todas as manifestações do audiovisual como
mostram os convidados internacionais desta edição. O fotógrafo Bruce Weber é pioneiro no cruzamento da
moda com o cinema. Mais conhecido por suas fotos homoeróticas para grifes como Calvin Klein, Bruce se
revela um documentarista sensível, indicado ao Oscar de 89 pelo inebriante Let´s get lost, cinebiografia de
Chet Baker. Ele fez mais quatro lindos e delicados longas. Em uma curadoria especial para o IFF, Bruce reuniu
todos os seus trabalhos in motion. Além dos longas, serão exibidos videoclipes, filmes publicitários e curtas-
metragens inspirados. Se Bruce é das formas clássicas e perfeitas, o cinema de bolso é da rapidez e do alcance.
Sensível ao que este movimento fast video tem de bom (além de rapidez, a democratização, a troca de
informações e o trabalho colaborativo), o consagrado fotógrafo Nick Knight, um dos artistas que esculpiram
com lentes os anos 90, colocou, em 2000, câmeras online ao vivo 24h por dia em seu estúdio. Ele foi mais
longe que a moda big brother com o SHOWstudio.com. Com sede em Londres, passam diariamente pelo
estúdio e, consequentemente, pelo site, maquiadores, artistas plásticos e figuras como John Galliano, Naomi
Campbell, Björk, Alexander McQueen, Kate Moss. Todos eles enfrentam desafios artísticos em projetos como
More beautiful women, em que cada modelo tinha que ficar 2 minutos em frente a câmera sem fazer nada.
Uma seleção destes e de outros filmes será exibida na curadoria especial do SHOWstudio dentro do IFF.
Casting poderoso também é assunto de Diane Pernet e Dino Dinco, criadores do festival de curtas You Wear
It Well, que teve a primeira edição ano passado em Los Angeles. A programação completa e super estrelada
do You Wear It Well vem para o IFF. Na tela, Jeremy Scott, Asia Argento, Chloë Sevigny, Martin Margiela,
Castebaljac, Ruben Toledo. Também vem, em forma de filme, para esta primeira edição internacional do IFF,
um personagem onipresente neste início de século, Karl Lagerfeld. O estilista da Chanel aos 74 anos é a
figura mais enigmática da moda. Ele deu livre acesso às lentes do documentarista Rodolphe Marconi, que fil-
mou o revelador longa Lagerfeld Confidential (2007).

67
LAGERFELD CONFIDENTIAL
Documentário, França, 2006, 35mm, cor, 87’

Documentário que mostra os bastidores da vida de Karl Lagerfeld, que, entre outras atribuições, é estilista da Chanel.

Direção Rodolphe Marconi

Elenco Karl Lagerfeld, Nicole Kidman, Princesa Caroline de Mônaco, Carmen Kass, Gemma Ward, Daria Werbowy, Rômulo Pires Roteiro Rodolphe
Marconi Produção Realitism Films/Grégory Bernard Produção executiva Cinemao Fotografia Rodolphe Marconi Som Rodolphe Marconi

Um documentário para iniciados. O diretor Rodolphe Marconi não perdeu ficamos sabendo que Lagerfeld tem a mesma almofadinha de esquentar a
tempo explicando a infância de Karl Lagerfeld, estilista da Chanel. (Ele barriga ao viajar, desde os 12 anos. Lançado em fevereiro de 2007, no país
nasceu em berço de ouro, em 1933, filho do empresário que introduziu o do estilista, durante o festival de cinema de Berlim. Em tempos de Michael
leite condensado na Alemanha.) O filme também pula a trajetória de Moore, o filme também tem o mérito de deixar o personagem-tema falar.
Lagerfeld na moda e os seus primeiros anos na Chanel. (Depois de uma
carreira de muitos trabalhos importantes como freelancer, em 1982, ele Rodolphe Marconi conseguiu, em apenas um encontro (em setembro
estava na Chloë quando foi ‘promovido’ para a Chanel). A delícia de Lagerfeld de 2004), convencer o estilista de que era hora de fazer um filme a seu
Confidential está no olho mágico que o filme faz para a intimidade, o proces- respeito. Para o registro, o diretor usou três mídias diferentes: uma DVX
so de criação, as casas, as viagens, os livros, as fotos, as gavetas de colarinhos que gerou as imagens agitadas, um tanto distorcidas dos desfiles,
brancos e a bancada de jóias do estilista, que também é dono de livraria, provas de roupa e festas; Super 16 mm para os momentos intimistas no
fotógrafo. Aos 74 anos, ele é a figura mais enigmática da moda atual. O filme apartamento de Karl, em Paris, e na casa no interior da França; e Super
se atêm ao lado envolvente, ativo e charmoso da vida do kaiser. Foi incen- 8 mm, em preto-e-branco, na viagem para Hamburgo, cidade natal de
tivado e consentido por Lagerfeld, que ajudou dando à câmera de Marcone Lagerfeld. Foram 150 horas de material bruto, editadas em 90 minutos.
uma credencial com total acesso a sua rotina. O filme revela um Lagerfeld Para o diretor, é muito mais um projeto de arte do que um documen-
sempre ativo e em movimento, indo de um compromisso a outro. Todos tário investigativo. Para nós, é um blog filmado de um dos mais
glamorosos como a seção de fotos com Nicole Kidman. Pelo documentário longevos, inteligentes e sofisticados estilistas vivos.

68 LAGERFELD CONFIDENTIAL
Karl Lagerfeld e Nicole Kidman em ‘Lagerfeld Confidential’ de Rodolphe Marconi © Realitism Films
YOU WEAR IT WELL
Festival de curtas-metragens de moda criado pelos norte-americanos Diane Pernet – ex-estilista e jornalista de moda – e pelo fotógrafo Dino Dinco. Diane
mora em Paris, Dinco, co-curador do festival, em Los Angeles. Em 2005, Diane criou o blog A Shaded View on Fashion (www.ashadedviewonfashion.com),
uma mistura de diário, notícias e vídeo lo-fi (baixa resolução). Após o blog, veio o site Iqons (www.iqons.com), uma espécie de ‘orkut da moda’,
onde os cadastrados participam enviando seus vídeos. Dentro do Iqons há o projeto Got a Minute? que incentiva videomakers a mostrarem a sua
visão de moda, beleza e estilo em até 60 segundos. A cada mês, um vídeo é selecionado e exibido na mostra ao lado de produções de nomes
consagrados como Jeremy Scott e Alexander McQueen, Castelbajac, Margiela, Asia Argento e até Ridley Scott.

O Iguatemi FilmeFashion apresenta a seleção da primeira e estrelada edição do YWIW, que aconteceu em agosto de 2006, em Los Angeles.

VPL OOF!
Direção Marcelo Krasilcic Direção Patrik Soderstam
Brasil/Estados Unidos, 2003, MiniDV, 2’45’’ Suécia, 2003, DVCAM, 2’45’’
Duas mulheres usando underwear conversam sobre assuntos banais enquanto Videodesfile da OOF! Collection – Primavera/Verão do estilista sueco Patrik Soderstam.
são fotografadas. Com Caroline Seymour e Phoebe James. Os rapazes batendo em um saco de boxe expressa a agressividade da coleção.

KITTY’S BIRTHDAY SUCK MY DREAM


Direção Jean-Charles de Castelbajac Direção TwoTom
França, 2004, DVCAM, 9’ França, 2006, MiniDV, 8’20’’
Hello Kitty nasceu em novembro de 1974. O filme faz homenagem ao seu O estilista dorme sobre a máquina de costura e sonha com dois garotos usando suas
30º aniversário. roupas pelas ruas. Inspirado nas caminhadas do diretor e de Diane Pernet por Paris.

PORTRAIT OF A CONSUMER PEOPLE CALL ME K


Direção Diane Pernet Direção Enamul Hoque & Matt Moate
França, 2006, MiniDV, 4’30’’ Reino Unido, 2006, DVCAM, 5’
Excêntrico bilionário James Goldstein fala de suas três paixões: moda, ar- O estilista japonês que trabalha em Londres, Kei Kagami, explica a coleção
quitetura e basquete. Desconhecido do público, está sempre na primeira outuno-inverno 2006. Vídeo com edição experimental mistura live action
fila dos defiles e dos jogos dos Lakers. e cenas gráficas para criar ambiente gótico-futurístico.

70 YOU WEAR IT WELL


Chloë Sevigny em ‘MYSELF’ de Marcos Krasilcic © You Wear It Well
Asia Argento em ‘STARRING’ de Jeremy Scott © You Wear It Well
Tori Spelling em ‘STARRING’ de Jeremy Scott © You Wear It Well
STARRING NOKI INFOMERCIALNOKI
Direção Jeremy Scott Direção Zerohdesign
Estados Unidos, 2003, HDVCAM, 15’ Reino Unido, 2006, DVCAM/animação, 2’30’’
Paródia de telenovelas, como Dynasty and General, e de filmes dirigidos por A Noki é uma grife inglesa do circuito off que só exibe suas coleções em filmes.
Andy Warhol. Com Asia Argento, Lisa Marie, Tori Spelling e China Chow. Esta é uma edição dos vídeos feitos pela marca nos últimos cinco anos.

DIVERSITY IS A FORM OF WEALTH 19 CAFES MAISON MARTIN MARGIELA


Direção Nick Knight e Nigel Buck Direção Maison Martin Margiela
Reino Unido, 2005, DVCAM, 5’ França, 2004, DVCAM, 9’
Parte do projeto Editing Fashion, este filme retrata os bastidores do desfile Em vez de desfile, Martin Margiela exibiu um filme de sua coleção em 19
primavera/verão 2006 de John Galliano. No lugar de modelos, pessoas nor- cafés em Paris, simultaneamente.
mais e fora do padrão da indústria da moda.
SILVAIN FUCKIN' HOSTILE
MYSELF Direção Ari Versluis
Direção Marcelo Krasilcic Holanda, 2001, DVCAM, 1’30’’
Brasil/Estados Unidos, 2006, MiniDV, 1’20’’ Video loop em homenagem à Silvain, gabberboy que não conseguia parar de
Chloë Sevigny experimenta as roupas do estilista Kai Kuhne. dançar (Gabber é estilo de música eletrônica, subgênero do hardcore techno).

72 YOU WEAR IT WELL


Christian Lacroix em Ilustração ‘FASHIONATION’ de Ruben Toledo © You Wear It Well

CHAPELS – BERNHARD WILLHELM SHOES


Direção Diane Pernet e Disciple Films Direção Liam Sullivan
França, 2002, MiniDV, 4’ Estados Unidos, 2006, MiniDV, 4’
O estilista inglês fala do seu processo criativo. Aparece ‘cozinhando a moda’. Videoclipe da música “Shoes” escrita pelo comediante Liam Sullivan. Kelly
Para ele o mais importante na vida é uma refeição quente por dia. não gosta do presente de aniversário e decide comprar o que ela realmente
quer, sapatos.
THUNDER PERFECT MIND
Direção Jordan e Ridley Scott FASHIONATION
Estados Unidos/Reino Unido, 2005, 35 mm, 4’ Direção Ruben Toledo
Neste vídeo do Perfume Prada, Daria Werbowy interpreta arquétipos femi- Estados Unidos, 2003, DVCAM, 30’
ninos – esposa, amante, virgem, mãe, filha – que se encontram em cada cena. Um dos mais importantes ilustradores de moda, Toledo fez esta enciclopé-
dia animada que explica da moda de A a Z.
DRESS CODE
Direção Patricia Canino e Sergei Pescei
França, 2006, HDVCAM, 8’30’’
Filme dividido em cinco partes feito para a exibição “Dress Code”, no Museu
de Moda de Marselha. Para cada situação um look diferente.

73
SHOWSTUDIO
O SHOWstudio (www.showstudio.com) é uma iniciativa de vanguarda, idealizada pelo fotógrafo inglês Nick Knight e pelo designer Peter Saville.
O projeto de um site de fashion in motion entrou no ar em novembro de 2000 e, desde então, é plataforma pioneira para criação e exibição de
vídeos. Nick Knight é um dos maiores fotógrafos de moda da atualidade e com o SHOWstudio testa novos suportes, registra seu processo de
criação e o de seus colegas. Ao todo, são cerca de 300 colaboradores, entre modelos, fotógrafos, stylists, músicos, artistas plásticos, estilistas e
todo o tipo de gente irrequieta e criativa. As atividades acontecem dentro do estúdio de Nick Knight, sede do SHOWstudio, em Londres. Apesar
da plataforma do projeto ser a internet, o Iguatemi FilmeFashion traz para a grande tela uma retrospectiva do projeto.

FERGADELIC Vídeo mostra a sessão de fotos para a capa da Vogue inglesa de março de
Fergus Purcell 2003. A modelo Natasha Vojnovic faz performance hardcore para as lentes
Londres, 2001, animação, 4'55'' de Nick Knight, que também aparece no vídeo.
Desenhos de Fergus Purcell (artista inglês também conhecido como Fergadelic)
são a base dessa animação, que mistura ícones pop, cowboys e pin-ups. TESTOSTERONE
Toyin e Nicola Formichetti
GUISER Londres, 2004, DVCAM, 4'15''
Leigh Bowery e Nick Knight Nicola Formichetti, editor da Dazed & Confused, dirigiu essa melancólica
Londres, 2004, DVCAM, 4'15'' batalha de adolescentes, divididos em dois times, Burberry e Kim Jones.
Filmado em 1987, o vídeo mostra uma das figuras mais importantes da noite e
da moda da década de 80, o performer Leigh Bowery, em 4 vídeos surrealistas. MAC III
Alexander McQueen, Nick Knight e Michael Clark
EXPERIMENTS IN ADVERTISING Londres, 2004, DVCAM, 50"
Erwin Blumenfeld Alexander McQueen dirige oito performances coreografadas por Michael
Nova York e Londres, 2006, DVD, 2'15'' Clark, exibidas em loop, simultaneamente.
O SHOWstudio recuperou os vídeos inéditos do fotógrafo Erwin Blumenfeld,
feitos entre 1958 e 1964, cheios de abstração e distorção. CLAUDIA’S DREAM
Félix Larher e Claudia Schiffer
FLASH Paris, 2003, DVCAM, 1'15''
Nick Knight Na cama, com seus bichos de pelúcia, Claudia Schiffer lembra do seu sonho
Londres, 2003, DVCAM, 1'55'' com um gorila e a Pantera Cor-de-rosa.

74 SHOWSTUDIO
75

Video still de 'Moving Fashion: You're Avin' A Laugh, Aint 'Ya?' por Simon Foxton, 2005. Cortesia SHOWstudio.com
MORE BEAUTIFUL WOMEN BLACK
Nick Knight, estrelando Erin O'Connor Paul Hetherington e Penny Martin
Londres, 2001, DVCAM, 2'15'' Londres, 2004, 35 mm, 4’30’’
Depois de se apresentar, a modelo Erin O’Connor encara a câmera em silên- Depois de três anos sem desfilar, Alexander McQueen volta às passarelas
cio, por 2 minutos. de Londres, com desfile apoteótico, realizado dentro de uma gigante caixa
de espelhos.
FASH-OFF – Make-Up-A-Thon
Gareth Pugh MOVING FASHION
Londres, 2006, DVCAM, 3' Karen Elson
O estilista inglês Gareth Pugh usa chantilly, purpurina e caviar para fazer Londres, 2005, Hi Speed black and white video, 30''
maquiagens nele mesmo. Fash-off é o projeto em que Gareth registrou sua Trinta segundos com a modelo Karen Elson num balanço.
rotina por 2 meses.
PAST, PRESENT, COUTURE
FASH-OFF – Poodle John Galliano e Nick Knight
Gareth Pugh Londres, 2002, DVCAM, 13 séries de 2'40''
Londres, 2006, DVCAM, 1'20'' Em 2002, foi feito um série de 13 vídeos que celebram os 5 anos de John
Nesta performance, Gareth, usando o vestido-poodle da sua coleção de in- Galliano na Dior. Nick Knight inova o registro de bastidores: em fast-forward,
verno 2006, incorpora um cão premiado ao som de I wanna be your dog, o filme mostra como foi feita uma das sessões de fotos do projeto.
dos Stooges.
MOVING FASHION
SHOOT Glen Luchford
Nick Knight Nova York, 2005, DVCAM, 1'05''
Londres, 2003, DVCAM, 4'10'' Glen Luchford, que já foi fotógrafo exclusivo da Prada por 2 anos, fotografa
Nick Knight desconstrói o conceito de making of ao adicionar elementos modelo dentro de um aquário gigante.
cênicos neste vídeo, que registra os bastidores de sessões de fotos para mar-
cas como Givenchy e Dior. MOVING FASHION - Sølve Sundsbø
Sølve Sundsbø
MOVING FASHION Londres, 2005, HDVCAM, 45''
Simon Foxton Sonho impressionista e ultra-contrastado do fotógrafo norueguês Sølve
Londres, 2005, DVCAM, 35'' Sundsbø, um dos maiores nomes da fotografia de moda atualmente.
O projeto Moving Fashion escalou 46 pessoas para criar vídeos de 30
segundos, durante os desfiles de inverno 2006, em Londres. Neste, o stylist TRANSFORMER
Simon Foxton filmou modelos negros gargalhando em looks new-rave. Alexander McQueen
Londres, 2002, DVCAM, 3’45’’
Estilista inglês Alexander McQueen, nesta performance, desconstrói um terno
Yohji Yamamoto para criar o “Noivo Despido”.

76 SHOWSTUDIO
Video still de Leigh Bowery do projeto 'Guiser', por Nick Knight, 2004. Cortesia SHOWstudio.com

SWEET Uma rosa se despetala, enquanto se ouve a música de Massive Attack e


Nick Knight e Jane How Sinead O’Connor
Londres, 2001, DVCAM, 1'50''
Animação digital feita a partir de filmagens com scanner 3D. Roupas brilhantes PAGAN POETRY
não-decodificadas pelo aparelho criaram efeitos inesperados, psicodélicos. Nick Knight e Björk
Londres, 2001, DVCAM, 4'05''
BELLWETHER Versão sem cortes do clipe de Björk “Pagan Poetry”.
Alexander McQueen e Nick Knight
Londres, 2003, DVCAM, 2'15'' SLEEP
Vídeo do processo de criação das pinturas de Peter Marin, que usa os des- Nick Knight
files de Alexander McQueen como fonte de inspiração. Londres, 2001, WEBCAM, 2'45''
As modelos Devon Aoki, Elise Crombez, Kate Elson e Fanni foram colocadas
SPECIAL CASES para dormir. O sono delas foi registrado por uma webcam.
Nick Knight e Massive Attack
Londres, 2003, 35 mm, 2'55''

77
ESPECIAL BRUCE WEBER
Bruce Weber nasceu em 29 de março de 1946 em Greenburg, Pennsylvania. Nos anos 60, começou a fazer as primeiras fotos de nus masculinos,
incompreendidas pelo público na época. Foi quando conheceu a fotógrafa americana Diane Arbus, que notou a qualidade do seu trabalho.
Adotado por ela, começou a trabalhar para marcas como Ralph Lauren e Calvin Klein, produzindo imagens sensuais e ao mesmo tempo elegantes.
A partir daí, não parou mais. Weber foi o precursor da fotografia homoerótica. Homens atléticos nus, em poses clássicas que remetem a
deuses gregos passaram a vender perfumes, jeans e underwear. A estética que teve o seu boom nos anos 80/90 estabeleceu Weber entre os
maiores nomes da história da fotografia. Tem 22 livros publicados, entre eles, O Rio de Janeiro, com imagens que mostram sua adoração pelo Brasil
e a sensualidade dos cariocas. Suas fotos estão nas mais importantes revistas de moda e já foram exibidas em galerias e museus pelo mundo.
O Iguatemi FilmeFashion traz toda a obra audiovisual de Weber. Videoclipes, campanhas publicitárias, curtas e os seus quatro longas-metragens.
Os dois primeiros, Broken noses e Let’s get lost, foram premiados pela Internacional Documentary Association. Em 1989, Let’s get lost, sobre os últimos
e decadentes dias do músico Chet Baker, o “James Dean do jazz”, foi indicado ao Oscar. Também estão na programação os longas mais recentes
Chop Suey e A letter to True.

LONGAS LET’S GET LOST


Estados Unidos, 1988, 35 mm, p&b, 119’
BROKEN NOSES Direção, roteiro e produção Bruce Weber Elenco Chet Baker, Carol
Estados Unidos, 1987, 35 mm, p&b e cor, 75’ Baker, Vera Baker, Paul Baker, Dean Baker, Missy Baker, Dick Bock, William
Direção e roteiro Bruce Weber Elenco Andy Minsker, Sean Bedwell, Claxton, Flea, Hersch Hand, Chris Isaak, Lisa Marie, Andy Mimker, Jack
Aaron Berry, Warren Bessler, Josh Chumley, Nat Chumley, Chad Davis, Sheldon, Lawrence Trimble, Joyce Night, Tucker, Cherry Vanilla, Diane
Rodney Hale, Gerry Heller, Damion Jasmer, Rodney Pursel, Jason Randol, Vavra, Ruth Young Produção executiva Nan Bush Fotografia Jeff Preiss
Morgan Young Produção Emie Amemiya Produção executiva Nan Bush Edição Angelo Corrao Produtor associado Steven Cohen Coordenação
Produtor associado Steven Cohen Fotografia Jeff Preiss Edição Phyllis musical Cherry Vanilla Edição Martin Levenstein Direção de arte Sam
Famiglietti Música Cherry Vanilla Direção de arte Sam Shahid Shahid, Donal Sterzin e Rïse Daniels
Estréia de Bruce Weber como diretor. Documentário sobre a trajetória do A vida e os últimos dias do vocalista e trompetista de jazz Chet Baker. O filme
lutador de boxe Andy Minsker. Mostra o início de sua carreira como peso- mescla trechos de filmes B italianos, performances e entrevistas com músi-
leve, ascensão em lutas realizadas em Las Vegas, e a criação, depois de se cos, amigos e familiares. Venceu o premio da crítica do Festival de Veneza
aposentar, de uma pequena escola de boxe para treinar crianças carentes. de 1989 e foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário no mesmo ano.

78 ESPECIAL BRUCE WEBER


The Beauty Brothers, 1987 ©Little Bear Inc.
CHOP SUEY BACKYARD MOVIE
Estados Unidos, 2000, 35 mm, p&b e cor, 94’ Estados Unidos, 1991, 35 mm, p&b, 8’55’’
Direção Bruce Weber Roteiro Bruce Weber e Maribeth Edmonds Elenco Elenco Ric Arrango Produção Nan Bush Edição Angelo Correo e Marty
Peter Johnson, Teri Shepherd, Frances Faye, Herbie Fletcher, Didi Fletcher, Levenstein Fotografia Jim Fealy, Jeff Preiss e Alvin Weber
Christian Fletcher, Nathan Fletcher, Rickson Gracie, Robert Mitchum, Sir Em 1991, os pais de Bruce Weber o presentearam com filmes caseiros feitos
Wilfred Thesiger, Jan Michael Vincent, Diana Vreeland Fotografia Lance durante sua infância. Backyard Movie mostra cenas antigas de sua família,
Acord, Douglas Cooper e Jim Fedy Produtor associado Leonard John conectando-as ao presente.
Bruno Produção Nan Bush Produção Executiva Nan Bush Música John
Leftwich Figurino William Ivey Long Maquiagem Regine Thorre GENTLE GIANTS
O filme mais pessoal de Bruce Weber. Expõe a intimidade do diretor em Estados Unidos, 1994, 35 mm, p&b e cor, 14’40’’
forma de diário visual em movimento. Mistura trechos de filmes, fotografias Narração Bruce Weber e Maribeth Edmonds Produção Nan Bush
e uma elaborada trilha-sonora composta por 65 de suas músicas preferidas. Fotografia Jim Fealy e Lance Acord Edição Phyllis Famiglietti Música
John Leftwich Direção de arte Dimitri Levas
A LETTER TO TRUE Visão romântica do diretor sobre as próprias experiências que definiram
Estados Unidos, 2003, 35 mm, p&b e cor, 78’ seu universo visual. Reúne filmagens, trechos de filmes antigos, fotos e
Direção e roteiro Bruce Weber Elenco True (Golden Retriever), Dr. textos escritos por Weber. O filme é dedicado ao ator River Phoenix.
Thomas Sessa, Dr. Gerald Johnson, Marleine Bastien, Tully Jensen, Will
Tant, John Martin, Reinaldo Posada, Iedo Ivo Lins Lima Produção execu- THE TEDDY BOYS OF THE EDWARDIAN DRAPE SOCIETY
tiva Nan Bush Fotografia Pete Zuccarini, Evan Stern, Shane Sigler, Theo Estados Unidos, 1996, 35 mm, p&b, 3’45’’
Stanley e Jim Fealy Edição Chap Sipkin Música John Leftwich Direção Direção e roteiro Bruce Weber Produção executiva Nan Bush Produtor
de arte Dimitri Levas Maquiagem Howard Fugler e Nathaniel Torres associado Emie Amemiya Fotografia Jeff Preiss Edição Phyllis Famiglietti
A Letter to True mostra a paixão e afetividade de Bruce Weber pelos cães. Direção de arte Dimitri Levas
Uma metáfora de paz e esperança para o mundo após os atentados de Nos anos 50, a palavra rockabilly foi a responsável pela criação de um novo
11 de setembro. Reúne filmes caseiros do ator Dirk Bogarde feitos na tipo de atitude na juventude americana. Influenciou a música, a moda e o
Provença e uma entrevista com a atriz Elizabeth Taylor (outra apaixonada comportamento daquela geração. A banda Bill Halley & His Comets é a
por cães). Narrado por Julie Christie e Marianne Faithfull. estrela deste curta musical.

CURTAS WEBERBILT
Estados Unidos, 2004, 16 mm, p&b e cor, 3’14’’
THE BEAUTY BROTHERS Direção e roteiro Bruce Weber Direção de arte Dimitri Levas Fotografia
Estados Unidos, 1987, 35 mm, p&b, 11’’ Shane Sigler Edição Chad Sipkin
Direção e roteiro Bruce Weber Elenco Paul Dillon, Brian Dillon, Tim Dil- A Weberbilt é a marca de swimwear criada por Bruce Weber. Neste vídeo,
lon, Rodney Harvey, Maya Olloe Música Acquaviva e New York Rops cowboys trabalham numa fazenda, enquanto o modelo Dimitri Hamlen se
Fotografia Jeff Bruiss Edição Constance Rodgers Hair Stylist Thom diverte numa praia, usando peças da marca.
Briano Maquiagem Bobbi Brown Produção Nan Bush
Série de cinco curtas sobre romances, desejos e frustrações típicas da ado-
lescência, estrelada pelos irmãos de Matt Dillon.

80 ESPECIAL BRUCE WEBER


Chop Suey, 2000 ©Little Bear Inc.

WINE AND CUPCAKES THAT’S THE WAY LIFE IS


Estados Unidos, 2007, DVD, cor, 12’12’’ Estados Unidos, 1996, p&b e cor, 4’56’’
Elenco Angela McCluskey e Paul Cantelon Roteiro Bruce Weber Artista Pet Shop Boys
Produção executiva Nan Bush Produtor associado Eva Lindemann Modelos e freqüentadores comuns de um parque aquático se divertem juntos.
Edição Chad Sipkin Fotografia Shane Sigler e Theo Stanley
Uma declaração de amor à Nova York. A cantora escocesa Angela I GET ALONG/E-MAIL
McCluskey e seu marido, o compositor Paul Cantelon, passeiam pela Estados Unidos, 2002, p&b e cor, 5’58’’
cidade. Na trilha, Autumn In New York, interpretada por Angela. Artista Pet Shop Boys
Natalia Vodianova é a estrela da primeira parte do clipe e a cidade de Nova
VIDEOCLIPES York é a musa do segundo trecho.

BLUE SPANISH SKY VÍDEOS PUBLICITÁRIOS


Estados Unidos, 1991, cor, 4’19”
Artista Chris Isaak Ralph Lauren (1985 e 1990)
Chris lamenta a perda da amada em um universo de cores contrastadas. Eternity (1990)
Versace Jeans (1990)
LET’S GET LOST Eternity (1991)
Estados Unidos, 1988, p&b, 7’20’’ Pepe Jeans (1992)
Artista Chet Baker Banana Republic (1992 e 1993)
Dois trechos do documentário Let’s Get Lost, com performance ao vivo e Volvo (1993)
momentos históricos do jazzista. Jil Sander (1997)
A&F (1999)
BEING BORING
Estados Unidos, 1990, p&b, 5’01’’
Artista Pet Shop Boys
Uma festa em um hotel, com cães, garotos lindos e água.

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EXTRA, EXTRA!
Vera Lafer e Gustavo Lopes em Dalidá – um tributo - Studio 3 Companhia de Dança - foto Arnaldo J.P. Torres - divulgação
Jorge Fernandes em Entre o Corpo e o Azul - foto Ronaldo Aguiar - Cia Masculina de Dança - divulgação
EXTRA, EXTRA!
Além da sala de cinema, que exibe nossa seleção de longas-metragens, esta terceira edição do festival abraça
novos e novíssimos formatos audiovisuais. O Espaço Iguatemi FilmeFashion, no último andar do shopping,
é um ambiente de 1600 m2, com arquitetura industrial e clima futurista. O festival conta com vários ambientes,
cada um deles dedicado a uma manifestação in motion da moda. Na grade de programação, retrospectivas
e homenagens a cineastas e figurinistas que contribuíram no intercâmbio entre moda e cinema no Brasil.
Destaque para o maquiador, diretor de cinema e editor de moda pioneiro, Fernando de Barros. Os núcleos são
divididos em "árvore de imagem", cine-bar, cine-lounge, videoteca IFF (acervo FilmeFashion e filmes que
amamos), cyber corners, loja IFF, restaurante orgânico Filinto, mostra de figurinos nacionais, os núcleos
videoclipe, vídeo publicitário, videodesfile, especial novelas e o superlounge Bruce Weber. A cada hora, uma
atração inédita. No fim de tarde, o clima é de elegância e suavidade. Com figurinos de Walter Rodrigues e
direção artística de Anselmo Zolla e Ivonice Satie, apresentamos as coreografias Dalidá – um tributo (Studio
3 Companhia de Dança) e Entre o corpo e o azul (Cia Masculina de Dança). No Iguatemi FilmeFashion, a moda
está sempre em movimento.

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BIBLIOGRAFIA SELECIONADA
ALENCAR, Mauro. A Hollywood Brasileira: panorama da telenovela no Brasil. Rio de Janeiro: Senac, 2002.
ALMEIDA, Paulo Sérgio e OLIVEIRA, José Maria. Quem é quem no cinema no Brasil – De A a Z os 500 profissionais mais atuantes do mercado de cinema no Brasil. Rio
de Janeiro: Aeroplano, sem data.
AUGUSTO, Sérgio. Este mundo é um pandeiro – a chanchada de Getúlio a JK. São Paulo: Companhia das letras, 1989.
BARCINSKI, André e FINOTTI, Ivan. MALDITO: a vida e o cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. São Paulo: Ed. 34, 1998.
BIN, Marco. Estudos de cinema n.2 – Person e Person. São Paulo: EDUC FAPESP, 1999.
BRAUNE, Bia e RIXA. Almanaque da TV. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
CARNEIRO, Marília e MUHLHAUS, Carla. Marilia Carneiro no camarim das oito. Rio de Janeiro: Aeroplano: Senac-Rio, 2003.
CATELLANI, Regina Maria. MODA Ilustrada de A a Z. São Paulo: Manole, 2003.
FERREIRA, Suzana Cristina de Souza. Cinema carioca nos anos 30 e 40 – Os filmes musicais nas telas da cidade. Belo Horizonte: Annablume, 2003.
FLORIDO, Eduardo Giffoni. As Grandes Personagens da História do Cinema Brasileiro 1960-1969. Rio de Janeiro: FRAIHA, 2002.
_______________________. As Grandes Personagens da História do Cinema Brasileiro 1970-1979. Rio de Janeiro: FRAIHA, 2006.
FURRER, Bruno. Carybé. Salvador: Odebrecht S.A., 1989.
GONÇALVES Filho, Antônio. A palavra náufraga – ensaios sobre cinema. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
GONTIJO, Silvana. 80 anos de moda no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
GONZAGA, Alice e AQUINO, Carlos. Gonzaga por ele mesmo – Memórias e escritos de um pioneiro do cinema brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Record, 1989.
GRÜNEWALD, José Lino. Um filme é um filme – o cinema de vanguarda dos anos 60. São Paulo: Companhia das letras, 2001.
HUG, Alfons. Carnaval. Catálogo de exposição para Centro Cultural Banco do Brasil, 2004.
LABAKI, Amir (org.). Person por Person. São Paulo: Biblioteca é tudo verdade- Centro Cultural Banco do Brasil, 2002
LEITE, Adriana e GUERRA, Lisete. Figurino: uma experiência na televisão. São Paulo: Paz e terra, 2002.
LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro – Das origens à retomada. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.
MAIOR, Marcelo Souto. Almanaque da TV GLOBO. São Paulo: Globo, 2006.
MARTINELLI, Sérgio. Vera Cruz – Imagens e história do cinema brasileiro. São Paulo: Editora abooks, 2004.
MELO, Chico Homem de. O Design gráfico brasileiro – anos 60. São Paulo: Cosac e Naify, 2006.
MONTEIRO, José Carlos. História visual do cinema brasileiro. Rio de Janeiro: Minc-Funarte Atração, 1996.
NAGIB, Lúcia. O cinema da retomada – depoimentos de 90 cineastas dos anos 90. São Paulo: Editora 34, 2002.
____________. Estudos de cinema n.2 – Todas as faces de Paulo José. São Paulo: EDUC FAPESP, 1999.
PUPPO, Eugênio. Ozualdo Candeias. Catálogo de mostra retrospectiva Centro Cultural Banco do Brasil, sem data.
______________ e BRANDAO, Daniel. Leila Diniz. Catálogo para mostra retrospectiva Centro Cultural Banco do Brasil, 2002.
RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe. Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo: Editora Senac, 2004.
RODRIGUES, João Carlos. O negro brasileiro e o cinema. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2001.
SEELING, Charlotte. MODA – O século dos estilistas 1900-1999. Colônia: Konemann, 1999.
SILVA Neto, Antonio Leão da. Astros e estrelas do cinema brasileiro – dicionário de atrizes e atores. São Paulo: Fundação Nestlé de Cultura, 1998.
_________________________. Dicionário de Filmes Brasileiros – longa-metragem. São Paulo: Futuro Mundo Gráfica e editora, 2002.
SOUZA, Carlos Alberto de. Nossa Aventura na tela – A trajetória fascinante do cinema brasileiro da primeira filmagem a “Central do Brasil”. São Paulo: Cultura Editores
Associados, 1998.
STERNHEIN, Alfredo. Cinema da Boca – Dicionário de diretores. São Paulo: Coleção Aplauso, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2005.
VIANNA, Antonio Moniz. Um filme por dia – crítica de choque (1946-73). São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

84 BIBLIOGRAFIA
EQUIPE IGUATEMI FILMEFASHION - Idealização e curadoria Alexandra Farah Produção executiva Beto Amaral e Pedro Igor Alcantara - Nós Outros Produções
Direção de produção Naicle Leônidas Cenografia Marcelo Pontes - Estúdio 6 Vinheta Macau Amaral Troféu Fábio Gurjão e Rick Castro Edição e texto do catálogo
Alexandra Farah Direção de arte Kléber Matheus Logotipo e ilustração Fábio Gurjão Colaboradores Ana Martinelli, Fernando Roveri
MOSTRA CINEMA BRASILEIRO - Pesquisa Ana Martinelli, Arnaldo Faria, Fernando Roveri, Matheus Trunk Consultoria e colaboração Hernani Heffner, Sheila
Schvarzman Produção Geraldo Neto
MOSTRA COMPETITIVA - Assistentes de produção Arícia Leonidas, Ellen Baraldi, Helena Moura
MOSTRA PANORAMA INTERNACIONAL - Produção Beto Amaral Assistentes Adelaide Ivánova, Helena Moura
ADMINISTRAÇÃO Tânia Oikawa IMPRESSÃO Margraf ASSESSORIA DE IMPRENSA F&M Pró-Cultura ASSESSORIA JURÍDICA Olivieri & Signoreli TRADUÇÃO E
LEGENDAGEM Bruno Murtinho WEBSITE Alexandra Farah e Fernando Roveri (Conteúdo), www.cubo.cc (Desenvolvimento e Designer)
EQUIPE DE PRODUÇÃO Coordenação geral de produção Ana Claudia Souza Coordenação de projeções Manoel Toste Coordenação de montagem Renato
Triolo Supervisão cenotécnica Rogério Castro Produção de montagem Thiago Rodrigues Produção órgãos públicos Ciça Maria Produção de serviço Mark Felipe
Assistência de produção Charles Camargo, Marcos Sacramento Paisagismo Marcelo Faisal

AGRADECIMENTOS
Adilson Tokita, Adriana Penna, Alessandra Blanco, Alê Natacci, Alessandra Tosi, Alexandre Demate, Alexandre Mirandez, Alfredo Sternheim, Alice Gonzaga, Ana Addor, Ana
Claudia Michels, Ana Lucia Zambon, Ana Paula Provedel, Ana Viegas, Andréa Gusmão, Angélica Garcia, Aninha Strunf, Anita Freire, Anna Paula Provedel, Antonio Araújo,
Anselmo Zola, Augusto Sevá, Bernardo Arcanjo, Beth Prado, Beto Lago, Bia Salgado, Bruno Yutaka Saito, Caio Blat, Camila Schimdt, Cao Hamburguer, Carla Camurati, Carlos
Jereissati, Carlos Manga, Carlos Marins, César Giobbi, César Shundi, Chico Teixeira, Chris Mello, Chris Riera, Ciça Loureiro, Cinemateca Brasileira, Clédia Ricotti, Columbia
Pictures, Cris Apolônio, Crounel Marins, Cynthia Preter, Daniela Cleto Fonte, Daniel Trench, Daniele Callas, Danilo Guimarães, Dennison Ramalho, Dudi Machado, Eduardo
Marin, Elenice Ferrari, Eliana Monteiro, Eliane Campos, Elisabeth Araújo Santos, Elisete Jeremieas, Érica Tabata, Erth Ray, Europa Filmes, Fabio Coelho, Fabio Issao, Felipe Hish,
Felipe Médici, Fernando Fortes, Fernando Valeika de Barros, Filinto, Fox Filmes, Francisco César Filho, Francisco Ramalho Jr., Fred Khouri, Gabriela Moreno Sanches, Gabriela
Barros, Giovana Avancini, Giselle Augusto, Guilherme Bonfanti, Guilherme Weber, Helena Fagundes, Helena Linhares, Heloísa Rios, Henrique Mariano, Hernani Heffner,
Ignácio de Loyola Brandão, Isa Maria Castro, Isabella Prata, Isay Weinfeld, Janaína Assis, Jeanine Meneses, João Leiva, João Massaro, João Rafael, Joaquim de Assis, José Mojica
Marins, José Paulo Gouveia, Joyce Pascowitch, Julia Petit, Juliana Azevedo, Laura Teixeira, Karim Ainöuz, Karina Barreto Guarrita, Kelly Lobos, Lívia Perran, Luciano Baldan,
Luciano Perez, Luiz Alberto Pereira, Luiz Carlos Lacerda, Luiz Carlos Merten, Manoel Carlos Jr., Maria Dismari, Maria Fernanda Marques, Maria Luiza Barreto, Marcela Reza,
Marcelo Beraldo, Marcelo Godoy, Marco Araújo, Marcos Pedroso, Maricy Leal, Marília Carneiro, Marina Person, Mario Queiroz, Mary Nigri, Maurice Capovilla, Mauro Alice,
Minha Avó Tinha, Mônica Borges, Neide Silva, Nilcemar Leyart, Norma Bengell, Odara Carvalho, Patricia Rigo, Patrícia Segatto, Paula Anita, Paula Barreto, Paula Lavigne, Paula
Manga, Paula Limeira, Paula Sertório, Paulo Baroni, Paulo Hartmann, Paulo Sacramento, Pedro Smith, Penna Schmidt, Peter Hunziker, Pierino Massenzi, Programadora Brasil,
Rafael Martinelli, Rafael Rigo, Raphael Ericsen, Regina Jehá, Reinaldo Lourenço, Renato Byington, Renato Consorte, Ricardo Bellio, Ricardo Van Steen, Ricardo Vaz, Richard
Luiz, Roberta Koyama, Roberto Áudio, Roberto Nascimento, Rodrigo Lalli, Rogério Gallo, Rosângela Rodrigues, Rossana Ghessa, Roseane Mussi, Sergio Kalil, Sérgio Martinelli,
Sergio Siviero, Silvio Golfewtti, Simone Mina, Sonia Hamburguer, Tatiana Durigan, Tatu Filmes, Tarso Augusto, Tazio Muraro, Teca (Sindicato dos Cineastas de São Paulo), Tha-
tiana Pires, Theodoro Cochrane, Thomaz Resende, Valéria Mauro, Van Fresnot, Vanessa Ponte, Vanessa Poitena, Vera Lafer, Viviane Cortes de Oliveira, Walter Rodrigues,
Warner, Zaide Nalde

APOIO:

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