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O documento discute o conceito de "grotesco" na cultura e comunicação brasileira. Apresenta o grotesco como uma união entre o fascínio por questões coprológicas (excremento) e escatológicas (vida após a morte) presentes na cultura oral popular, e como uma manifestação da angústia causada por fraca orientação sobre a vida. Também analisa como programas de TV brasileiros dos anos 1960 representavam o grotesco através de corpos e comportamentos considerados "estranhos" ou de "mau gosto
O documento discute o conceito de "grotesco" na cultura e comunicação brasileira. Apresenta o grotesco como uma união entre o fascínio por questões coprológicas (excremento) e escatológicas (vida após a morte) presentes na cultura oral popular, e como uma manifestação da angústia causada por fraca orientação sobre a vida. Também analisa como programas de TV brasileiros dos anos 1960 representavam o grotesco através de corpos e comportamentos considerados "estranhos" ou de "mau gosto
O documento discute o conceito de "grotesco" na cultura e comunicação brasileira. Apresenta o grotesco como uma união entre o fascínio por questões coprológicas (excremento) e escatológicas (vida após a morte) presentes na cultura oral popular, e como uma manifestação da angústia causada por fraca orientação sobre a vida. Também analisa como programas de TV brasileiros dos anos 1960 representavam o grotesco através de corpos e comportamentos considerados "estranhos" ou de "mau gosto
Livro: A comunicao do grotesco Sunturio: Referente a despesas ou a luxo; V.
Autor: Muniz Sodr suntuoso (2).
Editora: Vozes *Uma pequena histria do consumo e da indstria Ano: 1980. publicitria promotora do consumo das classes menos favorecidas no Brasil: 26 27. Conceito de comunicao e cdigo: 11. *O que conscincia coletiva nacional: 27. Conceito de estrutura: 11. *Valores nacionais ultrapassados importados da As estruturas implcita e explcita da comunicao: cultura de massa estrangeira e apoiados em 12. mecanismos psicossociais: 31 - 34. Sistemas de comunicao: 12. (oral e os media) A conscincia coletiva impera sobre os programas de O surgimento do moderno fenmeno da cultura de variedades na tv brasileira: (Importante!): 36. massa: 13. Escatologia: Doutrina sobre a consumao do tempo Conceito mais amplo de cultura: 13 14. e da histria; tratado sobre os fins ltimos do homem. A separao da cultura aristocrtica (aps a Coprologia: Emprego de expresses obscenas, renascena) da cultura burguesa (laica?): 15. imundas, em literatura; O versar temas imundos em Apangio: atributo. obras literrias; Estudo dos adubos orgnicos; Estudo A arrivista relao entre os mecenas burgueses e os das fezes. criadores da cultura: 15 16. *Do mesmo modo como os mitos versam sobre Cultura de massa (vulgar) X cultura superior questes acerca do incio da existncia, a cultura oral (refinada): 16. fala sobre o fim de todas as coisas: 36 37. O cdigo da cultura de massa o mesmo da cultura * A crena sobre a vida depois da morte um sinal elevada: 16. escatolgico da cultura oral: 37. Andino: Insignificante, medocre; Que pouco Dejeo: Fisiol. V. defecao; Fisiol. Dejeto; Geol. importante; secundrio. Substncia no gasosa expelida por vulces; Med. *A que est o problema: a cultura de massa Evacuao. mosaicada, fragmentada, aleatria. Ela no cria um *Faz parte tambm desta fixao teratolgica a corpo sistemtico e coerente de conhecimentos, ento fixao por dejetos, suor, roupas usadas: 38. o que ela cria uma recepo mnima, micro-afetiva, *Penso que quando o autor fala de escatologia, fala sem ser, contudo, educadora num sentido mais amplo tambm do fascnio que temos pelas questes da vida da palavra. Ao contrrio, a cultura elevada tem esta metafsica (depois da morte) que rege muito da nossa coerncia que falta cultura de massa, por isso o seu cultura oral: 38. poder informativo e educacional relativamente maior: *Quando, num programa de tv (por exemplo) falam- 17 - 18. se de aberraes (siameses, aberraes fsicas) unem- Secular: profano, leigo, temporal. se os dois sentidos da expresso escatolgico: o Laico: Leigo; Que vive no, ou prprio do mundo, coprolgico (excremento) e o mtico (estudo ou do sculo; secular (por oposio a eclesistico). expresses sobre o fim dos tempos o sobrenatural): *O que acontece nesta relao cultura popular e 38. cultura elevada que aquela recuperada pela *O grotesco seria ento a unio entre o coprolgico e ltima: 20. o escatolgico na cultura brasileira: 38. Autctone: Que oriundo de terra onde se encontra, *A questo do grotesco como principio esttico sem resultar de imigrao ou importao; P. ext. dominante: 39. Porque a sociedade de consumo Aborgine, indgena, nativo. elitiza e esteticiza a questo do belo, colocando o *No Brasil, a apropriao da cultura oral, popular belo como uma viso da sociedade consumista da pela cultura livresca, culta feita de modo a se publicidade, por exemplo. utilizar somente dos significantes formais/ mticos e *Seria o grotesco a manifestao de uma angstia, inocular naquela a conscincia histrica, ideolgica e causada por uma fraca determinao/ orientao mtica da classe dominante: 21 22. sobre a vida?: 39. *No Brasil, os veculos de comunicao de massa (tv, *Sobre a televiso, Sodr afirma que ela no nos traz rdio, jornal) veem-se na necessidade, em razo da a reproduo fiel da realidade, pois seleciona, corta, economia do nosso pas, de seguir a lgica de forma (ou deforma) o nosso ponto de vista: 61. consumo de uma classe dominante: 22 23. *A televiso busca o denominador comum da mensagem para a busca da audincia. Ela levada a tratar como homogneos fenmenos que so dspares na sociedade: 62. *A televiso favorece, na composio de suas imagens, o apego ao que individual do que grupal, do que simples ao que pomposo, do que est em estado de transformao ou composio ao que est j acabado: 64 65. *O peso maior que a transmisso direta tem sobre os enlatados: 66. *O locutor dos programas ao vivo e o seu papel mimtico: 66 67. *O grotesco-chocante na televiso no Brasil atingia, em 1969, somente 5,25%. Havia, entretanto, um equvoco de ordem conceitual no que tange a palavra grotesco: 68 69. *O conceito de grotesco: 72. Grotesco: Que lembra o estilo das grutas; Diz-se do estilo plstico que se originou na imitao de runas de edificaes descobertas no sc. XIV, em Roma, e que foram tidas como grutas; nelas se encontraram pinturas que retratavam, sob forma de arabescos e linhas sinuosas, homens e animais. [O estilo grotesco foi us. por pintores renascentistas, como Rafael Sanzio (v. rafaelesco), Giovanni da Udine (1487- 1564), etc. ]; Que suscita riso ou escrnio; ridculo; Tip. V. lineal (2); Teatr. Diz-se do drama (2) [segundo Victor Hugo (v. hugoano) ] que, no romantismo, passa, naturalmente, da tragdia comdia, do sublime ao grotesco; Qualidade ou carter daquilo que ridculo, grotesco. *O grotesco visto como o signo do outro: 73. *Exemplos de grotesco nos programas da tv brasileira: 73 75. *Nos programas de tv ao vivo, mormente os de auditrio, o signo corpo de jurados toma uma significao relacionada como o jri de um tribunal: 75 77. *O que era considerado de mau gosto ou de bom gosto pelo senso comum do jri: 77. *Tudo que estranho a uma ordem urbana, de classe mdia, considerado como grotesco, pelo fato de ser a representao de um outro: 78. *O Chacrinha a realizao na tv do grotesco, do mau-gosto: 80. *Aos bobos da corte se d o direito de zombar dos tabus: 80 81.