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Geraldo Kindermann Prote: pRoTecio BE SISTEMAS PROTECAO DE SISTEMAS See Pv ELETRICOS DE POTENCIA conTeueo Volume B® Nomen: ‘i 788590 085362: Agradecimentos O autor agradece em especial * Ao Professor Rubipiara Cavalcante Fernandes, por ler cuidadosamente e dar importantissimas contribuigSes ao texto. + Aos engenheiros Everton Pizolatti Medeiros e Giovanni Baptista Fabris da ELETROSUL, pelas discussbes e ) conttibuigdes técnicas * Marcos Fisehborn, pela elaboragio da capa e Mauricio Sperandio pelo assessoramento de informatica % Aos intimeros alunos, da Graduagio & Pés-graduagiio, que contribuiram com desenhos. Agradecimento em especial a0 LABPLAN, principalmente aos professores, técnieos, analistas, mestrandos ¢ doutorandos, que de um modo ‘ou de outto sempre estiveram presentes na motivagio, contribuigaio € assessoramento na elaboragdo do livro. Apresentacao © Laboratério de Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica ~ LabPlan, do Departamento de Engenharia Blétrica da Universidade Federal de Sania Catarina, tem por objetivos realizar ¢ promover o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino ¢ extensio na drea de Sistemas de Energia Eléwrica (SEE) com énfase nos aspectos de planejamento e andlise, nos segmentos de gerago, transmissio e distribuigio. A atuagiio dos professores do LabPlan, desde a sua constituigao em 1992, tém envolvido ume diversidade de atividades © contribuigdes & sociedade que extrapolam em muito 0 escopo de atividades regulares nos cursos de graduagio ¢ pés-graduagdo em Engenharia Elétrica. Um aspecto de destaque nesta atuaglo tem sido a intensa intetagdo com os diversos agentes do setor elétrico brasileiro, realizada por meio de projetos de pesquisa ¢ desenvolvimento, de consultorias especializadas, cursos de aperfcigoamento © de especializagao, e publicagio de livros © artigos tecnicos. (© presente livro representa mais uma contribuigo do Professor Geraldo Kindermann para a sua extensa obra que inclui livros téenicos envolvendo publicagdes especificas nas areas engenbaria de soguranca, projetos elitricos e proteglo de sistemas elétricos de poténeia. Fspecifieamente, esta obra aborda dois temas de grantle relevancia, teleprotegio © proterdo de transformadores, devendo contribuir tanto para fins académicos como para profissionais técnicos e engenheiros. Scauindo a tradigo de suas publicagdes anteriores, o Professor Kindermann apresenta o desenvolvimento dos temas com grande riqueza diditica, sustentada por sua extensa oxperigncia académica ¢ pritica Tndubitavelmente, contribuiram para esse resultado os intimeros cursos ininistrados om universidades © empresas no Brasil, ¢ em diversos paises da América Latina e Affica, bem como os diversos trabalhos de consultoria séenica prostados & Agéncia Nacional de Energia Elétrica Hdemar Cassana Decker ‘Supervisor do LabPlan - URSC Prefacio Tondlo recebido nos cursos e palestras varias manifestagBes de apoio e receptividade de alunos, professores, tecnicos e engenheiros, no que diz respeito & aceitagio dos meus livros, e devido principalmente a caréncia de Dibliografia, foi o que me motivou a escrever esse livro de PROTECAO DE SISTEMAS ELE TRICOS DE POTENCIA ~ Volume 2 Creio ser este livro mais uma contribuigio, principalmente para a graduagéo da Engenharia Elétrica c de técnicos que queiram se aprofundar € conhecer a arte ¢ a filosofia de proteciio. O livro fi escrito numa seqiiéncia logica, em linguagem simples ¢ técnica, de modo a ser uma fonte de consulta acessivel aos técnicos da drea da Engenharia Elétrica. Todos os capitulos tm abrangéneia que cobre ¢ atende os requisitos para proporcionar um bom conhecimento na Area de protegto. O contedido desse volume 2 esti focado na Teleproteyio © Protegiio de Transformadores. Devido & complexidade da protepdo de sistemas elétricos de poténcia, este livro cobre somente uma parte, Portanto, pretende-se dar continuidace do conteiido no liveo de Protegio de Sistemas Elétricos de Poténcia, 3° volume, nos assuntos referentes a ProtegZo de Barras, de Reatores, de Capacitores, e de Maquinas Sincronas. O Autor indice Geral Capitulo I- ZONA DE PROTECAO 1.1 Zona de Protesio. 12 Relé de Sobretensio.... 1.3 Relé de Subtensfo...os sr 1 14. Proteydo de Sobretensio para a Terra de Sistemas Isolados wel Capitulo 1{— RELE DIFERENCIAL 21 Relé Diferencial... . fen 19 2.2 Relé Diferencial Comum rss a 20 23° Relé Diferencial Percentual..... 22 Capitulo I — TELEPROTECAO 3.1 Teleprotecio... oo 32 3.2. Fio Piloto .... 43. Protesio Diferencial no Transformador Monofisico... 97 3.3. Fibra Optica 44 Transformador Trifisico..... 103, 3.4 Cabo OPGW., 4.5 Protegdo Diferencial do Transformador Triffisico A = Yrsunmnen 104 3.5. Onda Portadora 46 Regra de Ligagdo dos TCs nos Transformadores Triffsi¢0$ usu 106 3.6 Microondas.. 4.7 Transformador Trifisico sem Rotagdo de Fase 107 4.7 Tipos de Sistemas de Toleproteyto 48 Transformador A -¥ si ine NOD 3.8 Sistema de Bloqueio por Comparagiio Direcional. 49 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Protepio do 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparagao Direcional Teese doh " vere 2 4.10 Enecpieacdo de Transformader... cecseor 3.10 Sistema de Bloqueio por Comparacao Direcional - Variant. 3.LL_ Transferéncia de Disparo Direto por Subalcance.. 3.12 Transferéncia de Disparo Permissivo por Subalcance 4.10.1 Bloqueio da Protegdo Diferencial... 4.10.2 Protege Diferencial com Atenuadores de Transitdrio 135 13S 3.13 Transferéncia de Disparo Permissivo por Subalcance com Acclovagdo 4.10.3 Relé Diferencial com Retengo por Harmanieas ss... 137 de Zona... seo sree OL 4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqucio de Harménicas... 139 3.14 Transferéncia de Dispaco Permissivo por Sobraleance 62 4.10.5 Relé Diferencial Digital para Transformador ... seve 14] 3.15 Logica de Eco... 4.11 Transformador com Impedancia de Aterramento 142 3.16 Proteeio de Linha Morta 4.12. Protegdo Diferencial de Terra Resttita..... 2 3.17 Praca Alimentag0 ...snsnsnnersnnn 7 4.13 Protegdo do Transformador de Aterramento son sone 148 4.14 Proteydo de Carcaga do Transformador. seen se 148, 4.15 Relé Buchholz .. 180 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador: 15S 4.16 Termémetzo ... 156 3.18. Protegio por Seqiiéneia Negativa sss 3.19 Falha de Disjumtor... “ 3.20 Fontes Intermedifrias 3.21 Relé de Freqiiéneia 3.22 Sistemas Espeeiais de Proteqdo. _ 4.17 Relé de Imagem Térmica.. 160 3.23 Esquema Regional de Alivio de Carga (ERAC). shee 87 4.18 Transformador Hermeticamente Fechado 2165 3.24 Esquema de Controle de Emergneia a... ot 4.19 Relé de Sibita PressB0nnnso 165 4.20 Valvula de Alivio de Pressao..... vee 167 Capitulo IV —PROTECAO DE TRANSFORMADOR 421 Nivel do Oleo..... 3 eter EDF 4.1 Introdugéo. . . 4.22 Relé de Sobre-Excitag0..ncsnnn sense LTO 4B Voanataidoe MeasSt68 wcu, - 4.23 Protegdo Contra Falha de Disjuntor de Transformador. 173 4.24 Desumificador de Ar ATS NN wv 1 4.25 Prote¢do do Transformador.... ronments nea TS APENDICE A NOMENCLATURA DA PROTEGAO....0 178 BIBLIOGRAFIA. ZONA DE PROTECAO Zona de Protecio Conforme aprescntado no item 3.33 da referencia [46], a protegio de primeira defesa é feita pela protegio principal (primiria) © em sogunda inscincia pela protegdo secundaria, que pode ser local por meio da protegio em réplica ox Temotamente por meio da protegdo de retaguarda (back-up). Dependendo da importincia e do porte do sistema elétrico, pode-se constituir a protegio principal em réplica (redundaneia), ou seja, classiticada em protesio primdiria © aliernativa, Neste case as protegbies sto idénticus, om sea, cexistem duas protegSes desempenhando fungdes idnticas com hierarquias trabathande com teleproteyio. Os equipamentos da proteygo primicia © da alternativa podem ser em réplica do mesmo fabricante ou de fabeicantes diferentes, No caso de haver duas protegdes, em que nio hi redundincia, ou seja, uma trabalha com teleproterdo (protecdo prima) © a outra com escalonamento por 2 Capitulo L zonas (protesdo secundaria), por exemplo. Neste caso, a proteeio principal e a 1* zone da protegii secundiria podem ser inclusive eoncorrentes. Os relés de protegdo primaria constituem a primeira linba de defesa, caso esta fathar, 08 relés da proterio alternativa, devem atuar, assim constituinda & segunda linha de defesa do sistema elétric. Cada protecdo principal e alterativa é efetuada cobrindo linhas ow trechos de linhas ou equipamentos do sistema, cuja cobertura é denominada de zona de atuaeao ou zona de seletividade da proterdo. Em relago & protegtio principal, deve-se cfetuar a protegio considerando: que haja supemposigo nas zonas de atuagio dos relés da protegdo principal; cada disjuntor esteja coberto (contide) em pelo menos por duas zonas de atuagio dos relés da protegio principal; sempre entre cada elemento ov conjunto de equipamentos deve existir pelo menos um disjuntor, Para exemplificar a figura 1.1.1 mostra a zona de aluaydo das protegées principais de partes de um sistema elétrico, Note que quando ocorre um defeito dentro de uma determinada zona, os relés que constituem a protego principal, devem desligar todos os disjuntores dentro de sua receptiva zona de atuago, Deste modo, para um defeito localizado dentro da superposi¢ao de duas zonas, todes os disjuntores das duas zonas devem ser destigados. Este esquema funciona adequadamente, mas tem um inconveniente que ovorre quando existit um Gefeito dentro da superposigao de duas zonas, e num local onde a abertura de alguns disjuntores € desnecesséria, Por exemplo, se um defeito ocorrer no ponto k do csquema da figura 1.1.1, desligaria os disjuntores 1, 2, 3, 46 5, enquanto que somente o desligamento do disjuntor 1 da barra A setia suficient, © inconveniente desse desligamento setia retirar um elemento nao defeituoso do sistema elétrico, Entretanto a probabilidade da ocorréncia desse defeito & muito pequena dado que a zona de superposigao & muito pequena e est préxima do disjuntor. Zona de Protegio 3 Protea do Protegtio do Geracore Yeanstormedor z aon fo LH Lo Figura 1.1.1 ~ Zona de Atuagao da Protecao Principal Um relé pode tet zona de atuagdo em que uma parte pertence protecdo principal ¢ a outta parte pertence & protecdo de retaguarda. Como exemplo, pode-se citar 0 caso da prote¢o convencional (escalonada por zona sem teleproter3o) feita com a utilizagao de relés de distincia (21), em que a 2* zona tem 20% da LIT na protege principal e 50% da proxima LT coberta pela protec de retaguards da 1* zona do relé a jusante da proxima barra 4 Capitulo 1 Na prética a zona de atuagao da protegtio principal se inicia no Tocal da instalagdo do TC ou dos TCs do circuito elétrice. Nos disjuntores pertencentes & superposi isto , 08 TCs estio posicionados de modo que o disjuntor fique no meio, conforme ilustrado na figura 1.1.2 =e So a 2 = I] be GI Figura 1.1.2 — Localizagio dos TCs Zona de Protegio 5 Cada conjunto de TCs slimenta relés de sistemas de protegao diferentes. Por exemplo, 0 disjuntor 1 esta coberto pelos TCs x ey. OTC y pertence a0 esquema diferencial (87) do conjunwo (ransformador & gerador s{ncrono), 0 TC x pertence a protecio diferencial (87) da Barra A. Salienta-se que os posicionamentos dos TCs apresentados na figura 1.1.2 seria o ideal em termos de entrelagamentos de zonas de protegdo, mas. na pratica & de alto custo e as empresas por motivos econdmicos utilizar 0 esquema apresentado na figura 1.1.5 Algumas vezes, como variante do esquema apresentado na figura 1.1.2, & também utilizados a instalagao dos TCs como mostrado na figura 113 Zona A LT Zona Figura 1.1.3 Cruvamento de TCs sem Abragar o Disjuntor Neste caso os TCs nio cobrem o disjuntor, isto &, 0 disjuntor esti coberto s6 pela protegio da zona B. Note que no esquema da figura 1.1.3 esti apresentado, também, 2 TCs separados, a que constitu em uma alternativa de alto custo. Na realidade, as empresas utilizam apenas um TC com varios enrolamentos independentes no secundario, assim nesse caso bastaria um enrolamento primério ¢ 2 enrolamenios secundirios. Para este propésito, convenciona-se que 0 simbolo apresentado na figura 1.14 corresponds a um TC com 1 enrolamento primério e 2 enrolamentos secuntirios. H ee ur ‘Zona 8 Figura 1.1.4— TC com um Enrolamento Primatio 2 Enrolamentos Seounditios 6 Capitulo 1 A fim de reduzir os cusios © a quantidade de TCs utilizados na conjugagio dos entrelagamentos das protegSes de barras, as empresas adotam esquemas de protegdes em que as ligagdes ficariam’ como as apresentadas na figura 1.1.5, Serato SA it st) © Qs TL Figura 1.1.5 ~ TCs com 2 Enrolamentas no Secundérios no Entrelagamento das Zonas de Protegdo com a Protegdo de Barras. EE Zona de Protegio Z Note que com esta configuragio economizou-se 7 TCs, 1.2 Relé de Sobretensio 0s relés de sobretensio operam quando a tensio elétrica ultrapassa um valor pré-ajustado. Recebe a denominago de fungio 59 pela nomenclatura ANSI. Ver apéndice A. 5 relés de sobretensio podem ser classificados em: a) Aspectos construtivos # Bletromecdnico; © Blettonico; * Digital b) Tempo de atuagio + Instantineo; + Temporizado, 0 Definido; © Tempo inverso. © relé de sobretensio eletromecinico, em relagio ao aspecto constritivo, € idéntico ao telé de sobrecomente tanto para a unidede instantinea quanto para a unidade temporizada. A unidade instantanea ea temporizada de tempo inverso estio apresentadas respectivamente nas figuras 1.2.1 ¢ 1.2.2. O conjugado (torque) do relé de sobretensiio é dado pela expressiio 12.1 Tronque =KV? Kota G24) Em que: V ~ € a tensio elétriea na bobina magnetizante do relé de sobretensio, 8 Capitulo 1 Figura [.2.2—Relé de Sobretenstio Temporizado (597) As unidades tém raps para possibititar a escola do ajuste mais indicado para a respectiva protegiio instantinea e temporizada a ser adotada para o sistema elérico em estudo, No relé de sobretensdo temporizado de tempo inverso escolhe-se uma curva Tempo x Tensto, conforme familia de curvas disponibilizadas pelo fabricante aptesentadas, na figura 1.2.3, por exemplo. Dependendo do porte da importancia do sistema elétriee a protegao de clevagao de tensiio pode ser efetuada utilizando-se um ou mais relés de sobretensio, Por exemplo, num sistema de grande porte, pode-se utilizar 3 relés de sobretensio, conectados enire fases ou entre fase ¢ terra. A figura 1.2.4 mostra uma ligagdo com relés de sobretensdo (59) entre fase ¢ terra Zona de Protegtio a ele go Sobretarsa0 Portoraabvaler #0 Tap dstade ra Figura 1.2.3 ~ Curva Tempo x Tensio do relé de Sobretenstio Figura 1.24~ Liga dos Relés de Sobreicnsao Instantancos ¢ Temporizados 9 10 Capitulo 1 © diagrama funcional de protegio de sobretenstio esti apresentado na figura 1.2.5. + 391 A 8 c i == rt Ser ae sis Figura 1.2.5 — Diagrama Funcional da Protegio de Sobreten: Pelo esquema apresentado na figura 1.2.5, a protegao de sobretensio 86 provocs o disparo no disjuntor quando: ® Ocorte uma sobretensdo nas 3 fases com a conseqiiente operacio das 3 unidades instantdneas, Os contatos das unidades instanténeas esto em série, portanto, somente com os fechamentos dos 3 contatos dos relés o disparo do disjuntor efetuado. Se ocorrer, por exemplo, uma sobretenstio em uma s6 fase, a unidade instantinea da fase correspondente fecha 0 seu contato, porém nao ocorre a operacio do disjuntor. @ Ocorre uma sobretensio em 1 on 2 fases que sc mantém por certo tempo provocando a operagao da unidade de sobretenstio temporizada. Note que os contatos das unidades temporizadas esto emi paralelo, portanto qualquer unidade gue atua provoca 0 dlisparo do disjunter. Os TPs podem também setem conectados em A para a ligagio dos relés entte fases. Apresentou-se aqui a protegio de sobretensio utilizando-se relés de sobretensio eletromecdinicos para possibilitar um melhor entencimento do funcionamento fisico do equipamento, mas atualmente utilizam-se telés Zona de Protegio, 1 igitais multifungio, em que a Fungo 59 jd ests incorporada, Geralmente, a fans 59 no relé digital € de tempo definido. Num relé de sobretenstio eletromeciinico & interessante obter a relagdo de tensio de atuagdo (pick-up) e a tensio de desoperagio (drop-out), conforme expresso 1.2.2. tensto de atuagao 49 Rel be tensdo de desoperagio 2.2) 2 OO= Note que a expresso 1.2.2, deve-se principalmente ao relé eletromeciinico, em que o fluxo magnético minimo gerado pela sobretensio que é sufictente para acionar a alavanca fechando 0s contatos é bem maior que 0 fluxo magnético gerado por uma tensto menor que cansegue soltar a alavanca do rele, abrindo-se os seus contatos. Pela expresso 1.2.2 este valor & sempre maior que 100%, Note que este problema intrinseco do relé eletromecdnico leva a um valor bem superior a 100%. ‘Quando ocorre uma sobretensio temporiria que provoca a operagao do relé de sobretensio instantaneo, pode muitas vezes permanecer 0 contato fechado mesmo com o retomo da tenso nominal do sistema. Por isso, deve- se sempre ter 0 cuidado para que a tensdo de desoperagio seja maior que a tensfio nominal do sistema, assim garantc-se o restabelecimento do relé de sobretensio instantineo. © felé de sobretensio digital no tem este problema, porque a relacio de tensio do pick-up ¢ drop-out & praticamente 100%. ‘A sobretensio no sistema elétrico pode provocar os seguintes problemas: @ Arcos elétricos entre condutores de uma linha transmissio; © Arcos elétricos nos isoladores; ® Aumento da corrente de fuga nos para-raios; © Esforgos maiores na isolagiv dos transformadoces; @® Esforgos maiores na isolagéo dos geradores sincronos; ® Aumento dos esforgos na isotagto eléirica dos equipamentos. 1.3 Relé de Subtensio © relé de subtensto, fungto de proteg%o 27, opera quando & temo iminui abaixo de um valor pré-ajustado, Construtivamente é idéntico 20 relé de sobretensio, mas sua operago ocorre somente quando ha uma redugao da tensao elétrica no circuito no qual est talado. AAs caracteristicas e esquemas de ligagdo sfio os mesmos da protego de sobretensio. A curva de temporizagao desse reté & mostrada na figura 13.1 t eran 1 Figuea 1.3.1 ~ Curva de Temporizagiio do Relé de Subtensio Os relés de subtensio sto idénticos aos telés de sobretensiio, mostrado na figura 1.2.1, com bobina magnetizante com varios saps paca possibilitar a escolha do percentual (%) da tensio ajustada para a qual o rele it atuar. A atuagdo é por ago da desoperagao (drop-out) da alavanca, Na operagio normal do sistema, a tensio nominal produz um fluxo magnético Zona de Protegao 13 que mantém atraida a alavanca (armadura) do relé, conforme ilustrado na figura 1.3.2 agrtcarto | aoRes 271 Figura 1.3.2 ~ Relé de Subtensio Instantneo (271) lo Operado A mola neste caso se mantém permanentemente tracionada. Quando fa tensfo elétrica do circuito diminui abaixo de uma valor ajustado, 0 fluxo magrético diminui e solta a alavanca, A mola que esta tracionada puxa a) alavanca de volta fechando © contado do relé, isto & coneretizando a ‘operagdo propriamente dita do relé de subtensio 27, Ver figura 1.3.3, Figura 1.3.3 —Relé de Subtenso Instantineo (271) Operado ) O relé de subtensao (27) € utilizado em varias situagdes na protegio do sistema elétrico, muitas vezes combinado com outros relés. Por exemple, —) utiliza-se © relé de sobrecorrente com monitoramento (permi subtensdo. Isto significa que a atuagao da protegio € combinada, is disjuntor $6 receberé dispato se houver atuagio dupla, do relé de zi 14 Capitulo L sobrecorrente 51 e do celé de subtensfio 271, © esquema apresentado na figura 1.3.4 mostra como se realiza a operacio desta protegtio, otc BARRA Figura 1.3.4 — Diagrama Unifilar e Esquematico em DC da Protegao de Sobrecorrente com Supervisio do Relé de Subtenso (51/27) 0 esquemitico em DC esté apresentado na figura 1.3. Figura 1.3.5 — Esquemético em DC da Protegdo de Sobrecorrente com Supervisdio do Relé de Subtensio (51/27) Na srepresentago numérica da ANSI (apéndice A), 0 relé de sobrecorrente temporizado com monitoramento de subienstio é denominado por 51/27. Outra variante, muito utilizada é a denominada de protegdo por relé de sobrecortente com restrigao de tensio, Neste caso, 0 torque de atuagao no relé de sobrecorrente eletromecinico é dependente da tensiio, que pode ser por subtensio ov sobretensio. Por exemplo, a figura 1.3.6 mostra 0 diagrama unifilar desta configurago por restrigio de subtensio. Zona de Prowecio 15 BARRA Figura 1.3.6 —Relé de Sobrecorrente com Restrigo de Subtensio (O esquemético em DC esta apresentado nu figura 1.3.7. + 50.0u 51 Figura 1.3.7 — Esquemético em DC © torque no relé de sobrecorrente eletromecdnico, ou seja, a sua corrente de atuago depende do tap escolhido c varia em fungao do valor da tensdo elétrica aplicada apés atuagao do relé 27, Isto é, a corvente de ajuste do relé de sobrecorrente varia de acordo com a tensio elétrica aplicada e pode ser daca pela expresso 1.3.1 Taj 50051 = TAD so vst“ (Var) 03.) Para o relé digital ou eletrénico, a corrente de ajuste varia de acordo coma expresso 1.3.2 1 untae 0300051 £ (Vz) (32) Em que: 16 Capitulo 1 f(Vx,) — Representa uma fungao que varia de acordo com o valor da tensdo sobre o relé 27. A corrente de ajuste do relé de sobrecorrente 50 ou 51 pode ser visualizada, por exemplo, na figura 1.3.8. auto ace creer Tap Alustado: Tenséio Nominal Figura 1.3.8 - Curva do Tyg versusiensio V Note-se que com o abixamento da tensio aumente-se a sensibilidade do relé de sobrecorrente, esta caracteristica é util em varios esquemas de protegio, principalmente os utilizados na partidas de maquinas rovativas A protegio por relé de sobrecorrente com restrigdo (dependéncia) de tensdo é denominada de S0V ou SIV. © eld digital de multifungdo contém varias fungBes incorporadas, inclusive a de sublensio 27 e a de sobretensto 59, A caracteristica de aluago com respeito 4 tensdo e & temporizagio so mostradas na figura 1339. Neste caso 0 celé opera quando a tensio sai da faixa de operagiio mostrada na figura 1,3.9, inclusive as temporizagées podem ser diferentes para as funebes 27 ¢ 59. ary, 69 Tensao Figura 1.3.9 —Caracterfstica de Atuagio do Relé de Teasio 27 ¢ 59 14 Protegio de Sobretensdo para a Terra de Sistemas Isolados Num sistema isolado ou aterrado com uma alta impedincia, geralmente para a protegio de defeito a terra, utiliza-se a tensio de seqiiéncia zero obtida por 3 TPs ligados em A aberto. A figura 1.4.1. ilustta esse esquema de ligacao. ABC | | | Ve %" Figura 1.4.1 ~ Relé de Sobretensiio Conectados nos Tetminais do A Aberto Neste tipo de sistema elétrico, quando ocorre um deleito om relagia 4 terra, haverd um desequilibrio de tensio com @ consegiiente geraclo de 18 Capitulo L tensiio de seqiiéncia zero. Assim, conforme descrito na referéneia [5], na ligagdo em A aberto aparecers uma tensdo de se nia zero com 0 valor de 3Vp que ativa o relé de sobretensio 59. Apesar de o relé ser de sobretensiio esta fungio de protegtio é denominada de 64 pela ANSI, dita também de protegio de terra ou de contato A terra. Por exemplo, no circuito de 13,8 KV dos servigos auxiliares de uma subestago, proveniente do tercidrio ligado em A do transformador de poténcia de 3 encolamentos, utiliza-se a proteyio de sobretensio mostrada na figura 1.4.1, Note que neste caso, em funcionamento normal, a tensfio no secundaio dos ‘TPs ¢ de 15/3 = 66,4 V. Em termos fasoriais, tem-se: V, = 66420 V V, = 66,42-120° V V, = 6642-240" V A tensiio sobre o-relé 59 &: Vaetsso = Va + Vp +V_ = 2070 Portanto em funcionamento normal do sistema elétrico a tensio no relé 59 6 nula, Havendo um defeito 4 tera, no sistema elétrico isolado, as tenses desequilibradas geram tenses de seqiéncia zero iguais e em fase n0 secundario dos TPs, ¢ 0 relé 59 ficard submetido a Vpetes = 3Vp = 3x 66,4 = 199,2V Desse modo 0 relé 59 deve ser ajustado com uma tensio bem menor, por exemplo: Vajustodo Rote 59 = Veominal <3Vo Na pratica, na figura 1.4.1, & necessario colocar em paralelo com 0 relé 59 uma resistineia elétrica (R) de estabilizaco, principalmente para minimizar as sobretensdes advindas da propria operagdo do relé e também para atenuar possiveis problemas de ferro-ressondncia tio comum neste tipo de circuito. 19 RELE DIFERENCIAL | 2.1 Relé Diferencial SS _| O relé diferencial € um dispositivo de protege de um equipamento que se bascia no principio da comparagiio de corrente elétrica de entrada e saida, podendo haver varius possibilidades de conexies, sendo simbolicamente tepresentada pela figura 2.1.1 Fronds i Hlementa =e — Protegida > Figura 2.1.1 - Prineipio da Protegio Diferencial A fungiio de protegao findamenta-se na (" Lei de Kirchhoff aplicada 40 equipamento, isto & TT 20 Capitulo U Koes = basa * he fg tana haan ay 0 dispositive de protegao vai atuar do seguinte modo: 8) Se Taw = las 2 comente 1, =0, ¢ 0 relé no atua, isto & 0 elemento protegido nio apresenta defeito. B) Se ign hua Taj me» 8 Proteeiio atua porque a difereaga de comente € maior que 0 ajuste no relé. Neste caso hi um defeito no elemento protegido A comparaco das correntes eiétricas & feita por meio de VCs. A protegao diferencial 6 largamente empregacla na: 4 Protegiio de transformadares de poténcia 4 Protegiio de cabos subterrdneos + Protegdo de méquinas sineronas + Protegio de barras + Protegiio de cubjculos metalicos 4 Protociio de linhas de transmissto curta A protegiio diferencial 6 denotada pelo nimero de fans 87. ‘Apresentam-se a seguir virias possibilidades do emprego da protecdo uilizando o relé 87, 2.2 Relé Diferen £ uma protegio em que se utiliza um relé de sobrecorrente 50 ou 51, fazendo a fungio 87. A figura 2.2.1 mostra o esquema genérico desta ) protecio, em que os TCs t8m relagdo 1:1. Comum Relé Diferencial a Rel Diferenciat a fuse ohCt Te i, => Elemento Ze _ tesla Droid — lets fists } eat Benen reig — — Figura 2.2.1 - Protegiio Diferencial Comum na Operagtio Normal do Sistema Elétrico No caso da figura 2.2.1 em que o sistema elétrico esti operando normalmente, isto é, alimentando uma carga, a8 correntes de entrada e saida so iguais & 0 relé no opera, Note que a protecio diferencial pode ser ampregada em sistemas elétricos radiais ¢ em anéis, sendo que sua zona seletiva de atuagio 6 entre os dois TCs, _A figura 2.2.2 apresenta 0 caso de um curto-cirenito fora da zona protegida pelos dois TCs. 1" i Plemen iy i=i, ae es a dio bana te mee do mek velo Figura 2.2.2 - Defeito Fora da Zona Protegida Supondo o sistema em anel, as correntes que supremo curto-cizcuito vém dos dois lades como mostra figura 2.2.2, mas como o defeito ocorreu. fora da zona protegida pela protegao diferencial, os dois TCs vém a mesma corrente I,, € 0 relé niio opera. Ja a figura 2.2.3 apresenta um curto-cireuito intemo a ligagao diferencia, aa 2 Capitulo Tr Relé Diferencial 2B ee aptloT Roe iene Este esquema de protegio utiliza um relé diferencial pereentual i y ee, 4 Ya apresentado na figura 2.3.1 bays FE Enero we is zt Protagi¢o 7 uf t - fu yi ir is BOBINA DE Nt q} BORINA DE , Figura 2.2.3 - Defeito Dentro da Zona Protegida esrnigao N2 ‘rERAGRO ) Se o sistema for radial a corrente i, = 0, se for em anel a cotrente )— i, seri uma corrente de curto-circuito. A corrente que passa pela bobina magnetizante do relé sera i, +1, ea proteg’o atuard, ) E importante observar que o uso das ligagSes anteriores & freqiiente, Apesar das ligagdes anteriores serem usadas, elas apresentam problemas na ocorréncia de elevado cutto-circuito fora da zona seletiva, mas muito ) prdximo a0 TC. Isto se da devide a: Figura 2.3.1 - Relé Diferencial Percentual ‘Note-se que: + Sco elemento protegiclo for um cabo subteniineo, uma maquina sincrona ou uma linha de transmissio curta, as correntes i, ¢ i, serto ignais 4 niio ser perfeito 0 casamento dos TCs; 4 saturagio dos TCs; + canegamento (burden) nos secunditios dos TCs, que causam. saturagao no ndcleo; + Sco clemente protegido for um transformador, as correntes i, ¢ i, sero determinadas pelas relagdes de transformacao do transformador ¢ que deverdo ser compensadas pelas relagdes de transformagio dos TCs e, se necesito, pelo emprega de TCs auxiliares. + outros problemas inerentes a0 equipamento protegido. As situagdes acima produzem ertos nos TCs, podendo provocar a ) atvagio indevida do relé de sobrecortente que esta fuzendo a fungao de protecdo 87 Para contornar esses problemas & melhor utilizar 0 telé diferencia pereentual, Relé Diferencial Percentual © esquema de protegio diferencial percentual apresentado pela figura 2.3.1 bascia-se na interago de duas bobinas, que sao: + Bobina de restrigdo, que tem uma derivagao central. O campo magnético gerado nesta bobina de restrigo atua atraindo um Embolo produzindo um torque negative, isto & contrério a0 torque de operagao. “| 24 Capitulo Ht + Bobina de operagio, cujo campo magnétieo atrai um émbolo que ploduz o torque positive. O telé 87 ind operar se o torque positive (r_) for superior a0 torque negative (c.). © funeionamento bisico do relé diferencial percentual da figura 2.3.1 baseia-se nos torques gerados nas bobinas de restrigdes e de operacéo. Para analisar melhor o funcionamento, apresentam-st os itens a seguir. fora da zona a) Operagio normal do sistema elétrico ou det protegida. Este 6 0 caso em que as correntes secundirias nos TCs do esquera da figura 23.1 so iguais (i, =i,). Nota-se que a bobina de restrigdo & composta de duas partes enroladas no mesmo sentido, portanto as correntes i, i, produzem um campo magnético concordante que atrai com bastante forga © émbolo, produzindo um forte torque negative. Ja na bobina de ‘operagio, a corrente resultante & i, -1, =O, ou seja, o torque seré mulo. Assim, o forte torque negativo (restrigio) garantité a nfo operagio do relé 87. b) Defeito interno entre os dois TCs. Quando 0 defeito (custo-circuito) ¢ interno, ou seja, dentro da zona jtada pelos dois ICs, as correntes i, e I, dirigem-se a0 ponto do defeito, Neste caso, tem-se a inversto da corrente 1, como mostra a figura 232. Para dar énfase ao funcionamento deste relé, supde-se que a corrente i, tenha 0 mesmo valor em modulo da corrente T,, deste modo, © campo magnético gerado pela corrente 1, na meia bobina de restrigdo, tem sentido oposto 40 campo criado pela corrente f,, assim, 0 campo magnético de restrigdo resultante € nulo, conseqilentemente nfo existe torque de restrigto. J& a corrente resultante i, +i, =2i,, passa totalmente pela bobina de , produzindo tum elevado torque positivo. Note que neste caso, © Relé Diferenci torque de operacdo & grande © o torque de resttigdo & nulo, ficando desse ‘modo, gerantida a operagao do rele. Elemento Protegido OBA DE BOBINA DE ‘oPERAGAO ) resTricao N2 EXO. Bsn Figura 2.3.2 - Defeito interno Esta € grande vantagem desse relé, que se traduz. em: 4 Defeitos extemos, o relé fortifiea a restrigio e enfraquese 2 operagio, garantindo a nao atuagao do relé. 4¢ Defeitos intemas, 0 relé enfraquece a restrigao ¢ fortifica a operacio, garantindo a atuagio do relé, © rele diferencial percentual (87) apresentado na figura 2.3.1 6 ropresentado pelo esquema da figura 23.3, em que aparece a bobina de ‘operagiio ea bobina de restrigo separacia em duas partes. Passa-se a obter a expresso analitica de operacio do relé diferencial percentual, considerando que as correntes i, ¢ 1, estio referencindas de acordo com as figuras 2.3.1 ¢ 2.3.3. Na bobina de restripfo, age a corrente resultante que é dada por ivi, 26 Capitulo 1 “2 fobina de B <3 oporacio b Bobinad de festngdes Figura 2.3.3 - Relé Diferencial Percentual (87) Para simplificar, utiliza-se apenas a média dos médulos individuais, isto é L cujo torque de restrigo sera dado por p (the } socits © (rages) | Frmctts ® (Panis [AF Na bobina de operagio, a corrente resultante é, I ce © para simplificar utiliza-se I crue cujo torque de operayao é dado por Fags (Pagans) (ha)? Portanto, desprezando-se a restrigio da mola restauradora, 0 torque resultante que age no balancim do relé diferencial percentual ¢ dado pela expresso 2.3.1, Relé Diferencial 27 Fet7 = Fopmste ~ Facan A-n yx, @3.) No limiar (£,4,57 = 0) do relé 87, tem-se: 0-0-1) -K,(LEE) \ 2 Lh = fe eh 232) 1 oS ¢ Fazendo-se, a ie tem-se K, 141 yoh=ateh 33) . +k Fazendo-se, y=Iy-Tz @ x=“, tem-se a expressio 233, reescrita como sendo a expresstio 2.3.4, que € uma equagdo de uma reta que passa pela origem dos cixos cartesianos y yaax - @34) Fazendo-se o grifico da expresso 2.3.3 de T,—1, em fungio de tom-se a figura 2.3.4 reta do limiar de operagio do relé 87 © eefeite da mola de restaumagao do relé sé apareceri para pequenas correntes de defeito, neste caso, sua aco esté representada na figura 2.3.4, em que a reta no passa pela origem, mas tem um pequeno desvio. — EE 28 Capitulo 1 Alle AZ _Liniar se oprago OPERA ~ coin a0 J afaito de, N ola NAO OPERA \ a te 2 Figura 2.3.4 - Curva de Operagio do Relé Diferencial Percentual Para o relé diferencial percentual, devem-se fazer dois ajustes: a) Ajuste da declividade (slope), que pode ser 4 $.2.25% para miquinas sincronas; # 10.2.45% para transformadores de poténcia. Deve-se obsorvar que se a declividade for de 25%, que couresponde a aga =0,25 © a =arctag0,25=14,04", Quanto anaior for a declividade, menor é a sensibiliade do rele, b) Ajuste do valor inicial ou pick-up do relé para compensar 0 efeito di mola de restaurago, seu valor tminimo ¢ limitude por &- em que K; representa o efeito da mola. Por exemplo, 0 ajuste do pickup ou corente minima de atuagdo do relé, pode ser 0.1.A ou 0,24, ouo valor recomendado pelo fabricante do rel, Pode-se também representar o relé diferencial percentual, em um gnifico da comente de retengao 1, em funedo da corrente de reten¢ao 1, Relé Diferencial 29 Para isso ¢ definido outro termo que ¢ a perventagem da comente iferencial 1, I, em relacto 4 menor das correntes de retengdo I, ou 1, Supondo-se que I, <1, assim a percentagem diferoncial “p” ¢ dada por: Desenvolvendo-se, tom-se: 100+p 1 2. im 35) Supondo-se que 1, <1, tem-se p= Desenvolvendo, tem-se 1-1 2.3.6) i00+p ao Usando-se no relé diferencial percentual, o perventual “p* de 10% e 25%, o gréfico da zona de atuapio do r2l6 é apresentado na figura 2.3.5. Nota-se que a reta superior da gravata é dada pela expresso 2.3.5 ¢a rela inferior pela expresstio 2.3.6 Assim, para qualquer operagio que produza um ponto dentro di regio hachurada o relé 87 no atua, Qualquer ponto de operagilo fora da gravata representa uma eorreate ciferencial além do ajustade no relé 87 e a protegio atua, De uma maneira geral na protegio de transformadores ou maguinas sincronas o relé 87 nfo afua diretamente no dispositive de abertura do disjuntor. © relé atua ativando o relé auxiliac de bloqueio (86), que providencia uma série de comandos, sendo ui deles o disparo da abertura do disjuntor ou disjuntores, conforme pode ser visualizado na figura 2.3.6. 30, Capitulo IL ein wt Be Deane + FY Zona Inoperante. ret Dn sal ay ‘0 400] al [42° 4 6 8 10 12 14 16 18 20 2 24 26 Figura 2.3.5 - Zona de Atuagao do Relé Diferencial Percentual em Forma de Grove ‘ : As H toners | Pe Hi @) Figura 2.3.6 - Diagrama Esquemitico da Protego Difereneial A figura 23.7 apresenta o diayrama esquemitico simplificado em DC da atuagio da protegio. Relé Diferencial 31 2 Figura 2.3.7 - Esquemético em DC da Protege Diferencial Percentval Em que: VM + limpada vermetha, indicando disjuntor fechado, VD + lampada verde, indicando disjuntor aberto. ‘As notagBes numéricas sto identificadas no apéndice A. Note que na proteso de linhas de transmissio com relés $0, 51, 21, 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20, com classe de exitidio de 10%. Os TCs utilizadas na protegao diferencial, os eros dos mesmos influenciam no ajuste do relé, portanto esses TCs devem ter preciso analisada para cada caso, © podem ser de classe de exatiddo de 2,5%, de 5% ou de 10%, Desse modo, em alguns casos, os TCs da protecdo diferencial devem ser methores do que os TCs das outras protegbes. Cee nnn nnn nn mene nnn nnn nn 32 TELEPROTEGAO 3.1 Teleprotesio A protegio que utiliza comunicayio entre os relés das barras adjacentes de uma linha de transmissio é denominada de teleprotegio. O principio bisico da teleprotegao & 2 utilizugio da protegao diferencial (87) a istincia, em que a transmissio do sinal de um relé ao outro é feita pelas vias de comunicagio, Do mesmo moclo da proteg4o diferencial, 0 techo supervisionado (selecionado) pata a protegio € compreendido enue os 2 relés, A figura 3.1.1 mostra simplificada ¢ esquematicamente a protegdo da linha de transmissio utilizando a teleprotozao. bara A ‘va do Gomunizarao Figura 3.1.1 ~ Teleprotegao 33 Teleprotegdo A filosofia da teleprotecio € a mesma de protegéo utilizada no sistema de energia elétrica, com o adicional que a contiabilidade da teenologia da comunicagao é fundamental. ‘A teleprotecdo basicamente utiliza 2 processos para a ago de desligamento do trecho em defeito. Os 2 processos so: 4 comunicago efetiva ou nao entre os relés, para o bloqueio do desligamento do disjuntor; + comunicagio entre os 2 relés, para o desligamento efetive dos disjuntores. Na teleprotesdo a necessidade de se utilizar a protego principal ¢ aliernativa é importante, possibilitando a garantia de seletividade de 100% da linha de transmissaio. Na teleproteedo as vias de comunicagio, conhecida como canais piloto, podem ser de varios tipos: + fio piloto; + onda portadora (Cartier); # mictoondas; 4 fibres dpticas do tipo: % cabo dielétrico de fibra éptica: £ cabo OPGW. Na (cleprotagio & imprescindive! que © meio de comunicagio tenha alta confiabilidade e alta velocidade. Isto porque a teleprotegio € um componente incorporado 20 sistema de protegao. Desse modo € importante considerar a seguranga do meio de comunicacao, principalmente quanto & sua exposigao fisica, Geralmente em linhas de transmisséio, 0 sistema de comunicagao abrange todo © comprimento da lisha, ficando exposto a toda sorte de riseos, inclusive o de vandalism, Os mecanismos das vias de comunicagio sto resumidamente apresentados a seguir. [3.2 Fie Piloto 34. Capitulo TU Fio piloto € um condutor fisico utifizado para conduzir (transmitir) sinal de comunicagao entre os sistemas de prote¢o instalados em cada terminal do elemento protegido. © condutor, meio de propagacdo, pode dependendo do tipo de protegio, ser © Figs telefnicos; © Cabos elétricas; © Fios nus, A comunicagzo por fio piloto é feita por um par de condutores, em que o sinal de transmissao pode ser efetivado (transmitide) por: © Corrente continwa (DC) © Corrente alternada (AC) em 60 fz; © ACem sinal de audio, © esquema de protegaio utilizando fio piloto mais indicado quando © elemento protegido for de pequonas dimensdes, tais como: ® Transformador; # Gerador sinerono; # Cabos elétricos, prineipalmente os subtersincos; # Linha de transmissfio curta, Pode-se utilizar 0 fio piloto para protecdo de linha de transmissio curta de até 30 ker, mas na pritica ndio & muito usado. No tipo de protegio por fio piloto, por exemplo, utiliza-se a mesma filosofia do relé difetencial (87) adotada no transformador de poténeia, sendo que neste caso a protegao diferencial 6 feita por 2 equipamentos de protegio instalados em cada terminal da linha dé transmissao. A figura 3.2.1 mostra a protegéo diferencial (87) de um transformador de poténcia, Substituindo 0 transformador por uma linha de transmissio & utilizando a protegio diferencial com o emprego de 2 relés em cada tetminal, tem-se a figura 3.2.2. Note que ao sc unirem os 2 relés da extremidade da linha de transmissiio, tém-se a constituigao do relé diferencial tradicional. ‘Teleprotegaio 35 m 3E a ap Sess Bobina de A» sorina co Restiggo 1 Restrgdio 2 Figura 3.2.1 ~ Protegao Diferencial do Transformador eo CS Sa eT (z eae Figura 3.2.2 ~ Protegdo com fio Pilota Identicamente & protego diferencia comum, nos relés da figura 3.2.2 as bobinas de resitig6es produzem ago para n nfo operagdo © ax bobinas de operagéo produzem agdo para a operagio da proteyio provocando 0 desligamento dos disjuntores. Simbolicamente a teleprotegao, com vias de comunicagio através do canal piloto com o uso de relés 87 cm cada terminal da linha de transmissio, E representada pelo esquema da figura 3.2.3. aus Boras _ [Wace Gaminact Figura 3.2.3 — Esquema Basico da Teleprotegio com Canal Piloto 36, Capitulo HL No esquema da figura 3.2.2, com o sistema elétrico operando em condigéo normal, as corTentes no circuit sccundiies dos 2 TCs slo apresentadas na figura 3.2.4, que é 0 mesmo caso para um curté-cireuito no ponte 1 te —— oy aL Figura 3.2.4 Operagtio Normal Nesse caso, com nio hé defeito na linha de transmissio, a corrente ¢ ‘a mesma no inicio e no final, desse modo, as correntes secundarias nos TCs so a5 mesmas ¢ no passa correntes pelas bobinas de operagio nos 2 relés das extromidades. As correntes passam somente pelas bobinas de resttiges garantindo a niio operagio dos relés, Uma caracteristica deste tipo de esquema de protegio é que na operagao normal do sistema cléirico sempre circula corrente pela cablagem do canal piloto, Assim, quando ocorre um defeito na cablagem do canal piloto, devidamente a protesio pode provocar © destigamento do elemento protegido, A figura 3.2.5 mostra o sentido das eorrentes elétricas para 0 aso de curto-cirouito na linha de transtissio. aera eras an Figura 3.2.5 ~ Curto-circuito na Linha de Transmissio Nesse caso de curto-cireuito na linha de transmissio, a tinalo de exemplo, supée-se que as correntes 1 ¢ I” sfo iguais em médulo. Assim, deduz-se que do passa corrente pela cablagem do fio piloto ¢ toda a corrente passa na bobina de operagiio de cada relé com o consegiiente cisparo dos disjuntores, em cada exiremo da linha de transmisséo, Na en Teleprotego 37 realidade as correntes de curto-circuito proveniente das barras Ae B no sao. iguais e pela cablagem do canal piloto passa a diferenga das correntes. Pode-se, também, efetuar o mesmo tipo de protegiio utilizando o esquema de protecdo por oposicdo de correntes, Neste tipo de protegio, er operagio normal do sistema clétrico, nfo passa corrente pela cablager do fio piloto, como mostra a figura 3.2.6. ana paras. inna do Treneriseso . rests pesto Figura 3.2.6-- Protegiio por Canal Pioto em Oposigdo na Operagdio Normal Hayendo um defeito na linha de transmissio, uma das correntes de curto-circuito inverte-se na exiremidade, © que, por sua vez, determina a condugio de corrente pela cablagem do canal piloto, com mostra figura 3.27. “potina de ao opera Figura 3.2.7 — Defeito na Linha de Transmissi0 ‘Neste exemplo da figura 3.2.7, foi considerado que i = i 3.3 Fibra Optica _ 38. Capitulo HL No esquema apresentado na figura 3.2.3 0 canal de comunicagao pode ser feito por um cabo dielétrico de fibra éptica, como esté representado na figura 3.3.1, ara Bara 1, nsdn 1 | QT} Figura 3.3.1 — Teleprotegio com Cabo de Fibra Optica Este esquema de teleprotecio é similar ao de fio piloto, em que 0 meio fisico da via de transmissdo € constitulde por um cabo de fibra éptica, Neste tipo de teleprotepdo, o sinal elétrico obtido no relé 87 & dirigido ao ‘ronsdutor fotoeléirico, que o transforma em um sinal luminoso equivalente © ssinal Juminoso, que tem ina freqféneia dentro do espectro do infravermetho, & transmitido pela fibra éptica ao outro terminal, assim se estabelece & comunicagio entre os relés dos terminais da linha de transmissdo. Com a informagdo das correntes aos 2 terminais da tinka de transmissio, ¢ de acordo com 0 esquema de proteyio adotado, os zelés podem: @ nfo operar; @ oporar; @ bloqnear a ago de desligamento do disjuntor remoto; @ petmitir o destigamento de um disjuntor remoto;, # bloquear o religamento, ‘As vantagens da utilizagdo da fibra éptica no esquema de protegao dda figura 3.3.1 si © 0 cabo de fibra Sptica nfo est sujeito a interferéncia celetromagnética ¢ eletrostiti Teleprotegio 39. © Rapidez na transmiisso do sinal luminoso; © Precisio nos dados transmitidos; © Disponibilizacio de varios canais de comunicagao possibilitando as realizagBes de outras fungdes, tais como: telefonia, medic, supervisio e controle, transmissdo de sinal de audio e de video, Prineipalmente para agées de seguranca do monitoramento do patio das subestagdes; Mudanga de ajustes de relés; © © Possibilidade de ages de autodiagnose na integridade do sistema de protegdo com respeito aos relés © das fibras épticas ¢ transmissdo do sinal; © Canal de comunicagiio dedicado e seguro para as agdes de transferéncia de sinal objetivando 0 bloqueio ou o disparo do Aisjuntor remoto; ® Pequena atenuacio do sinal transmitido cobrindo grandes distincias de comunicagao; © Separagio galvanica entre os circuitos clétzicos do sistema de protesio com o sistema de fibras épticas; © Grande largura de banda; © Extremamente leves. A fibra éptica ¢ constituida de um niicleo de silica, revestide com uma camada de silicone, Para confinar ainda mais 0s raios luminosos dentro do niicleo de silica da fibra éptica, hé nccessidade de aumentar o indice de refracio, Com esse propésito dopa-se a fibra com GeO; (didxido de germiinio) ¢ SiO; (didxido ée silicio). As fibras Spticas de acordo com 0 tipo de transmissio e indice de reftagio podem ser: + Fibra 6ptica monomodo, que utiliza diametros de 9 um ¢ 10 hm, com comprimento de onda (2) de 131 mm © 1550 nm, tem menor atenuagdo no sinal, & emprogada para grandes distincias de transmissio; Fibra éptica multimodo que se divide om: 40. Capitulo I indice degrau que tem dois indices de reftagdo, um ‘para o miicleo e ontro para a casca. Sao fibras grossas com diimetro de 100 ym a 850 ym. Sab empregadas em distincias curtas. indice gradual que apresenta indice de refragio variivel, a dimensio do niicleo é de 50 um, 62,3 pm e 100 wm, e da casca de 125 wm e 140 um. Podem ser usadas em majores distancias com atenuagées de | a 6 dBikm, ‘A fibra éptica multimodo, tem didmeiro do miicleo de 50 wm, 62,5 um e 200 pm, com comprimento de oncia da luz emitida na ordem de 650, 820 e 1300 nm. Os transdutores (conversores) fotoelétticos dos relés em cada terminal da linha de transmissdo devem ser compativeis, isto €, deve gerar sinais luminosos com o mesmo comprimento de onda. Os cabos de fibra éptica podem ser simples ou acompanhados de urn cabo (guia) de ayo. O cabo de fibra éptica com guia de aco possibilita langar o cabo em maiores vios entre torres de transmissio e resguarda de tensionamentos meeinicos nas fibras, ‘A petda de sinal na fibra Sptica & medida em 48. Deve-se considerar as perdas em dB em todo o sistema de transmissio do sinal de fibra éptica, concementes as emendas, fs conexdes € 05 cabos propriamente dito. Por exemplo, o cabo de fibra éptiea de 9,3 ym tem perdas de: 4 0,4 dBekm para }.= 1310 nm; + conecior, perdas de 2 dB/eonector; ¢ emenda, perda de 0.4 dB/emenda. A distincia de comunicagéo direta entre relés fica Timitada pela geragio de sinal no conversor ¢ pelas atenuagées de sinal no sistema de comunicagio. Estas limitagdes restringem a operagao direta entre relés em tomo de 50 km. Cabo OPGW (Optical Ground Wires) & um cabo condutor metilico, mente esto instalados os cabos de fibra éptica. Ver figura Fibra Otica MA Cabo de Fibra Otica Capa Aluminio Figura 3.4.1 ~Cabo OPGW ) 0 cabo OPGW é utilizado como cabo de eobertura (cube pita: ou cabo guarda) de uma linha de transmissio. Ver figura 3.4.2 Figura 3.4.2 ~ Cabo de Cobertura do tipo OPGW (O cabo de cobertura esté aterrado na torre de transmissiio. Assim, na! ocoréneia de uma descarga atmosfirica, 0 raio sera captaco pela parte tmetélica do cabo de cobertura, sera condurido até a torre mais proxitna, © a2 Capitulo Ut sera escoado a terra pelo aterramenio (contrapeso) do pé da torre. Esta condugao do raio nfo afeta a transmisso do sinal tuminoso dentro do nnicleo da Fibra dptica. © esquema da teleprotesio © da via de comunicagio & apresentado simbolicamente pela figura 3.4.3 ara ewe 6, Uni de Tareas » To rear pt | Coatsecormceno | ae | se Figura 3.4.3 — Teleprotego com Cabo OPGW Neste tipo de teleproteg#o a comunicagio entre os relés é feita pela teansmissio do sinal pelas fibras Opticas contidas no cabo OPGW, possibilitando efstuar varios esquemas de protego. Apenas para ilustragao, por exemplo, o cabo OPGW com 18 pares de fibras Opticas pode trafegar em cada par, 7560 canais, perlazendo no total 136.080 canais de comunicagit. A transmissio com OPGW pode cobrir grandes distincias com a introdugao de repetidora de sinal Desse modo, pode-se utilizar a transmiss¥o de sinal pela fibra ptica, para 0 uso da: ® Protegao; © Comunicagio telefOnica; © Transmissao de sinal de TV; © Comwunicasao via Internet; © Comunicagao do sistema de supervisio & controle; Teleprotegao 3. © Servicos para companhias telefénicas ou de TVs nio pertencentes empresa. Isto & podem-se comercistlizar os canais excedentes para empresas particulares, 3.5 Onda Portadora _ A transmissdo por onda portadora é feita utilizando 0 meio fisico, isto é, 0 proprio cabo condutor da linha de transmissao para a propagagio do sinal de comunicagio. O sinal a ser transferido é modulado na. onda portadora, é injetado na extremidade da linha de transmissio e recebido na outra extremidadle onde ¢ demodulado, isto é, 0 sina & separado dx onda portadora. Este sistema € conhecido por OPLAT ~ Onda Portadora sobre Linha de Alta Tensio. O esquema da figura 3.5.1 mostra os elementos bisicos da teleprotegdo com onda portadora (Sistema Carrier), Bobina de Bloqueio const do Bera TC de Carrer cemunicagao Una do T : s Treremsss0 BI L Taamisor Recap Camor Figura 3.5.1 —Teleprotegao Onda Portadora (Carrier) O sinal ¢ transmitido por uma onda portadora de alta freqiiéncia na cordem de 20 a 400 KHz, que se superpSe & corrente elétrica (60 Hz) da Tinka de transmissio. Cada sinal, com sua respectiva freqiiéncia, propaga-se independentemente como se o outro sinal nfo existisse, apenas seus efeitos so somadas. O receptor, no outro extremo da linha de transtnissio, quo esté 44. Capitulo IM sintonizado na freqiiéncia Carver, absorve apenas 0 sinal da onda portadore, sendo que a correspondents demodulagao extrai o sinat da informacdo, Para a finalidade de usar o sistema Carrier por onda portadora na teleprotecio, hé necessidade de apenas apresentar a figura 3.5.1 de modo ais simplificado, como mostra o desenho da figura 3.5.2, cose, x © Figura 3.5.2 ~ Sistema Carrier Em que T representa o transmissor e R 0 receptor da onda portadora Carrier, Os equipamentos que constituem o sistema de transmissio por onda portadora podem utilizar a tecnologia digital, porém a trunsmissio da onda portadora pela linha de transmissto € feita sempre no modo analégico © sistema completo da transmiss2o por onda portadora (Carrier), sucintamente é composto pelos seguintes equipamentos: 4 Bobina de bloqueio do Carrier; # Divisor Capacitivo de Potencial (DCPS); 4 Equipamento de sintonias 4 Transmissor Carrier; # Receptor Cartier; + Filtro da onda, © capitulo 2 da referencia [5] foi dedicado #0 equipamento DCPs contendo o seu funcionamento e utilizagao. ‘A aixa de fregiigneia utilizada para @ propagasio de sinal confinada na linha de transmissfio, em comparagaio com outras freqiéncins, & mostrade na figura 3.5.3. Teleprotegao 45. lo Nooo, sole ses wold sie rs a re sisie . Pere vere Fea Caio -— Figura 3.5.3 — Faixa de Freqiéneia Cartier Freqiigneias menores que 20 kHz prejudicam 0 acoplamento com 08 DCPS, ¢ para freqiiéacias maiores que 400 kHz as perdas de transmissio do sinal sio mais acentuadas ¢ também comega a haver interferéncias com os servigos de ridio. sistema de proteg3o que utiliza onda portadora (Cartier) depende muito di integridade dos condutores da linha de transmissio. Sendo prejudicados nos seguintes casos Abertura dos condutores da linha de transmissio; Curtos-cireuitos; Manobras de disjuntores; Interferéncias eletromagnéticas; Interferéncia eletrostatica. ©e808 6 Microondas Na transmiss2o por microondas o meio de propagacdo do sinal é pelo ar. O sinal é transmitido numa freqdéncia de 900 kHz a 20 MHz. O sinal de alta freqiiéncia da microonda € dirigido por antenas parabsticas de ponta & ponta, Por este motivo as antenas parabélicas devem estar colocadas em torres de comunicagdo para que sua visads tenha longo aleance. Ver figura 3.6.1 A faixa de freqiléncia deste sistema de comunicagio &: + Uff de 300 MHz a 3 GHz: # Microondas de 3 Glitz a 30 GHz. O sistema de comunicagao por microondas € muito eomplexo e caro AS antenas parabdlicas devem estar direcionadas umas em relaglo as outras, de modo que o sinal seja transmitido entre as torres de comunicagio 46 Capitulo UL até o seu destino final Em condigies favoraveis a mixima distdncia entre as torres pode ser de até 60 im, Antena Parabéiica Cabo Guia de Microondas. Equipamento de Transmissao Recepcéio Figura 3.6.1 — Torre de Comunicagdo de Microondas Este sistema softe influ’ncia das condigées atmosféricas, sendo um. problema para a fidelidade desse sistema de transmissio, principalmente para a teleprotegao. A vantagem desse sistema & que 2 comunicago independente dos efeitos das correntes de curtos-cireuitos na linha de ‘transmisso e das interferdncias eletromagnéticas geradas na subestagio. ‘Tipos de Sistemas de Teleprotesio. SS Os sistemas complexos de protegio que utilizam a técnica de comunicagio entre subsistemas de proteg’es sto conhecidos gencricamente por teleprotegio. As proterSes e as comunicagdes entre relés podem ser cfetuadas com 0 emprego de virias técnivas, denominadas: a) Sistema de Blogucio por Comparagdo Direcional ou Sistema de Compacacdo Direcional por Bloqueio — CDB - (Blocking), b) Sistema de Comparacdo Direcional por Desbloqueio - CDD - (Wablocking), Teleprotectio 4. ©) Sistema de Transferéncia de Disparo Direto por Subaleance (Direct Underreach Transfer Trip ~ DUTT); 4) Sistema de Tsansteréncia de Disparo Permissivo Por Subaleance (Permissive Underreach Transfer Trip PUTT); ©) Sistema de Transferencia de Disparo por Sobrealcance (Permissive Overreach Transfer Trip ~ POT). Existem virios sistemas de protego que utilizam os osquemas anteriores ou suas variantes, sendo que alguns sero apresentados nos itens a seguir. Neste tipo de esquema qualquer relé pode ser utilizado, sendo os mais usuais 0s relés 21, 67, 50, 51 38 Sistema de Bloqueio por Comparagao Direcional _| O sistema de bloqueio por comparagao direcional (CDB), conhecido também por Blocking, utiliza o sistema de comunicagao para enviar um sinal para bloquear, isto é, para no permitir a operagdo de abertura do disjuntor remoto adjacente. Por este motive, © sinal enviado pelo canal de comunicago ser utilizado para impedir a operagio de desligamento do disjuntor, mesmo que a protegao local queira abrir 0 disjuntor. O sinal 6 de bloqueio da abertura do disjuntor, dai advindo @ nome sistema de blogueio por comparacio direcional, Para o caso de protocio principal e alternativa, quando sc tém 2 sistemas de protecdo separados ¢ independentes por terminal da linha cle transmisséo, ¢ garantida a atuago da protec local, sem preocupagio com a obrigatoriedade da atuagio da protegao de rctaguarda remota, Pode-se utilizar © sistema de blogueio por comparagdo direcional (CBD), apresentado a seguir, cujo diagrama unifilar € mostiado na figura 3.8.1 2 Figura 3.8.1 — Diagrama Unifilar do Sistema Elétcico para a Protegio CDB 48 Capitulo UL No diagrama unifilar da figura 3.8.1 esti apresentado somente & protepdo priméria da LTqn de uma configurago em anel, Na bara A, 0 relé 2P esté direcionado no sentido da linha de transmissGo LTap ¢ sobrealcanga a barra remota B e vai até, por exemplo, a 40% da préxima linha de transmisséo, LTyo, ¢ 0 relé 21S (instantéineo) esti direcionado 20 sentido contririo (reverso) e aleanga a barra adjacente, barra 1D, como mostrado no esquema da figura 3.8.1. A filosofia do CDB ¢ que sempre que o relé 21S vé 0 defeito, um sinal de comunicagio é eaviado para a ouira barra para no deixar que 0 disjuntor abra, isto é, 0 sinal é enviado para BLOQUEAR a abertura do disjuntor da barra remota. Na protegdo da figura 3.8.1, as zonas de atvagio do relé 21 so designadas por P ¢ S, em que P significa protec pilotc ov principal S significa Start, ou seja, partida (disparo) do transmissor que cnvia um sinal pelo sistema de telecomunicagao para @ outra barra, © diagrama fimeional em DC do sistema de bloqueio por comparagdo direcional aplicado ao diageama unifilar da figura 3.8.1 esté mostrado na Figura 3.8.2. é Rolede 8 ‘Tempo 5 Tempo f | 7 1p é ‘ Re Sper 1A RC], as PARR] Figura 3.8.2 — Diagrama Funcional em DC do CDB Sistema de ‘Telecomunicacso Em que: 21 ~+ relé de distancia, Poder-se-ia utilizar um outro relé no Iugar do relé 2L, por exemplo, o relé $0 ou o relé 67; 21P + contato do relé 217; LCL nn nen eee nnn nnnnnnnnnnn nnn nnnn nnn nnn mmm mn mmm nnn Teleprotegio 49 21S ~ contato do relé 218; BA — bobina de abertura do disjuntor; ‘TR + transmissor, equipamento que envia o sinal de comunicagao para 1 barra remota: RC + receptor, equipamento que esté sintonizado para receber o sinal de comunicagdo enviado pelo transmissor da barra remota, Quando 0 receptor RC recebe o sinal de comunicagio, 0 seu contato RC abre; Relé de Tempo + fecha seu contato Ty quando transco:re 0 seu tempo ajustado. © tempo dle ajuste To = 6 a 20 ms. O tempo de ajuste Ty é um tempo muito baixo, mas deve ser maior que 0 tempo da propagacio do sinal de transmissio de uma barra a outra. Ou seja, Ty > Tempo de propagagao do sinal pelo sistema de telecomunicaco, Este tempo Th uitas vezes jd vem incorporado no equipamento fornecide pelo fabricante, ¢ esté fixado entre 15 a 20 ms. Passa-se a seguir u analisar a atuagio da protegdo para os deftitos assinalados no diagrama unifilar da figura 3.8.1 a) Defeito no ponto F; da linha LT xu. As protegdes das barras A e B, atuario com 0 acionamento dos seguintes contatos, smninal A # Fecha 0 contato 21P que enengiza o relé de tempo; # Transcorrido o tempo Ty, 0 relé de tempo fecha 0 seu contato Ta; # Odisjuntor A é destigado, inal B + Fecha 0 contato 21P que energiza o relé de tempo; + Transcorrido o tempo Ty, 0 relé de tempo fecha o sex contato To; ¢ O disiuntor B é destigado. Note que neste caso, nenhuma proteco 218 viu o defeito, portanto nenhum sinal de comunieagio foi enviado. 1b) Defeito no ponto F2. 30, Capitulo 1 Este defeito é fora de LTys, portanto nenhum disjuntor deve ser desligado, A seqligncia de atuagio da protego &a que segue: ‘Terminal B + Fecha instantaneamente 0 contato 21S; © Ativa-se o transmissor B, que envia um sinal pelo sistema de telecomunicagdo para o receptor A da barra A. ‘Terminal A © Fecha instantaneamente o contato do relé 21P; © Oreceptor A recebe o sinal do transmissor B e abre 0 seu contato RC. Note que 0 contato RC estando agora aberto, no seré mais, Possivel efetuar a operacdo de abertura do disjuntor A, isto é, 0 disjuntor A esté bloqueado; # O relé de tempo fecha 0 seu contato Ty no tempo To, Note que o tempo To > tempo da propagagao do sinal de comunicago entre as barras; # Odisjuntor A permanece fechado, em operagio normal © problema neste tipo de sistema de protegdo de bloqueio por comparagio direcional € que: @ Se houver vm deftito no sistema de telecomunicagio, de modo que o sinal seja emitido indevidamente, a abertura do disjuntor fica bloqueada, independents da atuagao da protec local, ® Se houver uma falha no sistema de telecomunicagio, de modo que 0 sinal transmitido 10 chegar no receptor remoto, poder haver atagio indevia de protegio local para deteito fora da linha de transmisséo, Fato este que geralmente ocorre neste tipo de esquema de protegao. Como nfo se sabe se hé defeito no sistema de telecomunicagiio, hi necessidade de uma constante vigilineia no sistema para garantir 0 seu eesempenho, esquema funcional apresentado na figura 3.8.2 é simplifieado, na realidade o esquema é mnais complexo e, pode-se citar que © receptor allo ‘Teleprotegio St promove a abertura do contato RC. Esta fungio & feita por um relé 85 auxitier, O funcionamemto bascia-se no esquema mostrado na figura 3.8.3. Sistema de Telecomunicagao Figura 3.8.3 —Relé 85 Quando o receptor recebe um sinal de comunicago, ativa o relé 85 que promove a aberture do contato RC. O relé 85 tem também outros contatos auxiliares NA ¢ NF, para realizar outras fung6es. Geralmente, provoca-se wn tetardo intencional no tempo de rearme do relé 85, a fim de evitar problemas na protegdio de linhas operando em paralelo. No esquema de protege apresentado, a seletividade & de 100% da Jinhua de transmissio com um tempo de atuagao de Tp, ——__— 4 pce 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparacio Direcional Sistema de protegio de desbloqueio por comparagio direcional (Unblocking) seré analisado em relagdo ao diagrama unifilar da figura 3.9.1 Figura 3.9.1 ~ Diagrama Unifilar Os relés de protegdo de cada barra tém direcionatidade para a linha de transmisso com sobreaicance da linha adjacente.

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