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1) A teoria da anomia descreve uma situação social na qual há falta de leis e normas, levando a desordem e insegurança. 2) Durkheim associou anomia a situações que ameaçam a coesão social, como mudanças econômicas rápidas, quando os valores compartilhados que mantêm a ordem social são enfraquecidos. 3) Merton expandiu a teoria, associando anomia ao fracasso em alcançar as metas culturais de forma legítima, o que pode levar ao crime.
1) A teoria da anomia descreve uma situação social na qual há falta de leis e normas, levando a desordem e insegurança. 2) Durkheim associou anomia a situações que ameaçam a coesão social, como mudanças econômicas rápidas, quando os valores compartilhados que mantêm a ordem social são enfraquecidos. 3) Merton expandiu a teoria, associando anomia ao fracasso em alcançar as metas culturais de forma legítima, o que pode levar ao crime.
1) A teoria da anomia descreve uma situação social na qual há falta de leis e normas, levando a desordem e insegurança. 2) Durkheim associou anomia a situações que ameaçam a coesão social, como mudanças econômicas rápidas, quando os valores compartilhados que mantêm a ordem social são enfraquecidos. 3) Merton expandiu a teoria, associando anomia ao fracasso em alcançar as metas culturais de forma legítima, o que pode levar ao crime.
1.1. Etimologia: a (no, ausncia, falta) nomia (regra,
lei, norma): situao social que revela ausncia ou falta de lei, regras, normas na sociedade ou em parte dela.
1.2. D a ideia de injustia, iniquidade, desordem,
caos, insegurana. 2. Anomia segundo mile Durkheim: 2.1. Durkheim, na obra DA DIVISO DO TRABALHO desenvolve a noo de CONSCINCIA COLETIVA OU COMUM. 2.2. Ou seja, para que um corpo social permanea ntegro, coeso, firme, protegido, impermevel a agresses externas, seus membros devem partilhar de certos valores e princpios que so repassados uns aos outros desde o nascimento at a morte, de gerao a gerao, tais como, solidariedade, cumplicidade, lealdade, confiana, boa-f, respeito, identidade cultural, honestidade, decoro, bem, amor, justia etc. 2.3. Entretanto, ocorrem eventos que pem em risco tal integridade social, como mudanas bruscas de regimes polticos ou econmicos, grandes perodos de recesso econmica, aumento sbito de prosperidade econmica, catstrofes naturais, guerras etc. 2.4. A anomia seria, portanto, uma situao social em que faltam coeso (unidade) e ordem entre seus membros, especialmente no tocante a normas e valores tico-morais, decorrente dessas situaes que interferem na estabilidade social, de forma a aumentar significativamente os ndices de fatos criminosos. 2.5. Cada rgo (pessoa ou indivduo) tem uma funo especfica a ser desenvolvida em favor de todo o tecido social e depende dos outros para sobreviver. Assim, mediante um sistema de direitos e deveres, cada qual sentir a necessidade de se manter coeso (unido) e solidrio com os demais membros;
2.6. Ou seja, trata-se de uma realidade social em que h
ausncia de reconhecimento dos valores inerentes as normas de convivncia social, sejam elas jurdicas, morais, ticas ou religiosas, fazendo com que percam coercibilidade, respeitabilidade e necessidade, pois os agentes no lhes reconhecem legitimidade para sua imposio (Ruanda, Haiti, Iraque e Afeganisto).
CRIME PARA A TEORIA DA ANOMA EM DURKHEIM
2.7. Durkheim considera o crime um fenmeno normal na
sociedade, em toda estrutura social, pois sempre haver algum que no reconhecer a autoridade das normas sociais.
2.8. O crime deixa de ser normal, tornando-se preocupante,
quando so ultrapassados determinados limites, quando as condutas desviantes passam a ser negativas para a existncia e o desenvolvimento da estrutura social, seguindo-se um estado de total desorganizao, no qual todo o sistema de regras de conduta perde valor, enquanto um novo sistema ainda no se firmou. 2.9. O crime um fator necessrio e til para o equilbrio e o desenvolvimento sociocultural. Porm, quando o ato criminoso ofende a conscincia coletiva, deve-se acender o sinal de alerta. O FATO CRIMINOSO, POIS, S TER RELEVO SE E QUANDO ATINGIR A CONSCINCIA COLETIVA NA SOCIEDADE.
2.10. mile Durkheim preconiza que o crime pode ser
cometido por qualquer pessoa, de qualquer nvel social, derivando no de anomalias do indivduo, MAS DE UMA SITUAO SOCIAL EM QUE FALTAM A COESO E A ORDEM EM RELAO S NORMAS E VALORES CONSTRUDOS PELA SOCIEDADE.
2.11. QUANTO PENA, DURKHEIM refuta-lhe o carter
retributivo e preventivo (geral e especial), bem como ressocializados. Para ele, pena VINGANA, pois a funo da pena satisfazer o consciente coletivo, a conscincia comum, feridos pelo ato cometido por um dos seus membros da coletividade.
2.12. Salienta Durkheim que a pena serve mais ao homem
honesto do que ao infrator, na medida em que cura as feridas feitas no sentimento coletivo: a pena d pessoa de bem uma resposta de alvio ao mal cometido pelo criminoso.
3. TEORIA DA ANOMIA PARA ROBERT KING MERTON
(Filadlfia, Pensilvnia, 05 de julho de 1910 Nova York, 23 de fevereiro de 2003) 3.1. Doutor em Sociologia pela Universidade de Havard, tambm se dedicou aos estudos criminolgicos com base no conceito de anomia.
3.2. Para ele, anomia quando as pessoas deixam de
obedecer s leis sociais, jurdicas, econmicas, morais, ticas e religiosas, impostas a uma determinada sociedade.
3.3. Merton desenvolve seu raciocnio criminolgico sobre
dois elementos fundamentais:
3.3.1. Bens culturais: tudo aquilo que a sociedade produz e
se torna objeto de desejo das pessoas. Tais bens so mais evidentes na sociedade de consumo que caracteriza o american dream (o sonho americano de se enriquecer a qualquer custo);
3.3.2. Meios para conseguir os bens culturais: seriam as
formas pelas quais as pessoas atingem a obteno desses bens, podendo ser legais ou ilegais.
3.4. Diante dessas duas figuras, Merton visualiza cinco
possibilidades em relao ao atingimento ou no dos bens culturais:
3.4.1. Conformidade: em uma sociedade estvel, o tipo
mais comum e mais difundido, pois o que garante a estabilidade da prpria sociedade. Neste tipo de adaptao individual, h conformidade tanto com os objetivos culturais como com os meios institucionalizados. Os bens culturais so legais e os meios so autorizados e validos. Exemplo: comprar um veculo com o dinheiro obtido por meio de trabalho lcito. No ocorre anomia e criminalidade.
3.4.2. Ritualismo: apego excessivo s formas e aos meios
legais, mas sem qualquer interesse aos bens culturais. Renncia ou abandono dos elevados alvos culturais do grande sucesso pecunirio e da rpida mobilidade social, mas um contnuo zelo cego s regras sociais impostas. Abre mo dos bens culturais, sem abrir mo dos meios previstos para atingir os objetivos culturais. Exemplo: o barnab, funcionrio pblico tmido que mantm seu ritual dirio e burocrtico de vinculao excessivas s normas e que no pretende dar grandes voos. No ocorre anomia e criminalidade.
3.4.3. Retraimento: renncia aos objetivos sociais ou aos
bens culturais juntamente com a renncia a todos os meios para atingir a consecuo desses bens. Exemplos: os prias, os marginalizados, os proscritos, os errantes, os mendigos, os bbados crnicos, os viciados em drogas. Eles renunciaram a quaisquer objetivos e no se ajustam s normas institucionais. O derrotismo, a introspeco e a resignao so manifestados em mecanismos de fuga. No ocorre anomia e eventualmente ocorre criminalidade.
3.4.4. Inovao: caso em que ocorre a perseguio
excessiva e gananciosa aos objetivos sociais ou aos bens culturais, mas sem observncia dos meios adequados e permitidos pelas normas institucionais. a busca gananciosa e intempestiva (riqueza fcil e rpida), com violao s regras sociais. O indivduo consegue os bens sociais que deseja, mas o faz mediante expedientes escusos e ilegais, embora rpidos e eficientes, para conquistar riqueza e poder. Os fins, os bens so legais e legtimos, mas os meios utilizados que so ilegais e ilegtimos. Exemplo: explorao do trabalho escravo, dos jogos de azar, da pirataria e da prostituio, trfico de drogas, sonegao fiscal, concorrncia desleal etc. Aqui temos o exemplo clssico de anomia.
3.4.5. Rebelio: tal conduta caracterizada pelo
inconformismo e pela revolta. O indivduo refuta os padres vigentes da sociedade, propondo o estabelecimento de novas metas e a institucionalizao de novos meios para atingi-las. No a simples renncia ou desprezo aos bens culturais e aos meios de atingi-los. uma fria, uma rebeldia, contra os bens culturais impostos e contra os meios colocados disposio para os conseguir de forma lcita. Exemplo: movimentos hippies, punks, ambientalistas radicais, anarquistas, socialistas e comunistas.
3.5. Para Robert Merton, o fracasso no atingimento das
aspiraes ou metas culturais, em razo da impropriedade dos meios institucionalizados, pode levar anomia, isto , manifestaes comportamentais em que as normas sociais so ignoradas ou contornadas.
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