As autoridades de sade britnicas afirmam que o antigo espio russo
Alexander Litvinenko, falecido no London University College Hospital, onde se encontrava internado h trs semanas depois de ter sido alegadamente envenenado uma substncia altamente radioativa. "Os testes determinaram que Litvinenko tinha no seu corpo uma quantidade significativa do istopo radioativo polnio-210", l-se num comunicado da Agncia de Proteo da Sade britnica, acrescentando que "no claro como que esta substncia entrou no corpo" do antigo agente do KGB. Numa conferncia de imprensa realizada pouco depois, o professor Roger Cox, perito em radiaes da agncia, revelou que o polnio foi detetado na urina de Litvinenko. Para a chefe da agncia, Pat Troop, o nvel de contaminao detetado s possvel se a substncia tiver sido "ingerida, inalada ou se tiver entrado no corpo atravs de uma ferida". "Sabemos que ele esteve sujeito a uma dose macia", afirmou a responsvel. Os peritos afirmam que este "um caso sem precedentes no Reino Unido", mas garantem que o risco a que esteve sujeita a equipa mdica que tratou o cidado russo, de 43 anos, " muito pequeno". O polnio foi descoberto em 1898 pelos fsicos Pierre e Marie Curie, que o batizaram em homenagem ao seu pas de origem, a Polnia, tendo sido um dos primeiros elementos a ser descoberto graas sua radioatividade. Rarssimo na natureza e muito instvel, o polnio altamente radioativo, o que torna difcil o estudo dos seus compostos e a sua aplicao. A substncia deve a sua radioatividade quase em exclusivo ao istopo 210 que, quando ingerido ou inalado, ainda que em quantidades nfimas, pode acumular-se nos rins, bao e fgado, causando danos irreversveis devido emisso de partculas alfa. Litvinenko estava exilado h vrios anos no Reino Unido e afirmou ter sido envenenado durante um jantar com empresrios russos, no passado dia 1 de novembro, num hotel da capital britnica. Numa carta escrita 48 horas antes de falecer, mas s divulgada esta manh, o antigo espio responsabiliza o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte, acusando-o de "no ter respeito pela vida, pela liberdade e pelos valores da civilizao". O chefe de Estado russo j reagiu, considerando que a morte de Litvinenko est a ser aproveitada politicamente.
Publico.pt, 24 de novembro de 2006 (adaptado)
1 Faz uma pesquisa acerca das consequncias da utilizao deste tipo de tomos.