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ANALISE DE ~ DISCURSO Principios Procedimentos Ponies PRECIO cab dicel co ccd UN LAN ca ES Ea I. O Discurso A linguagem em QueSt€0.......ccceseseseesesteseeseseeseee Um Novo Terreno e Estudos Preliminares. FiliagGes Tedricas. Discurso.. II. Sujeito, Histéria Linguagem A Conjuntura Intelectual da Andlise de Discurso Dispositivo de Interpretaga Um Caso Exemplar... Condigées de Produgio e Interdiscurs: BESGUBCHTETIOS......ns.cromseoprseonesseronsqerasonees PATAMASE SPOUSSEMIAL. Bs coctmpe 0 dispositivo analitico, ° ae ed Mispoctico tcorcejé“indvidulizado” pelo analsia em uma itivo tedrico ja “indivi p analista em un Ics espccifica Dat dizermos. que ae eten tl Tes re i mesmo mas 0s dispositivos analiticos, nao. ° ne ete do dispositivo analitico € a questao posta pelo ee i do material que analisa e a finalidade da andlise. Gostariamos de acrescentar que come. a Pak responsabilidade do pesquisador, é ease Cee que organiza sua relagao com 0 pees a ae construco de “seu” dispositivo SORE Ps eI a cae mobilizagao desses ou aqueles ee ne imento, com os quais V t Biiscs0 de sua questao. Portanto, sua pe vag seu trabalho com a interpretagdo, tem a dispositivo analitico. 27 Por seu lado, como dissemos, 0 dispositivo tedrico, que objetiva mediar o movimento entre a descrigao e a interpretaciio, Sustenta-se em principios gerais da Andlise de Discurso enquanto uma forma de conhecimento com seus conceitos e método. Ele se mantém inalterado, segundo a teoria do discurso, na construgao dos diferentes dispositivos analiticos. Feita a andlise, e tendo compreendido 0 processo discursivo, os resultados vao estar disponiveis para que o analista os interprete de acordo com os diferentes instrumentais tedricos dos campos disciplinares nos quais se inscreve e de que partiu. Nesse momento € crucial a maneira como ele construiu seu dispositivo analitico, pois depende muito dele o alcance de suas conclusées. Desfeita a ilusdo da transparéncia da linguagem, e exposto a materialidade do processo de si gnificagao e da constituigio do sujeito, o analista retorna sobre sua questao inicial. Ela esta assim no inicio, como elemento desencadeador da andlise e da construcao do dispositivo analitico correspondente, e, no final, ela retorna, gerindo a maneira como 0 analista deve referir os resultados da andlise 4 compreensio te6rica do seu dominio disciplinar especffico: o da propria Anilise de Discurso, se for 0 caso, ou da Lingiiistica, mas também o da Politica, da Sociologia, da Antropologia, etc, dependendo da disciplina a que se filia 0 analista. Todos esses elementos — a natureza dos materiais analisados, a questiio colocada, as diferentes teorias dos distintos campos disciplinares — tudo isso constitui o dispositivo analitico construido pelo analista. Daf deriva, penso eu, a riqueza da Andlise de Discurso ao permitir explorar de muitas maneiras essa relagdo trabalhada com 0 simbélico, sem apagar as diferengas, significando-as teoricamente, no jogo que se estabelece na distingao entre o dispositivo teérico da interpretagao e os dispositivos analiticos que Ihe correspondem. Um caso exemplar Epoca de eleigdes no campus universitario, Logo na entrada, vé-se uma grande faixa preta com 0 seguinte enunciado em 28 /”, seguido de uma 5 : “vote sem medo!”, seg! rgas letras brancas: “vo A segu { . Ee slicacao sobre o fato de que os votos nao seriam Unilin : x0 abaixo, o nome de entidades de representag funciondrios e professores. gi Sa A faixa negra traz em si uma memoria. Sea saneenee % ponto de vista da cromatografia politica, onegro tem si si hi fascismo, dos conservadores, da “direita” em sua expressat 2 iG 0 2 s “sem medo”, que parecem aj ‘or outro lado, as palavras “sem me ya ae Bie em sua posigio, trazem dois efeitos a elas apenso: v mi o a suspeita sobre algum dos candidatos (que at cori ie ai Ss 2. Falam em “medo”, si D ue ndo votassem nele...) 2 C SUB a, Fe igo, uma ameaga. Outro efeito de sentido que também af ee a sds modo mais indireto, € 0 de que, se essas aire s dois efeitos acima, significa que e! a ue produz os dois efeitos acima que’ ee ado fines Jo contra algum dos candidatos que elas tk ue ameacaria os eleitores. Logo, elas deixam de ter =a re 4 que é um principio ético eleitoral. O que resumniinnos a afaixanegra mobiliza os sentidos do medo, Argumen y entanto faz presente a questo do medo. ici s posigde! jogo nas Resta dizer que, explicitamente, as Cee Sr aes é i S d ic igdes uni itarias eram elas todas de esqu : eleigdes universitarias Be leap” ane é SS ao fazermos essa convém. Desse modo, s c estamos propondo, estamos procurando ir a py) kp ie i ica na ficie das evidéncias. seja: diz, do que fica na super! saat tay ah i a agao dess a $ a, mas o que a mobiliz: ‘ mundo é de esquerda, a ‘bint daquelas palavras pode mostrar além das aparéncias? Para se perceber isso, basta que produzamos uma eee i faixa. Seria entdo uma faixa branca escrita em ers um he 0 i i utras pala’ 1”, Nesse outro modo de dizer, 01 out Dec cerium i s efeitos de sentidos. A i ili s produzindo outros efeitos itidos. cores seriam mobilizadas prod! eee ee atic Ali historicamente a posig6es re’ S cor vermelha est ligada eis ee transformadoras. Sobre fundo branco, as palavras “com coragi fazem apelo a vida, ao futuro, a disposigio de luta. Contrapondo agora as duas faixas, podemos ver aba diferentes filiagdes de sentidos remetendo-as a memori: 2B circunstancias que mostrai ue os sentidos nao esto sé nas stancias q im q) itidos palavras, nos textos, mas na relagéo com a exterioridade, nas condigdes em que eles sio produzidos e que nao pendem sao produzidos 6 que dependem si Ny X f esquerda”, os sujeitos que produziram o enunciado d. axa ‘d a faix. negra Vore sem Medo! 0 faziam de uma posigdo na histéria que alinha sentidos da direita e ‘4 repressao da liberdade de votos Jinh: dos da di d da liberdade di t (que eles, mobilizando 0 moralismo embutido nessas acu Sagoes, atribuiam a alguém” do outro ©, que seriam os lad ue s perseguidores, enquanto eles se colocavam na posi¢do de Ss, enq eles 5 1 ‘a d Salvadores. Sem que isto estivesse e! suas Intengdes, mas di que 1 st m IC int a determinados pelo modo como eram afet: dos pela lingua e pela ados pela lingu; pe! historia, seu gesto de Interpretagao produzia todos esses efeitos, Os dizeres nio so, como di | ao slo, issemos, apenas mensagens a rues s. So efeitos de sentidos que sao produzidos oe cae - rome _ * estao de alguma forma presentes no modo ae i2, de Stigios que O analista de discurso tem de a oo que i aprende a seguir para compreender os ete , pondo em relagdo o dizer com iori condigdes de produgiio. Esses sentidos té icra . Esses sentidos tém a ver com é dito ali mas também em outros lu: i eared a 1 gales, assim como com 0 que nio é di como que poderia ser dito e nao foi area ao dias do texto, também fazem parte dele. pia wave Condigées de Produgiio e Interdiscurso i a a ie pois as condi¢des de produgao? Elas compreendem ee ae mente Os sujeitos € a situagdo. Também a memoria a produgio do discurso. A maneira como a mem6ria aciona”’, faz valer, as cc ondigdes de produciio é fundamental, como S Ca > Po ¥ a aes considerar as condigdes de produgio em sentido mets es as circunstancias da enunciagio: é 0 contexto . Ese as consideramos em id ; “. E se sentido amplo, as condicdes produgao incluem o contexto sécio-histérico, ideol6zicn No exemplo acima, 0 contexto imediato é 0 campus onde a faixa foi colocada, os sujeitos que a “assinam” (entidades de funciondrios e docentes), 0 momento das eleigGes e o fato do texto ter sido escrito em uma faixa e nado em outro suporte material qualquer. O contexto amplo € o que traz para a consideragio dos efeitos de sentidos elementos que derivam da forma de nossa sociedade, com suas Instituigdes, entre elas a Universidade, no modo como elege representantes, como organiza o poder, distribuindo posig6es de mando e obediéncia. E, finalmente, entra a historia, a produgao de acontecimentos que significam na maneira como cores como 0 negro esta relacionado ao fascismo, 2 direita, e o vermelho ao comunismo, & esquerda, segundo um imagindrio que afeta os sujeitos em suas posigdes politicas. A meméria, por sua vez, tem suas caracteristicas, quando pensada em relagao ao discurso. E, nessa perspectiva, ela é tratada como interdiscurso. Este € definido como aquilo que fala antes, em outro lugar, independentemente. Ou seja, €0 que chamamos memoria discursiva: 0 saber discursivo que torna possivel todo dizer e que retorna sob a forma do pre- construfdo, o j4-dito que esta na base do dizivel, sustentando cada tomada da palavra. O interdiscurso disponibiliza dizeres que afetam o modo como 0 sujeito significa em uma situa¢do discursiva dada. No caso que analisamos, tudo 0 que ja se disse sobre voto, sobre eleigdes, sobre eleitores e também todos os dizeres politicos que significaram, em diferentes candidatos, os sentidos da politica universitdria estao, de certo modo, significando ali. Todos esses sentidos ja ditos por alguém, em algum lugar, em outros momentos, mesmo muito distantes, tm um efeito sobre o que aquela faixa diz. Siio sentidos convocados pela formulagao: vore sem medo! Que pressupée, entre outras coisas, na experiéncia politica que temos, que as pessoas tém medo de votar, nao votam -livremente, etc. Experiéncias passadas, de ditaduras, de governos autoritarios sao presentificadas por esse enunciado. §6 que, como ele préprio vem escrito em uma faixa negra, 31 acaba por trazer, ele também, essa mem6ria, ao invés de rompé-la colocando-se fora dela, falando com “outras” palavras. Ha uma forte contradigao trabalhando esse texto. Apesar da alegada consciéncia politica de esquerda, alguma coisa mais forte - que vem pela histéria, que nao pede licenca, que vem pela meméria, pelas filiagdes de sentidos constitufdos em outros dizeres, em muitas outras vozes, no jogo da lingua que vai-se historicizando aqui ¢ ali, indiferentemente, mas marcada pela ideologia e pelas posigGes relativas ao poder - traz em sua materialidade os efeitos que atingem esses sujeitos apesar de suas vontades. O dizer nao é propriedade particular. As palavras no sao s6 nossas. Elas significam pela histéria e pela lingua. O que € dito em outro lugar também significa nas “nossas” palavras. O sujeito diz, pensa que sabe o que diz, mas ndo tem acesso ou controle sobre o modo pelo qual os sentidos se constituem nele. Por isso é inutil, do ponto de vista discursivo, perguntar para o sujeito © que ele quis dizer quando disse “x” (ilusao da entrevista in loco). O que ele sabe nao € suficiente para compreendermos que efeitos de sentidos estao ali presentificados. O fato de que ha um ja-dito que sustenta a possibilidade mesma de todo dizer, é fundamental para se compreender o funcionamento do discurso, a sua relagdo com 0s sujeitos e com a ideologia. A observagao do interdiscurso nos permite, no exemplo, remeter o dizer da faixa a toda a uma filiagdo de dizeres, a uma memoria, e a identific4-lo em sua historicidade, em sua significancia, mostrando seus compromissos politicos e ideoldgicos. Disso se deduz que hé uma relagao entre 0 jé-dito eo que se esta dizendo que € a que existe entre o interdiscurso e o intradiscurso ou, em outras palavras, entre a constituigaio do sentido e sua formulagdo. Courtine (1984) explicita essa diferenga considerando a Constituigéo—o que estamos chamando de interdiscurso — representada como um eixo vertical onde terfamos todos os dizeres Ja ditos — e esquecidos — em uma 32 i i enta estratificagao de enunciados que, em ‘- er le — sue i ixo horizontal — 0 intr - dizfvel. E terfamos 0 eixo | | as Sin 0 eixo da formulagio, isto é, aquilo que estamos dizen naquele momento dado, em condigdes dadas. eB 5 ~ e A formulagao, entdo, esta determinada Dn interdiscurso: no exemplo dado, estabelecemos com 0 in! alee ” seri to pela sua formulac: amt “Vote sem Medo” seria compost t ule ir ici i ie foi-se constituin i cidade, o saber discursivo qu: tit pela sua historicidac ! v ae i foi produzindo dizeres, Q ao longo da histéria e diz pram i se di ra esses sujeitos num d tornou possivel esse dizer pai S min Bento e que representa 0 eixo de sua constituigao (interdiscurso). ida Acconstituigao determina a formulagao, pois 86 Tae oad (formular) se nos colocamos na perspectiva do pe (interdiscurso, mem6ria). Todo dizer, na Satan oe énci s dois eixos: o da memoria (cons na confluéncia dos dois eixos: d J ; ie da atualidade (formulagdo). E é desse jogo que tram sentidos. qeeat Paralelamente, é também 0 interdiscurso, a ——— = determina aquilo que, da situagdo, das a de — i ividade. Pelo funciona: € relevante para a discursividade. | re i 2 terioridade como i i -se, por assim dizer, a ex! interdiscurso, suprime-se, por oe i é- terior da textualidade. tal para inscrevé-la no in ea hice x -se a relagiio da historicidade (do i que, pensando-se a ; ain cs ist6ri © mundo), € o inter : ist6ria (tal como se dé ni di ice, como diz M. Pécheux (1983), as condigdes ee. um acontecimento histérico (elemento histérico ee , ior) € suscett' ir a inscrever-se na continu: exterior) é suscetivel de vir eI-Se cont Bicrna no espago potencial de coeréncia proprio a uma . memoria. : E preciso nao confundir 0 que € interdiscurso eo se . intertexto. O interdiscurso é todo o one de ba st i ja i terminam o que dizemos. feitas e jA esquecidas que det r q ] minhas palavras tenham sentido € preciso que elas ji — ‘sentido. E isto € efeito do interdiscurso: é preciso que o que 33 dit 6 op : on um sujeito especifico, em um momento particular ue na memoria para si ‘ que, passa : et possa fazer sentido em Sonia ae interdiscurso, diz Courtine (1984), fala uma voz sem frag. Ao falarmos nos filiamos a redes de sentidos mas nfo i z, aprendemos como fazé-lo. ficando ao sabor d. Ologia e€ di | sabor da ideologi ‘© Inconsciente. Por que somo: Ttos sentidos d Ss afetados por cert tid € nao outros? Fica por conta da histéria e do acaso do jogo i AOI da lingua e do €quivoco que constitui nossa relacio com eles, as certamente o fazemos determ: Nados por nossa relagdo M Tt t f determinados p a com a lingua ea historia, Por nossa experiéncia simbélica e ; : de mundo, através da deologia. Por isso a Andlise de Discurso se Propoe construir escutas que permitam levar em t P: conta esses efeitos e explicitar a relagao com esse “saber t f 1 S! bi que nao se aprende, nao se ens na mas que produz seus efeitos. Essa nova pratica de leitura, que é a discursiva, » q consiste em considerar o que é ditoem um discurso e o iis £ 2 é dito em outro, o que € dito de um modo € 0 que é dito de . outro, procurando esc | ilo que é di 10, como y id utar 0 ndo-dito naq q i ilo qui te uma presenga de uma auséncia necessaria. Isso porque, como c . P vimos pelo exemplo acima, s6 uma arte do dizfvel é acessivel ao sujeito pois mesmo o que ele nao diz (e que muitas vezes ele desconhece) significa em suas palavras Se i i i iene a ae como 0 intertexto mobilizam o que ‘agoes de sentido, que explici ; ¢ xplicitaremos a fi 2 f s . s 4 frente, no = ae ° a ain € da ordem do saber discursivo memoria et he ‘© esquecimento, ao longo do dizer. enquanto o Xto restringe-se a relagdo de um texto com outros textos. Nessa relacio, ai 0, a intertextual, o esqueci aoé : > mento nao é est como 0 € para o interdiscurso. een Esquecimentos Segundo M.Pécheux (1975 istingui de esquecimento no desea Pa ero 34 O esquecimento ntimero dois, que € da ordem da enunciacao: ao falarmos, o fazemos de uma maneira e no de outra, e, a0 longo de nosso dizer, formam-se familias parafrasticas que indicam que dizer sempre podia ser outro. Ao falarmos “sem medo”, por exemplo, podfamos dizer “com coragem”, ou “livremente” etc. Isto significa em nosso dizer e nem sempre temos consciéncia disso. Este “esquecimento” produz em nds a impressio da realidade do pensamento. Essa impressao, que € denominada ilusao referencial, nos faz acreditar que ha uma relagao direta entre 0 pensamento, a linguagem eo mundo, de tal modo que pensamos que 0 que dizemos s6 pode ser dito com aquelas palavras ¢ no outras, que s6 pode ser assim. Ela estabelece uma relagiio “natural” entre palavra e coisa. Mas este é um esquecimento parcial, semi-consciente e muitas vezes voltamos sobre ele, recorremos a esta margem de familias parafrdsticas, para melhor especificar o que dizemos. Eochamado esquecimento enunciativo e que atesta que a sintaxe significa: 0 modo de dizer nao é indiferente aos sentidos. O outro esquecimento € 0 esquecimento ntimero um, também chamado esquecimento ideoldégico: ele é da instancia do inconsciente e resulta do modo pelo qual somos afetados pela ideologia. Por esse esquecimento temos a ilusdo de sera origem do que dizemos quando, na realidade, retomamos sentidos pre- existentes. Esse esquecimento reflete 0 sonho adamico: o de estar na inicial absoluta da linguagem, ser o primeiro homem, dizendo as primeiras palavras que significariam apenas ¢ exatamente 0 que queremos. Na realidade, embora se realizem “em nés, 0 sentidos apenas se representam como originando-se em nos: eles sio determinados pela maneira como nos inscrevemos na lingua e na histéria e é por isto que significam nao pela nossa vontade. Quando nascemos os discursos jd esto em processo e nds 3 ue entramos nesse processo. Eles nao se originam em nés. so nao significa que nao haja singularidade na maneira como a lingua e a histéria nos afetam. Mas nao somos 0 inicio delas. s se realizam em nés em sua materialidade. Essa € uma 35 Hetenatiacs ee , a en necessaria para que haja sentidos e sujeitos. Por a8 a izemos que o esquecimento é estruturante. Ele é ore =e dos sujeitos e dos sentidos. As ilusdes nao ei eitos”, séo uma necessidade para que a linguagem sahees a mers e ie produgao de sentidos. Os sujeitos que ja foi dito - e este nao é i : € um esqueciment voluntario — para, ao se i i : ey » a0 se identificarem com o i : u ao i que dizem, se ee oe E assim que suas palavras adquirem i im que eles se significam r n ‘etomando palavras ja existentes como se elas se origi ; i t se originassem neles e é assi mio: spel ssim que ae € sujeitos estao sempre em movimento sionifieande re de muitas e variadas maneiras. m eiras. Sempre as mesmas ao mesmo tempo, sempre outras. ae Parafrase e Polissemia cori Pan discursivamente a linguagem, é dificil imites estritos entre o m i A esmo e o diferente. Daf considerarmos que tod i ities lo o funcionamento da li q a linguagem assenta na tensao entre : os ¢ processos parafrasticos ri i Os OS € processos = pane a Processos parafrasticos sio aqueles pelos quais 4 Sempre algo que se mantém, isi i ‘ : em, isto é, o dizivel amem6ria. A pardfrase i ( 5 a r representa assim 0 retorno at espagos do dizer. Prod i these, ae uzem-se diferentes form 6 \ f ulagdes di mesmo dizer sediment th : ado. A pardfrase esta do la estabilizagdo. Ao i ie + Passo que, na polissemi 3 uname . ssemia, 0 que temos é ‘amento, ruptura de processos de signi a j , si cain ignificagdo. Ela joga Es: a ie oe oe ete que trabalham continuamente o dizer. que todo discurso se faz nessa tensdo: ; Sodiemat Boat nsao: entre O mesmo : vez que falamos, ao toi tte l 5 mar a palavra, ert a ee | na rede de filiag&o dos sentidos, no 5 os com palavras ja ditas. E é j c n . E € nesse jogo enti pardfrase e polissemia, entre i al ‘. 2 oO mesmo € o diferent j dito e o ase dize: 5 jei i Ci T GUE OS Sujeitos € Os sentidos si i - © moviment: fazem seus percursos, (se) significam. - 36 Se o real da lingua nao fosse sujeito a falha e o real da histéria ndo fosse passivel de ruptura nao haveria transformagado, nado haveria movimento possivel, nem dos sujeitos nem dos sentidos. E porque a lingua é sujeita ao equivoco e a ideologia € um ritual com falhas que 0 sujeito, ao significar, se significa. Por isso, dizemos que a incompletude é a condigdo da linguagem: nem os sujeitos nem os sentidos, logo, nem o discurso, j4 estao prontos e acabados. Eles estao sempre se fazendo, havendo um trabalho continuo, um movimento constante do simbdlico e da hist6ria. E condigao de existéncia dos sujeitos e dos sentidos: constitufrem-se na relagao tensa entre pardfrase e polissemia. Daf dizermos que os sentidos e os sujeitos sempre podem ser outros. Todavia nem sempre 0 sao. Depende de como sao afetados pela lingua, de como se inscrevem na histéria. Depende de como trabalham e sio trabalhados pelo jogo entre pardfrase e polissemia. B desse modo que, na andlise de discurso, distinguimos o que é criatividade do que é a produtividade. A “criagéo” em sua dimensio técnica é produtividade, reiteragaio de processos ja cristalizados. Regida pelo processo parafrdstico, a produtividade mantém o homem num retorno constante ao mesmo espago dizivel: produz a variedade do mesmo. Por exemplo, produzimos frases da nossa lingua, mesmo as que nao conhecemos, as que nao haviamos ouvido antes, a partir de um conjunto de regras de um nimero determinado. Jé a criatividade implica na ruptura do processo de produgio da linguagem, pelo deslocamento das regras, fazendo intervir 0 diferente, produzindo movimentos que afetam os sujeitos € os sentidos na sua relago coma historia e com alingua. Irrompem assim sentidos diferentes. Nesse modo de considerar a produgiio de sentidos, nao se banaliza a nogao de criatividade. O que vemos com mais freqiiéncia — por exemplo, se observamos a midia - éa produtividade e nao a criatividade. As novelas obedecem, em 37

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