Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Hobbes não coloca como obrigatório o poder centrado em um homem, ele põe a
possibilidade do poder estar com uma assembleia, no entanto no decorrer do livro fica
claro em suas menções o apelo ao poder absoluto de um soberano, ou seja ao poder
centrado em um homem. Em suas justificativas é posto que quando o poder é dado a
uma assembleia os interesses individuais dos integrantes desta se destacam aos
interesses coletivo. A mesquinhez, colocada na primeira parte do livro, se manifesta,
isso colocaria a assembleia em instabilidade, não conseguindo assim coercitir seu poder.
Segundo Hobbes, o soberano não pode ser contestado nem acusado de injúria ou
injustiça. Posto que todos os indivíduos consentiram ao contrato, e entregaram parte de
seus poderes ao soberano, este representa todos os cidadãos, ou seja, qualquer ato seu é
um ato dos súditos, como ninguém pode causar injúria a si próprio, na visão de Hobbes,
o soberano nunca comete nenhum tipo de delito, exceto à Deus. A este, o soberano deve
prestar contas no céu. Além disso, a prática do costume tem vigor quando o soberano
não se manifesta.
Essas são as concepções principais dessa parte do livro, no entanto ele se estende
explicando as relações entre os súditos e as instituições do Estado como o conselho, as
leis, os crimes, as penas. É mostrada a visão de liberdade de Hobbes. Enfatiza ainda o
respeito ao cargo do soberano. Este não deve apenas ler, isoladamente, o homem, mas
sim todo o gênero humano, assim será um governador completo.
Na terceira parte, Hobbes descreve o Estado Cristão e diz que o soberano deve
escolher uma religião para vigorar em seu Estado e deve, ainda, reger a ordem
hierárquica das igrejas. O soberano tem tanto poder que não deve prestar contas a
ninguém na terra, mas tem a obrigação de fornecer proteção aos seus súditos. Hobbes
tem uma conduta religiosa baseada no protestantismo e por isso suas ideias revoltaram a
Igreja Católica.
O autor põe conceitos sobre o significado de espírito, o significado do reino de
Deus, as palavras de Deus e dos profetas, dos milagres, a missão de Cristo e sobre o que
é necessário para se entrar no Reino do céu. Para Hobbes apenas dois dogmas eram
válidos: Jesus Cristo é filho de Deus e o Reino de Jesus não é deste mundo.
Leviatã em sua quarta parte, mostra o Reino das Trevas. Nesse ponto o livro
reforça os deveres do soberano. Fala-se que ele deve governar para o bem de seus
súditos e que não deve prestar contas a ninguém na Terra, apenas a Deus no céu,
correndo o risco de sua alma ser enviada, pela eternidade, ao inferno, no caso de má
administração do Estado.
É injusto dividir o livro pela importância das partes, no entanto é indubitável que
a temática central do livro esta nas duas primeiras partes, nelas estão explicados os
conceitos que justificam, para Hobbes, a criação do Estado absolutista. Sendo a parte
dedicada ao Estado mais descritiva, e a voltada ao Homem mais introdutória. As duas
últimas partes ficam em segundo plano no livro, porém vale ressaltar que contribuem
para entender certos pontos do livro, como as obrigações do soberano para com Deus e
seus súditos, ou seja, é importãnte a leitura das duas partes finais, também.
Hobbes nessa obra defende a ordem social sobre a figura de um ser, um animal
artificial, chamado Estado que devido a sua grande força e poder recebe o título de
Leviatã, grande monstro mitológico. A alma desse Estado é o soberano. Esse, por sua
vez, pode ser focado em um indivíduo, devidamente capacitado ou sobre uma
assembleia, para Hobbes a assembleia não tem capacidade para exercer tal poder, dai
provem sua posição monárquica absolutista. No entanto sua teoria de contrato social
muitas vezes desagradou os próprios monarcas, que viam seus poderes subordinados à
algo. O autor também baseia seu estudo na equidade entre os indivíduos. Se todos os
homens foram criado para serem iguais, é injusto que o mais forte tenha privilégios
sobre o mais fraco, por isso existe a necessidade de um Estado, para zelar pela
igualdade. Para Hobbes o Estado é fundado sobre uma restrição que cada indivíduo põe
a si, confiando plenos poderes a um soberano, para evitar o estado natural de guerra.