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HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil.

Tradução de Alex Marins. São Paulo: Martin Claret, 2004.

Marcos Vinicius Batista Ferreira – Direito Noturno

Thomas Hobbes, nascido em 5 de abril de 1588 na cidade de Westport,


Inglaterra, foi um grande filósofo do século XVII. Com quinze anos ingressou na
Universidade de Oxford, onde aprendeu lógica escolástica e filosofia.

Formado em Oxford, Hobbes tornou-se um preceptor de jovens nobres. Com


Lorde Hardwick, um de seus alunos, fez uma viagem pela França com o fim de estudar
grandes autores como Euclides, Galileu e Kepler. Ao retornar à Inglaterra, Hobbes,
encontrou a política de seu país sendo debatida por parlamentares, puritanos e
presbiterianos, e partidários do rei. Hobbes juntou-se ao rei, quando esse caiu aquele se
refugiou na França com medo de ser acusado de conspiração.

Durante o exílio voluntário, Hobbes ensinou matemática ao futuro rei da


Inglaterra, Carlos II. Além disso, iniciou os trabalhos de sua mais importante obra,
Leviatã. Na França, Hobbes teve contato com as ideias filosóficas e científicas decisivas
em sua formação, iniciou sua fase mecanicista. A publicação de Leviatã deu-se três
anos após a queda do rei Carlos I e desagradou inúmeras instituições, entre elas a Igreja
Católica e o governo francês. Apesar de Leviatã ser sua principal obra, Thomas Hobbes
escreveu outros livros que lidam com o tema Estado, Os elementos da lei e O cidadão,
ambos tratam da relação entre o Estado e a Igreja, Leviatã mantem no essencial o
conteúdo dessas duas obras.

Em Leviatã, Hobbes expõe suas ideias a respeito da formação do Estado.


Fundamentando seus pensamento no pilar do contrato social, o qual seria assinado por
todos o Homens para o convívio em paz entre os indivíduos, Hobbes, traça seu
pensamento a favor de um Estado forte e centrado na figura de uma única pessoa, o
monarca absoluto. Hobbes dividiu seu estudo sobre o Estado em quatro partes: Do
homem;Do Estado; Do Estado Cristão; Do reino das trevas.

Na primeira parte, Do homem, Thoma Hobbes coloca inúmeros conceitos,


sempre os explicando, sobre subjetividades do homem, essas comum a todos os
homens e que causam o desiquilíbrio social, impedindo o convívio em paz. São
definidos os “movimentos voluntários”, que são enumerados por Hobbes, entre eles
estão o esforço, apetite, desejo, fome, aversão, ódio, desprezo, bem, mal, medo, ciúme,
cobiça, mesquinhez, vingança, entre outros citados pelo autor. O conflito desses
“movimentos voluntários” é que impede o convívio social entre os homens. Na primeira
parte ainda é descrita as chamadas “leis naturais”, que são definidas por Hobbes como
“um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um
homem fazer tudo o que possa destruir sua vida, privá-los dos meios necessários para
preservá-la.”. Para Hobbes, os homens que compreendam as leis naturais e as vivam, se
valem delas para alcançar o estado civil e a celebração da paz, posto que, para Hobbes,
os homens, antes de se estabelecer um Estado, vivem em um estado de guerra, “cada
homem é inimigo de outro homem” ou ainda, “guerra de todos contra todos”. O homem
em seu “Estado Natural” é egoísta, egocêntrico e inseguro, não conhece leis nem justiça.
Nesse estado de desorganização fica impossibilitado qualquer tipo de desenvolvimento
social. É nesse momento que surge a necessidade da criação do Estado, foco do próximo
capítulo do livro.

Nessa primeira parte é, ainda, abordado alguns fundamentos do Estado, Hobbes


apoia a monarquia constantemente. É marcante também os axiomas de Hobbes a
respeito da humanidade à semelhança dos que existem na geometria.

O capítulo dedicado ao homem, apesar de não ser o mais marcante do livro, é


importante para fixar conceitos utilizados no decorrer do livro, é também utilizado
como justificativa para a criação do Estado e seu dever em coagir os indivíduos para o
cumprimento do contrato social. É nessa primeira parte que esta a base do contrato
social, teoria mestra de Thomas Hobbes.

Na segunda parte, Do Estado, Hobbes foca o estudo no Estado propriamente


dito, é a parte de maior importância no livro. Nela o autor relata a finalidade do Estado,
os diferentes métodos de sua criação, sua definição, os direitos do soberano, os direitos
dos súditos, das leis, entre outros conceitos.

As convicções de Hobbes ficam claras em uma de suas colocações: “ A única


forma de constituir um poder comum, capaz de defender a comunidade das invasões dos
estrangeiros e das injúrias dos próprios comuneiros, garantindo-lhes assim uma
segurança suficiente para que, mediante seu próprio trabalho e graças ao fruto da terra,
possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a força e poder a um homem, ou
a uma assembléia [sic] de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por
pluralidade de votos, a uma só vontade. [...] Esta é a geração daquele enorme Leviatã,
ou antes – com toda reverência – daquele deus mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus
imortal, nossa paz e defesa.”. Este resultado, segundo Hobbes, só é possível se o povo
celebrar o contrato com o príncipe.

Hobbes não coloca como obrigatório o poder centrado em um homem, ele põe a
possibilidade do poder estar com uma assembleia, no entanto no decorrer do livro fica
claro em suas menções o apelo ao poder absoluto de um soberano, ou seja ao poder
centrado em um homem. Em suas justificativas é posto que quando o poder é dado a
uma assembleia os interesses individuais dos integrantes desta se destacam aos
interesses coletivo. A mesquinhez, colocada na primeira parte do livro, se manifesta,
isso colocaria a assembleia em instabilidade, não conseguindo assim coercitir seu poder.

Segundo Hobbes, o soberano não pode ser contestado nem acusado de injúria ou
injustiça. Posto que todos os indivíduos consentiram ao contrato, e entregaram parte de
seus poderes ao soberano, este representa todos os cidadãos, ou seja, qualquer ato seu é
um ato dos súditos, como ninguém pode causar injúria a si próprio, na visão de Hobbes,
o soberano nunca comete nenhum tipo de delito, exceto à Deus. A este, o soberano deve
prestar contas no céu. Além disso, a prática do costume tem vigor quando o soberano
não se manifesta.

Essas são as concepções principais dessa parte do livro, no entanto ele se estende
explicando as relações entre os súditos e as instituições do Estado como o conselho, as
leis, os crimes, as penas. É mostrada a visão de liberdade de Hobbes. Enfatiza ainda o
respeito ao cargo do soberano. Este não deve apenas ler, isoladamente, o homem, mas
sim todo o gênero humano, assim será um governador completo.

Na terceira parte, Hobbes descreve o Estado Cristão e diz que o soberano deve
escolher uma religião para vigorar em seu Estado e deve, ainda, reger a ordem
hierárquica das igrejas. O soberano tem tanto poder que não deve prestar contas a
ninguém na terra, mas tem a obrigação de fornecer proteção aos seus súditos. Hobbes
tem uma conduta religiosa baseada no protestantismo e por isso suas ideias revoltaram a
Igreja Católica.
O autor põe conceitos sobre o significado de espírito, o significado do reino de
Deus, as palavras de Deus e dos profetas, dos milagres, a missão de Cristo e sobre o que
é necessário para se entrar no Reino do céu. Para Hobbes apenas dois dogmas eram
válidos: Jesus Cristo é filho de Deus e o Reino de Jesus não é deste mundo.

Leviatã em sua quarta parte, mostra o Reino das Trevas. Nesse ponto o livro
reforça os deveres do soberano. Fala-se que ele deve governar para o bem de seus
súditos e que não deve prestar contas a ninguém na Terra, apenas a Deus no céu,
correndo o risco de sua alma ser enviada, pela eternidade, ao inferno, no caso de má
administração do Estado.

É injusto dividir o livro pela importância das partes, no entanto é indubitável que
a temática central do livro esta nas duas primeiras partes, nelas estão explicados os
conceitos que justificam, para Hobbes, a criação do Estado absolutista. Sendo a parte
dedicada ao Estado mais descritiva, e a voltada ao Homem mais introdutória. As duas
últimas partes ficam em segundo plano no livro, porém vale ressaltar que contribuem
para entender certos pontos do livro, como as obrigações do soberano para com Deus e
seus súditos, ou seja, é importãnte a leitura das duas partes finais, também.

Hobbes nessa obra defende a ordem social sobre a figura de um ser, um animal
artificial, chamado Estado que devido a sua grande força e poder recebe o título de
Leviatã, grande monstro mitológico. A alma desse Estado é o soberano. Esse, por sua
vez, pode ser focado em um indivíduo, devidamente capacitado ou sobre uma
assembleia, para Hobbes a assembleia não tem capacidade para exercer tal poder, dai
provem sua posição monárquica absolutista. No entanto sua teoria de contrato social
muitas vezes desagradou os próprios monarcas, que viam seus poderes subordinados à
algo. O autor também baseia seu estudo na equidade entre os indivíduos. Se todos os
homens foram criado para serem iguais, é injusto que o mais forte tenha privilégios
sobre o mais fraco, por isso existe a necessidade de um Estado, para zelar pela
igualdade. Para Hobbes o Estado é fundado sobre uma restrição que cada indivíduo põe
a si, confiando plenos poderes a um soberano, para evitar o estado natural de guerra.

Thomas Hobbes com sua teoria influenciou toda a sociedade da época e


posteriores. Suas ideias sobre o Estado são estudas por todo o mundo. Ele conseguiu de
maneira clara e minuciosamente explicada, expor o princípio do absolutismo. O sucesso
de sua posição ficou marcado na história, absolutistas usaram ideias hobbisiana para
caracterizar seus governos, e isso sem utilizar o argumento do “poder divino”, algo
inovador para a época. As influências hobbesiana vão aos pensamentos de Rousseau e
Kant, além do plano ideológico no advento da Revolução Francesa. Fica clara a
importância da obra e a necessidade de estuda-la nos diversos cursos ligados à carreira
de administração pública, direito, ciências sociais, políticas e outros de mesma
relevância. Thomas Hobbes entrou para o rol dos maiores filósofos da história e Leviatã
é o marco de sua grandeza.

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