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Konrad Hesse aceita a ideia presente em Lassale de que a constituio

no uma realidade apenas textual, formal, tendo tambm um elemento poltico social,
porm no aceita o divrcio proposto por Lassale entre a Constituio formal e a
Constituio real.

Hesse queria encontrar uma ponte entre o formal e o material, entre o


jurdico e o social. Os juristas, aliados do poder poltico, afastaram a Constituio da
coletividade e da sociedade, interpretando os seus princpios de modo tcnico, de modo
que o povo no encontrasse a sua imagem esculpida na Constituio.

Quando se invocava princpios como liberdade, retrucava o juiz que a


liberdade de que tratava a Constituio no era aquela pela qual o povo clamava, mas sim
uma liberdade em sentido tcnico-jurdico, algo que somente os especialistas e
acadmicos poderiam entender e decifrar. Assim, o povo passou a ser desarmando
teoricamente, pois j no sabia mais o conceito da liberdade assim como constava no
texto constitucional.

Constituio passou a ser um instrumento de governo, e no mais a


ordem fundamental da sociedade. Passou a estar a servio do poder como um meio de
legitimar as suas decises, e no como um instrumento para expresso dos anseios
populares e modificao da realidade ftica. No entanto, para Hesse, os juristas e
hermeneutas deveriam estar ao lado do povo, e no ao lado do poder, e devolver a
Constituio queles que so seus titulares legtimos: os cidados. Dever-se-ia fazer
corresponder, pela via hermenutica, isto , pela interpretao, os princpios que
constavam na Constituio com os anseios sociais, com os valores vivenciados pela
coletividade.

Desse modo, dar-se-ia aos princpios a fora normativa, no em sentido


tcnico-jurdico, mas sim em carter sociolgico, o que se liga ideia de fora normativa
dos fatos, ou seja, a sociedade se vincula naturalmente aos valores que reconhece,
eclodindo nela um sentimento de obrigatoriedade ligado queles valores que esto
presentes na sua conscincia. Agora, v-se a Constituio como ordem fundamental da
sociedade, e no como instrumento de governo. Interpreta-se a Constituio luz da
sociedade, e no luz dos interesses dos governantes, de modo que ela venha a tornar-se,
outra vez, o escudo de defesa da sociedade, a sua pauta de reivindicaes.

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