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O documento discute as visões de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino sobre direito e ética. Santo Agostinho enfatizou a importância da interioridade e da experiência de fé, enquanto São Tomás de Aquino buscou fundamentos éticos e legais em Aristóteles e na razão natural revelada por Deus. O documento também contrasta as visões católica e protestante sobre a destruição da imagem de Deus no homem pelo pecado original.
Originalbeschreibung:
Direito e filosofia segundo as correntes tomistas e agostinianas
Originaltitel
Filosofia Do Direito Em Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino
O documento discute as visões de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino sobre direito e ética. Santo Agostinho enfatizou a importância da interioridade e da experiência de fé, enquanto São Tomás de Aquino buscou fundamentos éticos e legais em Aristóteles e na razão natural revelada por Deus. O documento também contrasta as visões católica e protestante sobre a destruição da imagem de Deus no homem pelo pecado original.
O documento discute as visões de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino sobre direito e ética. Santo Agostinho enfatizou a importância da interioridade e da experiência de fé, enquanto São Tomás de Aquino buscou fundamentos éticos e legais em Aristóteles e na razão natural revelada por Deus. O documento também contrasta as visões católica e protestante sobre a destruição da imagem de Deus no homem pelo pecado original.
Perodo patrstico Desaparecimento da vida urbana. Projeto de uma cidade universal sob o domnio de Jesus. Padres militantes e ardorosos defensores da igreja. Mestre da subjetividade
Sua filosofia insiste na importncia
do homem interior, do voltar-se para si mesmo - na aposta de que a felicidade no pode ser encontrada no mbito da exterioridade, e sim na esfera da intimidade. A interioridade em Santo Agostinho
Noli foras ire, in teipsum redi: in
interiore homine habitat veritas (No vs fora, entra em ti mesmo: no homem interior habita a verdade - Santo Agostinho Ou seja, ao inspecionar o seu prprio esprito, o homem transitaria do exterior para o interior onde descobriria - na profundidade do Eu - o , Absoluto, ou seja, Deus, verdade ntima em cada indivduo. Deus s poderia ser realmente encontrado por meio de um itinerrio introspectivo. Experincia de F.
Para Agostinho, Deus verdade ntima
que habita em ns, fundamento primeiro e ltimo do ser. O que h, portanto em Santo Agostinho a ideia de que o ser humano tende a retornar para aquilo que lhe deu origem. Oh, Senhor, tu criastes meu corao para ti e inquieto est enquanto em ti no descansar. Santo Agostinho Ama et fac quod vis
Ama, e faze o que quiseres
Se Deus amor e este amor perfeito, no pode querer o mal. Se Deus est no mais ntimo do nosso ser, como condio absoluta de nossa felicidade, uma vez encontrado pela experincia da F, o amor se impe como dever tico situacional. Se agirmos a partir desse dever, no poderemos errar, posto que um bem em si mesmo. A lei e a justia so por natureza divinas. Santo Agostinho, cidade de Deus. Pensamento de Agostinho: Natureza o conjunto daquilo que foi criado por Deus . Natureza o estado do homem antes do pecado. Estado do homem depois do pecado a destruio e a morte. Na origem, Deus fez a natureza do homem boa, isenta de qualquer maldade. Tudo que Deus criou bom justo, de acordo com a sua razo e vontade. H duas espcies de leis: lei eterna e a lei natural. A lei eterna se inscreve no corao dos homens e se transforma em lei natural. Assim o homem a imagem de Deus (Imago Dei) Porm, em razo do pecado, que destruiu a condio natural do homem, necessita-se de leis temporais. A lei eterna o fundamento da lei humana, naquilo que tem de bom e justo. Deste modo, o mal no tem origem em Deus. Para Santo Agostinho, o mal apenas a ausncia do bem e no uma fora pr-existente duelando contra o bem. Viso antimaniquesta. Santo Toms de Aquino - (1226 1274 d.C.)
Compreender para crer
Escolstica e o direito Entre o sculo V e o XI, reina o mais profundo silncio sobre o Direito. Fundador da Escolstica: Santo Anselmo. Toms de Aquino, obra principal: Summa Theologiae. Santo Toms de Aquino no foi diferente. Se Santo Agostinho bebeu das guas do pensamentos de Plato para elaborar as suas snteses, Santo Toms de Aquino fez isso buscando em Aristteles o fundamento da tica e do Direito. Partindo-se da concepo de que o universo ordenado por uma Razo divina, sob qual todas as coisas esto submetidas, Santo Toms de Aquino admitia uma lei natural. Trata-se do princpio participatio legis aeternae in rationali creatura (ao da lei eterna na natureza racional do homem). Essa lei foi codificada no declogo (Dez mandamentos), sendo vlida como referncia bsica da ao humana, independentemente das condies temporais e espaciais. Da decorre a concepo tica traduzida na seguinte frmula: recta ratio agibilium (agir de acordo com a reta razo). A reta razo a prpria razo natural intuda pelo exerccio do livre- arbtrio como condio essencial da conscincia humana. conscincia, cabe a liberdade de decidir sobre o agir moral. Esse agir deve ser a expresso histrica de uma ordem moral instaurada a partir da determinao da razo divina. O imperativo dessa ordem moral sempre fazer o bem, evitando-se o mal. A moral essencialmente intelectual, ou seja, racional, tendo como instrumento a lei e, como condio de seu livre arbtrio, a disposio humana de cumpri-la. Toms de Aquino condiciona a moral razo. A ao moral tambm ao racional. Como para Toms de Aquino, Deus verdade evidente, naturalmente revelada pela razo, a ordem da moral tambm plena manifestao da inteligncia de Deus que governa todas as coisas da natureza. A ordem moral a prpria verdade do bem como expresso inequvoca da razo divina. Deste modo, qualquer cdigo legal que no fosse concebido a partir desse princpio, alm de incorrer em injustia, no impunha obrigao ao seu cumprimento. Noutras palavras, a base era a prpria razo natural, como expresso da razo divina, como fator de ordenamento dos princpios ticos e legais. Para ele, o direito natural era a premissa maior, donde as premissas menores devem buscar o seu fundamento. Portanto, Aquino defendia que o direito positivo apenas um meio para se alcanar a justia, que consiste em dar a cada um o que lhe devido. A ordem justa aquela que est em harmonia com a vontade divina revelada nos dez mandamentos, conforme texto de xodo, 20. Na verdade, Toms de Aquino tentou, teoricamente, estabelecer um equilbrio entre F e Razo. O mistrio da F luz da razo deixa de ser irracional. A razo luz da f deixa de ser absurda. A justia uma virtude que ordena o homem, em tudo que se refere aos demais. Justo equilbrio, que o prprio Direito. O Direito Natural no algo subjetivo pessoal nem se confunde com as convenes humanas. Ele se encontra na boa proporo das relaes sociais, sujeito s mudanas e instabilidades. A Natureza Humana mutvel. Neste sentido, o Direito Natural, em Santo Toms de Aquino, nada tem a ver com o concebido pelos estoicos, que acreditavam que este imutvel e no brota das relaes sociais. Direito Natural, prprio da natureza das relaes humanas em um certo lugar e certo tempo: Mutvel. Direito Legal ou Positivo convencionado: contrato e Lei Pbica. Direito Natural e Direito Posto na tradio Catlica e Protestante Neste ponto, no Ocidente, cabe uma distino entre teologia catlica e teologia protestante. Na teologia catlica, a destruio da Imago Dei no foi total. A partir do conceito relationes naturalis, o homem ainda se preserva como imagem de Deus por meio de alguns atributos relativos, tais como, a capacidade, de amar, de perdoar, de exercer a bondade. A partir desta conceituao, na teologia catlica, o homem ainda , por si mesmo, capaz de boas obras e de ser regenerado por atos de caridade. neste sentido que deve ser entendia a mxima agostiniana diz, Ama et fac quod vis (ama e faze o que quiseres). Coloca-se como a tnica mxima da tica crist. No h outra lei seno a do amor divino no homem como expresso de uma ordem perfeita e completa Na teologia protestante, em consonncia com o pensamento do apstolo Paulo, a destruio da Imago Dei foi total. Assim sendo, nada no homem bom. O pecado original destruiu a bondade e sua salvao depende to somente da infinita graa de Deus, manifestada na pessoa do Cristo da F. Nenhuma obra humana capaz de, por si mesma, ser suficiente para a regenerao. A capacidade de amar, de perdoar, de exercer a bondade s possvel mediante a F. Ademais fazer o bem no um ato de Razo, antes de tudo, de F. Esse bem deriva do novo nascimento, no da a carne, mas por meio da ao do Esprito Santo, pessoa da Trindade, responsvel pela atualizao do ato redentor de Deus, por meio de Jesus Cristo, no homem.