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PERSONALIDADE: TEORIA, PESQUISA E AVALIACAO 12.1 A NATUREZA DA PERSONALIDADE 12.1.1 Definigio de Personalidade: Consisténcia e Pecultaridade 12.1.2 Tragos de Personalidade: Tendéncias ¢ Dimensbes 12.2 ABORDAGENS PSICODINAMICAS 12.2.1 A Teoria Psicanaitica de Freud 12.2.2 A Psicologia Analitica de Jung 12.2.3 A Psicologia Individual de Adler 12.2.4 Avaliaco das Abordagens Psicodindmicas 12.3 ABORDAGENS COMPORTAMENTAIS 12.3.1 kas de Skinner Aplicadas a Personalidade 12.3.2 Teoria da Aprendizagem Social de Bandura 12.3.3 Mischel e a Controvérsa Pessoa Situagio 12.34 Avaliagdo das Abordagens Comportamentals, 12.4 ABORDAGENS HUMANISTAS 12.4.1 A Teorla Centrada na Pessoa de Rogers 124.2 A Teotla da Auto-Realizagio de Maslow 12.43 Avaliaglo das Abordagens Humanistas 12.5 ABORDAGENS BIOLOGICAS 12.5.1 A'Teoria de Eysenck 12.5.2 Genética Comportamental e Personalidade 12.5.3 A Abordagem Evolucionista da Personalidade 12.5.4 Avaliagdo das Abordagens Biologicas 12.6 CULTURA E PERSONALIDADE 12.7 COLOCANDO EM PERSPECTIVA, APLICACAO: COMPREENSAO DA AVALIACAO DE PERSONALIDADE, (s Usos das Escalas de Personalidade Inventirios Auto-Referidos Testes Projetivos jenho um grande amigo que & certamente [ ‘um dos malores otimistas do mundo. Anos atrds, ao viajar pelo deserto da California, seu automével capotou, caindo sobre sua perna, ‘que ficou estragathada. Dols dias depois, ligou-me do hospital para contar-me sobre o acidente. Sen- tindo ainda muita dor devido a enorme operagio que Softera, com a perspectiva de mals operagbes pela frente — e sem contar que teria de usar mule- ‘tas por um ou dois anos —, ainda assim fazia brin- cadeiras sobre 0 que se passara. Estava com seu. costumeiro, inalterdvel, alegre e despreocupado hu- ‘mor. A grande maioria das pessoas estarla, obvia- mente, triste e abatida diante de tais citcunstancias.. otimismo do meu amigo ¢ uma faceta essen- ial de sua personalidade. Neste capftulo explo- raremos 0 mistério da personalidade. O que exatamente, a personalidade? Como ela se des volve? Por exemplo, como alguém como o meu. amigo tomna-se tio confiante ¢ otimista? A per- sonalidade ¢ amplamente biol6gica em origem, ou a experigncia € fundamental? © que contribui para uma personalidade saudavel? estudlo da personalidade vem sendo tradi nalmente dominado por "grandes teorias’, basta te abrangentes, que procuram explicar muitas fa- cetas do comportamento, Nossa discussio mos- ‘rar a importincia de tais teorias, conforme nos dedicarmos prioritariamente as extensas teorias de Freud, Jung, Skinner, Rogers ¢ varias outras. Na Aplicagio. do capitulo, discutiremos como os testes psicol6gicos sio utilizados para medir diver- 808 aspectos da personalidade, 12.1 A 'NATUREZA’DA PERSONALIDADE: A personalidad 6 um constructo hipotético com- plexo, que jf foi definido de muitas formas, Ana- lisemos mais detalhadamente os conceitos de per- sonalidade e de tragos de personalidade. 12.1.1 Definigao de Personalidade: Consisténcia © Peculiaridade (© que significa dizer que meu amigo tem uma personalidade otimista? Esta afirmagio indica que ele tem uma tendéncia consistente a comportar- se de maneira alegre, esperancosa e entusiastica, enxergando 0 lado positivo das coisas, em uma ampla gama de situagdes. Apesar de nao haver ‘uma pessoa que tenha comportamento com con- sisténcia absoluta, esta qualidade da consisténcia ‘em diferentes situagdes é essencial a0 conceito de personalidade, Peculiaridade também é fundamental ao concel- to de personalidade. A personalidade € usada para explicar por que as pessoas nao agem da mesma forma em situagdes semethantes. Se voce € mais trés pessoas ficassem presos em um elevador, ¢ provavel que cada um reagisse diferentemente. Um poderia comegar a fazer gracas para relaxar a tensio, Outro faria profecias sinistras de que “nunca vamos con- seguir sair daqui", Pode ser que a terceira pessoa ape- nas ficasse pensando calmamente em como poderia sair de 1a, Ocorrem estas reagoes diferentes a mesma situago porque cada um possui uma personalidade diferente. Cada um. tem peculiaridades encontradas em outras pessoas, mas possul seu proprio conjunto Aiferenciado de tragos de personalidade, Em suma, 0 conceito de personalidade ¢ utiiza- do para explicar: a estabilidade no comportamen- to de uma pessoa ao longo dos anos ¢ em diferen- tes situagdes (consist@ncia); as diferengas de com portamento entre as pessoas ao reagir 4 mesma si tuagdo (peculiaridade). Podemos combinar estas idéias na seguinte de- finigio: personalidade refere-se a constelagio singular de tragos de comportamento consis- tentes de um individuo. Analisemos mais deta- Ihadamente o concelto de tragos. 12.1.2 Tragos de Personalidade: Tendéncius ¢ Dimensoes Todo 0 mundo faz comentarios do tipo: "Jairo € ‘muito consciencioso". Ou talvez voc8 afirme que: "Rafael 6 timido demais para Ser bem-sucedido na- uele tipo de trabalho". Estas afirmagiies descritivas referem-se a tragos de personalidade. Um trago de personatidade é uma tendéncia duradoura a com- portarse de uma determinada forma em uma diversidade de situagdes. Adjetivos como honesto, digno de confianca, temperamental, impulsivo, desconfiado, ansioso, excitavel, dominador eami- gavel descrevem tendéncias que denominam tragos de personalidade. As pessoas utilizam uma quantl- dade enorme cesses termos para descrever a per- sonalidade uns dos outros. Um importante teérico da personalidade, Gordon Allport (1937, 1961), pes- quisou um extenso diciondrio e encontrou mais de 44500 tragos de personalidade! ‘A maior parte das abordagens de personalidade supde que ha alguns tragos mais basicos que ou- tros. Segundo esta idéta, um pequeno ntimero de tragos fundamentais determina outros, mais sux perficiais, Por exemplo, a tendéncia de uma pes- soa a ser impulsiva, agitada, irascivel, impetuosa e Jimpaciente podria ser decorrente de uma tendén- cia mais bisica a ser excltdvel. ‘AviTuLO 12 -PERSONAUDADE: TEORIA, ESQUISA E AVALIAGRO 347 ‘Quporo 12.1 Moos 0¢ PaRsONAUDADE 005 “CHCO GeAnoes Teagos",0€ MECRAE & Coma ator ~Weuroticismo Extioversio “Receptividade a cexperléncias ‘Apraibilidade ~Consciéncla Teste Mae «Gos (587) 48 Deserigao ~Ansioso,inseguro,sentimento de culpa, timid ¢ ‘Ousado, inconformista, dotado de amplos snteresses, Imaginativo jersador, socvel, animado, afetuoso rio, sensivel, conflante, cooperativo ‘rico, confiave, produtivo, determinado Muitos psicélogos enftentaram 0 desafio de {dentificar os tragos basicos que formam a esséncla da personalidad. Raymond Cattell (1950, 1966, 1990), por exemplo, utilizou complexas procedl- -mentos estatisticos para reduzir a lista de tragos de Allport a apenas 16 dimensbes bisicas de persona- dade, Cattell supde que 0s psicdlogos possam "Uma peso que, como ce evoca oque hd de mals perverso dente os sdendntos parcialmente flomados gue habia a Desa humana, e tert lenfent-as, nto pode ‘pera sal nese desta bata” ‘Stew ave WebLink 12.2 igmond Frowd Museum (Musoe Sigmond Froud), Viena, Aust Este museu on-line, amt Tinguainglesa ale, foferece uma detathada ‘rangi da vida de Fraud eexplicasdes soe ts conceitos mols émpor tants da psiconalis. Mas 0 que ofereve de mais inportante sao seus cas recursos auiovie siwis, com fotos on-tne, clips de video amador ¢ gravagdes da voz de Fre. Figura 12.2 ‘Modelo da dinémica da persomalidade de Freud. Segundo Freud, confltasinconseientes fentze ld, ego e superego 3s veres provocam an= slodade, Este desconforto provavelmenteaclona 0 tio de mecanismos de sefesa, os quals podem tena a ansledade cla por tliacso maeciisnos de ees 351 Infelizmente, as coergdes socials obrigam as pessoas ‘a conter sua raivae, no fim, elas acabam por agredir ‘a quem mais amam, Outros mecanismos de defesa importantissimos sii: formagio reativa, regressio ¢ identificagio. A formacao reativa & comportar-se de modo exata- ‘mente oposto ao ditado pelos verdadeiros senti- -maentos. A culpa com relagdo a desejos sexuais ge- ralmente acarreta formacao reativa, Freud teorizou ‘que muitos homens que ridicularizam os homos- sexuais estdo se defendendo de seus proprios impul- sos latentes. Por mais estrana que esta idéia possa parecer, fol confirmada em um recente estudo entre ‘homof6bicos (Adams, Wright e Lobr, 1996). As pis- tas que denunciam a formagio reativa sio 0 exa- _geto do comportamento oposto. A regressao é uma volta a padres imaturos de comportamento. ‘Quando ansiosos com relagéo a sua dignidade pro pia, ha adultos que reagem com arrogancia e jac- ‘iincia infantis (em contraposigdo a esforgos sutis para impressionar 0s outros). Por exemplo, um exe- cutivo demitido, com dificuldades para conseguir ovo emprego, pode comegar a fazer declaragées ridiculas sobre seus incomparaveis talentos ¢ reali zagies. Este tipo de presungio & regressive quando caracterizado por grandes exageros que praticamen- te todas as pessoas conseguem detectar. A identifi caciio & a protecio da auto-estima através do es- ‘tabelecimento de uma alianca real ou imagins- ria com alguém ou com algum grupo. Jovens fre- giientemente apbiam seus frégeis sentimentos sobre sua digntdade propria através de identificagio ‘com astros da miisica, do cinema, ou com atletas fa- ‘mosos. Adultos associam-se a clubes ou organiza- Quapro 12.2 MrcAnismos DE DEFESA COM EXEMPLOS ‘g®es como meio de elevar sua propria auto-estima através de identificagio. © Quackro 12.2 traz exemplos adicionals dos me. ‘canismos de defesa a que nos referimos. Se voce re. conhecer estratagemas dos quals tena se utilizado, no € de surpreender. Segundo Freud, todas as pes- soas utiliza mecanismos de defesa, até certo pon- to, Tornam-se problematicos apenas quando as pes- soas passam a depender excessivamente deles. As sementes para distirbios psicol6gicos so plantadas somente quando as defesas acarretam uma com- pleta distorgao da realidade. Diversos teéricos aumentaram a lista original de mecanismos de defesa ctiada por Freud (Vaillant, 1992), No préximo capitulo, examinaremos alguns destes mecanismos de defesa adicionals. Por en- quanto, voltemo-nos para as idélas de Freud sobre 0 desenvolvimento da personalidade, Desenvolvimento: Estagios Psicossexuais Freud propds a surpreendente afirmativa de que os fundamentos basicos da personalidade de um in- dividuo so estabelecidos até a tenra Idade de § anos, Para aclarar melhor estes primelros anos cru- ais, ele formulou a teoria de estagios de desen- volvimento. Enfatizou quio precocemente as cti- angas se ocupam com suas necessidades sexuals, Imaturas, mas poderosas (usou o termo sexual com sentido universal referindo-se as muitas ne- cessidades de prazer fisico). Segundo Freud, estas necessidades sexuais mudam de foco conforme as ccriangas passam de um estigio de desenvolvi- ‘mento para outro. Inclusive, 0s nomes dos esté- ‘gios (oral, anal, genital e assim por diante) so Mecanismo de Defesa Definigao Tepesio “Wianatensfo de penimenios qs Wana anata merguhados no Inconsctente one Tbe do pips pense, sentlmentos ¢ motivos a outras pessoas Desvio de sentimentos (normaimente ralva) de sua fonte original para um alvo substituto Deslocamento ‘Um soldado taumatizado nfo tem fembrangas dos detalhes da ocasio em que quase morreu ‘Uma mulher que nio gosta do chefe, mas sente que ele € que néo gosta dea, Depots delvar una brooca dos py a macaha Gage sa brveza pa emo mas novo Formagio Comportamento de modo absolutamente Um pa ou uma me que no gosta dofilho mas reativa contri aos sentimentos verdaeios vive mimando-o com prsentes mravilhosos TegesioRetomo a padi imaturos ‘Im adlto que tem acesos de ravers quando de comportamento Racionalizagao Ciaglo de desculpas falsas, mas plausivels, pa- 12 justilleagdo de comportamento inacetivel “Tdentificagio “Protegio da auto-estima através do cstabelecimento de uma alianga real ou Amaginitia com alguém ou algum geupo rio tem as coisas da maneira como quer. ‘Uin estudante que fica assstindo televisio em vez de estuday, dl zenalo que "estudar mais um pouco nio iriaadiantar nada mesmo" Um jovem inseguro associa-se a uma ‘congregacio para elevar sua auto-estima, ‘raeraco: Vr 0 Cuatro 1 prs exeiple aicnas eccrine 6 en, 352 INTRODUGAO A PSICOLOGIA TEMAS E VARIAGOES

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