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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

MÉTODOS EXPERIMENTAIS EM ENGENHARIA

EXPERIMENTO 1 – CALIBRAÇÃO DE UM TERMÔMETRO

André Figueiredo Horta de Siqueira

Camila Ferreira dos Santos Mota

Eduardo Antonio Pina

Leonardo Janello Ghiro

Professora: Leia Bernarde Bagesteiro

Santo André
2009

2
Sumário

1. Resumo......................................................................................................................... 3

2. Introdução..................................................................................................................... 3

3. Objetivos....................................................................................................................... 4

4. Descrição Experimental................................................................................................ 4

5. Resultados e Discussões............................................................................................... 7

6. Aplicações em Engenharia......................................................................................... 15

7. Questões...................................................................................................................... 16

8. Conclusões.................................................................................................................. 17

9. Bibliografia................................................................................................................. 18

1. Resumo

Para se avaliar a temperatura de um sistema com um termômetro, fundamentou-


se no fato de que após um determinado intervalo de tempo ocorrerá transferência de
calor entre o sistema e o termômetro até atingirem o equilíbrio.
3
O objetivo do experimento foi construir um termômetro em um capilar contendo
mercúrio líquido, avaliar sua expansão de acordo com a variação da temperatura. Para
isso utilizou-se pontos de referencia como ponto de fusão e ebulição da água para
calcular a escala do termômetro.
Os valores obtidos nas medições no termômetro precisaram passar por uma
correção devido à imprecisão que pode ocorrer tanto na dilatação do mercúrio durante a
realização do experimento quanto na ora de se medir o quanto mercúrio dilatou.

2. Introdução

A temperatura corresponde a quantidade de energia térmica, denominada calor,


armazenada em sistemas, cuja vibração aleatória de suas partículas gera esta energia.
Assim, quanto maior o grau de agitação das moléculas, maior será a temperatura do
corpo.
Uma das primeiras grandezas termodinâmicas estudadas, a temperatura, surgiu
da necessidade de se construir uma escala precisa que não fosse baseada nos sentidos
humanos já que, a sensação de “quente” e “frio” é relativa e imprecisa. [1]
Calor é transferido entre dois ou mais sistemas quando existe uma diferença de
temperatura entre eles, sendo o sentido de transferência sempre do corpo mais quente
para o mais frio até que ambos os corpos atinjam a mesma temperatura. Neste caso, diz-
se que os sistemas se encontram em equilíbrio térmico.
Um dos dispositivos mais utilizados para medir a temperatura é o termômetro.
Trata-se de um instrumento que mede quantitativamente a temperatura de um sistema
ao entrar em equilíbrio térmico com este e, de acordo com a variação da altura do
líquido em seu interior, é possível determinar a temperatura correspondente.
O primeiro termômetro conhecido foi criado por Galileu e recebeu o nome de
termoscópio [3]. Era composto por uma esfera oca de vidro à qual estava conectado um
tubo também de vidro. Aquecia-se a esfera com as mãos e submergia-se a extremidade
do tubo num recipiente contendo água. Depois, uma vez resfriada a esfera, a água subia
pelo tubo, ficando o seu nível final acima do nível da água no recipiente.
Por volta de 1592, Galileu Galilei idealizou o termoscópio, que consistia em
uma esfera oca de vidro conectada a um tubo também de vidro. Aquecia-se a esfera com
as mãos e submergia-se a extremidade do tubo em um recipiente contendo água. Uma
vez resfriada a esfera, a água subia pelo tubo, ficando o seu nível acima do nível da
água do recipiente. [3]
Permitindo avaliar qualitativamente o aumento ou a diminuição da temperatura
por meio do deslocamento da água no interior do tubo e tendo suas indicações alteradas
também pela pressão atmosférica, uma vez que o recipiente era aberto, pode-se dizer
que a termometria científica, e, por conseguinte, a Termodinâmica, teve seu início
quando Galileu inventou o seu primeiro termoscópio. [3]
No início do século XVIII, Gabriel Fahrenheit usou o mercúrio como líquido de
termômetro, pois, além de sua aparência metálica facilitar a leitura, sua expansão é
grande e uniforme, ele não adere ao vidro e permanece líquido em um grande intervalo
de temperaturas. Fahrenheit calibrou sua escala de temperatura em 32ºF para o ponto de
fusão da água e 212ºF para o ponto de ebulição, de modo que a diferença entre os dois
pontos fosse de 180 graus. [2]

Existem várias outras escalas termométricas, sendo a Celsius e a Kelvin as mais


conhecidas. A escala de graus Celsius proposta em 1948 é definida pelo ponto triplo da
4
água (0,01 ºC) e a variação de um grau na escala Celsius corresponde à mesma variação
de temperatura que um grau em uma escala de gás ideal. [2]. Na escala Celsius, o ponto
de fusão da água foi definido como zero e o ponto de fusão como 100, resultando em
um intervalo de 100 graus.
Através de experimentos contatou-se que é impossível obter temperaturas
inferiores a -273 ºC, deste modo, definiu-se este valor como o zero absoluto,
temperatura na qual o nível de agitação das moléculas é zero. Baseada no nível de
agitação das partículas, foi estabelecida a escala Kelvin, na qual o valor 273
corresponde à fusão da água, 373 K à ebulição da água e o 0 K ao zero absoluto.

3. Objetivos

O experimento teve como objetivo principal a construção de uma escala de


temperatura utilizando diferentes pontos fixos e sua calibração a partir da comparação
com um termômetro de mercúrio já calibrado.

4. Descrição Experimental

4.1. Material utilizado

• Becker;
• Termômetro de mercúrio com e sem escala;
• Placa de aquecimento;
• Água quente;
• Gelo;
• 20 ml de álcool etílico;
• Régua.

4.2. Procedimento experimental

4.2.1. Construção de escala termométrica

Foi colocado gelo e água em um becker e utilizou-se o termômetro calibrado


para ver quando a temperatura do sistema atingia a temperatura de 0°C.
Quando o sistema entrou em equilíbrio e atingiu a temperatura de 0° C foi
colocado o termômetro de mercúrio sem escala e mediu-se a altura da coluna de
mercúrio.
O termômetro foi retirado e deixado à temperatura ambiente e foi medida a
altura da coluna de mercúrio a essa temperatura.
Em outro Becker foi colocado 100 ml de água e esta foi aquecida na chapa
quente até que água entrasse em ebulição.
Quando a água começou a entrar em ebulição foi colocado o termômetro não-
calibrado e mediu-se a altura atingida pela coluna de mercúrio.
Em outro Becker colocou-se 20 ml de álcool etílico que foi levado para aquecer
direto na chapa quente até que ocorresse a sua ebulição.
Quando o álcool etílico entrou em ebulição colocou-se o termômetro não-
calibrado e mediu-se a altura da coluna de mercúrio.

5
4.2.2. Calibração da escala termométrica

Na chapa quente, aqueceu-se um Becker com água até a temperatura de 40°C.


Retirou-se o Becker da água quente.
Mergulhou-se o termômetro de referência e não-calibrado dentro da água à
40°C.
Conforme a água do recipiente foi resfriando, anotou-se 12 alturas do
termômetro a ser calibrado, a cada diminuição de 1°C medido no termômetro de
referência.

4.2.3. Características de instrumentos

Termômetro de mercúrio: O termômetro de mercúrio consiste em um capilar de


vidro, fechado, e um bulbo em uma extremidade contendo mercúrio. O mercúrio dilata-
se muito facilmente, mesmo com pequenas variações de temperatura. O volume do
mercúrio aquecido se expande no tubo capilar do termômetro e essa expansão é medida
pela variação do comprimento, numa escala graduada.

4.2.4. Erros de medida

Um termômetro convencional apresenta uma dificuldade ao observador, que


pode representar um erro de medida através da leitura do termômetro, denominado erro
de paralaxe.

4.2.5 Procedimentos de cálculos

Para realizar a correção do valor medido experimentalmente no


termômetro que se desejava calibrar em relação a temperatura medida pelo
termômetro padrão, utilizou-se a equação 1:

(1)

De acordo com os fundamentos de calibração, devido à falta de exatidão nas


medidas, por mais cuidado que a elas se preste, é necessário o cálculo de um ajuste a ser
aplicado nas leituras neste termômetro. Assim, faz-se necessário primeiramente o
cálculo de um desvio (bk) e por meio do método de mínimos quadrados encontrarmos a
equação que nos daria o valor de tal correção. A equação que fornecerá a correção
necessária é apresentada na equação 2:

(2)

Através dos valores de y1, y2 e t0, calcula-se para uma dada temperatura t o
valor do ajuste b(t). Sendo t0 uma temperatura exata qualquer de referencia
convenientemente escolhida, sendo está escolhida preferencialmente abaixo valores do
primeiro valor de temperatura medido. Além disso, os valores de y1 e y2 podem ser
calculados, respectivamente, segundo o roteiro pelas equações:

6
(3); e

(4)

Porém, como indicado pelo professor no momento do experimento, a expressão


correta de y2 é dada pela equação:

(5)

Nesta fórmula o valor de D é calculado pela equação:

(6)

Onde n é o número de medidas e o valor de θk é calculado pela expressão:

(7)

Para determinar a qualidade do ajuste, as fórmulas seguintes equações foram


utilizadas, sendo a primeira destas o desvio padrão que, no caso deste experimento que
possui dois graus de liberdade, foi calculado pela equação 8, apresentada a seguir:

(8)

Onde b(tk)m representa a média dos valores de correção da curva de calibração,


calculado pela expressão:

(9)

As variâncias para os parâmetros y1 e y2 foram calculados respectivamente


pelas equações:

(10); e

(11)

A medida de incerteza total do ajuste foi calculada pela equação 12, apresentada
a seguir:

7
(12)

Para se encontrar a incerteza da correção da calibração utilizou-se a equação:

(13)

Sendo que o valor u(y1) e u(y2) são dados respectivamente pelas relações:

(14); e
(15)

Além disso, r(y1 , y2) é representado pela equação 16:

(16)

4.2.7. Cuidados particulares e detalhes experimentais relevantes

Durante o experimento, foi necessário tomar bastante cuidado com a placa de


aquecimento e com a manipulação dos béqueres, uma vez que a placa estava em alta
temperatura e os béqueres e seus conteúdos, como água e álcool etílico, também.

5. Resultados e Discussões

Na primeira parte deste experimento, construiu-se uma escala termométrica com


base em três pontos fixos da escala Celsius, listados com suas respectivas alturas na
coluna de mercúrio do termômetro a ser calibrado na tabela 1, a seguir.

Tabela 1 – Temperatura e altura dos pontos fixos


Substância Estado Temperatura [ºC] Altura [mm]
Água Fusão 0 45
Água Ebulição 100 175
Álcool Etílico Ebulição 78,5 147

A figura 1 ilustra esta escala construída em comparação com a escala Celsius.

8
Figura 1 – Escala termométrica

É importante ressaltar que a medida da altura é uma das principais fontes de


erros experimentais. A altura da coluna de mercúrio vista no termômetro pode parecer
diferente dependendo do ângulo de visão, o mesmo ocorreu na utilização da régua.
Deste modo, torna-se necessário calibrar esta escala de temperatura com base em
um termômetro de mercúrio calibrado, o que foi feito na parte dois desta prática.
Para calibrar a escala termométrica foi necessário encontrar os valores de
determinados parâmetros de calibração que serão discutidos mais adiante. Para tal,
construiu-se o gráfico 1 altura versus temperatura, a seguir, com base nos dados da
tabela 1. Utilizou-se a ferramenta regressão linear, do Excel, para criar uma reta unindo
todos os pontos do gráfico.

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A partir do gráfico 1 foi possível obter a equação da reta que descreve a
conversão da escala de temperatura utilizada para a escala construída neste experimento,
evidenciada como equação 17:

y = 1,2998x + 44,9940 (17)

Para a calibração da escala termométrica, onze medidas foram anotadas


representando as variações nas alturas da coluna de mercúrio no termômetro a ser
calibrado para cada ºC decrescido no termômetro de referência. Estas medidas podem
ser observadas na tabela 2.

Tabela 2 – Alturas para a calibração do termômetro


Número da medição Temperatura [°C] Altura [mm]
1 40 91,5
2 39 90,5
3 38 89,5
4 37 88,5
5 36 87,5
6 35 85,5
7 34 84,5
8 33 83,5
9 32 82,5
10 31 81,5
11 30 80,5

Como especificado na seção Descrição Experimental, considerou-se Tc como


sendo a temperatura lida no termômetro de referência. A equação 17 nos permite
calcular os valores de temperatura Tk correspondentes ao termômetro a ser calibrado.

10
A partir dos valores de Tk encontrados, foi possível calcular a correção ou
desvio, bk, evidenciado pela equação 1.

bk = Tc – Tk (1)

Calculou-se também o valor de θk por meio da equação 7, adotando-se to como


sendo 26ºC, temperatura ambiente no momento do experimento.

θk = Tk - To (7)

Estes valores podem ser observados na tabela 3.

Tabela 3 – Valores de Tk, bk e θk


Tc (ºC) Altura (mm) Tk [ºC] bk [ºC] θk [ºC] θk2 [ºC2] bk.θk [ºC2]
40 91,5 35,78 4,22 9,78 95,65 41,27
39 90,5 35,01 3,99 9,01 81,18 35,95
38 89,5 34,24 3,76 8,24 67,90 30,98
37 88,5 33,47 3,53 7,47 50,80 26,37
36 87,5 32,70 3,30 6,70 44,89 22,11
35 85,5 31,16 3,84 5,16 26,62 19,81
34 84,5 30,39 3,61 4,39 19,27 15,85
33 83,5 29,62 3,38 3,62 13,10 12,23
32 82,5 28,85 3,15 2,85 8,12 8,98
31 81,5 28,08 2,92 2,08 4,32 6,07
30 80,5 27,31 2,69 1,31 1,71 3,52

As seguintes equações foram utilizadas para o cálculo dos parâmetros da curva


y1 e y2:

(3)

(5)

Para o cálculo das variâncias relacionadas a cada um dos parâmetros citados


anteriormente, foram utilizadas as equações:

(10)

(11)
E, a medida da incerteza foi calculada utilizando a equação:

11
(12)
Conhecendo as equações utilizadas nos cálculos dos parâmetros y1 e y2, das
variâncias e da incerteza, vale ressaltar que se achou mais conveniente calcular os
valores de alguns elementos presentes nestas equações separadamente, tais como Σbk,
Σθk, Σθk2 e Σbk*θk a fim de tornar os cálculos e sua visualização mais simples.
Para tal, foram utilizados os dados listados na tabela 3, obtendo os seguintes
valores:

Σbk = 38,39 ºC
Σθk = 60,61 ºC
Σθk2 = 418,58 ºC2
Σbk*θk = 223,16 ºC2

Com o mesmo intuito, calculou-se o valor de D, expresso por:

(6)

Obtendo como resultado um valor igual a 930,85 ºC2.


Com todos os elementos das equações de y1 e y2 encontrados, foi possível
calcular seus valores, sendo estes iguais a 2,73 e 0,14 respectivamente.
Tomando os valores dos parâmetros da curva y1 e y2 pode-se encontrar a curva
linear de calibração b(t), descrita pela equação:

b(t) = y1 + y2(t – to) (2)


b(t) = 0,14t – 0,91 (18)

A partir da expressão 18 é possível encontrar os valores de b(Tk), isto é, os


valores da curva de calibração relacionados às temperaturas do termômetro a ser
calibrado. Estes valores estão listados na tabela 4, a seguir.

Tabela 4 – Valores de b(Tk)


n Tk [ºC] b(Tk) [ºC]
1 35,78 4,10
2 35,01 3,99
3 34,24 3,88
4 33,47 3,77
5 32,70 3,67
6 31,16 3,45
7 30,39 3,34
8 29,62 3,24
9 28,85 3,13
10 28,08 3,02
11 27,31 2,91
12
Encontrou-se também a média aritmética dos valores de b(Tk) listados na tabela
4, a partir da expressão:

(19)
E obtendo como resultado o valor:

b(Tk)m = 3,50

Para o cálculo do desvio padrão, utilizou-se a seguinte equação:

(8)

Vale ressaltar que o denominador corresponde à subtração do número total de


medições (n) por 2, uma vez que é dito no roteiro que o experimento apresenta dois
graus de liberdade.
Observando a equação do desvio padrão, achou-se conveniente calcular os
valores de (b(Tk) – b(Tk)m)2, (bk – b(Tk))2 e suas somatórias separadamente, a fim de
tornar os cálculos mais simples. Estes valores foram reunidos na tabela 5, juntamente
com os respectivos erros reais e erros calculados pelo método dos mínimos quadrados.

Tabela 5 – Valores para o cálculo do desvio padrão e da incerteza total


n bk [ºC] b(Tk) [ºC] (b(Tk) – b(Tk)m)2 [ºC2] (bk – b(Tk))2 [ºC2]
1 4,22 4,10 0,357 0,014
2 3,99 3,99 0,240 0
3 3,76 3,88 0,146 0,015
4 3,53 3,77 0,075 0,060
5 3,30 3,67 0,028 0,135
6 3,84 3,45 0,002 0,150
7 3,61 3,34 0,024 0,070
8 3,38 3,24 0,070 0,020
9 3,15 3,13 0,138 0
10 2,92 3,02 0,230 0,010
11 2,69 2,91 0,346 0,050

Deste modo, o desvio padrão encontrado foi igual a:

s = 0,4293

Utilizando as equações já citadas nesta seção, calcularam-se as variâncias para


os parâmetros y1 e y2 que são, respectivamente:

13
s2(y1) = 0,0828; e
s2(y2) = 0,0021

E a incerteza total do ajuste calculada foi de:

s2 = 0,0586

Para o cálculo da incerteza da correção foi utilizada a seguinte equação:

(13)

Sabendo-se que u(y1) é igual à raiz quadrada de s2(y1) e u(y2) é igual à raiz
quadrada de s2(y2), faltava apenas encontrar o valor do coeficiente de correlação r(y1,
y2), dado pela equação:

(16)

O valor encontrado para o coeficiente de correlação foi igual a 0,8932.


Assim, foi possível encontrar a incerteza da correção uc2[b(t)]:

uc2[b(t)] = 0,0828 + (t – 26)2.0,0021 +2.(t – 26).0,2879.0,4667.0,8932


uc2[b(t)] = 0,0828 + (t – 26)2.0,0021 + (t – 26).0,24

A tabela 6 relaciona os valores de uc2[b(t)] e sua raiz para cada uma das
temperaturas Tk encontradas.

Tabela 6 – Valores de uc2[b(t)] de acordo com as temperaturas Tk


n Tk [ºC] uc2[b(t)] [ºC2] uc[b(t)] [ºC]
1 35,78 2,6308 1,6220
2 35,01 2,4157 1,5542
3 34,24 2,2030 1,4842
4 33,47 1,9927 1,4116
5 32,70 1,7850 1,3360
6 31,16 1,3771 1,1735
7 30,39 1,1769 1,0848
8 29,62 0,9791 0,9895
9 28,85 0,7838 0,8853
10 28,08 0,5911 0,7688
11 27,31 0,4008 0,6331

Uma vez que a incerteza da correção uc[b(t)] corresponde a um intervalo,


podemos encontrar uma faixa de ajuste e uma faixa de temperatura após o ajuste, tais
14
como b(Tk) ± uc[b(t)]e Tk + [b(Tk) ± uc[b(t)]]. A fim de facilitar o entendimento da
implicação destes ajustes nas temperaturas, estes foram agrupados na tabela 7
juntamente com seus respectivos valores de Tk e Tc.

Tabela 7 – Faixas de ajuste


Tc Tk b(Tk) +/- uc[b(t)] Tk + [b(Tk) +/- uc[b(t)]]
n [ºC] [ºC] [ºC] [ºC]
1 40 35,78 5,7212 2,4772 41,50 38,26
2 39 35,01 5,5456 2,4371 40,55 37,45
3 38 34,24 5,3678 2,3993 39,61 36,64
4 37 33,47 5,1874 2,3641 38,66 35,83
5 36 32,70 5,0040 2,3319 37,70 35,03
6 35 31,16 4,6259 2,2789 35,78 33,44
7 34 30,39 4,4294 2,2597 34,82 32,65
8 33 29,62 4,2263 2,2473 33,84 31,87
9 32 28,85 4,0143 2,2436 32,86 31,09
10 31 28,08 3,7900 2,2523 31,87 30,33
11 30 35,78 3,5465 2,2803 30,85 29,59

Com base na tabela 7, nos erros experimentais e nos erros calculados pelo
método dos mínimos quadrados, foi possível construir o gráfico 2.

A partir do gráfico 2, pode-se observar que a curva que representa o erro real da
medição, bk, se manteve sempre entre as linhas verde e roxa, que representam as faixas
de ajuste para mais e para menos, respectivamente. Sendo assim, apesar de o
15
experimento dar margem à erros de medição que, por sua vez, se propagam ao longo
dos cálculos influenciando consideravelmente nos resultados finais, o erro real não
extrapolou os limites calculados, demonstrando que a calibração foi, de certo modo,
bem sucedida.

6. Aplicações em Engenharia

O experimento realizado possui uma influência notável nos ramos da


engenharia, pois a temperatura é um fator determinante em muitos casos a serem
tratados pelos engenheiros em seus projetos, portanto deve-se ter um termômetro bem
calibrado e com grande precisão nas medidas tomadas.
Há uma grande importância da variação de temperatura no ramo de Engenharia
Civil, onde são usadas juntas de expansão que permitem a adequação dos mais variados
tipos de construção em locais onde o clima fornece grandes diferenças de temperatura
em um curto período de tempo, conservando a segurança das estruturas projetadas pelo
engenheiro responsável. Na área de automação industrial há sistemas que funcionam de
acordo com a temperatura do material que está sendo produzido, assim uma correta
calibração dos sensores usados no sistema é essencial. Um engenheiro de materiais
trabalha diretamente com a precisão na medida de temperaturas no processo de
fabricação de polímeros, pois a temperatura influencia diretamente nas propriedades do
material sintetizado.
Além da precisão das medidas, o experimento contribuiu para uma percepção da
melhor escala a ser utilizada de acordo com a necessidade. Os engenheiros precisam
saber trabalhar com diferentes dimensões de escalas por ser uma área dinâmica, onde os
projetos variam em termos de proporções.
Um método alternativo para a realização desse experimento é utilizando o
mesmo princípio usado na construção de termostatos, onde ao invés de calibrarmos um
termômetro comum usamos diferentes tipos de metais (com diferentes coeficientes de
dilatação) juntos, assim, de acordo com a temperatura há uma dilatação maior de um
dos metais, podendo ser feita a calibração do termostato a partir uma escala obtida de
acordo com posição do filete de metal.

Figura 2 – Experimento realizado com termostato

16
Podemos observar na Figura X que a diferença dos coeficientes de dilatação faz
com que a temperatura influencie na posição do filete constituído pelos metais, dando a
possibilidade de ser feita uma nova escala para medir a temperatura.

7. Questões

7.1 Descreva pelo menos 3 métodos para medir valores de temperaturas.

Método Termopar: Baseado no Efeito de Seebeck, onde pela junção de dois metais é
medida uma tensão elétrica e com a ajuda de tabelas a temperatura é obtida. Há um erro
na escala de 1ºC, portanto não é tão exato como um termômetro.
Método Termistor: Consiste em semicondutores sensíveis à temperatura.
Pirômetro: Usado para medir altas temperaturas, é baseado no comprimento das ondas
de radiação de calor emitidas.

7.2. Descreva metodologias para a construção de uma escala termométrica.

Para a construção de uma escala termométrica é necessário que alguma substância varie
uniformemente com a temperatura, gerando uma escala termométrica. Na seção
Aplicações em Engenharia é citado um exemplo de como obter uma escala
termométrica a partir de uma fita composta de dois metais com coeficientes de dilatação
diferentes.

7.3. Critique a experiência e identifique os erros que podem ocorrer durante as


medidas.

Este experimento mostrou-se importante ao introduzir de forma experimental,


como é possível estabelecer uma relação entre diferentes valores e temperatura em
diferentes escalas. A construção da escala para o termômetro de mercúrio ilustrou,
claramente, o princípio adotado para “quantificar” a temperatura em diferentes
instrumentos.
Entretanto, os procedimentos adotados durante o experimento não apresentaram
um grau de precisão rigoroso e diversos erros, alguns listados abaixo, podem ter
ocorrido:
Erros estatísticos (ou aleatórios) resultam de variações aleatórias no resultado da
medição, devido a fatores que não podem ser controlados. Em geral, estas variações se
devem somente ao processo de medida, mas em certos casos, as variações aleatórias são
intrínsecas do próprio mensurando.
Pode ocorrer erro sistemático ambiental, devido a efeitos do ambiente sobre a
experiência. Fatores ambientais como temperatura, pressão, umidade, aceleração da
gravidade, campo magnético terrestre, luz, ruídos eletromagnéticos e outros podem
introduzir erro nos resultados de uma medição. Ao tirar o termômetro para verificar sua
temperatura, ela pode se alterar pois o ar está numa temperatura diferente que deve ser
medida, alterando significativamente a temperatura expressa no capilar.
Também pode ocorrer erro sistemático observacional devido a pequenas falhas
de procedimento ou limitações do próprio observador, porém este erro não deve ser
confundido com enganos ou erros grosseiros.

17
Algumas melhoras simples podem melhorar os resultados obtidos, entre elas
estão: a utilização de um paquímetro no lugar da régua para medir a altura da coluna de
mercúrio e a fixação do termômetro, a fim de facilitar a medição da altura da coluna de
mercúrio.

7.4. Este procedimento experimental pode ser utilizado para calibrar outros
sensores de temperatura? Justifique.

Este procedimento, desde que aperfeiçoado, pode ser utilizado para calibrar
outros sensores que se baseiem no mesmo conceito, que é a influência da variação de
temperatura sobre determinada substância, caso contrário, as inúmeras fontes de erros
experimentais inviabilizariam a correta calibração do sensor.

8. Conclusões

Com o experimento foi possível criar uma escala termométrica em um termômetro de


mercúrio não calibrado e calibrá-la com base em outro termômetro já calibrado.
Os erros experimentais observados deixaram claro que melhores técnicas de medição
são fundamentais na realização de um experimento, a fim de se obter dados corretos e
confiáveis que possibilitem chegar a conclusões concretas.

9. Referências Bibliográficas

[1] http://col.larc.usp.br. Roteiro do experimento. Acessado em 28/02/09.


[2] http://www.if.ufrj.br/teaching/fis2/temperatura/temperatura.html Acessado em
2/03/09.
[3] http://cref.if.ufrgs.br/~leila/termosc.htm. Acessado em 02/03/09.

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