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5.

"PRIVATIZAO" DO DIREITO PENAL

A "privatizao" do direito penal a expresso utilizada por parte da doutrina para destacar o
(atual e crescente) papel da vtima no mbito criminal.

Depois de anos relegada ao segundo (ou terceiro) plano, inmeros institutos penais e
processuais penais foram criados sob o enfoque da vtima, preponderando seu interesse sobre
o punitivo do Estado.

O dano causado pelo crime finalmente encontra-se na linha de ao do juzo criminal. Parece-
nos que o divisor de guas veio com a criao da Lei 9.099/95, prevendo uma etapa de
composio civil entre os envolvidos no crime, acordo que, uma vez homologado, conduz
renncia do direito de queixa ou representao (art. 74 da Lei dos Juizados Especiais21 ).

A extino da punibilidade no cumprimento da suspenso condicional do processo (art. 89 da


Lei 9.099/95) ou sursis (art. 81 do CP) depende da reparao do dano gerado para a vtima.

A Lei 9.714/98 criou como pena alternativa priso a prestao pecuniria (art. 45, 1, CP),
anunciando como possvel destinatrio a v~tima ou seus dependentes. A Lei 11.719/08
~utorizou o juiz criminal, no momento da sentena condenatria, fixar o quantum mnimo
indenizatrio para reparar os danos causados pela prtica da infrao penal (art. 387, IV, CPP).

Est-se criando campo frtil no cenrio jurdico-penal para a Justia Restaurativa, caracterizada
como uma nova perspectiva na soluo cio conflito instaurado pela violao da norma penal.

Trata-se de uma forma diferente de encarar o crime e os personagens nele envolvidos,


sobressaindo a reassuno, pelas partes, do poder sobre as decises a serem tomadas aps a
prtica do delito - poder este tradicionalmente "usurpado" pelo Estado, que historicamente
alijou a vtima, valorizando um sistema punitivo imparcial.

Este sistema marcado pelo surgimento de uma "terceira via", quebrando a dualidade da
funo da pena, at ento restrita retribui:o e preveno, incluindo a reparao como nova
possibilidade.

RoGRIO GREcO, lembrando as lies de ULFRID NEUMANN, bem observa:

"recenremenre, a introduo da relao autor-vtima-reparao no sistema de sanes penais


nos conduz a um modelo de 'trs vias', onde a reparao surge como uma terceira funo da
pena conjuntamente com a retribuio e preveno" 22

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