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dinamizar o ministério ¢ a formagio do catequista, ajude nossos educadores da fé a serem sempre mais “discfpulos e missiondrios de Jesus Cristo”. Dom Dimas Lara Barbosa Bispo Ausiliar do Rio de Jancito Secretitio-Geral da CNBB APRESENTACAO “Como bons administeadores da multiforme graga de Deus, cada um coloque & disposigio dos outros 0 dom que recebeu’” (Pd 4,10). te na Igreja, desde as suas origens, uma grande vatiedade lp servigos, fungdes e tarefas, que recebem o nome de ministérios. ‘Dentre os muitos servigos, um deles ¢ a educagao da fé, a catequese. (© grande desafio atual é formar catequistas capazes de encarnar a Palavra de Deus nas alegrias e nas tristezas, nas angiistias e nas espe- rngas do ser humano. A mensagem transmitida pelo educador da {i deverd dar sentido as preocupagées das pessoas. Com 0 Concilio Vaticano II, houve, na caminhada evangeli- ilora da Igreja, uma renovacio catequética e litdirgica que trouxe jos Frutos, dentre eles a valorizagio da catequese e do ministé- do catequista, como base fundamental no processo educativo fe, Na Biblia encontramos muitos exemplos de pessoas escolhidas 1 Deus ¢ pela comunidade para se colocar a servigo do povo. O iprio Jesus escolheu discipulos e discfpulas para acompanhé-lo na isso e dar continuidade a ela. je a Igreja ¢ chamada a continuar a missio de Jesus. A cate- “uicse é um destes servigos, capaz.cle dinamizar todas as outras pasto- ils, A valorizagao dos fiéis leigos na Igreja provocou o aparecimento le muitos ministérios. Entre eles, o de catequista. mantera fidelidade ao Evangelho, a Igreja sempre se preo- em catequizar os seus figis, mesmo se, no decorrer da historia, sido feito de maneira diferente em cada época. Hoje, Fala ‘0 em catequese evangelizadora, que ajuda no conhecimento ucla vez mais profundo de Jesus Cristo e de sua proposta do Reino. 7 E notével que a Igreja no Brasil presta um servigo importan- ussimo no campo da catequese. Este servico nos tem-se expandido e qualificado como nunca. Diante a necessidade de se refletir mais detidamente sobre o “ministério da catequese”, as virias modalidades de “mini e,mais precisamente, sobre o ministério “institu/do” de cateq O texto que agora temos em mios no dé a oportunidade de co- nhecer melhor o ministério do catequista no conjunto dos da Igreja. Ele é fruto de ampla reflexio que a Comissio Episcopal Pastoral para a Animagio Bfblico-Catequética vem fazendo ao longo destes ultimos anos. E mais uma das possibilidades que o Espirito Santo abre’ nossa frente para que, ouvindo-O, a catequese possa dar passos certos seguros no seguimento de Jesus ¢ no amor aos irméos e irmis, evan- gelizando ¢ sendo evangelizada, na dindmica prépria do Reino. Dada importincia da catequese e o fendmeno da rotatividade entre os catequistas, aconselha-se “que, na Diocese, exista um certo ntimero de religiosos e leigos estaveis e dedicados & catequese, reco- nhecidos publicamente, os quais, em comunhio com os presbiteros e © bispo, contribuam para dar a este servigo diocesano a configuragao eclesial que Ihe & prépria” (DGC 231). E mais: “ainda que toda a comunidade crista seja responsavel pela catequese, ¢ ainda que todos os seus membros devam dar tes- temunho da fé, somente alguns recebem 0 mandato eclesial de ser catequistas. Juntamente com a missio origingria que tém os pais em relagio a seus filhos, a Igreja confere oficialmente, a determinados membros do Povo de Deus, especialmente chamados, a delicada missio de transmitir a fé, no seio da comunidade” (DGC, n° 221), O Diretdtio Nacional de catequese ainda nos lembra que “Aos catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de Wens e ctiangas, e dispostos a se dedicarem por um tempo idade catequética na comunidade, pode ser conferido razoavel 4 oficialmente o ministétio da catequese” (DGC, 221b e DNC, 245). 8 rme realidade biblica da Palavra de Deus e nos inistérios que, através dos mais diversos atores, se n ao seit andincios testemunho, defesa, aproRindamento, refle- “Vine celebragéo, que vamos encontrar os fundamentos do Ministério ¢, nas formas que esta realidade se apresente na Sagrada ‘0 global ii catequese, é também o espago proprio dos servigos e ministérios A Igreja reconhece que, “no conjunto de ministérios e servigos ‘fom 0s quais ela realiza a sua missfo evangelizadora, ocupa lugar io da catequese” (DGC, 219 e DNC 39). Os iscas, no conjunto orginico dos ministérios que assumem a isso da Igreja, assumem a tarefa de, no seio da comunidade ceducar na fé aqueles e aquelas que, tendo recebido a palavra coracio sincero. De acordo com o Diretério Nacional de Catequese, 0 ministé- -avequese é configurado pelas seguintes caracteristicas: ¢ um ico”, realizado, de forma conjunta,.por lcigas-e-leigos,- resb{teros e disconos, na comunhao~ é um servigo “oficial”, realizado em nome dalgrejas todeela vel pela recepsio da fé e por sua comunicagio; éum servigo ter proprio”, portanto, que se distingue de outros servigose também fundamentais (antincio missionério, ministério inamento de teologia, ministério da caridade, pastoreio acs, a inher Tyra, @ Laptiios se serviar dos paclinas « outores para langar os furndamentos da fé sobre a tinica pedra que igora, cle se serve dos que respondem, na Igreja, pelo mi- da catequese para alicergar, cimentar e edificar a vida crist& quista, finalmente, assumindo o mini tleve se colocar, em tudo e acima de tudo, na escola de Jesus, convo- eador ¢ formador de seus discfpulos e discipulas. consiste este ministério . Desejo que este mi ‘catequistas no servigo & Palavra de Deus. siai € a0 Grupo de Reflexio Catequética Nacional pela colaboragio neste texto. Nossa gratido também aos assessores nacionais Pe. Janison de Sé ¢ Ir. Maria Aparecida Barboza, ICM, pela coordenagio ¢ ot- ganizagio deste trabalho. conjunto da ago eclesial ¢ a valorizar os cate que realizam em nossas comunidades ecles Com certeza, 0 texto nos ajudard a entender melhor em que ido, diferente de outros servigos ecle- :étio possa comprometer sempre mais os INTRODUGAO Nosso profundo agradecimento ao Pe, Antonio José de Almeida stério” & um termo.muito.amplo, Pode significar mui- seniniser ane ne colsas. Em ambito eclesial, pode significar desde a missio de ando pela missio da Igrejat até os varios servigos que os \Wlos ¢ as cristés presiam, na Igreja ¢ no mundo, em vista do ino, “para que todos tenham vida ¢ vida em.abundancia” (Jo 10). Na teologia ¢ na agéo evangelizadora, porém, mi Que Ele nos ajude a compreender e vivenci Presidente da Comissio Episcopal Pasto Para a Animagio Biblico-Catequ sno aquele espirito que pairava sobre a criagio (cf. Gn 1,2) para ais fossem capazes de gerar a vida. O “servic” do Pai nosso que est4 no céu. E , como o Filho Jesus, na pobreza e na humildade, na doacio trega, atentos ds suas necessidades, senstveis As suas potencia- «les, buscando amé-los como Cristo os amou, até o fim, & cruz No terreno das fungées eclesiais, na verdade, distinguem-se “ser inistérios”, Os “servigos” no tém a mesma consisténcia dos Ininistérios e, por isso, nao precisam nem exigem o reconhecimento " CNG, sso e ministries dos cristae egos eegas, Paulina, SSo Paulo, 1999, m, 83-86. + Cl ci, Secamentéo, Paulus, S80 Paul, 2003, p26. ar oficial de que os ministérios carecem. “Ministério”, com efeito, é um servico preciso, cujo perfil pode ser desenhado com exatidio e clareza. “Ministério”.¢ setvigo importante, que, nao existindo ou vindo a _faltar, a propria missao da Tgreja estaria prejudicada. ~~ “Ministério”, de faco, tema ver com a misao da Igreja, na forma em que essa é expressa, por exemplo, no Concilio. No Vaticano IT (1962-1965), com efeito, a missao é apresentada como missio pro- fética, sacerdotal ¢ real-pastoral. Ha ministérios que se situam mais no campo da palavra (profecia); ha ministérios que se situam mais no Ambito do culto (sacerdécio); h4 ministérios mais identificados com a drea da caridade e do servigo (catidade).. “Ministério” tem a ver sempre com a Igreja ¢ com 0 mundo, devendo-se evitar — depois que o Filho se encarnou e de tal man amout o mundo que se entregou por ele (cf. Jo 3,16) - todo divércio entre um espago € outro. “Ministério” ¢ fungao a ser assumida com estabilidade e, pelo ‘menos, razodvel permanéncia, Nao pode alguém ser ministro hoje da palavra, amanhé da visitacéo e, no final de semana, da liturgia, sem esquentar a cadeira em nenhum lugar, pois, na semana que vem, assumiu um cargo no Conselho de Assientos Econdmicos da parsqui “Ministério” ¢ compromisso. que, dado pela Igreja e assumido por alguém, torna-o “responsével” por aquela fungio: este alguém responde por aquela fungo como responsabilidade prépria. Se al- guém chegar & comunidade & perguntar “quem € 0 responsével pela , todos poderio responder “fulano de tal”, pois ele efetivamente e oficialmente responde por aquele aspecto da vida da comunidade, Pode até ter de responder a outras instancias ~afinal, a Igreja ¢ um corpo articulado —sobre como esti desempenhando seu trabalho, mas por aquele trabalho especifico quem responde ¢ ele. “Ministério” & responsabilizagio baseada a0 mesmo tempo no carisma — que torna a pessoa apta a desempenhar aquele trabalho; na necessidade da comunidade - que atua como um apelo a sua consci- Encia eclesial e ajuda-a a perceber o dom que traz.em si; no reconheci- 12 sto da comunidade —testemunhando o encontro feliz entre a ne- Jilade da comunidade e o carisma de um ou mais de seus membros. ‘ministétio” & servigo reconhecido na Igreja. A ju reconhece o ministério porque se sente representada nele ¢ por ele encarna, €a vi . Dat as varias formas de reconhe- nto, que sio também formas de conferimento e “classficagso stétios reconhecidos, confiados, instituidos, ordenados. Um 0, por importante que seja, nfo precisa ser “reconhecido’ stério, por modesto que seja, 0 ; ‘A Ieteja no Brasil presta um servigo importantfssimo no campo dn catequese. Este servigo nos wltimos tempos tem-se expandido « qualificado como nunca. Diante disso, sentin-se a necessidade ile se refletir a teologia dos ministérios, mais detidamente sobre o tério da catequese”, as varias modalidades de “ministério de ido” quista” e, mais precisamente, sobre o ministério equista. Nao se prope aqui nada de inédito, extraordinrio, Simplesmente se reflete sobre 0 que esté al, saltando aos olhos, muitas vezes oculto debaixo de nossas préticas, im outras pedindo para ganhar contornos novos, quem sabe mais profundes e mais claros. Nao é nenhuma lei ow jugo. & uma reflexio que se faz par- a. Uma proposta que se quer resposta as demandas de muitos. Una possibilidade que o Espirito apresenta & nossa frente para que, abrindo-nos a ela, a catequese possa dar passos certs € seguros no seguimento de Jesus € no amor aos irmaos ¢ irmis, evangelizando sendo evangelizada, na dindmica prépria do Reino. 2 “Quando, no seo da responsabilidad comum dos cistios, se con pessoal de cada umn, esta se caracteriza pelos dons partculaes qué ot ativamente navida ena nsséoda lg thas de servgo crt, porque ndo senecess Afgum pata testemunhar af no mundo, pare estat a serio uns dos outs area ou par Un ade tarefas que con ra o andncio do Evangelio e a cnstiucdo do corpo de Cristo” H. Legrand, ca de la teologi Dogmatica 2, _ VER: NOVOS DESAFIOS, NOVAS RESPOSTAS |, Presenga e atuagao dos catequistas na Igreja do Brasil os ¢ leigas os primeiros.a introduzirem_. ente simples, homens, mulheres, cian ist em_nossas tert medida que iam abraando 0 evangelho, os préptios nativos iciparam neste imenso empreendimento de evangelizagiéo, com suas sombras ¢ luzes, vitdrias e derrotas. A fé, 0 Batismo ¢ nada mais os habilitava & ingente e exigente tarefa de aniincio do evangelho aos seus irmaos e irmas indigenas. © bom exemplo supria a pobreza das, palavrass o mau exemplo as se if Por isso, com a V Conferénci » Geral do Bpiscopado da Amé- rica Latina e do Caribe (Aparecida, 2007), olhando pata 0 contexto dda evangelizacio, os bispos reconhiecem a presenga missionaria de tantos colaboradores ¢ assim se expressam: “damos gragas a Deus ¢ nosalegtamos pela f, solidariedade e alegria caractrfsticas de nossos povos, transmitidas ao longo do tempo pelas avés ¢ av6s, mies € pais, catequistas, rezadores¢ tantas pessoas anbnimas, cujacaridade mantém viva a esperanga em meio as injusticas e adversidades”.? ‘Osavancos mais significativos da catequese, porém, foram dados nos tltimos cingiienta anos, ou seja, desde os anos imediatamente anteriores a0 Coneflio Vaticano II (1962-1965) ~ mas sobretudo a partir dele —até 05 nossos dias. Embora nos faltem dados numéricos ais expecificos e precisos ~ 0 que & uma pena, pois a catequese, por sua importancia e magnitude, bem que mereceria uma pesquisa Greunstanciada cientificamente conduzida — alguns elementos de uma avaliagio qualitativa saltam & vista. ‘Um ponto importante a ser destacado na Igreja do Brasil é _a valorizagio da Biblia: “Devido & animagio bibli da pastoral”, ‘aumentou o contato,.a aproximagao e “o conhecimento da Palavra de Dens edo amor por ea”. A Biblia, com efeito, vai se tornando 0 principal texto da catequese® e, progressivamente, um de seus eixos bsicos? Os Semindrios Nacionais de Catequese, realizados na tiltima década, tém registrado esta tendéncia, aprofundado suas implicagdes e reforcado esta opsio, sobretudo no que diz respeito & autoridade, idade e a potencialidade da Por outro lado, ao se tomar consciéncia da necessidade da forma- so, mult de pardquia ¢, sobretudo, de diocese, dispondo varios r CNBB de escolas para formacio de catequistas, especialmente de de Catequesee da Il Conferénca Geral do Episcopado da América Latina, amas em Mtdelin tomou noves rumos & luz de uma edesiologia e mm navo modelo decateque ransoxmadora ou hbertadore. AS yada mais vida comunid a catequese reve sua mel fos e a lormacao dasios catequistes receber especial ater cacao de escolascatequéticas. Em terms de organizatao,houve ura clacao nacional do trabalho catequético (ci Dirtéro Nacional de Catequese 10) Momentos impertar para a Catequese do cuits (RICA)( Evangell nntizndl 1979), Catequese Renavada Orientagées e Contaid (1983), 0 Catecsma da ire Cat 1), La Catequess en América Latina: erentaciones comumnes (1899), 0 ‘Nacional de Catequese (2006). yA 99 Letra a bia 6 consideradao Ino da Catequese Renoiada, Palins, So Paulo, 1983, 37° edi Jen Catequse, a partir de 1963, em geral assume pnp, os momentos celeb pio de interaciof&e vida, 0 val Faminhada da comunidade def como ambiente e contldo de educagto da ‘Nacional de Catequese para a situacio encamar a dou «a ExortagSo apostilica pal da catequese”(CNBB, 16 coordenadores diocesanos e paroquiais. O curriculo desses cursos ¢ escolas, embora privilegiando a Biblia, contempla também disciplinas como Andlise da realidade, Histéria da Igreja, Doutrina Social da Igreja, Histbvia da Catequese, Teologia Sistemdtica, Catequettica Fundamental, Metodologia Catequética e Pedagogia Catequética, com todos os seus desdobramentos. Os cursos de formagito de catequistas, porém, j& deram um salto de qualidade, passando de um minicurso de teologia para uma verdadeira formagao catequética, isto é, com o jeito préprio da catequese. Nos tiltimos quinze anos, surgiram também muitas Eicolas de Teologia para leigos ¢ leigas. Em alguns regional de teologia com pés-geaduagio em catequética. Por isso, gragas a uma formagio mais adequada de numerosos ¢ dedicados catequistas, “a renovagio da Catequese tem produzido fecundos resultados em todo o continente”.'° ‘A-catequese, na verdade, deixou de ser tarefa apenas de um ou outro(a) catequista isolado(a) para se tornar missio_de toda a co- munidade (diocesana, paroquial, de base, familiar etc.), em sintonia com o que wva ¢ pleiteava 0 documento Catequese Renovadi," que foi elaborado com a participagio ativa de milhares ¢ milhares de catequistas experientes € dedicada(o)s, amantes, da Palavra ede seus interlocutores, firmes na fé, firmada(o)s na espe- ranga, tomada(o)s pela caridade. Processo, alids, que, na elaboragio do Diretério Nacional de Catequese, se fez. questao de retomar.'? f existem cursos pessoas, entre as qu 1A 99 Leta a 11 Uma das caractristicas que 0 documento "Catequese Renovada” visualizana catequese ¢ justamentea “iniingo 8 vida def em comunidade:conforme a pedagosia de Deus Ele se revela io dada de pessoas que vvem em comunidad", sendo co omissa0 Episcopal especialmente! mos que 0 construam 2o longo d “Avango digno de nota éa relagéo de compenctragéo ¢ igual- mente se em estabelecenclo entre catequese ¢ liturgia, A Tiearpia tspecialmente a Celebragéo Eucarstica, mostra su carter também catequético — basta pensar na riqueza do Lecionsrio ~ ea carequese sae Sjendza da imporsancia da dimensio lirgica para 0 prSprio desabrochar e aprofundamento da fé. Na verdade, a Palavra ~ que ea rItana andlise, ¢0 Filho de Deus que se fet carne em Jesus de Nosard . encerra em si todas as riquezas que o Pai nos quis dar ¢ parla Bor isso, hd de ser acolhida, amada, vivida, eestemunhads, tclebrada, aprofundada, refletida, tomando corpo em rodos os Am- bitos da vida. ‘A catequese progrediu também quanto ao seu foco, que se ‘ampliou muito, sem, porém, perder em especificidade, Nao s6 s¢ mpliou o tempo que "se dedica A preparacio paraos sacraments sna ela passou a set pensada e entendida nama visio mais ampla To contexto da evangelizagio. A catequese, de fato, visa, antes de fade. 4 comunieagio integral da boa nova da salvasio em vist, de seer ccolhida na fé, da vida cristé e eclesial que se Ihe segue © de sew testemunho e missZo no mundo. Compreende-se cada ver mais que a catequese se cornou impres cindivel para a iniciagio e a formagio cristé sob todos os aspectes Nuns cultura plural e cada ver mais eseruturalmente secularizadas oe individuos procuram uma instincia de sentido,"* que ao mesmo tempo, compreenda ¢ unifique tudo. Quando a encontrain 9s retieko, depois de um impacto inicial que ilumina e df sentido 20 Conjunto daexistencia, busci-se um aprofundamento da exp iéncia Fnieral e um conhecimento mais amplo da proposta que te rexisténcia da pessoa. No caso da fé crista, a catequese é justamente lacional de Catequese in Revista de Catequese 29 rarauigmas para a Catequese in lb. 30 (2007) n Lua, Gérese e desenvalvimento do Dit ez, Pp. 6-22; DA 296. CE.CNBB, Dretfo Nacional de Cateqve 59s; DA 295; 41 ete esta sua apresentagio completa, orginica, sistematica. Devido 20 fato de, no passado, nosso povo ter sido mas sacramentalizado que izadlo, e crise na comunicagio da fé, no presente, a catequese assume, no Diresdrio Nacional de Catequese, a terminologia de uma ‘carequese evangelizadora.!* “Talvez até por pressio da sociedade, estrucuralmente secularizada e conjunturalmente permeada por indmeras propostas também reli- sriosas, na catequese tomou-se “maior consciéncia de sua necessidade, tanto nas familias como entre os pastores. Compreende-se que ela éimprescindfvel em toda a formagio a”. Por isso, nas ltimas décadas, a catequese alargou seu raio de destinatirios, que, abrange desde criangas — 0 piiblico mais tradicional — até adultos, passando por adolescentes ¢ jovens, além de grupos diferenciados, come, por exemplo, pessoas com deficiéncias."” : ‘lids, convém lembrar que, jé em 1983, 0 documento Cate- quese Renovada pedia priosidade pata a catequese com adultos.'® O Diretério Nacional de Categuese (2006) insiste ¢ enfatiza esta op¢io priortdria da carequese em nosso pafs: “Os adultos sfo, no sent ido ais amplo, 0s interlocutores primeiros da mensagem crista. Deles depende a formagio das novas geragGes cristas, através do testemunho da farnilia, no mundo social e politico, no exercfcio da profissio e na pritica de vida e da comunidade”. _ Acatequese cresceu numericamente, aperfeigoou-se organiza: cionalmente, consolidou-se espiritualmente, No Brasil, os catequistas so aproximadamente oitocentos mil. Além disso, “tém-se constituido iad, 130. eto NaconaldeCateques Bt. “Cabe 8 Diocese, através de coordenagées, dar conlgbes pata que 2230 catequtica perpasie 2 a0 angeleade do ign cms a neuesecon sour Tb, 23). eae ccnglandne 19 ordinariamente comissbes diocesanas ¢ paroquiais de catequesc” e “é dmirével o grande ntimero de pessoas’? que no se rornam cate ‘quistas porque o “padre pediu’” ou “a comunidade precise’ —o que jé seria nao desprezivel motivagio ~ mas porque “se sentem chamadas a se faver catequistas” e se entregam a esta missio de corpo ¢ alma. Diante de toda esta riqueza, olhando agora para o presente; @ V Conferéncia do Episcopado Latino-Americano ¢ Caribenho ma- nifesta seu reconhecimento ¢ anima as catequistas ¢ os catequistas Go: “Aos catequistas, ministros da Palavra ¢ a prosseguirem sua miss a cnimadores de comunidades que cumprem uma magnifica tarefa dentro da Igreja (cf. LG 31.33; GS 43; AA 2), os reconhecemos ¢ animamos a continuar 0 compromisso que adquiriram no batismo 50? 22 ena confirmagio”- ‘Nein tudo, porém, sfo flores. H4 também ramos secos, folhas igosa da catequese. A catequese, muitas vezes, é apenas ocasional, “reduzida a momentos prévios 20s sacramentos ou & iniciagao «1 2 Apesar de louvaveis esforgos, gs materials e subsfdios sio com freqiiéncia muito variados ¢ ndo se integram em uma pastoral de conjunto; ¢ nem sempre sio porta: dores de métodos pedagégicos atualizados”,* Da mesma forma, “os servis catequeéticos das paréquias freqiientemente carecem de uma colaboracio préxima das familias’ Infelizmente, muitos “pérocos ¢ demais responsdvels nfo assumem com maior empenho a Fangio ue lhes corresponde como primeiros catequistas’.” . ‘Tampouco se pode deixar de ver que a formagio teolégica € pedagégica dos catequistas nfo costuma ser a desejavel.?” Ao quebradigas ¢ espinhos na érvo 20 Ihe formagio, muitas veres, desincultura-se 0 catequista, de- raizando-o de sua comunidade e pondo desnecessariamente a perder sua visio de mundo, seus habitos, seus valores. A formacio, geral, entra em choque com a religiosidade popular que 0 equista traz em si. Os formadores dos catequistas nem sempre capazes de ouvir, conversar, conviver com 0 catequista; esto sinteressados em inseri-lo num mundo e num horizonte novos, sem o devido respeito 20 mundo e ao horizonte que servem de roferéncia ao catequista. Nem sempre é “um itinerdrio catequético permanente (DI 3)"8 mas um cursinho passageito e desconectado de tudo. Por este motivo, os bispos da V Conferéncia ensinam que “compete a cada Igreja particular, com a ajuda das Conferéncias Episcopais, estabelecer um proceso catequético orginico e progressivo que se propague por todaa vida, desde a infincia até a terceira idade, levando em consi- deragao que o Diretério Genal para a Catequese considera a catequese de adultos como a forma fundamental da educasao na fé. Para que em verdade 0 povo conhega Cristo a fundo eo siga fielmente, deve ser conduzido especialmente na leitura ¢ meditagéo da Palavra de Deus, que é 0 primeiro fundamento de uma catequese permanente (p13)? Em muitos contextos, apesar de toda boa vontade, a catequese ita a uma formagéo meramente doutrinal, ando longe de ser “uma verdadcira escola de formagao integral” 2? Dimens6es importan- tes da catequese, como o cultivo da “amizade com Cristo na oracio, oapreco pela celebracio linirgica,a experiencia comunitétia, o promisso apostélico mediante um permanente servigo aos dem: info so contempladas ou nao so adequadamente trabalhadas. A, 298; , CNB, Diretrio Nacional de Catequese, 95; 181; 184, A 293, ice. 21 ‘Areligiosidade popular tem sido ultimamente mais valo nada? as nem sempre de forma adequada e coerente, Na verdade, “deve var dada uma catequese apropriada” — nos encontros catequéticos, nas varias express6es da vida crista, também através da Pastoral da Visitagdo e das Santas Missbes Populares renovadas~ “que acompanhe igiosidade popular”, especialmente “na piedade a ja presente na x 3 popular mariana’. "AV Conferéncia Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe faz um diagnéstico e uma indicagdo que envolve a cateque- ser “Os desafios que apresenta a situagéo da sociedade na América Latina ¢ no Caribe requerem identidade catélica mais pessoal ¢ fundamentada. O fortalecimento desta identidade passa por uma catequese adequada que promova adesio pessoal ¢ comun Grisso, sobretudo 208 mais fracos na fé (Cf. Brwto XVI, Discurso ‘aos Bispos do Brasil, 11 de maio de 2007). E. tarefa que cabea toda a Comunidade de discipulos, mas de maneira especial a nés que, como bispos, fomos chamados a servir Igreja, pastoreando-a, ‘conduzindo- nae encontro com Jesus ¢ ensinando-a a viver tudo o que Ele nos tem mandado (ef, Me 28,19-20)".* 2. O ministério do catequista na historia da Igreja ‘Alargando nossa visio, ao olharmos para a histéria passada da catequese, encontraremos, sem diivida, deficiéncias ¢ sombras, mas também, esobretudo, estimulos luzes, para encararmos com lucidex ¢ coragem nossa tarefa atual. A histéria é sempre ~ também para a seus agentes ¢ interlocutores — mestra da vidal? A fungao ‘embora seja fundamentalmente a mesma ecebe tragos ¢ acentos peculiares catequese, do catequista, de fato, através de toda a histéria da Ig dle acordo com os diversos contextos histéricos e culturais em que a Igreja realiza sua missio ea catequese, seu trabalho. “As otigens da catequese encontza-se no movimento de Jesus, seguindo seus passos e ritmando suas erap: stérico de Jesus, a geracao dos apéstolos € dos primeiros missiondtios cristaos, a fave dos evangelistas e pastorcs, a gerugio daqueles e daquclas na qual ninguém mais havia visto e ouvido Jesus.*° Na linguagem profana, 0 verbo “hatechein” significa falar de cima com seu piblico, como fazem os poetas eos atores; mais exa- tamente ainda, significa “fazer eco” ‘ressoar”, efeitos que os atores obtém no palco mediante o uso de méscaras. Embora, no Novo Testamento, 0 substantivo “kateches ‘comunicar uma noticia” (cf, At 21,21-24; Le 1,4); (ch At 18,25; Rm 2,185 G1 6,6). __As primeiras comunidades desdobram, na verdade, 0 minis- tério da palavra em varias formas, segundo as circunsta : o antincio para suscitar a fé; a instrugio ou doutrina para aprofundé-la; a exortagao para corrigir e alentar; 0 nho para iluminar ¢ conyencer etc. : uy c . “em sentido estrito, tem o significado de “dar uma instrugio (crista)” eas necessidades dos ouvinte: (evangeuelizein), “vestemunhar (martyréin), e um segundo momento, de explicitagdo e aprofundamento, expresso pelos verbos “ensin (didaskein), catequizar (katechein), pregar (homilein) e “transmi 1 situam-se mais precisamente neste momento em que se trata de explicitar, completar, aprofundar ¢ fazer tessoar na vida do dia-a-dia o evangelho recebido.| lorea,Edigbes Paulas, ao Paulo, 1974; R.E, Brown, Sao Paulo, 1987, * as 23 seis vezes ocorre o verbo “katechein”, nos sentides de“infor- oy Cage Ue aiguaser O Novo Testamento ja distingue, na explicitagio dos conteti- dos da fé, entre os rudimentos ~ elementos fundamentais da revela- (Go — que sio chamados de leite espiritual (ef. 1Cor 3,2; Hb 5,11), ¢ os complementos ~ uma visio mais completa dos conteiidos da mensagem revelada ~ ou alimento s6lido, destinado aos adultos na fé (cf, At 5,12-145 1Pd 2,2). Enquanto os primeiros tém caré- ter mais iniciatério, os segundos visam & comunicagio e acolhida do conjunto da mensagem revelada por Deus ¢ crida pela Igreja. (Os textos neotestamentarios — no por tiltimo os Evangelhos — tém sua origem e gestagio neste contexto. Ministros da palavra, nessas virias modalidades de sua comunicagio, sio varios, nem sempre sendo possivel distinguir com clareza até onde vai a agio de ume entra em agdo outro. Na época patristica, no contexto mais amplo da agao evange- izadora da Igreja — feita de testemunho, antin ago, culto, caridade, vida comunitéria — precisa-se 0 contetido do termo “cate- quese” e delineia-se o ambito em que, fundamencalmente, ela se dé. Para Clemente de Alexandria (150-215), “catequese” é a instrugio “fundamental dada aos candidatos ao batismo,” 0 que, para Santo “Hipélito (7 2352), € seu sentido especifico ¢ exclusivo.** O Ambito preferencial da catequese & nesta época em quea Igreja ja seapresenta solidamente em suas instituigGes, o catecumenato.”” Nesta idade de na Espa ‘onhecinento do catecumenato, pode del catecumenata Leumann, Trin, 1984. 3, 1985, pp. inal, Editor Salina, S80 Peul, 200. 24 couro do catecumenato paraa com os sacramentos de iniciagio, de iniciago crisea. Accatequese catecumenal engloba trésfases distintas: a apresen- _tagio das grandes aces de Deus (08 “magnalia Dei”) na historia da salvagio, constituindo a catequese propriamente biblicas o.comentéti do Simboloe da Onagéo dominieal, numa perspectiva ainda doutrin mas, sobretudo, moral, que constitui a preparacio imediata.para.o. ago (batismo, crisma e eucaristia) e sua penetrasao sapiencial, que é a chamada catequese mistagégica. No perfodo patristico, portanto, enquanto “katechein” i i strada aos catectimenos, “didaskein” signifi- istro de todo 0 processo catecumenal é normalmente, 0 bispo, &s vezes auxiliado por algum presbitero ou didcono especialmente dotado do dom de ensinar. A estrutura do catecumenato desces primeiros séculos da Igreja, era constituida de quatro etapas: 1, Pré-catecumenato; 2. Catecume- i rificagio ¢ Tluminagio «4. Mistago- etapa correspondia 20 antincio querigmdtico que sa segunda era o longo tempo do catecumenato propriamente dito (dois, t1és ou mais anos) em que estava situada a catequese ou instrugao circun: itos elementos préprios deste:,oracies, celebracdes, ritos, entregas, - Atereina etapa cra realizada no periodo quaresmal, samente como prepara trés sacramentos da it cdlebrados conjuntamente iGo crista, a catequese, juntamente €0 elemento central no proceso ediata (purificacao) para a recepio dos fitismo, Confrmagao e Eucaristia), re do SAbado Santo (iluminago). A ‘arta etapa, no tempo pés-pascal, consistia nas catequeses mistagégicas lustravam e aprofundavam os ritos celebrados na recepgio dos ramentos e se aprofundava a vida nova em Cristo. Hoje, 0 Rito de po Crista para Adultes (1972), por determinagio do Concilio © CE.CNBE, Diretirio Nacional de Catequese capitulo 2, 25

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