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O documento discute a evolução da economia brasileira e seu impacto no setor industrial entre as décadas de 1980 e início de 2000. Durante esse período, o país passou por diversos planos de estabilização econômica que não conseguiram impedir a alta inflação. A indústria enfrentou baixo crescimento e aumento da lacuna tecnológica em relação a outros países. Somente nos governos FHC foi que a inflação foi controlada com sucesso, porém a taxa de câmbio apreciada prejudicou as exportações.
Originalbeschreibung:
Evolução da economia e parque industrial brasileiro
O documento discute a evolução da economia brasileira e seu impacto no setor industrial entre as décadas de 1980 e início de 2000. Durante esse período, o país passou por diversos planos de estabilização econômica que não conseguiram impedir a alta inflação. A indústria enfrentou baixo crescimento e aumento da lacuna tecnológica em relação a outros países. Somente nos governos FHC foi que a inflação foi controlada com sucesso, porém a taxa de câmbio apreciada prejudicou as exportações.
O documento discute a evolução da economia brasileira e seu impacto no setor industrial entre as décadas de 1980 e início de 2000. Durante esse período, o país passou por diversos planos de estabilização econômica que não conseguiram impedir a alta inflação. A indústria enfrentou baixo crescimento e aumento da lacuna tecnológica em relação a outros países. Somente nos governos FHC foi que a inflação foi controlada com sucesso, porém a taxa de câmbio apreciada prejudicou as exportações.
A dcada de 1980 composta dos Governos de Joo Figueiredo 1979 1985 e
de Jos Sarney 1985 - 1990 foi marcada por profundas mudanas econmicas no pas, as quais afetaram diretamente o desenvolvimento industrial brasileiro. Paiva e Cunha (2008), demonstram que ao contrrio da experincia constada em outras economias em desenvolvimento, a crise da dvida externa no teve como consequncias um processo significativo de desindustrializao no pas. Devido aos grandes agentes econmicos, com maior nfase os privados nacionais e os estrangeiros, que adotaram estratgias patrimoniais defensivas, que garantiram suas rentabilidades, garantindo desta forma a sobrevivncia em um ambiente de elevada instabilidade macroeconmica e de baixo crescimento. Boa parte da riqueza privada foi direcionada para a valorizao financeira, o que refletiu uma forma caracterstica da relao entre o pblico e o privado no Brasil, j que a possibilidade de altos ganhos na macroestrutura financeira decorria da dependncia do Estado com relao aos recursos privados. Amplificou a partir do momento em que as decises de formao de preos tornam-se eminentemente prospectivas, baseadas na expectativa de uma futura taxa de inflao que ainda no ocorreu e que, em ltima instncia passavam a buscar referncia na taxa de juros que, por sua vez, alimentava o circuito endividamento (pblico), valorizao financeira do patrimnio privado, e mais endividamento interno. Da mesma forma a reduo na produo corrente e o adiamento das decises de investimento amplificaram o ambiente de baixo crescimento. De um modo geral os grandes grupos privados nacionais e estrangeiros procuraram ajustar sua estrutura patrimonial por meio da recomposio das contas ativas (fonte de receitas e aplicao dos recursos) e passivas (endividamento) no sentido de reduzir o grau de endividamento, aumentar margens de lucro e priorizar a aplicao financeira dos capitais ociosos. Por outro lado, o patrimnio fsico (mquinas e equipamentos, prdios, terrenos, etc.) permaneceu quase inalterado ao longo da dcada de 1980, refletindo o baixo dinamismo dos investimentos produtivos. No que tange s estratgias industriais e tecnolgicas, contatou-se a ausncia de um esforo sistemtico no sentido de modernizao da estrutura produtiva, o que implicou em uma ampliao do gap tecnolgico da indstria nacional. Nunca demais lembrar que, nos anos 1980, se materializou, nas economias industriais mais avanadas, os resultados mais concretos dos avanos tecnolgicos na microeletrnica e biotecnologia, bem como as inovaes organizacionais, que implicaram na introduo de novos meios de produo e bens de consumo. O importante a reter que prolongado perodo de instabilidade macroeconmica dos anos 1980 determinou uma interrupo da trajetria de catching-up da indstria nacional com respeito s estruturas mais avanadas. As insuficincias do padro de financiamento da economia, caracterizadas por um elevado endividamento em ltima instncia, assumido pelo Estado e da baixa capacidade de modernizao tecnolgica foram fatores internos que dificultaram uma resposta mais criativa crise. Ao longo dos anos 1980 e 1990, foram implementados diversos programas de estabilizao econmica. Para enfrentar a inrcia inflacionria, tpica de economias altamente indexadas (Arida e Resende, 1985), os choques econmicos vinham acompanhados da introduo de elementos no convencionais, como o congelamento de preos, salrios e ativos financeiros, a desindexao total ou parcial da economia e as reformas monetrias. Em cada tentativa fracassada, ampliava-se a instabilidade econmica e institucional, o que punha sob tenso os ganhos polticos da redemocratizao. Depois de duas dcadas de governos militares, o poder voltou aos civis em 1985. Mas, foi somente em 1989 que ocorreu a primeira eleio direta para presidente em trs dcadas. O candidato vencedor, Fernando Collor de Mello (1990-1992). A partir do Governo Collor 1990 1992, iniciou -se a abertura da economia o que levou as empresas a promoverem uma reestruturao produtiva, com nfase nas mudanas organizacionais. Itamar Franco (1992-1994), assumiu o mandato sem rupturas institucionais. Em seu governo, coube ao ento senador Fernando Henrique Cardoso (FHC) liderar, na posio de Ministro da Fazenda, a mais bem-sucedida estratgia de estabilizao da histria recente do Brasil. A partir de 1994, com o Plano Real, conseguiu-se reverter o quadro de inflao descontrolada. Ademais, foi aprofundada a estratgia de liberalizao econmica. Em 1994 foi eleito Presidente da republica o ento ministro da fazenda Fernando Henrique Cardozo , em meio s incertezas quanto ao sucesso da reforma monetria, optou-se por permitir a livre flutuao do Real frente ao dlar o que, em um contexto de liquidez externa, gerou uma apreciao nominal de cerca de 15% nos primeiro meses de sua implantao. De uma cotao de R$ 1,00 por US$ 1,00, o Real subiu para R$ 0,85 por US$ 1,00. Em paralelo, houve uma ampla reduo de tarifas de importao. Com o cmbio nominal e real apreciados e tarifas reduzidas, experimentou-se um choque de importaes que, na perspectiva das autoridades econmicas da poca, seria necessrio para evitar a retomada da inrcia inflacionria na nova moeda. Como decorrncia, j no segundo semestre daquele ano, inverteu-se o resultado da balana comercial que, desde a segunda metade dos anos 1980, vinha permitindo a gerao de supervits acima da casa dos US$ 10 bilhes ao ano (OECD, 2001, Carneiro, 2002, Giambiagi et al., 2004). Entre 1995 e 1998, o regime de bandas cambiais permitiu um lento processo de realinhamento do cmbio real. Todavia, os preos relativos seguiram desfavorveis s exportaes e incentivadores das importaes. Com isso, o Brasil perdeu espao no comrcio mundial, exatamente em uma dcada de boom das exportaes386 mundiais. Deve-se notar que no perodo que se seguiu crise da dvida externa nos anos 1980, o pas foi obrigado a gerar saldos comerciais positivos, cujo acumulado no perodo 1984- 1994 atingiu o montante de US$ 141 bilhes (uma mdia anual de US$ 12 bilhes). Tal quadro se inverteu radicalmente com o Plano Real, quando foram gerados dficits acumulados de US$ 24 bilhes entre 1995 e 2000. Somando-se os demais itens em conta corrente (como o pagamento de juros, os transportes, seguros, rendas, etc.) a economia brasileira passou a apresentar dficits superiores a 4% do PIB. Neste contexto, e em meio aos recorrentes episdios de crises financeiras internacionais, o financiamento do balano de pagamentos passou a depender, cada vez mais, da atrao de capitais privados autnomos. Combinou-se, assim, a ncora cambial com a poltica de juros reais elevados, alm da acelerao do processo de privatizaes, com o intuito de se criar ativos atraentes aos investidores estrangeiros Ademais, depois de 1995 o governo teve de administrar um sensvel processo de reestruturao do setor financeiro. O convvio prolongado com um regime de alta inflao garantiu, por um lado, uma significativa expanso do sistema financeiro, mas, por outro, a adoo de prticas ineficientes, especialmente no negcio bancrio. Com o Plano Real, verificou-se a perda dos ganhos de intermediao potencializados pela inflao crescente, o que fragilizou as instituies menos eficientes. Alm disso, verificou-se, a partir da estabilizao monetria, um boom creditcio, com posterior fragilizao da qualidade das carteiras de crditos constitudas (aumento da inadimplncia). O Banco Central teve de adotar programas de saneamento dos bancos oficiais e privados, o que gerou um custo fiscal bruto superior a 10% do PIB. Ademais, a reestruturao das dvidas dos governos estatuais e de outros passivos fiscais foi importante para a estabilizao geral da economia, porm contribuiu para o crescimento da dvida pblica. A estabilidade de preos e os ganhos reais nos salrios at 1997 geraram os dividendos eleitorais que foram colhidos por uma ampla aliana poltica, liderada pelo presidente Cardoso (19942002), cuja reeleio, em 1998, deu-se em meio a um ataque especulativo contra o real. A fuga de capitais de US$ 40 bilhes levou, aps a definio do pleito eleitoral, realizao do primeiro dos trs programas de apoio financeiro do FMI387. A desconfiana dos detentores de ativos brasileiros quanto sustentabilidade do regime de cmbio administrado levou, no comeo de 1999, a uma desvalorizao de mais de 70% do Real em dois meses. Sob risco da volta da inflao e aderindo s sugestes do FMI, adotou-se um novo regime macroeconmico inaugurando a segunda fase do Plano Real que passou a vigorar ao longo do segundo mandato do presidente Cardoso, alicerado em trs elementos: cmbio flutuante, metas de inflao e gerao de supervits primrios (que excluem o pagamento de juros sobre a dvida pblica) no setor pblico consolidado. Um balano sinttico dos principais resultados macroeconmicos deste perodo revela um expressivo sucesso em estabilizar os preos: a inflao mdia entre 1995-2002 ficou em 9%, se medida pelo IPCA ou 13% pelo IGPM. Se tais nveis ainda se mostravam bem acima da mdia mundial, eles representavam uma vitria inequvoca sobre o processo inflacionrio crnico, que poucos anos antes produzia taxas mensais da ordem de 80%. A queda da inflao veio acompanhada, em um primeiro momento, de melhorias nas condies de vida da populao em geral, especialmente dos trabalhadores assalariados, que experimentaram ganhos reais em seus rendimentos. Todavia, o cmbio apreciado e os juros reais elevados, fizeram com que os estoques de dvida fiscal (como proporo do PIB) e de passivo externo duplicassem no perodo. Nunca demais lembrar que houve um acmulo de dficits em transaes correntes da ordem de US$ 186 bilhes entre 1995 e 2002, o que se traduziu em aumento de dvidas e vendas de ativos, o que gerou efeitos expansivos sobre os pagamentos de rendas (juros, dividendos e lucros) para o resto do mundo. Trocou-se a instabilidade de preos pela vulnerabilidade externa crescente. No toa, s vsperas da eleio que levou Luis Igncio Lula da Silva (2003-atual) ao poder, passou-se a questionar a capacidade do pas sustentar suas dvidas. Ademais, o crescimento da renda se mostrou muito aqum das expectativas criadas em torno da estabilizao e liberalizao da economia. Entre 1995 e 2002 o PIB cresceu, em mdia, 2,3% a.a., em linha com o fraco desempenho experimentado no perodo 1982-2002. Deve-se notar que nos anos 1990, de forma relativamente tardia com respeito aos demais pases latino-americanos (Cepal, 2002), o Brasil passou por um intenso processo de liberalizao e desregulamentao de sua economia. No plano comercial, a reforma iniciou no final dos anos 1980, no bojo das discusses em torno da formao do Mercosul. No final de 1994, como parte da estratgia de estabilizao, acelerou-se a reduo nas tarifas alfandegrias. Entre 1990 e 1995, a tarifa mdia (simples) passou de 32% para 14% (OECD, 2001). Kume, Piani & Souza (2002) calcularam a tarifa efetiva mdia ponderada pelo valor adicionado, que teria passado de 68%, em 1987, para 10%, em 1995. Com o Mercosul, a Tarifa Externa Comum (TEC) passou a determinar, em geral, a estrutura e o nvel das barreiras tarifrias. Com a ressalva da lista de produtos mais sensveis, que possuem um regime especial (como equipamentos de telecomunicaes, computadores, veculos automotores e autopeas, bens de capital, acar, etc.), a TEC tem oscilado entre 0 e 20%. A deteriorao das contas externas, tanto no Brasil, quanto nos demais pases do bloco, gerou sucessivas rodadas de aumento-reduo-aumento de tarifas (OECD, 2001). Como resultado, o coeficiente de abertura, medido, por exemplo, pela relao entre importaes e consumo aparente (produo interna acrescida de importaes) teria subido significativamente em diversos setores. As estimativas de Bonelli (2002) sugerem um aumento mdio de 8% para 14% neste indicador, enquanto mdia simples de 31 setores da economia. Marcos simblicos do perodo desenvolvimentista foram eliminados: em 1991, caiu a reserva de mercado no setor de informtica; em 1995, a Emenda Constitucional n. 6 acabou com a discriminao legal contra empresas estrangeiras, agora igualadas s nacionais. Da mesma forma, empresas estatais centrais para o processo de industrializao foram privatizadas, com a Companhia Siderrgica Nacional (CSN) e a Vale do Rio Doce. Os setores de telecomunicaes, siderurgia, qumica e petroqumica, segmentos do setor eltrico, parte dos bancos pblicos estaduais, entre outros, passaram por profundas transformaes com o processo de privatizao. Entre 1991 e 2002, foram privatizadas cerca de 130 empresas federais ou estaduais, em um montante de US$ 106 bilhes entre receitas de vendas e transferncia de dvidas. Verificou-se uma reconfigurao do trip (Serra, 1982) sob o qual a base produtiva industrial brasileira havia sido erigida. Uma evidncia neste sentido est na participao relativa das empresas de distintas origens no total das vendas das 500 maiores empresas do pas. Na mdia dos anos 1980, as empresas com controle estrangeiro responderam por cerca de 30% das vendas; as empresas controladas pelo capital privado nacional por 40%; e as estatais por 30%. No ano 2002, essas participaes foram de, respectivamente: 46%; 35% e 19%. A anlise do item anterior sugere que a combinao da estabilizao monetria com reformas estruturais liberalizantes logrou xito no enfrentamento do quadro de inflao crnica do pas e, em certa medida, na modernizao da estrutura produtiva. Todavia, s vsperas das eleies de 2002, o Brasil havia acumulado significativos desajustes nos seus estoques de dvida pblica e externa. A dvida lquida do setor pblico j estava acima de 50% do PIB, tinha seu prazo de maturao encurtado cada vez mais (com um giro mdio inferior a trs anos), apresentava um custo de carregamento de cerca de 8% do PIB (juros nominais sobre a dvida) e terminou o ano de 2002 com um perfil de indexao em que os ttulos atrelados variao cambial respondiam por 1/3 da dvida total. Ademais, as incertezas associadas ao processo eleitoral fizeram com que a taxa de cmbio disparasse, com uma desvalorizao nominal de 60% entre janeiro e outubro de 2002. O pass-trough cambial operou de forma rpida, e tanto a inflao anualizada quanto as expectativas de inflao futura sinalizavam uma trajetria explosiva. Havia um temor generalizado na volta da indexao e no descontrole macroeconmico. Qualquer novo governo que assumisse em tais condies muito provavelmente teria como prioridade, ao menos no curto prazo, o retorno normalidade, mesmo que isso implicasse na adoo de medidas fiscais e monetrias fortemente contracionistas. No caso concreto do Brasil, o governo recm eleito de Lula contava com uma significativa desconfiana do mercado financeiro internacional. A campanha eleitoral havia acirrado os nimos polticos. Isto levou o ento candidato de oposio a uma intensa busca de apoio junto ao setor privado. Smbolo disso foi a elaborao, na reta final da campanha, da Carta ao Povo Brasileiro, uma afirmao de compromissos com a manuteno da estabilidade econmica e o respeito aos contratos. Observadores contemporneos passaram a observar que a chegada ao poder do principal lder da esquerda brasileira nas ltimas trs dcadas e, mais importante, da manuteno de um conjunto amplo de polticas e de contratos, representou a consolidao da transio democrtica ps-regime militar. No plano econmico, tal continuidade significou uma (terceira) etapa do processo de estabilizao iniciado com o Plano Real. no contexto de uma transio complexa e em meio s presses financeiras geradas pela desconfiana dos credores que se deve analisar as opes e estratgias de continuidade a despeito das crticas prvias contra as polticas econmicas do governo Cardoso. A montagem da equipe econmica do governo Lula e o anncio das primeiras medidas revelaram o esforo de manuteno do status quo. No plano econmico, o enfrentamento da crise de credibilidade deu-se pelo aperto na poltica monetria e fiscal. A taxa bsica de juros (SELIC) foi elevada para 26,5% ao ano, em termos nominais, o que implicava uma taxa real superior a 10%. A partir de junho de 2003, iniciou-se um processo de reduo da SELIC que, todavia, acompanhou a prpria queda da inflao corrente e esperada, de modo que a taxa real de juros (ex-ante e ex-post) manteve-se em patamares elevados nos primeiros anos do novo governo. No plano fiscal, o governo comprometeu-se com uma meta de supervit primrio (receitas menos despesas dos trs nveis de governo, excluindo-se o pagamento de juros) de 4,25% do PIB, um valor superior quele acordado com o FMI no governo anterior. Reformas estruturais, aprovadas no final de 2003, como a previdenciria e tributria, enfatizaram os ganhos fiscais de curto prazo em detrimento do equacionamento de desequilbrios de longo prazo, especialmente no que se refere regressividade do sistema tributrio brasileiro. Aqui importante lembrar que a poltica macroeconmica do perodo 1999-2002 foi marcada pela busca de supervits primrios elevados, como forma de se criar poupana pblica, toda ela direcionada para o pagamento de parte dos juros da dvida interna. Para tanto, a carga tributria foi elevada de 26% para mais de 35% do PIB. Os principais resultados das polticas implementadas podem ser divididos em dois grandes blocos: (i) sucesso na reverso das expectativas pessimistas do mercado financeiro, com impactos positivos sobre a trajetria da inflao e o gerenciamento da dvida pblica; (ii) manuteno de um quadro de crescimento inferior ao verificado na mdia mundial. A partir de 2003, a conjuntura externa foi excepcionalmente favorvel, contribuindo decisivamente para a correo dos desequilbrios externos. Os resultados em conta corrente passaram a ser superavitrios, comandados por recordes sucessivos na balana comercial. A relao dvida lquida do setor pblico/PIB recuou, tendo o perfil de financiamento melhorado, pela menor exposio variao cambial e aos ttulos ps- fixados e referidos variao cambial, alm do alongamento de prazos. Houve forte queda no risco-pas, e os indicadores de solvncia externa que relacionam os passivos contrados e as exportaes e liquidez externa passivos externos versus reservas internacionais melhoraram de forma substantiva. A inflao recuou para a casa de 4% ao ano menos da metade da mdia do perodo 1995-2002 e o crescimento da renda atingiu o patamar mdio de 3,5% a.a.394. Com isso, o Brasil aproximou-se, ao final da primeira dcada dos anos 2000, de uma posio de maior conforto relativo para retomar uma trajetria desenvolvimento. Isto porque, pela primeira vez em um quarto de sculo, as presses geradas por crises cambiais e/ou descontrole inflacionrio no contaminavam a agenda de curto prazo do pas.