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DIREITO PROCESSUAL PENAL II – 4º ano.

[13.02.2008]

PRISÃO:
- consiste na supressão da liberdade individual.
- liberdade de locomoção (ir e vir).

Espécies:
i. prisão com pena.
ii. prisão sem pena.

i. prisão com pena: é a sanção. Castigo imposto pelo Estado ao indivíduo que praticou uma infração penal. Recebe
após julgamento. Decorre de uma sentença penal condenatória definitiva.

ii. prisão sem pena: prisão de natureza processual; natureza cautelar. Prisão provisória. Nasce de uma necessidade
do processo. O indivíduo ainda não foi condenado, mas já está sendo processado. Forma de manter o indiciado
próximo ao processo. Prevenir a possibilidade de o preso não acompanhar a instrução do processo.

Modalidades (prisão sem pena):


i. flagrante.
ii. temporária.
iii. preventiva.
iv. decorrente de pronúncia.
v. decorrente de sentença penal condenatória recorrível.

Princípios constitucionais que sustentam a prisão:


Art. 5º, LXI, CF/88. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judicial competente.
- ou seja, só há dois tipos de prisão:
- em flagrante: que por questões óbvias não dependem de ordem judicial.
- todas as outras dependem de ordem judicial fundamentada pelo juiz competente para aquele
processo, para aquela situação.

Art. 5º, LXII, CF/88. A prisão de qualquer pessoa e o local onde ela se encontrará serão comunicados ao juiz
competente, a família do preso ou a pessoa por ele indicada.
- que tipo de prisão o referido artigo se refere? À prisão em flagrante.
- auto de prisão em flagrante: deve ser encaminhado ao juiz competente num prazo de 24 horas. Serve para que o
juiz analise se a prisão é legítima ou não. O juiz analisa também se a prisão cumpriu todas as exigências. Havendo
vício, o juiz deverá relaxar a prisão, pois se trata de prisão ilegal.
- relaxar: termo utilizado em casos de prisão ilegal.

Art. 5º, LXIII, CF/88. O preso será informado dos seus direitos, entre os quais, o de permanecer calado e o de ter
assistência de advogado.
- o preso não está obrigado a responder a qualquer diligência, mesmo diante do juiz (na fase processual) não será
obrigado a dizer nada contra a sua vontade. Há que se aguardar a presença do advogado para iniciar a inquirição.

Art. 5º, LXIV, CF/88. O preso tem direito à identificação das pessoas que o prendem, assim como das pessoas que
são responsáveis por seu interrogatório policial.

Art. 5º, LXV, CF/88. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade competente (autoridade
judiciária), ou seja, mandará liberar o preso.

Art. 5º, LXVI, CF/88. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei permitir a liberdade provisória
com ou sem fiança.
- havendo a possibilidade de liberdade, o juiz é obrigado a concedê-la, ou seja, desde que todos os requisitos sejam
preenchidos.
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- ordem da autoridade judiciária: mandado de prisão.

Mandado de prisão:
Art. 285, CPP. A autoridade que determinar a prisão mandará expedir o mandado de prisão.

Art. 285, § único, CPP. Requisitos do mandado de prisão:


i. lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade.
ii. conter a designação da pessoa que deve ser presa (nome, sobrenome, RG, CPF, enfim, tudo o que tiver), ou até
mesmo por seus sinais característicos.
iii. constar a infração penal (a razão da prisão).
iv. o valor da fiança, se houver.
v. dirigir o mandado a quem deverá executar (Oficial de Justiça).
- a lei permite que sejam feitas quantas cópias do mandado forem necessárias (art. 287, CPP. Em crime
inafiançável, a falta de mandado não obstará à prisão, mas será o preso imediatamente levado à presença do juiz
que expediu o mandado).

- a falta de algum dos requisitos poderá acarretar um vício do mandado, possibilitando a declaração de nulidade,
assim, advém o relaxamento da prisão.

Execução do mandado:
Art. 286, CPP. O mandado será passado em duplicata (ou seja, em duas vias). Quando o preso sofrer a prisão,
receberá uma via, constando data e local da prisão. A outra via será constada com assinatura do preso para que seja
juntada ao processo, sobre incumbência do Oficial de Justiça.
- o Oficial de Justiça conduzirá o preso ao local, propriamente dito, de prisão.
- caso o preso recuse assinar a via destinada ao oficial, este fará constar o ocorrido em declaração e solicitará a
assinatura de duas testemunhas.

- sujeito do mandado: pessoa que se encontra na jurisdição do juiz do processo, porque o Oficial de Justiça não
cumprirá o mandado fora da sua comarca.
- pessoa fora da jurisdição: será presa por carta precatória, que acompanhará o inteiro teor do mandado
(art. 289, CPP).

Art. 283, CPP. A prisão poderá ser efetivada a qualquer dia e a qualquer hora, respeitado as limitações relativas à
inviolabilidade do domicílio.

Art. 5º, XI, CF/88. A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poderá penetrar sem consentimento do
morador, salvo nos casos de:
- flagrante delito (crime acontecendo).
- desastre (por exemplo: vazamento de gás).
- para prestar socorro (por exemplo: acudir um vizinho que está desacordado).
- durante o dia, por determinação judicial, com o mandado nas mãos.

- consentimento do morador: poderá ser a qualquer hora do dia.


- sem consentimento do morador: com ordem judicial.
- de dia: chamar duas testemunhas e forçar a entrada, caso haja resistência.
- de noite: guardará todas as saídas da casa e esperar amanhecer e forçar a entrada, se for caso de
resistência, da mesma forma acima citada.

Art. 293, CPP. Procedimento da prisão sem consentimento.


(Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa,
o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor
convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite,
o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa
incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão).

Art. 294, CPP. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o artigo anterior, no que for aplicável.
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Uso da força (sobre a pessoa):
- hipóteses:
- tentativa de fuga.
- resistência à prisão.

Lei 4898/65: abuso de força.

Prisão especial:
- se dirige apenas à prisão provisória, para aquele que ainda está sendo processado.
- tem como característica principal separar o preso provisório dos demais.

Art. 295, CPP. Sujeitos à prisão especial:


- pessoas que ocupam funções públicas.
- pessoas que possuem curso superior.

- privilégios da prisão especial: restringe apenas a ficarem separados dos demais.

Art. 295, § 3º, CPP. Estabelece como devem ser os estabelecimentos prisionais especiais:
- poderá consistir em alojamento coletivo.
- salubridade do ambiente.
- aeração, insolação e condicionamento térmico adequados.

[20.02.2008]

PRISÃO EM FLAGRANTE:
- o delito que está acontecendo.
Art. 5º, LXI, 1ª parte, CF/88.

- ‘flagrare’: arder.
- prisão de natureza cautelar.
- pressupostos da medida: ‘fumus boni iuris’ e ‘periculum in mora’.

Sujeitos da prisão em flagrante: art. 301, CPP.


- sujeito ativo: qualquer pessoa do povo poderá e as autoridades e agentes deverão efetuar a prisão em
flagrante.
- sujeito passivo: qualquer pessoa que esteja praticando o crime.
- o delinqüente deve ser surpreendido na prática do crime.
- aos menores:
- art. 173 e 175, ECA: procedimento à prisão do menor.
- auto de apreensão, ouvidos testemunhas e o adolescente.
- ouvir testemunhas, se houver.
- apreender o produto e os instrumentos da infração.
- encaminhar pedido de perícias, se houver.
- encaminhar o menor à vara de infância.

Obs.: o delito chama-se ato infracional e não crime, como dito ao delinqüente normal.
- aos parlamentares:
- segundo o art. 86, § 3º, CF/88, os parlamentares não poderão ser presos em flagrante, enquanto não
sobrevier sentença condenatória.
- para que o parlamentar seja julgado, há a necessidade de que a casa, à qual faça parte, dê a autorização
para tanto.
- advogado em exercício da função:
- não poderá ser preso, desde que esteja respaldado no processo defendido.
- Presidente da República:
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- não poderá ser preso em flagrante, mas poderá ser definitivamente preso após sentença condenatória
definitiva, ou seja, quando o processo transitar em julgado.
- imunidade diplomática:
- exclusivamente aos embaixadores, há um acordo internacional firmado entre os países que essas pessoas
estão creditadas.
- os embaixadores não são julgados pelos crimes praticados no país onde eles estão creditados, mas pelo
país de origem.
- causadores de acidente de trânsito, mas que prestou socorro à vítima:
- não há prisão em flagrante para aqueles que causaram o acidente de trânsito, mas socorreram a vítima.
- não há prisão em flagrante para aquele que procurou a autoridade e se entregou. Art. 317, CPP.

Espécies de flagrante:
Art. 302, CPP.

- flagrante próprio:
i. está cometendo a infração penal (aquele que é surpreendido realizando a conduta prevista na lei como crime. O
autor foi surpreendido na prática).
ii. acaba de cometer o crime (a pessoa é encontrada imediatamente após ter cometido o crime. Ou seja, pela
situação, presume-se quem cometeu o crime).

- flagrante impróprio:
iii. perseguido, logo após a prática do delito, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa (logo após: um
crime acaba de ser cometido. A vítima descreve o autor do crime por suas características. As autoridades saem à
procura ininterrupta deste autor).

- flagrante presumido:
iv. é encontrada, logo depois, com instrumento, arma, papéis que indiquem ser o autor do crime (por exemplo: um
policial, em rotina, revista algumas pessoas e descobre que a arma que uma dessas pessoas porta foi utilizada num
crime de dois dias atrás).

Hipóteses de flagrante que não estão na lei:


i. flagrante preparado: tentar provocar que o crime seja praticado, instigando com objeto que provavelmente
atrairá o delinqüente.
- há o agente provocador.
- por outro lado, este flagrante não tem crime, pois não há vítima, tudo é forjado. Não há a espontaneidade
para se considerar como crime.
- súmula 145, STF: não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
ii. flagrante esperado: funciona como um trabalho de investigação e que decorre no crime.
- por exemplo: um policial presenciar o início de um estupro.
- neste caso o flagrante é válido.
iii. flagrante em crime permanente: a consumação se estende no tempo.
- por exemplo: o crime de seqüestro, portanto, a vítima em cativeiro, o crime está acontecendo.
iv. flagrante nos crimes habituais:
- crime habitual: exige uma pluralidade de ações. É o crime que exige reiteração de modo que uma figura
só não configurará crime.
- art. 284, CP. Crime de curandeirismo.
- art. 229, CP. Manter por conta própria, ou por terceiros, casa para fins libidinosos.
- ou seja, o crime habitual é aquele que só se consegue ver quando se está na situação, mesmo que
não seja a intenção de praticar tal crime.
- por exemplo: turma de amigos se reunirem em um apartamento para uma ‘festinha particular’,
mas os policiais efetuam a prisão alegando que o que está acontecendo é incitação de uma casa de prostituição.
- em suma, é hábito tal conduta ser crime, mas a intenção não era aquela.
v. flagrante prorrogado (ou postergado):
- possibilidade que a autoridade tem de, mesmo vendo o crime acontecer, não prender em seguida, pois há
a possibilidade de fazer a prisão posteriormente, numa situação melhor do que aquela, onde, por exemplo, prender
em outro momento para poder pegar mais pessoas ou produto do crime.
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- só há a permissão do tal flagrante em duas situações:
- lei de crime organizado (lei 9.034/95)
- lei de entorpecentes (lei 11.343/06). Necessidade de que haja agentes infiltrados para garantir a
eficácia do resultado. Entrega vigiada: não impedir que o produto viaje, mas tão somente acompanhá-lo.

Auto de prisão em flagrante:


- autoridade competente: delegado de polícia do local onde ocorreu a captura do delinqüente.
- art. 290, CPP. Se o réu perseguido ultrapassar o território de outro município, o executor efetuará a
prisão em flagrante da mesma forma, mas o entregará à autoridade competente do local.
- art. 308, CPP. O preso será levado à autoridade do local mais próximo, quando naão houver autoridade
no lugar da prisão.

- prazo para lavratura do auto de prisão: a lei não diz. A idéia que a própria lei dá é de que seja feita
imediatamente após a prisão. Art. 304, CPP.

Art. 5º, LXII, CF/88 e art. 306, CPP:


- a prisão de qualquer pessoa em qualquer local obrigará a comunicação da família do preso, ou qualquer outra
pessoa por ele indicada, assim como comunicar ao juiz, para prever a legalidade da prisão (prisão em flagrante
delito).

[27.02.2008]

Auto de prisão em flagrante: formalidades.

Art. 5º, LXII, CF/88.


- a família do preso deve ser comunicada.

Art. 306, CPP. Reflete a garantia dada pela Constituição a respeito da comunicabilidade da família ou pessoa
indicado pelo preso, e do juiz.

- condutor: pessoa que leva, à autoridade policial, o preso em flagrante.


- testemunhas: instrumental – diz de testemunha do ato e não do crime propriamente dito. Art. 304, § 2º, CPP.

- primeiro é ouvido o condutor, depois as testemunhas e por último o conduzido.

- conduzido: coberto por garantias, uma delas é o de ser ouvido por último, possibilitando, assim, que, após ouvir o
que foi dito pelas pessoas anteriores, calculará sua defesa para tudo o que foi declarado.

- se houver descumprimento da ordem, haverá a nulidade.

- testemunhas: não basta somente uma, mas duas. O próprio condutor poderá ser tido como uma das testemunhas.

- na fase do inquérito, o conduzido será ouvido na presença de um defensor, mas, por outro lado, não há a
possibilidade de ser beneficiário da assistência judiciária para tanto.

- acusado menor: maior de 18 anos e menor de 21 anos; justifica-se no fato de que esta pessoa não tem pleno
desenvolvimento da capacidade racional.
- não há a necessidade de curador no interrogatório ao acusado menor, após a advinda do CC/02.

- a auto em flagrante não poderá ser entregue sem que haja o interrogatório, pois será dotado de nulidade, porém,
há exceção: caso em que o acusado estiver, por exemplo, hospitalizado; a autoridade fará constar essa circunstância
no auto.

Art. 304, § 3º, CPP. Se o preso em flagrante se recusar ou não puder assinar o auto de prisão em flagrante, a
autoridade chamará duas testemunhas, lerá o inteiro teor do auto e as duas testemunhas assinarão por ele.

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Comunicação da prisão à autoridade judiciária:

Art. 5º, LXII, CF/88.


Art. 306, CPP.

- enviar à autoridade competente uma cópia do auto de prisão em flagrante.


- tem a finalidade de aferir a legalidade da prisão, pois se foi ilegal, mandará lavrar o alvará de soltura.
- prazo: 24 horas contados da prisão. Art. 306, § 1º, CPP.
- juntamente com o auto, será enviada cópia das oitivas.
- caso o preso não tenha indicado seu advogado, uma cópia do auto em flagrante será enviada à Defensoria Pública.
- a comunicação da prisão não é um requisito ligado à prisão em si, ou seja, em caso de não haver a comunicação, a
prisão ainda será tida como válida, e que responderá pelo crime de prevaricação, ou melhor, a autoridade
responderá pelo fato de ter deixado de praticar um ato de ofício.

Nota de culpa:

- deve ser entregue ao preso num prazo de 24 horas (art. 306, § 2º, CPP).
- documento que o preso recebe, o qual fica informado da data da prisão, o motivo da prisão (breve resumo dos
fatos e o enquadramento desses fatos num tipo penal), o nome do condutor, o nome das testemunhas que foram
ouvidas no auto de prisão em flagrante.
- a não entrega da nota levará à prisão nula, provocando a soltura do preso, por relaxamento de prisão.

Prisão temporária:
Lei 7.960/89.
- modalidade de prisão de natureza provisória/ cautelar.
- finalidade: privar a liberdade para auxiliar as investigações no inquérito policial, ou seja, a finalidade é
puramente na fase do inquérito.
- necessidade: quando a autoridade policial precisar reunir argumentos ou elementos com relação à pessoa, que é
um mero suspeito, e enquanto investiga, não pode deixar o suspeito solto.
- foi o ressurgimento do antigo instituto denominado prisão para averiguar.
- é uma prisão por tempo determinado.

Art. 1º, lei 7.960/89. Caberá a prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial (‘fumus boni iuris’).
II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos que o identifiquem (‘periculum in
mora’).
III - quando houver fundadas razões da participação do indiciado nos seguintes crimes (‘fumus boni iuris’):
a. homicídio doloso.
b. seqüestro ou cárcere privado.
c. roubo.
d. extorsão.
e. extorsão mediante seqüestro.
f. estupro.
g. atentado violento ao pudor.
h. rapto violento.
i. epidemia com resultado de morte.
j. envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte.
l. quadrilha ou bando.
m. genocídio.
n. tráfico de drogas.
o. crimes contra o sistema financeiro.

- para que a prisão temporária seja tida como eficiente, há de ter a presença:
- ‘fumus boni iuris’ (quando há razão de que o acusado cometeu um crime grave).
- ‘periculum in mora’.

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- ou seja, deve haver a combinação do inciso I + II ou II + III.

- decretação: somente o juiz.


- podem solicitar: por representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público.
- o juiz pode decretar uma prisão temporária de ofício? Não, somente será decretada pelo juiz após representação
da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público. Art. 2º, lei 7.960/89.
- o juiz sempre ouvirá o Ministério Público antes de decretar a prisão temporária.

Art. 2º, § 2º, lei 7.960/89. A prisão deverá ser fundamentada pelo juiz e prolatada dentro de 24 horas contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.

Art. 93, IX, CF/88. Fundamentação de todas as decisões, sob pena de nulidade.

- o juiz, de ofício, poderá requerer a apresentação da pessoa, ou mais informações pela autoridade policial para
decidir sobre a prisão (art. 2º, § 3º, 1ª parte, lei 7.960/89).

Art. 2º, § 3º, 2ª parte, lei 7.960/89. Possibilidade de o juiz submeter o acusado ao exame de corpo de delito, ou
melhor, sempre solicitará, pois este ato garante a integridade física do preso, tendo, então, de ser feita antes da
prisão e na soltura do preso.
- o juiz deverá pedir o exame num prazo de 24 horas.

- prazo de duração da prisão temporária: 5 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e
comprovada necessidade à prorrogação.
- a prorrogação tem que ser pedida antes do término do 5º dia.

- decretada a prisão, o auto será tido da mesma forma como o expedido à prisão ‘normal’ (duas vias e a nota de
culpa entregue ao indiciado). Art. 2º, § 4º, lei 7.960/89.

- o preso temporário deverá ficar, obrigatoriamente, em lugar diferente dos outros.

Prisão temporária nos crimes hediondos:


Lei 8.072/90. Tortura, tráfico, terrorismo, genocídio.
Art. 2º, § 4º, lei 8.072/90. Prisão temporária por 30 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.
Lei 9.455/97. Lei de Tortura.
- não prevê prisão temporária.
- mesmo não prevendo a prisão temporária, a tortura não deixou de ser crime hediondo.
- por outro lado, há quem entenda que deve recorrer à lei ordinária (5 dias), enquanto outros entendem a lei
especial (30 dias).

[05.03.2008]

Prisão Preventiva:
- medida que poderá ocorrer tanto na fase do inquérito quanto do processo.
- depende de pressupostos: art, 312, CPP.
1. prova de existência do crime: isto é, prova da materialidade do crime, ou seja, prova de que o crime
realmente aconteceu.
- prova de que, pelo menos, há indícios do crime, não precisa ser a prova de certeza do crime.
- aos pressupostos deve haver algum fundamento previsto em lei.
2. indícios da autoria.

- fundamentos (art. 312, CPP):


1. garantia da ordem pública e econômica.
- ameaça a ordem econômica.
- a ordem pública é a tranqüilidade social, a harmonia social.

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- ameaça a ordem pública aquela pessoa que está sendo processada criminalmente, mas ainda assim está
freqüentando os mesmos lugares que antes freqüentava e andando com as mesmas pessoas que antes saía.
- há ameaça à ordem pública quando o juiz considera a pessoa como ameaçadora, ou seja, a partir de
condutas vistas, o juiz o considera como ameaça ou perigo à ordem pública.
Lei 8.137/90. Define crimes contra a ordem pública econômica e contra as relações de consumo, e da outras
providências.

2. conveniência da instrução:
- a prisão será decretada para que a pessoa não atrapalhe o bom andamento da coleta de provas; para que o acusado
não atrapalhe o bom andamento do inquérito ou do processo.

3. assegurar a aplicação da lei penal:


- quando se tiver informação de que, caso o acusado seja realmente condenado, não o encontrará para efetuar a
prisão.
- por exemplo: o acusado está vendendo todos os seus bens e/ou tirando o seu passaporte.

Enfim, para decretar a prisão preventiva, há de ter a presença dos pressupostos e dos fundamentos.
Não é a qualquer tipo de crime que caberá a prisão preventiva, para isso, há que ver as condições de
admissibilidade.

- condições de admissibilidade:
Art. 313, CPP.
I - crimes dolosos punidos com reclusão.
II - crimes punidos com detenção no caso de o réu ser vadio ou sem identificação.
- vadio: pessoa sem ocupação alguma.
III - réu for reincidente em crime doloso.
- salvo: no art, 64 (antigo 46), do CP, ou seja, deve-se observar se já não há o intervalo de 5 anos entre
um crime e outro e que não se trata de crimes militares próprios ou políticos.
IV - (lei 11.340/06). Lei da violência doméstica e familiar contra a mulher.
- art. 20, lei 11.340/06. Prevê a prisão preventiva.
- a vítima pode pedir ao juiz algumas providências para a segurança dela. São as medidas
protetivas de urgência (o juiz as toma, determinando que o acusado mantenha distância da vítima e, em caso de
descumprimento dessa medida, o juiz decretará a prisão preventiva do indivíduo).

Proibição da decretação da prisão preventiva:


Art. 314, CPP.
- quando o juiz verificar, pelas provas nos autos, que o acusado praticou o fato nas condições do art. 23, I (estado
de necessidade), II (legítima defesa) e III (estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular do direito), CP
(antigo artigo 19, CP).
- artigos das excludentes de antijuridicidade.
- ou seja, quando há provas suficientes a indicarem que o juiz absolverá o acusado.

Decretação da prisão preventiva:


- exceto o flagrante em delito, toda prisão é decretada por ordem judicial.
- pode ser decretada na fase processual, no entanto, poderá ser decretada:
1. de oficio pelo juiz.
2. por representação da autoridade policial.
3. a requerimento do Ministério Público.
4. ou, ainda, a requerimento do ofendido (querelado), na ação privada (art. 311, CPP).

Momento para decretação da prisão preventiva:


- em qualquer fase do inquérito.
- em qualquer fase da instrução criminal (art. 311, CPP).

- para ser decretada, há que ser demonstrada a sua necessidade.


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- pode ser decretada, revogada e novamente decretada, porque está ligada à necessidade do inquérito ou do
processo.

- quando uma pessoa se apresenta espontaneamente perante a autoridade policial, não poderá ser presa em flagrante
delito, por outro lado, a autoridade policial poderá requerer a prisão preventiva deste indivíduo (art. 317, CPP).

- fundamentação:
Art. 93, IX, CF/88. Obrigatoriedade da motivação de todas as decisões. Enfim, o despacho que decretar a prisão
preventiva deverá ser motivado.
- ou seja, não basta fundamentar com a lei, mas deve indicar as razões úteis que o levou a tomar tal decisão.

- Convenção Americana (Pacto de São José da Costa Rica): o Brasil é signatário de tal documento, que zela a
respeito da duração razoável do processo, por isso não há como decretar o tempo suficiente que o indivíduo ficará
em prisão preventiva.

Liberdade provisória:
- a qualquer momento o indivíduo poderá ser preso.
- consiste no substitutivo, também, da prisão provisória, em hipóteses que a lei permite.
- pressupostos:
1. prisão em flagrante delito.
2. prisão decorrente da pronúncia.
3. prisão que decorre de sentença penal condenatória recorrida.

- numa prisão em flagrante, ilegal por algum motivo, esta deverá ser relaxada, mas se for legal, o que há de tentar é
a liberdade provisória, se assim estiver previsto em lei.

- vantagens da liberdade provisória:


- evitar o encarceiramento.
- manter o acusado preso ao processo.

- a liberdade provisória é uma garantia constitucional (art. 5º, LXVI, CF/88). Ninguém será levado à prisão ou
nela mantido quando for possível a liberdade provisória, com ou sem fiança.

- espécies de liberdade provisória:


1. com fiança: envolve pecúnia.
2. sem fiança:
- liberdade provisória sem fiança vinculada:
Art. 310, ‘caput’; art. 310, § único e art. 350, CPP.
- não envolve dinheiro, mas outra obrigação.
- art. 310, ‘caput’, CPP. O juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, as condições do art. 23,
I, II e III, CP (antigo art. 19, CP).
- liberdade com a obrigação de comparecer a todos os atos do processo, sob pena de revogação.
- mesmo o flagrante sendo legal, há a possibilidade da liberdade provisória, desde que o acusado se
comprometa às obrigações impostas.
- se o acusado não comparecer e não justificar a sua ausência, dentro de 3 dias (justificativa
plausível), a qualquer ato do processo a que tenha sido convocado, o juiz revogará a liberdade provisória,
mandando expedir, imediatamente, mandado de prisão.

- art. 310, § único, CPP. Se o juiz constatar, pelo auto de prisão em flagrante, ausência dos
fundamentos da prisão preventiva.

[12.03.2008]

Liberdade provisória sem fiança vinculada:


Art. 310, ‘caput’; art. 310, § único; art. 350, CPP.

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Art. 350, CPP.
- o crime é afiançável.
- acusado é pobre, não tem condições de recolher a fiança.
- o juiz poderá conceder a liberdade provisória vinculanda-a às obrigações constantes dos artigos 327 e 328, CPP:
i. comparecer a todos os atos do inquérito ou da instrução criminal e para julgamento.
ii. não mudar de residência sem autorização do juiz do processo.
iii. não se ausentar, por mais de 8 dias, sem comunicar ao juiz do processo.
iv. não praticar nova infração penal.

- traz uma forma de adquirir a liberdade provisória de imediato.


- melhor forma de se obter a liberdade provisória.

Art. 310, § único, CPP.


- se ausentes os requisitos da preventiva, todos terão direito à liberdade provisória, com a única obrigação de
comparecer aos atos do processo.

Por exemplo:
- Antero foi preso em flagrante por crime afiançável.
- Antero é pobre e não pode recolher a fiança.
- Antero obtém liberdade provisória com fundamentação no artigo 350, CPP.
- no decorrer do processo, Antero muda de residência sem autorização do juiz do processo.
- chegando o fato ao conhecimento do juiz, Antero tem revogada sua liberdade provisória e é preso.
- poderá Antero obter, novamente, a liberdade provisória?
- Sim. Poderá pedir novamente a liberdade provisória com fundamento no artigo 310, § único, CPP,
pois com o § único mencionado a obrigação dele é somente a de comparecer aos atos a que foi
convocado e esta não foi a condição descumprida, uma vez que ele apenas mudou de residência.
- A sanção por ter mudado de residência ele já recebeu, então bastará ao advogado que fundamente
com outro artigo.

Liberdade provisória sem fiança e sem vinculação:

- são as hipóteses que a lei se utiliza da expressão: ‘se livra solto’ – quantidade de pena prevista para o crime.

- hipóteses no art. 321, CPP.


I - o indivíduo praticou um crime para o qual não se prevê pena privativa de liberdade (isolada, cumulativa ou
alternativamente com outra pena).
- ou seja, nem que a pessoa venha a ser condenada pelo crime, o indivíduo será preso, então não justifica a sua
prisão enquanto está sendo somente processado.
II - pena privativa de liberdade não excede 3 meses (isolada, cumulativa ou alternativamente com outra pena).
- mesmo tendo sido pego em flagrante, presente estes requisitos, o réu aguardará solto.

Art. 323, III e IV, CPP. Não se aplica mais, pois a lei do juizado especial penal mudou estas disposições.
- não será concedida e fiança:
III – crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade e réu reincidente.
IV – prova de que o réu é vadio.

Fiança:
- garantia real: prestada pelo indiciado (acusado) para obter a liberdade provisória.
- depósito: dinheiro, pedras, objeto ou metais preciosos, títulos da dívida pública (federal, estadual ou municipal)
ou hipoteca (quando inscrita em primeiro lugar).
Art. 330, CPP.

Finalidade da fiança:
- colocar o afiançado em liberdade.
- custas do processo.
- indenização da vítima.
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- multa.

Art. 336, CPP. O dinheiro dado como fiança ficará para custeio do processo, indenização do dano e da multa, em
caso de o réu ser condenado ao final do processo.

Momento da prestação da fiança:


- em qualquer fase do inquérito policial ou do processo.
- o único limite é a sentença transitada em julgado.
- enquanto não for condenado definitivamente, poder-se-á pagar pela liberdade provisória, pois a partir desse
momento, ou o acusado será absolvido, e ficará solto definitivamente, ou será condenado, tendo de cumprir a pena
estabelecida.

Autoridade competente para arbitrar a fiança:


- no inquérito policial: a autoridade policial, se o crime for punido com detenção. Ou o juiz, se o crime for punido
com reclusão.
- na fase processual: só o juiz, a autoridade que expediu o mandado será competente à concessão da liberdade
provisória (autoridade do local onde o indivíduo foi capturado).
- no mandado de prisão já constará o valor da fiança expedido pelo juiz.

Art. 335, CPP. Recusando ou demorando a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele representado, poderá
solicitar, por simples petição, à autoridade judiciária.

Valor da fiança:
- deve ser um valor que a pessoa que não tenha condição financeira possa pagar.
- mas, também, não pode fixar uma fiança que, determinadas pessoas, não sintam nada.
- a fiança tem que causar dor ao indivíduo, para que, assim, ele sinta a perda e continue no processo.

Art. 325, CPP. Escalonamento para o valor da fiança. Relaciona-se com a pena prevista para o crime.
I – pena de até 2 anos: de 1 a 5 salários-mínimos.
II – pena de até 4 anos: de 5 a 20 salários-mínimos.
III – pena superior a 4 anos: de 20 a 100 salários-mínimos.
- a lei permite que o juiz avalie o valor da fiança, pois pode perceber que o valor, mesmo sendo o mínimo, não
poderá ser paga pelo réu.
- o juiz pode diminuir a fiança em 2/3 (art. 325, § 1º, I, CPP).
- o juiz pode aumentar a fiança em 10x (art. 325, § 1º, II, CPP).

- individualização:
- não pode aplicar a fiança igual a todos, há a necessidade da individualização, levando em conta:
- natureza da infração.
- condições pessoais e vida pregressa do indiciado ou do acusado.
- circunstâncias que indicam a periculosidade do indiciado ou acusado.
- importância provável das custas do processo, até o final do julgamento.
Art. 326, CPP.

Extinção da fiança:
1. quebramento da fiança:
- acusado é intimado para um ato processual e não comparecendo, também não justifica a sua ausência.
Art. 327, CPP. Trata do mesmo assunto. A fiança tomada por termo, deverá o indiciado ou acusado
comparecer aos atos de que for intimado para tanto, não comparecendo, a fiança será tida como quebrada.
- pratica uma nova infração.
- obrigação.
Art. 328, CPP. O réu afiançado não poderá mudar de residência sem comunicar a autoridade competente.
Ou ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência sem comunicar a autoridade processante.
- ou seja, descumprindo essas obrigações, ele quebra a fiança concedida.

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Art. 341, CPP. O réu quebrará a fiança quando, intimado, deixar de comparecer e não justificar a sua ausência ou
quando praticar outra infração penal.

- conseqüências do quebramento da fiança:


- perda de até metade do seu valor (ao Tesouro Nacional, após dedução das custas do processo). Art. 346, CPP.
- perde a liberdade provisória. O juiz mandará expedir o mandado de prisão.
- o processo caminhará à revelia, pois o juiz dará andamento ao processo. Art. 343, CPP.
- não poderá mais prestar fiança no mesmo processo. Art. 324, I, CPP.

[19.03.2008]

Procedimento da fiança:
Artigos 337 a 339 e 341, CPP.

- 48 horas – qualquer pedido de liberdade provisória com fiança: juiz libera de pronto.
- sendo crime afiançável, obtém a liberdade imediatamente.

Art. 323, CPP. Não será concedida fiança.


I – nos crimes punidos com reclusão, quando a pena não é superior a 2 anos.
II – não tem mais aplicação, para aquele que é considerado vadio.
III – crimes punidos com pena privativa de liberdade e o réu é reincidente em crime doloso.
IV – não tem mais aplicação.
V – pratica crime punido por reclusão que provocar clamor público ou que tenham sido cometidos com violência
contra a pessoa ou grave ameaça.

- são circunstâncias ligadas ao crime:


Art. 324, CPP. Não será, igualmente, concedida a fiança.

- são circunstâncias ligadas à pessoa:


I – aqueles que, no mesmo processo, descumpriram obrigações e tiveram a sua fiança quebrada (deixar de
comparecer a um ato processual intimado e não justificar).
II – em caso de prisão determinada pelo juízo cível, prisão administrativa, prisão disciplinar (não existem mais)
ou prisão militar.
III – aqueles que praticam novo crime estando em gozo de sursis (livramento condicional) ou de suspensão
condicional da pena, salvo se processado por crime culposo ou contravenção penal.
IV – quando presentes os fundamentos que autorizam a prisão preventiva.

Liberdade provisória nos crimes hediondos:


- são considerados pela lei, também como crime hediondo, a tortura,o tráfico e o terrorismo.
- são insuscetíveis de liberdade provisória (lei ordinária x lei de crimes hediondos).
- lei 8.072/07. Reforma da lei de crimes hediondos para estabelecer, no artigo 2º, que são insuscetíveis de
fiança.

Lei de execução penal:


Art. 112, lei 7.210/84. Pena privativa de liberdade será cumprida de forma progressiva, sendo que a progressão se
dará diante do cumprimento de 1/6 da pena do regime anterior e comprovado bom comportamento carcerário.

Lei de crimes hediondos (lei 8.072/90): estabeleceu, no artigo 2º, § 1º, que as penas aplicadas aos crimes
hediondos e equiparados serão cumpridos em integral regime fechado.
- a pena para crimes hediondos, e equiparados, será cumprida em regime inicial fechado (3/5 da pena – agora!). HC
82709 (18.12.2007) – decisão unânime.

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[26.03.2008]

Nulidades:

Art. 563, CPP. Nenhum ato será declarado nulo se não houver prejuízo para a acusação ou para a defesa.

- a lei se preocupa com a forma com que os atos processuais são praticados.
- uma questão de seguir formalidades para não incorrer em prejuízo.
- as partes devem ser intimadas de todos os atos do processo, por exemplo.

- quando um ato é praticado sem observância das formalidades legais, diz-se que esse ato é atípico.
- fato atípico: características:
1. inexistente.
2. irregular.
3. nulo.

1. ato atípico inexistente: quando o vício que deriva do descumprimento da formalidade é tão grande que o ato
não é capaz de causar qualquer efeito no mundo jurídico.

2. ato atípico irregular: aquele em que o vício não é grave. Considerado uma mera irregularidade que não chega a
afetar o ato praticado, ou seja, pode permanecer no processo pelo fato de não ter comprometido a finalidade deste
ato.

3. ato atípico nulo: o ato produzido faz efeitos, mas deverá ser refeito de acordo com o que a lei dispõe.
- inadequação entre o que a lei determina e o que foi praticado.
- caso não seja refeito, o ato poderá ser todo eivado de declaração de nulidade.
- não é algo que acontece automaticamente, há a dependência de declaração do juiz para tanto.
- o ato tem um vício e o juiz declara a sua nulidade.
- a nulidade poderá ser argüida até mesmo após o trânsito em julgado, desde que se trate de sentença condenatória,
pois este tipo de sentença pode ser revista mesmo após o trânsito em julgado.
- a sentença absolutória transitada em julgado nunca poderá ser mudada, pois esta é a segurança do réu.

- natureza jurídica das nulidades:


1. vício.
2. sanção.
- na verdade, a nulidade é uma conseqüência do vício, pois após o conhecimento do vício, o juiz decretará a
nulidade.

- nulidade absoluta.
- traz um prejuízo evidente e manifesto, ou seja, o vício do ato é tão grave que ninguém questiona tal
prejuízo.
- vício que geralmente compromete garantias constitucionais.
- atinge o próprio interesse público.
- este tipo de processo não chegará a um resultado justo.
- é uma nulidade insanável, ou seja, não há como consertar aquele ato, há de refazê-lo.
- alegada em qualquer fase do processo.
- declarada pelo juiz de ofício, ou seja, não há a necessidade de qualquer indivíduo argüir.

- nulidade relativa.
- aquela que pode ser sanada de alguma forma, ou seja, há como aproveitar o ato. Há como o vício se
convalidar no processo.
- depende de argüição das partes, bastando ao juiz que espere.
- em caso de ninguém argüir o vício, o ato continuará da mesma forma com que foi recebido.
- a parte prejudicada que pede ao juiz.
- não é um vício que atinge o processo como um todo.
- a parte deve demonstrar interesse no seu conhecimento, para isso, ela deve demonstrar o prejuízo, pois
este não é evidente.
- após a preclusão não haverá a possibilidade de argüir o defeito.

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Critérios para decretação da nulidade:
- sistema formalista: o ato, sendo descoberto, terá de ser refeito.
- instrumentalidade da forma: não se preocupa com a forma com que os atos processuais foram praticados, mas
preocupa-se com o seu conteúdo, ou seja, se a finalidade foi atingida, não há a necessidade de se repetir o ato.
- refazer o ato seria uma perda de tempo, além de gerar custas excessivas.

1. critério do prejuízo: o ato praticado causar ou não prejuízo. É o critério central para decretação da nulidade.

Art. 563, CPP. Não há a nulidade sem prejuízo. Deve-se analisar em cada processo este prejuízo, pois não há a
possibilidade de a lei prever todas as hipóteses concretas de prejuízo.
- deve-se avaliar se aquele ato influiu no resultado do processo.
- nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.

Art. 566, CPP. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver contribuído para o esclarecimento
da verdade ou influído na decisão da causa.

Súmula 523, STF. No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só
anulará o processo se houver prova de prejuízo para o réu.

Art. 565, CPP. Nenhuma das partes pode argüir nulidade a que tenha dado causa, ou para a qual tenha contribuído,
ou referente à formalidade cuja observância só à parte contrária interessa.
- a nulidade pode ser uma forma de procrastinar o processo, isso não é permitido, pois se essa pessoa
contribuiu, não há o que acusar.

- prejuízo embute interesse em seu contexto.

- renovação dos atos: os atos que não foram sanados e que trazem prejuízo terão de ser praticados novamente, ou
até mesmo retificados ou complementados.

- efeitos da decretação das nulidades: quando um ato é declarado nulo, este pode provocar um encadeamento nos
demais atos.
- quando é declarada a nulidade de um ato, os demais, que possuem vínculo com esse ato, também serão nulos (art.
573, § 1º, CPP).
- quem decretará a extensão da nulidade será a juiz (art. 573, § 2º, CPP).

[02.04.2008]

Momento para argüir nulidades relativas:

Art. 571, CPP.


- sempre que abre, num processo, um momento de finalização.
I – na instrução criminal dos processos de competência do júri.
- art. 406, CPP. No momento das alegações finais.
II – na instrução criminal dos processos de competência do juiz singular ou especial.
- momento do art. 500, CPP.
III – no procedimento sumário: na própria audiência, antes do juiz decretar a sentença.
- prazo do art. 537, CPP.
IV – processo que não existe mais (não tem mais aplicação).
V – nulidade no júri. Nulidades que ocorrem após a decisão do juiz em iniciar o julgamento do acusado, ou seja, na
abertura da seção.
VI – na instrução criminal dos processos de competência do STF e dos Tribunais de Apelação.
- conforme prazo do art. 500, CPC.
VII – após a decisão de primeira instância, em recurso, ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso.
VIII – quando ocorre nulidade no julgamento, há que se anule o ato na própria audiência.

Art. 564, CPP. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:


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I – incompetência, suspeição ou suborno do juiz.
- incompetência relativa: quando ligada ao lugar. Não é que falta competência, mas é o lugar de
competência é limitado. Não haverá prejuízo para ninguém.
- incompetência absoluta: os atos que este juiz praticar no processo serão nulos. Mesmo com sentença
proferida, o processo será remetido ao juiz competente, sem aproveitar qualquer ato já praticado.
- suspeição: art. 254, CPP. Os atos praticados pelo juiz suspeito são tidos como nulos e terão de ser
refeitos todos. Quando o juiz está envolvido com quaisquer das partes ou com a própria causa...
II - ilegitimidade da parte:
- ilegitimidade ‘ad causam’: ilegitimidade para propor a causa. Na ação pública o Ministério Público. Na
ação privada, o ofendido ou seu representante legal.
- ilegitimidade ‘ad processum’: ilegitimidade para fazer parte da relação processual, neste caso, diz
respeito à maioridade e à sanidade mental.
III – nulidade por falta de formalidade e termos:
a. denúncia ou queixa e representação e, nos processos de contravenções penais, na portaria ou o auto de prisão em
flagrante.
- denúncia: de alguma forma contém vícios (art. 41, CPP. O que a denúncia deverá conter: I – descrição
do fato criminoso, com todas as circunstâncias; II – qualificação do acusado, ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo; III – classificação do crime. Além de levar a prova de existência do crime e da sua autoria; IV
– se necessário, o rol de testemunhas; e art. 43, CPP. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I – o fato não
constituir crime; II – extinta a punibilidade; III – por ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei).
- representação: ausência de representação. É uma condição da ação pública condicionada. Dar o aval
para a autoridade dar o devido procedimento.
b. exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígio.
- se faltar o exame de corpo de delito no crime que se faz possível este, faltará prova de existência do crime (prova
da materialidade do crime).
Art. 158, CPP (quando o crime deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, não podendo
supri-lo a confissão do acusado).
c. nomeação de defensor para o réu ausente, ou para o réu presente e não comparecer, e curador ao menor de 21
anos de idade.
- curador ao menos de 21 anos de idade: não existe mais, pois com essa idade já é considerado apto para
praticar todos os atos da vida civil.
Art. 261, CPP. Nenhum acusado, mesmo que ausente ou foragido, poderá ser processado sem defensor. No
processo pode haver a ausência do réu, mas nunca ausência de um defensor que o represente.
d. intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada ou intentada pela parte ofendida
quando se tratar de crime de ação pública.
- queixa: ação privada subsidiária, ou seja, quando há a substitutiva pelo privado, no momento em que há a
inércia do Ministério Público.
e. citação do réu para se processar seu interrogatório.
- prazos concedidos à acusação e à defesa.
Art. 570, CPP. A falta ou a nulidade da citação, intimação ou notificação estará sanada desde que o acusado
compareça ao ato, mesmo que este comparecimento seja pra dizer que não recebeu a citação, intimação ou
notificação.
- prazo: art. 499, CPP. 24 horas para solicitar as diligências.
f. pronúncia, libelo, entrega da cópia do libelo, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri.
- pronúncia: decisão por meio da qual o juiz envia o acusado para julgamento do júri. Não é uma sentença,
é uma decisão, onde o juiz admite o julgamento do acusado pelo júri. Essa pronúncia não pode ultrapassar a sua
finalidade.
- libelo: uma peça acusatória, feita pelo promotor. Essa peça é levada a julgamento pelo júri. Com mais de
um réu, será um libelo para cada réu. Com mais de um crime, será um libelo para cada crime (2ª fase no
procedimento do júri, após a pronúncia).
- entrega da cópia do libelo: pois tudo deve ser conhecido antes, para que se evite surpresas.
- rol de testemunhas: constantes no libelo, para que sejam intimadas e compareçam no dia da audiência.
Pode até ter um caráter de ‘imprescindibilidade’, ou seja, se as testemunhas não comparecerem, o julgamento não
ocorrerá.
g. intimação do réu para o julgamento no Tribunal do Júri, onde há hipóteses em que a lei não admite a revelia.
Art. 451, § 1º, CPP (se se tratar de crime afiançável e o réu não comparecer sem motivo legítimo, o julgamento
seguirá à sua revelia).
h. intimação das testemunhas apontadas no libelo e na sua contrariedade.
- contrariedade ao libelo: oportunidade à defesa.
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i. presença de, pelo menos, 15 jurados. São intimados, para cada seção, no máximo de 21 jurados.
- se o juiz iniciar a sessão com número menor de 15 jurados, a audiência será nula, salvo se ninguém falar
nada.
- os jurados não podem ser emprestados ou substituídos de uma seção à outra.
- sorteio de jurados.
- incomunicabilidade dos jurados.

[09.04.2008]

Art. 564, CPP.


j. após formação do conselho de sentença (jurados), o juiz está ciente de que não poderá mais haver comunicação
entre eles.
k. quesitos (perguntas que fazem parte de um questionário) e respostas.
- o questionário deve se basear nas teses desenvolvidas; devem ser perguntas claras para não confundir os
jurados.
l. acusação e defesa na sessão de julgamento.
- a acusação e a defesa sempre irão acontecer, mas poderá ocorrer nulidade em caso de o tempo propício
não for devidamente respeitado, etc.
m. a sentença tem muitos requisitos, e nenhum deles pode ser desrespeitado.
- fundamento.
- se omite em relação a algum ponto.

- no que diz respeito à vontade de recorrer, deverá prevalecer a do acusado.

STF: quorum para julgamento, previsto no regimento interno.

Art. 564, IV, CPP. Há nulidade quando houver omissão de alguma formalidade essencial ao ato.

Art. 572, CPP. Possibilidade de sanar o vício do:


- art. 564, III, ‘d’, CPP.
- art. 564, III, ‘e’, CPP.
- art. 564, III, ‘g’, 2ª parte, CPP.
- art. 564, III, ‘h’, 2ª parte, CPP.
- e art. 564, IV, CPP.

Art. 568, CPP. Ilegitimidade do representante da parte poderá ser sanada a qualquer tempo, mediante ratificação
de seus atos.

Art. 44, CPP. A procuração deve constar de poderes especiais à propositura da ação, devendo constar o nome do
querelante e menção ao fato criminoso.
- em caso de a procuração ser inepta, o juiz poderá recusar a representação do ofendido, podendo este vício
ser sanado em caso de o ofendido ratificar a representação.

Art. 569, CPP. Pequenas irregularidades ou omissões poderão ser sanadas a qualquer tempo do processo, com
limite na sentença final.
- se estiver ligado aos requisitos da peça, ocorrerá nulidade.

Atos jurisdicionais:
- atos praticados por representante do Poder Judiciário.
- atos praticados pelas partes do processo.
- decisões interlocutórias:
i. decisão interlocutória simples:
- decisões tomadas no curso do processo.
- resolve uma questão que surge no meio do processo, para que o mesmo possa continuar.
- exemplos de decisão no curso do processo:
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- receber ou rejeitar a denúncia.
- quando juiz decretar ou revogar prisão preventiva.
- exceções (por exemplo: a exceção de incompetência): ou ele se admite incompetente ou
terá de abrir outro processo para tanto.
- a decisão interlocutória não tem nada a ver com o mérito da causa.
ii. decisão interlocutória mista: com força de definitiva.
- que encerra a relação processual.
- não julga o mérito.
- art. 581, CPP. Recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença.
- sentença.
- condenatória: quando o juiz julga procedente a acusação.
- absolutória: quando julga improcedente a acusação.
- absolutória própria: quando absolve definitivamente, por qualquer motivo.
- absolutória imprópria: absolve da prisão, mas aplica medida de segurança. Por
exemplo: quando o acusado é considerado inimputável: o fato é crime, é um fato típico, mas a
pessoa que praticou o crime não teve consciência e nem vontade, ou seja, está afastada a
culpabilidade. Sendo assim, o juiz terá de absolver o criminoso, aplicando uma outra medida contra
ele. Por exemplo: ao invés de aplicar a pena de prisão, o juiz decretará a internação em casa de
custódia e tratamento, por achar o criminoso, mesmo que inimputável, de perigo à sociedade.
- sentença é a decisão judicial que encerra a relação processual, decidindo o mérito da causa.
- requisitos da sentença: i. relatório; ii. fundamentação (a fundamentação serve para as
partes proporem um futuro recurso); iii. parte autenticada (assinada e datada pelo juiz, e a
escrevente certifica a autenticidade do assinatura assinando logo abaixo).
- art. 381, CPP. A sentença conterá: I – o nome das partes ou indicações necessárias para
identificá-las; II – expor descrição sucinta da acusação e da defesa; III – indicação dos motivos de
fato e de direito em que se fundar a decisão; IV – artigo de lei (dispositivo onde o juiz começa a
aplicar a pena); IV – data a assinatura do juiz.
- art. 93, IX, CF/88 (todos os julgamentos do órgão Judiciário serão públicos e
suas decisões fundamentadas, sob pena de nulidade).
- despachos de expediente.
- finalidade de movimentar o processo. Não são considerados como decisões, pois só são atos
tomados para que o processo ande.
- não há recurso previsto para esse despacho.
- correição parcial: possibilidade de ‘recorrer’ ao despacho que tumultua o processo.

- a sentença tem a obrigação de ser clara e inteligível, pois a sentença é pública e, por isso, não pode haver palavras
jurídicas, pois todo aquele que decidir consultar deve entender.
- embargos de declaração: quando há obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão na sentença
(art. 382, CPP. Num prazo de 2 dias, qualquer das partes solicitará ao juiz que esclareça sentença).

Princípios da correlação entre acusação e sentença:


- a sentença não pode constar além ou a mais daquilo que foi pedido.

[16.04.2008]

‘Emendatio libelli’:
- emendar ou corrigir a acusação.
Art. 383, CPP.
- o juiz poderá dar, ao fato, definição jurídica diversa daquela que constar da denúncia ou da queixa, ainda que em
conseqüência disso tenha que aplicar uma pena mais grave.

Princípios:
1. ‘jura novit curia’:
- o juiz quem dá o direito.
- só o juiz tem o direito de dizer a pena aplicável à situação.

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2. ‘nama mimi factum, dabo tibi juris’:
- narra-me os fatos, que te dou o direito.

- [1] por exemplo: o Ministério Público descreve, na denúncia, os seguintes fatos: Amadeu penhorou jóia que lhe
havia sido entregue por Amaro, em confiança, para que lhe guarda-se enquanto Amaro empreendia uma viagem.
- crime: art. 155, CP (furto).
- juiz (sentença): aplicará a pena correta, ou seja, dará aos fatos a definição jurídica diversa daquela que
constou da denúncia, aplicando a pena do art. 168, CP (apropriação indébita).

- [2] por exemplo: o Ministério Público diz: Amadeu, no dia xx/xx/xxxx subtraiu o relógio de ouro de Amaro para
vender e apoderar-se do dinheiro.
- crime: art. 157 (roubo).
- juiz (sentença): aplicará o art. 155 (furto).

- o juiz não altera os fatos, apenas corrige a acusação.

‘Mutatio libelli’:
Art. 384, CPP.
- mudança na acusação.
- se o juiz reconhecer a possibilidade de nova definição jurídica dos fatos, em conseqüência de prova existente nos
autos, de circunstância elementar não prevista, implícita ou explicitamente, na denúncia ou na queixa.
- surge no decorrer do processo uma circunstância nova, não prevista na acusação.

- circunstância elementar:
- por exemplo: durante um julgamento, uma testemunha traz um novo fato que não havia no processo: a
testemunha diz que o acusado, quando do roubo, tinha todas as chaves do cofre, tinha toda confiança do dono do
cofre.

- quando da circunstância nova, o juiz deve dar oportunidade à pessoa do acusado se defender, num prazo de 8 dias,
podendo arrolar até 3 testemunhas.

- se com os novos fatos mudam a acusação e a nova acusação constitui uma conduta, para a qual se prevê a mesma
pena da narração anterior, ou uma pena menor, o procedimento que o juiz terá de adotar será aquele previsto no
art. 384, ‘caput’, CPP.
- defesa terá um prazo de 8 dias para falar e, também, a possibilidade de arrolar até 3 testemunhas.
- se a nova acusação, decorrente dessas novas circunstâncias, levar a uma conduta cuja pena é mais pesada do que a
narração anterior, o procedimento que o juiz deverá seguir é a do art. 384, § único, CPP.
- o juiz abrirá vistas ao Ministério Público e, posteriormente, dará 3 dias para que a defesa ofereça provas,
podendo, também, arrolar até 3 testemunhas.

Procedimento:
Art. 384, ‘caput’, CPP.
- manifestação da defesa.
- prazo: 8 dias.
- poderá produzir provas e arrolar até 3 testemunhas.

Art. 384, § único, CPP.


- exige-se o formal aditamento da denúncia (abrindo vista ao Ministério Público).
- abrirá vista para a defesa se manifestar no prazo de 3 dias, para que produza provas, podendo arrolar até 3
testemunhas.
- quando a pena passar a ser a mais alta, o Ministério Público deve ser formalmente comunicado.

Art. 384, ‘caput’, CPP. Art. 384, § único, CPP.


- pena se mantém ou diminui. - pena aumenta.
- não há aditamento. - há o aditamento da denúncia.
- prazo de 8 dias para manifestação. - prazo de 3 dias para manifestação.

Publicação de sentença:
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- enquanto a sentença não for publicada, não haverá efeito algum.
- uma vez publicada, a sentença é irretratável.
- intimará as partes.
- o que pode ocorrer é o juiz fazer alguma correção, mas nunca mexer no conteúdo da sentença.

Sentença penal absolutória:


- é a única sentença imutável, ou melhor, quando transitada em julgado, nada de mudança.

Art. 386, CPP. Hipóteses de absolvição:


I – estiver provada a inexistência do fato.
II – não há prova de existência do fato.
III – não constitui o fato infração penal. O acusado não se encaixa em nenhuma hipótese legal.
IV – não há prova de ter o réu concorrido para a infração penal. Não se consegue provar a participação do réu no
crime.
V – circunstância que exclui o crime ou isenta o réu de pena.
- ou seja, o réu praticou algum fato ilícito, mas não foi considerado como crime pela circunstância em que
o indivíduo se encontrava.
- art. 23, CP. Não há crime quando se pratica o fato: i. em estado de necessidade; ii. em legítima defesa;
iii. em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
VI – não existe prova suficiente à condenação.

Efeitos da sentença penal absolutória:

- efeitos imediatos: já produz efeitos, mesmo antes da publicação.


- o réu será colocado imediatamente em liberdade, quando estiver preso.

Art. 386, § único, CPP. Na sentença absolutória, o juiz:


I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade.
II – ordenará a cessação das penas acessórias.
III – aplicará medida de segurança, se cabível.

- efeitos após o trânsito em julgado: se durante esse processo forem tomadas medidas assecuratórias (tomar
patrimônio do acusado), o juiz deverá liberar os bens arrestados, que ficaram aguardando o julgamento do acusado.
- réu afiançado e for absolvido, o acusado terá integral devolução da fiança.

Sentença condenatória:
- ‘julgo procedente a acusação’. Ou seja, quando o juiz está de acordo com a acusação. Quando provada a
existência do crime e da autoria.

- individualização: quando da aplicação da pena.


- uma garantia constitucional.
- o juiz deve ser ater ao art. 59, CP.
- ligado às circunstâncias judiciais que o juiz deve chegar à pena base, atendendo à: i. culpabilidade; ii. aos
antecedentes do acusado; iii. à conduta social do acusado; iv. à personalidade do acusado; v. aos motivos e
circunstâncias em que o crime ocorreu; vi. às conseqüências do crime; vii. ao comportamento da vitima, que às
vezes colabora com a prática do crime.

- o juiz entenderá o que é suficiente e necessário para a reprovação e prevenção daquele crime, de acordo com o
perfil do criminoso.

- circunstâncias agravantes ou atenuantes: parte geral do Código Penal (art. 61 a 65, CP).
- causas de aumento e diminuição da pena: como, por exemplo, a tentativa. O juiz aplica o que achar que deve.
- fixação do regime: fechado ou aberto, de acordo com a quantidade de pena aplicada.

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[23.04.2008]

Efeitos da sentença condenatória:

- efeitos imediatos: antes do trânsito em julgado do processo. Art. 393, CPP.


I – ser o réu preso ou mantido na prisão.
- crime inafiançável: se estiver solto, será preso; se estiver preso, será conservado na prisão onde se
encontra.
- crime afiançável: se prestar fiança ou já estiver prestado, aguardará o recurso em liberdade.
II – nome do réu lançado no rol dos culpados.

Art. 594, CPP. (sofreu modificação). Houve alteração deste, mas não houve atualização do art. 393, CPP.
- o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão ou prestar fiança, salvo se primário e de bons
antecedentes, assim reconhecidos na sentença condenatória ou condenado por crime de que se livre solto.
- crime inafiançável: primário e de bons antecedentes poderá aguardar o recurso em liberdade. Não
precisa se recolher à prisão.
- crime inafiançável: não é réu primário e de bons antecedentes, se estiver preso permanecerá, mas se
estiver solto, recolher-se-á à prisão.
- crime afiançável: se o réu for primário e de bons antecedentes, permanecerá solto, e não precisará prestar
fiança.

II – nome do réu lançado no rol dos culpados.


Art. 5º, LVII, CF/88. Princípio da presunção da inocência, por este motivo, ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
- o efeito supracitado é inconstitucional, por isso não há mais aplicabilidade no caso concreto.

Art. 393, CPP: I – vide art. 594, CPP.


II – não há aplicabilidade, vide art. 5º, LVII, CF/88.

- efeitos da sentença condenatória, após o trânsito em julgado: quando não caberá mais recurso.
I – aplicação da pena. Cumprimento, execução da pena.
- prisão preventiva não funciona como pena, portanto, não conta como cumprimento da pena de prisão.
II – se houve prejuízo causado à vítima, cabe a obrigação de indenizar a vítima. Basta a vítima executar o título no
ramo cível.
III – lançamento do nome do réu no rol dos culpados.
- em caso de cometer um novo crime, por causa desse lançamento de nome, o réu será considerado como
reincidente.
IV – efeitos secundários: art. 92, CP. O juiz deverá fazer constar na fundamentação de sua sentença: i. perda de
cargo, função pública ou mandato eletivo; ii. perda da carteira de habilitação, quando utilizada como meio para a
prática do crime.
V – perda dos direitos políticos: art. 15, III, CF/88.

Procedimento:
- coordenação dos atos processuais.
- não são praticados aleatoriamente, pois há atos ordenados.
- pena: reclusão e detenção. Primeiro critério diferenciador.

- crime punido com reclusão: sujeito ao procedimento comum ou ao procedimento especial.


- procedimento comum:
- artigos 394 a 405,CPP.
- artigos 498 a 502, CPP.
- é o procedimento regra.
- procedimento especial: possibilidades:
1. crimes dolosos contra a vida: artigos 121 a 127, CP (homicídio simples, homicídio
qualificado,homicídio culposo, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, infanticídio e os diversos tipos
de,aborto).
- art. 74, CPP. Esses crimes serão julgados pelo Tribunal do Júri, por tratar-se de competência
privativa (art. 5º, XXXVIII, CF/88. Reconhecimento da instituição do júri, desde que respeitados: i. a plenitude da
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defesa; ii. o sigilo das votações; iii. a soberania dos veredictos; iv. competência para julgamento dos crimes dolosos
contra a vida).
2. crimes de responsabilidade dos funcionários públicos: artigos 513 a 518, CPP.
3. crimes da lei de tóxicos: lei 11.343/06.
- como há especificidade na lei ao procedimento especial, outro não poderá ser aplicado.
4. crimes falimentares: lei 11.101/05.

- crime punido com detenção:


- procedimento comum:
- artigos 538 a 540, CPP.
- há crimes contra a vida, mas, mesmo sendo punidos com detenção, serão julgados pelo Tribunal
do Júri.

- procedimento especial:
1. crimes dolosos contra a vida: artigos 121 a 127, CP (homicídio simples, homicídio
qualificado,homicídio culposo, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, infanticídio e os diversos tipos
de,aborto).
- art. 74, CPP. Esses crimes serão julgados pelo Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII, CF/88.
Reconhecimento da instituição do júri, desde que respeitados: i. a plenitude da defesa; ii. o sigilo das votações; iii. a
soberania dos veredictos; iv. competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida).
2. crimes de responsabilidade dos funcionários públicos: artigos 513 a 518, CPP.
3. crimes da lei de tóxicos: lei 11.343/06.
- como há especificidade na lei ao procedimento especial, outro não poderá ser aplicado.
4. crimes falimentares: lei 11.101/05.
5. crimes contra a honra: artigos 519 a 523, CPP (crimes de calúnia e injúria).

- o critério para determinação do regime é a quantidade de pena imputada ao crime.

Lei do Juizado Especial Criminal:


Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais).
- possibilita a satisfação do dano, nos crimes mais leves, de forma mais rápida.
- processa e julga infrações de menor potencial ofensivo.
- menor potencial ofensivo: aqueles crimes cuja pena máximo não excede a 2 anos.
- tanto faz o crime ser punido com detenção ou reclusão.
- não importa se está previsto o crime em lei especial ou no Código Penal, o procedimento irá ao juizado especial
criminal quando a pena não ultrapassar a 2 anos.

- por exemplo: FATO.


- tipo penal: consulta o Código Penal.
- identificar se o crime tem pena máximo não excedente a 2 anos, caso positivo, crime julgado
pelo juizado especial criminal.
- crime com pena prevista acima de 2 anos: identificar reclusão ou detenção. Identificar a
conduta no Código Penal ou em Lei Especial.

- a todas contravenções penais aplica-se a lei do juizado especial criminal.

[30.04.2008]

Procedimento de crimes punidos com reclusão:


Artigos 394 a 405 e 498 a 502, CPP.

Art. 394, CPP. Quando do recebimento da denúncia, o juiz irá marcar data de interrogatório e a citação do
acusado.

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- o interrogatório se fará de acordo com as normas do processo penal. Findo o interrogatório, como a presença do
advogado é obrigatória, já sai intimado para apresentar a defesa prévia (art. 395, CPP. O réu ou seu defensor
poderá, dentro do prazo de 3 dias, contados do interrogatório, para apresentar alegações escritas e arrolar
testemunhas). Por ser a primeira oportunidade de defesa nos autos, pode se manifestar de qualquer forma para se
defender. Entre eles há o oferecimento do rol de testemunhas. Tem que ser feito naquele momento, sob pena de
preclusão.

- defesa prévia tem prazo de 3 dias para ser oferecida, contados a partir da data do interrogatório.

Art. 396, CPP. Apresentada ou não a defesa, o juiz dará andamento ao processo – a instrução começa agora –
iniciando-se com a acusação.

Art. 397, CPP. Se a testemunha não for encontrada, será necessária a sua substituição, pedido esse que será
deferido pelo juiz.
- não se pode substituir nem oferecer rol depois.
- para que haja a possibilidade de substituição das testemunha, não se poderá incorrer em prejuízo:
- art. 41, ‘in fne’, CPP. A denúncia ou a queixa conterá a exposição do fato criminoso, suas
circunstâncias, qualificação do acusado, classificação do crime, e, quando necessário, rol de testemunhas.
- art. 395, CPP. O réu ou seu defensor poderá, dentro do prazo de 3 dias, contados do interrogatório, para
apresentar alegações finais e arrolar testemunhas).

Art. 398, CPP. Número máximo de testemunhas: oito testemunhas para acusação e defesa – crimes punidos com
reclusão, serão oito testemunhas para cada um, independente da quantidade de partes.

- vítima não é testemunha.

- testemunha que presta compromisso – só essa é válida – art. 398, § único, CPP.

Artigos 208 a 216, CPP.

- o juiz poderá ouvir testemunhas que considere pertinentes – testemunhas do juízo (ouvida por iniciativa do juiz).

Art. 401, CPP. As testemunhas de acusação serão ouvidas em um prazo de 40 dias se o réu estiver livre e em 20
dias se o réu estiver preso.

Art. 401, § único, CPP. Prazo começa a contar a partir dos 3 dias que o réu ou seu defensor tinham para apresentar
suas possíveis testemunhas.

Art. 498, CPP. Permitir às partes requererem diligências, se manifestarem, como se fosse a última vez que
pudessem pedir algo – tem prazo de 24 horas, para cada uma das partes.

Art. 500, CPP. se não requerer nada nesse tempo, ou concluídas as exigências requeridas,, o juiz abrirá prazo para
as alegações finais no prazo de 3 dias, sucessivamente:
I - ao Ministério Público ou ao querelante;
II – ao assistente, se tiver sido constituído;
III - ao defensor do réu.

Art. 500, § 1º, CPP. O prazo de 3 dias é comum para todos os defensores e os autos ficarão em cartório, para que
todos consultem.

Art. 500, § 2º, CPP. O Ministério Público, no caso de ação privada ou na ação pública iniciada por queixa, terá
vista dos autos depois do querelante.

- as alegações serão por escrito; acusação e defesa podem comentar todo o processo, levantando pontos importantes
e favoráveis a convencer o juiz de sua tese.

Art. 502, CPP. Findo os prazos, os autos vão para a conclusão à sentença ao juiz, que dentro de 5 dias poderá
ordenar diligência que julgue necessárias.

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- nem sempre o juiz sentencia de pronto, pois ainda pode não ter formado o seu convencimento, pode transformar
em diligência o julgamento.

- doutrina e jurisprudência: determinam prazo de 81 dias para o procedimento:


1. inquérito policial: 10 dias.
2. denúncia oferecida em: 5 dias.
3. defesa prévia em: 3 dias.
4. inquirição de acusação e defesa: 20 dias (réu preso).
5. requerimento de diligência: 2 dias (24 horas para cada – acusação e defesa).
6. prazo para juiz despachar requerimento de diligências: 10 dias.
7. alegações finais: 6 dias (3 dias para cada – acusação e defesa).
8. diligências ‘ex oficio’: 5 dias.
9. prazo para sentença: 20 dias.

Art. 800, I, CPP. Os juízes darão seus despachos e decisões dentro do seguinte prazo: I – 10 dias se a decisão for
definitiva ou interlocutória mista.
Art. 800, § 3º, CPP. Mediante motivo justo, o juiz poderá exceder em igual período o prazo estabelecido.

- quando exceder prazo do inquérito policial, poderá pedir ‘habeas corpus’.

- procedimento ordinário: quanto mais grave o crime, maior será a oportunidade para a defesa, por isso demora.

Procedimento de crimes punidos com detenção:


Artigos 538 a 540, CPP.

- normalmente a pena não vai além de 2 anos.

- lei do JECRIM: menor potencial ofensivo – são aquelas penas que não excedem a 2 anos.

- crime punido por detenção, onde a pena máxima é superior a 2 anos – sai da lei do JECRIM.

- é o preso punido por detenção, a pena não excede a 2 anos, mas o caso é muito complexo – no Juizado não há
inquérito.

- crimes de abuso de autoridade: usada lei específica.

- recebimento pelo juiz (quando recebe formalmente a peça acusatória). Juiz manda citar o(s) acusado(s) em tal dia
e tal hora para ser(em) interrogado(s). Após o interrogatório, poderá apresentar defesa prévia e arrolar somente 5
testemunhas, pois há menor gravidade no crime. Depois determinará audiência para oitiva das testemunhas (5
também) para acusação.
- depois juiz profere, como se fosse um despacho saneador do processo, para ir ao último andamento, uma
audiência onde se analisa tudo (audiência de instrução e julgamento).

- audiência de instrução de julgamento:


- ouvir testemunhas da defesa.
- pode surgir uma diligência.
- se não tiver diligência, ou após cumpridas essas, haverá debates orais – 20 minutos cada um para debater.
- se houver necessidade e o juiz concordar, poderá haver a concedesão de mais 10 minutos para debate.
- acabados os debates, juiz sentenciará oralmente.

- procedimento sumário: as partes, ouvindo a sentença, tomam ciência a partir daquele momento para recorrer
(prazo contará a partir da data de audiência).

[07.05.2008]

Teoria Geral dos Recursos:


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- o recurso é o pedido de reexame da decisão (pedido formulado pela parte que se sentir prejudicada).

- o recurso será sempre endereçado a um órgão superior àquele que deu a decisão.

- o recurso tem como objeto o reexame de decisão desfavorável.

- tem como conseqüência a reforma ou nulidade da decisão recorrida.

- ação autônoma de impugnação: não há qualquer capítulo específico no código.


- quando se está inconformado com a decisão, a manifestação desta se dá no próprio processo.
- ‘habeas corpus’.
- revisão criminal.
- o recurso impede o trânsito em julgado da decisão e só pode ser utilizado dentro de um determinado prazo, ou
melhor, deve ser utilizado antes do trânsito em julgado da ação.
- constituem uma nova ação, ou seja, não é uma continuidade da ação, pois fisicamente constitui um novo número
de processo, outra capa de processo.

- ‘habeas corpus’: poderá ser utilizado mesmo após o trânsito em julgado do processo.
- revisão criminal: é exigido o trânsito em julgado da decisão para que possa ser proposta, mas não há relação
direta com o processo anterior.

- o recurso constitui uma garantia:


1. garantia do duplo grau de jurisdição: possibilidade de levar a decisão desfavorável a um novo julgamento. É
uma garantia constitucional, embora não esteja expressa.
- Pacto de San Jose da Costa Rica (1.922): art. 8º, II, ‘h’, Pacto. Previsão da garantia do duplo grau de
jurisdição. Ratificado pelo Brasil.

Art. 5º, § 2º, CF/88. É matéria constitucional tudo aquilo que emana dos princípios da Constituição, mesmo que
esses não estejam expressamente previstos nela.

- matéria objeto de impugnação:


1. matéria de mérito.
2. matéria processual.
3. matéria de fato.

- por meio do recurso, no que se refere à sua utilização, se quer modificar a decisão, ou anulá-la, e isso só pode ser
feito por quem se sinta prejudicado.
- todo recurso é voluntário (utilizará o recurso se quiser. Utilizado por aquele que quiser ver a modificação da
decisão que recorrerá).

- recurso total: quando se impugna a decisão como um todo. Está insatisfeito com tudo o que foi decidido.
- recurso parcial: a insatisfação está em somente um aspecto, por exemplo: combater somente o regime imposto
ao cumprimento da pena.

- recurso obrigatório: mas não é para as partes. É o chamado recurso obrigatório ou o recurso de ofício. Dado
para o juiz.
- ou seja, o recurso dá a decisão e ele mesmo recorre dela, fazendo com que este suba ao Tribunal.

- súmula 423, STF. Não transita em julgado a sentença por ter omitido recurso de ofício.

- são hipóteses específicas que exigem o recurso de ofício:


1. decisão que concede o ‘habeas corpus’ (art. 574, I, CPP. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os
seguintes casos: I – sentença que concedero ‘habeas corpus’).
2. decisão que conceder a reabilitação (art. 95, CP).
- reabilitação: a pessoa condenada, quando termina o cumprimento da pena e nos próximos 2 anos não
praticar qualquer crime, o indivíduo pode pedir que seu nome seja retirado da folha de antecedentes (art. 746,
CPP. Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício).

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3. decisão que absolve sumariamente o réu nos termos do art. 411, CPP (o juiz absolverá, desde logo, quando se
convencer da existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, recorrendo, de ofício, da sua
decisão).
- absolver sumariamente: juiz toma do procedimento do júri, ou seja, antes de mandar para o Tribunal do
Júri, o juiz entende que o réu, pelas evidências, não é o culpado.
- quando decreta a absolvição sumária, o juiz está impossibilitando a competência do júri.

- quando o juiz não determina o recurso de ofício, não há impedimento que as partes requeiram o reexame daquela
decisão.

- considerações à propositura do recurso:


1. decisão desfavorável.
2. deve-se demonstrar que o recurso ainda é cabível.
3. aquele que recorre tem que demonstrar o interesse na reforma da decisão (art. 577, § único, CPP). Não se
admitirá recurso por parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
- uma mesma decisão pode provocar impugnação tanto pelo acusado quanto pela defesa. Por exemplo: o
juiz atende parcialmente o pedido do Ministério Público, condenando em parte o acusado. Ambos podem recorrer
da decisão.

- deve-se utilizar o recurso adequado para cada decisão, porém, há vigente a possibilidade de fungibilidade dos
recursos (sendo interposto o recurso errado, o Tribunal poderá recebê-lo como se fosse o recurso correto para não
prejudicar o acusado) Art. 579, CPP. Salvo as hipóteses de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de
um recurso por outro.
- para isso, há que se analise a boa-fé ou a má-fé, levando por analogia o Código de Processo Civil.
- por exemplo:
1. decisão desfavorável para a defesa.
2. defesa recorre.
3. o advogado acha ser o recurso correto o Y (com prazo de 5 dias).
- enquanto que o verdadeiro seria o recurso X (com prazo de 3 dias).
4. Tribunal considerará como de má-fé, pois utilizou do recurso que continha o prazo maior.
- usou o recurso errado, com prazo maior e interpôs no prazo final do maior dos recursos.

- concluindo, há má-fé quando o recurso errado for utilizado no prazo estabelecido, em lei, e há boa-fé quando o
recurso errado é utilizado no prazo do correto.

- o recurso tem que ser tempestivo, o prazo não se prorroga, não suspende e não interrompe.
- prazo contado de acordo com o art, 798, § 1º, CPP (inclui o último e exclui o primeiro).

- legitimidade para propor o recurso (titular do recurso):


1. o Ministério Público, na ação pública (acusação).
2. o querelante, na ação privada (acusação).
3. o réu, na ação privada (defesa).
4. o querelado, na ação privada (defesa).

3. e 4. Eles têm legitimidade direta. A vontade do réu e a do seu defensor poderá ser diversa, por isso essa
‘individualidade’, pois se o acusado quiser recorrer e o advogado não quiser fazer o recurso, prevalecerá a sua
vontade, bastando comunicar essa sua vontade no próprio processo, cabendo ao juiz comunicar ao réu caso o seu
advogado não queira recorrer, para que este providencie novo defensor.

Legitimidade.
- além dessas pessoas, ainda tem legitimidade para recorrer:
1. a vítima.
2. ou os sucessores da vítima.
- adquire essa possibilidade na hipótese de o réu ser absolvido ou quando o Ministério Público deixa o
prazo para recurso ser escoado.

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- sucessores: cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31, CPP. No caso de morte do ofendido ou sua
ausência, por declaração judicial, o direito de queixa ou de prosseguir na ação passará aos seus representantes
legais). Não há ordem de preferência, mas esta tão somente quando comparecer todos.
- prazo: contado a partir do momento em que o Ministério Público deixa escoar o prazo.

- a vítima deve constituir um advogado, que se habilitará como um assistente do Ministério Público (habilitação por
simples petição dirigida ao juiz).
- prazo: 15 dias para que todo o processo seja concluído: nomeação do advogado e tempo para preparo do
recurso.

- deserção: há duas hipóteses:


1. falta de preparo (art. 806, § 2º, CPP. A falta de pagamento das custas importará renúncia à diligência requerida
ou deserção do recurso interposto). O único recurso que precisa de preparo é na ação privada.
2. fuga do preso. Aquele que deveria estar preso.

- a deserção aparece como uma sanção pelo dano processual (art. 595, CPP. Se o réu fugir depois de haver
apelado, será declarada deserta a apelação), pois há hipóteses em que o juiz declara a possibilidade de recurso
mediante prisão do réu.

[14.05.2008]

Efeitos dos recursos:

1. devolutivo: submete a decisão a uma nova apreciação.


- todo recurso devolve a matéria para uma nova apreciação.

- extensão: na proporção da matéria impugnada.


- o Tribunal não pode se manifestar além da matéria pedida, nem aquém do pedido.
- exceção à hipótese de considerar-se de matéria que o Tribunal pode conhecer de ofício, ou seja, a matéria
de ordem pública, cuja importância é tão grande que pode comprometer todo o processo:
- nulidades.
- condições da ação (por exemplo: a parte que propôs a ação não tem legitimidade para tanto).

- recurso de defesa: trata-se de decisão que só a defesa recorreu, discutindo sobre a existência do crime e/ou da
sua autoria (combate o mérito). O Tribunal constata a nulidade absoluta e poderá/ deverá agir de ofício.
- toda nulidade conhecida de ofício não poderá prejudicar o réu, enfim, se a nulidade prejudicar o réu,
mesmo em se tratando de absolutez, não poderá ser conhecida (súmula 160, STF. É nula a decisão do Tribunal que
acolhe contra o réu nulidade não argüida no recurso de acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício).

- recurso do Ministério Público: recorre do mérito.


- constatando nulidade absoluta pelo Tribunal: i. só poderá ser conhecido em caso de a nulidade favorecer o
réu; ii. em caso de a nulidade não ser argüida pelo Ministério Público, e esta nulidade prejudicar o réu, o juiz não
poderá conhecer de ofício (súmula 160, STF. É nula a decisão do Tribunal que acolhe contra o réu nulidade não
argüida no recurso de acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício).

- em caso de haver uma nulidade que favoreça o réu e a defesa não a argüiu para favorecer-se, poder-se-á, ainda
assim, ser conhecida de ofício pelo Tribunal, pois este não pode prejudicar o réu, o Tribunal está para zelar pelo
bom andamento e fiscalização do processo.

- o Tribunal deve se ater tão somente à matéria impugnada.

2. suspensivo: o recurso manterá suspensa a decisão, ou seja, o recurso impedirá que a decisão produza
imediatamente os seus efeitos, portanto, a decisão só produzirá efeitos após análise do recurso.

- em relação à sentença:
i. condenatória: o acusado foi condenado a prisão (4 anos de reclusão, por exemplo).

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a. se o recurso interposto tiver esse efeito (suspensivo), o réu não será preso imediatamente, pois
poderá utilizar do recurso em liberdade, porque suspende temporariamente a pena.
b. se o recurso não tiver o efeito suspensivo, o réu poderá recorrer, mas terá de ser recolhido à
prisão.
ii. absolutória: o recurso nunca tem efeito suspensivo, porque esse tipo de sentença produz os seus efeitos
imediatamente.

3. extensivo: num processo com vários réus e, tão somente um deles, recorre, poder-se-á estender os efeitos aos
demais.
i. objetivo: o acusado argüir, por exemplo, que os fatos caíram na prescrição, os efeitos serão estendidos
aos demais.
ii. subjetivo: algumas hipóteses não decairão em extensão.

- recurso do Ministério Público: para piorar a situação do réu.


- recurso do réu: para melhorar a sua situação.
- recurso do réu e da defesa, concomitante: art. 617, CPP (na reforma da decisão, o Tribunal, câmara ou turma
não poderão agravar a pena, quando somente o réu tiver apelado da sentença).
- recurso exclusivo do Ministério Público: para melhorar (‘reformatio in mellius’).

- acusado condenado a 8 anos de reclusão.


- defesa argüi nulidade da sentença.
- o Tribunal deu provimento à nulidade da sentença e devolve o processo ao 1º grau para que reforme tal sentença.
- proibição da ‘reformatio in pejus’ indireta: não se pode reformar para prejudicar o acusado.

Apelação:
Art. 593, CPP. Coloca as hipóteses de cabimento da apelação, no prazo de 5 dias:
I – sentença de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular.
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular, não previstas no capítulo
anterior.
- art. 581, CPP. Recurso em sentido estrito contra decisão, despacho ou sentença.
- numeração considerada taxativa, não havendo previsão neste artigo sobre o cabimento do recurso,
não poderá ser utilizada.
- daí, conforme previsão do art. 593, II, CPP, poderá utilizar-se da apelação, em caso de não
cabimento do recurso no sentido estrito.
III – caberá apelação das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a. ocorrer nulidade posterior à pronúncia.
b. sentença do juiz dada em sentido contrário à lei ou à decisão dos jurados.
c. houver erro ou injustiça no que diz respeito à aplicação da pena ou medida.
d. decisão dos jurados for manifestamente contrária às provas do processo.

Tribunal do Júri: formado por 7 juízes leigos e 1 juiz togado.


- juízo colegiado.
- divisão de tarefas.
- aos juízes leigos: decidir sobre o crime, a autoria, a antijuridicidade da conduta, a
(in)afastabilidade da culpabilidade (enfim, cuidam do mérito).
- ao juiz togado: profere a sentença, estabelecendo a parte técnica - regime, quantidade de pena
(ou seja, cuida da sentença).

Art. 5º, XXXVIII, CF/88. Soberania aos veredictos, ou seja, a decisão do júri é soberana, e, por isso, ela não
poderá ser modificada por Tribunal.
- quando se apela de uma decisão do júri, dependendo do aspecto recorrido, terá um efeito:
- apelar o mérito: o Tribunal não poderá reformar a decisão dos jurados, mas fará determinação de que
aconteça um novo julgamento.
- apelar a sentença (decisão do juiz singular): o próprio Tribunal proferirá a correção.

[04.06.2008]
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Apelação:

- ‘reformatio in pejus’: art. 617, CPP (na reforma da decisão, o Tribunal, câmara ou turma não poderão agravar a
pena, quando somente o réu tiver apelado da sentença).
- não pode a pena ser agravada quando somente o réu tiver apelado da sentença.
- proibição da reforma da decisão para pior, para prejudicar o réu.

- proibição da ‘reformatio in pejus’ indireta: a sentença foi desfeita, mas ainda assim, o réu fica vinculado à pena
da sentença reformada, para que, a próxima, não ultrapasse em sua quantidade.
- recurso interposto somente pelo Ministério Público.
- ‘reformatio in mellius’: quando o Tribunal encontra, no processo, documentos capazes de comprovar fatos à
melhora da pena. Ou seja, além de o réu não entrar com a apelação, este é beneficiado, e ainda incorrendo na
possibilidade de o pedido do Ministério Público não ser atendido, podendo até incorrer o réu em absolvição pelos
fatos levantados somente pelo Ministério Público.

Procedimentos para a Apelação:


- prazo: art. 593, CPP. Prazo de 5 dias para interpor a apelação (manifestação do inconformismo).
- endereçamento: ao próprio juiz que proferiu a sentença, para que ele se retrate e/ou faça o juízo de
admissibilidade do recurso.
- legitimidade para a apelação: réu, seu defensor, Ministério Público e querelante.
- terceira pessoa: vítima e sucessores (em caso de a vítima estar morta).
- art. 31, CPP. Sucessores: cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

- art. 598, CPP. Esgotado o prazo do Ministério Público, soma-se 15 dias para que o ofendido, ou seu
representante legal, interponha apelação, desprovida de efeito suspensivo.

- assistente do Ministério Público: solicitar, por simples petição, a sua entrada nos autos ou, então, por termo
nos autos (art. 578, CPP. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente
ou por seu representante).

- art. 798, § 1º, CPP. Na contagem do prazo, não se contará o dia de início e incluirá o dia do fim (similar ao ramo
civil).

Art. 601, CPP. Findo os prazos para razões, o processo será remetido à instância superior, com as razões ou sem
elas.
- o prazo de 5 dias serve para dizer que se tem vontade de apelar.
- terá prazo de 30 dias para subir aos Tribunais em caso de o processo incorrer em nulidade por falta de
fórmulas ou termos.

- art. 600, CPP. O apelante vai oferecer as razões e, o apelado, as contra-razões.


- assinado o termo de apelação, o apelante e apelado terão prazo de 8 dias para os processos de crimes
comuns e 3 dias para os processo de contravenções penais, para cada um.

- art. 600, § 1º, CPP. Quando já há assistente nomeado no processo, este arrazoará no prazo de 3 dias, após
escoado o prazo do Ministério Público.

- art. 600, § 3º, CPP. Quando, no processo, houver dois ou mais apelantes, o prazo para recorrer será comum a
todos.
- então, se o prazo é comum, nenhum deles poderá levar o processo do cartório (era o que valia).
- agora, os processos podem ser retirados do cartório, e, em caso de o réu decorrer em prejuízo, bastará que
‘reclame’ ao juiz, que, então, determinará, separadamente, o prazo de 8 dias para cada réu.
- art. 7º, XIV, Estatuto da OAB (lei 8.906/94). São direitos dos advogados: XIV – examinar em qualquer
repartição policial, mesmo sem procuração, os autos do processo ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.

Extinção da Apelação sem Julgamento de Mérito:


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- deserção: quando houver falta de preparo, por outro lado, no processo penal, a única ação que exige preparo é a
ação privada.
- fuga do preso: art. 585, CPP. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar
fiança, nos casos em que a lei admitir.

- no processo administrativo, não há a necessidade da presença do réu (súmula do STF).

Efeitos da Apelação:
- devolutivo: devolve, à apreciação da matéria, para a instância superior.
- suspensivo:
- na sentença absolutória: não tem efeito suspensivo, ou seja, ela produz os seus efeitos imediatamente,
enfim, a apelação não tem poder de suspender os efeitos da sentença absolutória.

- art. 596, CPP. A interposição da apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja solto ou posto em
liberdade.

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