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[13.02.2008]
PRISÃO:
- consiste na supressão da liberdade individual.
- liberdade de locomoção (ir e vir).
Espécies:
i. prisão com pena.
ii. prisão sem pena.
i. prisão com pena: é a sanção. Castigo imposto pelo Estado ao indivíduo que praticou uma infração penal. Recebe
após julgamento. Decorre de uma sentença penal condenatória definitiva.
ii. prisão sem pena: prisão de natureza processual; natureza cautelar. Prisão provisória. Nasce de uma necessidade
do processo. O indivíduo ainda não foi condenado, mas já está sendo processado. Forma de manter o indiciado
próximo ao processo. Prevenir a possibilidade de o preso não acompanhar a instrução do processo.
Art. 5º, LXII, CF/88. A prisão de qualquer pessoa e o local onde ela se encontrará serão comunicados ao juiz
competente, a família do preso ou a pessoa por ele indicada.
- que tipo de prisão o referido artigo se refere? À prisão em flagrante.
- auto de prisão em flagrante: deve ser encaminhado ao juiz competente num prazo de 24 horas. Serve para que o
juiz analise se a prisão é legítima ou não. O juiz analisa também se a prisão cumpriu todas as exigências. Havendo
vício, o juiz deverá relaxar a prisão, pois se trata de prisão ilegal.
- relaxar: termo utilizado em casos de prisão ilegal.
Art. 5º, LXIII, CF/88. O preso será informado dos seus direitos, entre os quais, o de permanecer calado e o de ter
assistência de advogado.
- o preso não está obrigado a responder a qualquer diligência, mesmo diante do juiz (na fase processual) não será
obrigado a dizer nada contra a sua vontade. Há que se aguardar a presença do advogado para iniciar a inquirição.
Art. 5º, LXIV, CF/88. O preso tem direito à identificação das pessoas que o prendem, assim como das pessoas que
são responsáveis por seu interrogatório policial.
Art. 5º, LXV, CF/88. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade competente (autoridade
judiciária), ou seja, mandará liberar o preso.
Art. 5º, LXVI, CF/88. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei permitir a liberdade provisória
com ou sem fiança.
- havendo a possibilidade de liberdade, o juiz é obrigado a concedê-la, ou seja, desde que todos os requisitos sejam
preenchidos.
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- ordem da autoridade judiciária: mandado de prisão.
Mandado de prisão:
Art. 285, CPP. A autoridade que determinar a prisão mandará expedir o mandado de prisão.
- a falta de algum dos requisitos poderá acarretar um vício do mandado, possibilitando a declaração de nulidade,
assim, advém o relaxamento da prisão.
Execução do mandado:
Art. 286, CPP. O mandado será passado em duplicata (ou seja, em duas vias). Quando o preso sofrer a prisão,
receberá uma via, constando data e local da prisão. A outra via será constada com assinatura do preso para que seja
juntada ao processo, sobre incumbência do Oficial de Justiça.
- o Oficial de Justiça conduzirá o preso ao local, propriamente dito, de prisão.
- caso o preso recuse assinar a via destinada ao oficial, este fará constar o ocorrido em declaração e solicitará a
assinatura de duas testemunhas.
- sujeito do mandado: pessoa que se encontra na jurisdição do juiz do processo, porque o Oficial de Justiça não
cumprirá o mandado fora da sua comarca.
- pessoa fora da jurisdição: será presa por carta precatória, que acompanhará o inteiro teor do mandado
(art. 289, CPP).
Art. 283, CPP. A prisão poderá ser efetivada a qualquer dia e a qualquer hora, respeitado as limitações relativas à
inviolabilidade do domicílio.
Art. 5º, XI, CF/88. A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poderá penetrar sem consentimento do
morador, salvo nos casos de:
- flagrante delito (crime acontecendo).
- desastre (por exemplo: vazamento de gás).
- para prestar socorro (por exemplo: acudir um vizinho que está desacordado).
- durante o dia, por determinação judicial, com o mandado nas mãos.
Art. 294, CPP. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o artigo anterior, no que for aplicável.
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Uso da força (sobre a pessoa):
- hipóteses:
- tentativa de fuga.
- resistência à prisão.
Prisão especial:
- se dirige apenas à prisão provisória, para aquele que ainda está sendo processado.
- tem como característica principal separar o preso provisório dos demais.
Art. 295, § 3º, CPP. Estabelece como devem ser os estabelecimentos prisionais especiais:
- poderá consistir em alojamento coletivo.
- salubridade do ambiente.
- aeração, insolação e condicionamento térmico adequados.
[20.02.2008]
PRISÃO EM FLAGRANTE:
- o delito que está acontecendo.
Art. 5º, LXI, 1ª parte, CF/88.
- ‘flagrare’: arder.
- prisão de natureza cautelar.
- pressupostos da medida: ‘fumus boni iuris’ e ‘periculum in mora’.
Obs.: o delito chama-se ato infracional e não crime, como dito ao delinqüente normal.
- aos parlamentares:
- segundo o art. 86, § 3º, CF/88, os parlamentares não poderão ser presos em flagrante, enquanto não
sobrevier sentença condenatória.
- para que o parlamentar seja julgado, há a necessidade de que a casa, à qual faça parte, dê a autorização
para tanto.
- advogado em exercício da função:
- não poderá ser preso, desde que esteja respaldado no processo defendido.
- Presidente da República:
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- não poderá ser preso em flagrante, mas poderá ser definitivamente preso após sentença condenatória
definitiva, ou seja, quando o processo transitar em julgado.
- imunidade diplomática:
- exclusivamente aos embaixadores, há um acordo internacional firmado entre os países que essas pessoas
estão creditadas.
- os embaixadores não são julgados pelos crimes praticados no país onde eles estão creditados, mas pelo
país de origem.
- causadores de acidente de trânsito, mas que prestou socorro à vítima:
- não há prisão em flagrante para aqueles que causaram o acidente de trânsito, mas socorreram a vítima.
- não há prisão em flagrante para aquele que procurou a autoridade e se entregou. Art. 317, CPP.
Espécies de flagrante:
Art. 302, CPP.
- flagrante próprio:
i. está cometendo a infração penal (aquele que é surpreendido realizando a conduta prevista na lei como crime. O
autor foi surpreendido na prática).
ii. acaba de cometer o crime (a pessoa é encontrada imediatamente após ter cometido o crime. Ou seja, pela
situação, presume-se quem cometeu o crime).
- flagrante impróprio:
iii. perseguido, logo após a prática do delito, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa (logo após: um
crime acaba de ser cometido. A vítima descreve o autor do crime por suas características. As autoridades saem à
procura ininterrupta deste autor).
- flagrante presumido:
iv. é encontrada, logo depois, com instrumento, arma, papéis que indiquem ser o autor do crime (por exemplo: um
policial, em rotina, revista algumas pessoas e descobre que a arma que uma dessas pessoas porta foi utilizada num
crime de dois dias atrás).
- prazo para lavratura do auto de prisão: a lei não diz. A idéia que a própria lei dá é de que seja feita
imediatamente após a prisão. Art. 304, CPP.
[27.02.2008]
Art. 306, CPP. Reflete a garantia dada pela Constituição a respeito da comunicabilidade da família ou pessoa
indicado pelo preso, e do juiz.
- conduzido: coberto por garantias, uma delas é o de ser ouvido por último, possibilitando, assim, que, após ouvir o
que foi dito pelas pessoas anteriores, calculará sua defesa para tudo o que foi declarado.
- testemunhas: não basta somente uma, mas duas. O próprio condutor poderá ser tido como uma das testemunhas.
- na fase do inquérito, o conduzido será ouvido na presença de um defensor, mas, por outro lado, não há a
possibilidade de ser beneficiário da assistência judiciária para tanto.
- acusado menor: maior de 18 anos e menor de 21 anos; justifica-se no fato de que esta pessoa não tem pleno
desenvolvimento da capacidade racional.
- não há a necessidade de curador no interrogatório ao acusado menor, após a advinda do CC/02.
- a auto em flagrante não poderá ser entregue sem que haja o interrogatório, pois será dotado de nulidade, porém,
há exceção: caso em que o acusado estiver, por exemplo, hospitalizado; a autoridade fará constar essa circunstância
no auto.
Art. 304, § 3º, CPP. Se o preso em flagrante se recusar ou não puder assinar o auto de prisão em flagrante, a
autoridade chamará duas testemunhas, lerá o inteiro teor do auto e as duas testemunhas assinarão por ele.
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Comunicação da prisão à autoridade judiciária:
Nota de culpa:
- deve ser entregue ao preso num prazo de 24 horas (art. 306, § 2º, CPP).
- documento que o preso recebe, o qual fica informado da data da prisão, o motivo da prisão (breve resumo dos
fatos e o enquadramento desses fatos num tipo penal), o nome do condutor, o nome das testemunhas que foram
ouvidas no auto de prisão em flagrante.
- a não entrega da nota levará à prisão nula, provocando a soltura do preso, por relaxamento de prisão.
Prisão temporária:
Lei 7.960/89.
- modalidade de prisão de natureza provisória/ cautelar.
- finalidade: privar a liberdade para auxiliar as investigações no inquérito policial, ou seja, a finalidade é
puramente na fase do inquérito.
- necessidade: quando a autoridade policial precisar reunir argumentos ou elementos com relação à pessoa, que é
um mero suspeito, e enquanto investiga, não pode deixar o suspeito solto.
- foi o ressurgimento do antigo instituto denominado prisão para averiguar.
- é uma prisão por tempo determinado.
- para que a prisão temporária seja tida como eficiente, há de ter a presença:
- ‘fumus boni iuris’ (quando há razão de que o acusado cometeu um crime grave).
- ‘periculum in mora’.
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- ou seja, deve haver a combinação do inciso I + II ou II + III.
Art. 2º, § 2º, lei 7.960/89. A prisão deverá ser fundamentada pelo juiz e prolatada dentro de 24 horas contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
Art. 93, IX, CF/88. Fundamentação de todas as decisões, sob pena de nulidade.
- o juiz, de ofício, poderá requerer a apresentação da pessoa, ou mais informações pela autoridade policial para
decidir sobre a prisão (art. 2º, § 3º, 1ª parte, lei 7.960/89).
Art. 2º, § 3º, 2ª parte, lei 7.960/89. Possibilidade de o juiz submeter o acusado ao exame de corpo de delito, ou
melhor, sempre solicitará, pois este ato garante a integridade física do preso, tendo, então, de ser feita antes da
prisão e na soltura do preso.
- o juiz deverá pedir o exame num prazo de 24 horas.
- prazo de duração da prisão temporária: 5 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e
comprovada necessidade à prorrogação.
- a prorrogação tem que ser pedida antes do término do 5º dia.
- decretada a prisão, o auto será tido da mesma forma como o expedido à prisão ‘normal’ (duas vias e a nota de
culpa entregue ao indiciado). Art. 2º, § 4º, lei 7.960/89.
[05.03.2008]
Prisão Preventiva:
- medida que poderá ocorrer tanto na fase do inquérito quanto do processo.
- depende de pressupostos: art, 312, CPP.
1. prova de existência do crime: isto é, prova da materialidade do crime, ou seja, prova de que o crime
realmente aconteceu.
- prova de que, pelo menos, há indícios do crime, não precisa ser a prova de certeza do crime.
- aos pressupostos deve haver algum fundamento previsto em lei.
2. indícios da autoria.
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- ameaça a ordem pública aquela pessoa que está sendo processada criminalmente, mas ainda assim está
freqüentando os mesmos lugares que antes freqüentava e andando com as mesmas pessoas que antes saía.
- há ameaça à ordem pública quando o juiz considera a pessoa como ameaçadora, ou seja, a partir de
condutas vistas, o juiz o considera como ameaça ou perigo à ordem pública.
Lei 8.137/90. Define crimes contra a ordem pública econômica e contra as relações de consumo, e da outras
providências.
2. conveniência da instrução:
- a prisão será decretada para que a pessoa não atrapalhe o bom andamento da coleta de provas; para que o acusado
não atrapalhe o bom andamento do inquérito ou do processo.
Enfim, para decretar a prisão preventiva, há de ter a presença dos pressupostos e dos fundamentos.
Não é a qualquer tipo de crime que caberá a prisão preventiva, para isso, há que ver as condições de
admissibilidade.
- condições de admissibilidade:
Art. 313, CPP.
I - crimes dolosos punidos com reclusão.
II - crimes punidos com detenção no caso de o réu ser vadio ou sem identificação.
- vadio: pessoa sem ocupação alguma.
III - réu for reincidente em crime doloso.
- salvo: no art, 64 (antigo 46), do CP, ou seja, deve-se observar se já não há o intervalo de 5 anos entre
um crime e outro e que não se trata de crimes militares próprios ou políticos.
IV - (lei 11.340/06). Lei da violência doméstica e familiar contra a mulher.
- art. 20, lei 11.340/06. Prevê a prisão preventiva.
- a vítima pode pedir ao juiz algumas providências para a segurança dela. São as medidas
protetivas de urgência (o juiz as toma, determinando que o acusado mantenha distância da vítima e, em caso de
descumprimento dessa medida, o juiz decretará a prisão preventiva do indivíduo).
- quando uma pessoa se apresenta espontaneamente perante a autoridade policial, não poderá ser presa em flagrante
delito, por outro lado, a autoridade policial poderá requerer a prisão preventiva deste indivíduo (art. 317, CPP).
- fundamentação:
Art. 93, IX, CF/88. Obrigatoriedade da motivação de todas as decisões. Enfim, o despacho que decretar a prisão
preventiva deverá ser motivado.
- ou seja, não basta fundamentar com a lei, mas deve indicar as razões úteis que o levou a tomar tal decisão.
- Convenção Americana (Pacto de São José da Costa Rica): o Brasil é signatário de tal documento, que zela a
respeito da duração razoável do processo, por isso não há como decretar o tempo suficiente que o indivíduo ficará
em prisão preventiva.
Liberdade provisória:
- a qualquer momento o indivíduo poderá ser preso.
- consiste no substitutivo, também, da prisão provisória, em hipóteses que a lei permite.
- pressupostos:
1. prisão em flagrante delito.
2. prisão decorrente da pronúncia.
3. prisão que decorre de sentença penal condenatória recorrida.
- numa prisão em flagrante, ilegal por algum motivo, esta deverá ser relaxada, mas se for legal, o que há de tentar é
a liberdade provisória, se assim estiver previsto em lei.
- a liberdade provisória é uma garantia constitucional (art. 5º, LXVI, CF/88). Ninguém será levado à prisão ou
nela mantido quando for possível a liberdade provisória, com ou sem fiança.
- art. 310, § único, CPP. Se o juiz constatar, pelo auto de prisão em flagrante, ausência dos
fundamentos da prisão preventiva.
[12.03.2008]
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Art. 350, CPP.
- o crime é afiançável.
- acusado é pobre, não tem condições de recolher a fiança.
- o juiz poderá conceder a liberdade provisória vinculanda-a às obrigações constantes dos artigos 327 e 328, CPP:
i. comparecer a todos os atos do inquérito ou da instrução criminal e para julgamento.
ii. não mudar de residência sem autorização do juiz do processo.
iii. não se ausentar, por mais de 8 dias, sem comunicar ao juiz do processo.
iv. não praticar nova infração penal.
Por exemplo:
- Antero foi preso em flagrante por crime afiançável.
- Antero é pobre e não pode recolher a fiança.
- Antero obtém liberdade provisória com fundamentação no artigo 350, CPP.
- no decorrer do processo, Antero muda de residência sem autorização do juiz do processo.
- chegando o fato ao conhecimento do juiz, Antero tem revogada sua liberdade provisória e é preso.
- poderá Antero obter, novamente, a liberdade provisória?
- Sim. Poderá pedir novamente a liberdade provisória com fundamento no artigo 310, § único, CPP,
pois com o § único mencionado a obrigação dele é somente a de comparecer aos atos a que foi
convocado e esta não foi a condição descumprida, uma vez que ele apenas mudou de residência.
- A sanção por ter mudado de residência ele já recebeu, então bastará ao advogado que fundamente
com outro artigo.
- são as hipóteses que a lei se utiliza da expressão: ‘se livra solto’ – quantidade de pena prevista para o crime.
Art. 323, III e IV, CPP. Não se aplica mais, pois a lei do juizado especial penal mudou estas disposições.
- não será concedida e fiança:
III – crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade e réu reincidente.
IV – prova de que o réu é vadio.
Fiança:
- garantia real: prestada pelo indiciado (acusado) para obter a liberdade provisória.
- depósito: dinheiro, pedras, objeto ou metais preciosos, títulos da dívida pública (federal, estadual ou municipal)
ou hipoteca (quando inscrita em primeiro lugar).
Art. 330, CPP.
Finalidade da fiança:
- colocar o afiançado em liberdade.
- custas do processo.
- indenização da vítima.
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- multa.
Art. 336, CPP. O dinheiro dado como fiança ficará para custeio do processo, indenização do dano e da multa, em
caso de o réu ser condenado ao final do processo.
Art. 335, CPP. Recusando ou demorando a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele representado, poderá
solicitar, por simples petição, à autoridade judiciária.
Valor da fiança:
- deve ser um valor que a pessoa que não tenha condição financeira possa pagar.
- mas, também, não pode fixar uma fiança que, determinadas pessoas, não sintam nada.
- a fiança tem que causar dor ao indivíduo, para que, assim, ele sinta a perda e continue no processo.
Art. 325, CPP. Escalonamento para o valor da fiança. Relaciona-se com a pena prevista para o crime.
I – pena de até 2 anos: de 1 a 5 salários-mínimos.
II – pena de até 4 anos: de 5 a 20 salários-mínimos.
III – pena superior a 4 anos: de 20 a 100 salários-mínimos.
- a lei permite que o juiz avalie o valor da fiança, pois pode perceber que o valor, mesmo sendo o mínimo, não
poderá ser paga pelo réu.
- o juiz pode diminuir a fiança em 2/3 (art. 325, § 1º, I, CPP).
- o juiz pode aumentar a fiança em 10x (art. 325, § 1º, II, CPP).
- individualização:
- não pode aplicar a fiança igual a todos, há a necessidade da individualização, levando em conta:
- natureza da infração.
- condições pessoais e vida pregressa do indiciado ou do acusado.
- circunstâncias que indicam a periculosidade do indiciado ou acusado.
- importância provável das custas do processo, até o final do julgamento.
Art. 326, CPP.
Extinção da fiança:
1. quebramento da fiança:
- acusado é intimado para um ato processual e não comparecendo, também não justifica a sua ausência.
Art. 327, CPP. Trata do mesmo assunto. A fiança tomada por termo, deverá o indiciado ou acusado
comparecer aos atos de que for intimado para tanto, não comparecendo, a fiança será tida como quebrada.
- pratica uma nova infração.
- obrigação.
Art. 328, CPP. O réu afiançado não poderá mudar de residência sem comunicar a autoridade competente.
Ou ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência sem comunicar a autoridade processante.
- ou seja, descumprindo essas obrigações, ele quebra a fiança concedida.
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Art. 341, CPP. O réu quebrará a fiança quando, intimado, deixar de comparecer e não justificar a sua ausência ou
quando praticar outra infração penal.
[19.03.2008]
Procedimento da fiança:
Artigos 337 a 339 e 341, CPP.
- 48 horas – qualquer pedido de liberdade provisória com fiança: juiz libera de pronto.
- sendo crime afiançável, obtém a liberdade imediatamente.
Lei de crimes hediondos (lei 8.072/90): estabeleceu, no artigo 2º, § 1º, que as penas aplicadas aos crimes
hediondos e equiparados serão cumpridos em integral regime fechado.
- a pena para crimes hediondos, e equiparados, será cumprida em regime inicial fechado (3/5 da pena – agora!). HC
82709 (18.12.2007) – decisão unânime.
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[26.03.2008]
Nulidades:
Art. 563, CPP. Nenhum ato será declarado nulo se não houver prejuízo para a acusação ou para a defesa.
- a lei se preocupa com a forma com que os atos processuais são praticados.
- uma questão de seguir formalidades para não incorrer em prejuízo.
- as partes devem ser intimadas de todos os atos do processo, por exemplo.
- quando um ato é praticado sem observância das formalidades legais, diz-se que esse ato é atípico.
- fato atípico: características:
1. inexistente.
2. irregular.
3. nulo.
1. ato atípico inexistente: quando o vício que deriva do descumprimento da formalidade é tão grande que o ato
não é capaz de causar qualquer efeito no mundo jurídico.
2. ato atípico irregular: aquele em que o vício não é grave. Considerado uma mera irregularidade que não chega a
afetar o ato praticado, ou seja, pode permanecer no processo pelo fato de não ter comprometido a finalidade deste
ato.
3. ato atípico nulo: o ato produzido faz efeitos, mas deverá ser refeito de acordo com o que a lei dispõe.
- inadequação entre o que a lei determina e o que foi praticado.
- caso não seja refeito, o ato poderá ser todo eivado de declaração de nulidade.
- não é algo que acontece automaticamente, há a dependência de declaração do juiz para tanto.
- o ato tem um vício e o juiz declara a sua nulidade.
- a nulidade poderá ser argüida até mesmo após o trânsito em julgado, desde que se trate de sentença condenatória,
pois este tipo de sentença pode ser revista mesmo após o trânsito em julgado.
- a sentença absolutória transitada em julgado nunca poderá ser mudada, pois esta é a segurança do réu.
- nulidade absoluta.
- traz um prejuízo evidente e manifesto, ou seja, o vício do ato é tão grave que ninguém questiona tal
prejuízo.
- vício que geralmente compromete garantias constitucionais.
- atinge o próprio interesse público.
- este tipo de processo não chegará a um resultado justo.
- é uma nulidade insanável, ou seja, não há como consertar aquele ato, há de refazê-lo.
- alegada em qualquer fase do processo.
- declarada pelo juiz de ofício, ou seja, não há a necessidade de qualquer indivíduo argüir.
- nulidade relativa.
- aquela que pode ser sanada de alguma forma, ou seja, há como aproveitar o ato. Há como o vício se
convalidar no processo.
- depende de argüição das partes, bastando ao juiz que espere.
- em caso de ninguém argüir o vício, o ato continuará da mesma forma com que foi recebido.
- a parte prejudicada que pede ao juiz.
- não é um vício que atinge o processo como um todo.
- a parte deve demonstrar interesse no seu conhecimento, para isso, ela deve demonstrar o prejuízo, pois
este não é evidente.
- após a preclusão não haverá a possibilidade de argüir o defeito.
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Critérios para decretação da nulidade:
- sistema formalista: o ato, sendo descoberto, terá de ser refeito.
- instrumentalidade da forma: não se preocupa com a forma com que os atos processuais foram praticados, mas
preocupa-se com o seu conteúdo, ou seja, se a finalidade foi atingida, não há a necessidade de se repetir o ato.
- refazer o ato seria uma perda de tempo, além de gerar custas excessivas.
1. critério do prejuízo: o ato praticado causar ou não prejuízo. É o critério central para decretação da nulidade.
Art. 563, CPP. Não há a nulidade sem prejuízo. Deve-se analisar em cada processo este prejuízo, pois não há a
possibilidade de a lei prever todas as hipóteses concretas de prejuízo.
- deve-se avaliar se aquele ato influiu no resultado do processo.
- nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Art. 566, CPP. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver contribuído para o esclarecimento
da verdade ou influído na decisão da causa.
Súmula 523, STF. No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só
anulará o processo se houver prova de prejuízo para o réu.
Art. 565, CPP. Nenhuma das partes pode argüir nulidade a que tenha dado causa, ou para a qual tenha contribuído,
ou referente à formalidade cuja observância só à parte contrária interessa.
- a nulidade pode ser uma forma de procrastinar o processo, isso não é permitido, pois se essa pessoa
contribuiu, não há o que acusar.
- renovação dos atos: os atos que não foram sanados e que trazem prejuízo terão de ser praticados novamente, ou
até mesmo retificados ou complementados.
- efeitos da decretação das nulidades: quando um ato é declarado nulo, este pode provocar um encadeamento nos
demais atos.
- quando é declarada a nulidade de um ato, os demais, que possuem vínculo com esse ato, também serão nulos (art.
573, § 1º, CPP).
- quem decretará a extensão da nulidade será a juiz (art. 573, § 2º, CPP).
[02.04.2008]
[09.04.2008]
Art. 564, IV, CPP. Há nulidade quando houver omissão de alguma formalidade essencial ao ato.
Art. 568, CPP. Ilegitimidade do representante da parte poderá ser sanada a qualquer tempo, mediante ratificação
de seus atos.
Art. 44, CPP. A procuração deve constar de poderes especiais à propositura da ação, devendo constar o nome do
querelante e menção ao fato criminoso.
- em caso de a procuração ser inepta, o juiz poderá recusar a representação do ofendido, podendo este vício
ser sanado em caso de o ofendido ratificar a representação.
Art. 569, CPP. Pequenas irregularidades ou omissões poderão ser sanadas a qualquer tempo do processo, com
limite na sentença final.
- se estiver ligado aos requisitos da peça, ocorrerá nulidade.
Atos jurisdicionais:
- atos praticados por representante do Poder Judiciário.
- atos praticados pelas partes do processo.
- decisões interlocutórias:
i. decisão interlocutória simples:
- decisões tomadas no curso do processo.
- resolve uma questão que surge no meio do processo, para que o mesmo possa continuar.
- exemplos de decisão no curso do processo:
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- receber ou rejeitar a denúncia.
- quando juiz decretar ou revogar prisão preventiva.
- exceções (por exemplo: a exceção de incompetência): ou ele se admite incompetente ou
terá de abrir outro processo para tanto.
- a decisão interlocutória não tem nada a ver com o mérito da causa.
ii. decisão interlocutória mista: com força de definitiva.
- que encerra a relação processual.
- não julga o mérito.
- art. 581, CPP. Recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença.
- sentença.
- condenatória: quando o juiz julga procedente a acusação.
- absolutória: quando julga improcedente a acusação.
- absolutória própria: quando absolve definitivamente, por qualquer motivo.
- absolutória imprópria: absolve da prisão, mas aplica medida de segurança. Por
exemplo: quando o acusado é considerado inimputável: o fato é crime, é um fato típico, mas a
pessoa que praticou o crime não teve consciência e nem vontade, ou seja, está afastada a
culpabilidade. Sendo assim, o juiz terá de absolver o criminoso, aplicando uma outra medida contra
ele. Por exemplo: ao invés de aplicar a pena de prisão, o juiz decretará a internação em casa de
custódia e tratamento, por achar o criminoso, mesmo que inimputável, de perigo à sociedade.
- sentença é a decisão judicial que encerra a relação processual, decidindo o mérito da causa.
- requisitos da sentença: i. relatório; ii. fundamentação (a fundamentação serve para as
partes proporem um futuro recurso); iii. parte autenticada (assinada e datada pelo juiz, e a
escrevente certifica a autenticidade do assinatura assinando logo abaixo).
- art. 381, CPP. A sentença conterá: I – o nome das partes ou indicações necessárias para
identificá-las; II – expor descrição sucinta da acusação e da defesa; III – indicação dos motivos de
fato e de direito em que se fundar a decisão; IV – artigo de lei (dispositivo onde o juiz começa a
aplicar a pena); IV – data a assinatura do juiz.
- art. 93, IX, CF/88 (todos os julgamentos do órgão Judiciário serão públicos e
suas decisões fundamentadas, sob pena de nulidade).
- despachos de expediente.
- finalidade de movimentar o processo. Não são considerados como decisões, pois só são atos
tomados para que o processo ande.
- não há recurso previsto para esse despacho.
- correição parcial: possibilidade de ‘recorrer’ ao despacho que tumultua o processo.
- a sentença tem a obrigação de ser clara e inteligível, pois a sentença é pública e, por isso, não pode haver palavras
jurídicas, pois todo aquele que decidir consultar deve entender.
- embargos de declaração: quando há obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão na sentença
(art. 382, CPP. Num prazo de 2 dias, qualquer das partes solicitará ao juiz que esclareça sentença).
[16.04.2008]
‘Emendatio libelli’:
- emendar ou corrigir a acusação.
Art. 383, CPP.
- o juiz poderá dar, ao fato, definição jurídica diversa daquela que constar da denúncia ou da queixa, ainda que em
conseqüência disso tenha que aplicar uma pena mais grave.
Princípios:
1. ‘jura novit curia’:
- o juiz quem dá o direito.
- só o juiz tem o direito de dizer a pena aplicável à situação.
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2. ‘nama mimi factum, dabo tibi juris’:
- narra-me os fatos, que te dou o direito.
- [1] por exemplo: o Ministério Público descreve, na denúncia, os seguintes fatos: Amadeu penhorou jóia que lhe
havia sido entregue por Amaro, em confiança, para que lhe guarda-se enquanto Amaro empreendia uma viagem.
- crime: art. 155, CP (furto).
- juiz (sentença): aplicará a pena correta, ou seja, dará aos fatos a definição jurídica diversa daquela que
constou da denúncia, aplicando a pena do art. 168, CP (apropriação indébita).
- [2] por exemplo: o Ministério Público diz: Amadeu, no dia xx/xx/xxxx subtraiu o relógio de ouro de Amaro para
vender e apoderar-se do dinheiro.
- crime: art. 157 (roubo).
- juiz (sentença): aplicará o art. 155 (furto).
‘Mutatio libelli’:
Art. 384, CPP.
- mudança na acusação.
- se o juiz reconhecer a possibilidade de nova definição jurídica dos fatos, em conseqüência de prova existente nos
autos, de circunstância elementar não prevista, implícita ou explicitamente, na denúncia ou na queixa.
- surge no decorrer do processo uma circunstância nova, não prevista na acusação.
- circunstância elementar:
- por exemplo: durante um julgamento, uma testemunha traz um novo fato que não havia no processo: a
testemunha diz que o acusado, quando do roubo, tinha todas as chaves do cofre, tinha toda confiança do dono do
cofre.
- quando da circunstância nova, o juiz deve dar oportunidade à pessoa do acusado se defender, num prazo de 8 dias,
podendo arrolar até 3 testemunhas.
- se com os novos fatos mudam a acusação e a nova acusação constitui uma conduta, para a qual se prevê a mesma
pena da narração anterior, ou uma pena menor, o procedimento que o juiz terá de adotar será aquele previsto no
art. 384, ‘caput’, CPP.
- defesa terá um prazo de 8 dias para falar e, também, a possibilidade de arrolar até 3 testemunhas.
- se a nova acusação, decorrente dessas novas circunstâncias, levar a uma conduta cuja pena é mais pesada do que a
narração anterior, o procedimento que o juiz deverá seguir é a do art. 384, § único, CPP.
- o juiz abrirá vistas ao Ministério Público e, posteriormente, dará 3 dias para que a defesa ofereça provas,
podendo, também, arrolar até 3 testemunhas.
Procedimento:
Art. 384, ‘caput’, CPP.
- manifestação da defesa.
- prazo: 8 dias.
- poderá produzir provas e arrolar até 3 testemunhas.
Publicação de sentença:
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- enquanto a sentença não for publicada, não haverá efeito algum.
- uma vez publicada, a sentença é irretratável.
- intimará as partes.
- o que pode ocorrer é o juiz fazer alguma correção, mas nunca mexer no conteúdo da sentença.
- efeitos após o trânsito em julgado: se durante esse processo forem tomadas medidas assecuratórias (tomar
patrimônio do acusado), o juiz deverá liberar os bens arrestados, que ficaram aguardando o julgamento do acusado.
- réu afiançado e for absolvido, o acusado terá integral devolução da fiança.
Sentença condenatória:
- ‘julgo procedente a acusação’. Ou seja, quando o juiz está de acordo com a acusação. Quando provada a
existência do crime e da autoria.
- o juiz entenderá o que é suficiente e necessário para a reprovação e prevenção daquele crime, de acordo com o
perfil do criminoso.
- circunstâncias agravantes ou atenuantes: parte geral do Código Penal (art. 61 a 65, CP).
- causas de aumento e diminuição da pena: como, por exemplo, a tentativa. O juiz aplica o que achar que deve.
- fixação do regime: fechado ou aberto, de acordo com a quantidade de pena aplicada.
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[23.04.2008]
Art. 594, CPP. (sofreu modificação). Houve alteração deste, mas não houve atualização do art. 393, CPP.
- o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão ou prestar fiança, salvo se primário e de bons
antecedentes, assim reconhecidos na sentença condenatória ou condenado por crime de que se livre solto.
- crime inafiançável: primário e de bons antecedentes poderá aguardar o recurso em liberdade. Não
precisa se recolher à prisão.
- crime inafiançável: não é réu primário e de bons antecedentes, se estiver preso permanecerá, mas se
estiver solto, recolher-se-á à prisão.
- crime afiançável: se o réu for primário e de bons antecedentes, permanecerá solto, e não precisará prestar
fiança.
- efeitos da sentença condenatória, após o trânsito em julgado: quando não caberá mais recurso.
I – aplicação da pena. Cumprimento, execução da pena.
- prisão preventiva não funciona como pena, portanto, não conta como cumprimento da pena de prisão.
II – se houve prejuízo causado à vítima, cabe a obrigação de indenizar a vítima. Basta a vítima executar o título no
ramo cível.
III – lançamento do nome do réu no rol dos culpados.
- em caso de cometer um novo crime, por causa desse lançamento de nome, o réu será considerado como
reincidente.
IV – efeitos secundários: art. 92, CP. O juiz deverá fazer constar na fundamentação de sua sentença: i. perda de
cargo, função pública ou mandato eletivo; ii. perda da carteira de habilitação, quando utilizada como meio para a
prática do crime.
V – perda dos direitos políticos: art. 15, III, CF/88.
Procedimento:
- coordenação dos atos processuais.
- não são praticados aleatoriamente, pois há atos ordenados.
- pena: reclusão e detenção. Primeiro critério diferenciador.
- procedimento especial:
1. crimes dolosos contra a vida: artigos 121 a 127, CP (homicídio simples, homicídio
qualificado,homicídio culposo, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, infanticídio e os diversos tipos
de,aborto).
- art. 74, CPP. Esses crimes serão julgados pelo Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII, CF/88.
Reconhecimento da instituição do júri, desde que respeitados: i. a plenitude da defesa; ii. o sigilo das votações; iii. a
soberania dos veredictos; iv. competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida).
2. crimes de responsabilidade dos funcionários públicos: artigos 513 a 518, CPP.
3. crimes da lei de tóxicos: lei 11.343/06.
- como há especificidade na lei ao procedimento especial, outro não poderá ser aplicado.
4. crimes falimentares: lei 11.101/05.
5. crimes contra a honra: artigos 519 a 523, CPP (crimes de calúnia e injúria).
[30.04.2008]
Art. 394, CPP. Quando do recebimento da denúncia, o juiz irá marcar data de interrogatório e a citação do
acusado.
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- o interrogatório se fará de acordo com as normas do processo penal. Findo o interrogatório, como a presença do
advogado é obrigatória, já sai intimado para apresentar a defesa prévia (art. 395, CPP. O réu ou seu defensor
poderá, dentro do prazo de 3 dias, contados do interrogatório, para apresentar alegações escritas e arrolar
testemunhas). Por ser a primeira oportunidade de defesa nos autos, pode se manifestar de qualquer forma para se
defender. Entre eles há o oferecimento do rol de testemunhas. Tem que ser feito naquele momento, sob pena de
preclusão.
- defesa prévia tem prazo de 3 dias para ser oferecida, contados a partir da data do interrogatório.
Art. 396, CPP. Apresentada ou não a defesa, o juiz dará andamento ao processo – a instrução começa agora –
iniciando-se com a acusação.
Art. 397, CPP. Se a testemunha não for encontrada, será necessária a sua substituição, pedido esse que será
deferido pelo juiz.
- não se pode substituir nem oferecer rol depois.
- para que haja a possibilidade de substituição das testemunha, não se poderá incorrer em prejuízo:
- art. 41, ‘in fne’, CPP. A denúncia ou a queixa conterá a exposição do fato criminoso, suas
circunstâncias, qualificação do acusado, classificação do crime, e, quando necessário, rol de testemunhas.
- art. 395, CPP. O réu ou seu defensor poderá, dentro do prazo de 3 dias, contados do interrogatório, para
apresentar alegações finais e arrolar testemunhas).
Art. 398, CPP. Número máximo de testemunhas: oito testemunhas para acusação e defesa – crimes punidos com
reclusão, serão oito testemunhas para cada um, independente da quantidade de partes.
- testemunha que presta compromisso – só essa é válida – art. 398, § único, CPP.
- o juiz poderá ouvir testemunhas que considere pertinentes – testemunhas do juízo (ouvida por iniciativa do juiz).
Art. 401, CPP. As testemunhas de acusação serão ouvidas em um prazo de 40 dias se o réu estiver livre e em 20
dias se o réu estiver preso.
Art. 401, § único, CPP. Prazo começa a contar a partir dos 3 dias que o réu ou seu defensor tinham para apresentar
suas possíveis testemunhas.
Art. 498, CPP. Permitir às partes requererem diligências, se manifestarem, como se fosse a última vez que
pudessem pedir algo – tem prazo de 24 horas, para cada uma das partes.
Art. 500, CPP. se não requerer nada nesse tempo, ou concluídas as exigências requeridas,, o juiz abrirá prazo para
as alegações finais no prazo de 3 dias, sucessivamente:
I - ao Ministério Público ou ao querelante;
II – ao assistente, se tiver sido constituído;
III - ao defensor do réu.
Art. 500, § 1º, CPP. O prazo de 3 dias é comum para todos os defensores e os autos ficarão em cartório, para que
todos consultem.
Art. 500, § 2º, CPP. O Ministério Público, no caso de ação privada ou na ação pública iniciada por queixa, terá
vista dos autos depois do querelante.
- as alegações serão por escrito; acusação e defesa podem comentar todo o processo, levantando pontos importantes
e favoráveis a convencer o juiz de sua tese.
Art. 502, CPP. Findo os prazos, os autos vão para a conclusão à sentença ao juiz, que dentro de 5 dias poderá
ordenar diligência que julgue necessárias.
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- nem sempre o juiz sentencia de pronto, pois ainda pode não ter formado o seu convencimento, pode transformar
em diligência o julgamento.
Art. 800, I, CPP. Os juízes darão seus despachos e decisões dentro do seguinte prazo: I – 10 dias se a decisão for
definitiva ou interlocutória mista.
Art. 800, § 3º, CPP. Mediante motivo justo, o juiz poderá exceder em igual período o prazo estabelecido.
- procedimento ordinário: quanto mais grave o crime, maior será a oportunidade para a defesa, por isso demora.
- lei do JECRIM: menor potencial ofensivo – são aquelas penas que não excedem a 2 anos.
- crime punido por detenção, onde a pena máxima é superior a 2 anos – sai da lei do JECRIM.
- é o preso punido por detenção, a pena não excede a 2 anos, mas o caso é muito complexo – no Juizado não há
inquérito.
- recebimento pelo juiz (quando recebe formalmente a peça acusatória). Juiz manda citar o(s) acusado(s) em tal dia
e tal hora para ser(em) interrogado(s). Após o interrogatório, poderá apresentar defesa prévia e arrolar somente 5
testemunhas, pois há menor gravidade no crime. Depois determinará audiência para oitiva das testemunhas (5
também) para acusação.
- depois juiz profere, como se fosse um despacho saneador do processo, para ir ao último andamento, uma
audiência onde se analisa tudo (audiência de instrução e julgamento).
- procedimento sumário: as partes, ouvindo a sentença, tomam ciência a partir daquele momento para recorrer
(prazo contará a partir da data de audiência).
[07.05.2008]
- o recurso será sempre endereçado a um órgão superior àquele que deu a decisão.
- ‘habeas corpus’: poderá ser utilizado mesmo após o trânsito em julgado do processo.
- revisão criminal: é exigido o trânsito em julgado da decisão para que possa ser proposta, mas não há relação
direta com o processo anterior.
Art. 5º, § 2º, CF/88. É matéria constitucional tudo aquilo que emana dos princípios da Constituição, mesmo que
esses não estejam expressamente previstos nela.
- por meio do recurso, no que se refere à sua utilização, se quer modificar a decisão, ou anulá-la, e isso só pode ser
feito por quem se sinta prejudicado.
- todo recurso é voluntário (utilizará o recurso se quiser. Utilizado por aquele que quiser ver a modificação da
decisão que recorrerá).
- recurso total: quando se impugna a decisão como um todo. Está insatisfeito com tudo o que foi decidido.
- recurso parcial: a insatisfação está em somente um aspecto, por exemplo: combater somente o regime imposto
ao cumprimento da pena.
- recurso obrigatório: mas não é para as partes. É o chamado recurso obrigatório ou o recurso de ofício. Dado
para o juiz.
- ou seja, o recurso dá a decisão e ele mesmo recorre dela, fazendo com que este suba ao Tribunal.
- súmula 423, STF. Não transita em julgado a sentença por ter omitido recurso de ofício.
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3. decisão que absolve sumariamente o réu nos termos do art. 411, CPP (o juiz absolverá, desde logo, quando se
convencer da existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, recorrendo, de ofício, da sua
decisão).
- absolver sumariamente: juiz toma do procedimento do júri, ou seja, antes de mandar para o Tribunal do
Júri, o juiz entende que o réu, pelas evidências, não é o culpado.
- quando decreta a absolvição sumária, o juiz está impossibilitando a competência do júri.
- quando o juiz não determina o recurso de ofício, não há impedimento que as partes requeiram o reexame daquela
decisão.
- deve-se utilizar o recurso adequado para cada decisão, porém, há vigente a possibilidade de fungibilidade dos
recursos (sendo interposto o recurso errado, o Tribunal poderá recebê-lo como se fosse o recurso correto para não
prejudicar o acusado) Art. 579, CPP. Salvo as hipóteses de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de
um recurso por outro.
- para isso, há que se analise a boa-fé ou a má-fé, levando por analogia o Código de Processo Civil.
- por exemplo:
1. decisão desfavorável para a defesa.
2. defesa recorre.
3. o advogado acha ser o recurso correto o Y (com prazo de 5 dias).
- enquanto que o verdadeiro seria o recurso X (com prazo de 3 dias).
4. Tribunal considerará como de má-fé, pois utilizou do recurso que continha o prazo maior.
- usou o recurso errado, com prazo maior e interpôs no prazo final do maior dos recursos.
- concluindo, há má-fé quando o recurso errado for utilizado no prazo estabelecido, em lei, e há boa-fé quando o
recurso errado é utilizado no prazo do correto.
- o recurso tem que ser tempestivo, o prazo não se prorroga, não suspende e não interrompe.
- prazo contado de acordo com o art, 798, § 1º, CPP (inclui o último e exclui o primeiro).
3. e 4. Eles têm legitimidade direta. A vontade do réu e a do seu defensor poderá ser diversa, por isso essa
‘individualidade’, pois se o acusado quiser recorrer e o advogado não quiser fazer o recurso, prevalecerá a sua
vontade, bastando comunicar essa sua vontade no próprio processo, cabendo ao juiz comunicar ao réu caso o seu
advogado não queira recorrer, para que este providencie novo defensor.
Legitimidade.
- além dessas pessoas, ainda tem legitimidade para recorrer:
1. a vítima.
2. ou os sucessores da vítima.
- adquire essa possibilidade na hipótese de o réu ser absolvido ou quando o Ministério Público deixa o
prazo para recurso ser escoado.
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- sucessores: cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31, CPP. No caso de morte do ofendido ou sua
ausência, por declaração judicial, o direito de queixa ou de prosseguir na ação passará aos seus representantes
legais). Não há ordem de preferência, mas esta tão somente quando comparecer todos.
- prazo: contado a partir do momento em que o Ministério Público deixa escoar o prazo.
- a vítima deve constituir um advogado, que se habilitará como um assistente do Ministério Público (habilitação por
simples petição dirigida ao juiz).
- prazo: 15 dias para que todo o processo seja concluído: nomeação do advogado e tempo para preparo do
recurso.
- a deserção aparece como uma sanção pelo dano processual (art. 595, CPP. Se o réu fugir depois de haver
apelado, será declarada deserta a apelação), pois há hipóteses em que o juiz declara a possibilidade de recurso
mediante prisão do réu.
[14.05.2008]
- recurso de defesa: trata-se de decisão que só a defesa recorreu, discutindo sobre a existência do crime e/ou da
sua autoria (combate o mérito). O Tribunal constata a nulidade absoluta e poderá/ deverá agir de ofício.
- toda nulidade conhecida de ofício não poderá prejudicar o réu, enfim, se a nulidade prejudicar o réu,
mesmo em se tratando de absolutez, não poderá ser conhecida (súmula 160, STF. É nula a decisão do Tribunal que
acolhe contra o réu nulidade não argüida no recurso de acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício).
- em caso de haver uma nulidade que favoreça o réu e a defesa não a argüiu para favorecer-se, poder-se-á, ainda
assim, ser conhecida de ofício pelo Tribunal, pois este não pode prejudicar o réu, o Tribunal está para zelar pelo
bom andamento e fiscalização do processo.
2. suspensivo: o recurso manterá suspensa a decisão, ou seja, o recurso impedirá que a decisão produza
imediatamente os seus efeitos, portanto, a decisão só produzirá efeitos após análise do recurso.
- em relação à sentença:
i. condenatória: o acusado foi condenado a prisão (4 anos de reclusão, por exemplo).
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a. se o recurso interposto tiver esse efeito (suspensivo), o réu não será preso imediatamente, pois
poderá utilizar do recurso em liberdade, porque suspende temporariamente a pena.
b. se o recurso não tiver o efeito suspensivo, o réu poderá recorrer, mas terá de ser recolhido à
prisão.
ii. absolutória: o recurso nunca tem efeito suspensivo, porque esse tipo de sentença produz os seus efeitos
imediatamente.
3. extensivo: num processo com vários réus e, tão somente um deles, recorre, poder-se-á estender os efeitos aos
demais.
i. objetivo: o acusado argüir, por exemplo, que os fatos caíram na prescrição, os efeitos serão estendidos
aos demais.
ii. subjetivo: algumas hipóteses não decairão em extensão.
Apelação:
Art. 593, CPP. Coloca as hipóteses de cabimento da apelação, no prazo de 5 dias:
I – sentença de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular.
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular, não previstas no capítulo
anterior.
- art. 581, CPP. Recurso em sentido estrito contra decisão, despacho ou sentença.
- numeração considerada taxativa, não havendo previsão neste artigo sobre o cabimento do recurso,
não poderá ser utilizada.
- daí, conforme previsão do art. 593, II, CPP, poderá utilizar-se da apelação, em caso de não
cabimento do recurso no sentido estrito.
III – caberá apelação das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a. ocorrer nulidade posterior à pronúncia.
b. sentença do juiz dada em sentido contrário à lei ou à decisão dos jurados.
c. houver erro ou injustiça no que diz respeito à aplicação da pena ou medida.
d. decisão dos jurados for manifestamente contrária às provas do processo.
Art. 5º, XXXVIII, CF/88. Soberania aos veredictos, ou seja, a decisão do júri é soberana, e, por isso, ela não
poderá ser modificada por Tribunal.
- quando se apela de uma decisão do júri, dependendo do aspecto recorrido, terá um efeito:
- apelar o mérito: o Tribunal não poderá reformar a decisão dos jurados, mas fará determinação de que
aconteça um novo julgamento.
- apelar a sentença (decisão do juiz singular): o próprio Tribunal proferirá a correção.
[04.06.2008]
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Apelação:
- ‘reformatio in pejus’: art. 617, CPP (na reforma da decisão, o Tribunal, câmara ou turma não poderão agravar a
pena, quando somente o réu tiver apelado da sentença).
- não pode a pena ser agravada quando somente o réu tiver apelado da sentença.
- proibição da reforma da decisão para pior, para prejudicar o réu.
- proibição da ‘reformatio in pejus’ indireta: a sentença foi desfeita, mas ainda assim, o réu fica vinculado à pena
da sentença reformada, para que, a próxima, não ultrapasse em sua quantidade.
- recurso interposto somente pelo Ministério Público.
- ‘reformatio in mellius’: quando o Tribunal encontra, no processo, documentos capazes de comprovar fatos à
melhora da pena. Ou seja, além de o réu não entrar com a apelação, este é beneficiado, e ainda incorrendo na
possibilidade de o pedido do Ministério Público não ser atendido, podendo até incorrer o réu em absolvição pelos
fatos levantados somente pelo Ministério Público.
- art. 598, CPP. Esgotado o prazo do Ministério Público, soma-se 15 dias para que o ofendido, ou seu
representante legal, interponha apelação, desprovida de efeito suspensivo.
- assistente do Ministério Público: solicitar, por simples petição, a sua entrada nos autos ou, então, por termo
nos autos (art. 578, CPP. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente
ou por seu representante).
- art. 798, § 1º, CPP. Na contagem do prazo, não se contará o dia de início e incluirá o dia do fim (similar ao ramo
civil).
Art. 601, CPP. Findo os prazos para razões, o processo será remetido à instância superior, com as razões ou sem
elas.
- o prazo de 5 dias serve para dizer que se tem vontade de apelar.
- terá prazo de 30 dias para subir aos Tribunais em caso de o processo incorrer em nulidade por falta de
fórmulas ou termos.
- art. 600, § 1º, CPP. Quando já há assistente nomeado no processo, este arrazoará no prazo de 3 dias, após
escoado o prazo do Ministério Público.
- art. 600, § 3º, CPP. Quando, no processo, houver dois ou mais apelantes, o prazo para recorrer será comum a
todos.
- então, se o prazo é comum, nenhum deles poderá levar o processo do cartório (era o que valia).
- agora, os processos podem ser retirados do cartório, e, em caso de o réu decorrer em prejuízo, bastará que
‘reclame’ ao juiz, que, então, determinará, separadamente, o prazo de 8 dias para cada réu.
- art. 7º, XIV, Estatuto da OAB (lei 8.906/94). São direitos dos advogados: XIV – examinar em qualquer
repartição policial, mesmo sem procuração, os autos do processo ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.
Efeitos da Apelação:
- devolutivo: devolve, à apreciação da matéria, para a instância superior.
- suspensivo:
- na sentença absolutória: não tem efeito suspensivo, ou seja, ela produz os seus efeitos imediatamente,
enfim, a apelação não tem poder de suspender os efeitos da sentença absolutória.
- art. 596, CPP. A interposição da apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja solto ou posto em
liberdade.
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