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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CAMPUS IX


BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALINE SEIXAS CARDOSO PIMENTA


EDILENE VIEIRA DAS NEVES
GIZELLE PATRIOTA SOUZA
LIDIANE MARINHO SANTOS
LUCIENE MARIA DE ALMEIDA;
WILLIAN DE OLIVEIRA MATOS.

PERFIL DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE RECÉM


FORMADO E O MERCADO DE TRABALHO:
Estudo realizado na UNEB-Campus IX.

Barreiras -BA
2010

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ALINE SEIXAS CARDOSO PIMENTA
EDILENE VIEIRA DAS NEVES
GIZELLE PATRIOTA SOUZA
LIDIANE MARINHO SANTOS
LUCIENE MARIA DE ALMEIDA;
WILLIAN DE OLIVEIRA MATOS.

PERFIL DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE RECÉM


FORMADO E O MERCADO DE TRABALHO:
Estudo realizado na UNEB-Campus IX.

Ensaio monográfico apresentado a disciplina de Metodologia


do Trabalho Científico do curso de Ciências Contábeis do
turno noturno,na Universidade do Estado da Bahia.
Orientador: Profº. Pedro Augusto Bittencourt Cerqueira.

TERMO DE APROVAÇÃO
Barreiras-BA
2010

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ALINE SEIXAS CARDOSO PIMENTA
EDILENE VIEIRA DAS NEVES
GIZELLE PATRIOTA SOUZA
LIDIANE MARINHO SANTOS
LUCIENE MARIA DE ALMEIDA;
WILLIAN DE OLIVEIRA MATOS.

PERFIL DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE RECÉM FORMADO E O


MERCADO DE TRABALHO:
Estudo realizado na UNEB-Campus IX

Ensaio Monográfico aprovado como requisito parcial da disciplina Metodologia do Trabalho


Científico, Universidade do Estado da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

Pedro Augusto B. Cerqueira ______________________________________


Mestre em Administração
Universidade do Estado da Bahia.

Barreiras-BA,24 de Agosto de 2010.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, que nos deu as condições necessárias para viver e desenvolver capacidades de
benefício pessoal e social.

À família dos acadêmicos colaboradores e responsáveis pela pesquisa, pelo apoio


incondicional em todos os momentos.

Ao professor Pedro Augusto Bittencourt Cerqueira, pela orientação e incentivo na elaboração


do ensaio monográfico.

Aos funcionários da Universidade do Estado da Bahia, pela prestação de seus serviços em


contribuição com a realização de nossa pesquisa.

Aos egressos do curso de Ciências Contábeis da Universidade do Estado da Bahia, pela


cooperação e receptividade, e por concederem informações essenciais à conclusão do
Relatório de Pesquisa.

Nossos sinceros agradecimentos a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para o


acontecimento desta pesquisa, tão enriquecedora e gratificante, de suma importância para
nosso crescimento como acadêmico de Ciências Contábeis e futuros profissionais da área.

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...E nunca considerem seu estudo como uma obrigação,
mas sim como uma oportunidade invejável de aprender,
sobre a influência libertadora da beleza no domínio do espírito,
para seu prazer pessoal e para o proveito da comunidade
à qual pertencerá o seu trabalho futuro.

Albert Einstein

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RESUMO

Neste trabalho desenvolvem-se os aspectos delineadores do perfil profissional do


recém formado que atua na área contábil. A contabilidade remonta os primórdios e ao longo
de sua evolução, conquistou muitas áreas de atuação e progrediu aperfeiçoando técnicas, que
permitem os contadores desenvolvê-las para alcançar os objetivos dessa ciência. Portanto, a
contabilidade requer um profissional com as habilidades, conhecimentos e competências
necessários para o desempenho de sua função. Nisso, os cursos são responsáveis para preparar
esses profissionais conforme um perfil estabelecido, devendo desenvolver formas de ensino,
coerente com as necessidades do mercado em meio ao contexto socioeconômico em que se
encontram. Diante das inovações aferidas á contabilidade, por meio da evolução comercial e
tecnológica, surge um novo modelo de contador, em que, o mercado atual exige do
profissional de contabilidade, aperfeiçoamento constante e aderência ao mercado competitivo
e globalizado. Dessa forma, este trabalho objetiva traçar o perfil profissional, do qual,os
egressos dos cursos superiores devam possuir para atuarem no mercado de trabalho.Assim,as
pesquisas evidenciam as características de profissionais de contabilidade e acadêmicos do
curso de Ciências Contábeis,demonstrando os tópicos a serem discutidos no que tange ao
melhoramento sua formação.

Palavras-chave: Formação profissional; Perfil profissional; Mercado de trabalho.

ABSTRACT

In this work we develop aspects of the professional profile delineators of the newly formed
that acts in the accounting area. The records date back to the beginning and throughout its
evolution, has won many areas and progressed perfecting techniques that allow accountants to
develop them to achieve the goals of this science. Therefore, accounting requires a
professional with the skills, knowledge and skills necessary to perform its function. In this,
the courses are responsible for preparing these professionals as a profile established, should
develop forms of education, consistent with the needs of the market amidst the socioeconomic
context in which they are. Considering the innovations will be recomputed accounting,
through the Commercial and technological developments, a new type of counter, in which the

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current market demands of the professional accounting, continuous improvement and
adherence to the competitive and globalized market. Thus, this paper aims to trace the
professional profile, which, the graduates of higher education should have to act in the market
trabalho.Assim, polls show the characteristics of accounting professionals and students of
Accounting Sciences, showing the topics to be discussed in regard to improving their training.

Keywords: Vocational training; profile professional; labor market.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................9
a contabilidade............................................................................................................11
curso superior de ciÊncias contábeis.........................................................................20
perfil do profissional de contabilidade.........................................................................28
REFERÊNCIAS...........................................................................................................33
ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Muito tem se falado sobre a grande distância entre a preparação dos


profissionais pelas universidades e as necessidades do mercado de trabalho,
disparidades que revelam a atuação profissional do recém-formado nos seus serviços.

É evidente que os universitários, em torno da sua graduação, constroem um


determinado perfil e, provavelmente, eles procurarão utilizar do mesmo, quando no
exercício de sua profissão. Diante disto, surge a dúvida sobre qual o perfil profissional
que o acadêmico do curso de Bacharelado em ciências contábeis desenvolveu, para que
seja utilizado pelo mercado.

Sobre isto reside à problemática que questiona se o profissional de contabilidade


recém-formado está apto a suprir as necessidades do mercado de trabalho. O aluno
recém formado deveria sair da faculdade, apto a ingressar profissionalmente no
mercado, com segurança em relação aos seus conhecimentos, e maneiras adequadas de
lhe dar com clientes. Atualmente encontra-se um grande dilema quando estes alunos
mergulham no campo profissional. Deparam com situações nunca vistas durante o
ensino superior e dão de cara com a frustração por não saber realizar as tarefas, tendo
que por eles mesmos procurar as soluções.

Por isso, o desenvolvimento deste trabalho tem como objetivo geral verificar se
o profissional de contabilidade recém-formado possui as habilidades, competências e
conhecimentos adequados ao mercado de trabalho.

Como ponto de partida, o primeiro capítulo procura definir a contabilidade


enquanto ciência social, fornecedora das informações que contribuem para garantia do
patrimônio das entidades. A contabilidade tem o seu objeto de estudo e o seu campo de
atuação e, para execução dos seus objetivos, dispõe de técnicas que possibilitará o
profissional da área, fornecer informações úteis a quem interessá-las, ou seja, os
usuários das informações.

Já que é os cursos que preparam os profissionais para o depois se lançarem ao


mercado, no segundo capítulo, será estudado o ensino de contabilidade em meio a uma
evolução que agrega sociedade e especialização profissional. A formação oferecida nos
cursos de Ciências Contábeis é descrita a partir das diretrizes curriculares que nortearam

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todo o processo de preparação profissional dos discentes nas Instituições de Ensino
Superior (IES).

E no terceiro capítulo, é definido o perfil do profissional de contabilidade


exigido pelo mercado de trabalho. São abordadas questões referentes às habilidades,
competências e conhecimentos inerentes à área, e demais valores que contribuem para o
sucesso profissional do contador diante do mercado globalizado.

Esta pesquisa justifica-se pela necessidade de saber se o perfil do profissional


que a universidade esta formando capacitará plenamente o formando, para imediata
inserção no mercado. É importante por que os resultados evidenciaram em que se
encontra o problema e,a partir disto, promover o aperfeiçoamento da forma de ensino,
em função da necessidade que o mercado de trabalho exige na área.

Em função dos objetivos de estudo, serão realizadas pesquisas de campo em que,


baseando-se em Gil (2002) Cardoso, Souza, Almeida (2007, p. 279), a pesquisa é
classificada como exploratória e descritiva, visto estar ela diretamente relacionada com
os fenômenos de atuação prática e por proporcionar uma nova visão da questão de
pesquisa. Tem como população os alunos egressos do Curso de Ciências Contábeis da
UNEB-Campus IX. A amostra são os profissionais formados entre o período dos anos
2007 à 2009 e que inseriram no mercado de trabalho da cidade de
Barreiras,desempenhando atividades da área da contabilidade comercial.Os dados serão
coletados por meio de questionários de perguntas fechadas que foram entregues aos
entrevistados,cuja relação foi fornecida pela secretaria acadêmica do universidade.Para
descrever e sumariar as características dos dados que representam o conjunto da
amostra, utilizou-se da estatística descritiva, mediante a quantificação da freqüência e
da participação relativa expressa em percentual. Além dessa exposição quantitativa, os
dados foram submetidos a uma análise complementar e de natureza qualitativa.

Dessa forma, depois de comparado os dados, é traçado o perfil do profissional de


contabilidade que a universidade está formando bem como o seu desempenho enquanto
profissional iniciante, no mercado de trabalho local.

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A CONTABILIDADE

1.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

A história da contabilidade se inicia nos tempos do homem das cavernas.


Pesquisas arqueológicas recentes feitas na Síria, Israel e no Iraque (antiga
Mesopotâmia) localizaram fichas de barro que possivelmente foram usadas para
controle de estoque e que remontam a aproximadamente 8.000 AC. Daí se conclui que,
já naqueles tempos, o homem se preocupava em ter o controle dos estoques dos seus
bens. SCHMIDT,(2000).

Na pré-história, com o surgimento do Homo Sapiens (homem pensante), houve


uma evolução. Igualmente ao seu ancestral, o homem de Neandertal, este também
caçava e pescava, mas tinha uma enorme diferença com relação á forma de adquirir os
alimentos. O homem percebeu que poderia acumular riqueza através da criação
extensiva de animais e do cultivo de cereais. Surgia então a necessidade de se fazer o
controle dos excedentes da produção. À medida que o homem passou a acumular
riqueza e esta a se transformar em patrimônio, a contabilidade apareceu como a técnica
para o controle do seu patrimônio. O homem controlava seus estoques com pedras,
ossos de animais, folhas de árvores ou desenhos. Com o passar do tempo, com o
processo de controle mais evoluído, o homem passou a utilizar fichas de barro para
controlar seus estoques com sinais pictográficos.

Dessa forma, com o excedente em seus estoques, o homem passou a realizar


trocas de mercadorias conforme as suas necessidades. Os que tinham estoque de cereais
em excesso, trocavam por outras mercadorias que necessitavam. Através destas trocas é
que finalmente surgiu o comércio. Com isso, o comércio veio se consolidando como
uma atividade mercantil e com ele, a contabilidade se fazia presente, registrando as
operações e controlando as variações que estavam ocorrendo nos patrimônios das
pessoas. Quando mais intensificado ficou o comércio entre as pessoas, maior ficou a
necessidade de os comerciantes controlarem suas operações de forma eficiente. Os
registros eram feitos de acordo com a experiência que cada um tinha (sem técnica), não
existindo uma uniformidade. Não havia uma preocupação em se criar normas para
uniformizar tais registros. Cada comerciante registrava de acordo com o seu
conhecimento e conveniência.

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Somente, a partir do século XV que ocorreu um melhoramento das técnicas
contábeis, que até então vinham sendo utilizadas pelo homem. Isso teve início na Itália,
uma vez que, era praticamente o centro mercantil europeu. Em diversas cidades deste
país o comércio era bastante movimentado, negociações de grande expressão eram
realizadas entre os diversos comerciantes surgindo aí uma nova preocupação com os
registros das operações. Os registros eram feitos através das partidas simples, um
método vulnerável para as operações de vendas a prazo. Depois, surge então, a
preocupação com a organização dos registros das operações. Foi então que surgiu o
registro das partidas dobradas, que tem em sua essência a idéia de que, para cada
débito(s), haverá um crédito(s) correspondente. Este método ficou conhecido na época
como método de Veneza Pacioli, apud, Schmidt (2000, p.36). Apesar de atribuir este
mérito ao italiano Lucas Pacioli, ele foi,apenas,um dos primeiros divulgadores, pois, sua
obra, La Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Porportionalitá, datada de 10
de novembro de 1494 trata de assuntos diversos, tais como aritmética, álgebra,
geometria e comércio. Um dos primeiros manuscritos que tratam das partidas dobradas
data de 1458 e o autor foi Benedetto Cotrugli.

A história da Contabilidade no Brasil iniciou-se a partir da época Colonial,


representada pela evolução da sociedade e a necessidade de controles contábeis para o
desenvolvimento das primeiras Alfândegas que surgiram em 1530. Esses fatos
demonstravam as preocupações iniciais com o ensino comercial da área contábil, pois,
no ano de 1549 são criados os armazéns alfandegários e para controle destes, Portugal
nomeou Gaspar Lamego como o primeiro Contador Geral das terras do Brasil, cuja
expressão era utilizada para denominar os profissionais que atuavam na área pública.

O desenvolvimento social que ocorria naquele período, aliado a expansão da


atividade colonial provocou um aumento nos gastos, exigindo um melhor controle das
contas públicas e receitas do Estado, e para este fim foi implantado o órgão denominado
Erário Régio. Com a instalação do Erário Régio, foi introduzido o método das partidas
dobradas, já utilizado em Portugal. O órgão era composto por um presidente com
funções de Inspetor Geral, um contador e um procurador fiscal, incumbidos de fazer
toda arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

Cabe ressaltar que,como o país era colônia, seu desenvolvimento contábil era
herdado de Portugal, a exemplo da implantação do método das partidas dobradas e das

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aulas de comércio.Diante disso,pesquisas concluiu que a Contabilidade sofreu
influências de países europeus, principalmente italiana com seus grandes doutrinadores
permanecendo fieis até a década de 50, quando perdeu parte de seu encanto junto a
profissionais brasileiros, com o processo de modernização, ocorrendo quando as
indústrias americanas aqui se instalaram.

Contudo,o surgimento da contabilidade pode ser explicado pela necessidade


de suprir as limitações da memória humana mediante um processo de classificação e
registros que lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas
grandezas, para que em qualquer momento pudesse saber a sua dimensão.
Progressivamente a contabilidade transforma-se numa fonte de informações na medida
em que pode facultar a qualquer momento o conhecimento da situação da empresa e o
andamento dos seus negócios.

1.2 CONCEITO DE CONTABILIDADE E OBJETO DE ESTUDO

A conceituação de contabilidade a define como uma ciência de natureza social,


em função de um objeto de estudo. De acordo com a doutrina oficial brasileira
(organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade), a contabilidade é uma ciência
social, da mesma forma que a economia e a administração.

Foi no I Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em setembro de


1924, que aprovou a primeira definição oficial de contabilidade no Brasil, dispondo o
seguinte:“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação,
controle e registro relativo aos atos e fatos da administração econômica”.

Ainda, segundo Francisco D’Auria(1948), a contabilidade é “A ciência que


estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos
administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a
situação econômico-financeira da entidade”.

De forma pratica, a Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de


orientação, controle e registro dos atos e fatos de uma administração econômica,
servindo como ferramenta para o gerenciamento da evolução do patrimônio de uma
entidade e, principalmente, para a prestação de contas entre os sócios e demais usuários,
entre os quais se destacam as autoridades responsáveis pela a arrecadação dos tributos

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de uma nação ou região.

Sendo assim, todas as movimentações que houver no patrimônio de uma


empresa são registradas pela Contabilidade, que, em seguida, resume os dados
registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação
da empresa. Esses interessados, através destes relatórios, analisam os resultados obtidos
e tomam as decisões em relação aos fatos futuros. Em resumo, podemos dizer que o
conhecimento sobre os conceitos contábeis por parte das pessoas com formação em
áreas não-relacionadas à Contabilidade é importante para: análise e interpretação de
dados financeiros; planejamento e controle do patrimônio (pessoal ou empresarial);
cooperação, coordenação e comunicação com outras áreas da empresa.

Outra definição consistente e bastante aplicável na atualidade é a de


Franco (1997), o qual considera a contabilidade como

Um conjunto ordenado de conhecimentos, sistematizados, com


princípios e normas próprias, que tem como função registrar,
classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos
que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer
informações, interpretações e orientações sobre a composição e
as variações desse patrimônio, para auxiliar a tomada de
decisões de seus administradores.
Pode-se perceber nos conceitos apresentados, que a contabilidade tradicional é
um sistema de informações e avaliação, destinado a prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira física e de produtividade,
decorrentes dos fatos e atos jurídicos praticados pela empresa.Enquanto,mais
tarde,percebeu-se que com seus avanços,a contabilidade tem uma função bem mais
ampla do que apenas debitar ou creditar. O verdadeiro papel da contabilidade é
transformar os dados coletados em informações e assim cumprir a sua mais nobre
função, qual seja: auxiliar no melhoramento do uso dos recursos a disposição das
entidades.

1.3 OBJETIVO DA CONTABILIDADE

Conforme destaca a Resolução 774 do CFC (CFC 2000:33) “a existência de objetivos


específicos não é essencial à caracterização de uma ciência, pois, caso o fosse,
inexistiria a ciência “pura”, aquela que se concentra tão somente no seu objeto. Em
consonância com a citada resolução, a Contabilidade tem o patrimônio das entidades
como seu objeto de estudo e o seu objetivo é revelar como se encontra e quais os fatores

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que proporcionaram mutações ao mesmo tempo, e a partir disto, fornecer as
informações úteis à tomada de decisões. Nos Estados Unidos, por exemplo, as
informações contábeis são produzidas principalmente para os pequenos e médios
investidores, enquanto que no Brasil são destinadas principalmente ao Fisco, não
havendo muita transparência nos demonstrativos contábeis.
De qualquer forma não há qualquer dificuldade na delimitação dos objetivos da
Contabilidade no terreno científico, a partir do seu objeto, por estarem concentrados na
correta representação deste e nas causas das suas mutações. Assim,o objetivo científico
da Contabilidade manifesta-se na correta representação do Patrimônio e na apreensão e
análise das causas das suas mutações. Assim, ouve-se com freqüência dizer que um dos
objetivos da Contabilidade é o acompanhamento da evolução econômica e financeira de
uma Entidade. No caso, o adjetivo “econômico” é empregado para designar o processo
de formação de resultado, isto é, as mutações quantitativo-qualitativos do patrimônio, as
que alteram o valor do Patrimônio Líquido, para mais ou para menos, corretamente
conhecidas como “receitas” e “despesas”. Já os aspectos qualificados como
“financeiros” concernem, em última instância, aos fluxos de caixa.

O objetivo principal da Contabilidade, portanto, é o de permitir, a cada grupo


principal de usuários, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num
sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. Objetivo
este, que devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou implícita, àquilo que o
usuário considera como elementos importantes para seu processo decisório. A verdade
da Contabilidade reside em ser instrumento útil para a tomada de decisões pelo usuário,
tendo em vista a entidade.

1.4 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam


pela situação da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas. Segundo
Martins, “o usuário é toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da
situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de
finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar”.

É comum e plenamente justificável que os usuários tenham interesses


diversificados em relação à entidade. Por isso, as informações contábeis devem ser
claras e confiáveis. No mínimo, as informações devem ser suficientes para a avaliação
da situação patrimonial da entidade e das mutações ocorridas em seu patrimônio.

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Nisso, é evidente que, os gerentes (administradores), não são os únicos que
utilizam a Contabilidade. Os investidores, aqueles que aplicam dinheiro na empresa,
estão interessados em obter lucro, por isso se utilizam dos relatórios contábeis,
analisando se a empresa é rentável; os fornecedores de mercadorias querem saber se a
empresa tem condições de pagar suas dívidas; os bancos emprestam dinheiro desde que
a empresa tenha condições de pagamento; o governo quer saber quanto de impostos foi
gerado para os cofres públicos; existem ainda outros interessados como os empregados,
os concorrentes, os clientes, os analistas, etc.

“Os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais


ainda, com interesses diversificados, razão pela qual as
informações geradas pela entidade devem ser amplas e
fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua
situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu
patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu
futuro”. IUDÍCIBUS; MARTINS, GELBCKE, (2000. p. 42-70).

Como usuários internos das informações contábeis, para fins de administração


das entidades de modo geral, temos: O titular da firma individual (atualmente,
denominado “empresário”), os sócios e os acionistas da sociedade; Os diretores, os
gerentes e os administradores de todos os níveis; Os usuários externos que concentram
suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos expressos nas demonstrações
contábeis.

Já como usuários externos das informações produzidas pela contabilidade,


podemos citar: bancos e fornecedores; Governo (fiscalização); E auditores externos.

Assim, Contabilidade Externa ou Geral registra as operações externas da


empresa, isto é, aquelas que respeitam à empresa no seu todo (registra fatos
patrimoniais que fazem prova perante terceiros; permite conhecer em qualquer altura a
situação patrimonial na empresa; Dá a conhecer o resultado obtido com a exploração da
empresa; Possibilita a elaboração de análises econômicas e financeiras);

Enquanto que a Contabilidade Interna, Analítica ou de Gestão registra as


operações internas e visa o apuramento de resultados não globais, isto é, por produto,
por departamento, etc. (fornece o custo de cada produto ou serviço produzido pela
empresa; Permite a criação de centros de custos dentro da própria empresa; Possibilita
estudos de rentabilidade interna; Auxilia a gestão no controle e tomada de decisões).
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1.5 TÉCNICAS CONTÁBEIS

As Técnicas Contábeis são o conjunto de procedimentos que tem por finalidade


registrar, controlar, evidenciar, examinar ou criticar o patrimônio de uma empresa
específica. Temos quatro técnicas contábeis, sendo estas, a escrituração, as
demonstrações contábeis, a auditoria, e as análises de balanço.

A mais utilizada é a escrituração, que é a técnica pela qual os fatos que ocorrem
na entidade influenciando o seu patrimônio.

As Demonstrações Contábeis são o conjunto de informações que devem ser


obrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a lei 6404/76, pela administração de
uma sociedade por ações e representa a sua prestação de contas para os sócios e
acionistas. A prestação anual de contas é composta pelo Relatório da Administração, as
Demonstrações Contábeis e as notas explicativas que as acompanham, o Parecer dos
Auditores Independentes (caso houver) e o Parecer do Conselho fiscal (caso existir).
São relatórios onde são agrupados e divulgados os fatos. Cada relatório é feito para
atender a uma finalidade específica.

A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis,


registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas
e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A
auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das
demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a
representação desse patrimônio. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também
pode ser entendida como um ramo da Contabilidade.

O objeto da auditoria se resume no conjunto dos elementos de controle do


patrimônio, quais sejam os registros contábeis, documentos que comprovem esses
registros e os atos administrativos. É o exame da "documentação contábil" obedecendo
às normas especiais de procedimentos a fim de verificar se os demonstrativos
apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. Fatos não registrados
documentalmente também é objeto da auditoria uma vez que tais fatos podem ser
relatados por indivíduos que executam atividades relacionadas ao patrimônio auditado.

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Outra técnica importante é a Análise de Balanços. È a utilização de métodos e
processos específicos na decomposição, comparação e interpretação do conteúdo das
demonstrações contábeis para determinar a capacidade de pagamento da empresa, o
grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outros. A análise das
demonstrações contábeis consiste em uma técnica que realiza a decomposição,
comparação e interpretação dos demonstrativos da empresa. A finalidade da análise é
transformar os dados extraídos das demonstrações em informações úteis para a tomada
de decisões por parte dos contadores, administradores e usuários da empresa.Em
Contabilidade, o termo análise originariamente tem a ver com a conhecida análise
racional ou cartesiana, método criado por Descartes e que consiste em se abordar um
problema ou objeto de análise a partir da decomposição de um todo ou de partes
maiores, em parte menores. Dessa forma, as contas contábeis que representassem partes
menores de um objeto contábil foram chamadas de "contas analíticas", enquanto as
contas maiores e que agrupassem os saldos de contas analíticas, denominaram-se
"contas sintéticas".

1.6 CAMPO DE ATUAÇÃO

O campo de atuação da contabilidade consiste no ramo de estudo dos


contabilistas, ou seja, no que eles trabalham. Como efeito, tal campo de atuação se
traduz nas entidades econômico-administrativa como um todo. Podemos definir essas
entidades como sendo as organizações dotadas de capital e patrimônio, geridas por ação
administrativa em relação a atividades de pessoas, e que apresentam um fim
determinado.

Inicialmente, o desenvolvimento da Contabilidade esteve intimamente ligado


ao surgimento do capitalismo. Sua função era medir os acréscimos ou decréscimos dos
capitais empregados em uma atividade comercial ou industrial. Hoje, com a evolução da
Contabilidade e com o surgimento do método das partidas dobradas, o campo de
atuação desta ciência tornou-se muito vasto. Ela pode ser aplicada a qualquer tipo de
pessoa que exerça atividades econômicas para alcançar determinados fins, sejam eles
lucrativos ou não.

A esse campo de atuação da Contabilidade, no sentido mais amplo,


denominado aziendas. Azienda é um termo de origem italiana que não encontra

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tradução exata em português. Podemos defini-lo como um patrimônio sob a ação
administrativa do homem, que age sobre ele praticando atos de natureza econômica.
Portanto, podemos dizer que o campo de atuação da Contabilidade é o das aziendas.
Alguns autores traduzem aziendas pelo termo empresas. No entanto, empresa é apenas
um dos tipos de azienda, ou seja, a que tem finalidades lucrativas. Outros tentam
traduzi-lo como fazenda, mas este termo é mais usado para indicar o conjunto dos bens
do Estado ou então as finanças públicas. Portanto, o conceito mais correto de azienda é
o que a define como um patrimônio em movimento, sob ação administrativa de uma
pessoa física ou jurídica.

Atualmente, pessoas físicas e pessoas jurídicas com finalidade lucrativa ou não,


inclusive as de Direito Público como a União, Estados e Municípios. Como a
Contabilidade controla e registram os fatos que afetam o patrimônio, ela pode ser
aplicada à pessoa física ou jurídica, com finalidades lucrativas ou não, ou ainda a
empresas de direito público ou privado.

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CURSO SUPERIOR DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O ensino de contabilidade no Brasil, desde os primeiros cursos em meio ao


ensino comercial, surgiram e evoluíram em conformidade com a conjuntura econômica,
política e social do país. Na constituição de cursos da área contábil, as instituições de
ensino superior ganharam a importante missão de desenvolver uma forma de ensino que
possibilite a formação eficiente de um contador apto para o exercício profissional,
estando em conformidade com o respectivo mercado de atuação.

Peleias et al (2007,p.22-28) realizou uma pesquisa nas áreas de Contabilidade


e Economia, sobre a evolução do ensino de Contabilidade no Brasil e,os resultados
revelou o impacto que alguns eventos econômicos, políticos e sociais tiveram nessa
evolução.Conforme a pesquisa,o ensino da contabilidade floresceu junto com o ensino
comercial, lançados no século XIX, no momento em que o Brasil se torna sede do
Império Português, em 1808. Com a vinda da Corte real, constata-se na colônia o
interesse pela liberdade de comercio e, no entanto, ainda não havia uma classe
comercial importante que se sobrepusesse aos grandes senhores da agricultura, os quais
viviam reféns do monopólio metropolitano. Foi neste contexto que criou, em
23.11.1808, uma cadeira de Aula Pública de Ciências Econômicas no Rio de Janeiro,
atribuída a José da Silva de Lisboa, Visconde de Cairu, e depois,em 1809 as Aulas de
Comércio foram implantadas,por meio do Alvará de 14 de julho do mesmo ano.

Para desenvolvimento das aulas de comércio, surge a necessidade de ensino da


contabilidade, segundo Peleas et aL.( 2007,p.24).

A análise do Decreto nº 456/46 revela que do currículo da Aula


de Comércio possuía disciplinas de cunho prático, voltadas às
necessidades diárias dos negócios. Essas atividades requeriam
instrumentos de gestão mais precisos, existentes na
Contabilidade da época.

Depois disso, a evolução do ensino comercial e contábil brasileiro ganhou


expansão e várias mudanças foram notadas. O exemplo disto tem os eventos
significantes da década de 50 do século XIX, quando ocorreu a reforma do ensino
Comercial da capital imperial que resultou na formação de um curso de estudos
denominado Instituto Comercial do Rio de Janeiro. Essa reforma advém da elaboração
de um novo estatuto,em que foram observadas mudanças na grade curricular,com a

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extensão da duração do curso e a distribuição do conteúdo em quatro cadeiras,nas quais
a Contabilidade e Escrituração Mercantil eram as primeiras.

Também, podem-se citar outros fatos que impulsionaram o crescimento


econômico do país, exigindo o aperfeiçoamento dos estudos. Fazem parte destes
progressos, aqueles resultantes da cultura cafeeira, o surgimento do Código
comercial,em 1850,a expansão das estradas de ferro, das empresas de serviços, e
principalmente, a promulgação da primeira lei das Sociedades Anônimas do Brasil.

Tudo isto recaia sobre a necessidade de maior atenção à gestão dos negócios,
contribuindo para a reorganização do ensino comercial, na década de 60 do século XIX.
Com isso, o Decreto nº. 2741, de 9.02.1861, definiram que os estudos do Instituto
Comercial do Rio de Janeiro formariam um curso preparatório e outro profissional e,
conforme Peleas et aL.( 2007,p.25)

A análise dos critérios de seleção estabelecidos para ingresso


nos referidos cursos e da composição da grade curricular, com
três disciplinas de línguas estrangeiras (Inglês, e quatro
disciplinas da área de Exatas (Aritmética, Álgebra, Geometria e
Estatística Comercial), constantes do Decreto nº. 3058/1863
permitem avaliar o rigor e a qualidade pretendida com o curso
oferecido.

Após um período de declínio, o ensino comercial ressurge, numa nova fase de


representativa expansão, e também, propenso a novas mudanças. Essas mudanças
seriam feitas, em função de um conjunto de fatores encontrados no cenário nacional de
crescimento econômico, causado pelo aumento na produção e crescimento da
urbanização. Foi conseqüência disto, a implantação de uma infra-estrutura de serviços
básicos e do desenvolvimento de uma série de indústrias ‘tradicionais’, e ainda, o
crescimento dos serviços públicos, por meio dos órgãos administrativos e do aumento
da burocracia, que exigiu maior qualificação dos funcionários para executar suas
funções.

E a respeito da contabilidade, seus estudos que, até então, restringia a um


conhecimento complementar para os profissionais formados nas escolas de comércio,
esta começou a ganhar autonomia no meio acadêmico. Isso é perceptível nas mudanças
implantadas ao ensino comercial e após Proclamação da República.

21
Uma dessas primeiras mudanças pode ser observada, no que estava
estabelecida nos títulos de diplomas concedidos pela Academia de Comércio do Rio de
Janeiro, uma instituição de utilidade pública, que substituiu o extinto Instituto
Comercial do Rio de Janeiro. Esses títulos abrangiam dois níveis, já que a Academia
possuía dois cursos: um de formação geral e prático, que habilitava para as funções de
guarda-livros, perito judicial e empregos da área da Fazenda. Esse curso possuía
diversas disciplinas, de formação geral e comercial, inclusive Escrituração Mercantil; E
outro de nível superior, cujo ingresso considerava o curso geral como preparatório,
habilitava os candidatos para os cargos de agentes-consultores, funcionários dos
Ministérios das Relações Exteriores, atuários das seguradoras, chefes de contabilidade
de Bancos e de grandes empresas comerciais. Esse curso possuía disciplinas voltadas à
formação comercial, além das específicas de Contabilidade do Estado e Contabilidade
Mercantil Comparada.

Finalmente, com a implantação dos cursos profissionalizantes ou de Ensino


Técnico Comercial, surge um curso de formação especifica para contadores. Este
desmembramento ocorre por meio do Decreto no. 17329, que permitiu conferir o
diploma de contador para os formandos do curso geral, e o título de graduando em
Ciências Econômicas. Cabe salientar, que a grade do curso de formação geral revela a
oferta das disciplinas Contabilidade, Contabilidade Mercantil, Contabilidade Agrícola e
Industrial e Contabilidade Pública.

E, enquanto escolas pioneiras do ensino profissional de contabilidade, Iudícibus


(2006, p.41) apud Peleas et aL.( 2007,p.22),expõe:

Provavelmente a primeira escola especializada no ensino da


Contabilidade foi a Escola de Comércio Álvares Penteado,
criada em 1902. Alguns autores preferem fazer recair a honra do
pioneirismo na Escola Politécnica de São Paulo, a qual, alguns
anos antes, em seu Curso Preliminar, já incluía a disciplina
Escrituração Mercantil. Conquanto legalmente e
cronologicamente tais autores possam ter razão, o fato de haver
a disciplina de Escrituração Mercantil não caracteriza, a meu
ver, um Curso de Contabilidade.

A graduação veio, somente, quando foi instituído o curso de Ciências


Contábeis e Atuariais através da Lei 7.988 de 22.09.1945, concedendo o título de
Bacharel em Ciências Contábeis aos seus concluintes. Ressaltando, que o curso é
implantado no período em que Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek, impunha o
22
desenvolvimento das forças produtivas locais em toda sua extensão técnica e
administrativa.

Em 31.07.1951, a Lei no. 1401, de 31.07.1951, desdobraram o curso de


Ciências Contábeis e Atuariais, nos cursos de Ciências Contábeis e de Ciências
Atuariais, e instituiu diplomas distintos para ambos os cursos. Depois desta lei, tivemos
vários outros pareceres referentes ao currículo dos cursos de Ciências Contábeis.
Tivemos o Parecer 397/62, que divide os cursos de Ciências Contábeis em ciclo de
formação básica e ciclo de formação profissional, e a Resolução 03/92 do extinto
Conselho Federal de Educação, onde se fixou os conteúdos mínimos e a duração dos
cursos de graduação em Ciências Contábeis com vigor até 2004.

A mais recente normatização para o curso de graduação em Ciências


Contábeis foi em 2004, através da Resolução nº 10 de 16 de dezembro de 2004, editada
pela Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação, a qual institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para este curso. Nesta, contêm as normas a serem
observadas pelos Institutos de Educação Superior (IES), na constituição de um curso.

As diretrizes contemplam o estabelecimento de uma organização curricular e a


estruturação do projeto pedagógico, determinam os conteúdos curriculares, bem como,
as formas organização deles, e ainda sugerem a adoção de estágios supervisionados,
atividades complementares e Trabalho de Conclusão de Curso, como componentes
curriculares nas IES.

A organização curricular a ser adotada, pelas Instituições de Educação Superior,


para desenvolvimento do curso, deve ser descrita no seu Projeto Pedagógico. Conforme
a Resolução do CNE/CES, de n°10, de 16 de dezembro de 2004, que institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Ciências Contábeis, estas descrições
devem ser feitas seguido os seguintes aspectos: I - perfil profissional esperado para o
formando, em termos de competências e habilidades; II – componentes curriculares
integrantes; III - sistemas de avaliação do estudante e do curso; IV - estágio curricular
supervisionado; V - atividades complementares; VI – monografia, projeto de iniciação
científica ou projeto de atividade – como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) –
como componente opcional da instituição;VII - regime acadêmico de oferta;VIII -
outros aspectos que tornem consistente o referido Projeto.

23
Ainda, no Projeto Pedagógico, além da clara concepção do curso de graduação
em Ciências Contábeis, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e
operacionalização, este deve ter uma estrutura específica. A Resolução do CNE/CES, de
n°10/2004. Art. 2º § 1º estabelece que seus elementos estruturais devam ser os
seguintes: I - objetivos gerais, contextualizados em relação às suas inserções
institucionais, política, geográfica e social; II - condições objetivas de oferta e a vocação
do curso; III - cargas horárias das atividades didáticas e para integralização do curso; IV
- formas de realização da interdisciplinaridade; V - modos de integração entre teoria e
prática; VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem; VII - modos da
integração entre graduação e pós-graduação, quando houver; VIII - incentivo à
pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e como instrumento
para a iniciação científica; IX - concepção e composição das atividades de estágio
curricular supervisionado, suas diferentes formas e condições de realização, observado o
respectivo regulamento; X - concepção e composição das atividades complementares;
XI - inclusão opcional de trabalho de conclusão de curso (TCC).

Refletindo sobre o projeto político pedagógico Guimarães et al(2006),afirma o


seguinte:

O envolvimento e o comprometimento com o PPP devem


revelar não apenas uma concepção própria do que seja o
processo ensino-aprendizagem, mas fundamentalmente uma
compreensão e uma apropriação do trabalho em educação. A
apropriação do trabalho em educação implica objetivar o PPP no
sentido de garantir um processo de reflexão da ação, da
organização do trabalho e das relações do curso de Ciências
Contábeis com a instituição universitária.
Silva (2001p: 41) apud Morais (2003, p.5-6), ainda expõe:

A qualidade necessária aos cursos de Contabilidade impõe


mudança de paradigma. Isto significa abandonar o modelo
emanado da concepção pedagógica tradicional e tecnicista e
adotar uma pedagogia que busque a autonomia e a reciprocidade
entre educadores e educandos. A formação de cidadãos críticos,
responsáveis e conscientes só pode ser atingida através de uma
concepção pedagógica que possibilite ao aluno construir o
conhecimento através de sua própria experiência.
Tal afirmação nos mostra que é necessário vivenciar em sala de aula através das
disciplinas, fatos e casos que confirmem a importância e necessidade da teoria estudada.
É com essa preocupação que os estudantes de Ciências Contábeis devem viver em suas

24
instituições, sempre cobrando uma metodologia de ensino que mostre qual a relação do
que está estudando com a realidade do mercado de trabalho que irá enfrentar não meras
discussões teóricas e filosóficas sem nenhuma aplicação prática. (MORAIS 2003, p.5-
6).

A respeito dos conteúdos curriculares o Art. 5º da Resolução do CNE/CES, de


n°10/2004 estabelece que os cursos de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado,
deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular,
conteúdos que revelem conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e
internacional, de forma a proporcionar a harmonização das normas e padrões
internacionais de contabilidade, em conformidade com a formação exigida pela
Organização Mundial do Comércio e pelas peculiaridades das organizações
governamentais, observando o perfil definido para o formando e que atendam aos
seguintes campos interligados de formação: I - conteúdos de Formação Básica: estudos
relacionados com outras áreas do conhecimento, sobretudo Administração, Economia,
Direito, Métodos Quantitativos, Matemática e Estatística; II - conteúdos de Formação
Profissional: estudos específicos atinentes às Teorias da Contabilidade, incluindo as
noções das atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras,
patrimoniais, governamentais e não-governamentais, de auditorias, perícias, arbitragens
e controladoria, com suas aplicações peculiares ao setor público e privado; III -
conteúdos de Formação Teórico-Prática: Estágio Curricular Supervisionado, Atividades
Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório
de Informática utilizando softwares atualizados para Contabilidade.

A organização curricular do curso de graduação em Ciências Contábeis


estabelecerá, expressamente, as condições para a sua efetiva conclusão e integralização
curricular. Para isso as IES podem adotar vários regimes acadêmicos, entre eles, temos
o regime seriado anual; regime seriado semestral; sistema de créditos com matrícula por
disciplina ou por módulos acadêmicos, com a adoção de pré-requisitos.

A estrutura curricular atual em muitas faculdades de Ciências Contábeis está


baseada no método cartesiano de indução, ou seja, das partes para o todo, vai de
encontro com a opinião de Mazzotti (2001:129) que segue o método sistêmico de ensino
da Contabilidade, baseado na escola norte americana e propõe esse método que
apresenta uma visão global do curso, da ciência, da profissão e de suas aplicações. É

25
preciso ver o conjunto, as relações entre as partes e não isolá-las, como se tivesse
existência independente. (MORAIS 2003, p.5-6).

No que tange à desatualização da grade curricular, nos cursos de Ciências


contábeis, em relação às mudanças ocorridas no mercado, à necessidade de adaptação
do ensino de contabilidade é uma preocupação sem fronteiras. Cho (1995) discorre
sobre a necessidade de o ensino contábil direcionar seu foco também para as novas
habilidades requeridas pelo mundo dos negócios. Diante disto cabe ressaltar que

Com o objetivo de estabelecer um currículo mais amplo, e no


contexto de possibilitar o perfil do contador da economia global,
Carvalho (1999) defende uma divisão em três grandes grupos:
(1) conhecimento das organizações e dos negócios; (2)
Informática – IT; (3) conhecimento contábil e relacionado com a
matéria. CARDOSO, SOUZA, ALMEIDA (2006 p.278-279)
Um componente curricular bastante importante para a formação profissional
do acadêmico é o estágio. Indica-se o Estágio Curricular Supervisionado por ser
direcionado para a consolidação dos desempenhos profissionais desejados, inerentes ao
perfil do formando. Assim, este tipo de estágio pode ser realizado na própria instituição
de ensino, mediante laboratórios que congreguem as diversas ordens práticas
correspondentes aos diferentes pensamentos das Ciências Contábeis e desde que sejam
estruturados e operacionalizados de acordo com regulamentação própria, aprovada pelo
conselho superior acadêmico competente, na instituição. (Resolução CNE/CES
n°10/2004).

As Atividades Complementares são outros componentes curriculares


enriquecedores e implementadores do próprio perfil do formando. Elas possibilitam o
reconhecimento, por avaliação, de habilidades, conhecimentos e competências do aluno,
inclusive adquiridas fora do ambiente escolar. Orientam-se, desta maneira, a estimular a
prática de estudos independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade, de
permanente e contextualizada atualização profissional específica, sobretudo nas relações
com o mundo do trabalho, estabelecidas ao longo do curso, notadamente integrando-as
às diversas peculiaridades regionais e culturais. Nesse sentido, as Atividades
Complementares podem incluir projetos de pesquisa, monitoria, iniciação científicas,
projetos de extensão, módulos temáticos, seminários, simpósios, congressos,
conferências, entre outras. (Resolução CNE/CES nº 289/2003).

26
Apesar de ser opcional, a adoção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
nas instituições é sempre muito proveitoso para a formação profissional, uma vez que,
ele constitui um componente curricular enriquecedor para o desenvolvimento contábil,
proporcionando a construção de conhecimentos e de competências. Conforme o Art. 9º
da Resolução do CNE/CES, de n°10/2004, o TCC poderá ser desenvolvido nas
modalidades de Monografia, projeto de iniciação científica ou projetos de atividades
centrados em áreas teórico-práticas e de formação profissional relacionadas com o
curso.

Os Trabalhos de Conclusão de Curso contribuem como incentivo à pesquisa


científica, e por muitos autores já foi dito que a universidade ou qualquer instituição de
ensino superior é o local mais adequado para a investigação científica, mas mesmo
assim, com todo ambiente apropriado para tal, isso não ocorre. Entre os empecilhos
estão, a falta de tempo dos alunos para pesquisar, pois a maioria dos alunos faz o curso
no período noturno e para se fazer pesquisa demanda tempo, a falta de professores
pesquisadores no campo da Contabilidade para orientar, e ainda, as dificuldades em
conseguir linhas de financiamentos para a pesquisa e com a concessão de bolsas para
iniciação científica que são poucas. Isto revela a precarização do ensino da
contabilidade, em que

Tal situação resulta no perfil profissional que o Curso de


Ciências Contábeis forma, ou seja, pessoas com um grau de
limitação muito grande, que não repensam suas ações ou
buscam novos horizontes para o exercício profissional, desejam
somente fazer concursos públicos ou montar um escritório de
Contabilidade. (MORAIS; 2003 P.7)

A forma de como é desenvolvido o curso, é determinante na construção do perfil


de um profissional de contabilidade. Dessa forma, é de responsabilidade da IES, a
elaboração do projeto pedagógico, para adoção de uma organização curricular adequada
com as necessidades do mercado da área, cujo profissional irá atuar quando formado.

27
PERFIL DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE

A contabilidade em relação ao seu campo de atuação é muito ampla, onde exige


do profissional habilidade técnicas, informações, respostas apresentadas em
demonstrações financeiras, que satisfaçam necessidades do público envolvido às
situações que é de responsabilidade da contabilidade de solucionar.

Diante desse concorrido mundo dos negócios, o profissional


contábil tem a difícil tarefa de estar apto às necessidades técnicas que ele exigir.
As próprias empresas procuram o profissional que alem de atender suas
necessidades técnicas deva compreender, interpretar e relatar informações, pois é
comum o contador ser tratado também como um consultor sobre a situação
mundial, por isso a importância da continua busca de informações que poderá
assegurar em decisões que garanta a empresa seu continuo desenvolvimento. O
contador deve enxergar muito além de números, pois ele lida com pessoas que
precisam de sua orientação para o sucesso em sua empresa, estabilidade
(independente do seu porte), sobre como proceder em determinadas situações
conflitantes, pois as empresas precisam está acompanhando os movimentos do
mercado para garantir seu lugar no futuro. (COELHO,2008)

O bom contador deve está com uma boa bagagem de conhecimentos na sua área
de atuação, que se estendem os diversos ramos: contabilidade fiscal, financeira,
gerencial, pública, ambiental, atuarial, social, perícia contábil... Para que assim possa ter
sucesso e ser um profissional realizado.

O mercado não tem mais espaço para o empregado com perfil tradicionalista, a
cada dia é notável a disputa pelas melhores vagas no mercado de trabalho onde
sobrevivem os que se prepararam de forma mais adequada e que se igualam as
expectativas do mercado e acompanham a globalização.

Cosenza (2001, p. 61) enfatiza que:

“Aqueles profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao passado


e só conhecem, exclusivamente, a contabilidade, em termos de
‘partidas dobradas, debitando e creditando sem agregar nenhum
valor à empresa, estarão com seus dias contados”.

28
Por ocasião do XV congresso mundial de contadores, realizado em Paris 1997,
sob aspectos relacionados à formação e pós-formação de contadores, Franco (1999, p.
82-83) aput CARDOSO, SOUZA, ALMEIDA (2006, p.279) enfatiza que, nesse evento,
concluiu-se que:

Para ser bem-sucedidos, contudo, os Contadores precisam,


atualmente, ser treinados de forma diferente. Além dos
conhecimentos técnicos essenciais, o Contador da atualidade
precisa também desenvolver habilidades relativas à
comunicação, às relações humanas e à administração, criando
um balanceamento adequado entre a formação teórica e a
experiência prática. De forma ainda mais fundamental, o
treinamento deve, doravante, ser baseado em dois pólos:
educação inicial e educação continuada.
A cada momento novas tecnologias surgem, e que inclusive atinge o trabalho
contábil, exigindo do profissional o acompanhamento desse progresso, estando apto ao
desenvolvimento e englobado ao cenário que a tendência global do meio estiver
vivendo deixando claro assim que o profissional deve se manter sempre atualizado. Um
exemplo dessa tendência como sem dúvida é a presença indispensável da informática no
meio contábil, é importante que esse meio hoje em dia usado em todos os ramos de
trabalho seja dominado na área contábil, através dos seus altos níveis de comunicação, o
profissional contábil é capaz de realizar tarefas econômicas e financeiras de uma
empresa num intervalo de tempo pequeno e rápido, programas eletrônicos facilitam o
trabalho e garante um melhor controle e gerenciamento de informações, tais como de
gestão empresarial, é cada vez mais requisitado pelas empresas. Porém o contador não
pode deixar que a informática o deixe acomodada, a mente e o raciocínio do contador
são a base de um bom profissional. (DURION. SANTOS. SILVA, 2006)

Outro ponto importante que não pode ser esquecido é da postura ética do
profissional contábil. É justamente, por esta diretamente gerenciando todo o sistema de
informações de dados da empresa, que se exige muito mais alem da competência uma
postura ética, até porque trabalho que se preze competente é conduzido pela pratica da
ética.

Segundo Mussolini (1994, p.79):

“O contador deve se conscientizar de que a valorização se


fundamenta, essencialmente em dois pontos básicos:
a)indiscutível capacidade técnica; e b)irrepreensível

29
comportamento ético”
É notável a desconfiança que permeia na sociedade, causada por muita
corrupção, fraudes, incompetência, mentiras, enfim... Isso de certa forma dificulta o
desenvolvimento do profissional que almeja um crescimento em sua área operante, já
que ele lida com a sociedade. Não é tão rápido conseguir a confiança dos clientes e da
sociedade, isso implica tempo de trabalho prestado com honestidade e competência,
gerando bons resultados e segurança ao patrimônio do cliente. (COELHO,2008)

0, p. 28) aput Vieira ( p. 3)

Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação


às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o
seu fracasso. Basta um deslize, uma escorregadela, e pronto. A
imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha vermelha
da desconfiança.

Portanto, o contador deve sempre manter uma ética profissional. Nisso, Silva e
Speroni (1998, p. 78) aput Vieira (p. 4) afirmam que:

“A ética profissional tem como premissa maior o


relacionamento do profissional com seus clientes e com outros
profissionais, levando em conta valores como a dignidade
humana, auto-realização e sociabilidade.”
As situações anteriores citadas são bem comuns no meio da contabilidade,
notamos por estas mesmas situações que o contador deve-se manter em uma postura
ética relevante e precisa, ela é essencial na formação do profissional e requisito
incontestável para o desenvolvimento do mesmo.

A Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação –


CNE/CES, órgão do Ministério da Educação e Cultura – MEC, aprovou em 16/12/2004,
a Resolução nº. 10/2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso
de graduação em Ciências Contábeis. Em seu art. 4º, tal Resolução discrimina as
competências e habilidades mínimas que o curso de Ciências Contábeis deve
possibilitar para a formação do profissional, sendo elas:I - utilizar adequadamente a
terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e Atuariais; (atualmente o curso
Ciências Contábeis e Atuariais foi desmembrado)II - demonstrar visão sistêmica e
interdisciplinar da atividade contábil; III - elaborar pareceres e relatórios que
contribuam para o desempenho eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam

30
os modelos organizacionais;IV - aplicar adequadamente a legislação inerente às funções
contábeis;V - desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a
liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos
controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com
reconhecido nível de precisão;VI - exercer suas responsabilidades com o expressivo
domínio das funções contábeis, incluindo noções de atividades atuariais e de
quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, que
viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de qualquer segmento
produtivo ou institucional o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao
gerenciamento, aos controles e à prestação de contas de sua gestão perante a sociedade,
gerando também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e
construção de valores orientados para a cidadania;VII - desenvolver, analisar e
implantar sistemas de informação contábil e de controle gerencial, revelando capacidade
crítico analítica para avaliar as implicações organizacionais com a tecnologia da
informação;VIII - exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe
são prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados aos
diferentes modelos organizacionais. ( Diário Oficial da União – DOU, 2004.Sç 1. p.15).

O contador deve amar sua profissão, zelar por ela, com responsabilidade,
diligência, dignidade, honestidade, como o código de ética do profissional de
contabilidade descreve, resguardando os interesses de seus clientes e empregadores e
competência na orientação técnica dos serviços a seu cargo, reciclando aquilo que será
proveitoso no exercício de sua profissão, sendo um profissional dedicado e
empreendedor, que busca conhecimento em toda área que envolva sua profissão, não se
limitando ou omitindo de assumir riscos e responsabilidades, mas sendo motivado e
motivador dos que estão ao seu lado exercendo suas responsabilidades com o
expressivo domínio das funções contábeis. Esses atributos são inquestionáveis e cada
vez mais exigidos no mercado de trabalho. (FILHO, p.25)

O código de ética do profissional de contabilidade foi um marco para a história


da contabilidade no nosso país, realmente era preciso ter um código para orientar os
contadores acerca de sua conduta no ambiente de trabalho nos diversos fatores: Do
objetivo, dos deveres e das proibições, do valor dos serviços profissionais, dos deveres
em relação aos colegas e à classe e as penalidades. O código possui vários artigos de
delimitam muito fatores importantes no desenvolver da profissão contábil, tais como:

31
Guardar sigilo em razão do exercício profissional lícito, isso em todos os âmbitos, zelar
pela sua profissão, comunicar ao cliente ou empregador qualquer eventual circunstância
adversa que influa no serviço prestado aquele que lhe confiou trabalho, renunciar desde
que falte confiança por parte do cliente ou empregador, manifestar impedimento no
exercício da profissão, ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade
profissional... (Conselho regional da contabilidade do Rio Grande do Sul, p.7)

O serviço da contabilidade é muito importante e de uma responsabilidade muito


grande, somos nós que temos o senso crítico que controla a tomada de decisões das
empresas, que analisamos e identificamos os pontos importantes e que precisa ser
mudados pela empresa no âmbito financeiro-comercial, enfim, são em nós que as
empresas confiam às respostas que são ditas pela pergunta que solicitaram. Toda essa
responsabilidade faz com que o profissional da área precise ser muito bem qualificado,
se encaixando no perfil que se espera desse tão importante mercado.

De acordo com Fortes (2002, p. 108):

Os contabilistas, como classe profissional, caracterizam-se pela


natureza e homogeneidade do trabalho executado, pelo tipo e
características do conhecimento, habilidades técnicas e
habilitação legal exigidos para o seu exercício da atividade
contábil. Portanto, os profissionais da contabilidade representam
um grupo específico com especialização no conhecimento da
sua área, sendo uma força viva na sociedade, vinculada a uma
grande responsabilidade econômica e social, sobretudo na
mensuração, controle e gestão do patrimônio das pessoas e
entidades.
Portanto, é indispensável para o contador a sua constante atualização, não basta
apenas curso superior, estar preso aos processos convencionais de aprendizagem, pois o
mercado não tem mais espaço para o profissional tradicional é preciso ser flexível e
dinâmico, ter um comportamento ético, ser competente e honesto para que as
informações sejam transmitidas com confiança e segurança, e é munido dessas e outras
características que o mercado de trabalho traça o atual perfil do profissional de
contabilidade.

32
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em<http://www.senac.br/informativo/BTS/263/boltec263d.htm>Acesso acesso em 22
de jul de 2010.

MUSSOLINI, Luis Fernando. A Função Social da Contabilidade. Revista Brasileira


de Contabilidade. Brasília. Ano 2, n°77. Abr/Jun 1994.

ZANLUCA, Julio César. O perfil do contabilista no século XXI. Disponível em:< http
//www.portal da contabilidade.com.br/artigo> acesso em 03/07/2010

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ANEXOS

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

1-Qual seu sexo?


( ) Feminino.
( )Masculino.

2-Qual a sua faixa etária?


( )menos de 20 anos.
( )de 20 a 25 anos.
( )de 26 a 30 anos.
( )mais de 30 anos.

3- Qual o seu Estado civil?


( ) Casado (a).
( ) Solteiro (a).
( ) Divorciado (a).
( ) Viúvo (a).
( ) Outros:____________________

3-Em que ano concluiu o curso de graduação?


( )2007.
( )2008.
( )2009.
( )2010
4-A maioria de sua graduação foi cursada em que turno?
( )Noturno
( )Vespertino

5-Durante o curso você trabalhou?


( ) Não
( ) Sim, período parcial.
( ) Sim, período integral.

6-Trabalhou com a finalidade de:


( ) Ser independente (custear meus estudos e meu sustento).
( ) ajudar nas despesas de casa sustentar a família.
( ) Para adquirir experiência.
( ) Não trabalhei
( ) Outra finalidade. Qual?____________

7-Avalio ter estudado e trabalhando simultaneamente, durante a graduação:


( ) Atrapalhou meus estudos.
( ) Possibilitou meu crescimento profissional.
( )Atrapalhou meus estudos, mas adquirir experiência.
( ) Não atrapalhou meus estudos.
( ) Não trabalhei.

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8-Enquanto acadêmico você se considera:
( ) Sempre freqüente.
( ) Freqüente.
( ) Indiferente.
( ) Pouco freqüente.
( ) Ausente

8- A instituição de ensino superior possui o anseio de formar profissionais de


qualidade. Em sua opinião, em que grau de eficiência ela contribuiu para a sua
formação:
( ) Plenamente eficiente.
( ) Eficiente.
( ) Indiferente.
( ) Ineficiente.
( ) Plenamente ineficiente

9-Em relação ao método de ensino de instituição:


( ) Concordo plenamente.
( ) Concordo.
( ) Indiferente.
( ) Discordo.
( ) Discordo plenamente.
Explique...............................................................................................................................
.............................................................................................................................................

10-Como foi seu estagio?


( ) Estágio supervisionado, na universidade.
( ) Estagio em empresas privadas ,com intermédio de um agente de integração.
( ) Estagio em empresa privada,sem intermédio de um agente de integração.

11-Durante o curso você realizou algum tipo de atividades complementares?


( )Sim
( )não
Quais? ________________________

12-Quando se inseriu no mercado de trabalho na área?


( )assim que conclui o curso.
( )durante o curso.
( )a menos de 1 ano após a conclusão do curso.
( )a mais de 1 ano após a conclusão do curso.

13 -Qual a sua posição na estrutura da organização em que trabalha?


( ) Cargo de chefia

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( )Cargo administrativo

14- No seu trabalho, qual a sua preferência quanto à estrutura de pessoal?


( )Em Equipe
( )Poucos subordinados
( )Sozinho
Por
quê?......................................................................................................................................
.............................................................................................................................................

15-Quais os motivos que levaram à escolha da profissão?

( )Realização Pessoal
( )Ótimo mercado de trabalho
( )Estabilidade da Profissão
( )Influência da Família
( )Oportunidade
( )Ter reconhecimento profissional
( )Estabilidade Financeira
Outros..........................

16-No exercício de sua profissão,quais habilidades considera mais importantes.


( )Liderança
( )Flexibilidade para Mudanças
( )Dizer Não a Atos de Riscos Fiscais e Societ.
( )Iniciativa
( )Relacionamento Interpessoal
( )Capacidade de Inovação
( )Poder de Persuasão e Convencimento
Outros..........................

17-Toda pessoa, enquanto profissional, baseia-se em diversos princípios para


desempenhar suas atividades. O que você considera como mais importante.
( ) Ética.
( ) Valorização profissional.
( ) Retorno financeiro.
( ) Contribuição social.
( ) Crescimento profissional.
( ) Satisfação pessoal.
( ) Outros. Qual?_________________

18-Qual a principal dificuldade enfrentada quando passou a atuar na área?


( )relação entre prática e teoria.
( )desatualização dos conhecimentos obtidos.
( )imaturidade para resolver problemas e encontrar soluções.
( )Outras.Qual? _________________

19-Qual a forma que mais utiliza para manter-se atualizado?


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( )Projetos e Programas do CFC.
( )Leitura de Periódicos da Área
( )Congressos
( )Outros.Quais? _________________

20-Qual o seu nível de conhecimento de informática?


( )Básico
( )Intermediário
( )Avançado

21-A pós a conclusão, você fez outros cursos de aperfeiçoamento na área?


( )Curso para desenvolvimento de Habilidades Técnicas
( ) Curso para desenvolvimento de Habilidades Pessoais
( ) Curso para desenvolvimento de Habilidades Técnicas e Pessoais
( )Nenhum

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