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João Martins, Cândida Luzia| Fotografia: Alexandre Baptista

ECONÓMICO TV

Novo canal de economia


da Ongoing em HD e tapeless
O Canal Económico TV integra uma plataforma inovadora completamente assente em sistemas Apple Mac,
já com um workflow tapeless e que trabalha de raiz em formato HD. Trata-se de um dos mais recentes
investimentos do grupo Ongoing na área dos Media, que prova ser possível montar de raiz um canal com
o que de mais recente existe em tecnologias Broadcast, num investimento apropriado a um canal temático
de pequena dimensão mas que integra uma visão estratégica de um grupo que considera processos
de trabalho avançados e aposta na internacionalização. A Produção Profissional visitou os bastidores
deste novo projecto.


ensado para emitir tanto nas plataformas modo sinergias ao nível do conhecimento dos mentos para o canal foram realizados num muito
de cabo e IPTV nacionais, assim como atra- equipamentos e das fontes de informação dispo- curto espaço de tempo, de forma a serem cum-
vés da web e para gerar conteúdos para nibilizadas pelo grupo Ongoing. pridos os prazos solicitados pela Ongoing, mas
canais de circuito fechado/corporate TV, o A empresa mãe demonstra assim desenvolver com uma sólida base de conhecimento na consti-
Económico TV é um canal temático de eco- os seus órgãos de informação como fontes cria- tuição de novos canais.
nomia, criado com recurso a uma infra-estrutura das para distribuição em multiplataforma e com Para relatar a história de desenvolvimento do
técnica avançada, tendo sido pensado de raiz já uma visão estratégica avançada. projecto, António Lopes recorda que em Abril de
em alta definição e que assenta num sistema iné- 2009, quando ainda se encontrava a trabalhar na
dito, completamente baseado em Mac OS com História do projecto GMTS (empresa responsável pela infra-estrutura
hardware da Apple. e da equipa de coordenação técnica da SIC, grupo Impresa), foi contactado
Tanto a infra-estrutura técnica como as insta- Em contacto com António Rocha Lopes, direc- pela Mobbit Systems, empresa tecnológica do
lações, localizadas em Alcântara, são partilhadas tor técnico do canal, e com Miguel Madeira, en- grupo Ongoing, que ficou com a incumbência de
pelas redacções do canal Económico TV e dos genheiro responsável pelo projecto, a Produção montar o canal de televisão.
jornais Diário Económico e Weekend Económico Profissional visitou o canal e apurou que, tanto António Lopes refere que ao trabalhar na
que utilizam um open space, promovendo desse o projecto técnico como a escolha de equipa- GMTS, a sua primeira ideia foi a de que “a GMTS
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tinha condições para o fazer, pois já havia coor-

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denado o projecto do canal Benfica no ano an-
terior e podia criar uma nova parceria para fazer
também o canal Económico TV”.
A nível empresarial também há algo para con-
tar. De acordo com António Lopes, no início de
2009 “a Impresa recebeu uma proposta de par-
ticipação no capital do grupo por parte de Nuno
Vasconcellos. Além disso, o Dr. Francisco Pinto
Balsemão demonstra interesse em ficar com uma
percentagem do canal Económico TV, e é nessa
perspectiva que eu venho para o canal”.
Recorde-se que a Ongoing detém cerca de
23% da Impresa e Nuno Vasconcellos, que lidera
a empresa, manifestou interesse – no Verão de
2009 – em adquirir um grupo de Media forte
em Portugal, manifestando interesse no grupo
Impresa. No entanto, o Dr. Francisco Balsemão
decide manter o negócio, e também decide não
participar no capital do Económico TV.
Entretanto a Ongoing acabaria por comprar
29,9% da Media Capital, empresa que controla Depois de um percurso comum na SIC, o projecto técnico do Económico TV foi da responsabilidade de António Lopes
que recorreu à experiência de Miguel Madeira e da sua empresa Pentavisão, entretanto incorporada na Mobbit Systems,
outra estação de televisão privada, a TVI. empresa de tecnologia do grupo Ongoing encarregue de gerir o projecto
Posteriormente, António Lopes continua a tra-
balhar no projecto acabando por receber “uma de criar um canal de televisão para acompanhar da melhor forma. “Da parte técnica teria sido
proposta de contrato com a Económico New os jornais que já existiam, o Diário Económico e possível colocar o canal no ar em Dezembro,
Media, empresa da holding da Ongoing que se o Semanário Económico (na altura), actualmente com algumas lacunas é certo”, afirma Miguel
dividiu em várias empresas como a Ongoing New Weekend Económico, numa estrutura multiplata- Madeira.
Media e Ongoing Technologies ambas da área forma, que permitisse fazer televisão, e também “A obra, por vezes andou mais depressa que
operacional (as restantes empresas do grupo cor- produzir conteúdos para a Internet, mobile e para o projecto. Contámos com a colaboração de uma
respondem à área financeira), contrato que viria o canal corporativo”, conta-nos Miguel Madeira. empresa de construção civil espectacular”, frisa
a firmar em Janeiro de 2010”, esclarece. Miguel Madeira. A Ongoing integra uma área
Miguel Madeira entrou para o projecto através As opções tecnológicas de imobiliária, onde consta a empresa RockSun,
da empresa NLS/Pentavisão, por sugestão de An- Depois de uma fase de vários estudos e pros- que está habituada a trabalhar em parceria com
tónio Lopes que conhecia bem a sua experiência, pecção de mercado, e tendo em conta as em- outras empresas através de subcontratação, que
tendo sido anteriormente colegas desde a fun- presas que conheciam no mercado nacional e neste caso foram a Novo Interior, como integra-
dação da SIC. Na altura, Miguel Madeira estava internacional, António Lopes considera que uma
a desenvolver projectos técnicos para o concurso hipótese seria a de trabalhar com empresas que
do quinto canal, lançado então para a plataforma fornecessem soluções chave-na-mão como, por Raul Vaz, Director Executivo
do Económico TV, tem no canal
TDT nacional e que, infelizmente, acabou por não exemplo, a VSC Design. Além disso, “verifiquei uma equipa de técnica composta
viabilizar qualquer um dos concorrentes. No en- que a GMTS, em virtude da sua equipa estar por cerca de 25 pessoas
tanto, a experiência desses projectos acabaria por envolvida em inúmeros projectos, como era o e uma equipa de redacção
composta por 27 pessoas
se demonstrar decisiva quando Miguel Madeira e caso da criação dos novos estúdios da SIC, não
António Lopes discutiram a filosofia base do pro- tinha na altura condições para aceitar este pro-
jecto e encontraram múltiplas ideias comuns de jecto. Considerámos então que se poderia criar
como se poderia concretizar uma plataforma de uma estrutura independente dentro da Mobbit
televisão já completamente assente em ficheiros para avançar com o projecto”, elucida António
e em alta definição. Lopes.
No decurso deste envolvimento de Miguel Nessa fase, Miguel Madeira aceita o projecto e
Madeira com o projecto, a Mobbit acabou por juntamente com Henrique Couto Martins, admi-
fazer um convite à Pentavisão para integrar a nistrador da Ongoing Technologies foram dese-
Mobbit como unidade de projectos broadcast, o nhando o conceito do canal, passaram à escolha
que de facto veio a acontecer após a finalização do edifício, plantas, escolha dos equipamentos,
do Económico TV. orçamentos, enfim tudo o que era necessário.
Desde Agosto de 2009, Miguel Madeira in- Num prazo apertado – de acordo com Miguel
tegra os quadros da Mobbit, tendo assumido Madeira, a Pentavisão foi contactada nos últimos
a função de direcção e supervisão do projecto dias de Maio – houve uma reunião num Sábado e
Económico TV e de todos os trabalhos de im- o projecto foi solicitado para a Segunda-feira se-
plementação. A engenharia de projecto foi feita guinte. Foi um projecto feito em contra-relógio.
pela Pentavisão, sendo a Mobbit Systems o prime “O objectivo era que o canal estivesse no ar no
contractor. dia 1 de Setembro”, o que com a construção civil
“Para fazer o projecto a equipa partiu de um associada era um prazo difícil de cumprir, mas era
valor base disponibilizado pelo cliente e da ideia também um desafio e decidiram tentar cumpri-lo
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meados de Agosto, e a mudança de hardware


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e software do jornal começou a ser feita numa
Sexta-feira à noite, no Sábado, dia em que não há
publicação do jornal foram feitas as instalações e
no Domingo a redacção já estava a trabalhar para
fazer o jornal que sai à Segunda-feira.
Em termos de partilha de recursos entre o ca-
nal e o jornal estão englobadas a informação das
agências Reuters e da Lusa e o know-how dos
comentadores ou analistas do jornal que vão ter
uma participação activa no conteúdo do canal
Económico TV.
“A componente técnica do projecto, corres-
ponde a um investimento considerável em infra-
-estruturas e em equipamento de algumas das
mais reconhecidas marcas do mundo broadcast”,
refere Miguel Madeira.
Contaram também com outros parceiros. De
acordo com Miguel Madeira, a Red, uma divisão
da Ibertelco para a área de infra-estrutura foi a
empresa encarregue da passagem dos cabos e da
Entre Junho e Agosto de 2009, o grupo Ongoing instalou as operações dos seus jornais económicos e as novas integração de hardware. A Paulo Padrão coube a
instalações do Económico TV neste edifício em Alcântara, completamente transformado por dentro em tempo recorde
parte de iluminação e sistemas de cromakey ins-
dor com os restantes empreiteiros e a Teixeira A prioridade em termos de obra foi a cons- talados nos dois estúdios. Foi feita uma parceria
Trigo na fiscalização da obra. Num mês e meio, o trução do data center, que ficou pronto a 29 de com a empresa Bloom, do grupo Impresa, para a
edifício – que anteriormente era a sede da agên- Julho para procederem à instalação dos equipa- criação de grafismos e cenografia virtual. Criaram
cia de publicidade Brandia Central – foi destruído mentos. “No entanto, o pó, o cheiro a tinta e a uma parceria com a Go TV para fornecimento
por dentro e todo reconstruído de forma a aco- falta de electricidade acabaram por não ajudar a da equipa técnica inicial, responsável nomeada-
modar as instalações do canal. Tudo durante o rentabilizar esse timing e não permitiram a insta- mente pelas operações ENG e gráficos de emis-
Verão de 2009. lação dos equipamentos como queríamos. A che- são, integrando o sistema Infostudio, que inclui
A obra arrancou por volta de dia 10 de Junho, gada de racks e equipamentos foi travada para a parte de templates de grafismo sob design da
na zona onde pretendiam criar os estúdios foi não se estragar nada. No piso da redacção é que Bloom, mas executado pela Go TV.
necessário cortar a placa interior existente para foi possível fazer a passagem de cabos no chão Para a integração da infra-estrutura técnica
conseguir vão suficiente para o pé direito dos técnico”, conta-nos. em que assenta a emissão, foi estabelecida uma
estúdios, reforçando toda a estrutura em cima Entretanto, a passagem da equipa do jornal parceria com a empresa inglesa VSC Design para
com mais metal, tendo sido ainda necessários para as novas instalações foi também feita em a auditoria, programação e integração dos servi-
alguns cálculos de engenharia para fazer com dores, sistemas de redacção e de todo o sistema
que a estrutura suportasse todo o peso que está de automação. Todo o sistema foi integrado pela
suspenso no tecto dos estúdios. “Eu e o António VSC em coordenação com a direcção técnica
Lopes acompanhámos sempre a obra” refere Mi- do canal, tendo como peça central o software
guel Madeira. Octopus Newsroom da empresa checa com o
mesmo nome, directamente a correr em plata-
A redacção do Económico TV utiliza exclusivamente postos de trabalho Mac
formas Mac OS, Apple XServe, com armazena-
Mini, os quais estão interligados em rede com uma solução de redacção
Octopus Newsroom e software de produção e emissão da Building4Media mento SAN associado e uma solução de arquivo
– uma infra-estrutura toda construída em sistemas Apple Mac digital Atempo ADA. O sistema que interliga
estas soluções baseia-se no software FORK da
Building4Media – uma empresa holandesa, pio-
neira em integração de soluções para televisão
baseadas em Mac. A solução FORK Production
Suite combina a gestão de todos os processos
que concretizam uma cadeia de emissão baseada
em ficheiros, oferecendo processos rápidos desde
a ingestão de material à continuidade de emissão
com custos extremamente eficientes, devido à re-
dução do número de operadores e da integração
de todos os computadores existentes na rede.
A solução permite nomeadamente uma grande
modularidade ao nível dos postos de edição, seja
directamente no sistema FORK, seja com a inte-
gração de suites Final Cut Pro, sendo que no caso
do Económico TV, todos os jornalistas podem
editar o material directamente no seu posto de
trabalho.
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Pequena área cenográfica da zona da redacção onde são feitas diversas intervenções em directo, nomeadamente a actualização das informações sobre os mercados. A cenografia virtual,
bem como toda a identidade gráfica e áudio do canal foram criadas pela Bloom Graphics, empresa do universo Impresa

Os únicos VTRs que existem na estação são os SAN e arquivo digital sem estrangulamentos. De mas esteve em cima da mesa. Tendo em conta o
que são estritamente necessários à ingestão de referir que a ligação em fibra é garantida directa- conceito Mac, havia ainda outras empresas como
material proveniente de fora. De resto, o sistema mente dos sistemas Apple XServe, minimizando a hipóteses de fornecedor, mas que em relação à
FORK da Building4Media encarrega-se de toda a necessidade de distribuição de sinais em HD-SDI VSC tinham lacunas ao nível de assistência” re-
gestão dos fluxos de trabalho, integrando placas ou cablagem de vídeo, reduzida praticamente à fere António Lopes. De acordo com o mesmo res-
de vídeo SD/HD da AJA, directamente instaladas área técnica e à comunicação com as régies. De ponsável, a ideia foi sempre a de fazer um canal
nas estações Apple Mac XServe (todas em basti- resto, toda a infra-estrutura do canal está assente temático para os operadores de cabo, um canal
dor técnico centralizado), com um fluxo completo sobre a rede existente e trabalha-se sempre com de notícias de economia política, sempre a pen-
baseado em formato DVCPRO HD a 100 Mbits. ficheiros. sar que tinha de trabalhar para multiplataformas
As eventuais transcodificações de sinal que a es- Segundo nos contaram António Lopes e Mi- de distribuição.
tação tenha que produzir são completamente en- guel Madeira, a ideia de recorrer às soluções da Por isso, no desenrolar do projecto, Miguel
tregues a um sistema Telestream Episode, o qual Building4Media, especializada em plataformas Madeira confessa terem surgido mais duas ou
poderá ser ampliado à medida das necessidades Apple Mac, já havia sido uma das ideias comuns, três coisas importantes, tal como a capacidade
da operação. partilhada entre ambos. “Como a VSC tinha de converter os sinais HD em SD e para diferentes
O sistema de redacção Octopus Newsroom muita experiência de integração destes sistemas formatos, a integração da cenografia virtual dado
comunica com o sistema de produção e com os achámos por bem entregar-lhe essa parte do pro- que a área dos estúdios era pequena, e a aposta
telepontos através de protocolo MOS, sendo a in- jecto e, sendo ferramentas fulcrais, foi a melhor completa em tapeless, uma vez que não fazia
tegração das estações de trabalho remotas feita opção. A VSC já havia feito vários trabalhos em sentido apostarem ainda em formatos baseados
através de uma solução KVM (distribuição de te- Portugal, de modo que também lhe foi pedido em fita, com o lançamento de camcorders que
clado, rato e monitor) da Adder Technologies. um projecto para o canal, tendo esta empresa apenas usavam cartões de memória. Outro factor
Todos os jornalistas trabalham directamente apresentado como opção a mesma tecnologia, crucial ao projecto foi sempre a aposta em HD
em simples computadores Apple Mac Mini, já que foi escolhida por nós exactamente com as na emissão, por considerarem que era a escolha
que todos os processos se baseiam em rede. mesmas marcas”, refere António Lopes. tecnológica certa.
Toda a rede assenta em ligações de fibra-óp- A VSC também tinha feito a instalação do Conforme ambos os responsáveis técnicos
tica, constituindo assim uma solução de infra-es- canal Bloomberg em França, e outra hipótese do projecto nos referiram com orgulho, a “sua”
trutura que não apenas suporta os processos em que esteve em cima da mesa foi a de comprar o instalação prova que é possível equipar um canal
alta definição mas garante também um tráfego equipamento da Bloomberg França e que iria ser de pequena dimensão deste modo, a um custo
e um acesso aos dados armazenados no sistema desactivado. “Era uma ideia peregrina na altura, aceitável.

O canal Económico TV dispõe de duas salas de pós-produção áudio e vídeo, equipadas com estações Mac Pro e software Final Cut Studio, com hardware da Blackmagic.
Nestes espaços é possível gravar voz-off recorrendo a um microfone SE Electronics Z3300 com um filtro acústico Reflexion Filter SE no próprio local
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A continuidade do canal Económico TV baseia-se completamente nas capacidades de automação do sistema FORK Playout Suite da Building4media, com operação de master control
entregue a um sistema QMC da Evertz. Os painéis multiviewer são os Harris Predator II-GX que alimentam ecrãs LCD da Sony, assistidos por monitores master da Sony,
monitores de áudio em rack da TSL, sistemas de medida da Tektronix e intercomunicação Artist da Riedel

Redacção Económico tanto o Octopus, como o software FORK da Buil-


O edifício escolhido tem dois pisos, está lo- ding4Media correm tanto em plataformas Mac
calizado na Rua Vieira da Silva, em Alcântara, e como PC. Alguns dos postos de trabalho Mac
foi sujeito a uma remodelação total do espaço Mini eram complementados por simples leitores
interior. A opção por fazer apenas uma obra de universais de cartões de memória (unidades USB
interiores prendeu-se com o facto de quererem da Sony) que se destinam à ingestão do material
evitar pedir licenças, normalmente demoradas, o ENG gravado.
que inviabilizaria o timing inicial do projecto. Os jornalistas escrevem os textos no sistema
Desta forma, a redacção actual encontra-se Octopus Newsroom, que podem ficar automa-
num vasto open space do piso superior do edifí- ticamente disponíveis nos telepontos, fazem a
cio, que está organizado em várias áreas, sendo inserção de grafismo no Octopus, criam tabelas
uma delas para os jornalistas do canal Econó- referentes à Bolsa e podem inserir ainda os orá-
mico TV e as restantes para os jornalistas do Di- culos. “Este trabalho tem corrido muito acima
Para a captação em exterior, a escolha do canal
ário Económico. A redacção funcionará também das nossas expectativas. Ficámos espantados
Económico TV recaiu sobre as câmaras de alta definição como complemento dos estúdios permitindo a com a capacidade deles. Temos uma pessoa do
ProHD da JVC, modelos JVC GY-HM700 e GY-HM100, as captação de blocos informativos, por exemplo, ingest que dá apoio à redacção para ajudar na
quais gravam directamente ficheiros em formato XDCAM
EX a 35 Mbps ou Quicktime
com a redacção como cenário em fundo. Ainda organização das pastas, etc., os jornalistas trazem
no piso da redacção existem cinco gabinetes para os cartões de memória com o material gravado,
De acordo com António Lopes, a administra- a direcção e três salas de reuniões. colocam-no no leitor de cartões, cortam e fazem
ção teve um mindset sempre bem definido: “fal- Como referimos, os jornalistas do canal tra- a versão final que aparece no alinhamento”.
tava-lhes apenas alguém com a experiência de balham exclusivamente em ambiente Mac, exis- A área da captação ENG foi precisamente uma
broadcast que permitisse criar uma sinergia com tindo na redacção dezenas de Macs Mini, equi- das que Miguel Madeira nos referiu ter constituí-
a sua experiência de IT. Além disso, a administra- padas com 2 GB de RAM e todos a correr já a do uma das decisões mais demoradas e que por
ção da Ongoing não queria uma TV à imagem do actualização do Snow Leopard. A única excepção isso foi deixada para o fim. Tendo existido já a
que são as televisões standard, com as pessoas a que encontrámos foram dois PC que ainda per- solução de infra-estrutura do canal, baseada na
pensar ainda em Betacam”. sistem (talvez por pouco tempo) e isto porque solução da Building4Media, em que a única op-

Os dois estúdios A e B do canal Económico TV estão equipados


com sistemas de cenografia virtual da Orad, instalados pela
Vantec e dispõem de câmaras Sony HXC-100 com interfaces triax
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Zona de maquilhagem anexa aos dois estúdios A e B do


Económico TV. Tendo em conta que se trata já de uma
operação completamente em alta definição, a equipa
deste canal foi já obrigada a lidar com os requisitos
específicos da maior resolução

ção de alta definição disponível era trabalhar em


formato DVCPRO HD a 100Mbits, o Económico
TV tinha que analisar bem todas as opções dis-
poníveis. No entanto, as limitações de orçamento
eram grandes, não havia ainda uma definição to-
tal das necessidades de produção e a tecnologia
de captação estava a evoluir de forma vertiginosa.
Depois de consideradas as opções P2 da Panaso-
nic e as alternativas XDCAM HD e XDCAM EX da
Sony, a opção acabou por recair nas versáteis e
económicas camcorders ProHD da JVC.
Estas camcorders da JVC gravam os ficheiros
com o codec MPEG-2 Sony XDCAM EX ou di-
Régie de produção principal, anexa ao Estúdio A do Económico TV, onde domina uma mesa de mistura Sony MVS6000
rectamente em Quicktime. Sendo o formato da e multiviewers da Harris, permitindo controlar os cinco canais de câmara Sony HDX-100 de que o canal dispõe. Junto
estação o DVCPRO HD, quando se faz a ingestão à mesa de produção vemos o pormenor dos controlos remotos BUZZ, adaptados engenhosamente pelo canal para
arrancar os alinhamentos das peças no sistema FORK
do material este tem de ser transcodificado, para
ser integrado no sistema FORK da Building4Me- fornece-nos os operacionais (operadores de câ- Na área técnica do canal foram criadas duas
dia. Se o trabalho for directamente para a edição mara, operadores de mistura, operadores de salas de pós-produção, ambas equipadas com
em Final Cut Pro, a ingestão é feita directamente infografismo) e esta aplicação de infografismo. estações Mac Pro, com Final Cut Studio e o soft-
no formato nativo da camcorder, sendo apenas O modelo já tinha sido aplicado noutros sítios, ware FORK da Building4Media, tendo a nível de
gerada uma versão DVCPRO HD da versão final como na Sport TV e na TV Zimbo (Angola), que hardware interfaces Multibridge Pro da Blackma-
editada. além disso também trabalha com o FORK, por- gic com placas Fibre Channel.
As câmaras de ENG são para já apenas três tanto já existia experiência de ligação destas três Na primeira destas salas foi instalado um mi-
camcorders JVC GY-HM700 e mais três das pe- plataformas”. crofone SE Electronics Z3300 com um filtro acús-
quenas camcorders GY-HM100. Estas camcorders Encontramos uma pequena área cenográfica tico Reflexion Filter SE que despertou a nossa
estão complementadas por tripés ligeiros ENG de na zona da redacção, onde durante o dia são fei- curiosidade. O microfone foi instalado nesta sala
duplo estágio da Sachtler, baterias e iluminadores tos directos e conteúdos disponibilizados no site de modo a ficar disponível para gravar voz-off
LED, com sistemas de protecção e transporte da Internet do Económico. das peças, em qualquer momento, num am-
Kata. As GY-HM100, mais pequenas, são utiliza- A cenografia quer desta área - que é real e biente que fosse mais apropriado mas sem ter
das sobretudo pelos jornalistas para fazer entre- foi integrada no espaço existente com algumas de reservar uma sala apenas para sonorização,
vistas no exterior para disponibilizar nos conteú- condicionantes, tal como a luz do sol que entra devido ao pouco espaço existente.
dos online. directamente na redacção - quer os cenários vir- Em seguida encontra-se uma sala destinada à
“A dificuldade maior que temos tido diz res- tuais dos estúdios e toda a identidade gráfica e continuidade que pode receber emissão de qual-
peito às fontes. Temos poucas equipas de ENG de áudio do canal foram criados pela Bloom Gra- quer um dos estúdios ou dos três em simultâneo
por isso ainda produzimos pouco material, em- phics (empresa do universo SIC, grupo Impresa). (os dois estúdios principais mais a zona da redac-
bora no Verão já tenhamos feito algum. Temos ção). Aí existe uma videotape multiformato para
uma dificuldade acrescida, trabalhamos em 16:9 Salas técnicas receber algum material do exterior, assim como
e em alta definição e muito material externo No piso térreo do edifício foram criados os os mesmos leitores de cartões USB da Sony, como
ainda nos chega em 4:3 e muitas vezes em mau estúdios de televisão e todas as salas necessá- possível fonte de ingestão adicional.
estado”, refere António Lopes. rias para a produção dos programas. Neste piso, Esta zona de continuidade é extremamente
Sobre o sistema gráfico com que estão a tra- estão ainda a recepção, uma sala de maquilha- simples e baseia-se sobretudo na solução QMC-2
balhar – o Infostudio da Go TV – António Lopes gem, um pequeno refeitório que antes era um com painel de master control QMC-DCP da
explica-nos que existe uma parceria estratégica pequeno bar que já existia nas instalações antes Evertz e matriz da mesma marca, a partir do qual
com esta empresa independente. “A Go TV das obras e um acesso à garagem. se controla a colocação no ar de todo o material,
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Sony HDVF-C950W e telepontos da Autoscript.


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Estes canais de câmara HXC-100 estão inter-
ligados a unidades de controlo de câmara (CCU)
HXCU-100 e comandos remotos compatíveis na
zona de controlo de imagem, também assistida
por monitores Sony e Tektronix.
Neste estúdio podemos reparar na qualidade
da cablagem 3Gbps fornecida pela RED/Ibertelco
e que utiliza cabo vídeo SDI e Triax da Drako, com
fichas Fischer e painéis de ligação da ADC.
A teia de iluminação não está assente na placa
do edifício, que como soubemos foi removida,
estando assente em pladur triplo com um grande
isolamento de lã de rocha. Por sua vez, esse tecto
está preso por grampos com suspensões de bor-
racha a uma placa que está no tecto e que foi
construída de propósito para este projecto. A
consultoria para a construção deste tecto e teia,
assim como o tratamento acústico das salas de
continuidade e pós-produção, foi da responsabi-
lidade de Marcelo Tavares e da sua empresa Au-
A zona de controlo de áudio, anexo à régie de produção principal, é dominada por uma mesa digital Si2 da Soundcraft. diodesigner.
Esta cabine permitiu-nos admirir o excelente trabalho de desenho e tratamento acústico efectuado por Marcelo Tavares
A iluminação e parte eléctrica destes estúdios,
e pela sua empresa Audiodesigner que se encarregou destes aspectos em todas as salas das instalações do canal
assim como as cortinas que tapam a luminosi-
em ligação directa ao sistema FORK Playout Suite e pela Snord. O Estúdio A (com 55m2) destina-se dade que vem das janelas da sala da administra-
da Building4media. Os painéis multiviewer (Har- aos programas de informação diários ou progra- ção que dá para este estúdio – uma imposição
ris Predator II-GX) alimentam dois ecrãs LCD da mas de maior porte. Tem uma mesa desenhada inicial um pouco bizarra – foram trabalhos da
Sony, a partir de qual é feito o pré-visionamento para receber cinco pessoas e o sistema de cenário responsabilidade de Paulo Padrão.
e controlo de emissão, assistidos por monitores virtual assente na plataforma Orad HDVG que foi O Estúdio B (com 45 m2) destina-se aos pro-
master da Sony, monitores de áudio em rack da instalado em ambos os estúdios, inclui neste caso gramas de informação diária e apresentava ape-
TSL, sistemas de medida da Tektronix e interco- uma solução de tracking mecânico, directamente nas uma mesa de apresentação simples e um
municação da Riedel. instalado nas cabeças de tripé e pedestais da Sa- púlpito para o jornalista.
Aliás, todas as instalações do canal Económico chtler. As câmaras de estúdio em alta definição O canal Económico TV tem duas régies de
estão interligadas através de uma matriz digital são as Sony HXC-100, equipadas com sensores produção associadas a estes dois estúdios, uma
série Artist da Riedel, sendo a intercomunicação CCD Sony HAD de 2/3” com 2,2 megapixels, com para o Estúdio A e outra para o Estúdio B. Na
uma das áreas críticas onde Miguel Madeira nos conversão A/D interna a 14-bit e interfaces digital régie de vídeo que dá apoio ao estúdio A, des-
confessou não ter querido assumir compromis- triax que lhes garante uma grande versatilidade na taca-se a mesa mistura de Sony MVS6000, o
sos. forma como podem ser aplicadas nas diferentes controlador de croma da Ultimatte, vários mo-
Entrando nas salas contíguas temos então dois áreas do edifício, uma vez que só existem cinco nitores LCD Sony, nomeadamente dois grandes
estúdios, ambos equipados com cenários virtuais unidades no Económico TV. As câmaras estão to- com multiviewer da Harris e um leitor Tektronix
e mesas de apresentação desenhadas pela Bloom das equipadas com o visor de estúdio LCD a cores WFM 5000.
A título de curiosidade Miguel Madeira mos-
trou-nos a solução encontrada para que os reali-
zadores pudessem arrancar as peças do sistema
FORK, para a qual levaram a cabo algum desen-
volvimento. Depois de terem estado no IBC à
procura de uma solução que resolvesse esse pro-
blema e depois de tentarem um ecrã touchpa-
nel simples – que se demonstrou pouco fiável
- acabaram por encontrar uma solução simples
e ergonómica: integrar simples comandos remo-
tos do jogo BUZZ que existe para a PlayStation
e outras consolas. Tratando-se de um comando
remoto simples, com grandes teclas coloridas,
bastou um pouco de engenho para implementar
o interface e integrar as funções de Cue e Play
no software, provando a sua eficácia. Uma solu-
ção que foi mesmo elogiada pela Building4Media
que promete copiar a ideia.
Ao lado da régie de produção principal, está
uma zona de produção áudio, equipada com
O Económico TV dispõe ainda de uma segunda régie de produção mais simples, equipada com uma mesa de mistura
uma mesa de mistura Soundcraft Si2, “que não é
Panasonic AV-HS400A com multiviewer integrado comum em broadcast”, destaca Miguel Madeira.
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Pormenores das racks de distribuição de sinais dos estúdios e teia de iluminação do Estúdio B, com iluminação fluorescente da Balcar. Dois aspectos que demonstram a qualidade
do trabalho efectuado pelas empresas sub-contratadas, a RED do grupo Ibertelco e a empresa de Paulo Padrão, respectivamente

“Não estamos a utilizar funções follow, mas ape- faces à interligação entre os sistemas de vídeo mem-se à matriz e sistemas de master control
nas controlo manual. Esta mesa tem entradas e existentes e as régies contíguas, uma vez que da Evertz – com gerador de sincronimo de esta-
saídas analógicas, sendo a saída do sinal feita as restantes operações são completamente ba- ção também da Evertz – complementados com
logo embebida em SDI”, acrescenta. seadas em rede Ethernet e Fibre-Channel. Toda sistemas modulares de distribuição/amplificação
Nesta zona de áudio, tal como nos restan- a cablagem foi estruturada e instalada pela RED e embeders Synapse da Axon, os multiviewers
tes espaços cujo tratamento de áudio foi im- (divisão de engenharia do grupo Ibertelco), Predator II-GX – os quais garantem a monitori-
plementado pela Audiodesigner, encontramos sendo o sinal que irá para o ar (por assim dizer) zação e controlo dos sinais – e os sistemas que
painéis acústicos da marca nacional Vicoustic, entregue em fibra-óptica ao operador de cabo/ complementam as soluções de cenário virtual da
juntamente com estruturas construídas espe- IPTV. Nesta instalação já se viam aliás os equipa- Orad, nomeadamente as estações HDVG. Nos
cificamente para as salas. O chão e paredes da mentos de envio e recepção do sinal da Portugal bastidores encontramos ainda a central Riedel
régie de áudio, por exemplo, estão assentes em Telecom. Artist para a intercom, juntamente com um sis-
borracha e não há ligações físicas entre nenhuma Nos bastidores técnicos do canal, os sistemas tema de patch redundante e alguns servidores
parte da estrutura. A acústica foi estudada ao de- de vídeo tradicional são muito poucos e resu- Blade e estações de trabalho que complemen-
talhe por Marcelo Tavares, tendo resultado num
“trabalho excelente”, diz Miguel Madeira.
As câmaras de estúdio da Sony estão equipadas com
Na régie que dá apoio ao Estúdio B está ins-
visores LCD HD a cores. No estúdio A estas câmaras estão
talada uma mesa de vídeo mais pequena, desta instaladas sobre pedestais da Sachtler com sistema de
feita uma Panasonic AV-HS400A que já alimenta tracking adaptado de forma a permitir a sincronização
com o sistema de cenários virtuais da Orad, alimentado
o multiviewer para um simples ecrã LCD da Sa-
por estações HDVG. Na imagem do visor podemos ver
msung. Ao seu lado temos uma mesa de áudio já o resultado final do cenário em cromakey, combinado
Spirit da Soundcraft, outro painel de intercom com a captação do estúdio

da Riedel e encontramos uma mesa de controlo


de iluminação DMX, série Eurolite LC2412 da
Behringer – o mesmo modelo que controla a ilu-
minação no Estúdio A.

Central técnica
Talvez o aspecto mais interessante da insta-
lação do Económico TV resida precisamente na
forma simples como está estruturado o espaço
da central técnica – área onde estão concentra-
dos todos os bastidores dos equipamentos que
compõem as operações do canal e cujo espaço
é actualmente partilhado com o data center da
redacção dos jornais e todos os sistemas IT da
empresa.
A infra-estrutura do canal Económico TV foi
baseada em vídeo HD-SDI, com cablagem de
3Gbps, tentando reduzir-se este tipo de inter-
36
H;FEHJ7=;C HE:K^\EÅHE<?II?ED7BÅÜ FEVEREIRO 2010

Um dos corredores da central técnica do canal, onde encontramos praticamente todos os bastidores destinados Bastidor destinado às estações gráficas Orad HDVG que
aos sistemas vídeo, tal como a matriz e sistema de master control da Evertz, sistemas de distribuição modulares Axon alimentam os sistemas de cenários virtuais dos estúdios,
Sinapse, multiviewers da Harris, mesa de mistura MVS600 da Sony, CCUs das câmaras Sony, etc. Toda a cablagem vídeo implementado pela Vantec, acompanhado pelos restantes
é HD-SDI a 3Gbps e foi integrada pela RED, empresa de engenharia do grupo Ibertelco sistemas de grafismo Infostudio da Go TV

Nos restantes bastidores encontramos o sistema principal que


alimenta todas as operações em rede, com servidores Apple
XServe, onde correm as aplicações da Building4Media, ligados
a sistemas de armazenamento VTrak E-Class RAID da Promise
Technology que suportam a solução de arquivo Atempo ADA
com 24 terabytes de material online

tam algumas das soluções de software, nomea-


damente o Infostudio da Go TV.
Praticamente todo o restante espaço existente
em bastidor é ocupado por 20 sistemas Apple
XServe de 1U de rack, equipados com processa-
dores Quad Core Intel Xeon, onde correm as apli-
cações da Building4Media e o sistema de redacção
Octopus, tendo estes interfaces AJA Video insta-
lados, com ligações em Fibre-Channel e Ether-
net. Estes servidores de suporte ao canal estão
integrados com o software Xsan 2.1 da Apple e
sistemas de armazenamento em RAID da Promise
Technology, cuja solução VTrak E-Class RAID é aliás
recomendada pela marca desde que esta descon-
tinuou os seus próprios XRaid. Esta solução está
certificada também para suporte de armazena-
mento partilhado SAN aos postos de edição Final
Cut Pro existentes nas salas de pós-produção.
FEVEREIRO 2010 ÅÜÅHE:K^\EÅHE<?II?ED7BÅ 37

Integrada também a este sistema baseado em

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Mac, a solução de arquivo Atempo ADA permite
arquivar 24 terabytes de material online, contando
depois com um sistema de streamer onde po-
dem ficar gravados em fita. A solução de arquivo
Atempo Digital Archive (ADA), uma empresa ca-
liforniana, é uma das soluções optimizadas para
suporte a plataformas Mac OS X, com compatibi-
lidade Apple Xsan e integração directa com Final
Cut Server, constituindo uma plataforma optimi-
zada para grandes centros de pós-produção, pro-
dutoras e mesmo canais de televisão.
Em termos de pesquisa de conteúdos, esta
solução está interligada com o sistema da Buil-
ding4Media e os subprodutos FORK: Editor,
Client, Assistant, etc., onde poderão estar acessí-
veis mais de 20 terabytes de material de arquivo. Apesar do curto prazo imposto, António Lopes e Miguel Madeira
Segundo nos explica Miguel Madeira, “os sis- confessam que criar um canal de televisão deste tipo, todo já em HD
e completamente tapeless, entre muitas características inovadoras,
temas estão interligados e cruzam dados, pelo
era para ambos um projecto irrecusável. “Daquelas coisas que só
que a redundância está nos dois. Se os SAN acontece uma vez na vida...”, confessa o director técnico António Lopes
avariarem, o que vai para o ar é o que está na
playlist do servidor, o que permite, por exemplo, são da inauguração do jornal Económico no Bra- redundantes, securizadas para lá, e uma de ida e
a playlist passar 72 horas sem problemas”. sil, tendo sido contratada uma produtora local outra de volta, externas, para podermos enviar e
Além das UPS que suportam esta central téc- para fazer o trabalho e que injectou o sinal no receber outros sinais. É possível também virmos a
nica, o canal dispõe ainda de um gerador a diesel satélite a partir do Brasil. No entanto, dada a di- proceder à instalação de sistemas fixos de recep-
na garagem, porque a zona de Alcântara tem de- mensão prevista destas operações o sistema não ção de satélite”, acrescenta António Lopes.
monstrado ser um dos sítios em Lisboa com mais prevê para já grandes necessidades de gestão de
falhas de rede eléctrica. sinais externos. “Foi instalada uma matriz cen- Opções de formato
O projecto está preparado para receber sinal tral de 64x64 da Evertz, na primeira rack. Existem Depois de concluída a visita às instalações do
de outros locais e inclusive já receberam a emis- também quatro fibras para Monsanto: duas vias canal Económico TV, não podemos deixar de ad-

Diagrama da estrutura funcional da rede do Económico TV onde se torna


visível a interligação entre os diferentes processos, distribuídos por tipologias
de rede em diferentes débitos, desde Gigabit Ethernet a 10GB,
com interligação de sistemas em Fibre-Channel
38 HE:K^\EÅHE<?II?ED7BÅÜ FEVEREIRO 2010

no mercado há mais de quinze anos, a verdade


H;FEHJ7=;C
é que os codecs HD para operações broadcast
ainda não estão implementados devidamente em
todas as etapas do processo. Todos nos recorda-
mos da discussão na Europa sobre a necessidade
de formatos de compressão mínimos a 50Mbits
para suportar operações broadcast em SD e que
levou a Sony a criar o famoso formato IMX a pe-
dido da estação italiana RAI. Poucos anos depois,
a cadeia inglesa BSkyB tomou a decisão de avan-
çar com uma operação HD e foi confrontada com
a falta de referências em relação a um padrão de
formato de compressão. Por isso mesmo, foi obri-
gada a adoptar ainda sistemas HDCAM baseados
em fita e, para a distribuição de sinal na infra-
-estrutura, optou por formatos como o DNxHD
da Avid, garantindo assim cadências mínimas na
ordem dos 200Mbps, consideradas essenciais
para garantir a qualidade de produção.
Nos Estados Unidos, a decisão quase unânime
das estações, consistiu em adoptar posterior-
mente o formato de compressão DVCPRO HD a
100 Mbps, uma vez que se tratava de uma pa-
Pormenores dos bastidores onde encontramos os routers e sistemas de rede do canal e pormenor dos servidores Apple
Xserve com interfaces AJA Video integrados, vendo-se as ligações em Fibre-Channel. Estes servidores estão integrados
tamar que combinava um bom compromisso de
com o software Xsan 2.1 da Apple ao sistema de armazenamento da Promise qualidade com uma funcionalidade aceitável nas
operações de estúdio. Independentemente dos
mirar o facto de este projecto responder a três contexto europeu, esta é uma decisão que – por formatos de captação usarem equipamentos da
enormes desafios, pouco vulgares. Em primeiro mais óbvia que se mostre para quem acompanha Panasonic, Sony ou outros, os primeiros servido-
lugar, naturalmente, o prazo extremamente re- a tecnologia – não tem sido o padrão, optan- res e sistemas tapeless para televisão a ficarem
duzido para concretizar toda a instalação – ape- do-se normalmente por estágios intermédios de disponíveis no mercado usavam o codec DVCPRO
sar de este se ter vindo a provar desnecessário, convivência SD/HD, que naturalmente resultam HD e ainda não existem muitas outras alternati-
uma vez que as alterações sofridas na estratégia em custos acrescidos e uma menor familiarização vas consensuais na indústria.
da Ongoing, levaram a um desanuviar da urgên- dos recursos humanos com as especificidades do Para além da opção de se trabalhar em ma-
cia de colocar o canal em emissão. A este desafio, sinal em HD. terial sem compressão – opção que muitas em-
a equipa de direcção técnica liderada por Antó- Mas este segundo desafio é sobretudo refor- presas de pós-produção assumem mas que não é
nio Lopes e Miguel Madeira, assim como todas çado pela decisão da direcção técnica de imple- prática em aplicações broadcast – existem apenas
as empresas envolvidas, souberam responder de mentar já um canal em modo tapeless. Como o formato AVC-Intra da Panasonic, os formatos
forma exemplar, deixando uma instalação funcio- todas as estações de televisão por todo o mundo MPEG-2 LongGOP e XDCAM da Sony e o já refe-
nal no prazo e com interessantes componentes a bem sabem, uma coisa é decidir produzir e emitir rido DNxHD da Avid, entre os codecs suportados
nível de gestão apertada do orçamento. em HD e outra completamente diferente é a de- por servidores e sistemas de emissão dos princi-
Em segundo lugar, é de admirar a decisão de cisão de adoptar simplesmente fluxos de trabalho pais fabricantes. A opção da compressão Apple
implementar todo o canal já em alta definição. No baseados em ficheiros, eliminando por completo ProRes começa agora a ser também considerada.
os sistemas de fita. A evolução tecnológica nes- Mas sem dúvida, criar um sistema broadcast
tes dois domínios não tem sido sincronizada e, se completamente tapeless, na actual conjuntura,
é verdade que os sistemas de vídeo HD existem passa sem dúvida pela opção DVCPRO HD, como
aquela que maior suporte garante em toda a in-
dústria.
De acordo com os responsáveis técnicos, no
De acordo com António Lopes, que diz respeito à questão do armazenamento
“houve um grupo de jornalistas - que numa operação tapeless é crítica – tudo
que esteve na SIC Notícias, foi dimensionado para um patamar inicial em
com a orientação do Pedro Dias, XDCAM EX, tendo-se apenas posteriormente op-
a ter formação durante tado por DVCPRO HD porque era a única opção
um período de um mês” de compressão HD suportada pela Building4Me-
dia.
Conforme nos explicou Miguel Madeira, esta
decisão não foi simples para o Económico TV. “A
componente fundamental que define este pro-
jecto em termos técnicos foi o HD. Tínhamos que
arranjar um codec HD com que tudo funcionasse,
que fosse leve o suficiente para que não tivésse-
mos de comprar uma storage enorme, que fosse
leve o suficiente para que fosse editável sem es-
FEVEREIRO 2010 ÅÜÅHE:K^\EÅHE<?II?ED7BÅ 39

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Servidores dedicados ao sistema de redacção Octopus Newsroom, cujos terminais são os clientes Mac Mini dos postos
dos jornalistas
António Lopes mostra-nos um pequeno filme codificado
em Quicktime para o seu Blackberry e que demonstra a
tarmos à espera de tempos de rendering enor- “Se tivéssemos comprado logo câmaras P2, o qualidade obtida pela conversão do sinal HD produzido
mes e que fosse suficientemente potente para formato teria sido logo DVCPRO HD. Os custos no canal para distribuição via telemóvel

que os jornalistas pudessem trabalhá-lo dentro dos equipamentos, de storage e capacidade


da rede interna. Temos outra alternativa ao DVC- de armazenamento condicionaram a decisão”, Uma qualidade que aliás pudemos comprovar,
PRO HD mas que tecnicamente ainda não está acrescenta Miguel Madeira. observando o sinal de emissão e online, assim
disponível. Os ficheiros nativos com que estamos como numa experiência feita em Quicktime para
a trabalhar são XDCAM EX a 35 Mbits e seriam Qualidade multiplataforma um Blackberry que nos mostrou António Lopes.
esses os ficheiros com que gostaríamos de tra- Para já, os testes feitos em termos de distri- O canal tem apenas um servidor de com-
balhar. A Building4Media está a desenvolver a buição para as diferentes plataformas em que pressão/conversão multiformato, mas se o fluxo
plataforma para funcionar em XDCAM EX para o Económico TV está a trabalhar têm permitido de trabalho aumentar muito, a equipa técnica
a CNN e que deverá ficar disponível brevemente. constatar óptimos resultados. Com a definição aponta a possibilidade de adquirir mais 3, 4 ou 5
Nessa altura, em troca de um fee, o Económico escolhida para a estação, um debate gravado servers para colocar em cascata e ampliar a capa-
TV poderá utilizá-lo”. no estúdio pode ser exportado para o serviço cidade do sistema.
Questionámos naturalmente os responsáveis de Corporate TV, para a Net ou para telemóveis, Actualmente, face à distribuição multiplata-
do canal sobre as preocupações existentes com mantendo uma grande qualidade e necessitando forma, o Económico TV está a produzir – para
as diferentes famílias de compressão e os efeitos apenas de um processo de transcoding que passa além do sinal do canal – outras resoluções des-
que isso possa provocar na multigeração, nome- por um backbone “bom, eficiente, rápido, que é tinadas aos sinais das plataformas Corporate TV
adamente quando fizerem a transição para um o Telestream, uma referência de mercado”, des- da Mobbit. Segundo Miguel Madeira, trabalham
novo codec de emissão que pode estar “abaixo” taca Miguel Madeira. já em várias resoluções, “dependendo do cliente,
em termos de cadência de dados. desde 1380x768, consoante sejam
Miguel Madeira respondeu-nos negativa- LCD, plasmas, etc. Temos uma ta-
mente “estamos a usar o Episode (Telestream) bela de vários tipos de compres-
para converter os ficheiros XDCAM EX para sões e trabalhamos sempre em
DVCPRO HD. A vantagem seria não ter que con- “Mesmo após H.264. As plataformas de
verter os ficheiros e a emissão poderia passar a a entrada de capital distribuição podem tanto ser
ser XDCAM EX. e é esse o nosso desejo. Ao fi- da Ongoing na Mac como PCs com Linux”.
carmos a funcionar com o XDCAM EX em vez do Media Capital o Além disso, a partir
actual DVCPRO HD, teoricamente estaremos a projecto Económico desta instalação ainda é
trabalhar com um codec inferior, 35Mbps contra TV continuou necessário produzir outras
100Mbps do DVCPRO HD, mas... se formos ver, exactamente com
o XDCAM EX é um formato nativo a 1920x1080 a mesma orientação
enquanto o DVCPRO HD é 1440x1080. Isto é, e pensa-se que
temos um codec que faz um ‘shrink à resolução no futuro o canal
horizontal` e outro que tem um formato nativo. continuará
Hoje em dia, os codecs que dizemos ser mais como um projecto
baixos, por vezes, até podem ser melhores que independente”,
os anteriores”. refere Miguel
De acordo com o mesmo responsável, foram Madeira
também as câmaras que definiram o formato.
40 HE:K^\EÅHE<?II?ED7BÅÜ FEVEREIRO 2010

resoluções para distribuição na Web, porque o para o Brasil”, explica-nos Miguel Madeira. En- os processos quer o formato, mas chegou-se ao
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site tem sempre vídeos com notícias de mercado tretanto, o jornal Brasil Económico também já final com óptimos resultados, o que às vezes não
ou outras peças gravadas no estúdio, sendo que abriu tendo sido montado no prazo de um mês e acontece, em resultado também da experiência
o processo de trabalho funciona perfeitamente. meio. Irá ser lançado outro jornal no Brasil, mas já obtida no trabalho desenvolvido anteriormente
“Para o efeito, utilizamos o Final Cut e nem es- os projectos de evolução para o mundo lusófono, para a SIC”, explica Miguel Madeira.
tamos a colocar no Episode. A exportação é feita que estão a ser tratados por José Eduardo Moniz A licença do Económico TV já se encontra
com o Quicktime e com um software que adoro, são vastos, e abrangem outros mercados, como aprovada pela ERC desde o Verão e a distribui-
que é o MPEG StreamClip, que é gratuito e que é a China, Macau, África do Sul, Angola e Moçam- ção será feita através de canais por cabo. “Está
espectacular para converter para todos os forma- bique. previsto arrancar com a ZON embora ainda não
tos”, frisa Miguel Madeira. O projecto global da Ongoing é ambicioso e tenha sido anunciada uma data certa. No futuro,
A Ongoing tem ainda outros projectos mais vai seguramente trazer mais desafios a nível da talvez possa ser distribuído também no MEO,
complexos a nível da distribuição, uma vez que distribuição. Na área da distribuição, para a área mas neste caso não há negócio fechado”, finaliza
a evolução dos seus investimentos no mundo lu- dos telemóveis já há propostas de fornecimento o director técnico do canal.
sófono vai exigir adaptar tecnologias, nomeada- de conteúdos apresentadas aos operadores, mas Por enquanto a emissão do canal pode ser
mente para distribuir conteúdos para os PALOPs existem alguns desafios no sentido de reformatar acompanhada na Internet, quer no site do Diário
e Brasil. as imagens para o ecrã dos telemóveis. “Os fi- Económico, quer através do endereço alocado ao
“Os sistemas brasileiros são diferentes dos cheiros produzidos internamente estão a dar bons portal Sapo. !
nossos e estamos a replicar sistemas feitos aqui resultados. Deu algum trabalho a optimizar quer http://economico.sapo.pt

VSC Design no Económico TV


Entre as empresas que participaram no projecto do canal Económico TV, a Building4Media, etc. A VSC Design começou por nos apresentar também
inglesa VSC Design agiu como integrador tendo sido chamada pelo direc- uma proposta chave-na-mão que tinha opções ligeiramente diferentes das
tor técnico António Rocha Lopes para fazer auditoria e garantir a parte de nossas mas já tinha também essa componente, o que de certa forma vali-
integração dos servidores que sustentam os sistemas de redacção Octopus dou a nossa opção inicial. Por isso optámos por os chamar para a integra-
e as soluções de produção e emissão da Building4Media, assim como a ção dessa parte específica”.
integração de todo o sistema com o hardware Apple e o arquivo digital O facto de a VSC ter sido também o integrador da solução instalada no
Atempo ADA. canal privado TV Zimbo, em Luanda, foi outro dos factores decisivos. Se-
Tendo a decisão de escolher as soluções da Building4Media sido já toma- gundo a VSC, o sistema da TV Zimbo foi construído com base nas soluções
da por António Lopes em consonância com a Mobbit Systems e com a da Building4Media, só que com um sistema de redacção ENPS.
administração da Ongoing, a opção pela VSC Design surge também pela Para o canal Económico TV, a VSC Design assumiu o desafio de integrar,
experiência que esta empresa já detinha como integrador em projectos no curto espaço de tempo exigido pelo projecto, o sistema Octopus News-
semelhantes de canais de televisão como a Bloomberg, em França. room, todo o sistema de hardware Apple XServe com armazenamento
“Achámos por bem entregar essa parte do projecto à VSC Design, tendo SAN e a solução de arquivo digital Atempo ADA. Além disso, o sistema
em conta a experiência deles com essa parte de hardware e software, o baseia-se no software de produção FORK da Building4Media, o qual ofe-
que veio a demonstrar-se a opção correcta”, afirma António Lopes. rece uma excelente relação entre custo e operacionalidade, ao utilizar pla-
“O dono da VSC, Martin Hayes, já trabalha em Portugal há muitos anos e cas SD/HD da AJA directamente integradas na plataforma Mac XServe da
já tem muitos contactos cá. Foi ele que montou a Alturas Video, nos anos Apple, criando um ambiente de produção versátil até à emissão, passando
oitenta, por exemplo. Foi interessante, porque no início do projecto, com pela possibilidade de ingestão de material seja de fita, seja em ficheiro. O
a entrada do Miguel Madeira, nós tínhamos um projecto chave-na-mão sistema de redacção Octopus comunica com o sistema de produção e com
exactamente igual ao que nos foi proposto por ele, com a opção Apple e os telepontos Autoscript através de protocolo MOS. A VSC forneceu tam-
bém o motor de transcodificação Telestream Episode e todas as soluções
de interfaces KVM da Adder Technologies.
De acordo com Chris Nairn, director comercial da Building4Media “ficá-
mos muito satisfeitos com a intervenção da VSC no Económico TV. Esta
instalação combina uma solução IT de vanguarda com a melhor tecno-
logia e fluxos de trabalho broadcast, tudo instalado num calendário ex-
tremamente apertado até à conclusão e entrada em funcionamento. A
experiência combinada da VSC Design e da Building4Media, depois de
termos completado uma instalação semelhante na TV Zimbo em Angola,
demonstrou ter sido aplicada da melhor forma”.
Nairn avança ainda que “a VSC tem uma experiência e conhecimentos acu-
mulados que adicionam excelente valor à nossa gama de produtos. Com
a pressão crescente sobre os orçamentos é sempre uma decisão tentadora
a de optar por software off-the-shelf e hardware IT standard. No entanto,
contratar um integrador de sistema que permita adicionar a consultoria e
a integração da tecnologia broadcast é um desafio maior. Não hesitaremos
em colaborar com a VSC Design no futuro, uma vez que já temos uma
relação excelente com eles e vemos que eles entendem a nossa tecnologia
em profundidade”. !
www.vscdesign.com

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