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O teatro a expresso humana que lhe traduz a prpria existncia. O teatro pode ser
compreendido como um rito atravs do qual se revela um mito. Segundo Brando
(1991), o rito possui o poder de suscitar ou reafirmar o mito. atravs do rito que o
homem incorpora o mito, se beneficiando de todas as suas foras e energias que
jorraram nas origens. A ao ritual realiza no imediato uma transcendncia vivida. O
rito reiterando o mito aponta o caminho, oferece um modelo exemplar, colocando o
homem na contemporaneidade do sagrado. O mito expressa o mundo e a realidade
humana, mas cuja essncia efetivamente coletiva transmitida atravs de vrias
geraes. Decifrar o mito , pois, decifrar-se.
Em seus estudos sobre o processo criativo, Freud verifica que, como muitas vezes o
drama se ocupa do sofrimento, o prazer do espectador deriva-se de uma dupla iluso:
primeiro que o outro e no ele que est representando e sofrendo no palco, depois
porque afinal se trata apenas de um jogo que no representa perigo para sua
segurana pessoal. Diz ele que, os conflitos retratados no palco devem estar dentro
do mbito da experincia do espectador, assim haver um entre jogo entre o autor e a
audincia. A arte teria o carter de prazer antecipado, e nosso prazer com uma obra
imaginativa depende de uma liberao de tenses.
O estado no qual entramos ao assistir a uma pea teatral, podemos dizer que se
aproxima de um estado de rebaixamento de conscincia. Vale pena a longa citao
de Barthes (1975), que traa interessante comparao entre o estado do espectador e
um estado pr-hipntico, uma vez que o estado hipntico era a condio introdutria e
necessria, na utilizao do mtodo catrtico para o tratamento psicanaltico em seus
primrdios.
Cada membro da platia vai responder como indivduo e como membro do grupo.
Pode-se dizer que o inconsciente do indivduo reage ao nvel de inconsciente da
representao, de forma que tanto o pblico quanto o ator sentem que o fazem juntos.
Courtney (1980) salienta que, os espectadores se relacionam em trs nveis da
experincia teatral: com o enredo, a experincia da ao, e a personagem.
Sintetizando tambm o contedo, a inteno, e a coerncia da pea. Portanto no
teatro a presena do pblico um pr-requisito, que participa na criao da forma final
da arte. O escritor cria o texto, o ator representa, o diretor rene as partes, e a platia
reage. Sem a reao do pblico, a arte como forma quase inexistente.
Bibliografia: