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Barroco, Traço Infinito
esculturas
2009
Belém · Pará
Barroco Infinito
O movimento de um corpo não engendra um corpo, mas uma sombra. A propagação de um som não engendra um som,
mas um eco. A ação de um inexistente não engendra um inexistente, mas um existente
Lié Tsé
Tratado do Vazio Perfeito
China, Século IX AC
Já é tempo do Pensamento, por sua vocação à autoSufocação, e cada vez mais asfi xiado pelo Conhecimento acumulado e
amestrado pela Cultura, deixar livre, de uma vez por todas, as Obras de Criação. Para a Arte livremente se deixar penetrar por
visitantes não especializados, e a Maneira desse Encontro se tornar uma mais Íntima convivência.
Se sabe: aquilo que a Razão conhece, ela afasta de si, exila como Outro. Nasce o Eu & Tu, que não é sequer nós. Plotino e o Zen
nos ensinam isso.
A Razão é sempre igual a si: um Mesmo que a tudo exclui.
Não é o acesso natural à Obra, que tem a vocação oposta da autoDoação.
A Razão ergue sua Muralha duplamente, uma delas diante de si mesma.
A outra: tendo se apossado da Obra, aprisionada em suas tramas lógicas retas e lineares – ó aranha calculista, com Face humana
e Dedos antiHumanos – com a Autoridade autoJustificada que se consente, volta essa Muralha, resistente embora em Ruínas,
contra o visitante desprevenido.
E assim é possível permanecer imobilizado diante de uma Obra de Arte do nascimento à morte, sem Nela jamais penetrar.
Como o paciente Homem Inocente de Kafka diante da Porta da Lei.
Morri pela Beleza, diz o Poema de Emily Dickinson, quando alguém que morrera pela Verdade foi depositado na terra ao meu
lado.
Esse Diálogo que se aspira sem fim, até que silêncio e limo venham cobrir nossos lábios, é o Risco do artista que se quer livre
para poder gerar obras livres.
toda a Presença da Matéria nos desvia para a esquerda, na forma como que de um Coração Rubro:
cravado na parede lateral – aberto Clarão de Sangue – nos recupera para o Barroso arcaico, aquele das Catedrais,
dos Santos Sangrantes,
e sua Mística Medieval, ocidental, cristã.
Recupera?
Também na porta de saída da Obra, como em sua entrada, já não há guardiões.
E somos homens livres,
e dali saímos acompanhados por objetos livres
Que bela Procissão de Sonhos: Homem & Coisa se dirigem, após a Travessia deste Barroco Infinito, enlevecido, à Origem onde
tudo, no Todo,
É & Não é
Com passos de Menos Mais sendo
Mestres Artesãos
Eugênio Oliveira
Raimundo Nonato, Vara
Maurileno Sanches
Pintura e Acabamento
Raimundo Calandrino Jr.
Edição de Vídeo
Alberto Bitar
Projeto Gráfico
Armando Sobral e Andréa Kellermann
Diagramação
Andréa Kellermann
Fotografias
Armando Queiroz
Apoio e Manutenção
Oberdan Salgado
Agradecimentos
Paulo Assunção, Flávio Nassar, Fábio Pimentel e especialmente
a Eugênio Oliveira por sua dedicação e orientação.
Editadata nas tipologias Scala Sans e Minion Pro.
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