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RICHARD HARTSHORNE Profesor Ente da Unicewidede de Wicosin Propésitos e Natureza da Geografia segunda edigio tradugto original de Thomaz Newlands Neto Supervisfo de Fabio M.S. Guimarles e L. M. C. Bemardes Prof? Rodrigo Vatverde Histétia do Pensamento Geogrdfico Auta f a \ Cépias 1 © QUE SE ENTENDE POR GEOGRAFIA COMO © ESTUDO DA DIFERENCIAGAO DE AREAS* ‘Muitor cstudantes fcam embarasados ante a afirmagtio de que 4 Geogratia 6 "a citncia da difereaciagdo de reas”. A expressdo "alferenclagéo do Aevas” fol introduzida por Sauer em 1925, 20 parafrasesr a proposiglo de Hetwmer sobre o concsito de Geo- Eralia (24:20). No decurso dos anos que viecam a seguir, fol essa Sxpressio empregada por multos. ge6grafos porte-americanos como convenionte para designar, mediante duas palavras comuns {a lingua faglesa, 0 que de outro modo exigiia um ndmero muito maior de palavras, Pela mesma razzo fol a citada expresslo re- petidamente erapregada em The Nature of Geography. 7 ‘A experitnca indica, porém, que esses termos nfo tém sentido para muitos leltores, ou podem induzi-los a erros. A maior parte ‘Sas objepSes levantadss contra 0 conosito identificado pela refe- rida expresefo foram dildos para aqullo que o criico infere meramente através de sua interpretagdo das palavras que a cons- tituem. Se as Infertacias do erftco o levarem a conclusSes inace- tivels, ele poré de Indo nfo $6 2 expressio mas também © con- cexito que ela denota. "Esso conceto, em si mesmo, decorre da siatese, efetuada por Richthofen, dos pontos de vista de Humboldt ¢ Riter (1:92), ¢ {oi exposto da maneira mals completa nos escrtos de. Hetiner. Quer na forma que Ihe deu Hetiner, quer através de variegdes de ‘menor importéncia, foi adotado pela grande maioria dos gedgra- fos alemies do sfevlo atval (1:92, 98, 138; ef. Soleh, 40:147 © seg Plewe, 41:41) Hetiner expressou esse conceito inimeras veze, ateav6s de pro-” ex que variam #t6 cero. ponto quanto & forma, embora Enis pouco quanto ao sentida, Assim, em 1898, ele’ veriicos aque is mated copeciica da Geografia, desde os empes mis ‘hotest 08 dias de hoje, consiate no conbecimeato as Areas {da terra na medida om que diferem umes das outeas” * ("die Be- enntnis der Erbriume nach ihrer Verschledenbelt"); que 0 ho them esti incluido. como. parte itegrante da natureza de ume fren (“Landesnatac") e que, dado 0 avango petal da eiéncia, "3 rnera deserigfo fl rubrtulda, em todos of rimos da Geogr pela busca das causes" (0:320; 1:98). Em 1905, Hetines os Breve reepeito da "Cigncin Corolégica da terra ou a Citnela fas tras © gars terestes em termos do ums dfeensas © de x telagées expaciais™ (nach ihrer Verschledeahelt und nach Ihren rivilichen Besiehongen"), ou sobre a ctncia da superficie de tera em termos de mar diferensas repionis Isto & como um ‘A meta do posto de vise corlipico consite em conbeter 9 caritr ss regis e lates, avis Jn comprsnsto da exiténca em conanto f dar inteelagber dor diferentes domlncs da renidade « sox valdas Iranlfesagten e-em compreender nope de tera amo wm tod «mt ‘in rganinagio natural, por eontnente, reper malres « menoee © Iie TNR a stn dye etn gnats mons te bata ‘wadagdo pore o ingle aprsena Pel "ntet dest abe, 7 ‘dn taducie de uma taducto, ito, do caso ag “Bop do td stone” saute 9 anor 2 {Slo f'b"qoe ovdentemente waz cetor sates de ponies distarciee i, devin, «amnate Ge ser cea crinstines gut slramente na cen, Autfssug, ot die Bikes Jeg Cha ickaten nat“dem VersindnideyZuee- enchipdenea, Echt ‘erttebe in rar at tac ana. “Sladarung in rdtale Lage Londo fn ugdtichigten” (21130), A comet undupig ia Viror trmoy ene Sregtlor depends, So ersdo”do"esnteeo tans, em ger do See Boas pane de Hetine. 4 ‘As proposigées de Vidal de la Blache, em sentido andlogo, em- bora diferentes quanto & forma e ao tom, sio mais conhecidas: "A. Geografia 6 1 ciocia dos lugares, ¢ st referem As qualidades © 2s potenciaidades dos paises (1:241). "O cardter particular de tum pais" 6 expresso pela totalidade de gust caracteristicas, “at iversidades socials vinculadas As. diversdades dos lugares” (131). Mais recentements, Cholley zeformulow este poato de visa em seu excelente Guide de UBtudlant en Géopraphie: O objeto da Geogratia ¢ conhecer a terra” em seu caries total, nfo em termos de categoras individvais de fenémencs — fisicos, ‘iolégicos « humanos, dispostos em série —, mas em termos dat sombinagbes produzidas entre eles, porgue tals combinagses & {que exam os diferentes aspectos fiioas e humans que a Supe ficie ds terra nos revela... E uma surpreendente variedade de sspecios que essa superticia not revelas aceanos, continentes ©, sobre eles, toda a divesidade de tipor de vegetegfo, sistemas de cultura, formas de povoamento e organizacto do expago ("espa ce") pelos grupos humanos™ (52:14 sep,).* ‘A partic da publicagdo de The Netwre of Geography, vétios sulores procuraram estabelecer, em inglés, esse conceito, em ter: mos que pudessem ser entendidos pelos leigos. Assim € que 2 de- finigdo de Geogratia proporta em 1950 pelo Glossary Committee ‘of British Geographers esti redigida da seguinte maneira: “A citneia que descreve a superticie da tera, com particular referéa~ fia A diferenciagdo das dfeas o As auas inter-relagées” (76:158), (0s redatores do American College Dictionary, apés me haveren consultado a respeito desta. detingfo, ofereceram uma out, tmuito mais longa: "O estado da diferenciagao de areas da super: lice terrestre, reveladas no carétr, na dispasiglo e nas inter-ela f8es, na face do globe, de elementos como o lima, 0 relevo, 0 foo, a vegeacta, © populaglo, a ulizagso da terra, as indistras, 9s estados, e 0 estudo das unidades de areas (unit areas”) for ‘ada pelo complexo desses elementos individuals”. Preston James, 30 eserever para 0 Committe on American Geography, em sia Introdugio a0 livco American Geography: Inventory and Prospect, 5 Os eats de Chall sto dave, tm divide, act de Vidal de taco. ito € fos. detcomnas unio‘ to lta se 2 smandace fee tau poo vag or detletier'¢ utr gear almtes Fepee ‘fits tin pentumento independents oa const fxanca dor eae: ‘See gesfnton quer Sra quer staves de fies inerendda 1s expresga esse concsito de maneira mais sucinta: “A Geogratia trata dis associagSes de Tendmenos que conferem determinada Cardter a lugares expecificos, e as semelhangas © diferengas que fxistem entre os lugares” (4:6) ‘Nenhum desses eaunclados revela o pensamento bisico ante- rior, do qual evolveram. Contribuiria para a compreensio do con- frit lembrar, em termos elementares, 48 razbes fundamentals da ‘eristaneia de um campo de estudos que se denomina Geografia, Se fosse verficado que a combinaclo de fatores encontrads em ‘qualquer dea — as condigbes particulares de clima, conflguraglo 5 relevo, solos, populagHo, plantas caltivadas, fazendas, cidades ‘cic. — ora quace identen &'de todas a4 demals dzeas, o problema ‘Gs Geogratin se redvsiria 4 determinapio das relagbes entze esses ‘iversos fatores, que houvessem produzido o complexo totaly re- petido sem qualquer varlagto através do mundo. Em ais condi- 5es, uma dsciplina dessa natutezs, se porveatura existsve como Siseiplina & parte, sem dUvida teria se desenvolvido relativemente tarde e no caritet de uma cléncia integradora e global, de reduzi- do interesse popular. 'No entanto, desde muito cedo, no decurso da evolugéo da I~ rmanidade, 0 homem descobriu que 0 seu mundo variava acentua ‘amente de Iugar a lugar. Para satistazerthe a curisidade acerea e tals diferengas & que a Geogratia se desenvolveu como matéria de interesse popular. Desde of tempos mals femotos, esperava-se {que os viajsntes, 0 felomarem de lugares “estcangelros", nar- assem aos que haviam permanecido em soas casas como eraat fs coisas e as pessoas dos lugares que tinbam visitado, quer se tratarse de distitos vizinhos, mas relativamente inacessives, quer 4e partes mais remotas. Essa curlosidade universal do homem acerca do mundo situado além dos seus horizontes imediatos, mundo sablamente diferen: te, em grau vasiivel, da rea. doméstica, constitol os alicerces de toda u Geografia. Entre os inimeros gedgrafos, de dversos pal ‘es, que formularam de maneira explicita esse principio, podemos Inencionar Estrabio, Vidal de la Blache, Volz, Sauer © Darby (1130 ¢ sop; 67:3,10). © fato de todas as Seas da terra-diferrem umas des ovtras desperta também tm Inteesse especial em qualquer caso em gu Steas separada te afiguram semelhantes. O exame mals atento Te vela gue muinen So exatamente iguas, certamente jamais tio pa- Tecldse como dois gémeor idéntics, nem como uas pesioas de lntepassidos em sui totalldade europeus, que possum ter caracte- ‘nicas Misleas iguals, embora nascidas e criadas mom © noutco 16 i Jado do Atlintico, Nio obstents, « mancira como dress separadss ‘semelham nfo 6 menos sigiieativa do que o modo em que Siterem entre sO estodo comparativo de tals areas permite 3 ‘Geogrtia wiisarse do mvodos snares oy das Caan Expe- mentas, naa qush certos ators s80.concolados © manttos onstanes, enguanto outorvariam. Pode paseeet qe esse proposto se exci da Geograia, dt sida como “o eudo da Leencsto aay ets 6¢ ontiaos 4 palavins “estudo’ da" 0 interpretarmos sifeencagio™ no fealdo ato, so 6,0 de “diferencia. A fnalidade do. exam Bento das Afeas que sejam wm tanto semathantes mio 6 demons. itar quo elas fevem, o que sabemos deve center, sem necessids: de do-qusiquer exame, mar determiner gual o tior Ov meacr yo das. lfereagas espectficas que existom ene clas, Se uma Invesigaggo dese sxpicte revelor que, em referencia certs pevtos individuals, ot grupos de especor (ntmamente flacons- fos — por exemple, ar condigier sioxtese que determina a precipita pluie, a temperatura, a nebuloidade ete, que Ssropamos sob a rubrica de cima ~~’ as dierengas entre Vas iieas sho muito ligetas, afirmamo que tas eas sfo “someben. tex" quanto a0 clima, Podemos, enti, considerar esas freas © todas'st demas dre do mitodo em que at coudgoer limiter Seiam “semelhanes, cm conta com as condgeer “dave. ihantes” de outres Aras, — isto 6 Gees que eiterem menor, em fposgao fs que diferent male obmo dresscpécimes do mind She. or esse meio podemos elaborsr um concsito seésco, por exempl, "0 tipo de elina ds Mediterineo", que podert. set cae Drege para deserever 0 aspect cimtioo'do caries de-gusl [ter deca (repo) dese tips Ou eno, om ver de const Go ro, tain como cinta “icdtetines® on cine “Continent Ainido, em que todas as condiges clinics sto consderadat fm conju, podemos ertabelecer concetos genéteos dos pins pa lesion — peas gv, tamper toss Ere, —e deereer cima foal de qualquer ea do mundo pele ambinaco desea conctosgenéioa, em formas simbolices como Sh (Koeppen), ou DA'W (Thomthwvate. Sem divida, a tatar desse modo dress diversas como se for- sem sbsolstamente igunis em mate de chy intoduemos sh Serco grau de erro em moan andliae do carte deste iets Po atmos corglo través de andses proses em esas melo, Som 0 emprego de conection peescor mals porecoriadoy, cx? ‘reson, por exemple, por Boh Bntotanta, Por fais Gue ee ” Feel ahaa nal cure po Me tas a ane ses ie oes ES no ates ek Sa tar is no Gos Sant rs en a Eee ta Seto ete, es Pay re aE ae, conan eo a ae ie en a A ee Pat cere are aan ee Fe Se es ce so ee rey Ze edie tise eae Sa eae ble msec mes i ea fi en tts © ea fe ee ns te Bases seer aac tie eas ra ome i ea See te ecg Sos Gee ores tore cere cp a asia iar gen arta Tit cab sgn al el 2 ie | soe cil: Bi “FES ees + ep ih ne Shes vor twice oges. a «Ca ioe eo te Sor! pate ai tla come Slee ome, sie”) Cin thats Se eee aaa sg Ree eet nara Giese Mier tact ee Si Sired Lvl Ge etrents prtan dg supe da tere he Rey fieyiatces ina pee tbe Oear ker diame ote igh fel Poe le cae See nein, Sa aca rani er 18 cs tempor mais primitivos que a histéra registra, Ao pasto que os viajnterrelatavam un mero conglomersdo de dierengen, nko Slatieadss ou nfo relacionadas entre, dos divesoe aapestos de Areas extangeras, os erudioe strioe cidavam de organitlas fexplicélas em termos das" relagdes elstentes ene eset Sepects. ‘Alda que tis primeios autores dependessem mals da imagi- sapio que dos ftom, plo menos estavem no rum cert. Exiter Felagéessignilativasentee as vasiagSes don dveros aspects das Seas, © os geratos de todas bs Epocas se prescuparam em ext telectr¢ demonsrr estas vineulabes (1130, 231-40). * Heetne, vsando a realar a importinciaesencil de tals rela 855 n0 campo da Geograia, bem como outros autores que Ine Sequim. os pasos, incluiu txprenbes como “cusaimen Tela- ionadas”, “vinelaySescatmls, ov “ferengas (--+) relacone- ‘as ene si", a0 formular ou expor o coneco ds Gengraie que mos discutndo (19298,182,287 © sep, 240-43,035°97). Ni Gstant, iaimerosertcos Inferram da exprestn"aierenciegto de freas®que'a Geograias linia a dstingir reas", “esabe. leceriferengos ents uma e outra re”, ou & “mea ‘descigdo" Uma explicagio histrica dese coneito ertiaco € alvitada por cetos eomentrios da anlise de Spate. Ao paseo que as Fnigbes de Geopratia anteriormente vigentes na’ Gri-Bretanha nos Estados Unidos sempre ncliram 0 conceit Gas relacees fntee 0 homem e # natreza, a definigio em trmos de “difeten sisi ae rear" Cuatane sca Casee) ao eto em ae “evita qualquer reteénca a ext conceito contagindo plo emp" (89:18). Mas € certo que, em qualquer cldncias 9 estado de Peus fendmenos eavolve o estudo das relagbes que possem ser encom ttadas entre cls (1120). Os estadioaos de Astronomia, Econd- ‘a, Geolopa ou Zoolopa detiaem suas disciplinas sm menco- "FO tila da Sepdo II C de The Nature of Geography pode dad 2p Sal dae Tes Somer arta eels ae es oer Oe ee ait eb ee Seeley tc a ps pees seas & Comm ing ae, gam Gin wl oe ae etay eben ge ie oe (3 Sine Sina ibeeatige are gt inde ee geo Se Saha hat Pie hus Se ee a es ae eas eas cs nar “relagSes" ou “leis, presumindo que ieto ¢ ébvio, “ O aspecto Sem paralelo da definigéo tradicional de Geografia nos paises de lingua inglesa, que se concentra numa classe particular de rela ts, a que existem entre’o homem e a natureza, er8 considerado bo Capitulo VI [As conexbes ou relagées causais entre os fenémenos da Geo- gratia, conforme observou Hetiner em 1905, s80 ce duas espécles as relagdes mituas que existem entre diferentes fenémenos, nm zesmo lugar, © as relagSes ou conexées entre fendmenos em It gares diferentes (11:557; 1:142-240). Estas ultimas envolvem, necessariamente, movimentos de uma rea para outra. A Agua ‘ar, até mesina fragmentos de substnclas sidas e, sem di (8 anima, movem-se de um lugar para outro, produzindo inter conextes de Tugares. ‘Com introdugio do homem na cena, esse aspecto dintmico do cariter das dreas se torna muito mais importante, porque cons. tit) um dos atributos particulares do homem o fato de que cle nfo apenas se desloca de um lugar para outro, mas também poe a5 coisas em movimento. Por conseguinte, & sobretudo em seus fspecios humanos que as reas diferem nfo pens em sua morfo- lokigmas, igualmente, no que Ritter denominov sua fisislagia Entrciante, para evita qualquer analogia com oe ofganismos vivos, seria preferivel usar a exprestdo “relagdes funciona”, que envolve movimento de umes areas para oUfeas ‘Ullman alvitrou que a idéla de “diferenciagSo de éreas” deve- ta ser considerada um subconceito, em Geogratis, na qualidade de “interagio espacial” (121:60). Esse sugestlo me. parece 1e- sullar de ua idéia errdnea acerca'do primelro termo, sendo tan- bbém do segundo. Tnteragio espacial 26 pode significar relies entre fendmenos de lugares diferentes. E esses fendmenos, quer hho mesmo lugar, quer em movimento através do etpaeo, const- tuem uma parte do cariter de cada fea em questfo, Conseqtien- temente, 0. caso € exatamente o oposto: as variagbes de carac- teristicas estticas, ou formas, e as variagdes de caractristicas de movimento, ou fungées, quer na mesma Area, quer ene ela © foutra area, incluems, ‘ambas, no conceito de variagio espacial fu diferengas entee dress Wes por exemple, as defines doves camper em The Amrican catego’ Dictionary 06 qual os tron foam regio an 8 ‘reat eres Ge sonalterer yeolurlnaty eur nomen ontém de ume ‘lip que sparece tw lotodadto devs sha 20 io consti ida nova 0 fato de os dos ssptctos strom es senza no fi slarmente expresso por Riter (23-486 ey) & incu na exposed feta or Hetiner sobre 9 su contig de" Geogralis, em 1908. (11:88) 25117, 10143). Mette tet vaments nos’ adver coat o eager, pelo ial conserva Ratelparclainente responsive, de seein ar reagbes de espeyo fentideradas como pare eweacial da Geog em detent dis eregua de softs dan rea (247 sep ct Schmlne, se, 45 6755). ‘Vitis citos se preocupam com ofato de o concsto de Het- toon alo evtabelacer 8 Geogais como clea independent el dnt, porguasio outs “claeas do campo" também etodam 4 {ernst etre ican Heer exces so te devers exper ta dstogto sare nid, doves ques Ceota con uma ‘oidade,s qual at mitagSe humana ‘nos compelemn a did Je Shane mal ou menos srbiana (@:t10\¢ fogs 1182, 338), 0 onto de vista global da Geogrfa, em son preocupsto de eas. Tee o carder dor tga, fre Goltatvaente do citi Ge tna cdc stems que fare A andl de ua eategoris Datcular de featmiencs, Os dois pontos de visa poderto set {Smbinados em exudorcsentcn,cratmente 6x mesms mane Ta quem economist so vale dor cxiéiog ¢ do método da ‘Sela "Quer tis enudor oan ser conrad somo pate do Scografs, de una efucia semen ou de amb, consul po Sion de canioagto do valor vcundario, que depends do tl tho greu do importante stabedor sor ‘pestitorpontor de vista nos proper os um estado parclar, ota derenga © tem lost on andlie de Hugh Rup, filandove histovcanene {2°7 Humbold* sobre a isting ent’ a “Botiaca Geog” cat 0 ack eel? (Hasta “acuta athe Save soma st ces eee ee eee emma a aan Mees lee «pe dee So ae Se Ealte aee es & oe eta Sais aire aes oes esis Se Boe as date poate sects pa eee a, ase ree eal late saa te sts Sem ce or 2 em: Humble tegument om el ‘Prepes, quando alia 3 IFRS ee eee mee eee ore © a “Fitogeografia” (113:346; analogamente, Kalliola, 128). O ropésito especifico da Geografia consiste em buscar a compre- Ensko do cariter varidvel das dzeas, em termos de todos 08 aspec- fos inter-relacionados, que constituem, em sua expressio de con- junto, exatamente esse caréter variével, Conelustio As objegSes argilidas contra 0 conceito que vimos discutindo referem-se, em sua maior parte, 2 expresso particular com a. ual ele se identificou, e nfo se aplicam 20 conceito em si mesmo. Sejam ou niio validas as objeg6es ao termo, tudo parece eviden- lar que a expresso, por si mesma, 6 inadequada. E ainda, ela Genota mais do que é necessirio. Efetivamente, se examinarmos as definigses de outras citncias, podemos conciuir, por analogia, ser supérfluo afirmar que a Geografia estuda “diferencas". Todas as cléncias consistem no estudo de diferengas. No caso contratio, pouco estudo seria necessério. Por conteguinte, podemos evitar numerosas incompreensbes se enunciarmos simplesmente que a Geografla tem por objeto pro- poreionar a descricdo « a interpretacdo, de maneira precisa, orde- hada e racional, do eardter varldvel da superficie da terra. Colley, © “decano dos gedgrafos franceses”, estabelece, da maneira mais Simples, a seguinte.formulagio: “L’objet Ge. la GSographic. est is"Gonsaissance de Ia Terze™ (52:14). Acredito que tun s0bse- gliente diseussio justifica as palavias adicionals por mim cempregadas. ‘© fato de que essa formulacto no é evidente por si mesma, poderd ser considerado vantajoso, pelo menos no momento. Cada. lum dos diversos termos empregados exige explicagio, ¢ 2 terd. Uma expressio — “o carster variével”, fol descrita de maneira ‘cabal neste capitulo. Se a expressio “diferenciagso de areas” pode fer aceita como um r6tulo ("label") que se refira a essa deseri- ‘glo ampla, e nfo como o que quer que as duas palavras possam parecer signficar, face a suas definicbes encontradas nos dicioné- Hot, seré talvez conveniente, embora porventura arriscado, persistir no emprego delses termos a guisa de titulo abreviado, as apenas entre colegas de profissio que souberem 0 que s¢ pretence com eles denotar. eto de Geogatia figure em seus estudos da aografin das Plantas” como dat aferengas entre # Geogeafie ne facade « Fase ot Botkaica (1:77, 84, 185; 108100). + & Geolosia “possvem dado em parte ito, ele slegou que “os datos, embora idéoticos, slo encarador Je diferentes ponos do vista. Sio agropados de mantra cies” (16-188), © Geo. ‘tolia Homans entdo denominada “Geoprata Polen’ na Gel Spretnha), sepencia primordieiments Ge dados também aie. dos peia iste. Contelentemente,o0 dois aapectos dx Geogr. pastram a ser tratador como compos distntos, com grande prejiza para a Geogrfia Humana, quo perder sie vinclagso ‘Senciat com, 0 meio natural, Mackinder fimo com vivo el eno que.o éxito do deseaoivimento da Geograia engi fone Frstada como uma 26 disdplinn unificads, « Sespeito da grande ‘vaidade de fendmenos por ea ebrangids, A alocugSo programética de Mackinder, de 1887, foi um eco dos. pontos de vista correntes A época na Geografia alems.* ‘Baseavam-s estes nos trabalhos céssicos de Humboldt e, de modo ‘mais especitico, nos ensaios metodolépicos de Carl Ritter, cite camente reconsiderados por especialistas como Peschel, Marthe ¢ Ratzel (1:53-80). [Nas anélises de Ritter, a heterogeneidade dos fenmenos foi fo s6 aceta mas acentuada como caracterfstica essencial da Geo- -grafia. A matéria eacontra sua unidade e especificidade, como campo de conhecimentos, através do estudo do carster das Areas, ‘delerminado pela multiplicidade de aspectos que, em suas inter. srelagées, recobrem as dress da superficie terrestre (1:56 e segs.) Humboldt descreveu de maneira ainda mais explicita o contrast ‘entre a similaridade dos Tenémenos estudadot em cada uma das inci sisteméticas © a grande heterogeneidade que ha de ser fnvestgada pela Geografia. Embora isso torne muito mais dificil 2 elaboracio e a aplicagio de leis de relagbes, & essencial, para 0s fins especiais da Geografia, “a compreensio da uaidade na ‘multiplicidade” (“Erkenntniss der Einheit in der Vielhet” (14:55, 465). Se esse ponto de vista, que Humboldt expressou em muitas de suas afirmagées, nfo foi reconhecido pelos eruditos famiiai- -zados principalmente com os seus estudos de carter t6pico, tals ‘como 0s que versam sobre a Fitogeografis, foi o mesmo clara- 2 socoso de Macindr, do 2857, nfo apres dirt de tou stor et famibaanlo somes uababee Ga. Cenpa Sd, ton Sor vol 18 ale Cpe de ever Sen ‘or conection das ot ro cage da Coote ‘ty fer em sve otto nade “Modem Ceogephy, Gena aad Engi (ir) 30 mente explanado e demonstrado em seus estudos regionais reali zados em areas da América Espanola (1:65, 68, 76 e seg.).7 Eotetanto, apée a morte de Humboldt e Ritter, a Geografia nfo encoatrou guarida nas universidades.alemis até ocorter a ripida expansio dessa disiplina nas décadas que se sucederam 3 tnificagdo da Alemana, em 1871. Essa expansio trouxe para 2 Geogratia homens que haviam adguirido sva formacio numa Iga variedade de outros campos, menos no da Geografia (1:106; 41:41), Pontos de vista muito divergeates deram origem a vigo- 019s debates metodol6gicos © & crescente separasio entre a Geo- stafla Fisica e a Geografia Humana. * Essa divergéncia de posigSes atingiu o seu auge com a proposta, de Gerland segundo a qual, para o efeito de qualificar-se como ‘campo distinto. numa divisfo sistemética das ciéncias, a Geogr fia deveria limitar-se aos aspectos naturais da Terra (1:89 e seg, 106-15). Interpretando erroneamente a famosa expressio de Ritter —— “ale iedich erfillen ‘Riume der Erdoberiche” — ‘aquele gedgrafo alegou que “uma cléncia de coisas heterogéneas que ocupam uma drea & impossivel, em virtude da heterogenet- dade dessas coisas” (1:57, 114). Os erticos da época observa ram que, mesmo conforme’ as resttigSes de Gerland, © campo da Goografia inluiria uma diversidade de fendmenos comparavel A de todas a5 eigncias naturals, excetuada a Astronomia. Se cum- pia eliminar a heterogeneidade, a proposta de Gerland era ape- has uma etapa, numa sere de’ etapas, cuja conseqléncla Topica stria a desintepragto da Geografia. ‘Mesmo antes de Gerland apresentar sua proposta, 0 debate smétodolégica, durante esse periodo, havia alcangado 0 que deve- ia constiuir 0 seu climax positive, na aula inaugural proferida por Richthofen em Leipag, em 1883, na qual ele expressou um pponto de vista que veio a ser acolhido, nas décadas subseqlients, pela grande maloria dos estudiosos alemfes (1:91 ¢ seg) Iendo-e das proposigdes de Humboldt e Ritter, Richthoten reco- sheceu que @ Geografia nfo poderia pretender um lugar espet Atari dn poy de a omni de Hunt ‘The Nature ol poteriomente confimmadn «grandee ‘Sepa por evs Shion en ae eaplls abe ot “feces Ep fenpligce de in Obra de Humboldt” (139:196-240) “0 coro desser debates poderk sep acompanhado da mansira mais {icons we de vega! cea dp Homann Wage k's as ‘bandh er de Methoie dev Evdzundo", em Geopropicsher Jdebuch, Vols. Vit, Vil 1X, X, Mit ¢ XIV (1876.40). at fico no mundo das cincias em termos de qualquer categoria puricular de fendmenos, mas em fonglo do eeu ponto de vista 'do stu método. © objeto especifico dq Geografia & estudar como a multiplicidade de fenémenos, na superficie da terra, cons- Situ uma unidade (*Vielheit zur Blake"). © poato de vista coroldgico analisa de que maneira os elementos mals heterogeneos ‘das deeas, se vinculam ateavée de relagBes eausals para consult © cariter das diferentes deeas do mundo, e também desse mundo como um todo (21:25-28, 65-67). Examinando o campo da Geografia quase melo século depols, 1¢ 9 fazendo do Sngulo de um florofo da Citta, Kraft obsetvou © Seguinte: “As pedras, a5 plantas, os animals to homem, em Si mesmos objetos de cidncige que’Ihes so propriss, constivem © objeto da Geografia ne medida em que sho releventer para a ‘atureen da superficie da terra, ou dela earsctersicos” (1143) ‘AfiemapSes andlogas podem ser encontradas nos escitos dos sgeéprafos franceses, a. partir das primelras formulagSes metodo fGgieas de Vidal de’ Blache (26) até o presente. Assi holley contrarta se tinslidades da Geogratis com at ds sis Shaman du sauce © do homer lina forma de abstraeio isolar os fates ind faton de lima, Gs reeves de venrtagloy Se ‘mus a realigade que a Geogratia estuda a quo te constitl das Imiluplas combinagdes desses fatos, isto & dos ‘diversos melos (Cimiiewe’) que sles formam’” (5214215, 31:25) A conclusio 2 que chegacam os gedgrafos slemtes por volta dos fins do século pasado, segundo a qual a Geografia concerne fo estudo do cariter © dat interrelagbes das dreas, determinados por uma grande diversidade de fendmenot associados, nfo fol Inborada através de uma deduglo proporcionada por’ qualquer special das relagbes da Geografin com as demals ciencas elo contisio, decorteu da experiencia desses ge0grafos, pot {dust das ceracteristcas intravecas dos trabalhos geogritons de seus predecessores, como tambéen dot seus pidprios (1:98). De modo geral, a maior parte dos ge6gratos de hoje, assim como através de toda a histéra anterior da Geogratia, aceitam os campos de cereals, o solo, ab Horestas, a configuragdo do rele- ‘Vo, a8 eatradas de ferro, a eldades o os estados como objetos Pro riot’ de sua ciscipling, Mesmo assim, entttanto, or geégratos ficam embaregadon, em soa maiora, 90 explcer aos especlstes, 2 i Tentauvas Para Fugir oo Problema (0s estorgos no sentido de responder A indagasto » respito eGo og fenanen expec, qv comin 0 Gbio t GeogrataTovaram & gerupo pasada procurar’ descobie, 0 Saves, campos de‘estedos que soments a Ceopraia pues Teivindica’ como sous. “Paisgess™ (om slemfo "Landscteften” ‘ram consideradas objeto matenais a9 meso tempo, gages So dupio significado ds palavra slem, podenam ser Udas como Sceas limited, ropes (1149-58). Dal decorreu 0 conceito de ‘feplio" como’ cbjeto unitéti © eonereto, exitente nn realidade (EeEapisio Tk), Tals tentaivas perencem so domiaio da hist- ASSGRSS pertiténca do dessjo de encontrar ima justiocagso {tee tipo, darn © mcohscimento Qe Guogratin cqmo clgnsi fe femitics, é"demonstrada pelos teleredos enforgor no sentido de Teviver © conseta de regito como reuidads, ainda que tea sido ‘Smonstrado por Bucher, bs mals Jo‘om séclo, 9 carder iuséo ‘dare comeeka. (786,268) Se estas tentatvas visntsom. ds vantagent da especilizaco favés do confinamento da Geografa a um Ambito mais resto ‘de fendmenon, moreceriam sor consideradas seriamente. No eata {, unde que podtssemor etebuleer a proposigio tedren de gue ‘Ppalagear & wna regito, © que, em comseqiencin,» regifo & um Gvjeto, a alrmagio de que 0 objeto espectico do estudo da Geo- [rein ‘se consti de rises nao modieara a telidade de que, ter exptcies de objetor. E mait ainda, desde que todos o& aspec- tos fisieos eriados pelo homem ado conseqiéncias de tatores nfo imateriais — costumes, insttulpbes, etc, —, a Iimitagdo teorica Sfetivamente ao redusicia a Variedade de faiores que ge6grafo fem de analisar (12218) Nilo seré através da limitagio do imbito do seu campo que fs geégratos ho. de alcangar a especializagio, conforme obser- You Mackinder em 1887: "Para ease proposito, quer a Geogra- fin Fisica, quer s Geogratia Politica (Geopratia Humans) seriam e to atc manejo como a disciplin intern.” A especialieagio Seve set atinglda pelos estudiosoe, individuslmente ou em grupos, ‘Sento Ua pebpria Geogratia, Todavis, "como base. para toda 3 ‘Ro ena compreeasio da Geografia como um todo" (16:143) ‘Do mesmo modo, nfo lograsiamos fugit A heterogencidade essencial da Geografia se afimaisemos que a matéria se limita 0 estudo da dsposipfo espacial dos fenémencs dentro de uma Sexerminads Grea, em conte com oy fendmenos em si mesos 228, 243 © veg; 104:214, 237). De fato, a interpretaglo as relagGes entre os fendmenos exige a compreensio do carder ‘dos diversos fenémenos, cujas interrelaptes se estendem atraves «do espace. A Integragio dos Pendmenos Heterogencos A sintese das inter-relagbes dos fendmenos, que confere caré- ter a uma free, é uma forme de intogragfo, embora nfo sein, d= ‘odo algum, 0 Gnico exemplo de ntgracto nas aitades cen- fc ‘Um estado mum campo sistemético envolve no apenas a ant- lise mas também a sintese de um certo nimero (poderé set uma multiplicidade) de fatores, Além disso, os fatores que fo’ de set onsderados, por exemplo, no extudo slstemético da Botinica, Poderlo ser de carder totsimente hetsrogéaco, Inciuindo os refe- Fentes eos climas, mateisis do solo, vida animal e atividade hus ‘mana. Todavia, 0 estado comeza pela selegHo de ume modalidide particular de objetos, as plantas, que sfo mentalmeate abstraides Go complexo de fenémencs que ai rodelam, podendo até mesmo ser transportadas ao laborat6tio para fins de andlise,e consttuem © foco essencial dos estudos. Na Geografia, em contrate. com fiso, 0 intereste & focalizado desde o info nas integragdes dos diversos fendmenos, as quas, em virtade de sua existénca, deler~ tminam 0 cardter varigvel das freas (167 © seg, 145 © teG, 283 seg, 373; ef Watson, 3:465 ¢ seg; Hamelin, 57:8 ¢ tee) ‘Ela comega, portanto, com as colts tals como esto ofetivaments dispostas ¢ interelacionadas na realidade, conforme até mesmo ‘um leigo possa observé-las (ef. Vidal de la Blache, 27:299). Embora o gegrafo pincipia ao mesmo nivel do_cbservador, in,_2 cath gurl necearamene Sage ‘Specion_parcdares 0 Todo" observivel musa ASUaISGE 6 catdiorvaiiver dota Kea, eae mea 6 14 enpitgar eeror méledoe aetaniiaar & se. ‘Ko concentrarae mama eatooria do sepectos de cada vez, Obver- ward variduit_manifstagbes dessa categoria particular, em 4 ay Biome catein comm qui 28 Sheer ene ce ch ae juzird “hipSteses~de-—relacdes OS Praceasay Sais oe dieras tooeea ‘Compirando o crkier do nos campo de estvdos, conforne © aprseta The Nanare of Geography, aim o de Antepologia Ca Sint, Robe Anieroa frase ue, problema ‘nlogo 2 dete fo Teogado por Geind Mi mus Sevtnlos"Adctano ov ponte de vst nuidos a Late White © 0 Krosber, condi equele Mice gus 0 popes doy Ctbecameion sige saloon de invest fadn ‘un dos ten arents nels reads ary hcealzn, 0 orpaio » o tuprereinca on calle, Dato aes Geopatisagrpa ce fenomenos eat nivel iar, "a et. Sout ae elgtes lnsremnis Gove er eetematents e o7i3335) Compre presumir que Anderson nfo pretade der que um tines sfada ar plas setae Colegio af ier acer és climas oe tolon oo que's Antopabgia Calta tite to Tovar ef conn ex eng ets ex tus nonghniet osm einen do ctr Nao Af ivi gue o'esdine etme cece aotemdce te ocontin om post favors ple iS de poder canmatar a men quits Ay winier om sos de proceso inepinieos, ou orpinioos ou cultura. "A detsobee {8 Bvaapoes intense ¢ cortanents may fal quando eo tus foo racer dts nic ou no tes, cme aro no sacle Genpaia ais complezs,entant, de flo exsem em lategrstes que ‘acm conforme hs treay,o Snsioers realdade do mundo on {he reas A do do esto de reiede om clénday dl untae pode poporcionar a explagio dat vit pares deeas egal ac abatchrcs oe ce pam a 8 teeter oo tapi do manele snc a lategrogie total es ea Arete dae ota if part ser esudec, & Geoprate 69 nome 6 ts or doe coubecimtee snipes que sempre £4 couvoctdo for slur tne rant So tv eto pode ae nao gout ns “alaca’y ino 6 tum protims setae, que desaremns par analsar em outo capa adiante (Caplio %) 5 Hiaveré igualmente necessidade de comsiderer mais além (Capi: tulo 1X) os métodos pelos quals a Geogratia procura dividir em Ssegmentos maneéveis & complexidade infinita do cardter total Jat reas, e abranger 0 complexo integrado de todor ers fendmenos interelacionados, nas diferentes dreds, © indispensivel, porém, lobscrvar nesta altura que, a0: dividi-se & integraglo total Gos fe: ‘nOmenos que variam espatialmente, verfcamos que os fendmenos inorgfnieos, orginicos e culturais nfo formam sepmentos que constituam, cada um deles, uma parte mais estreltamente integra: da do total, O fato de a vida humana depender, de modo geral, ‘da Vida vegetal © animal, a vida animal da vida vegetal, c esta do ‘mundo inorginieo, nfo significa que as relagdes indviduais ents ‘0s fendmenos, observadas em diferentes niveis, obedegam A mes: sna ordem, Desse modo, ao estudarmos as variagSes espaciis da vide ve- setal, nfo podémos pensar em termos de sua relaglo coin wna in- fegragdo, que existaseparadamente, de preciptagoes. pluviais, temperaturas, materials Inorginicor do solo, delividades do tert no © drenagem. Esses clenientos se relacionam uns 20s, cutros ‘numa diversidade de maneiras distintas, ou talvez nfo apresentem 4 menor relagio entre si, O estabelecimento de wma esteitainte- sracio € obra. da propria vegetagio. Do mesmo modo, 0: fend- menos cultursis poderto estar diretamente relaciouadcs a fen0s ‘menos inorginicos especificos, como. 6 o caro day Indstrias de Imineragdo face is jazidas de minérios, havendo, nesse particule, reduzida ou nenhoma participapfo de outros elementos, inorgiai 08 ou arpinioos, " Por conseguinte, a Geogratiaestuda fenémends de ilmitada di- versidade, segundo intertelagbes da maior variedade, Iss0 nfo eve ser ‘considerado um subproduto da natureza da, Geostatia, ‘ou uma caractristica que, embora ‘comum a todos os campos de estudo, seria um tanto mais acentuada na Geogratia,Pelo Contes. vio, 6 fundamental para a verdadelra finalidade da Geografie, com’ © estudo da realidade da supedtice da terre, sendo cata composts e todas as modalidades de elementos, em todos os tipos de com- binagdes. ‘Os estudos de categories individuais de fendmenos ao evidamente atrbuldos as varias cldnelas ssteméticss, © prope sito especfico da Geograla & estudar ss variates, na taco da terra, de fendmenos que existent ‘em inter-relagto, tndependen rente da clasiicagdo dos fenémenos segundo sues espece, 36 Comparaeto com Outros Campos Contrastar 2 Geogratia, que versa sobre waa guase iimitada heterogeneidade de fendmienos, com as céncias que selecionam Categorias particulares de fendmenos para fins de estudo, nfo 6 afiomar que a Geogratia possu eardter impar ou excepcional entre as cigncias. Quase todos os gedgrafos que aceitaram 0 ponto de Vista da Geografia aqui apresentado reconhecem que le em grande parte verdadeiro no que concemne & Historia (1:183,288). Humboldt observou especificamente que nfo +6 a Histéria Huma na, mas também a Histéria de todos os seres vivos © « Historia da’ Terra se assemelham 8 Geografia, nesse particule, mais do ‘que as outras cldncias. ‘A Astronomia foi considerada por Humboldt como logicamen- te semelhante a Geografia, ag duas discplinas formando uma cién- cia nica, que dria espeito Q unidade da diversidade no universe ‘Mas a grande diferenga no grau de hoterogeneidade dos fendme- ros observiveis simpliiea de muito o estado das Areas celestiis, fe comparadas as dreas terrestres (14:56-59). Entre outros est diosos que observaram o fato de a Astronomia incluir uma hete- rogeneidade de fenémenos, limitada walcamente pelo que sealaten 1 existe ou pode ser observado no céu, ineluem-re Vallaux, na Franga, ¢ William Morris Davis, nos Estados Unidos (1142, 391), Conctustio Em todos os ramos da Cigncia, os fenémenos sobre os quai coda um deles versa de mancira mais diteta variam até certo pon to quanto & sua naturecs, E todos os ramos da Ciéncia estu@ams de que mancira estes fendmenot ee interrelasionam, ou ge ime ‘gram, a outros fenémenos, Eatretanto, nas ciéncias’ que chama- mos sisteméticas, 0 grau de hoterogeneidade & limitado, © 0 grat de integrapio 6 apenas parcial, porguanto cada ina dessas Gen- cias define o seu campo de esnido em fungio. de uma categoria ‘elecionada de fenémenos. Naqueles campos, no definidos em termos de modalidades de fendmenos, mas ein termos de seqees do tempo ou do espago, as integragoes que tem de ser analisadas fo infiaitamente complesas, e heterogeneidade os fendmenos 4 ferem estudados s6°6 limitada pelog fendmenos que existrem « variarem dentro das determinadas segdes do tempo © do espayo, Nas Cincias Espacias, excluida a Geogratia, os fenOmencs a6 agora observiveis se limitam & natureza inanimada, Na Historia, 7 restrita 20 curto perfodo que dispSe de documentos escritos, os fenémencs naturals tém sido relativamente constantes, de tal sorte que nas integragées que sfo objeto do estudo da Historia, os fa: {ores varidvels se limitam, em larga medida, a elementos humanos, ‘A superficie da terra nfo tem paralelo, no tocante aot nossos co mhecimentos, pois 6 um objeto que consiste em integragSes formas das por uma grande diversidade de fendmenos inanimados, biolG sBicos © sociais, variando de lugar a lugar, com inter-relagées sig- nificantes. Por conseguinte, a meta da Geografia, a compreensio da superficie da terra, abrange @ anélise es sintese de integragoes compostas de fendmenos inter-relacionados do mais alto grau de heterogeneidade, pertencentes talvez a todos os campos da Ciencia, 38. DEVEMOS DISTINGUIR ENTRE FATORES HUMANOS E FATORES NATURAIS? ‘Uma passagem de The Nature of Geography, referente aos pro- blemas semaaticos suscitados pelas palavras “natura” e “nature- a", conelui que esses termos alo nécessriot para expressar 0 coniraste entre a parte da realidade independente do homem ¢ f'que é “humana”, porque as “relagSes que existem entre 0 mun- odo home e'o mundo nfo humano se revelam do maior Jneresse para a Geografia" (1:298 e se.) ‘Tal assertva & feita sem qualquer qualficagto ou explcacto, embora seja reconhecido, na-mesma ‘passagem, que “em Hum- Boldt, coma também junto aos seus predecesiores", a palavra ‘natural’ foi empregada no sentido de incluir todos os fendmenos cobservados fora da mente do observador, ou seja, denotava a rea- Iidade objetva, De fato, nem Humboldt nem Ritter pareesram Senur a menor necessidade de um terio que designaste a cate- gotia particular de relaptes que o gedgrafo de 1939 ria desere- ‘er como endo "do maior interesse para a Geografia”." Podemos também notar que a necesidade de realgar essa dis- ting nfo parece ter sido sentida pelas pessoas dotadas de espi sito elentifico (andaimas, mas sem dvida muito numerosas) as ‘guais reconheceram, desde os primeiros tempos, serem de certo ane fe ESE ci trance Fa a ie wee geen eee Lace kiko area eee SE ogee tong ante = “Ee Coogealis, tubalds ty relptes etre © homer Etaatcers (edorhomane), De inl mas’ gemf, 9 concllo parece oerente com © Posto de vita do Livro do lees 2 ‘modo relacionadas entre si as diferengas existentes entre os diver- fos fenémenos da terra, de lugar a lugar. No foi por mero acaso ‘que, até época muito recente, no existia uma palavra.comum, fapez de ceserever 0 conjuato da narureza, dele excluindo 0 omen, Deveres porventura concluir que os gedgrafos que estudaram ‘a terra no stoulo passado desenvolveram a capacidade, auseate fm feus predecessores, de separar o mundo do homem ¢ © mun- ‘60 nlo-humano, como entidades objetivas? Em outras passagens de The Nature of Geography demonstra-se que isso no aconte- ‘eeu, O contrast entre a “paisagem natural” ¢ a “palsagem cultu- ral", 0 qual, na época em que foi escrito esse livio, representava, papel tho importante no pensamento de muitos gedgrafos, foi Comprovado ser um conceito puramente tebrico."$6 pode exis- ‘ir uma palsagem num lugar: se o hhomem nele nfo houver do, ela nfo poderd ser uma paisagem cultural; s¢ © homem hou- ver entrado em cena, a. paisagem natural estard perdida para sempre (1:170-174; 300-303), ‘Admitindo-se que a distingfo seja apenas tebrica ou abstrata, poderia ter ocorrido @ fato de qus, ao aperfeigoar os seus ins” ‘rumentos intelectusis de pesquisa, os gebgrafos livessem demons- ‘ado que essa distingfo abstata’‘os teria ajudado em sua busca de conhecimentos. Isso € seguramente. desmentido por diversos fargumentos. Afirma-te, assim, que multos estudiosos confundem rum s6 conesito o que realmente se constitu de trés: a “passe gem primeva", isto é a paisagem natural de origem, antes da Jnvervengfo do homem; a "paisagem silvestre”, a que foi alterada ‘embora ndo controlada pelo homem; e a atual “paisogem natural”, foneeito teérico, nfo representado na realidade em qualquer ‘rea povoada (1:171-74). Alegese, ainda, na mesma obra, que nfo estudamos o “mundo nfo-humano” em termos dos “elemen- tos naturais, em suas caraceristicas inteinsecas”, mas apenas em fungéo de “condigées naturais, na medida em’ que sfo.signili- ceanles para o homem™ (1303). Objegdes & Dicotomia Se o papel da Geogratia 6 analisar todas as modalidades de relagSes qe existem entre ot diversos fatores, ag quais, em sei ‘conjunto, constituem a realidade existente em qualquer rea, = inssténcia em distinguir entre dois grupos particuares de fatores, 53, (0s humanos ¢ os affo-humanos, introduz vésios elementos desfe- vordveis ao progresso das pesquisas. 1, Quando 0 estudioso procura separar, nessas duas eatego- as, todos os fatores abrangldos em qualquer integragto esps- lal ele 6 forgado a iniciar sua andlise pelo que poderd ser a sua etapa mais difel, etapa essa que s6 poders ser empreendida no mais epurado nivel da investigsefo e que, em multos casos, nfo feré posavel alé mesmo nesse nivel. O primero passo da andlise ‘onsite em decompor e complexidade de tudo quanto existe na rea, em aspectos compostos facllmente feconhectveis, que apr Sentarn wm certo grat de Inter-relaglo, como, por exemplo, 4 ‘egetagfo. 0 tolo, of tansportes e a8 vas navegives, as esto turks Utbenas e as formas. do relevo sobre as. quais ve situam. Se foste verdade usiversalmente, ot mesmo via de Tegra, que cad ‘um desses aspectos se apresentasse como uma asociagto de fato- res exclusivamente humanos, ou de fatores puramente naturals, ‘seta cabfvel clasificar estes aspectos em dois grupos. Nesse caso, starfamos tratando de relagGes entre fatores humanos ¢ naturals ‘apenas ao primeiro nivel da investgacto, a0 passo que a analise ‘dhe integragoes de ida um dot aspectos mistos dria respeito co entre fatoe ‘se acaso se tevelaste impossivel levat a cabo es tapas male apuredas da anise, por earéacia de tempo, fate ‘Ge Gados adequados, og imporsibiidade de determinar 0 peocesto fntimo das rlagées existentes, a descrio das relagbes entre os aspectos humanos e os naturals, no primeiro nivel da investign- Ho, manterla, pelo menos uma’ cor valdade, Nilo hd divide que uma grande piste das pesguisss em Geo- agrafia tem sido realizada dessa manetca. Isso significa, porém, por Ge lado a realidade que nfo distingue entre 0 “humano” © 0 “ni tural", Conforme acentuow Allix, entre outros (49:296), ver fente gue of aspectos comumente. julgados “aaturae™ so produsides pela natureza e pelo home em confunto; do mesmo iodo, aspeetos geralmente considerades de origem humana, teci0 9.0 produto ua interagdo de fatores humanos ¢ natursis, em Geteeminada época do passado. Assim expressou-se Hettner, j6 fem 1905: "Zur Eigenart der Linder gehoren Nator und Mensch ‘Und zwar In so. enger Verbindung dast se nicht von elnander ge- frennt werden Konnen” (Tanto a natiresa quanto 0 homem #0 Intiasecos eo cardter paricular das Areas, ©, em Yer Unido € to fatima que no podem ser separados um (21126, de 17554) analogamente, Herbertson, 7149). 4 2. Quando o estudo dos diverts aspects incr rlacionados om dees ¢ dominado pela preocupasto em distinguir os fatores ‘ature dos fatores homanos, o pesqusedor facimente passa por aio estes limos, c, de modo ‘special, os lovisvels, ob quals poderto set de impostinci primordial na stuagto pariculae. Os Efxores aaturis" slo gorlmente cbeeravels & peimelza vista © fem sua maior pare, pelo menos se incom muna Ista relative fmente redulda, quo os gedgrafos comumeante tlm de menéri Umrrol dese tips consaldo de fatores humanos, soda de u= Tigo mito die. problema se manitents,enbors fo ja rolucionado, quan Estlones, cujo pensameato. se bascla nessa dleotomia, fs importaacia'do fator cultural como a0 ‘sso fosse ‘ove de foto const ume rtnde soma de fatores, em pare interselacionados, mas em parte independentes uns dos outros, eisa expressio refiste a preo- Expesto dominante de deermings a tnportncla dos fares }O reconhecimento da importicia dos “fatores culturas”™ Goire in cemento Bisco do confusto.na_andlive geogrtica Gomiasds por um conrete tofrico entre or ators humanos Ge fatoces aatrns, A andibe cletiica, em ger, conse em Gescrver'smanci pela qual um fentmeno parclar se relaions Som outros determinados fendmenos, ov, em outras pulvras, a Stsca dow fatores causls que produzem' um feito conbecios. A nds. clara enige uma nilidareporagdo entre 08 dols 1ados da proposgto. Se tos for sailtancameste exgiso scparar os e- erin humaos © 0 olo-manoy a combina den eat igtoves foga @ presumir-se que iis elementos se, corespon- ‘os fatores humanos devem ser estudados como bo natu. So, prem, for resonbecido que os “ator ‘esempeaham vim papel causal nessa relapHo, cum Dre sitios come “cautativos™ £0'lado éat "caus natural", © T"tormulasio feta nfo mine eeparard or flores humanos dos fatores nlorhumanos. Para fagie a esta difeuldade Wyica, mult autores pralcam um compllendo jogo de palavras, sem se aperceberem de due pet dram com isto sug base co apoo, Paro do. conecito’ de suttesy" coma o “inelo natraly expres do forma abreviads implesmente pelo. term fret Go outs ciple ras se'ullizam desta pelavre’ pare Saclir muitos elementos quo 35 (8 ge6grafos nfo reconhecem como pertencentes ao “meio natu al", mas que sfo_decididamente importantes 20 ambiente total 4e qualquer fadividuo ou grupo humano. ‘Mais de um geégrafo, entre os que definem sua matéia em termos das relagdes mituas entre o homem e o meio natural, tem tomado de empréstino ao historiador e a0 socidlogo 0 pon to de vista segundo o qual as “idéias" constituem uma parte do elo. Todavia, deixando de observar a modificagéo introduzida to significado’ do termo, coatiaua a supor que esta estudando 48 relagSes entre © homem © a natureza.* 4. Importante conseqltacia prétca da suposigfo de que os aspectos humanos efo normalmente considerados como efeitos, na (Geografia Humana, ¢ os aspectos naturals como causas, 6 a incs- pacidade de pér ‘em evidéacia, ma Geografia. Sistemitica, as iagBet que exisiem entre certos aspectos humanos como fatores causais em determinadas reas, embora suas relages, na. qual- dade de efeitos, possam ser consideradas de maneira pormenc- tienda, Teés exemplos podem ser citados. Os geégrafos estudam de longa data as estredas de ferro como aspectos resultants, relacionados as condigdes de distincia, natu- teza do terreno, recursos e produefo potencial, relagbes que sfo fndubitevelmente significantes e dotedas de intereste. Todavia, tiuito mais complexas ¢ slgnificantes para o homem si as rel: (es que spresentam se estradat de ferro como fatores causal, (Goe afetam uma larga veriedade de aspectos nas Greas que atra- Yessam, nfo meramente como linhas' de trilhos, mas também ‘como empresas que cobram tatifas, estas nfo apenas dependentes Ga distincla ¢ de outros elementos fsicos. ‘$6 recentemente, segundo observa Allix, & que reconhecsmos ‘4 importincia fundamental e duradoura do eadastco imobilério, Ga proprledade fundirin, como fator determinante de efeltos de irande repereuesio sabre as préticas agrcolas, 0 povoamento toda a economia de uma area (49:299). O estudo realizado por Prunty acorea da importincia permanente desse fator no Sul dos Estados Unidos (Geographical Review, outubro de 1955), inau- grou uma nova corrente de idéias na Geografia norteamericans. De maneirs mais geral, conforme Gottmann e Le Lannou afir- mam, deixamos de reconhecer a imporléncia bisiea, como fsto- Javae so spresatdoe oa 7 Momence eximplo dessa conf, 30 fargare Sprout (117 1-17). cabal dtutte dese tpl feta por Harold 56 res causais, de fatos sociais profundamente arraigados (56:3 € sep; 59:243), ‘Trewartha acentuou, recentements, nosios iasveessos quanto 2 laborsplo de estudos sistemitieos sobre um dos mais importantes {atores causals em Geografla — a populagto (119). Sem dvids, fo nos esquecemos da populagio ‘0s estudos geogréticos. Mas, como se trata de um aspecto humaao, presumimos que sua posi- ‘Ho légica, na Geogrelia Siteméliee, Vie no coroamento do fstudo dos aspectos humanos, como um efeto final. As condigbes nnturais pemitem determinados tipos de producio econémica e, fem decorréncia desse fato, a populagfo seré densa ou esparss, Tso nos far lembrar o erto elissico de Huntington ao relecie-2e ‘a ums populasio mais densa na rica repifo do Blue Grass, do ‘Kentucky, comparada a zea montenhoss © pobre do Keaticky orienta ‘Na China, na India ou em Porto Rico, bem como em inimeras outras freas do mundo, um aspecto dominante da Geogafia © simples fato de viverem nesses lugares grandes populagdes. Par- ‘indo dessa realidade pode-se, se se preferi, tetar analisar atra- vvés dos séeulos os processos que tornaram isso possivel, Mas para compreender todos os outros aspectos da Geografia Huma- fa e, na verdade, mulas caracterisicas desses pases geralmente slassifcados como naturas, cumpre proceder na dires0 oposta ‘mostrar os vinculos causal entre ese fato da populasto ¢ deter- ‘minados aspectos, como of solos, « dimensio das propriedades e 1 produglo per capita, at poupangas 0 poder aquisitivo em ‘elagio com o derenvolvimento industrial todos os demais aspec- tos da Geografia Humana. 5, Nenhuma pesquisa geogrdtica hé de pretender realizar uma lnveatigagio completa de todas as relagdes entre or diversos fato- res, Para destingar de mancira completa os elementos humanos ‘© nfochumanos, numa situagfo particular, o pesquissdor poderd ter necessidade’ de remontar através de séculos da histéria do hhomem, at6 mesmo a 6pocas anteriores invengfo da escrita. ‘Todavia, se um ertudo for realizado com o propéslto de deter: minae ai relagdes entre os fatores humanos e os naturtis, ele nfo oders chegar a qualquer conclusio vélida enquanto essa pes- fuisa alo esver completamente terminada, 0 que, regra ger Serf impossivel, Por conseguinte, até mesmo estudos de problemas relativamente simples ¢ elementares logram apenas. formular hipéteses de balna fidedignidade, Investgagées sucessivamente mais penelrantes revelam 0s ettos daquelas que ss precederam, 7 as cate a tl de de pe a ela a sons cal 004 ts clade ye sag cole eerie pw mae copra ce it coon 0 min Is eee ares elena ee Pes ae pects eres Soe meee i fe a eat en om dene Se le saith SS et eae cece ra rr ote eh Som een le oc, Svat ote ler alae eel peer cts we roe cal ne an, Soe os oa ma ape cient pean be oe ingest ee eer eee Sie aegeat i gees eset ase So eter a pace tm wet Sr ct coal ea ee Assim 6 licito a um gedgrafo que estudar uma dea da China accitar 0 solo existente Como fatorIsolado, que devers ser medi= do em termos da sua composigao afual,'sem realizar qualquer teotativa visando a desvender of eterminentes — rochi mater, lima, vegetaglo, lnsctos eo homem'que fizeram delo 0 que & (ch Be Jong, 34:33). Tgoalmente, poderd 0 gedgrafo considerae © caniter e's configurapto pattern”) atuals das guas de fuperficie som que procure decifrar ogra em qve 0 homem, através dos séculos fenha allerado seus aspectos de origem. AG Ty ite aan cnet, rnd pon guinea sot he ny SCs perma ayn at Se The Natue of Ce Ch Tespoo da redsgo do tla doe engi, See! SER Cathet aatara tn ae SaaS isla Weare SER ple oad, ene oe See RE NG, a! EN Eee ids wage ad dept ly ey OEY. Eins Seamed Scie aR at taba 2 seiocmi ses SORE tule pla soe aires, 58 snalisar as relagGes entre ests aspectos stu © as cultura, fouenda, estradas © adel, tard possiblitado a tabalsar com 4 segaranga de que cle confeceaquilo de que est tratando e com 4 capacidade €2 avalisr 0 grau em be runs vesficagGe, qUal- Guer que seja 0 nivel de andlise em gue opere, ho de ser com. leas, precias cota. Poderé vertices, por exemplo, que sua anise acerea da res 80 cnstnte entre &lovalizagdo das aldsie © or outtos anpectos ‘io extard completa se nfo investgnr as condigSes que prevaloce. ‘am ‘o pasado, Em luna Insts, tend co detfontarse com Poblemas, que. sto losis ou para os qusls s6 eta em es de formar hipotess cule insguras, Enretanio, Dot ‘als incomplete qu sca sua pesquls, ter aleangado 0 objetivo ‘Se aumentar noses sompreenso o lugar que iver sigo objeto de vas invesigagdes, Bo. gtau em que sun andlse das rlegdes hte or aspedios stis for vada, ter extabelecido uma base 8 partir da qual os pesgusadores que 0 sucederam serio capazes Beir mais aaa. A Ralz do Problema: © Determinismo Geogrdjico Algomas objepSes & tafase dada & clcotomia te6tica ene © homem ea natoresa foram formuladss em The Nature of Geo. raphy, ¢ tanto quanto eu sibs, jamais ful acsado de ter ini ido em gue esa visto seja exsenial em Geogratia. O argumento tm apoio desta deotomia se basen na dived convencional cre Sr Ciencias Natorsis eas Ciencias Socioin. No eltado livro, tl dlvisto tachada de “acbtdrin® e de constr ume "dstorgso" 2 resliade (15308). ‘A Tormulagdo de dicolomia, enttotento, poderia ter sido justi ficada com bere na praticn corrente, a qual sem dévide, fio {wodamento dese fim convcydo e'e rasfo pea qual a mesma formulagdo ndo fol atacada pelos meus coleges. Naquela epoca, (quate todos op gedgrafos notteamericanon te valan dessa ds {ingdo como elemento basco de runs line a0 campo da Geogra. fia. Nao ha divida que a maioria deles ainda o fazem, emiora ‘ja oportano observar que tal dsingdo ov nda € relerda, ou “pena figura com pouco destaque em vésis capiulos de Aimer hn Geography: Inventory and Prospect, de 1988. (4). ‘Para compreender porque of guigrifos_nort-amercanos © beltneor de deena puree aceliafan sam coc reais cone ferido a cea abate dicotomia, barta volta or olor pare 0 9 perfodo que imedistamente a precedeu, Praticamente todos née [Rdquirimos nossa formagio ‘profissional 2 luz do. conceito “do Aeterminismo gedgrafico, segundo © qual seria basica a distingso ‘entre o human eo natural. Embors teahamos absndonado este oncelto determiaista, ele perduram vestigion em nosso penes- ‘mento. Enquanto continuarmes a consigerer as “relapoes", emt Geografia, como sinbnimos de relagées entre 0 homem ea atu 21a, falatmos na “marca do Homem acbie a Terra" ¢ sos tos da Terra sobre 0 Homem”, ou nos referiemos as “condigbes aeogriticas” como distintas das “condigses econémicas” (02:26- £32), estaremos justficando a severa advertencia de Spate — 4e que nto ve. pode fugir dos problemas do determiniemo eo bréfico meramente omitiads 0 ‘concelto na definigto ‘de. noss Aisciplina © deixando de menclondslo em nossos debates fobre ela (39:15) (© Amago do problema do chamado condicionamento mesols- ico. (envitonmentalism”) & 9 "determinismo.geogratica”. Um studo das relagées do homiem com o melo natural seri. mani- {estaments incompleto se nfo procurar responder A pergunta que JIndaga em que grau as aividades do homem fo determinadas pelas condigées desse meio natural. Devers ter reconbecido. que Ratzel e Semple © aqueles de seus discipulos acusadot de extce- mide deleca' do. “detoeminismo” tiveram oO migrito, ds) haver procurado alcangar uma meta clentifics. Podemos escapar a cen Sura de defender tcorias indemonstavels, mar dificimente serd Iicito reivindiar 0 eardter cienifico dos bossos trabalhos se 108 contentarmos com uma afirmagio de propésltos tio vagamente fexpressa, que nos oriente para o estudo de relagSes entre a nal feza co homem sem a obrigacdo de procurarmos medit estas felagoes. * I> palowas hia de engoda-e pets: ‘Sintec fue prope armadlhas oes plan "scoala ‘feouheowr que um tepdo lmteda ca glalifcndo in lemate de Several A csaliengle So Shion Seapl egeas eet ee eal do gua Youmans, regindo sobre Beets a, eles ites inna sends UGG “au, padre (pean aie pon Pee ‘identemente ‘verdadero bem ser Sem prtunds tem Stl? [95:0854) 0 ‘A alterativa mals comum que se oferece 20 “determinismo” 6 0 “possbilismo”, terma que parece provir de Febvre, com base fo ponto de vieta de Vidal de la Blache (3:14). Embora © mer: fre da Geogratia francesa bem come seus diseipulos tenham ido buscar inspiraedo principalmente em Ratzel e hajom acentwado Importdacla das relagses entie o homem © a naturezs, na eo: trafla, sous tabalhos substantivor foram muito menos dominados por cise ponto de vista que os realizados nos paires se lingua Inglesa, sob a influgacia da submissto de Semple «Ratz, seu mettre! ‘Além isto, na qualidade de estudioro “da Histra, Vidal de'ta ‘Blache seat a necessidade de realgar, mais do gue Ratzel, o elemento de incerteza nas relagSes entre © homem © 0 ‘melo Retaral, om dacorréncia dar variagbes cairo 2 culturas —— wenres-de vie — como também do. arbitrio de cada individu, Bin conseqinea, emergiu 0 concelto de que a natureza io etermina a spdo'do homem, mes estabelece um limitado néme- 0 de pessibllidades, entre ai quals ele pode exercer sua eecolha (Le Tannou, 58:274 e segs © Alli, 49:300). (© crescente ‘iteresse pela metodologin da Geograis, nas lidinat déeadse, dew origem a um vigoroso debate entre os parte ‘ring do condicionamento mesoldgico, isto 6, os “dcterminixas”, © 05 “postibiistas".* Visto de fors, 0 debate se afgura irresl ¢ sunane' do manain sana cae. fSdata "portant ne do NetpealePaa ee ne penans tee oghanee Bact eB ‘irotment,Sexpla ralea que "0 aur flap fetova « eluents goa. tapes Sta antgerai te vtereoreire: Se epicl ae Sete ee sO Foto acti ot da pongs o-caltuar (Capitals IV), eum uit> ‘Mrctinete core" pete fete propriica na"hatea ot pa oe Sea Pre er = eae “BES Aestbo guinea 9 exper: ‘elgou o goneetio de “err como tina soidade desta ‘or prmcses tempos ‘4&0 fomen™ (pp. GO-S1). Todavia, Tatham veriicou que cerias Passagins toi aoe aman ene pry ta ta ‘Stade modo” especie ao atimma ua Sem tenteve omente fac ‘idlmento que Rite empegou em sed pmaoalme, Pasting de cases Stn a cosul trapa, (01) Semple wo Shen alt tw elo f paareg, TS Paes temas ‘Tata apresttoa sin exe remo, nda quae plenaments atv, eg “debate Tem oeacaptaio gore "Emcvanenttaey ‘nd Porc” (Stina as" erdcas aie adans fram sebentemente peiecdes or {ti Conforme concluem Montefiore e Williams, desde que “ane to 0s possbilitas como os determiaists dos tities tenipos cone cordam em que 0 determinism puro es morta, nfo he mals sentido em prosseguir numa controvérsie, que vitluelmente nfo presenta qualquer relagio com as suas atividades, como gedgrar fos mailitntes” (34:11). Eletivamente, quando se observant ot ‘magrosfrutos colhidos de um debate que perturbou o pensamento _gogrifico durante mals de melo século tea-seinclinado a xcs mat: “a plague o! both your houser”” (malditas as vowsas dish casas). E nevessiio, porém, coneiderar qual a luz que € proje tada por esse debate sobre o problema discatido no presente capftlo, ov seja, a presumida necesidnde de disinguis, em Geo. aia, entre dois grupos abstrator de fetores —o humano ¢ 0 patural. Na realidade, todos os gedgrafos, guaisquer que sejam suas conviesées, reconhecem que nto poderiamos, de mancira aiguma, explicar as escolhas e os atos do homem exclsivamente em et. mos de relagdes com o meio natural. Povor diferentes, emt meios ‘dénticos, podem comportarse de mancica divetsa, Ratze!e Sem Ble esableeram ctvaments ie "Proponio. E Tata emonsttow que o determinismo de Grilith Taylor, andlogo wo ‘eso do motorsta que obedece A sinalzagio do trifego (Stop- sand-go, determinism") ‘nfo. passa de uma forma especial de possibilsmo, Entretanto, embora seja irrefuével i validade da “condigéo ser possivel” (possibleness), 0 que nos olecece esse tetmo “aguado", como E. G. R. Taylor o denomina (87:428)? Tomado em sua scepsfo literal, ce aparentemente significa que a Geografia, ainda que se prociame wna ciéncla primordial, ‘mente interessada no estudo das relag6es entre 0 homem satureza, necessta apenas demonstrat, em qualquer stuagto dad como as condig6es naturals possibilitaren uma ealte vasiat ot Jnumeréves, resultantes humanas ou socials, No tem cla neces: sidade de procurar estabelecer de que maneira e em que grav essa0 ccondigdes naturais determinaram ‘uma retultante. particular, Isso Quer dizer que somos instados © nos, contentar com menos do que poderiamos saber, 0 que sem divide contraria os propésitos de Clénd Ee tan» Wlans (), sepmctniente um to @ um a inci roca © da Crogan CHV” slate CA Ante a impossbilidade do determinismo absoluto, de um lido, 52 que Kisk denomina “a paralisia rastejante do. possiblismo”, de outro (77:188),? os gedgrafos que ainda encaram sadist iplina em termos de alguma forma de determinismo geogréti buscem uma posigdo intermedia, a exemplo do “probabilsmo”, de Spate (87:419'e seg.). Geralmente tentam fugit & questio fo. stica de maneica conseiate ov inconsclente, empregando a expres. silo do dia-adia “enplicar" ou “justiicar” os tepectos inumanch, cortelacionando-os as condig6es naturals, Examinando do, pesto cesses exforgos & luz da ldgica da Cléacia Social Sistemilca, o& Sprouts demonstraram que eles mascaram uma série de suposigoes lmplictas ¢ de modo slgum demonstriveis, sobre a motivagao ¢ 8 decisBes humanas, quer de grupos quer de individuos (117: 50-87), mote «eat dco oe mle, sem divide com Plexo, € muito mais simples do que o comumente implicit no ‘conceito “determinista” da Geogratia. Encarando 0 problema do Angulo ds Citncias Socisis, os Sprouts se preocepast som as fe. lagdes entre os homens, como individuos ou grupos socials, © 0 melo material que existe num dado momento, independents do hhomem nex sem evar em consideragso ul ilo 36s formas do rele, of solos, 0s Fos ete, mas também os campos eultivados, construgbes, cant cestradas, vies férreas, © maquinaria (17:15). Esse conceito te lista é bem diferente’ da nogto absteata de meio natural conforms 0s geésrafos geralmente 0 conceberam, que inclu apenas fatores Jndependentes das atividades do homm em qualquer tempo, pase sado ot preveate,* = Riese ne ln hone ic Ee eis et ite» ee wen ote st oiaisiien 2: o pace Se Ee eee SE Shard beienie te Terres DN samt an sxente nee SME a pepe Seems eae eee oie eats cise tee 16 el niet es SUS Se ie fast ieee ego oe ere Ean [Bulle greens nto geogfon aceta'do "gos’ we “Saee Se esse segundo proptslto fosse imposto 3 Geogr, nfo ba- veria some fpc ao dettio Ge Mart, om The Necesay of Deter IMintoe (€2) = a0, Soveiamos ‘que ome oats "ectemisa® do manein shot, ms eta ‘cbsighou. 4 procurarmedir até que ponto ele o faz. Iso eg, porém, como Eps fundamental de anise, que todo e qualquer appecto obser- ‘ado nos estudos eogrifices fase decompont, fiat set 3o- Jomeranodo 0 sel compleno de fates, reparando-e ox fatores oramente nauras, dos fatotes human, roca ou Individuals, [io imporando qufo remotes fosem, 0 tempo ot Ro expan, 1 relapocr de. processor que esvessem implistas. Ainda que posrfersmos completo dominio sobre tado quanto hoje se cooie= 2i'por Clencas Socials © Pacologa, mesmo assim nor fallaria ‘0 Soobecinento, pormenodsado. de fore relagles, necsssio ‘Sl clapn essncal ca ands, Em rosumo, 0 conceto deermi- Sista em Geoprafie, quer tsja conideredo éy termes de "post- Bim" quer sb 6 fotulo de “probablismo™, impde, como ums Preemie, 0 que é de fato uma impossbildnde Por outro lado, fugifamos a esse xllema simplesmeate se abandontssemos 0 conseito determinista? B certo qe nose preo- Supagto no se rodue “merameate a. detcrever™, mas tamber ins ear as TelagGer ent Os fendmenos que obvervamos ‘No estaremos, portanto, de volta do ponto de parida? ‘Se & nso Ouque quer der Spate‘com o sea dotafio (69715), nesse caso, sett a menor divids, ee fol buscar no Primitivo conecto a pre= Sonelo'de_ quem Geograta, “relalo® significa rlagSo. one {tores humincs e fates naturals. B indieutvel que qualquer enc dove princplar pela txionomia, Em Geograie, ns not preoetpemes, em vel eleentar de ciasiicagio, em’ reconhe- Eer montane, colina, vale, carson cua, barrageas ct. Mas seme determioada eo gus, tina ariagem assim por dlante, sto do origem natural. ow se foram produ. dss pelo homem no pasado, iso" € distingio. de importncla Teeundisi, ‘Se nossas peaqusts nfo. logatem determinar ea isting, sind assim poderemos extudar as TelagSeratuais entre Sualguer’ denser aspectos c ostron (Kazendas, habtags, veets- tio ee) as considergSes conduzem lopicamente & segsinte conclu so se-0 propésio da Geografia €-a mais completa descrigfo © ompreensio da tera. como a morada do hotem, nfo some: bagador a divide todos os sspectos ov elementos da tera em uae eategoias — of naturas © os humance. Seremos, por, 64 lives para aceitaeetsa concusio Iigiea? B certo que nfo 6 licito pir de lado levianamente tin coactito. que parece to acralgads Em nossa heranga, © Compromisso com 0 Passado (© conceto de uma clivagem etre o homem ¢ a natureza foi inariamenteestranho & Geogratla, Se nela penetrou, em conse- ‘gltacia da posisto religiosa e teleolégicn de Ritter e seus dice! plos, tomot-se de importincla capital, conforme abservou Saver, ome um conceito da Filosofia da Histéra, apoiado no deseavol- Vimeato das Ciéncias Naturals, do Darvinismo e da Filosofia Ra- Cionasta dos meades do sécuio XIX (24:24). De maneira mals specifica, a aparente demonstragto da absoluta certeza das Tes, ho eampo das Ciéncias Fisicas, e a introduglo desse conceito nas (Ciencias Biol6pieas, inspiraram a erenga de que 0 homem, como parte dt natureza total, estaria igualmente sujelto a uma “lel na- furs que nfo sofreria quaisquer desvios. Conseqlentemente, as ‘Cigacias Sociais também poderiam libertar-se da necessidade de admit obstinados caprichos nas decisbes do homem, ou de scsi thr qualquer dominio sobrenatural Entretanto, para estabelecer-se a {6 a que vimos nos referindo, seria necessdo. que at Ciencias Socials demonstrassem valida: ‘de do suas doutrinas como teorias cientifieas, 0 que #6. poderia ser feito através de sua subordinagto as Ciencias Naturals, por- Quaato 0 homem, como parte da natureza total, depende manifes- famente da natureza-menos-o-homem, que exisia antes dele © po- deria existr sem ele. Desse modo, o homem hi de ser 0 produto a natureza-menos-o-homem, e depende de leis que operam at ‘és'da.natureza-menos-o-homer ‘Embora essa doutrina tenha afetado todas as Cidncies Soclais, suas. conseqiéncias tiveram muito maior alcance na Geografia Porque nesie campo as varidveis humanas ¢ as nfo-humanas se meselam de maneire mais fatima, Sendo o homem vim produta da natureza-mencs-o-homem), poderd. ter parecido 16- fico que o estudo das relagées entre cla e ele deverlaprincipiar pela natureza. JIgualmente importante, entfo como hoje, é a seguinte premissa geral: em virtude de. serem os conhecimentos geralmente mais Completes ¢ fidedignos no campo das Citncias Naturals que no Sas Ciencias Socials, estaremos: pisando terreno mais fimme, em ‘nossos conhecimentos do meio natural, do que na eefera dos que 65 se referem go homem ¢ & socedade. A Geogrfis,especislizando- SSe'no sudo do meio natural, fol assim convocada a servir de Ponte que ligase ar cuas calogarias, Entre as vis vss lno= Finer 2 exo promion utuacee © Go pe pecceber qué o concsto de Ineio no tem sentido, excsto em referencia dquo que els eave ‘ye. Quando de fato chegamos ao exame dor procesion, nas tla: {bee entre or fatores humanos © natura, venfeamos no saber {Rais ov elomentos da nafurera qv tlm’ do set examinadon até ossusmes um completo conhecinento. da reagbespsicolégiess ¢ fecal Ea tes paves nfo podermon comes planes Gampre analiar, em prameco iogar os processes humanos 6 30: Gai como se fat nas Geass Sosns,enes de pensar em welapSes ‘Se esl. conclusfo eseapou & maior parte dos estudiosss dat Ccitncins Socials, alguns dles resoahecefam, porém, que a atl Se completa ea explicagio cabal dos fentnenos Que observa xigom 0 estado. da tlagbes entre esres fendmonos e cetos fat es naturals espeificos. Embora alguns pesquisadores estcassem Ponto, por ignores quais os fatores naturals em. caus, oUtOS, ‘ispottes a obter or necesséros conbecimentos, 8 poderam so ‘onencer que sitvam penetranda. no campo Ja Gsograia. ‘Maitas vezes, porém, esses eatudiosoe verificaram qe os ge6- grafos je hava tabuibsdo em tas problemas, vstos "do oso flor; mas Gertimente sem ter realizado gualguer eslorgo sist mitico pare devenvolver um campo de estidos. Segundo a dot trina da infuéncias do melo, isso no seria necssivio. Pare = {abelecer a validede desa doting, todos of aapectos do vida I= ‘Hana, en qualquer tempo ov lugar, estaram por igual sbertos 205 ‘xtudée. Por consegonts, on geoprfon podedam empreender ine ‘hers incursoes esparsasatraves de outfos campos, como de fat Ofaeram (1242). A cirnstinsin de qve ess 000 Sonu nfbeacts x tba em Oona, senna a equa com due be identifica oadjtvo "geogrica” co- Tho’ sadhimo de "isi" ou Ge “natiral™. Male especiicamente, [ito € llustrado pela estensa gama de tdpicos que Wooldridge © East consideram apropridamente inclutdos na Geogatia “confor ze 0 dice e's eperanga de se efetuaem contebniges do. cam. ‘po de Geopratia” 2 Economia ou & Pili (935124,183 © 508). 7 Goaegdentenest, ies concuem que saa, imtida ava «2 sige Ries eaters entndg tn no Ieee Po rE Ga"Sstocagl defeat" (aSea)s Bo oat’ plers, em aL, Pinte ante olga ‘Ge Maer coma saplr Se Ppa 66 (Quer esses estudos visem a demonstrar um certo grau de “de terminismo geogrifico”, quer apenas pretendam atestar a “impor- tincla dos fatotes geogritcos", seu propésito motivador constitui ‘uma influéneia subjtiva, que afeta at concluses, Tsso € expresso nos escritos de muitos autores que pensam em termos das relagbes entre a nafureza e 0 homem, através da personificagto da nature- 2a, conforme observaram Spate e os Sprouts (87:419;89:28 e seg, 17:34). Em substiulgho & teleologa religions do Ritter, qse do. tmunciam, ® 0s disefpuios da_nova Filosofia “objetiva” admitem uma Natureza allo menos onipotents, até mesmo oniscente, toda la dominada por les mecaniistas. "O plano da Natureza 6 ma- nifesto", esereve Griffith Taylor, “a parte do homem consis no estudo do earfter do meio...” para que possa melhor seguir 0 plano ‘determined’ pela natureza” (3:16). Bm. termos loséf- £05, poderia ser indagado porque haveria de considerarse mais “racional” pert da premissa do planejamento pela natureza — qual, nto quanto podemos observer, & incapaz de pensar — do que imaginar-se um planejamento feito por um ser divino, que se presume racional. Nesse meio tempo, porém, a Filosofia da Ciéncia que os ge5- grafos deterministas procuratam demonstrar, perdeu seus funda- Mentos de origem. As cléaclst consideradas mais exatas jé 20 pertem da premisea de que fendmenos por elas estudados estejam Fujeltos & explicagio em termos de les clentficas, insuscetivels de sofrer quaisquer desvios. Trata-se de uma curiosa conseqin- tia, conforme obsecvam Moatetiore e Williams: 8 delerministas, fm seu esforgo para dar respeitabilidade & Geografia como cién- tla doveriam persisir numa “disputa metafisica de um tipo que fos modemos fiésofos do mentalidade positivista considerariam, ‘Tomas om Programe “Bloaicamente recon”, « modifies depots acer eee i to preccupa oom a orm 2 cme cont a ‘cvs ator — costa. conto dominante (85:56 © tog)."tnoepreeots un dos sumerosos etomplor dar tect: tiv do" combina g captato dos odemor gespafossbmter com © on. ‘ito eterminita rdado por eles, ao” qual aguala be ope. ° Crfth Taylor velga fun desaprovugio 20 coeato e ode octee ¢ ambtin ecousueste eee ct me She se a ‘ Sid bei he are me Pe iui al eat panae come wim dew "dcifalee de Hamble” (3 presenta Ber dscumestades oer do itter sun oben ara, oa pelo menos, como justamente © oposto do que 6 respeitivel” (84:9 e sen). ‘Como quer que teaha sido hi um século, a Geografia nfo é cbrigada, perante a cifacia em gel, a distinguit, dentze og fato- res interelacionados nos fendmaenos que estuda, quais 0s de oF gem humana e quais os de origem natural Igulimente, » Geogr fia nfo tem, quanto a este ponto, qualquer compromisso com set préprio pasiado. Embora os trabalhos publieados de gobgrafos 4a escola determinista contenbam descrigées de Ingares ¢ estudos de relagdes especificas entre os fendmenos, estudos esses de valor Permanente, suas tentativas no sentido de demonstrar uma tose geral Sobre as relagbes entre © homem e a natureza nfo nos proporcio- naam elementos seguros que sejam de utllidade para outros esta. dos mais adiantados. Nada se perde com o absndono de ramos ‘que nfo oferecam possiblidades de progresso, Felizmente, muitos geégrafoe que, em esporsdicas manifesta: 0es de eardter metodolégico ou em introdugbes a trabalhos sub fantvos, reafirmam 0 conceito de Geografia como o estudo das relagBes entre 0 homem ¢ a natureza, prestim reduride atengS0 a esse preceito em seus estudos efetivos. Conetusdo A crosia da terra, que constitu o objeto de estudo da Geo fia, € um complexo de virias intepragbes de ume large multiple: ade de fendmenos, inter-elacionados numa grande diversidade de maneiras, Do poato de vista de outras eigacias, ou da Filoso- fia, € iil classifcar esses fenémenos, em difereates mancires. A Geografis, procurando analisar a complesidade dos fendmenos que se integram na realidade, exida de examiner at relagSes que ‘existem entre os fendmenos, de quaisquer tpos, que se revelem sig- rifiesates na integragfo total. Em muitos easos, tals celagSes po- derio ser as que se observam entre fenémenos humanos © ni0- humanos, 20 passo que em outros clas se verficam entre fend- ‘menos animados (humanos © nfoshumanos) ¢ inanimados, ou ‘entre fendmenos visiveis ¢ invistves, ou entre fendmenos mate- rials © imateriais, Mas nenhuma dessas dicotomias & logicamente ‘mals significante do que as outras para a Geografia. Em cada ‘caso, a natureza particular dos fendmenos & que determina as relagbes, Entretanto, durante um periodo relativamente curto da hist6- rinismo", segundo o gual sera deer da Geograia investiga, de Suaperacopeifia,selagSes enue ftores manos nfochuna os, e, por consguine, dvdr todos os elementos entre ests ois grupos absrates. Eis cones, porém, 6 etranho 208 po: pines da Geograta, preudial bs peaguias sian © capar do Tomer a unidede fundamental da dsiplina,Podemosexcapar 205 “problemas do determinismo” seguindo a de Humboldt, © consderar of everson aspetose elementos da superice da tees fem procurarseparlos de um e oto lado deste aha aritesia ¢-sbstats, Em puna, consis pov afinmar com Pst, que © “eterminisma, no concerente 8 Geografia, parce have Sobre vivido sua ulliade,e que sun Iquidag fe impbe porque € tm obstcilo b melhor compreensfo dos fatos (110-382), Podems esperar ober esta melhor compreenso, se procura- mos apreendero mimo que for posse, no que s¢efere Ama neita a0 gra plot gua oy diverss aspests de uma Se, ‘em como teas elementos components, racionam-se entre s a deenninaglo Jo caret fra desea fea. Ao desreves © ani Tar aspecos ¢ elementos indvidunis, somos lives para liza: qualquer eateoras do. clasifieagSo’ que slam, empinicameate Sialicanes para o estido das interelades desssaapecton eel menos, sem nos preoeuparmos eom disngSes absctas entre os de ovigem humana os de origem natural”

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