Sie sind auf Seite 1von 399
Ménica Viegas Andrade Luiz Fernando Alves Microeconomia Exercicios resolvidos da ANPEC Belo Horizonte Editora UFMG 2004 Copyright © 2004 by Editora UFMG Este livro ou parte dele nfo pode ser reprod por qualquer meio sem autorizagao escrita do Editor A553 Andrade, Ménica Viegas, ‘Microeconomia — Exercicios resolvidos da ANPEC! Ménica Viegas Andrade, Luiz Femando Alves - Belo Horizonte : Editora UFMG, 2004. (Populacdo & Economia) 407 p. Inclui Referéncias ISBN: 85-7041-403-X Lee SUNEVE Teta UNE UEES \ 36.04.94 “ear EO 1. Microeconomia ~ Estudo e ensino 2, Microeconomia - Problemas, exercicios ete I Alves, Luiz Femando I. Titulo CDD: 338.5 ‘CDU: 330.101.542 Ficha catalogritica elaborada pela CCQC - Central de Controle de Qualidade da Catalogagao da Biblioteca Universitiria da UFMG EDITORAGAO DE TEXTO Ana Maria de, REVISAO DE PROVAS, Alexandre Vasconcelos de Melo Lourdes da Silva do Nascimento FORMATAGAO Raquel Condé PRODUCAO GRAFICA Warren de Marilac Santos capa, Marcelo Belico UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Reitora Ana Lucia Almeida Gazzola Vice-Reitar Marcos Borato Viena EDITORA UFMG Av. Anténio Carlos, 6627 Ale direita da Biblioteca Central - térreo Campus Pampulta - 31270-901 Bolo Horizonte/MG Tel.: (31) 3499-4650 Fax: (31) 3499-4768 editora@ufmg.br www.editora-ufmg.br CONSELHO EDITORIAL Titudares Ant6rio Luie Pisho Ribeiro, Cerlos AAniGnio Leite Brandio, Heloise Maria. Murgel Starling, Luiz Otivio Fagundes Amaral, Maia das Gragas Santa Barbara, Maria Helena Damasceno © a Megale, Romeu Cardoso Guimaries, Wander Melo Miranda (Presidente) Suplentes Cristiano Machado Goniij, Denise Ribeiro Soures, Leonardo Barci Castiots, Lucas José Bretas dos Santos, Maria Aparecida dos Santos Paiva, Maurllio Nunes Vieira, Newton Bignotto de Souza, Reinaldo Martiniano Marques, Ricardo Castanea Pimenta Figueiredo CEDEPLAR Centro de Plansjamento ¢ Desenvolvimento Regional Faculdade de Ciéncias Eeondmicas - FACE/UFMG Rus Curitiba, $32 - 9 andar - 30170120 — Belo Horizonte/MG Tel. (61) 3279-9100 wew-cedeplar.ufing.br se@cedeplar.ufing br Diretor da FACE Clétio Campolina Diniz Diretor do CEDEPLAR José Alberto Magno de Carvalo Agradecimentos Aos professores José Alberto Magno de Carvalho e Joao Anténio de Paula, que, em nome do Cedeplar, deram credibilidade a este projeto e viabilizaram sua execucéo; As assistentes de pesquisa, Cristina Guimaraes Rodrigues e Maria Augusta Bretas Lima, que participaram de toda a execugo deste livro, e sem as quais certamente este trabalho nao seria possivel; Aos bolsistas de iniciagdo cientifica, Thiago Barros de Oliveira e Douglas Rafael Moreira, que fizeram uma leitura cuidadosa do livro; ‘Aos alunos de pés-graduacao do Cedeplar, Vinicius Velasco Rondon e Betania Totino Peixoto, que participaram discutindo e propondo solugdes para alguns exercicios; ‘Ao professor Paulo Brigido da Rocha Macedo pela sua disponibilidade em discutir algumas das solugdes propostas; A todos os alunos da graduagtio em Ciéncias Econémicas da Universidade Federal de Minas Gerais que indiretamente participaram da execugao deste livro; ‘Aos nossos familiares que nos apoiaram neste projeto. Sumario 17 19 Apresentagao ... Prefielo ... ‘Teoria do Consumidor ANPEC/1991 Quest Tenn Questo 2... Questo 3 ANPEC/1992, Questiio 1 Questo 2 Questo 3. ANPEC/1993 Questo | QUESHEO 2 anon Questio 3 .. Questo 4 ANPEC/1994 Questo | Questiio 2 QUESHAO 3 one Questio 10... Questo 11. ANPEC/1995 Questéo 1. Questiio 2 Questo 3 ANPEC/1996 Questo 1 .... Questao 2 Questo 3 ANPEC/1997 Questo 1. Questo 5 ANPEC/1998 Questo I... Questo 2. Questao 3 Questo 4... Questo 12. ANPEC/1999 Questio 1. Questo 2 Questo 3 Questo 4 ANPEC/2000 Questo 1... Questo 2 79 81 ANPEC/2001 QUEStHO Lenn Questo 2... ANPEC/2002 Questo 1... Questo 3. Questio 4... Questo 14 ANPEC/2003 Questo 1 .. Questo 2... Questao 10 Questo 14... ANPEC/2004 Questo 1 Questao 2. Teoria da Firma ANPEC/1991 Questo 4 Questio 5 . Questao 6... Questio 7 .. Questio & . Questao 9 .. Questo 10... Questo 11 Questo 12 Questo 13 .... Questo 14 ANPEC/1992 QUESHEO S se QUES 6 nn Questo 7 en. Questio 8 135 QUESTO D waresnrnsrninnnnnn aoe eeeeeern Is], Questio 10 “ “ 138 129 130 132 ANPEC/1993 Questo 5 QUESLHO 6 oes ereenen Questiio 7... Questio 8 .. Questdo 9 .. Questo 10 Questo 11 Questo 12 ..... Questio 13 ANPEC/1994 Questao 6 Questo 7 Questio 8 .. Questo 9 Questiio 13 Questo 14 . ANPEC/1995 Questo 6 Questao 7 Questao 8 Questo 9 Questto 10. Questo Ho Questo 12 Questo 13 171 eed T3 174 176 ANPEC/1996 Questo 6 .. Questao 7 Questo 8 .. Questo 9 Questdo 10 Questo 11... Questo 12... Questo 13... Questo 14 ANPEC/1997 Questio 4 . Questio 5 .. Questo 6 Questo 7... Questdo 8 Questo 9... Questo 10....... Questo I... Questo 12 ANPEC/1998 Questo 5 Questdo 6 Questiio 7 Questo 8 Questao 9. Questo 11 ANPEC/1999 Questo 5 .... Questéo 6 Questa 7. Questao 8 Questo 10 Questao 13 . ANPEC/2000 Questo 4 Questo 5 Questiio 6 Questiio 7 Questo 8 .. ANPEC/2001 Questiio 3 Questo 4 : Questdio 5. 234 QUeSLEO 6 oer 236 QUEStHO Toei 239 Questo 8 241 Questo 15 nA ANPEC/2002 Questo 5 243 Quest 6 on snc2 AS Questiio 15 .. 248 ANPEC/2003 Questio 3 .. 249 QUESTO oon 250 Questa 5... 252 Questo 6 . 254 QUESHEO 7 eeconn 256 Questo 13 259 Questao 15 10260 ANPEC/2004 Questo 3 z 262 QUESHEO 4 csr 264 Questo $ 265 Questao 6 268 Questo 10 272 Questo 12 275 QUestdO 13 nen 276 Questo 14 nn 276 Incerteza, Informacio Assimétrica e Teoria dos Jogos ANPEC/1992 QUeEStEO 4 rene 279 ANPEC/1993, Questo 15 : ANPEC/1994 Questo 4... Questo 5 .... 284 285 ANPEC/1995 Questo 4 Questdo § ANPEC/1996 Questio 4 .. Questo 5 ANPEC/1997 Questo 2 293 ANPEC/1998 Questo 10 294 Questio 13 .. 1.295 ANPEC/1999 Questo 9... ssrnnntnnnnnnneen 296 Questo 14 = sone 297 ANPEC/2000 Questo 3 299 Questiio 12 301 Questo 13 303 Questo 14 a. 306 Questdo 15 308 ANPEC/2001 Questiio 11 e310 Questo 12 ... 3iL Questdo 13 ... 313 Questo 14 ... BIT ANPEC/2002 Questiio 2 319 QUEStEO Born 320 Questdo 11... 323 Questiio 12 325 Questo 13 327 ANPEC/2003 Questiio 9 331 Questo 11 334 Questo 12 337 ANPEC/2004 Questio 8. Questo 9. QUESHEO Haconennnni Questio 15... Equilibrio Geral ANPEC/1991 Questio 15. on 351 ANPEC/I992 Questo 1 an Questdo 12 ... Questdo 13 Questo 14 .... Questio 15... 352 nnd 3 B55 337 358 ANPEC/1993, QuestdO 14 een 360 ANPEC/1994 Questo 12 Questiio 15 361 363 ANPEC/1995, Questo 14 Questio 15... 366 ANPEC/1996 Questo 15 368 ANPEC/1997 QWeStHO 13 oan Questiio 14 Questio 15... ANPEC/1998, Questiio 14 .. Questo 15 ANPEC/1999 Questo Ho. Questo 12... Questiio 15 ANPEC/2000 Questiio 9 Questzio 10 Questéo 11 381 382 385 ANPEC/2001 Questo 9 Questo 10... ANPEC/2002 QUEStIO T nn Questiio 9 ... Questo 10. ANPEC/2003, Questiio 8 2396 ANPEC/2004 Questo 7 398 Referéncias . 403 Ae eee coon 405 Apresentagao Harold Bloom certa vez propés, talvez com a liberdade inspirada pelo seu objeto de trabalho, que Sheakespeare teria inventado a moderna concepgao de humano, Outros, talvez com menos ousadia literéria, utilizaram diversas pegas de Sheakespeare para ilustrar 0 surgimento da moderna concepg%o de individuo no lento processo de formacdo da sociedade contempordnea. Nao surpreende, portanto, que Bloom tenha sugerido recentemente que j4 se encontram em Hamlet muito dos temas de Becket, a0 menos os mais conhecidos: “Oh, Deus, poderia viver em uma casca de noz e ser fe espagos infinitos, no fossem esses malditos pesadclos.” O tema da Angiistia da Influéncia talvez seja dos mais influentes da contribuiga0 de Bloom & critica literdria. O tortuoso processo em que os autores procuram se libertar daqueles que os precedem e definir as estruturas da nova producdo. O aspect paradoxal desse proceso ¢ 0 cardter inevitavel da influéncia dos autores do passado naquele que se ptopde inovador. Angiistia similar € inerente a0 processo de formagio de novos pesquisadores. Deve-se oferecer os argumentos, resultados © construgdes formais conhecidas ¢, simultaneamente, os insirumentos e formas para sua propria superago. Encontrar os caminhos de novos problemas e propostas de solugio, ou ainda outros encaminhamentos ao que jé existe, é o objetivo central da pesquisa académica. Trata-se de um inevitével diélogo com 0 passado em que 0 conhecimento do que precede, das técnicas ¢ argumentos existentes é fundamental na construedo de novos caminhos. Cabe ao oficio de professor, nesse proceso, intermediar a relago entre o que ja existe e estimular sua superagdo. E esse é 0 reverso da angustia da influéncia, talvez mais marcante na academia do que na literatura: o sucesso do ensino est na superagdo pelo novo, na autofagia que caracteriza a boa academia em que os professores mais antigos so superados pelos que formaram. Essa autofagia do processo de formagdo talvez seja uma das medidas mais precisas do bom processo académico. Retornando ao Brasil ¢ comegando meu trabalho, que tomou caminhos inesperados nos iiltimos tempos, recebi um presente do acaso e da obstinagdo. Monica ‘Viegas era aluna do programa de doutoramento da EPGE/FGV e fora minha aluna em um breve curso de equilibrio geral que oferecera em 1996. Durante um perfodo em que estive fora do Brasil, Ménica insistiu para que trabalhdssemos juntos em estudar economia da satide no Brasil, analisando as restri¢Ses institucionais existentes e seus impactos no bem-estar social. ‘As dificuldades com as bases de dados existentes nos levaram a comegar com uma extensa andlise empirica dos anos de vida perdidos por diversas causas de mortalidade, passando pela surpresa com a magnitude ¢ desdobramento temporal e por geragées da morte por homicidio, até uma andlise da regulamentago do setor de saiide no Brasil. A extensfa e superago das dificuldades nesse trabalho foram possiveis como um rei de apenas pela obstinagio, competéncia, seriedade e compromisso com o trabalho que M@nica demonstrou durante todo 0 processo, Aprendi muito com Monica. Sua tese de doutorado e artigos posteriores demonstram sua relevancia em uma Area ainda nao suficientemente explorada pela academia brasileira, apesar de alguns importantes esforgos isolados, como o de André Médici. Este livro € um exemplo significativo das qualidades profissionais de Ménica, Ao retomar ao CEDEPLAR, combinando suas atividades de pesquisadora e professora, Monica ultrapassou em muito o que se espera da atividade docente, Em um ambiente extremamente profissional e tecnicamente competente, com contribuigdes extremamente importantes em freas que vio da demografia & microeconometria, da metodologia da ciéncia a teoria, Ménica nfo apenas manteve sua produgio académica como ainda encontrou tempo para produzir este livro de resolugao de exercicios da ANPEC que seré muito util para os alunos de economia. Trabalho, construgao e difustio do que jé existe, formagio de novos alunos e pesquisa inovadora sio atributos desejados do nosso offcio. Que Ménica exerca todos esses atributos com competéncia expressa a minha sorte e gratidio em ter compartilhado parte do seu processo de formagao. Marcos de Barros Lisboa 18 Prefacio A idéia de escrever um livro de exercicios de Microeconomia nasceu com a experiéncia didética vivenciada ao longo desses anos na Universidade Federal de Minas Gerais. A exigéncia de formalizagio e a consolidacao de uma linguagem matematica determinaram uma importéneia muito grande & capacidade de operacionalizagio resolugéo de problemas principalmente no campo da Teoria Microeconémica, ao mesmo tempo em que criou um distanciamento da abordagem didética puramente conceitual. Este livro é uma primeira tentativa de suprir uma lacuna existente na literatura econémica brasileira, na qual praticamente no existem livros de exercicios resolvidos de Microeconomia. © livro ¢ uma compilagio de todos os exercicios contidos nas provas de Microeconomia do Exame Nacional da Associacdo Nacional de Pés-Graduagdo em Economia - ANPEC no perfodo de 1991 a 2004. A escolha pela resolugao dos exercicios da ANPEC se deve principalmente a trés motivos: em primeiro lugar, o exame aborda todos os conteiidos da Teoria Microecon6mica obrigatérios para a formago de um aluno de graduacio em Ciéncias Econémicas; em segundo, os exercicios contidos nas provas foram elaborados por professores de todas as Universidades e Escolas de Economia do Brasil, sendo portanto bastante representativo do estado da arte do curso de Economia do Brasil; por iltimo, ¢ ndo menos importante, por acreditar que o Exame Nacional da ANPEC se tornou uma referéncia em termos das exigéncias estabelecidas aos profissionais de Economia assim que os mesmos saem da Universidade, O livro esta organizado segundo os principais contetidos da disciplina de Microeconomia, mas todas as quesides t&m indicados 0 ntimero ¢ 0 ano correspondentes no Exame Nacional. Reconhecemos desde ja as possiveis falhas que serdo percebidas a0 longo da leitura do mesmo, uma vez que nao temos nenhuma pretenséo de mostrar uma solugdo tinica para os problemas propostos. Buscamos, entretanto, na medida do possivel, apresentar e justificar a interpretagiio dada aos exercicios. Desse modo, apesar de reconhecer que 2 decisio de escrever este livro abre portas para a incursdo em um caminho de dividas ¢ apresentagdo de solugdes alternativas, consideramos que sua elaboragio tem uma justificativa importante na medida em que pode contribuir para a formagao e consolidagio do processo de aprendizado do aluno de Ciéncias Econémicas. Teoria do Consumidor ANPEC/1991. Questo 1 Sobre a Teoria de Consumidor, é correto afirmar que: (0) Na abordagem ordinal a utilidade marginal é suposta decrescente. ) A Taxa Marginal de Substituigdo € decrescente devido a hipotese de que a utilidade marginal é decrescente, (2) Naabordagem cardinal a fumgao-ntilidade é aditive. (3) Na abordagem ordinal se a Taxa Marginal de Substituieao for crescente havera especializagao do consumo em apenas um bem. (4) Amensurabilidade da wilidade caracteriza a abordagem cardinal Solugao: (0) Faiso. Existem duas abordagens na Teoria Microecondmica Neoclissica: abordagem cardinal e ordinal, Na abordagem cardinal ¢ possivel atribuir valores para cada cesta de bens enquanto que na abordagem ordinal o que importa é apenas a ordenacdo das cestas. Qualquer transformagio monotdnica crescente de uma fungZo-utilidade ird representar as mesmas preferéncias, Ou seja, o valor absoluto atribuido utilidade auferida com determinada cesta de bens nfo importa. A Teoria Microeconémica Neoclassica se desenvolveu a partir da abordagem ordinal Na abordagem ordinal o comportamento da utilidade marginal depende das preferéncias dos consumidores, portanto, essa afirmativa nem sempre é verdadeira. Como exemplo podemos citar: bens substitutos (perfeitos e imperfeitos), que, representados por uma funngo-utilidade linear, apresentam a utilidade marginal de cada bem constante, Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 57; 59 € 60. © Pindyck, R. etal. (1994), p. 96.098, (1) Falso. A Taxa Marginal de Substituigio ¢ a inclinagao da curva de indiferenca e mede a taxa a qual o consumidor esta disposto a substituir um bem por outro. Em geral a TMS é uum niimero negativo devido ao pressuposto das preferéncias monoténicas. Preferéncias monoténicas implicam que quanto mais bens o consumidor possuir, melhor ele se encontra, ou seja, na cesta de consumo do individuo existem apenas bens (nao existem males). Desse modo, partindo do pressuposto de preferéncias monoténicas nos dois bens, as curvas de indiferenea que as representa possuem inclinagio negativa, Jé 0 fato de a TMS ser decrescente decorre da convexidade estrita da curva de indiferenga, que quer dizer que 0 consumidor sempre prefere consumir quantidades positivas de todos os bens, ao invés de se especializar no consumo de apenas um. Esta convexidade esitita das preferéncias implica que o individuo teré que abrir mao de uma quantidade positiva de um dos bens para obter uma quantidade positiva de outro bem, No entanto, quanto mais de um bem o individuo possuir, menor sera sua vontade de possuir mais deste bem e, simultaneamente, ele estaré mais propenso a abrir mao de um pouco do bbem que ele tem em grande quantidade para adquirir aquele que ele tem em quantidade menor. Tecnicamente falando, a taxa a qual @ pessoa deseja trocar 0 bem | pelo bem 2 diminui & medida que aumenta a quantidade do bem I que o individuo possui. Em outras palavras, @ Taxa Marginal de Substituicdo é decrescente. A afirmativa proposta é falsa porque 0 comportamento decrescente da Taxa Marginal de Substituigao decorre da hipétese de convexidade estrita das preferéncias. A utilidade marginal decrescente € uma conseqtiéncia da hipétese de convexidade estrita das preferéncias. Sobre este t6pico, ver: © Mas-Colell, A. et al. (1995), p. 44 © Varian, H. (2000), p. 52a 55; 72a 74, © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 72 € 73; 96 a 98, (2) Falso. A_aditividade de uma fungdo-utilidade esté relacionada ao grau de substitutabilidade existente entre os dois bens.’ Vejamos alguns exemplos de fungao aditiva mais tipicos em Economia: Substitutos: f(x, y) Quase-line: Fungao de Utilidade Esperada: U(ci, ¢:) myulc,) +7 0(C3) A aditividade das preferéncias pode ocorrer tanto na abordagem cardinal como na ordinal. Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 59 a 66. As fungSes utilidade Cobb-Douglas admitem substcutabilidade entre os bens mas nfo so aditivas, (3) Verdadeiro. A Taxa Marginal de Substituigdo de x por y indica a quantidade do bem x que o individuo est disposto a deixar de consumir para receber uma unidade a mais do bem y e obter o mesmo nivel de utilidade, Se a Taxa Marginal de Substituigdo for crescente, 0 individuo estaré sempre disposto a dar uma quantidade maior de x por uma unidade a mais de y. Desse modo, o individuo tende a se especializar no consumo de y. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 52.455, © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 72. € 73. (4) Verdadeiro. A Teoria Microeconémica Neoclassica apresenta duas abordagens principais: a Abordagem da Escolha e a Abordagem das Preferéncias. A Abordagem da Escolha tem como principio a observagio das escolhas realizadas pelos individuos e é usualmente denominada na literatura de Abordagem da Preferéncia Revelada. A Abordagem das Preferéncias, conforme 0 préprio nome jé sugere, tem como ponto de partida as preferéncias dos individuos e se divide em duas teorias: a Teoria Ordinal ¢ a Teoria Cardinal. A principal diferenca entre essas duas teorias é que na Teoria Cardinal o valor absoluto da utilidade auferido com a cesta de bens importa, enquanto que na Teoria Ordinal apenas a ordenagdo das cestas tem significado. Vejamos a ilustracdo abaixo. Suponha dois individuos com as seguintes fungdes utilidade representando as suas preferéncias: Individuo A: f(x, y)=x ty Individuo B: f(x, y) = yR+¥ Na Teoria Cardinal esses individuos apresentam diferentes preferéncias, enguanto que na Teoria Ordinal, como essas preferéncias implicam na mesma ordenacdo de cestas, elas representa o mesmo individuo. Sobre este tépico, ver: © Varian, H, (2000), p. 62 ¢ 63. © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 71. Questo 2 © governo estabelece um imposto especifico sobre as vendas de caleas jeans. Supondo que esse mercado seja competitivo, (©) 0s vendedores transferem todo o imposto para os consumidores, via aumento de prego. (1) a incidéncia do imposto recairé totalmente sobre os vendedores, se a elasticidade-prego da demanda for infinita. (2) © imposto sera distribuido entre vendedores ¢ consumidores, dependendo da sensibilidade das curvas de oferta e demanda as variagdes de prego. (3) os vendedores seriam beneficiados se o imposto fosse cobrado dos consumidores. (4) se o prego da calga for de $10 e 0 governo colocar um imposto de 10%, ou se colocar um imposto de $1, 0 efeito sera idéntico. Soluezo: (0) Falso. O montante do imposto a ser transferido para os consumidores depende da elasticidade da demanda e da oferta. O imposto recairé unicamente sobre os consumidores em dois casos: se a demands for totalmente inelastica ou se a oferta for totalmente elistica. No caso de a demanda ser totalmente ineléstica os individuos nao tém capacidade de responder a uma variagto de pregos reduzindo a quantidade demandada; nesse sentido os produtores podem repassar todo o imposto para os consumidores. No caso de uma curva de oferia totalmente elistica os produtores esto ofertando o produto ao nivel do custo marginal. Desse modo, se os produtores tiverem que arcar com parte do imposto tero prejuizo e, portanto, irdo ofertar quantidade igual a zero. Generalizando, um imposto recai principalmente sobre 0 comprador se o valor Ey E de oe for muito baixo, e recai principalmente sobre o vendedor se 0 valor de = for muito alto, em que Ey = elasticidade-prego da demanda e £, = elasticidade-prego da feria Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 316 a 318, © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 315, (1) Verdadeiro. Em termos matematicos, a elasticidade-preco da demanda definida como: taxa de variagoda demanda _“y_ taxade vatiagaodopreco Ap dp x Outra forma de expressio para a elasticidade: Oinx | @Inx _Olnx AY _1 & > oo @lny 8Inp 4X @lny xélny (a) Note que: & _ a Olny ey elny ey A igualdade anterior implica que ox _ ax @iny > & ‘Substituindo na expresso (1), temos: Ginx _ 1a diny xa A elasticidade-prego da demanda infinita significa que os consumidores reagem ao prego de maneira que qualquer que seja a alteracio infinitesimal no prego ofertado do produto, a demanda cai a zero, ow seja, hd apenas um prego ao qual os individuos esto dispostos a consumir 0 bem e, a este prego, qualquer quantidade ofertada do bem sera consumida. Deste modo, os vendedores terfo que arcar com todo o custo do imposto, pois se 0 repassarem ao preco, ao todo ou em parte, ninguém comprard o bem ofertado. Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 317. ¢ Pindyck, R. et al. (1994) p. 407 e 408. (2) Verdadeiro. Vide resposta do item 0. Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 317, © Pindyck, Ref al, (1994) p. 407 e 408. (3) Falso. Quanto mais elistica for e demanda, 0 repasse do imposto aos consumidores, que significa aumento dos pregos, faré com que a demanda caia de uma maneira tal que © lucro do produtor diminuira. Os vendedores s6 serio beneficiados com o repasse do imposto para os consumidores se a demanda de calcas jeans for inelastica de modo que © aumento dos pregos faca a demanda cair em uma proporgo menor do que a variagdo dos pregos. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 311 4318. © Pindyck, R. er al. (1994), p. 407 e 408 (4) Falso. © imposto de SI sobre a calga que custa $10 é um imposto sobre quantidade, que quer dizer que 0 consumidor tera que pagar ao governo uma certa quantia por unidade da calga que ele comprar. A aliquota de 10% corresponde a um imposto ad valorem. Se a calga tem 0 prego igual a $10 e sobre este prego é colocado um imposto sobre as vendas A taxa de 10%, 0 prego efetivo para o consumidor sera (1 + 0,1)10. 2s O efeito desse imposto s6 serd idémtico, independentemente do modo aplicado, se a.curva de demanda dos consumidores for perfeitamente ineldstica, ou se a curva de oferta dos produtores for perfeitamente elistica. Nesses dois casos os consumidores iro arear com todo 0 custo do imposto ¢ irao pagar S11 por calea, independentemente do sistema de recolhimento adotado. O efeito também sera idéntico, se, ao contrério, a curva de demanda dos consumidores for perfeitamente elistica e a curva de oferta dos produtores for perfeitamente ineldstica. Nesse caso, os consumidores irto pagar $10 pela calga, mas os produtores sé ficardo com $9. Em qualquer outro caso, a maneira como 0 imposto sera aplicado produzira efeitos diversos, que so poderao ser calculados conhecendo-se as elasticidades de demanda e oferta do mercado. Podemos citar o exemplo de um mercado com curvas de oferta e demanda lineares para provar que nem sempre este efeito sera idéntico. ‘Suponhamos um mereado com as curvas de oferta e demanda abaixo: De S(p) Se nfo houver cobranga de imposto no referido mercado, os pregos de oferta ¢ demanda sero iguais, porém com a adogtio de um imposto os pregos de oferta ¢ demanda diferirdo de acordo com o tipo de imposto adotado. Assim: Se 0 imposto adotado for sobre quantidade, o prego de demanda seré Pd = Ps +1 Se for adotado um imposto ad valorem, o prego de demanda tera a forma Pa = Ps(1+0) equilibrio do mercado se dé igualando-se oferta e demanda. Desse modo podemos analisar o efeito de cada tipo de imposto. Para o imposto sobre quantidade temos: Para 0 imposto ad valorem, 0 prego de oferta sera: a-B[P(1+N)]=c+aP, a-6P, ~biP, =c+dP, > (b+ d+ bt) a-c bed+br anc A partir da comparagio entre os resultados acima, podemos coneluir que os resultados econémicos podem variar de acordo com o tipo de imposto adotado. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 319 a 328, ® Pindyck, R. ef al. (1994), p. 339 a 346. Questo 3 Suponha que a fungio-utilidade para cada consumidor individual € dada por U =10g, + 5g, +4,93- Cada um deles tem uma renda fixa de 100 délares. Suponha que © prego de Q, seja 4 délares por unidade e que haja 200 consumidores no mercado. (0) ATMS, = 43/4, (1) Os bens 1 2 sao independentes entre si (2) A demanda de mercado do bem 1 sera dada por: O, = (R/2)+ (5p! p,)- 3) Se p, =S2 a quantidade demandada no mercado sera de 12 mil unidades do bem 1. (4) Os bens 1 ¢ 2 sao substitutos liquidos. Solugdo: (0) Falso. A Taxa Marginal de Substituicdo é definida como a inclinag8o de uma curva de indiferenga, Formalmente, diferenciando, temos ou = Big + Gig 20 2 Gag =- Lig, = & oq, eq, 6g, Og, dk Da fungaio U, calcuta-se: Umg; = 10+ g2 Umg: =5+q: De modo que TMS} ae Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 69 ¢ 70. © Pindyck, R. ef al, (1994), p. 170 171 () Falso. Os bens néo sdo independentes entre si, pois quando se aumenta a quantidade de um dos bens, a utilidade marginal do outro bem aumenta, Para se comprovar isto, basta dUMg, _ dUMg, fazer: <8 - SE dk dq, Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 64. ® Pindyck, R. ef al. (1994), p. 129. 2) Falso, Para solucionar esta questo devemos proceder & maximizagao das preferéncias do consumidor. A fingio-utilidade que representa as preferéncias dos consumidores ‘mostra que 6 possivel ocorrerem solugdes de canto. Dito em outras palavras, ¢ possivel que 0 consumidor escolha consumir quantidade igual a zero de algum dos dois bens. Nesse caso, devemos proceder & maximizagao utilizando o multiplicador de Kuhn. Tucker. * Max U = 109, +59, + 4,4, sujeito a( pigs + p2q2= 100) eg, 20 € q2 20 Max U = 109, +393 + 9,92 +2 ( 100 - pigs -p2g2) + wg + bs au 10+ 9, ~4p, +4, =0 Hé teés casos a serem estudados. O primeito deles é a solugto interior, em que g, > 0 ¢ gy > 0. Neste caso py = ths =0. Resolvendo para as duas primeiras equagdes: 1049, Ap, =0= Ap, =10+g, = a= 10% Py S+q $49, - Ap, =0= dp, =54q, A= Pr 104g, 544 10p, + ps AE 3 1p, + pra =5p, +99, 2g, = ELE. BP Pi Sendo p2=4,se q)>0eq2>0, g, = 40242 =5P. el ‘A solugio através ds condigto de iguldade entre u Taxa Marginal de Substtugéo ea rae entre os prepos sé pode ser wilizada dictamente se a tinica solupio possivel fr solupdo intevon 28 Da restri¢do orgamentaria, temos que piqi +p2q2 Substituindo na equagao de demanda de gy, temos: R, de modo que ps pig 10p, +R 5, i A OPL = gp, =10p: +R—4,0,~5p, = 2p, =10p, + R-Sp, lop, +R-5p, | _(_R_),(10p5~5e ) 2p, Op, 2p, } No segundo caso, consideremosg, > 0 € 1 =0; 9, =0 eup>0 , R Pela restrigao orgamentaia, pig) + pxg2= R. Como q>=0 = pigs = R=>q, =~ No terceiro caso, consideremos gr = 0, ti > 0, g2 > 0 e px = 0, ou seja, a quantidade demandada q, é igual a zero. A afirmativa esté falsa, pois nenhum dos trés casos analisados apresenta resultado proposto. Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p, 96 a 98. ® Pindyck, R. ef al. (1994) p. 17 € 169. (3) Falso, 0-4 =100 2-2 =132 Como o mereado tem 200 consumidores, a quantidade demandada no mercado serd de ee 200 = 6.500 bi = 2, p2=4eR=100, entdo g, = unidades do bem | Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 317. © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 407 e 408. (4) Verdadeivo. Estes bens so substitutos em decorréneia da aditividade presente na funcio- utilidade, O conceito de substitutos liquidos, entretanto, nao é uma denominago usual na literatura. Mas-Colell (1995) faz uma diferenciagao entre bens substitutos e bens substitutos grossos. A diferenga entre essa caiegorizacao reside no tipo de demanda que € considerada para analisar a variago na quantidade demandada de um bem decorrente da variagio do prego do outro bem. Segundo este autor, se considerarmos 0 comportamento da demanda Hicksiana, dois bens so substitutos liquidos se o aumento no preco de um bem implicar em aumento no consumo do outro, No caso de considerarmos 0 comportamento da demanda Walrasiana os bens so clasificados em substitutos grossos.? Sobre este tépico, ver: © Mas-Colell, A. et al. (1995), p. 71. © Varian, H. (2000), p. 85 a 94; 99 a 104; 289 e 293 © Pindyck, R. er al. (1994), p. 109 ¢ 110; 123 ¢ 124, ANPEC/1992 Questo 1 Sobre a Teoria do Consumidor, é correto afirmar que: (0) Para um individuo com uma fungao de utilidade U(: x, )= x+y os dois bens 2 ey so substitutos perfeitos, (1) Para um bem inferior, o efcito-substituiglo é sempre menor que o efeito-renda, @ — Acurva de Engel de um bem normal é sempre uma linha reta. (3) Seas curvas de indiferenca fossem convexas em relagio a origem, 0 consumidor compraria apenas um dos dois bens. (4) As curvas de nivel representadas abaixo nfo podem representar as curvas de indiferenga de um consumidor. Ul>U2>U3>U4 Solucao: (0) Verdadeiro. Os bens substitutos perfeitos s&o trocados a uma taxa de I para 1. Essa fungao ¢ uma transformago monotdnica crescente da seguinte fungi: U(xy) =x ty, Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 40, 57 e 58. * Pindyek, R. ef al. (1994), p, 407 e 408, oe * © conerito de Demands Hicksana di respsito& vaviagto da demandacesulante de uma varagSo nos pros, considerando a compensagdo ocorrda devido a alteragéo de poder de compre 30 | (1) Falso. Nao existe uma relagao tinica para um bem inferior entre os efeitos renda © substituigdo, Somente no caso dos bens de Giffen, que sao um caso particular dos bens inferiores, 0 efeito-renda & sempre superior ao efeito-substituigdo, Para os bens inferiores 0 efeito-renda ¢ sempre negativo, ou seja, quando a renda aumenta, 0 consumo cai. Por outro lado, o efeito-substitui¢go, que diz respeito a uma variagdo da demanda quando ocorre altera¢ao dos pregos ~ mantendo consiante 0 poder de compra do consumidor — é sempre negativo para qualquer bem. No caso dos bens de Giffen, quando o prego se altera o efeito final (efeito-prego) é positivo, ou scja, se o prego se reduz (aumenta) a demanda também se reduz (aumenta). Esse efeito ocorre porque 0 efeito-renda ¢ superior em magnitude ao efeito-substituigao. No caso de um bem inferior que ndo seja de Giffen, esta relagao nao iré ocorrer. Os conceitos abaixo ajudam a compreender a resposta: ~ Efeito-renda > variagdo na demanda decorrente de uma variag2o na renda, = Efeito-substituigdo —> variagdio na demanda decorrente de uma variacdo dos pregos ‘mantendo-se constante o poder de compra * Bfeito-substituigdo negativo => redugdo do prego (aumento) => aumento da demanda (reducao) * Efeito-renda positive => aumento da renda (redugtio) => aumento da demanda (redugao) Observagao: redueao do prego significa um aumento do poder de compra (renda), Sobre este tépica, ver: © Varian, H. (2000), p. 152 e 153. © Pindyck, Ref al. (1994), p. 132 ¢ 133. (2) Falso. ‘A curva de Engel é a representagdo dos pontos de escolha étima do consumidor quando ocorrem variagdes na restriglo orgamentéria. Essa curva é uma linha reta somente no caso de preferéncias homotéticas. Preferéncias homotéticas sto aquelas preferéneias em que a frago da renda consumida com cada bem é sempre constante. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 103 a 110. © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 125 a 127. (3) Falso.* Isso nem sempre é verdade. Um exemplo sto as preferéncias do tipo Cobb- Douglas na qual o consumidor sempre escolhe consumir os dois bens, pois, do contrério, terd utilidade igual a zero. No caso de o consumidor ter preferéncias céncavas, ele sempre ira preferir consumir apenas um dos bens. * Esta resposta no eanfere com o gabarito oficial da ANPEC. 31 (4) Falso. Essas curvas de indiferenga representam as preferéncias de um consumidor que apresenta um ponto de saciedade global. © comportamento das preferéneias pode ser analisado dividindo-se 0 gréfico das curvas de indiferenca em quadrantes, tomando como referéncia o ponto de saciedade global. Ulsu>U3>Ud Nos quadrantes em que as curvas de indiferenca possuem inclinagdo negativa, significa que o consumidor possui muito pouco ou demais de ambos os bens em relagao 20 ponto de seciedade. Por outro lado, se @ inclinago das curvas de indiferenga for positive, isso equivale a dizer que o consumidor tem demais apenas de um dos dois bens. Nesse caso, o bem passa a ser um mal, e 0 consumidor ird preferir diminuir o consumo desse bem para consumir mais do outto. Se ele tiver demais de ambos os bens, os dois bens sero males. No quadrante 1, a inclinaeao das curvas de indiferenca é negativa, Tém-se dois males, pois 0 consumidor tem demais de ambos os bens. Nesse caso, a redugo no consumo de ambos leva o consumidor para mais perto do seu ponto de satisfagdo, representado pelo ponto Ul No quadrante 2, as curvas de indiferenga possuem inclinagao positiva, Tem-se demais de um dos bens, que no caso é 0 bem X:, pois como a direc8o do aumento da preferéncia ¢ para baixo ¢ para a direita, o consumidor quer diminuir 0 consumo deste bem, ¢ aumentar o consumo de X1, que € um bem, e nao um mal. No quadrante 3, tanto X2 quanto X; stio bens. A inclinago negativa das curvas de indiferenca indice que o consumidor tem muito pouco de ambos os bens, de forma que para se mover para seu ponto de satisfacdo, 0 consumidor deve aumentar o consumo dos dois bens. No quadrante 4, X; € um mal ¢ Xz é um bem. O consumidor deve diminuir 0 consumo de X; ¢ aumentar o de X>, a fim de chegar ao nivel de satisfagio desejado, Sobre este tépico, ver: © Varian, H, (2000), p. 43 a 46. Questio 2 O grafico abaixo mostra posigdes de equilibrio altemnativas de um consumidor. (© A mudanga de linha de orgamento BC para BG resulta de uma diminuigao apenas do prego do bem y. (1) A mudanga da linha de orgamento BC para HE resulta da diminuigdio apenas do prego do bem y. (2) curva de Engel para o bem x, que relaciona a quantidade de equilibrio deste bem com a renda monetéria, esta representada no gréfico. (3) A linha prego-consumo é representada por AF. Solugdo: (0) Verdaceiro. Quando 0 prego do bem y diminui, e 0 prego do bem x permanece constante, a reta orgamentatia fica mais plana. Desse modo, a quantidade que o consumidor pode adquirir do bem y aumenta. O que se modifica é apenas o intercepto horizontal que se move para a direita. O intercepto vertical permanece constante. Os interceptos Tepresentam a quantidade maxima que pode ser consumida de cada bem no caso de 0 consumidor gastar toda a sua renda com apenas um dos bens. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 110 e 111. © Pindyck, R. et al. (1994), p. 120¢ 121 (1) Falso. Quando ha um deslocamento paralelo ¢ para fora da reta orgamentaria isso significa que houve um acréscimo na renda do consumidor, sem alteragao dos pregos relativos, Sobre este tépico, ver © Varian, H. (2000), p. 104 € 105, © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 123 e 124 (2) Falso. ‘Accurva de Engel para o bem x deve ser representada no plano x-renda, ou seja, ela deve relacionar a quantidade consumida de uma mercadoria ao nivel de renda. No 33 exercicio, a curva que passa pelos pontos A e D ¢ relaciona a quantidade de equilibrio deste bem com a renda monetaria é dita curva renda-consumo, pois est representada no plano x ey. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 104 ¢ 105. © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 123 e 124. (3) Verdadeiro.? ‘A curva preso-consumo liga os pontos de escolha étima do consumidor quando 0 prego do bem se altera, mas o prego do bem x e a renda permanecem constantes. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 112 ¢ 113, © Pindyck, R. eral. (1994), p. 120 € 121 Questo 3 A curva de demanda de mercado de um bem de consumo: (0) Ea soma horizontal das demandas individuais. (1) Depende da renda total dos consumidores, desconsiderando a distribuicdo dessa renda (2) Esempre mais eldstica do que qualquer das demandas individuais. (3) Fica com sua posigdo inalterada quando o prego de um bem complementar sobe Solucdo: (0) Verdadeiro. E a propria definigSo de demanda de mercado. Para cada prego do bem, a quantidade demandada pelo mercado corresponde & adigio das quantidades demandadas por consumidor. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 280. © Pindyck, Ret al. (1994), p. 137 2 139. (1) Falso. Se a demanda agregeda ndo dependesse da distribuicao de renda, dois paises com © mesmo nivel de renda deveriam ter a mesma demanda agregada. ‘Suponha que a distribuigdo de renda desses dois paises seja diferente. Vejamos ‘o exemplo da demanda agregada de um bem especifico: automéveis. Aquele pais com uma distribuigdo de renda mais igualitéria iré provavelmente apresentar um nivel de demanda agregada de automéveis mais elevado, uma vez que no pais com maior concentracio de renda existiré um maior contingente de consumidores que mio poderd comprar automével. # No gabarito da ANPEC, ese item consta como anulado, 4 Vejamos ume outra situagio. Suponha que ocorra uma redistribuigéio de renda no Brasil de modo que o nivel de renda permaneca constante. Essa redistribuicdo sera realizada através de uma tansferéneia direta de renda dos individuos do décimo decil para os individuos do primeiro decil, A demanda agregada observada antes e depois da redistribui¢ao de renda s6 iré permanecer constante se o aumento de demanda que Scorrer no primeiro decil for exatamente igual a redugto de demanda que iré ocorrer no décimo decil. Desse modo, podemos concluir que a distribuiggo de renda s6 nao é importante na determinagao da demanda agregada se o efeito-renda for constante entre todos os individuos. Isso iré ocorrer sempre que os individuos apresentarem as mesmas preferéncias homotéticas. Sobre este tépico, ver: © Mas-Colell, A. et al. (1995), p. 105 a 109. © Varian, H. (2000), p. 280. (2) Faso. Suponhamos, por exemplo, que uma curva de demanda individual seja Dy(p) = 20—p, ¢ que outra curva de demanda individual seja Da(p) = 10 - 2p. Entdo as fuingdes demanda individuais t8m a forma: Da(p) = max {20 -p, 0} Da(p) = max {10 ~ 2p, 0} Logo se peo Di [ig D2 6 D 27 2a A partir disso, vamos calculat a elasticidade no ponto para as demandas individuais ¢ para a demanda de mercado: Aala 6=1 Como Ap! p=1 entio: pip 27-24 27 01 Pode-se concluir que a elasticidade da demanda de mercado é maior que a elasticidade da demanda individual 1, porém ¢ menor que a elasticidade da demanda individual 2, Portanto, nem sempre 2 demanda de mercado € mais elastica que qualquer uma das demandas individuais. Sobre este tépico, ver: @ Varian, H. (2000), p. 284 ¢ 285. (3) Verdadeiro. Os bens complementares se caracterizam por serem consumidos juntos, em proporg6es fixas, no necessariamente de 1 para 1. Quando o prego de um bem complementar sobe, as pessoas diminuem 0 consumo de ambos os bens, ocorrendo um deslocamento ao longo da curva e ndo da posigdo da curva. A variacao do preco de um bem complementar equivale a uma variaego do prego do proprio bem, resultando Portanto em variagio ao longo da curva. Uma variaco da posigéo da curva de demanda decorre de um choque de demanda positivo ou negative e nfo de uma variagio de pregos. Sobre estes t6picos ver: © Varian, H. (2000), p. 281. © Pindyck, R. er al. (1994), p. 123 e 124. ANPEC/1993 Questio 1 Na Teoria Ordinal do Consumidor, também chamada de Teoria das Preferéncias, pode-se afirmar que: (0) A utilidade total de dois bens ¢ dada pela soma das utilidades de cada bem. a) Se a cesta de bens A ¢ indiferente a B e simultaneamente preferida a C, enquanto B ¢ indiferente a C, entdo ha um cruzamento de curvas de indiferenga. (2) O individuo atinge um ponto de maxima utilidade, ou seja, um ponto de saciedade global, se puder consumir quantidades crescentes de cada bem. (3) Uma curva de indiferenga esté associada a um nivel iinico e inalteravel de utilidade, Solugio: (0) Falso. No caso de bens complementares, por exemplo, isso nio é verdadeiro, Sempre que a utilidade de um bem ¢ afetada pelo consumo de outro bem, como ¢ 0 caso dos bens complementares, 0 principio de que a utilidade total é a soma das utilidades de cada bem nio se comprova, Sobre este t8pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 64, (1) Verdadeiro. Sea cesta de bens A ¢ indiferente a B e simultaneamente preferida aC, enquanto B ¢ indiferente a C; entio essas preferéncias nao sio transitivas e, portanto, sdo 36 epresentadas por curvas de indiferenga que apresentam pelo menos um cruzamento. A forma dessas preferéncias estd representada no grafico abaixo. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 36 ¢ 37. © Pindyck,R. et al. (1994), p. 80. (2) Falso. No caso de preferéncias monétonas, mesmo que o individuo consuma quantidades crescentes de cada bem, ele no vai atingir um ponto de saciedade global. Sobre este tépico, ver ® Mas-Colell, A. ev al. (1995), p. 42. (3) Faiso. Como as preferéncias so ordinais, o que importa é a ordenagdo e nao a escala de valores atribuida 8s curvas de indiferenca, Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 60 ¢ 61. © Pindyck, R. er al. (1994), p. 106 ¢ 107. Questio 2 A proposigiio conhecida como Lei da Demanda: (0) Baseia-se no fato de que o prego de mercado de um bem é determinado somente pela sua utilidade (1) Diz que quanto menor for a quantidade demandada de um bem, menor serd 0 seu prego. 37 (2) Sé é valida quando se estuda a demanda ao longo de uma dada curva de indiferenga. (3) Euma relagdo inversa entre a quantidade demandada de um bem e o seu proprio prego. Solugao: (0) Falso. O prego de mercado de um bem ¢ resultado da interagao entre oferta e demanda. ‘A demanda individual ¢ a demanda de mercado dependem da utilidade que os bens proporcionam 0s individuos, entretanto © prego final vigente no mercado esté condicionado a oferta existente. Sobre este t6pico, ver: © Varian, H. (2000), p. 280 ¢ 281. () Falso. ‘A Lei da Demanda pressupde relagdio negativa entre prego e quantidade. Segundo a Lei da Demanda, quando 0 prego de um bem aumenta, a demanda desse bem deve diminuir. Para que esta Lei seja valida, ela dependeré da magnitude dos efeitos renda e substituiedo. De acordo com a Equacao de Slutsky, qualquer variagao no prego é decomposta em duas partes: efeito-renda e efeito-substituigdio. Se a demanda de um bem aumenta quando a renda aumenta, entio a demanda desse bem deve diminuir quando seu prego sobe. Ou seja, sempre que o bem é um bem normal, este bem é comum. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 156. © Pindyck, Ref al. (1994), p. 120. (2) Falso. Como a curva de demanda ¢ © conjunto de pontos étimos de escolha do consumidor dados pregos e renda, ela considera na sua formulago infinitas curvas de preferéncias. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 38 a 40. © Pindyck, R. et al. (1994), p. 106 a 108. (3) Verdadeiro. : Se 0 prego de determinado bem sobe, as pessoas tendem a demandar menos esse em. ‘Ver ld Bends Copenh, & Lei da Denard Compenas di sso» wasn demande ccrent ariae no repo pis de commen © consuder pela aap ora mo poser te compra Noses octeto sempre nesta pera cuitnno poser econo 38 Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 156 © Pindyck, R. er al. (1994), p. 120¢ 121. Questo 3 A fungZo-utilidade de um trabalhador UG%,1), depende do consumo de um bem x € lazer 1. Este ultimo é definido como a quantidade de horas disponiveis para o trabalho que o individuo nao vende no mercado. Se um aumento da taxa de salario resulta em uma diminuigo na quantidade de trabalho que ele esta disposto a vender no mercado entlo (0) Lazer é um bem de Giffen. (1) Lazer é um bem inferior. (2) Oeefeito-substituigdo entre o bem x ¢ 0 bem | é maior que o efeito-renda. (3) Se todos os trabalhadores nesta economia t&m 0 mesmo comportamento, segue- se que a curva de oferta de trabalho é negativamente inclinada. Solugio: (0) Verdadeiro. Quando o individuo diminui o tempo de trabalho, ele aumenta o tempo de lazer. A taxa de salério é entendida como o preco do lazer. No problema acima verificamos uma relagdo positiva entre o preco do bem e a quantidade consumida desse bem (lazer), indicanda que o efeito-renda é maior que o efeito-substituigio em decorréncia do aumento da taxa de salério. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 111, 183 ¢ 184. © Pindyck, R. et al. (1994), p. 133. (1) Ferdadeiro. O bem de Giffen é um caso especial de bem inferior. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 111 © Pindyck, R. et al. (1994), p. 133. (2) Falso. O efeito-renda é maior que o efeito-substituigo entre 0 bem x ¢ 0 lazer, pois, do contrério, 0 aumento da taxa de saldrio implicaria em aumento no tempo de trabalho e, portanto, em redugdo no tempo de lazer. 39 Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 111, 183 ¢ 184, © Pindyck, R. ef al. (1994), p. 131 € 132 (3) Verdadeiro. A curva de oferta de trabalho negativamente inclinada indicaria que, quando a taxa de saldrio aumenta, o tempo de trabalho que os individuos esto dispostos a vender no mercado diminui. Sobre este tépico, ver: © Varian, H. (2000), p. 184 ¢ 185. Questo 4 A figura 1 apresenta a linha de orgamento (AB) de um consumidor que possui uma renda de $300. Figura | 5 10 XI (0) A expresso algébrica da linha de orgamento (AB) é dada por: x, +2x, (1) O prego do bem 2 relativo ao bem 1 é igual 2 2. @) — Opreco nominal do bem 2 é $30. (3) A fungfo de utilidade U(x,,3) = x,.x, € compativel com a escolha da cesta igual a (5; 2,5). (4) Acurva de demanda pelo bem 1, x, = 2p, + p,, € compativel com a fungo de utilidade descrita em (3). Solugao: O Verdadeiro, Sabendo que a inclinacdo da restrigZo orgamentiria ¢ a razlo dos pregos, podemos calcular a restricdo orgamentéria AY ea = 22. Assim, pr=l e pr2. A renda ¢ igual a 10. Py 40

Das könnte Ihnen auch gefallen