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Docente: Wanderlan PORTO Série: 2º ano Disciplina: Filosofia

O sublime e o belo na concepção de Schopenhauer


Cristina G. Machado de Oliveira

Apesar de todo o seu profundo pessimismo, a filosofia de Schopenhauer aponta algumas vias para a
suspensão da dor. Num primeiro momento, o caminho para a supressão da dor encontra-se na contemplação
artística. A contemplação desinteressada das idéias seria um ato de intuição artística e permitiria a contemplação
da vontade em si mesma, o que, por sua vez, conduziria ao domínio da própria vontade.
A arte nos faz captar um momento do processo fora de toda a relação, separado da caducidade, na
eternidade da idéia. O sujeito, que o contempla na intuição, artística, se perde nela e se eleva acima da vontade e
da dor, do espaço e do tempo; separa-se da sua individualidade dolorosa, não é mais este ou aquele sujeito, mas o
sujeito eterno que contempla desinteressadamente.
Na contemplação estética, fico arrebatado, isto é, liberto de mim mesmo, da tirania de meus desejos.
Na arte, a vontade contempla-se de maneira desinteressada, não sofre mais consigo, é puro olhar: a arte é o
“olho claro do mundo”.
Essa liberação do conhecimento da escravidão da vontade, esse esquecimento do eu individual e
de seu interesse material, essa elevação da mente à contemplação da verdade sem influência da vontade são
funções do gênio artístico.
A arte atenua os males da vida ao nos mostrar o eterno e o universal por detrás do transitório e do
universal.
Na teoria schopenhaueriana da arte a inspiração neoplatônica é evidente: a vontade, como o uno de Plotino,
se manifesta antes nas idéias eternas e depois com o intelecto se projeta no mundo dos fenômenos. Com a
contemplação estética, o espírito das aparências fenomenais se eleva à intuição dos modelos ideais, isto é, à
primeira manifestação da essência do absoluto.
Enfim, o homem se liberta da vontade e com ela da dor, através de uma forma de atividade, que é a arte,
com a qual as coisas não são mais vistas na sua conexão causal, mas na universalidade da idéia.
A partir da contemplação estética obtemos o lado subjetivo do prazer estético, e desse resultam os
estados de exaltação denominados sublime e belo. Essas idéias são de naturezas muito diferentes, como veremos a
seguir.
No sentimento do belo “...o predomínio do conhecimento puro se exerce sem luta, a beleza do
objeto, isto é, sua constituição, facilitando o conhecimento de sua idéia, afastando a vontade e o conhecimento das
relações que coroam seus serviços sem oposição...” ( Schopenhauer, in Os Pensadores. Rio de Janeiro:
Abril Cultural, 1988, p.36 ).
Nesse tipo de contemplação estética o sujeito se torna o próprio objeto de sua contemplação, pois como
sujeito puro de conhecimento ele é sujeito e objeto de todo esse mundo.
Desse modo, o belo vem ao encontro do sujeito de forma harmoniosa, pois através da “atração” que exerce
sob o ser consegue atingir a idéia de belo.
Portanto, existe um acordo donde se pode apreender as idéias eternas, pois no momento que o sujeito se
torna puro de conhecimento apreende as idéias eternas sem nenhum problema, pois já está mergulhado no objeto
da contemplação e independente da vontade.
Já no sentimento de sublime “...o conhecimento puro é conquistado primeiramente por meio de uma
libertação violenta das relações do objeto com a vontade reconhecidas como desfavoráveis, por meio de uma
elevação livre e consciente acima da vontade e do conhecimento a ela referido...” ( Schopenhauer, in Os
Pensadores. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1988, p.37 ).
Nesse tipo de contemplação a vontade está sempre em luta e estimulada. O sujeito se sente impotente em
relação a grandeza do universo, porém quando percebe que tudo isso é a sua representação, então, apreende a idéia
eterna daquele fenômeno e tem a experiência do sublime.
De acordo com Schopenhauer, o sublime ocorrerá quando no meio de um mar tempestuoso, dentro de um
barco, o sujeito parar, por um momento, e conseguir se afastar das suas forças individuais ( vontade ) para
contemplar as idéias eternas. Assim, o que temos aqui será uma luta entre o sujeito e a vontade para atingir o
sublime.
Portanto, podemos perceber que a diferença entre as experiências estéticas dos sentimentos de
sublime e belo se encontram exatamente na relação em que cada um têm com a vontade.

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