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O documento descreve a evolução histórica do sistema financeiro angolano desde a independência em 1975 até os dias atuais. Inicialmente, o sistema era dominado pelo Estado e composto por bancos e seguradoras estatais. Nos anos 90, houve uma abertura para bancos privados e reformas legais que criaram um sistema bancário de dois níveis e descentralizaram o setor de seguros. Nos últimos anos, o sistema financeiro cresceu em sofisticação sob a supervisão dos reguladores.
O documento descreve a evolução histórica do sistema financeiro angolano desde a independência em 1975 até os dias atuais. Inicialmente, o sistema era dominado pelo Estado e composto por bancos e seguradoras estatais. Nos anos 90, houve uma abertura para bancos privados e reformas legais que criaram um sistema bancário de dois níveis e descentralizaram o setor de seguros. Nos últimos anos, o sistema financeiro cresceu em sofisticação sob a supervisão dos reguladores.
O documento descreve a evolução histórica do sistema financeiro angolano desde a independência em 1975 até os dias atuais. Inicialmente, o sistema era dominado pelo Estado e composto por bancos e seguradoras estatais. Nos anos 90, houve uma abertura para bancos privados e reformas legais que criaram um sistema bancário de dois níveis e descentralizaram o setor de seguros. Nos últimos anos, o sistema financeiro cresceu em sofisticação sob a supervisão dos reguladores.
Sistema Financeiro Angolano Publicado em 9 de outubro de 2015
Cludio Cabige SeguirCludio Cabige SENIOR CREDIT MANAGER AND ACCOUNT MEMBER OF OCPCA
At independncia, em 1975, para alm do Banco de Angola,
que era o banco emissor e comercial, operavam em territrio nacional cinco bancos comerciais, nomeadamente o Banco Comercial de Angola (BCA), Banco de Crdito Comercial e Industrial (BCCI), Banco Totta Standard de Angola (BTSA), Banco Pinto & Sotto Mayor (BPSM) e o Banco Inter Unido (BIU), bem como quatro instituies de crdito, concretamente, o Instituto de Crdito de Angola (ICRA), Banco de Fomento Nacional (BFN), Caixa de Crdito Agro-Pecurio (CCAP) e o Montepio de Angola. Adoptou-se nos primeiros anos de independncia o modelo de dirigismo econmico centrado no Estado, em que a actividade bancria e seguradora eram monoplios do Estado. Desse modo, em 1976, um ano aps a independncia nacional, foram criados o Banco Nacional de Angola, atravs da Lei n 69/76 de 5 de Novembro, e o Banco Popular de Angola, atravs da Lei n 70/76 de 5 de Novembro, canalizando os activos e passivos oriundos do Banco de Angola e do Banco Comercial de Angola, que foram nacionalizados. Com a Lei n 4/78 de 25 de Fevereiro, a actividade bancria passou a ser exclusivamente exercida pelos bancos do Estado, pelo que se encerraram todos os bancos comerciais privados em funcionamento, e as suas instalaes foram utilizadas para a extenso da rede de balces do BNA. A actividade seguradora foi monopolizada, com a criao de uma nica empresa estatal, a Empresa Nacional de Seguros e Resseguros de Angola (ENSA) em 1978, e em 1981 as seguradoras e outras instituies de mutualidade ento existentes foram liquidadas e os seus activos e passivos transferidos para a ENSA. Prevalecia ento o sistema de mono banco, em que o Banco Nacional de Angola desempenhava as funes de banco central, banco comercial, banco emissor e caixa de Tesouro, sendo um organismo da Administrao Central do Estado, pela Lei n 3/83 de 23 de Maio, e o Banco Popular de Angola era uma simples caixa de captao de poupanas particular, sem exercer actividade de intermediao financeira, estando vedada de capacidade creditcia.
Com o desmoronar do bloco socialista em 1988 e a consequente
ruptura do modelo de economia planificada e dirigida pelo Estado, no mbito de perodo de transio entre 1987 e 1992 para a implantao da II Repblica, Angola deu incio a uma reforma do sector financeiro para a mobilizao dos recursos e estabilizao macroeconmica, lanando o Programa de Saneamento Econmico e Financeiro (SEF), em 1988, que, de entre vrias aces, objectivava a adopo do modelo de economia de mercado e de maior abertura iniciativa privada.
Nesta senda, foram feitas as primeiras negociaes para
integrao em instituies e organismos financeiros internacionais. Em 1987, teve lugar o primeiro reescalonamento da dvida externa de Angola no Clube de Paris e em 1989, Angola aderiu ao Fundo Monetrio Internacional (FMI) e ao Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento (BIRD). Em 1991, com as Leis n 4/91 (Lei Orgnica do Banco Nacional de Angola) e n 5/91 (Lei das Instituies Financeiras) ambas de 20 de Abril, o quadro jurdico e econmico da actividade bancria foi alterado, com a adopo de um sistema bancrio de dois nveis, sendo o primeiro nvel ocupado pelo BNA, assumindo funes de banco central, banco emissor, rgo licenciador e supervisor do sistema financeiro, e o segundo nvel ocupado pelos bancos comerciais e de investimento. Ao abrigo deste quadro jurdico, o BNA deu incio cessao das actividades de banca comercial nesta altura. Este momento marcou a abertura da actividade bancria, que experimentou uma exploso a partir de 1991, antevendo-se as mudanas radicais no modelo de desenvolvimento econmico que seria adoptado pelo pas em 1992, atravs da implantao da II Repblica:
O Banco Popular de Angola passou a exercer funes de um
banco universal, mudando a sua designao para Banco de Poupana e Crdito (BPC), atravs do Decreto-Lei n 47/91, de 16 de Agosto; Constituio de novos bancos pblicos, o Banco de Comrcio e Indstria (BCI), pelo Decreto n 8-A/91 de 11 de Maro e a Caixa de Crdito Agro-Pecurio (CCAP), criada em 16 de Maro de 1991 e extinta em 26 de Maio de 2000 por graves problemas de solvabilidade; Com a autorizao do BNA, entraram em funcionamento sucursais de bancos portugueses, nomeadamente, o Banco Totta & Aores (BTA) em Abril de 1993, o Banco de Fomento Exterior (BFE) em Julho de 1993, e o Banco Portugus do Atlntico (BPA) em Maio de 1994. Estes foram os primeiros bancos privados a operar em Angola, agindo essencialmente em operaes cambiais no mercado secundrio e no financiamento de algumas operaes de investimento de mdio e longos prazos, disponibilizando apoio tcnico e financeiro ao investimento directo em Angola, em particular ao investimento de empresas portuguesas para fomentar o comrcio entre Portugal e Angola. So hoje instituies financeiras de direito angolano com as seguintes designaes: Banco Caixa Geral e Totta de Angola (BCGTA), Banco Fomento de Angola (BFA) e Banco Millennium Angola (BMA), respectivamente.
Em 1996 a rede da CCAP foi alargada substancialmente com a
transferncia pelo BNA da sua extensa rede comercial para esta instituio. Em 1997, no mbito da reestruturao do sistema bancrio, foram aprovadas pela Assembleia Nacional a Lei n 5/97 de 11 de Julho (Lei Cambial) e a Lei n 6/97, de 11 de Julho (Lei Orgnica do Banco Nacional de Angola), que revogou a Lei n 4/91. Em 1999, entrou em vigor a nova Lei das Instituies Financeiras, Lei n 1/99, de 23 de Abril (revoga a Lei n 5/97), que passou a regular a actividade das instituies financeiras e atribuiu maiores poderes ao Banco Central. Tambm foi publicado o primeiro pacote de medidas cambiais e prudenciais, que deu incio ao processo de liberalizao cambial, entre outras medidas. Nesse mesmo ano, a Caixa Agro-Pecuria foi extinta e liquidada, sob a superviso do BNA.
No sector segurador, aps a criao do Instituto de Superviso de
Seguros com o Decreto-Lei n 4/98 de 30 de Janeiro, a actividade de seguro e resseguro como actividade financeira foi descentralizada em 1999 com a aprovao da Lei n 1/2000 de 3 de Fevereiro, a Lei Geral da Actividade Seguradora, que define as bases de concorrncia e crescimento do sector segurador angolano. A Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA) passou a partilhar o mercado com a Seguradora Angola Agora e Amanh (AAA), constituda maioritariamente por capitais pblicos.
Aps a emisso do Aviso n1/00 de 8 de Fevereiro sobre a
institucionalizao do projecto do Sistema de Pagamentos Nacional de Angola (SPA), a implementao deste sistema iniciou em 2001, com a criao da Empresa Interbancria de Servios (EMIS) constituda para prestar servios electrnicos de compensao das transaces processadas na rede de pagamentos electrnicos nacional, a rede Multicaixa. A EMIS uma empresa cujos accionistas so o BNA e os bancos comerciais, sendo a entidade operacional central do sistema interbancrio automtico de pagamentos. Em 2002 foram instalados os primeiros Caixas Automticos (CA) da rede Multicaixa, permitindo aos seus utilizadores realizar levantamentos, requisitar livros de cheques e efectuar consulta de saldos e de movimentos de conta.
Sendo 2003 o segundo ano vivido em paz, o Governo, numa
tentativa de incentivar a recuperao do sector no petrolfero da economia, priorizou as questes de estabilizao macroeconmica e reabilitao das infra-estruturas bsicas. Nesta senda, o BNA, como banco central, juntamente com o Ministrio das Finanas, adoptou uma poltica restritiva com vista a conteno da deteriorao do quadro macroeconmico, reflectida no segundo pacote de medidas prudenciais aprovado em Fevereiro desse ano, com reforo dos instrumentos de esterilizao ex-ante e outros mecanismos de controlo de liquidez e no estmulo dos mercados monetrio e cambial.
H que se salientar, a aprovao da Lei n 1/04 de 13 de Fevereiro
(Lei das Sociedades Comerciais) em 2004, para alm da emisso de normas emanadas do Banco Central, para reforar a liberalizao cambial introduzida em 1999, assegurar a estabilidade do mercado cambial e uma maior acumulao de reservas externas.
Em 2005, destaca-se a publicao da:
Lei n 5/05, de 9 de Julho, a Lei do Sistema de Pagamentos de Angola, em conjunto com diplomas regulamentares publicados pelo BNA, para implementao do Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR), que tornou possvel o servio de transferncias de fundos em tempo real. Lei n 12/05, de 23 de Setembro, a Lei dos Valores Mobilirios e Decreto n 9/05, de 18 de Maro, que estabelece a Comisso do Mercado de Capitais (CMC), que cria os pilares para o desenvolvimento do mercado de capitais em Angola, em termos de definio do regulador e supervisor, de acordo com os padres aceites internacionalmente, que culminar na instituio da Bolsa de Dvida Valores de Angola (BODIVA). Lei n 13/05, de 30 de Setembro, a Lei das Instituies Financeiras, que regula o processo de estabelecimento, exerccio de actividade, superviso e saneamento das instituies financeiras
Nos ltimos anos, o sistema financeiro angolano cresceu em
sofisticao e robustez, sob a superviso atenta dos reguladores, que tm introduzido mecanismos de controlo e monitorizao do sistema que visam regular e proteger a actividade financeira. Hoje, o sistema caracterizado por:
O sector bancrio composto por 23 bancos, dos quais 3
so bancos pblicos, 7 so bancos privados com controlo accionista exercido por bancos estrangeiros (com sede em Portugal, frica do Sul, Inglaterra) e 13 so bancos privados nacionais, enquanto existem 9 escritrios de representao de instituies financeiras bancrias com sede no estrangeiro. O sector segurador angolano composto por 10 companhias de seguros e 5 sociedades gestoras de fundos de penses O sector financeiro no bancrio ligado moeda e crdito composto por 70 casas de cmbio, 3 sociedades de microcrdito e 1 sociedade prestadora de servios de pagamentos, estando os bancos comerciais autorizados a fazer remessas para o exterior atravs da Western Union e Money Gram.
Desde o ltimo trimestre de 2013, o BNA autorizou seis novos
bancos a iniciar a sua actividade no mercado nacional, nomeadamente, o Banco de Activos e Crdito (BACA), Banco Pungo Andongo (BPAN), Banco de Investimento Rural (BIR), Standard Chartered Bank de Angola (SCBA), Banco Prestgio (BPR) e o Banco de Poupana e Promoo Habitacional (BPPH).
No ltimo trimestre de 2014, o Banco de Poupana e Promoo
Habitacional (BPPH) foi extinto, no seguimento da entrada do seu accionista maioritrio no capital do Banco Econmico (antigo Banco Esprito Santo Angola).
Por outro lado, os bancos angolanos aumentam esforos para
internacionalizao. de se salientar que a proximidade geogrfica, econmica e cultural tem bastante peso na escolha dos destinos de internacionalizao por parte das instituies bancrias. Pela informao disponvel, temos instituies associadas em expanso internacional, atravs de filiais, sucursais, escritrios de representao ou participaes, em especial nos mercados vizinhos e noutros pases de lngua oficial portuguesa, nomeadamente Portugal, Cabo Verde, So Tom e Prncipe, Brasil, Nambia e frica do Sul.