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O poema descreve a vida em dois mundos: o mundo real e o mundo subjetivo da poesia. A poesia é representada como um mundo autônomo com sua própria vida e linguagem, onde o tempo é eterno e as interpretações são infinitas. A vida é algo misterioso que ocorre em ambos os mundos de forma criativa.
O poema descreve a vida em dois mundos: o mundo real e o mundo subjetivo da poesia. A poesia é representada como um mundo autônomo com sua própria vida e linguagem, onde o tempo é eterno e as interpretações são infinitas. A vida é algo misterioso que ocorre em ambos os mundos de forma criativa.
O poema descreve a vida em dois mundos: o mundo real e o mundo subjetivo da poesia. A poesia é representada como um mundo autônomo com sua própria vida e linguagem, onde o tempo é eterno e as interpretações são infinitas. A vida é algo misterioso que ocorre em ambos os mundos de forma criativa.
O Poema para uma exposio, de Mrio Quintana, composto por cinco
estrofes, sendo dois tercetos, dois dsticos e uma quadra. A maioria dos versos no possui rimas, exceto os versos dois,trs e nove, que possuem rimas repetidas, com o termo mundo, e os versos seis e 10, os quais rimam contingncia e essncia. A presena equilibrada entre substantivos e adjetivos alude semntica do poema, que de subjetividade aliada concretude, uma vez que se trata de dois mundos em um s: o mundo subjetivo da poesia dentro do mundo concreto, mundo real. Tal aluso reforada pela presena constante de pronomes, como deste e outro e de artigos ora definidos, o, a, ora indefinido um. O prprio ttulo, Poema para uma exposio, j prepara para essa abordagem da arte retratando a vida, como uma exposio da poesia neste mundo, mas que, ao retratar este mundo, permite que a poesia seja vista,sentida, proporcionando assim uma fuga da realidade, o que confirmado ainda na primeira estrofe. Assim, no primeiro terceto, o eu - lrico apresenta, expe, o prazer que se tem ao descobrir algo novo, encontrando novos e/ou diferentes sentidos naquilo que se observado atravs da janela que aberta pelo quadro na parede. O quadro na parede abre uma janela onde se pode ver um mundo novo, o subjetivo mundo da poesia, dentro deste mesmo mundo. Assim revelada a concepo aristotlica da poesia, na qual a poesia no uma cpia do mundo, e sim uma representao, sendo livre para ser um mundo autnomo, com vida e linguagem prpria, logo, um mundo dentro de outro mundo. As reticncias ao final do terceiro verso da primeira estrofe do margem s descries desse outro mundo, descries essas feitas entre a segunda e quarta estrofe, nas quais a arte, a poesia, vista como um mundo bom (mundo somente proporcionado pela poesia), onde se pode ter diferentes sensaes e emoes ou possuir diferentes interpretaes, independentes das leis que so impostas neste mundo, no mundo fora da poesia. Essa caracterstica de mundo alheio s leis humanas destacada no verso seis do poema, por conta do travesso que se encontra no incio de tal verso, ratificando assim a liberdade que a concepo aristotlica proporciona poesia. Esse mundo descrito e repetido no poema pois a representao da prpria poesia, onde o poema o mundo que apresentado pelo e atravs do quadro, e o leitor aquele que atravessa a janela tal mundo, encontrando nele a si mesmo, a sua prpria essncia. No mundo da poesia o tempo eterno, um instante dura para sempre, e o bem e o mal no fazem parte desse tempo, desse mundo. As reticncias presentes no final do primeiro dstico indicam tanto a continuada eternidade do tempo quanto a continuao da descrio do mundo da poesia. Essa continuao, que realizada e encerrada no segundo dstico (encerramento marcado pelo ponto final presente na estrofe), aborda as infinitas possibilidades de interpretaes e criaes a serem feitas da/na poesia. O emjabement que destaca tanto o termo Mundo presente no verso nove, pois agora trata-se da abordagem justaposta dos dois mundos, quanto o verso 10, que possui grande importncia semntica: forma tambm a prpria essncia, ou seja, o modo como se dirige a vida depende de cada um, de cada essncia, e assim se molda a vida, bem como o que ocorre com q criao da poesia e sua interpretao, a interpretao de seu contedo, de sua forma. O vocativo com que iniciada a quinta e ltima estrofe destaca a interpelao do sujeito Vida, dirigindo-se diretamente a ela no poema, e Vida marcada como um substantivo prprio por conta da letra maiscula inicial do termo. Essa estrofe, marcada por emjabements e realces, sugere aquilo que seria o sentido da vida, vida que transita entre dois mundos, uma vez que transfixada ao muro que divide esses mundos. Vida essa que provm dos leitores e autores, das pessoas em geral (por isso Vida como substantivo prprio), vida que viva, que palpita, que intensa, mas que vive em um processo, em um movimento misterioso e eterno, uma vez que cada vida, cada essncia, nica e misteriosa, subjetiva e criativa criatividade tambm viva, indita e misteriosa, que cria tanto o que h antes e quanto o que h depois do muro... Poema para uma exposio Mrio Quintana
1. O quadro na parede abre uma janela
2. que d para o outro mundo 3. deste mundo...
4. Um mundo isento de rumores
5. e de mil flutuaes atmosfricas 6. alheio a toda humana contingncia...
7. Onde um momento sempre
8. e o mal e o bem no tm nenhum sentido...
9. Mundo 10. em que a forma e tambm a prpria essncia.
11. Vida 12. Transfixada ao muro e que palpita, 13. entanto, 14. num misterioso, eterno movimento.