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DERIVADOS DO PETRÓLEO

São obtidos por destilação fracionada do petróleo, podendo ser usados como
combustível, gasolina, querosene, gás natural, diesel, GLP (Gás Liquefeito do Petróleo)
e mais, asfalto (piche), goma Arábica (encontrada nos chicletes), plásticos, vela e cera.

O mundo sem petróleo


Esta década marca o início do declínio da era do
petróleo. Não porque ele vá acabar amanhã, mas
porque outras fontes de energia, mais limpas e
mais baratas, vão tomar o seu lugar
por Flávio Dieguez

Durante praticamente 10 000 anos, desde o início da civilização, a humanidade se


contentou em viver consumindo, em média, míseros 20 watts de energia por pessoa – o
equivalente, hoje, a manter acesa 24 horas por dia uma lampadinha de árvore de Natal.

Esse estado de contrição só se alterou em 1859 com a perfuração do primeiro poço de


petróleo pelo aventureiro americano Edwin Drake, na cidade de Titusville, Estado da
Pensilvânia, Estados Unidos. De lá para cá, o mundo passou a esbanjar energia e o
consumo per capita cresceu de maneira explosiva. Em poucas décadas, havia alcançado
um patamar dezenas de vezes maior que o dos séculos anteriores até atingir a marca
atual, de 2 000 watts por pessoa.

O petróleo nos deu isso. Só que, daqui para a frente, vamos ter que nos virar sem ele.
Não porque ele vá acabar no futuro próximo – os especialistas garantem que as reservas
mundiais são mais do que suficientes para satisfazer as necessidades do planeta por
até 75 anos. Mas porque continuar usando o combustível que move a economia mundial
com essa voracidade faz mal à saúde da Terra.

“Temos gasolina para queimar à vontade ao longo de todo o século XXI”, diz o escritor
e pesquisador americano Mark Hertsgaard, da Universidade Johns Hopkins. “Mas, se
fizermos isso, também vamos queimar o planeta.” Ele se refere, naturalmente, ao
aquecimento global provocado pelo gás carbônico e por outros gases lançados na
atmosfera pela combustão de derivados de petróleo. “Hoje, o país que mais contribui
para o aquecimento global são os Estados Unidos, justamente os mais desenvolvidos”,
afirma Hertsgaard.

Até as empresas que teriam mais dificuldade para se adaptar a um mundo sem petróleo
estão mudando de postura. Há poucos anos, por exemplo, a indústria automobilística
tenderia a descartar a análise de Hertsgaard. Não mais, diz o cientista político americano
John Holdren, da Universidade Harvard. “O desafio é imenso, mas há um consenso
crescente de que é preciso diminuir a nossa dependência em relação ao petróleo.”
A mudança no mundo empresarial tornou-se pública apenas no ano passado, quando
duas gigantes do setor, a British Petroleum e a Shell, declararam que estão se
preparando para enfrentar os problemas ambientais causados pelo petróleo. E não são as
únicas – de acordo com a revista inglesa The Economist, empresas como a Exxon
“continuam, de público, a ridicularizar o aquecimento global, mas, na surdina, estão
investindo pesado em novas tecnologias”.

E quais são as alternativas? Tudo indica, atualmente, que o grande sucessor do petróleo
é o hidrogênio, o mais simples de todos os elementos químicos e, de longe, o mais
abundante no ambiente. Ele poderia ser extraído da água do mar, entre outras
possibilidades, para substituir o petróleo com vantagens imensas. Primeiro, por ser uma
fonte inesgotável de energia. Segundo, porque “queimar”, no dicionário da química,
é sinônimo de “combinar com oxigênio”. O que gera, de novo, água – único resíduo
deixado pela queima do hidrogênio. A energia liberada nesse processo é transformada
em eletricidade dentro de um gerador desenvolvido especialmente para esse fim,
batizado de célula de combustível. A eletricidade, por sua vez, coloca, por exemplo, um
carro em funcionamento. “Acredito que as células de combustível vão, afinal, acabar
com o reinado de 100 anos do motor a explosão”, afirmou no ano passado o presidente
da Ford, Bill Ford.

Atualmente, todos os grandes nomes da indústria automobilística têm protótipos de


carros movidos a hidrogênio em estágio avançado de testes. As pioneiras foram a
DaimlerChrysler e a Ford. Os investimentos somados das duas, em seus projetos, já
estão na casa do bilhão de dólares e o plano é gastar outro tanto para lançar os novos
modelos até 2004. E é bom os engenheiros cumprirem o cronograma porque as
fabricantes japonesas, apesar de terem largado um pouco atrás nessa corrida, prometem
apertar o passo na reta final. Seus carros movidos a hidrogênio podem muito bem
chegar às revendedoras antes de 2004.

A Toyota, por exemplo, fez sucesso nas feiras do ano passado exibindo o Prius, que
ainda é apenas um híbrido capaz de tirar potência de duas fontes ao mesmo tempo, a
gasolina e o hidrogênio. Poucos especialistas acreditam que os híbridos tenham chance
de entrar no mercado para valer, no futuro. Apesar disso, o Prius confirma as
expectativas positivas criadas anteriormente pelo Necar, nome do carro experimental da
DaimlerChrysler. “Uma boa parcela dos 60 milhões de carros que a indústria pretende
colocar nas ruas em 2010 funcionará com hidrogênio”, diz o analista de inovações
tecnológicas americano Robert Winters, da consultoria Bear Sterns.

Dois fatores contribuíram para a ascenção espetacular do hidrogênio como combustível.


O mais importante, do ponto de vista tecnológico, foi a possibilidade de comprimir
grandes quantidades do elemento dentro de tanques relativamente compactos, que não
roubam espaço dos passageiros. É o que acontece, atualmente, com os carros elétricos
tradicionais, movidos a bateria. Um sonho, desde o século XIX, eles não conseguem
superar o problema do espaço e do peso das baterias, assim como o da demora para
recarregar e dar a partida.

Já nos carros a hidrogênio, a ignição é rápida e a célula de combustível alcançou, há


dois anos, o tamanho usual dos tanques de gasolina. Para o historiador americano
Robert Casey, do Museu Henry Ford, nos Estados Unidos, “as baterias do carro elétrico
dificilmente poderão competir, em tamanho, com a célula de combustível”. Outro trunfo
do hidrogênio é que, embora o motor a explosão tenha passado por uma evolução
extraordinária nas últimas três décadas – hoje ele emite 20 vezes menos poluentes do
que nos anos 70 –, está ficando difícil aprimorá-lo ainda mais. Isso não significa que o
hidrogênio já tenha superado todos os obstáculos: resta, acima de tudo, resolver o
desafio da sua produção – não adianta nada encher o tanque dos carros com um
combustível perfeitamente limpo se, para produzi-lo, for preciso queimar gasolina ou
carvão mineral.

Por enquanto, o hidrogênio empregado nos carros experimentais tem sido obtido de
substâncias como o álcool, por meio de reações químicas não muito eficientes. É um
meio de empurrar o problema para o futuro, quando se espera descobrir a fórmula ideal
– que é extrair o hidrogênio diretamente da água, de preferência com a ajuda de energia
solar. Não há pressa, dizem os especialistas. Até porque o petróleo não sairá de cena tão
cedo e haverá tempo e idéias de sobra para pensar num meio simples e eficiente de gerar
hidrogênio.

Nesse meio tempo, o petróleo perderia gradualmente terreno – como já vem fazendo há
tempos em relação ao gás natural. Trata-se também de um composto de carbono, como
o petróleo, e também é extraído do subsolo. A queima do gás natural, porém, gera dez
vezes menos poluentes. Assim, desde os anos 70 a parcela do petróleo no consumo
global de energia caiu de 60% para 40% enquanto a do gás natural subiu de 10% para
20%.

“Essa parcela tende a crescer outro tanto nos próximos dez ou 15 anos”, afirma o
geofísico francês Jean Laherrère, consultor de empresas independente. Essa ampliação
reduzirá a fatia do petróleo – talvez em até 5%, segundo Laherrère – e a do carvão
mineral, que hoje responde por 23% do consumo mundial de energia. É possível que o
gás natural também fique com alguns pontos dos 7% que as centrais nucleares detêm
atualmente. Aos poucos, as 437 usinas existentes serão desativadas, nos próximos anos,
por segurança. O átomo parece ser indomável. Talvez no futuro os tecnólogos aprendam
a colocar rédea nesse manancial imenso de potência e força.

Em compensação, o passado ressurge rejuvenescido na forma dos moinhos de vento –


agora dotados de imensas hélices metálicas, desenhados de acordo com todos os
requintes da aerodinâmica e controlados por computador para maximizar a captação da
força do vento. Os moinhos saíram praticamente do zero, em 1970, e têm agora 1,5% do
consumo mundial de energia. Não é pouco, se levarmos em conta que sua demanda vem
crescendo à taxa de 30% ao ano. Também é preciso considerar que o vento é uma fonte
de força instável, que oscila de maneira imprevisível, mesmo onde tem potência
suficiente para justificar a instalação de geradores eólicos. Por conseguirem superar
todas essas desvantagens e considerando o fato de serem ecologicamente limpíssimos,
tudo indica que os moinhos de vento terão muita importância no futuro.

Outra promessa é a energia solar. Com uma fração minúscula no bolo energético
(menos de 0,5%), ela também tende a crescer. Apesar de ser muito inconstante e de não
ter força ainda para mover carros, o Sol poderá ser usado ao lado das hidrelétricas e
termelétricas para gerar eletricidade. Prova disso é o “satélite-usina” que o Japão
pretende lançar ao espaço com o objetivo de coletar luz do Sol e enviá-la para baixo na
forma de eletricidade.
Dito isso, só os príncipes árabes – donos de 40% das reservas de petróleo do mundo –
duvidam que estamos assistindo ao declínio do ouro negro. Claro, ele não sairá de cena
sem que se faça uma complicadíssima reforma econômica. A energia é, sem
comparação, a indústria mais importante do planeta, não só porque movimenta perto de
1/5 do Produto Interno Bruto mundial (avaliado em cerca de 40 trilhões de dólares), mas
também porque funciona sob controle rigoroso do Estado, seja qual for o país.

Que essa agenda não será fácil de cumprir vê-se pela confusão em que se meteu o
Estado americano da Califórnia, justamente onde a transição para as energias limpas
está mais avançada, tanto do ponto de vista tecnológico quanto do econômico. Lá,
metade da energia elétrica é gerada por gás natural em termelétricas e sua produção foi
entregue à iniciativa privada a partir do final dos anos 80. Mas as mudanças foram feitas
de maneira apressada. Não se levou em conta, por exemplo, que, por estar em um
período de transição, a oferta e a demanda de energia poderiam oscilar de maneira
imprevisível.

Como resultado, o Estado foi surpreendido, desde meados do ano passado, por altas
repentinas no preço da eletricidade e teve que racionar o consumo para não estourar as
contas públicas. Mesmo assim, não pôde evitar uma série de blecaute no início deste
ano. A sinuca ficou ainda mais apertada porque as empresas geradoras não se sentiram
obrigadas, nos últimos anos, a investir na construção de novas usinas. Assim, a
produção de eletricidade estagnou no patamar em que estava há dez anos, apesar de a
economia ter crescido 34% no período.

Portanto, a transição do petróleo para novas fontes de energia será tortuosa e pontuada
por idas e vindas complicadas. Nos próximos anos, os países pobres, com certeza, vão
se tornar um fator de tensão permanente, porque dependem, muito mais do que os ricos,
do petróleo para empurrar suas economias. Para ter uma idéia, se, por algum passe de
mágica, o consumo dos países em desenvolvimento se igualasse de imediato ao dos
desenvolvidos, o consumo mundial de energia ficaria cinco vezes maior da noite para o
dia. Portanto, será preciso facilitar o acesso dos países em desenvolvimento às
inovações energéticas por meio de uma maior cooperação internacional. O êxito da
saudável conspiração ambiental contra o petróleo depende disso.

Para saber mais

Na livraria: Earth Odyssey, Mark Hertsgaard, Broadway Books, Derry, EUA, 1999

The Electric Vehicle and the Burden of History, David Kirsh, Rutgers University Press,
New Brunswick, EUA, 2000

fdieguez@falso.com.br

Energia desigual
Os países desenvolvidos consomem, hoje, quase metade de toda a energia que se
produz. Como o consumo do resto do mundo tende a crescer, os problemas de
abastecimento poderão se agravar muito nas próximas décadas

Como o petróleo se transforma em tantos


produtos?

O segredo é saber extrair do ouro negro tudo o que ele já tem. Em seu estado natural, o
petróleo é um líquido pastoso que traz uma mistura de gasolina, diesel, querosene, gases
liquefeitos e um monte de outros óleos. O que as refinarias fazem é separá-los dessa
massa bruta. Como cada produto tem um ponto de ebulição diferente, basta aquecer o
petróleo para retirar seus derivados. A40ºC, o vapor que aparece é o GLP, o famoso gás
de cozinha. Quando a temperatura vai a 100ºC, o vapor é de gasolina, e assim por
diante. Depois, cada um desses vapores é transformado em líquido e retirado por tubos
da chamada torre de destilação, onde os derivados do óleo são separados.

Muitas vezes, entretanto, é preciso ir mais longe até chegar ao produto final, O próprio
combustível do carro, por exemplo, não é exatamente a gasolina que sai desse processo.
"Só entre 20% e 30% da gasolina é obtida diretamente pela destilação.

A maior parte surge com o processamento de outras partes menos valiosas do petróleo",
diz o engenheiro químico Juarez Perissé, da Petrobrás. Nessa hora, entra em cena o
chamado processo de "quebra" dos derivados, capaz de transformar resíduos da mistura
em gasolina e gás, por exemplo. A estratégia é eliminar a diferença fundamental entre
os derivados: o tamanho de suas cadeias ou agrupamentos de carbono. Há os "leves",
como a própria gasolina, que têm cadeias pequenas, com cinco a 12 átomos de carbono
cada. Já os "pesados", como o diesel e o óleo combustível, têm até 70 átomos. Por meio
de tratamentos com produtos químicos, os técnicos conseguem dividir as cadeias
maiores de resíduos, formando várias cadeias pequenas. E essa facilidade de recombinar
os agrupamentos de carbono que faz com que o petróleo seja base de tantos produtos.

MERGULHE NESSA

NA INTERNET:

http://science.howstuffworks.com/oil-refining.htm

www.petroleum.co.uk/education/coryton/page7.htm

Divisão que rende

Após ser destilado, o líquido negro dá origem a centenas de derivados


AQUECENDO A MISTURA

O processo de separação de produtos começa em grandes caldeiras, onde o petróleo é


aquecido até se transformar totalmente em vapor. Essa fumaça vai então para a chamada
torre de destilação, que tem capacidade para processar até 40 Milhões de litros de óleo
por dia. Lá o vapor é resfriado a temperaturas diferentes e vira líquido. No final, um
conjunto de tubulações retira cada um dos derivados

GÁS E PLÁSTICOS

O derivado mais leve - que justamente por isso é retirado da parte mais alta da torre - é
o GLP, o gás liquefeito de petróleo. Esse produto de apenas três ou quatro átomos de
carbono e usado como gás de cozinha e propelente de Aerossóis, além de servir de base
para a fabricação de diversos tipos de plásticos

TANQUE CHEIO

A gasolina propriamente dita é derivada das chamadas naftas pesadas, substâncias com
cadeias de cinco a 12 átomos de carbono, obtidas a cerca de 100ºC. Mas apenas 20% do
combustível dos postos tem essa origem. O resto é formado por naftas leves, com cinco
a nove átomos de carbono, destiladas diretamente ou a partir de resíduos

DERIVADO ELASTÍCO

Além de ser usado como solvente o benzeno é a principal matéria-prima para o náilon.
Sua estrutura de seis átomos de carbono forma um plástico que pode ser derretido e
moldado com facilidade. E é a partir desse material que são construídas fibras elásticas,
que servem para roupas, bolsas e até cordas de violão

COMBUSTÍVEL LIMPO

Entre todos os subprodutos do petróleo, o querosene é um dos mais limpos. Afinal, a


queima de seus nove a 16 átomos de carbono gera pouquíssima fumaça e praticamente
nenhuma fuligem. Como quase não tem resíduos, ele não deixa rastros nem danifica
motores ou turbinas. Por isso, é o combustível preferido para impulsionar aviões a jato

PRODUTO ROBUSTO

A 260ºC e a 340ºC saem, respectivamente, o diesel leve e o diesel pesado. Os dois são
usados na fabricação do diesel comercial, que tem de 12 a 22 átomos de carbono.
Perfeito para motores de caminhões, tratores e navios (fortes e de alto torque), o diesel é
o combustível mais usado no país. Só nas refinarias da Petrobrás, 35% do petróleo é
transformado nesse óleo

BEIJO OLEOSO

A partir de 360ºC, sobram no fundo da torre subprodutos com mais de 70 átomos de


carbono. Por meio de processos físico-químicos, suas cadeias são quebradas e dão
origem a substâncias mais valiosas, como as naftas leves recombinadas, que com seus
cinco a nove átomos do carbono fornecem a textura plástica das películas de batom e de
outros cosméticos

RESÍDUO RARO

Outro derivado que aparece nos resíduos é o óleo lubrificante, essencial para o
funcionamento de qualquer tipo de motor. No Brasil, entretanto, esse produto que
possui entre 20 e 50 átomos de carbono é bastante difícil de ser encontrado. Isso porque
ele só aparece em tipos raros de petróleo, presentes principalmente nas reservas de
países do Oriente Médio

BARATO E SUJO

Também processado a partir de resíduos, o gasóleo pesado ou óleo combustível tem


suas longas cadeias de 20 o 70 átomos de carbono quebradas para se transformarem em
óleo diesel e em gasolina. Em estado bruto, é um combustível barato utilizado em
máquinas Industriais. A grande desvantagem é que sua combustão libera uma grande
quantidade de fuligem

TUDO SE APROVEITA

Derivados residuais menos nobres, com mais de 70 átomos de carbono, sobram em


grande quantidade. Mesmo essas substâncias são aproveitadas, servindo, por exemplo,
para a fabricação de asfalto de ceras e de combustíveis de queima lenta, como o coque,
usado em aquecedores residenciais e industriais no hemisfério norte.

E se...o petróleo acabar?


por Bárbara Axt e Bárbara Soalheiro

Para muita gente, a questão não é “e se”, mas “e quando” o petróleo acabar. Por ser um
combustível fóssil, resultado da decomposição de organismos, quando as reservas atuais
acabarem será preciso esperar milhões de anos até se formarem poços novos. Mas
cientistas não acreditam que o óleo vá se extinguir tão cedo. O que deve acontecer logo
é o fim do estoque abundante, algo fundamental numa sociedade como a nossa.

Nos próximos anos, a produção tende a cair – projeções indicam queda de 3% ao ano.
“Muitos geólogos dizem que 2005 é o último ano da bonança”, escreveu Matt Savinar,
especialista no tema.

Com a queda na produção, o preço do barril deve subir assustadoramente e nossa


sociedade pode entrar no que o engenheiro petrolífero Richard Duncan chamou de
“Idade da Pedra Pós-Industrial”. Duncan acredita que vai ser impossível manter o nível
de industrialização que temos hoje e que existe um risco real de voltarmos,
progressivamente, a viver como homens dos tempos das cavernas.

Mesmo quem não aposta num cenário tão radical prevê um encolhimento das
economias. “Quando passarmos desse ponto máximo na produção, nossa vida terá que
ser reorganizada, numa escala muito menor. Não será possível, por exemplo, viajar de
carro ou de avião com a freqüência que fazemos hoje”, diz James Kunstler, autor de The
Long Emergency (“A Longa Emergência”, sem tradução no Brasil).

E o que virá depois? Para Osvaldo Saavedra, do Núcleo de Energias Alternativas da


Universidade Federal do Maranhão, a tendência é que o petróleo seja substituído por um
conjunto de fontes de energia, já que é impossível encontrar um substituto tão
concentrado e fácil de transportar quanto o óleo. Cada região ou indústria usará a opção
que melhor lhe convier: biomassa, energia nuclear, hidrogênio ou alternativas naturais
como energia solar e eólica. “O problema é que criar novas estruturas de produção,
armazenamento e distribuição para cada energia é um processo de décadas. E não é
nada barato”, diz o engenheiro e pesquisador da UFRJ, José Fantine. Não é à toa que
muitos cientistas nos avisam para começar as mudanças já.

Bem-vindo à casa do futuro!

Plástico

A maioria dos objetos de nosso cotidiano usa plástico. Já há pesquisas com cana-de-
açúcar e milho como matérias-primas substitutas, mas ainda não é possível fazer a troca.
Outra medida será reaproveitar objetos. “Cientistas estão trabalhando em técnicas de
reciclagem, permitindo que cada vez mais plástico seja produzido sem o uso de matéria-
prima virgem”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico,
Merheg Cachum.

Pomadas

“Em muitos produtos, podemos substituir óleos de origem mineral por materiais de
origem vegetal. Mas ainda não existem substitutos à altura para pomadas”, diz Marcos
Antonio Correia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP. As alternativas
testadas, como manteigas de cacau e de karité, não são tão eficientes: ficam rançosas,
não impedem a passagem de umidade para a pele e não são eficazes como condutoras
de ingredientes ativos (como no caso de assaduras ou queimaduras).

Medicamentos

A medicina de hoje estará totalmente comprometida. Além de ser um ingrediente-chave


para vários suprimentos de plástico usados em hospitais (cateteres, luvas, válvulas
cardíacas e seringas), petróleo é a base de alguns dos remédios mais consumidos no
mundo, como analgésicos (aspirina, por exemplo), antibióticos (muitos exigem
solventes para extrair o agente antibiótico), sedativos e xaropes contra a tosse.

Comidas

Você deve quase tudo o que come às reservas do óleo. “O aumento da produção nos
últimos anos não aconteceu por um aumento repentino da luz do Sol. Essa revolução
não seria possível sem, por exemplo, os pesticidas (derivados de petróleo)”, escreveu
Dale Allen Pfeiffer no artigo Comendo Combustíveis Fósseis. Segundo os estudos de
Pfeiffer, sem esses combustíveis seriam necessárias pelo menos 3 semanas de trabalho
para produzir a dieta diária de um americano. Como isso é inviável, é provável que o
fim do petróleo nos obrigue a mudar o cardápio. “As pessoas vão ser obrigadas a
produzir sua comida perto de casa, em uma escala menor”, diz James Kunstler.

Produtos sintéticos

Carpetes, cortinas, tintas acrílicas, compensados de madeira, sofás. Olhe para os


ambientes da sua casa e repare quantas coisas são feitas a partir de produtos sintéticos,
completamente dependentes de petróleo.

Fotos

Filmes fotográficos e películas de cinema também não sobreviveriam sem o óleo.

Você

Xampu, batom, esmalte e roupas (mesmo as de algodão, já que há petróleo nos produtos
usados no tingimento). Tudo isso depende do óleo. Não é à toa que uma pessoa
consome 22 barris de petróleo por ano. Isso dá mais de 9,5 litros por dia. 70% é gasto
em transporte (no combustível do carro ou do ônibus), mas ainda sobra petróleo
suficiente para quase tudo que você está usando enquanto lê a Super.

Como surgiu e como é feito o chiclete?

Ninguém sabe ao certo quando o homem começou a mascar resinas extraídas de


árvores, mas há registros históricos de que vários povos da Antiguidade, como os
gregos, já tinham esse costume. O hábito também era comum no continente americano,
antes mesmo da colonização européia. O látex do sapotizeiro - árvore que dá o sapoti -
era usado como goma de mascar pelos maias e astecas, entre outras civilizações pré-
colombianas. A essa resina os nativos davam o nome de chicle. A guloseima que
conhecemos hoje surgiu no final do século 19. Mais precisamente em 1872, ano em que
o inventor americano Thomas Adams fabricou o primeiro lote de chicletes em formato
de bola e aromatizando as resinas naturais com extrato de alcaçuz. Nas décadas
seguintes, ele abriu várias fábricas para atender a demanda crescente dos consumidores
americanos pelo novo produto.

Em meados do século 20, especialmente após a Segunda Guerra (1939-1945), as resinas


naturais foram substituídas por substâncias sintetizadas a partir do refino do petróleo.
"O motivo para essa troca foi o custo de fabricação, já que a resina natural é muito mais
cara que a borracha sintética", diz o engenheiro químico Múcio Almeida, gerente de
desenvolvimento de produtos da Adams do Brasil. A partir da década de 1960, surgiram
os primeiros chicletes sem açúcar, que, segundo os fabricantes, além de diminuírem os
riscos de cáries, ajudam a manter os dentes limpos, pois estimulam a produção de
saliva, que remove partículas de alimentos. Com ou sem açúcar, é bom tomar alguns
cuidados com essa guloseima. Crianças pequenas que engolem a goma correm o risco
de ter as vias aéreas bloqueadas ou de ter interrompido o fluxo intestinal. Outro alerta:
mascar com a barriga vazia pode causar problemas estomacais, pois há um estímulo
desnecessário à produção de enzimas gástricas.

Borracha doce

Produtos derivados do petróleo são os principais ingredientes da guloseima

1. A fabricação do chiclete começa com a produção de sua matéria-prima: a goma base.


Ela tem ingredientes como borracha sintética e parafina (ambas derivadas do petróleo),
substâncias emulsificantes (óleos vegetais que dão liga à mistura) e antioxidantes
(conservantes químicos que prolongam a duração do produto). A receita ainda leva
carbonato de cálcio, uma espécie de cal tratada que serve para dar mais volume à
mistura

2. Todos os ingredientes da goma base ficam em grandes panelas aquecidas, com pás
que giram para tornar o produto homogêneo. Quando a mistura está pronta, ela é
despejada em pequenas placas, que são resfriadas em temperatura ambiente. Há fábricas
que só fazem goma base e depois a revendem

3. A goma base é comprada pelas fábricas de chiclete propriamente ditas, onde é


derretida em grandes panelas e ganha outros ingredientes: açúcar ou adoçante, aromas
(em geral misturas de vários óleos essenciais), corantes, ácidos cítricos (que dão aquele
sabor azedinho a alguns chicletes) e glicerina (substância que ajuda a dar liga ao
produto)

4. Quando essa mistura líquida está pronta, ela é novamente despejada em placas para
esfriar e endurecer. Depois, as placas passam por uma máquina que as corta em tiras
finas e compridas. Essas tiras são então fatiadas no tamanho de cada chiclete. Se ele for
uma guloseima simples, como um Ping Pong, já está pronto para ser embalado

5. Os chicletes especiais, porém, passam por outras etapas antes da embalagem. Um


bom exemplo são aqueles que têm um líquido dentro, que escorre na boca após a
primeira dentada. Para fabricá-los, uma máquina injeta o caldo aromatizado no interior
da tira de goma, antes de ela ser fatiada no tamanho de cada chiclete

6. Há também os produtos que têm uma casquinha em volta da goma, que se dissolve
após alguns segundos de mastigação. Para formá-la, os pedaços do chiclete já fatiados
são banhados em um xarope feito de açúcar ou adoçante. À medida que essa "calda" é
aquecida, ela evapora e deixa partículas sólidas na superfície do chiclete

7. A última etapa é a embalagem, que pode ser feita com papel, plástico ou caixinhas,
dependendo do produto. A partir daqui, o chiclete, que começou como uma insossa
borracha feita de petróleo, está pronto para ser distribuído e vendido

Mergulhe nessa

Na internet:
www.prodhelp.com/historyofgum.shtml

www.adamsbrands.com

Você sabia?

A diferença entre a goma de mascar e o chicle de bola já aparece logo no primeiro passo
da fabricação da goluseima. A matéria-prima (goma base) do chicle de bola tem, além
dos ingredientes descritos no item 1, um plástico, em geral o acetato de polivinila. Esse
derivado do petróleo ajuda a formar um filme em volta do produto, dando a elasticidade
necessária para o consumidor sair soprando bolas por aí

Combustíveis: da madeira ao
biocombustível
As principais fontes de energia
por Carlos Minuano

Sólidos, líquidos ou gasosos, há séculos boa parte do mundo não funciona sem eles. No
entanto, é cada vez mais evidente que os combustíveis estão diretamente ligados ao
aquecimento global. Pesquisas vislumbram um futuro com carros a hidrogênio e uma
sociedade movida por fontes não-poluentes, mas isso ainda deve levar algumas décadas.

Pré história

Madeira

Também conhecida como lenha, a madeira – usada no início para aquecer e cozinhar
alimentos – tem papel fundamental para o desenvolvimento da humanidade. Por ser
barata, ela ainda é muito usada nos países em desenvolvimento, mas, embora seja uma
fonte renovável, é poluente.

1850

Carvão mineral

Combustível que se torna popular na Revolução Industrial, com o crescente uso do


motor a vapor. Sua utilização entrou em declínio nas últimas décadas, mas, com a atual
elevação no preço do petróleo, o consumo voltou a crescer.

1906

Gasolina

O início da fabricação em série dos automóveis provoca uma disparada do uso de


combustíveis. O petróleo, até então conhecido pelo querosene, passa a ser cobiçado por
outro derivado, a gasolina. Começa a era dos combustíveis líquidos.
1920

Gás natural

O gás, que desde sua descoberta, em 1859, era usado na iluminação, começa a se
destacar como alternativa a combustíveis bem mais poluentes. Ele não precisa ser
estocado, pois sua distribuição é feita através de gasodutos. Porém, é uma fonte de
energia não-renovável e finita.

1932

Diesel

Com rendimento maior que o dos movidos a gasolina e emissão de poluentes menor, o
motor a diesel, apesar de mais caro, se populariza. Esse combustível, outro derivado do
petróleo, ganharia o mundo durante a Segunda Guerra.

1942

Energia nuclear

A fissão nuclear de urânio é cogitada como alternativa de geração de energia. A opinião


se dividiu a partir de 1986, com o acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em que
milhares morreram ou foram contaminados.

1975

Álcool

A crise do petróleo na década de 70 chama atenção para a urgência de novas fontes de


energia. O etanol, combustível de origem vegetal, surge como alternativa. A produção
inicial de 600 milhões de litros em 1975 sobe para 12 bilhões em 1986. Até 2000, foram
fabricados mais de 5 milhões de veículos a álcool.

1984

Energia hidrelétrica

Pela quantidade de água de que o Brasil dispõe, não é de causar espanto que o país seja
líder nesse segmento. Apesar de ser aproveitada desde o fim do século 19, seu uso
cresce na década de 70. O ápice da expansão ocorre na década de 80 com a construção
da hidrelétrica de Itaipu, a maior do planeta.

1990

Energias alternativas

Impulsionada pela preocupação ambiental, a energia eólica, que não polui, ganha os
holofotes na década de 90, ao lado da energia solar. Apesar de mais caras, as energias
alternativas cresceram 40% em 2006, segundo a ONG Greenpeace.
2000

Biocombustíveis

Com o efeito estufa e a escalada do preço do petróleo, as fontes renováveis voltam ao


foco do mercado energético. Combustíveis como o biodiesel e o etanol produzidos a
partir de cana-de-açúcar, plantas e resíduos agropecuários, entre outros, ganham a cena
como soluções sustentáveis.

ADDDDDDDDOÇANTE

Como foi inventado o plástico?

Antes mesmo de ser inventado, ele já existia na natureza. A palavra plástico - derivada
do grego plastikos, flexível - define qualquer material capaz de ser modelado com calor
ou pressão para criar outros objetos. Assim, resinas de certas árvores conhecidas desde a
antigüidade são consideradas plásticos naturais, bem como o marfim, moldado desde o
século XVII. Já o plástico artificial surgiu com a contribuição de vários inventores, cada
um deles obtendo um pequeno avanço. Em 1839, o americano Charles Goodyear (1800-
1860) criou o processo de vulcanização da borracha, que transformava o material
natural em um produto mais resistente às mudanças de temperatura. Décadas depois, em
1870, o americano John Wesley Hyatt (1837-1920) produziu celulóide a partir da
celulose das plantas. O material era usado, por exemplo, para substituir o marfim na
produção de bolas de bilhar.

Mas a verdadeira revolução viria em 1907, quando o químico belga, naturalizado


americano, Leo Baekeland (1863-1944) criou o primeiro plástico totalmente sintético e
comercialmente viável, o Bakelite. Começava a era dos plásticos modernos, feitos à
base de petróleo, carvão e gás natural. A chave desse novo processo foi a polimerização,
que consiste em juntar, a partir de diversas reações químicas, várias moléculas menores
em uma grande, que não se quebra facilmente e dá ao material maior durabilidade.
Desde então, centenas de plásticos, ou polímeros, foram criados pelas empresas
petroquímicas para as mais diferentes utilidades, como o poliéster (1932), o PVC
(1933), o náilon (1938), o poliuretano (1939), o teflon (1941) e o silicone (1943).

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