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Festa
Bartolomeu – ou Natanael, como às vezes o chama o Santo Evangelho – foi um dos doze
Apóstolos. Era natural de Caná da Galileia e amigo do Apóstolo Filipe. O Senhor fez-lhe este
grande elogio: Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo. Segundo a Tradição, pregou o
Evangelho na Arábia e na Arménia, onde morreu mártir.
Filipe sabia muito bem, como nós, que Cristo não decepciona ninguém. Foi o
próprio Jesus que “chamou Natanael por meio de Filipe, como chamou Pedro
por meio do seu irmão André. Essa é a maneira de agir da Providência, que
nos chama e nos conduz por meio de outros. Deus não quer trabalhar sozinho;
a sua sabedoria e a sua bondade querem que também nós participemos da
criação e ordenação das coisas”4. Quantas vezes nós mesmos não seremos
instrumentos para que os nossos amigos ou familiares recebam a chamada do
Senhor! Quantas vezes, como Filipe, não diremos: Vem e vê.
Isso é o que deve poder dizer-se de cada um de nós, por sermos homens e
mulheres íntegros, que procuramos viver com coerência a fé que professamos.
O mentiroso, aquele que tem um espírito duplo, aquele que actua com pouca
clareza, soa sempre a sino rachado: “Lias naquele dicionário os sinónimos de
falso: «ambíguo, ladino, dissimulado, matreiro, astuto»... – Fechaste o livro,
enquanto pedias ao Senhor que nunca pudessem aplicar-se a ti esses
qualificativos, e te propuseste aprimorar ainda mais esta virtude sobrenatural e
humana da sinceridade”7.
Peçamos hoje a São Bartolomeu que nos alcance do Senhor essas virtudes,
que tanto lhe agradam e que são tão necessárias para a oração, para a
convivência e para o apostolado. Peçamos a Nossa Senhora que andemos
pela vida sem duplicidade, com um coração sincero e simples: “«Tota pulchra
es Maria, et macula originalis non est in te!» – És toda formosa, Maria, e não há
em ti mancha original!, canta alvoroçada a liturgia: não há n’Ela a menor
sombra de duplicidade. Peço diariamente à nossa Mãe que saibamos abrir a
alma na direcção espiritual, para que a luz da graça ilumine toda a nossa
conduta!
(1) Jo 1, 45; (2) cfr. São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São João, 20, 1: (3)
Miq 5, 2; (4) O. Hophan, Los Apóstoles, pág. 176: (5) Dan 7, 13; (6) Santo
Agostinho, Comentários ao Evangelho de São João, 78, 7, 16; (7) São Josemaría
Escrivá, Sulco, n. 337; (8) cfr. Jo 14, 6; (9) Mt 22, 16; (10) Mt 5, 37; (11) cfr. Jo 8, 44; (12) cfr.
Conferência Episcopal Espanhola, Inst. Past. A verdade vos libertará, 20-XI-1990, n. 38; (13)
João Paulo II, Enc. Redemptor hominis, 4-III-1979, 12; (14) cfr. São Tomás, Sobre os
sacramentos; (15) Conferência Episcopal Espanhola, op. cit., n. 37; (16) Santo
Agostinho, Comentário ao Salmo 31; (17) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 90; (18)
São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 339.