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Capitulo 1 Energia e Economia Desde a Revotucio industrial economia ancora suas bases na dsponibitdade de de todas a5 nagdes, A enengia tem smlplas dimens6es econdmicasinerdependentes, eas desde etatgicas das empresas e as poltca governamentas dependem funds: Asecio 11 investiga o objeto de estado da Economia da Energia, destacando seus atributostenicos eas condigdes de ofertae demanda de energia A setio 1 denaca 0 tes fonts de energia. A seqio 1.3 dealha a etrutara do instrumento de anise den minado Balanco Energétco.A seco 1 examina as diferentes dimensoes economics asecio lS apresentaadefinicdo do indicador de intensidade energétien eas ciferentes Formas de decomposiio e ulizagio que permitem aprimoraraandlie da evolugio do sever energéic. 1.1. Objeto de estudo da economia da energia Segundo Landes (1994), no final do século XIX, o vigoroso crescimento das indiistrias que estiveram no cere da Revolueio Industrial! comecou a arrefecer nos paises mais awancados da Europa Ocidental. Entretanto, essa perda de vitalidade foi mais do que compensada pela ascensio de novas indiistrias baseadas em avancos espetaculares do emahecimento em quimica, em eletricidade e em uma nova fonte mével de energia: 0 or a combustio interna. Esse conjunto de avancos ~ conhecido como a segunda Re- olucao Industrial — deu um novo folego ao processo de mudancas profundas que havia ‘no século anterior durante a chamada Revolucao Industrial, A Revolugéo Industrial comecou na Inglaterra no século XVIII, de onde se difun- 11 pelos paises da Europa Continental e para algumas éreas de além- mar. Em um intervalo que mal chegou a duas geragées, transformou a vida do homem natureza de sua sociedade € 0 seu relacionamento com os outros povos do o meio ambiente. 150, produtos da indistria quimica pesada, engenaria a vapor e transporte ferro. 2 Feonomia da Erg No cerne dessa revolugao encontrava-se uma sucesso inter-relacionada de mudan- as tecnol6gicas: 1. Substituicéo da habilidade € do esforco humano pelas maquinas ~ rapidas, constantes, eficientes e incansaveis, 2 Substituigio das matér primas vegetais ou animais por minerais ¢ melhora acentuada nos métodos de extragao ¢ transformacio; especialmente no que hoje se conhece como indistrias metahingica e quimica. 3. Substituicéo das fontes animadas de energia - dos homens ¢ dos animais — pe- Jas fontes inanimadas; em especial a introdugio de maquinas para transformar © calor em trabalho, dando ao homem acesso a um suprimento novo e quase ilimitado de energia. Concomi les a essas mudancas dos equipamentos e dos processos, surgiram novas formas de organizagao industrial. As oficinas ¢ as salas de trabalho domiciliares deram lugar ds usinas e as fabricas. Ao mesmo tempo, essas tiimas tornaramse sistemas de pro- dlucdo baseados em uma definicao caracteristica de fungies e responsabilidades dos dife- tentes participantes do processo produtivo, Ainda segundo Landes (1994), é fundamental observar que o desenvolvimento da in dhstria mecanizada, concentrada em grandes unidades produtoras, teria sido impossivel sem a existéncia de uma fonte de enengia mais vigorosa que a representada pela forca dos homens ¢ dos animais e, ao mesmo tempo, independente dos caprichos da natureza ~ res. ponsaveis pela disponibilidade de algumas fontes, como a energia eslica ¢ a energia hidrdu Tica. A resposta foi encontrada em um novo conversor de energia ~a maquina na exploracao, em escala extraordi vapor ~e dria, de um combustivel jé conhecido: o carvao mineral. Uma das grandes vantagens da maquina a vapor é que ela consumia combustivel ineral €, com isso, tornava acessivel a industria uma fonte de energia aparentemente ilimitada para o fornecimento de forca motriz. Embora as primeiras maquinas a vapor fossem brutalmente ineficazes, transformando em trabalho menos de 1% da energia dos combustiveis, o aumento extraordindrio da quantidade de energia, que passava a estar disponivel a partir do seu uso, tornava irrelevante essa Desde entao, ter acesso a energ passou a ser sindnimo de progresso, desenvol- vimento econdmico e social, e bem-estar; a0 passo que nio ter acesso a ela passou a reptesentar atraso, pobreza ¢ desconforto. Segundo Martin (1992), a Economia da Energia trata, como objeto de estudo, de tecnologias e de commodities, em principio, bastante heterogéneas, que apresentam ca- racteristicas fisicas extremamente distintas: algumas so sdlidas (lenha, carvio mi carvio vegetal); outras, eral, iquidas (petr6leo bruto, derivados de petréleo, dcool); outras, gasosas (gas natural ou manufaturado); uma em particular, a eletricidade, apresenta propriedades que a colocam em um universo particular e especifico. Os servicos prestados por esses bens também apresentam uma grande diversidade: iluminagio, climatizacao de espacos, locomocio de pessoas ¢ mercadorias, producio de forca motriz ou reducao de minerais. Entre o recurso natural e o servico prestado as sociedades, os processos técnicos empregados vio dos mais rudimentares (o abate de rvores) aos mais complexos (a conversio eletronuclear) reac Economia 3 A politica © a economia de energia de cada uma dessas cadeias de producio tém, portanto, fundamentos técnicos bastante diferentes. Por que, nessas condicées, traté-las a um mesmo conjunto, sob uma iinica denominacao: energia. Gonsiderando a base ‘técnica de producio, no seria mais logico incluir os produtos da biomassa na agricul- tara; 0 carvao, o petréleo e 0 gés natural nas atividades extrativas; e a eletricidade nos sesvicos de rede, tais como o transporte € as telecomunicagoes! A resposta sobre 0 que fundamenta essa unidade deve ser buscada, inicialmente, fa do campo da economia; para ser exato, na possibilidade fisica de conversio das formas de energia umas nas outras. Portanto, a pedra angular da economia da energia nao repousa sobre a ciéncia ecconémica, mas sobre a fisica, Embora isso no a torne um objeto estranho a economia, ccimente a leva a um universo particular, onde a especificidade técnica desempe- vapel muito importante. Nesse universo, o conhecimento técnico € igualmente crucial para a compreensio das relagdes econdmicas que se estabelecem no seu interior. € A toa que, por muitos anos, esse foi o campo de atuacao de fisicos e engenheiros. s palavras, todas as formas de energia podem ser consideradas, teoricamente, as préximas entre si. Essa substitutibilidade (conversibilidade), assim como as Jes nas quais ela ocorre, deriva, no plano econdmico, dos precos relativos das de energia. Como veremos adiante, no plano da Fisica, a substitutibilidade se nos dois principios da termodinémica que fundam a ciéncia da energia. Entretanto, esse fato no transforma a Economia da Energia em uma excentricida: 0s economistas. Muito pelo contrario, trata-se de um campo aplicado de estudo no qual a ciéncia econémica tem importantes contribuigdes a aportar. Vale que os atributos de flexibilidade e substitutibilidade dependem fundamental s condligbes econdmicas da oferta e da demanda de energia. Ademais, a producio, o transporte, a distribuicao e a comercializacio de energia asividades econdmicas que necessitam de precos adequados para remunerar os pesa- investimentos, de longo tempo de maturacao, realizados pelos agentes econémicos. €m outros mercados, o problema de equilfbrio de oferta e de demanda esta pre- 1m duas especificidades adicionais. A primeira est relacionada com a dotacio de cergeticos, repartida de forma desigual entre os paises. A segunda é inerente Ao dos objetivos de crescimento € de desenvolvimento econdmico € social; rao existe pais de elevado grau de desenvolvimento econdmico que tenha uma populacio sem acesso ais fontes de energia. Desde o inicio da onganizacao in- e empresarial do setor energético, esas duas especificidades legitimam a aco do. neste setor, desenhiando politicas especificas que visam incentivar determinados 1 ¢ reduzir disparidades regionais. Por se tratar fundamentalmente de uma area da Economia Aplicada, a Economia constitu um terreno fértil & utilizacao dos ensinamentos tedricos e empiricos Econémica. Em suma, a Economia da Energia trata de cinco temas interde- »s quais contemplam uma série de relagdes econémicas fundamentais que empresas de energia, paises ~ representados pelos Estados nacionais ~, e consu- Esses temas esto associados: 4 Beamoeia da Enea 1. Asretacdes entre a oferta ¢ a demanda de energia e ao crescimento econémico sustentavel 2. As condigées ecoridmicas e geopoliticas que governam as relagdes comerciais € de interconexao fisica da infraestrutura de energia entre diferentes paises, 3. Ao processo de formacio de precos aos critérios que presid financiamento, de investimento € de consumo de energia. 4, Ao papel do Estado na formulacio das politicas de oferta e de demanda, do regime fiscal e/ou com a criacao de empresas est 5. Ao papel das estratégias empresariais ¢ das inovagdes tecnolégicas que con. figuram, em Gltima insténcia, um determinado padrao de concorréncia nas inddistrias energéticas, n as decisdes dle 1.2. 0 conceito de cadeia energética A energia € uma propriedade da matéria que s manifesta de diversas formas; energia mecénica (trabalho); energia térmica (calor); e ergia das ligages quimicas (qui cenergia das ligades fisicas (nuclear); energia elléttica e energia das radiagdes eletro- magnéticas A energia pode ser utilizada para satisfazer uma série de necessidades: iluminar ¢ obter condicdes ambientais adequadas ao bem-estar humano; transportar pessoas € mercadorias; transformar matérias-primas em produtos; cozinhar € preparar os alimen- tos; aquecer ou resfriar a agua para o uso doméstico; enviar € receber informacées; enfim, um sem-mimero de necessidades que vao desde aquelas ligadas a producao até aquelas ligadas ao lazer Contudo, a energia nao satisfaz essas necessidades diretamente. Nao basta sentar sobre um barril de petréleo para que ele nos transporte; tampouco se pode colocar 0 dedo na tomada para recarregar a energia perdida no dia a dia, De fato, em primei- ro lugar, precisamos que a energia esteja em uma dada forma que satisfaca as nossas necessidades. Se o problema é iluminar, precisamos de energia na forma de radiacio eletromagnética; se © problema é cozinhar, precisamos de energia térmica (calor); s¢ a questao € o transporte, necessitamos de forca mi iz, ou seja, energia mecanica (tr batho); ¢ assim por diante. Desse modo, nao consumimos ditetamente a energia; na verdade, nés a utilizamos em equipamentos, aparelhos, maquinas e dispositivos que témafu io de converter a energia que € colocada a nossa disposicio pelo mercado 1 ecessitamos. Assim, precisamos do motor a combustdo interna que converter a gasolina ~ na forma qué qual a energia se encontra na forma de energia quimica ~ em energia meednica (fc motriz), que movers o carro e, portanto, ir satisfazer as nossas necessidades de trans- Porte. Vamos precisar do fogio e do aquecedor para converter a energia quiimica que est contida no gés em energia térmica e, assim, obter o calor necessirio 1 co aquecimento de agua, Precisamos, também, dos aparelhos de ar-condicionado ¢ das geladeiras que, atr vés dos compressores, converterao a energia elétrica em energia mecinica, fornecend © frio de que necessitamos: da lampada para converter a energia elétrica em racliacac eletromagnética e, finalmente, na luz para iluminar os ambientes. Enfim, necessitamos Energia Economia 5 de um amplo conjunto de dispositivos e, por conseguinte, de tecnologias de uso, que converterdo a energia final — aquela que esta contida nas fontes de energia colocadas a disposicao do usuario final — em energia titil ~ aquela que se encontra na forma adequa- dda A satisfacdo das necessidades finais de energia. Chamaremos a conversio da energia final em energia itil de “utilizacao de energia”. Por outro lado, a energia que € encontrada na natureza, na maioria das vezes, se encontra em condicées de ser utilizada diretamente nos dispositivos de uso, Torna-se necessirio, por meio de processos fisicos ¢ quimicos, preparcéla para ser utilizada por ‘esses dispositivos. Essa preparacio é chamada de “transformacio de energia” e é reali zada nos centros de transformacao: refinarias, centrais hidroelétricas, centrais térmicas, centrais nucleares, plantas de gis etc. Neste caso, as fontes de energia que passaram Por processos de transformacio sio chamadas de “fontes secundarias” (ou derivadas), 2 passo que aquelas que nao sofreram esse tipo de processo sio denominadas “fontes Primsrias” Além do mais, é preciso extrair 0 petrdleo, 0 gis, 0 carvao € 0 uranio do subsolo, smazenar a Agua em grandes reservatérios, plantar e abater as drvores ¢ a cana, ot ctiar as condiges minimas para que a energia contida nos recursos energéticos —Fenoxdveis € ndo renovéveis ~ seja direcionada para a transformagao ou, em alguns Para a utilizagao final. Fssas atividades so chamadas de “produgio de energia As necessidades nao se restringem & adequacio das caracteristicas fisicas e qui- também a questo da localizacdo. O petrdleo do Oriente Médio e a energia rica de Itaipu nao nos servem muito onde estio: € preciso trazer essas fontes ‘snergia para onde esto 0s seus consumidores, Essa operagio envolve toda uma de transporte e armazenamento para colocar essa energia a disposicdo desses s, que se encontram, principalmente, nos grandes centros urbanos. O setor energético compreende todo 0 conjunto de atividades envolvidas na pro- transformacao, estocagem, transporte, distribuicio ¢ comercializacio de ener- Esse setor faz parte, por sua vez, de um conjunto mais amplo, que inclui os sistemas ‘utura fisica ¢ de prestacdo de servicos essenciais que tm um papel crucial las condigées sistémicas da competitividade industrial, ao proporcionar s “externalidades® positivas” as empresas que atuam no pais, tanto voltadas sno quanto ao interno. Por outro lado, a producio e o uso de energia is por gerar “externalidades negativas”, especialmente os impactos am- scala local, regional e mesmo global, como, por exemplo, os problemas elas emissies de didxido de carbono, um dos principais causadores do efinidas como un efeito da aclo de um agente econdmico sobre outro, que ocorre 41,28 externalidades no esto submetdas 3s force do mercado, Por essa tazioyimplicarh dos recursos, Além das externaliades posits citadasanteriorinente, a teora econ Smiea © conceito de enternalidade negativa, que constui a base teGriea para extudo ie, Um exemplo classico 60 efeito da poluicio de uma empresa sobre os recursos, ‘So uillzados por outra emprest. Sea polugio restltante da producio da empresa A smplicay Yesaos pars empresa B (por exemplo, a impezs da gia) a produgto da empresa A para a empresa B Se nio exisirnenfium tipo de controle sobre a poluigio da 2 de reewinos, pois empresa A predazie em excesso (em fungi da mon para cg 6 Economia da Energia O setor energético é, assim, um conjunto heterogéneo que retine varias cadeias distintas. Nesse sentido, a produgao, a transformagio, 0 transporte, a distribuicao ¢ a comercializacao variam de cadeia para cadeia, tanto no que concerne a base técnica quanto no que diz respeito a organizacio industrial e ao ambiente institucional. A histéria demonstra que as tecnologias de uso sempre apresentaram uma flexibi lidade muito baixa no que diz respeito as fontes de energia que elas utilizam como in. sumo. Cada motor de combustio, em geral, queima o seu combustivel especifico. Neste caso, mudar de combustivel significa mudar de motor, com todos 0s custos associados a essa mudanca. Um aquecedor que utiliza eletricidade nao utiliza gés. Aqui, também, mudar de combustivel significa mudar de equipamento. No caso das tecnologias de transformagio, o fendmeno se repete e os centros de transformacdo processam insumos especificos a cada um deles. Uma central térmic carvao processa carvao mineral, e sua conversao tecnolégica, para usar g4s natural, po! exemplo, implica um investimento significativo - uma refinaria processa petrélec transformé-lo em derivados, € assim por diante. Portanto, sio desenhadas fronteiras muito bem definidas para cada cadcia energé tica, em que os produtos, os mercados ¢ as bases técnicas sao distintos. A consequéncia disso é que a concorréncia entre recursos energéticos dé-se sempre dentro de um con texto limitado e restrito: tanto no que concerne aos mercados finais de energia, quanti ‘no que diz respeito aos mercados de insumos para os centros de transformacao. Assim a concorréncia entre o gas, 0 petréleo, 0 carvao e a eletricidade, por exemplo, sempre dé-se no longo prazo, na medida em que qualquer mudanca envolvera investimentos a0 longo de toda a cadeia: do equipamento de uso ao equipamento de transformacio, Neste sentido, a visio segmentada do economista, que aborda as cadeias energ: ticas de forma diferenciada ¢ verticalizada, tem fundamento. Contudo, essa visio se enriquecida, a medida que for complementada, por exemplo, pelo exame do desenvo vimento tecnolégico ¢ das tecnologias de produgio e uso de energia, pois isso permit: a melhor compreensio dos elos entre as diferentes cadeias. Mais recentemente, a demanda por maior flexibilidade tem direcionado a bus ca tecnolégica para a construcéo de equipamentos flexiveis, Por essa razio, come a surgir uma geracao de conversores de energia que operam com mais de uma font energética: caldeiras, motores e aquecedores que trabalham com mais de um combus tivel. Consequentemente, em muitos casos, a troca de fonte de energia nao exige m: necessariamente, a troca do equipamento. Ou seja, a competicio pode se dar no prazo ¢ 0s produtos de energia passam, efetivamente, a ser substitutos prdximos entre si 'sse moviment0 nd0 ocorre apenas no ambito das tecnologias de uso, estendend sea outras etapas da cadeia e alcancando as tecnologias de transformacao. Hoje em ¢ hd 0 esforco em projetar centros de transformacao que sejam capazes de processar ul gama relativamente ampla de insumos e gerar uma variedade de produtos energéticc plantas de transformaca0 que podem usar carvio, gis e biomassa para produzir eletri dade, combustiveis e produtos quimicos de alto valor agregado. Dessa maneira, as fronteiras tecnol6gicas bem definidas de antes vao pouco a p! co se diluindo. A partir dai, configura-se uma trajetéria de construgio efetiva de un indiistria de energia e de um mercado de energia. Gabe notar que esse movimento ultrapassa o simples movimento estratégico de Beenificacio das empresas de eletricidade, peurdieo ¢ sis que procuram estar em vi Fe raneormando-se em empresas de energia. Aqui nao se trata de ama nae MaBencia de negécios, mas de uma convergéncia tecnologia que constréi uma tinica i "We as fronteiras entre as cadeias © gerando um espaco comum Fat fer 2 encontra o embrigo das mudancas que transformar €e mercado de energia Fortanto, mais do que nunca, tornase fundamental uma visio global da energia Fe Penmita compreender a evolucio desses mercados ¢ deseae induistrias como parte @e um processo comum que ultrapassa as especificidades de cols cadeia energética 12.1. 05 principios e as transformagées Fa cont 2 Cneraia til necessiia ao sistema socioprodutvo € preciso que a ‘SSzB contd nos recursos naturas percora uma longa cadea de open explo- spent Producto ~ tansformacio - transporte dstibuicte nape eg eatin famhecimento basco dosaspectos fsicos que envolvem aso ne rele dis pincipais questdesecondmicas do setr de ener tees aaicas que governam os processos que ocorrem ao longe dea elas ener ‘dea ser resuiias no primeiro e no segundo principioe can Opsineiro principio estabelece que a soma da enctgia de quatque ce constante, Logo, a quantidade de ene ses pt & igual a quantidade cle energia que si, mais as perdas Seen ci cnerennt™® Palas, a energia se conserva uo longo das onesacier cadeia energética, ois bem, j@ sabemos que a energia se conserva a0 longo da vade . Mas 0 que so outne aldade dessa enenga? Para responder a esa questio tenes quence > outro principio da termodinamica O sesundo principio afirma que a qualidade da energia envolida em cada uma undo principi q 8 faiasbes se degrada de forma irreversivel, Desse modo, embora g quantidade Sea Mmeea Constante, a sua qualidade vai se degradando a0 longe da cetcis qui ms como € que se avalia a qualidade da energia? A qualidade da « nergia é ‘is por sua eapacidade de realizar trabalho. Quan mein wn capacidade, " sera sua qualidade.* Be dois principios introduzem um conceito-chave na Economia da Ene gia que rergéticas. A partir desse conceito, é gerado um Con, Fao longa tne Bermite analisar o desempenho das teenologias ¢ das forng iia ao longo da cadeia energética [Uma das conversdes mais importantes no mundo da energia est asoct ue envolvem a passagem da energia térmica (calor) pars Anica HO) sss operacdes s30 encontradss tanto na utlizacao quanto me wana ha arcela da energia que porte ser ransformails em taba "uate ec amsmmada em ealho, on sea aqucla parte da energy ne, tala Assn, quanto maior a parcela de exerpia comida ne saeton melhor seréa sia qualidade 8 Eamomiada Energia cio de energia. Na wtilizacio, elas sio representadas pelos motores de combustio, « transformacao, pelas centrais térmicas de geracio de eletticidade. rendimento da conversio do calor em trabalho é dado pela lei de Carnot, diz. que esse rendimento € igual a: O-(tyT)1 onde T,é a temperatura da fonte quente € T, é a temperatura do ambiente, De “modo, o rendimento, de fato, vai depender da temperatura da fonte quente; ous quanto maior for essa temperatura, maior seré o rendimento do motor. Por isso, 0 avai 0 tecnolégico nesse tipo de motor, em grande parte, gira em torno da construgao equipamentos que resistam a temperaturas maiores e, portanto, tenham rendiment lhores. Acontece que motores mais resistentes sio mais pesados e mais caros, fazendo co} que a melhora do rendimento seja contrabalancada pela pouca mobilidade ¢ pelo cus 0 de construcio mais elevado. Melhorar esse tradeoff é 0 grande desafio tecnolég 10s motores a combustio. A grande oportunidade, hoje, de superar esse desequil(br dada pelos novos materiais que permitem a coustrucao de motores mais leves ‘mesmo tempo, mais resistentes No caso da transformacao, a conversio calor-trabalho mais importante sera contrada na geracio térmica da eletricidade. Aqui, a energia quimica contida nos cor bustiveis é, inicialmente, convertida em calor em uma caldeira. Em seguida, esse cal € convertido em energia mecanica nas turbinas ¢, finalmente, essa energia mecanica convertida em energia elétrica nos geradores. Neste caso, 0 progresso técnico tambe gira em toro da operacdo em maiores temperaturas, portanto, da melhora do ren| mento, sem 0 respectivo aumento do custo de construcio. Na conversao de calor em trabalho € que serio encontradas as grandes perdas ¢ energia, pois é nesse tipo de operacdo que a energia tera a sua maior parcela de d gradacio. No entanto, a parcela de calor que pode ser transformada em trabalho es sendo continuamente ampliada pelo avango tecnol6gico e, por conseguinte, a par degradada também esta sendo continuamente reduzida. As melhores centrais térm cas convencionais apresentavam um rendimento médio de 38%, ao passo que as nov centrais a gés, em ciclo combinado, apresentam rendimentos maiores que 50%. Se primeiro caso, das 100 unidades de energia que entravam na central, 62 unidades » degradavam, no segundo, das mesmas 100 unidades, apenas 50 unidades se degradan O rendimento das operacdes sempre é importante, na medida em que rendimer tos melhores resultam em consumos menores do insumo utilizado, além de menor cl gradacio da energia. Daf a grande vantagem da energia elétrica: esta € uma forma ¢ energia que pode ser integralmente convertida em trabalho ¢, consequentement a fonte de energia de melhor qualidade que existe. E sobfe a sua alta flexibiliiade elevado rendimento na conversio para as outras formas de energia que repousam vantagens da eletricidade sobre as demais fontes de energia. (ido, a conversao da energia hidriulica (energia mecanica) & cenergia clétrica nas centrais de geracao hidroelétricas também apresenta perdas mui pequenas. Por isso, quando se passa da geracio hidraulica para a geracio térmica, o p: ‘meiro impacto € 0 aumento das perdas na transformacio e, logo, da energia degradad Enegiae Economia 9 sem contar a emissio de CO, associada a queima de combustiveis que est ausente na primeira opcao. Tecnologias de uso e de transformacio e fontes energéticas distintas apresentarao rendimentos na utilizacio e na transformacao também distintos, Esses rendimentos nao 86 iro variar de tecnologia para tecnologia, de fonte para fonte, como também, a0 Tongo do tempo, devido ao desenvolvimento tecnolégico. Desse modo, a maneira ¢ a eficiéncia a partir das quais uma sociedade produz, transforma, transporta ¢ utiliza a energia so fortemente condicionadas pelo conjunto de fontes e tecnologias energéti «as disponiveis em cada momento histérico e pela sua evolucio. 1.2.2. A equivaléncia entre as fontes de energia A diferenca de rendimentos entre fontes e tecnologias coloca a questio da equivaléncia entre as fontes energéticas. Estabelecer equivaléncias entre as formas de energia ndo é uma tarefa simples. Para isso, é necessario usar critérios fisicos, técnicos ou econémicos, As equivaléncias fisicas sio aquelas baseadas em propriedades fisicas da energia. Basicamente, a capacidade de produzir trabalho (engrgia mecanica potencial) e a ca- acidade de produzir calor (energia térmica potencial). As equivaléncias técnicas pro- ‘exram levar em conta os rendimentos na transformacao e na utilizacao de energia. As ‘equivaléncias econémicas baseiam-se, em geral, nos mecanismos tradicionais de custos/ Frecos Dado 0 peso da dimensio técnica na Economia da Energia, as equivaléncias tradi- imente Utilizadas nessa drea so aquelas que empregam critérios fisicos ¢ técnicos. léncia fisica diz respeito aos critérios fisicos, a propriedade comumente utilizada é a capaci- de produzir calor. Isto ocorre em funcao de dois fatos essenciais: a facilidade de io ea predominancia do calor como a necessidade energética principal (cerca de ‘da energia titil esta na forma de calor) Nos combustiveis, a energia se encontra na forma de energia quimica e 0 seu po- \e gerar calor é expresso no poder calorifico (PC), que é a quantidade de calor 1 por certa quantidade de combustivel no momento da combustio. O poder » € dado normalmente em keal/kg (quilocaloria/quilograma) e a sua determi- faz com auxilio de um instrumento chamado calorimetro. Usandose o calorimetro, todo o calor liberado pelo combustivel é contabilizado. », todo combustivel apresenta umidade e moléculas de hidrogénio que ido se mar em gua durante a reacdo de combustio. Em funcao disso, nos processos 1o calor liberado pelo combustivel é gasta para vaporizar essa umidade pre~ uformada no proceso de combustao. Este fato determinard a necessidade de ‘ois tipos de poder calorifico: poder calorifico superior (PCS) ¢ poder calorifico, (PCI). O primeiro € aquele medido no calorimetro e que apresenta o potencial de calor de um dado combustivel; 0 segundo é aquele no qual foi des- parcela de energia liberada e gasta na vaporizagao da agua. 10 Eco da Energia A diferenca entre os dois poderes calorificos vai ser maior na medica em que aument © teor de umidade presente nos combustiveis. Se no caso dos derivados de petrdleo ess diferenga alcanca algo em torno de 5%, para 0 caso da biomassa esses valores atingem de 25%. Dai a necessidade de se tomar cuidado na escolha do tipo de poder calorific a s utilizado na hora de estabelecer 0 critério de equivaléncia entre as fontes de energia. Ux ma escolha pode distorcer consideravelmente os resultados de uma cada anlise. A esti tiva do consumo total de energia no Brasil na década de 1970 pode aumentar 12%, simples mente a partir do uso do poder calorifico superior, 20 invés do poder calorifico inferior Para as outras fontes energéticas nas quais a energia nao se encontra na forma energia quimica, utilizam-se outros métodos que possibilitam a determinacao da ener térmica potencial. O caso mais relevante € 0 da eletricidade, em que isso € feito a pari do efeito Joule, que determina que 1 kWh pasando através de uma resistencia é capaz liberar 860 keal. Neste caso, no temos a conversio da energia quimica em enengia térm ca (combustio), mas, sim, a conversio da energia elétrica em energia térmica; porém, principio basico se mantém, pois, tanto para os combustiveis quanto para a eletricidade que esta se medindo é a capacidade dessas fontes de energia de produzir calor: No que concerne & equivaléncia a partir da capacidade de produzir trabalho, as ficuldades e incongruéncias no seu emprego dificultaram a expansio da sua utilizac Em fungio da simplicidade, da relativa generalidade € da proximidade com a lidade, a equivaléncia energética baseada na energia térmica potencial, utilizando ¢ critério fisico de comparagao a capacidade de produzir calor da energia contida nas va fontes energéticas, é a opcao adotada na comparacdo entre as diversas fontes de ener Equivaléncia técnic A introducao da dimensio téenica no estabelecimento de equivaléncias entre as for de energia amplia, sobremaneira, as possibilidades e discuss6es sobre esse tema. A questo, nesse caso, refere-se A maneira pela qual vai se dar a aplicacao do ct rio fisico de equivaléncia térmica, baseado na capacidade de gerar calor. Considerar se essa fase da discussao (calor versus trabalho) encerrada, a seguinte qui que parcela dessa energia térmica disponivel deve ser contabilizada nas diversas eta da cadeia energética? ‘A solucdo mais simples ¢ usual é a chamada equivaléncia em enengia final. N caso, consideramos a energia térmica potencial, contida em cada fonte cnergétic parimetro que define o contetido energético de cada uma delas em cada ponto da deia. A nica questao restante € a escolha entre PCS PCT, para 0 caso especifico combustiveis. N ssas fontes apresentam diferentes rendimentos no mom! da sua utilizagao. Por que nao incorporar esses rendimentos diferenciados na ho} estabelecer 0 contetido energético dessas fontes? “Ghamada de equivaléncia exergétca, na medida em que o que cla explicita é x parcela da energia qu ser convertida em trabalho (exergia). Ese critra fico para a comparagio entre at fontes energétcas arandes dificuldades na sia operacionalizaco. A primeira dela, sein divi, é nec maquina perteitac ideal na qual sein "medida" capacidade de realizar waballo das i No entanto, nio existe um *traballimetro™ que poss scr utilizado na medicio da capacidade de eal das diversi fontes, Por outro lado, mesmo se iw exists, a erergia mecinica no é forma de ener ante nas necesidades energéticas (mene de 25%); 0 que tomnaria 0 método pouico represen da energia, amia 14 AA resposta a essa questio deu origem a outro tipo de equivaléncia: a equivaléncia em energia ttl, Neste cato, o que € contabilizado é a parcela de enengia ull que sera efedivamente utlizada depois da conversio, e nio toda a quantidade de energia potencial disponivel na fonte. Este tipo de equivaléncia explicita os diferentes desempenhos tGen Cos das distintas fontes de energia. Se, por exemplo, para se tomar um banho gastam se 100 kcal de energia vil para aquecera agua, serio necessarias um pouco mais de 100 keal de cletricidade por se tratar de uma fonte altamente eficiente (quase 100%); ou 170 keal de gas, uma fonte menos eficiente (rendimento em toro de 60%). Portanto, 1 kcal de cletricidade nao tem o mesmo desemapenho de 1 Keal de gis Além disso, 1 Keal de is nto tem 0 mesmo desempenho em um aquecedor novo ¢ em umn antigo. A grande dificuldade da aplicacao dessa categoria de equivaléncia é a necessidade de se levantarem, de forma precisa, 05 usos finais € 0s rendimentos respectivos de cada fontc energética. Dessa forma, se esse tipo de critério de comparacao se mostra mate Preciso do que aquele representado pela equivaléncia em energia final, por outro lado le € inferior no que diz respeito a simplicidade e & operacionalidade. A possibilidade de comparar as fontes em termos de quantidade de energia pri maria, necessiria & producio ¢ ransformagio das fontes de energia, deu margem a construcio de um terceiro tipo de equivaléncia: a equivaléncia em energia priméria, Fssa é uma metodologia que vai ao encontro da preocupacio com o abastecimente energético, tio cara i politica energética Dessa forma, 0 contetido energético deixa de ser expresso em termos da energia térmica potencial ou da energia stil disponivel nas fontes energéticas, ¢ passa a expl ‘tar a energia presente em ma dada quantidade daquela fonte primaria principal do s=tema (por exemplo: petréleo ou carvio) Esse € um tipo de equivaléncia que surgiu nos anos 1950, quando o carvao ainda era =fonte primaria mais importante nos sistemas energéticos. Compararo contetido energe- ‘seo das diversas fontesa partir da quantidade de carvao que seria capaz de substituit esas Sentesera muito pritico, na medica em que o que era importante explciar era deman, ace carvio ~ essa era a demanda estratégica que deveria ser atendida. E nesse momento «© @.unidade ce equivaléncia denominada “tonelada equivalente de carvao" (tee) so, determina-se uma tec padro com um contetido enengético definido (7.000.000 © partir da quantidade de calor contida em cada fonte, escreve-se essa quantidade mos de tcc. Assim, se o contetido energético, expresso em energia final, de una nada fonte € 14,000,000 kcal, o contetido enengético dessa fonte, em termos de equivalente de catvio, sera 2 tec. Nesse método, a contabilizagao da eletricidade era a mais complexa, A solugdo var uma central térmica ficticia na qual a eletricidade era gerada a pastir do Assim, se a quantidadle de energia contida na cletricidade era de 7.000.000 keal, iccessirias 21,000,000 kcal de carvio para gerar essa quantidade de eletricidade cntral térmica com itm rendimento de 83%; ou seja, as 7.000.000 keal de ele. Je representavam 3 tec Quando o petréleo substituiu o carvéo, passouse a adotar uma tonelada equivar roleo (tep) como unidade de referéncia, com um contetido energético, em 10,000,000 keal 12, Feonomia da Brergia Portanto, é possivel identificar trés tipos de equivaléncias técnicas: equivalencia em energia final, equivaléncia em energia titil e equivaléncia em energia primaria. Usamos a primeira se quisermos saber qual a quantidade de energia térmica que, potencialmen- te, uma fonte de energia pode produzir; usamos a segunda se quisermos conhecer as quantidades de energia vitil que serao geradas, a partir dessa fonte; ¢, finalmente, se 0 que nos interessa é a quantidade de energia priméria necessiria para obter quantida- de dé energia contida nessa fonte, usamos a terceira equivaléncia, Se para aplicar a equivaléncia em energia final nao precisamos saber nada sobre os rendimentos, para utilizar a equivaléncia em energia util vamos precisar saber dos rendimentos da etapa de utilizacao de energia, a0 passo que no caso da equivaléncia em energia primétia seri preciso saber os rendimentos da etapa de transformacio. 1.3. Estrutura de producao e de consumo de energia: o balango energético O balango energético é um quadro contébil que procura descrever os fluxos energéticos a0 Jongo de um sistema energético. Ele € aplicado para um determinado espaco socio: ‘ccondmico ¢ para um periodo de tempo definido, explicitando as relacdes existentes entre o setor energético e os demais setores da economia. Por meio desse quadro conta bil acompanham-se 0s fluxos fisicos entre os produtores de energia e os diversos agentes consumidores, discriminandose a quantidade de energia que € produvida, transforma dae utilizada ‘A partir do Balango Energético é possivel analisar a evolucdo de um sistema ener gético a0 longo do tempo, assim como realizar anélises comparativas entre sistemas cenergéticos de distintas regides. Em um balanco energético, as linhas registram as operagdes © 08 agregaclos. operagdes descrevem o transito dos fluxos, as variagdes de estoque € se constituem ns sucessio de etapas percorridas pelos fluxos energéticos desde a origem até o seu dest no, Os agregados estabelecem as sinteses parciais a cada etapa importante do transito, Como ilustracio, cabe examinar como é construfdo o balanco energético no Bra sil! As colunas do balanco energético nacional (BEN) registram as fontes ¢ as formas die energia, de acordo com as etapas dos fluxos energéticos que estamos representand ‘O balanco energético € um quadro contébil que nao se refere, de modo algum a uma justaposicao de balancos especificos por fonte de energia, expressos em stiss “unidades originais (m, tonelada, kWh etc.). A necessidade de se agregarem as energias contidas nas diferentes fontes ¢ etapas dos fluxos é atendida recorrendose as equiva lencias energéticas, examinadas anteriormente. A unidade comum de medida, na qual sio apresentados os balancos energéticos, € a tonelada equivalente de petréleo (tep) embora possam ser encontrados, is vezes, balangos expressos em outras unidades (jou le, tec etc.). No entanto, a unidade mais comum é a tep. Tomando-e o balanco energético nacional (BEN), publicado anualmente pele Ministério de Minas e Energia do Brasil, passamos a descrever um balango energético. 7h alaboragio edivlgacio anual do balanco energético nacional é uma responsabilidade do Ministério de Minas Encigia (MME) eda Empresa de Pesquisa Energética (EPE).E possve acesst-o nosite do MME: wer.me gov Everiae Eomonia 13 1.3.1 Unidade basica de medida e fatores de conversio ‘A unidade bisica de medida utilizada no BEN é a tonelada equivalente de petréleo (tep), que apresenta um contetido energético de 10.000.000 kcal, correspondente a um petrleo padrao, com um poder calorifico inferior de 10.000 keal/kg. A equivaléncia utilizada no BEN é estabelecicla em termos de energia final, ¢ os produtos energéticos sio convertidos para tep, levando em conta os seus respectivos po- deres calorificos inferiores em rela¢do ao poder calorifico inferior do petréleo padrio. No caso especifico da eletricidade e da energia hidraulica, essa conversio é realizada a partir do efeito joule, que estabelece que 1 kWh = 860 kcal Para determinar a quantidade de energia hidraulica utilizada para gerar eletrici- dade nas centrais hidrelétricas, 0 BEN recorre a um recurso contébil. Considerando ‘que as perdas na conversio da energia mecinica, contida na energia hidraulica, para a energia elétrica, contida na eletricidade, so muito pequenas, 0 BEN estabelece que a quantidade de energia hidraulica utilizada como insumo a producao de eletricidade em uma central hidroelétrica é igual 4 quantidade de eletricidade produzida nesta central. Em outras palavras, a quantidade de energia hidraulica utilizada como insumo é igual A quantidade de eletricidade produzida. Portanto, a quantidade de calor que a energia hidraulica pode produzir é igual 4 quantidade de calor produrida pela eletricidade que eb gerou ‘Um exemplo de balanco energético € apresentado na Tabela 1.1. Para entender a estrutura do balango energético ¢ indispensdvel conhecer o significado de suas colunas inhas. Gohmas ‘Nas colunas sao representadas as fontes primdrias de energia (1 a 8): petréleo, gas na- teral, carvao vapor, carvao metakirgico, uranio (U308), energia hidraulica, lenha e pro- datos dia cana (melaco, caldo de cana e bagaco) Na coluna 9 sao apresentadas outras fontes primérias, tais como residuos vegetais striais utilizados para a geracdo de vapor, calor etc. Nacoluna 10 é apresentado o agregado “total de energia primaria”, representando rio das colunas 1 a9. As fontes secundarias de energia sio aquelas produzidas nos centros de transfor 50 € sdo representadas nas colunas 11 a 23: dleo diesel, dleo combustivel, gasolina iva e de aviagao), GLP, nafta, querosene (iluminante e de aviacio), gas (de ede coqueria), coque de carvio mineral, urdnio contido no UO2 dos elementos cis, eletricidade, carvao vegetal, alcool etilico (hidratado e anidro) e outras Lirias de petroleo (gas de refinaria, coque ete.) fa coluna 24 so apresentados os produtos nao energéticos do petréleo (graxas, s, parafinas, asfaltos, solventes etc.). Na coluna 25 sio apresentadas outras, rias: basicamente 0 alcatro obtido na transformagao do carvao metal jue. Na coluna 26 € apresentado 0 agregado “total de energia secundaria”, soma das colunas 11 a 25, A iiltima cohuna do balanco energético nacional consolida todas as enengias pro- transformadas ¢ consumidas no pais, sendo uma soma algébrica das colunas Economia da Energia 14 “ofA SHOES Enogace Ecoonia 15 Linhas Para melhor compreensio dos critérios de contabilizacdo, é importante explicitar a convencao de sinais utilizados no BEN. Toda a quantidade de energia que aumenta a energia a disposicao do pais € contabilizada com um sinal positive, 20 passo que toda a ‘quantidade de energia que diminui a energia disponivel para o pais é contabilizada com sinal negativo. Dessa forma, toda a opera¢do na qual a energia é adicionada ao fluxo energético vai aparecer no BEN com sinal positivo e toda a operacdo que retirar energia do fluxo ir aparecer com sinal negativo. Cabe notar que, no BEN, os consumos sio apresentados com sinal positivo, porém isto se trata apenas de um recurso para facilitar a exposicéo do quadro contabil, o sinal negativo esta implicito, ja que o consumo, por definicao, sempre retira a energia do fluxo. As linhas sio representadas de acordo com as seguintes definigdes e classificacées: * Balanco de oferta: constitui as operacdes que colocam a disposicao do pais a cenergia para ser transformada e/ou consumida Producao (linha 1): energia primaria que se obtém de recursos minerais vege- tais ¢ animais (biogis), hidricos, reservatérios geotérmicos, sol, vento, marés, Tem sinal positivo Importacdo (linha 2): quantidade de energia priméria ¢ secundéria provenien- te do exterior, que entra no pais ¢ ira contribuir para formar a oferta de ener gia. Tem sinal positivo. Variagao de estoques (linha 3): Diferenga entre o estoque inicial ¢ 0 final de cada ano, Um aumento do estoque significa que foi retirada energia do fluxo para 0 estoque, portanto ir aparecer com sinal negativo. Uma diminuigao do estoque implica a adigéo de energia ao fluxo que foi subtraida do estoque, portanto, essa operacao apresentard sinal positivo, Oferta total (linha 4): quantidade de energia primaria e secundaria colocada a disposicao do pafs a partir da producao, importacio e vatiagio de estoques. Exportacao (linha 5): quantidade de energia priméria c secundaria enviada do pais ao exterior. Tem sinal negativo, Nao aproveitada (linha 6): quantidade de energia que, por condicdes técnicas ‘0u econémicas, nao estd sendo utilizada atualmente. Tem sinal negativo. Reinjecdo (linha 7): quantidade de gas natural que é reinjetado nos pogos de petroleo para uma melhor recuperacio desse recurso energético. Tem sinal negativo. Oferta interna bruta (linha 8): quantidade de energia colocada a disposigiio do pais para ser transformada e/ou consumida. Corresponde a soma algébrica das. linhas 4.7. Balanco de transformacao: conjunto de operacdes que retine as transforma ‘ges softidas pelas diversas fontes e formas de energia. Total de transformacio (linha 9): quantidade de energia que entra e sai do conjunto de centros de transformacao existentes. Cabe notar que, quando a energia entra no centro de transformacio, recebe sinal negativo e, quando sai + recebe sinal positivo. A diferenga entre a quantidade de energia que entrou ¢ a que saiu vai definir as perdas de transformacao, que tém sinal negativo. comma da Energia 0s centros de transformacao representados no BEN sio os seguintes: © Refinarias de petréleo (linha 9.1): plantas onde o petrdleo é transformad seus derivados. Plantas de gas natural (linha 9.2): plantas de onde, a partir do gis nai obtém gasolina, GLP e nafta, Cabe notar que 0 BEN apresenta apenas coluna para o gés natural. O mais correto seria utilizar duas colunas: um: gis natural timido e outra para o gas natural seco. Na verdade, o gas na imido entra como insumo na planta de gés natural € os produtos que sdo a gasolina, 0 GLP, a nafta e o gas natural seco. O BEN contabil entrada apenas a quantidade de enengia que sera convertida em derivade considerando o gis seco, nem mia entrada nem na saida. Usinas de gaseificagao (linha 9.3): centro de transformagao no quial € p) do o gis manufaturado a partir de varias fontes: gas natural, alcatrao, naft Coquerias (linha 9.4): plantas onde é produzido o coque metaltirgico ~ ria;prima e combustivel para a siderurgia ~ a partir do carviio metalirg Ciclo de combustivel nuclear (linha 9.5): plantas onde € produzido o co tivel nuclear (UO2) para as centrais termonucleares a partir do urdnio (U Centrais elétricas de servico publico (linha 9.6): plantas onde é prodit cletricidade. Essas plantas podem ser centrais hidroelétrieas, termoclét nucleares, Centrais elétricas autoprodutoras (linha 9.7); plantas de geracio de ¢ de para uso préprio. Carvoatias (linha 9.8): plantas onde é produzido o carvio vegetal 2 pa Ienha. Destilarias (linha 9.9): plantas onde € produzido 0 alcool etilico a pa produtos da cana. Outras transformagées (linha 9.10): inclui, basicamente, a producao 0s industriais que podem ser utilizados como energéticos. Perdas na distribuicio e armazenagem (linha 10): perdas ocorridas « as atividades de producio, transporte, distribuicio ¢ armazenamento dc gia. Como exemplos, podem ser destacados: perdas em gasodutos, ole jinhas de transmissio de eletricidade, redes de distribuicio elétrica. As nos centros de transformacao nao esto inclufdas nessa linha. Consumo final (linha 12): energia priméria e secundaria consumica energéticos e nao energéticos. Consumo final nao energético (linha 12.1): quantidade de energia cor produtos que sio utilizados para fins nao energéticos. Consumo final energético (linha 12.2): agrega 0 consumo final energé setores: energético, residencial, comercial, paiblico, agropecuario, (a industrial e consumo nao identificado. Energia Economia 17 Consumo final do setor energético (linha 12.2.1): energia consumida nos cen- tos de transformatao ¢/ou nos processos de extracio ¢ transporte interno de produtos energéticos. Este consumo nao deve ser confundido com a energia que entra nos centros de transformacio, como matéria-prima, para ser trans- formada. Consumo nao identificado (linha 12.2.8): corresponde ao consumo que, por ares estatisticas, nao pode ser identificado. Transporte (linha 12.2.6): 0 consumo do setor de transporte é subdividido em rodovisrio, ferrovidrio ¢ maritimo. Industrial (linha 12.2.7); 0 consumo do setor industrial é subdividido em ci mento, ferro-gusa e aco, mineracio/pelotizacdo e nao ferrosos/outros da me- talurgia, quimica, alimentos e bebidas, téxtil, papel celulose, ceramica ¢ outros. O balanco energético permite examinar, de forma criteriosa, a evolugao das trans forages estruturais que ocorrem na oferta ¢ na demanda de energia em um deter aminado pais. Tomando como exemplo o caso brasileiro, é possivel notar, analisando Tabela 1.2, 1.3 ¢ 1.4, referentes respectivamente aos balancos energéticos de 1970, 2005 ¢ 2014, as mudancas estruturais da composi¢ao da oferta ¢ da demanda de energia Brasil. Sem pretender esgotar a riqueza de informagées que podem ser extraidas, 6 seressante ressaltar algumas mudancas a0 longo desse periodo, no que concerne as fontes de energia primsria: 1, Com a continuidade dos processos de industrializacio e urbanizacao, a lenha, que em 1970 eraa principal fonte de energia primaria na composigao da oferta interna bruta (cerca de 47%), foi progressivamente substituida por outras for tes de energia, e sua participagao no BEN caiu para cerca de 8,6% em 2014. O petréleo, que era a segunda fonte de energia primaria mais importante em 1970 (38%), tornowse a mais importante ao longo do perfodo, apesar de sua participagao relativa ter permanecido praticamente a mesma (39,8%). Mas é importante observar que a estrutura da oferta interna bruta de petréleo foi radicalmente alterada. Em 1970, 0 Brasil era dependente das importacdes de petréleo (70%). Cabe notar que, em 2014, o pais apresenta uma condicao de exportador liquido de petréleo, dado que o total das exportagées (26.800 tep) superou a quantidade total importada (18.082 tep).* Também € interessante observar 0 processo de diversificagao das fontes de energia priméria, Em 2014, a energia hidréulica (para gerar eletricidade), os produtos de cana (para a producio de alcool anidro e hidratado), o gas natu- ral (para miiltiplos fins enengéticos e nao energéticos) e, em menor escala, 0 uuranio (para a geracio de eletricidade em centrais nucleares) aparecem como fontes muito mais importantes do que em 1970. licencia com relagio as importagdes de pewréleo, no Brasil, foi alcancada em 2006, muito embora por junturas tena voli a ser importador liguido, por exemplo, em 2013.Voltaremos 2 este pro a0 18 Economia da Brerga | apestt woe PEE ‘Tabela 1.2 Balanco energético n ae Economia 19 2 20 Economia da Energia Tabela 1.4 Balanco energético Energae Exnomia 24 Outras consideracdes analiticas sobre 0 comportamento das fontes de energia secundaria e sobre a estrutura de consumo podem ser obtidas a partir do exame do balanco energético nacional. Esse é um bom exercicio para o leitor interessado em en- tender as mudangas estruturais do setor de energia. Tais mudancas sio motivadas por transformacdes econdmicas, histéricas, politicas, sociais, ambientais e tecnolégicas, tan- tono plano nacional quanto no internacional. Desse modo, o balanco energético é um instramento itil de andlise da oferta ¢ da demanda de energia de um pais. Mas, como todo instrumento contabil, ele representa retratos anuais da situacio enengética. Quais 6s fatores que provocaram essas mudan¢as? Para a Economia da Energia € fundamental mecorrer a outros instrumentos de andlise que possam fornecer infor mages adicionais, ‘em particular sobre as relacdes de causalidade entre energia e crescimento econémico. 14. As dimensies econdmicas da energia A importincia da oferta e da demanda de energia para 0 desempenho do sistema eco- Zresultado das miltiplas interagdes entre as diferentes dimensOes econdmicas svolvem osetor energético. Embora fortemente interdependentes, é possivel des- de forma esquematica, cinco dimensdes principa nisio macroeconémica compreende, por si s6, uma série de aspectos. Primeiro: a elasticidade-renda da demanda de energia, traduzida na relacao ener: scimento econémico, constitui um indicador central para o planejamento da ara a seguranga do abastecimento energético. Durante os anos 1970, a relagio IB era o ponto de partida para a elaboracao de modelos econométricos que projecio da demanda de energia no médio e longo prazos. Ademais, como se @ igualmente em torno da relacio energia-PIB que se define o conceito de ado: dada a escala dos empreendimentos, os programas de investimentos das energéticas tém participacao expressiva na formagao bruta de capital fixo decorréncia da distribuicio desigual dos recursos energéticos no © comércio internacional de energia ocupa um lugar de destaque, especial: conceme ao petrdleo, ao carvao €, em menor escala, ao gés natural. Por onto de vista macroecondmico, o equilibrio da balanca comercial é muito lacbes dos precos internacionais desses energéticos, podendo experimen- quilibrios a balanca comercial em momentos de alta, como nos choques de 1973 € 1979, Por outro lado, em tais situacdes, os paises exportadores apropriar de receitas de exportagao mais elevadas — mas também podem Idacles nos momentos de queda de precos.? ser imprescindivel a todas as atividades econdmicas, todos os paises Preocupar com os efeitos dos precos da energia sobre as taxas de inflacao. periodo contuecide do patamar de US$30 para menos de US$10 afetou a balanca comercial dos paises 22 Femoia da Energa Por fim, a comercializacao da energia representa, em todos os paises, uma das Principais fontes de arrecadagao de tributos, visando no plano macroecondmico garan- tir um “colchdo” de receitas tributarias ou, ainda, no plano social, utilizar esas receitas como instrumento dos aspectos distributivos. Dimensio microecondmica A dimensio microeconémica se reporta, por um lado, as fungdes de custo € aos crité rios de formacao dos precos dos energéticos. Esse é um problema delicado tanto para a inchistria de derivados, devido aos efeitos das flutuagdes dos precos internacionais dc petréleo sobre os precos internacionais e domésticos dos derivados, quanto para as in chistrias de eletricidade e de gas natura lio do trans nas quais as condigdes de mon porte e da distribuicio desses energéticos, na maioria dos pases, impdem a necessidade de regulacao de taritas Por esta razio, a andlise das diferentes estruturas de mercado e das formas de or ganizacao industrial é um ponto de passagem obrigatorio para examinar 0 proceso de constituicao e expansio das indtistrias de energia, bem como as estratégias en Por outro lado, ainda no plano microeconémico, os process sio de investimento e os mecanismos de financiamento constituem um elemento cen: wal a expansio dos sistemas energéticos. Dimensio tecnolégica © aproveitamento econdmico da energia esta diretamente vinculado ao processo inovacdes tecnol6gicas ¢ as técnicas ¢ equipamentos de producio € utilizacio de dife rentes fontes de energia Assim, o binémio energia-tecnologia € indissocidvel. As decisdes de politica ene gética sio pautadas por esse bindmio: por exemplo, apés 0s choques de petrdleo, opcées de incentivo a energia nuclear na Franca ou hidroelétrica no Brasil foram tributarias do desenvolvimento da capacitacio tecnol6gica e industrial associada a escolhas. Os programas de eficiéncia en quisa e desenvolvimento em tecnologias mais eficientes. m dependem de politicas de pes Dimensio de politica internacional A distribuigao desigual dos recursos energéticos existentes na natureza estabelece un série de complexas ¢ intrincadas relagdes comerciais e geopoliticas. Nio € por acaso que 0 controle de importantes reservas de petrdleo e de gés 1 tural esteve sempre no centro das relagdes econémicas, politicas ¢ mesmo militar entre paises produtores ¢ importadores. O mesmo vale para problema da construca de usinas nucleares, pois 0 controle desta tecnologia nao estd dissociado das questoes politicas e militares. Dimensdo ambiental A questéo ambiental ¢ fundamental para o desenvolvimento sustentivel. Entretanto, 1 existe nenhuma fonte de energia que nao cause algum tipo de impacto ambiental. O Nese respeito,o dtu da versio brasileira interessant lwo de Daniel Yergin, de 1904, gundncia, inher «pode, € bastante sugestivo Energia e Economia 23 impactos ambientais decorrentes da exploragao do uso de energia nas escalas local, nae ional e global'constituem um grande desafio intergeracional. Os danos ambientais pro- vocados pelas emisses de CO,, pela inundagio de areas para a construgio de barragens para a producio hidroclétrica ou, potencialmente, os problemas gerados pelo controle do lixo atémico, constituem exemplos dos diferentes problemas com os quais se defron- tam empresas e governos. Por esta razio, ha um intenso debate sobre os efeitos ¢ as formas de controle relacionados com o0 efeito estufa e com as mudangas climaticas, Nesse sentido, as restrigdes as fontes de energia mais poluentes ¢ 0s incentivos dados fs tecnologias mais limpas, impostas pelos mecanismos de regulacao ambiental, tem consequéncias diretas sobre os custos de producao e sobre os precos de energia. Ademais, este aspecto também tem relacdo decisiva com as escolhas tecnolégicas efetu adas pelas empresas, 14.1. A importancia do Estado no setor de energia Aiinteragio entre essas diferentes dimensoes determina, em larga medida, a agenda de pol tia energética de todos os paises, De maneira esquemtica,a politica energetica se areula em tomo: i) da seguranca do abastecimento de energia; e i) do uso racional eeficiente dos recursos naturais. Para tal, os governos, de uma forma geral, dispdem de instrumentos como as politicas de tributacio das fontes de energia, as politicas de precos os subsidiose incen- fives que permitem, em dliina instincia, promover o desenvolvimento de determinadas fontes de energia em detrimento de outras, consideradas mais caras ¢/ow mals poles Como destaca Martin (1992), todos os Estados nacionais, inclusive os mais arden: tes defensores do liberalismo econdmico, preocupam-se com aprovisionamento ener- B¥tico. Cada um deles 0 faz de acordo com as suas tradigoes,0$ seus Fectursos ¢ 0 sett [peso no cenario internacional: a Franca desenvotveu um ambicioso programa nuclear, f= Estados Unidos construram uma zona de livre comércio com os seus vizinhos do rte © do su, ¢o Japio transfer as suas indistrias intensivas em energia para outros s€ buscou estabelecer alianas com os paises do Golfo Devido as miliplas interacdes existentes entre as diferentes dimensies econémicas ilentificadas anteriormente, as politicas de energia ndo se esgotam nas intervengdes seto- rixsPortanto, as solugies dos problemas relacionados com 0 abasteeimento energético ni economia nacional podem ser encontradas na reorganizacio industrial, ns novas ies internacionais ou na gestio e diversificacio das fontes de enengia. Essa escolhas, viemente, em consequéncias sobre o crescimento e a competitvidade das nagdes, io das trocas internacionais, a divisio internacional do trabalho e a mudanga memnol6gica Neste liv é dada uma énfase particular as relagdes energia-crescimento econd- Em principio, nio hé controvérsia sobre a existencia de uma forte relagao entre imento econbmico ¢ o consumo de energia; porém, qualificar e quantficar esta nao sfo tarefas elementares. Como o consumo de energia esti relacionado com rescimento econ6mico? Este consumo aumenta no mesmo ritmo que o PIB, em 3s € em todas as fases do processo de desenvolvimento econdmico? E poms s cemtras que ceream a formulagio da politica energética, 24 Economia da vel identificar uma regularidade nessa relacio que sustente previs6es sobre 0 consu futuro de energia? Essas questdes, ainda conforme Martin (1992), nortearam as pesquisas sobre I nomia da Energia desde o final da Segunda Guerra Mundial. Ao responder essas pe guntas, abrese um vasto campo de investigacdo que evolui ao Tongo do tempo, sol forte influéncia do desenvolvimento do proprio contexto energético. 1.4.2. A matriz energética mundial A matriz energética mundial apresenta uma forte dependéncia do consumo de font fosseis de energia. Atualmente, o petr6leo, 0 gés natural € 0 carvio representam 87 energia consumida no mundo, sendo considerados os “vildes" em matéria de emisy de poluentes (Gréfico 1.1). A dependéncia em relagao ao petréleo se consolidou meados do século XX e, desde entio, vem se mantendo constante. Em relacao a esse pecto, o Brasil dispée de uma matriz energética considerada mais limpa, utilizando & 6% de combustiveis fésseis. Isto decorre da presenga, maior do que a média mundial energia hidraulica e da biomassa como fontes de energia primaria (Tabela 1.5) ‘A reparticao geografica do consumo mundial de energia pode ser observada no G fico 1.2. Cabe recordar que os paiges das regides da Africa e das Américas do Sul ¢ al apresentam consumo de energia muito baixo em relacdo as outras regides. Co sabido, os paises que compdem essas duas regides sao, em média, paises com renda paixa ¢ menos desenvolvidos. Dessa maneira, 0 nivel mais baixo de consumo de ener Zo chega a ser surpreendente, se lembrarmos que os paises mais desenvolvidos ten a consumir mais energia, Matriz Energética Mundial Renovavéis Hidroclotrcidade Penge 1% Energia Nuclear a Git (Gas Natural 28%6 Finke BP Statistical Review 201. Grafico 1.1. Matziz energética mundial - 2014 Evegiae comin 25 — Amériea do Note — Prion do Sule Contra — Exropa — otente Mésio — bsica — hein Oveania 00 PEPPEPEEPPEESEO RES Forde BP Static Review 20 Grréfico 1.2. Consumo de enetgia primérfa mundial (em mi ‘Tabela 1.5 Oferta interna de energia ~ Brasil 10° tep Fonte de energia Oferta interna de energia leo € Derivados 7 394 (G& Natural 135 (Carvio Mineral e Coque 5 87 13 ica ns los da Cana 48.128, 157 Canvio vegetal 24,728 81 Renovaveis 12613 305.589 100% Uma das principais dificuldades inerentes a andlise do comportamento e das ten- le longo prazo da oferta e da demanda de energia diz respeito as mudangas is. Ao Iongo do século XX, importantes transformacées ocorreram na estre consumo da energia. Até meados do século XX, a fonte de energia priméria te ainda era 0 carvao (Tabela 1.6). A partir da segunda metade daquele século, se torna a principal fonte de energia. Entre 1950-1973, os precos baixos ¢ a ndante permitiram a forte expansao da demanda de petrdleo e de seus der Esse periodo coincide com a forte recuperagdo da economia mundial apéso fim g ra Mundial, Nesse periodo, a taxa de crescimento da demanda total de 26 Fxonomiada Energia energia foi de 4,8% a0 ano, enquanto a demanda de petr6leo erescia num ritmo mals acelerado de 7,7% ao ano. © consumo de energia esta intrinsecamente relacionado com as diversas dimensoes econémicas destacadas anteriormente, as quais, em iiltima insténcia, contribuem par xplicaros diferentes graus de desenvolvimento econ6mico dos patses.O setor energetics “etratégico pelos seus impactos nas mais diversas dimens6es do desenvolvimento susten tivel, especialmente na economia. ‘O perfildo consumo e da oferta de energia vem se modificando desde o fim da décad de 1970, quando as duas crises do petréleo - em 1973 ¢ 1979 - provocaram uma profunds teestruturagao do planejamento energético em praticamente todos os paises do mund« ‘Ralta de pregos desse combustivel influenciou na reorientacao de politicas energéticas Gquais passaram a privilegiar as questoes de garantia da seguranca do suprimento ¢ paras cantata de redugao da dependéncia energética, Essas politicas visavam a substituicaio petrdleo por outras fontes ¢diminuigio da dependéncia dos paises importadores visa bs paises da OPEP (Organizacao dos Paises Exportadores de Petrsleo)."* ‘Cabe notar que, ap6s os choques de petrsleo dos anos 1970, 0 ritmo de crescimen da demanda total de energia primaria experimentou uma forte desaceleracao. Usando Gados ilustrados é possivel constatar que entre 1950 ¢ 1978 as taxas médias de crescime to anual da demanda mundial de energia e de petr6leo foram, respectivamente, 48° 77:79. Entre 1973 ¢ 1989, essas taxas foram respectivamente 2.2% ¢ 0,72% ao ano. E's recentemente, apés a virada do milénio, as uxas observadas, no periodo 2000 ¢ 20 foram equivalentes a 2.4% e 1,05 % ao ano, respectivamente, e muito inferiores qu observadas desde o segundo pés-guerra até o primeiro choque do petréleo, ‘Tabela 1.6 Evolugio do consumo mundial de energia (em milhoes de tep) _ 1900" 1950. 19731989 200020112020, 4.483 Carvio 508 «471.688 «2405 2 3.773 Pewéleo 20-504 2.755 3.095 3.664 4108 4.546 as 7 158 «961 (1.808 2073-2787 3.3 Eletricidade Primaria 376 «338 «OLS Ol 7K 1.RMB Biomassa 429 419-589-868 1.016 1.800 1.472 Total 965 2.099 _6.181_8.77_10.071_13.070_15.359 “Fone Marin (1902) para os dados até 1989, e TEA (2019) para os demas dados © projecdes. Tou: Eletricidade primar ~ hidroeltrcidade e encrgia clear. Nio obstante a forte reducio observada na demanda, petréleo permanece a principal fonte de energia primaria, Na virada do milénio, os prineipais trabal provisio de demanda e de oferta de energia tem convergido para cenérios em petréleo ainda mantém seu papel central na oferta de energia para a econow Mal, Na Tabela 1.6, as projecdes da Agéncia Internacional de Energia (IEA) ap para a continuidade dos combustiveis f6sseis (carvio, petr6leo © gas natu Energética mundial projetada para © horizonte 2035, Ts causa ms principals consequéncias dos choques de petrleo serio examinadas no Capitulo 2 Fnergiae, Contudo, a agenda de pesquisa prospectiva em energia tem sinalizado novas ten- éncias, indicando alternativas de diversificacio da matriz energética de muitos paises aolongo do século XI, visando precisamente alcangar metas de redugio das emissGes de gases de cfeito estufa. Isto implicara a adocao de novas diretrizes de politica ener gética objetivando reduzir a participacio dos combustiveis fésseis na matriz energética mumdial, dado que a queima destes combustiveis € responsavel por elevados niveis de emissio de poluentes." A redugio no ritmo de crescimento da demanda de energia primeéria nas tiltimas décadas do século XX foi resultante, por um lado, das politicas de energia apés os choques de precos do petréleo, as quais privilegiaram a substituigao dos derivados de Petroleo ¢ os programas de eficiéncia energética. Por outro lado, a reducao do ritmo se crescimento econdmico da economia mundial, a partir do inicio dos anos 1980, pro- ‘wecou uma forte inflexdo na relacdo entre o consumo de energia ¢ o PIB. As relacoes de causalidade entre estas duas variveis sio de particular interesse para a Economia da Energia ¢ devem ser examinadas de forma c 1433 Arelacao energia e crescimento econdmico nos modelos econométricos pprimeiro trabalho de referéncia sobre a relagdo energia e erescimento econdmico foi Publicado por E. Mason (1955) e constatava a existéncia de uma correlacio si entre a renda nacional ¢ 0 consumo de energia per capita, buscando assin ediimativas sobre a clasticidade-renda da energia (Box 1.1). Essa constatagao baseava-se «mum grafico logaritmico, no qual foram plotados dados relativos a renda nacional ¢ asumo de energia ce 42 paises, para o ano de 1952. Nos anos 1960, Mainguy (1967) mostrou que existia, grosso mado, uma relacao de orcionalidade entre as variacdes no consumo de energia e na renda nacional, tra- em uma elasticidade muito préxima a 1, para a maioria dos paises. Dese modo, até o final dos anos 1960, havia uma percepcao de que existia uma Serte correlacio entre o consumo de energia de um pais e a sa renda, e, mais do que que essa correlacio era constante ao longo do tempo e valia para a grande maioria es. Emoutras palavras, haveria um tinico padrio de relacio entre o crescimento sumo de energia e o crescimento econémico ~ traduzido em uma elasticidide- ima a 1 -, que fazia com que todos os paises seguissem uma Gnica tajet6ria, icava claramente os crescentes nivets de consumo energético associados aos cres- sniveis de renda (MARTIN, 1992; PERCEBOIS, 1989), Nessa trajet6ria energética, mais pobres, na medida em que se desenvolviam, iam aumentando 0 seu con- de energia na mesma proporcio que os paises desenvolvidos aumentavam o seu ». Esse erescimento poderia ser maior ou menor, em funcio do crescimento da » proporcio era sempre a mesma; ou seja, independentemente do estégio ivimento, a elasticidade-renda era sempre igual, ou muito préxima, a 1, para s paises. 6 as principais tendéncias de longo prazo em matéria de inowcdes tecnokigicas © emer quais condicionam os esuidos de previsio da demanda de longo prizo e a formulacSo das pala 28 Fconmiada Eregia ca sticdade da demands informa a variaego percentual que ocorrera na quamtidade demandada, da uma variagao de x% em outra yariavel de interesse, Normalmente, o interesse tipos de elasticidade; a elasticidade-preco da demanda e a elasticidade tenda da deman A elasticidade-renda ca demanda corresponde a variaeio percentual da quantidade demandada resultante de uma variago de x3 na renda (Y) i sobre dois AQ AY Ela ¢ positiva para bens normais (Le., bens cujo consumo auments com o aumento da ends), ¢ negativa para bens inferores, -preco de demanda mede qual a varlagao percentual na quantidade deman¢ (Q) de uma mercadoria apés uma alteragio de x% em seu prego (P) A clasticidad P AQ AP Quando a elasticdade-prego da demanda @ maior que 1 em modulo, diz-se q ao prego; se for menor que 1 em magnitude, a demanda € dita intelistica ao prego, 4 elasticidade-preco da demanda por um bem depende de vais fitres, entre eles destacam-se: ‘a natureza da necessidale que o bem supre (em geral, bens de Inxo tem maior elasticidade que bens de primeira necessidade); o tempo de andlise (curt ou longo prazos), pois a elasticidade-prego tende a ser maior no longo prazo; ¢ a proporao de tenda gasta com um bem em particular. Cabe ress ue a elasticidade-preco da demanda por uin bem depende da disponibilidade de outras mercadorias qe possam substitu-la. Quando existem substitutos, um aumento no prego de um bern faz com qu consumicdor passe a compre ss substitutes, Assim, ademanda altamente els m substitutos, a demanda tenders a ser ineléstica ao p Nesse sentido, desta : reco cruza bem. Ela ¢ definida pela variagto percentual na quantidade demandada de um rariago no prego de outro bem (Pb, ea demanda € ainda, 310s de tal my se também a i port PO) A Fqcaye09 = Xa) AP(b) Se o sinal da elasticidade cruzada for (95 bens so chamados substirutos; se 0 sina negativo, os hens sto complementares, J. Darmstadter (1971) constatou que embora a relacio entre consumo de energi PIB (Produto Inteo Brato) fosse estreita, ela nao era proxima de 1. No caso dos mode los apresentados, utiliza-se o PIB per capita como medida da renda, 0 que sera citi, com sera visto adiante, para examinarmos a elasticidade-renda da demanda de energia. ( modelo econométrico Smples utilizado por Darmstadter (1971; 1977) era es da seguinte forma: Log (E/POP) = POP +BY, onde E/POP representa o consumo de energia per capita (B é a energia, mensurada tonelad equivalentes de carvio, POP representa a populacao, em ntimero de habit tes) e ¥/POP, a renda per capita, medida pela razdo entre as varidveis PIB E POP. Energiae Ecoromia 29 Além da ndo proximidade em relacdo & unidade, Darmstadter (1971) constatou que havia dispersées significativas, que nao podiam ser ignoradas, entre diferentes gru- pos de pafses, segundo os diferentes estagios de desenvolvimento, Nesse sentido, o autor afirmou que a renda per capita nao era a tinica varisvel expli- cativa para 0 consumo fer capita de energia e que, em vez de buscar uma relacao tinica € universal, seria melhor pesquisar relagdes que permitissem incorporar as diferengas existentes entre os paises. Aagenda de pesquisa no inicio dos anos 1970, em matéria de modelos econométri- cos aplicados ao setor de energia, recebeu uma contribui¢ao significativa com o trabalho de Janosi ¢ Grayson (1972). Eles especificaram um modelo, estabelecendo as rel entre o crescimento do PIB € 0 consumo de energia no periodo de 19% 20 paises. Os resultados encontrados foram excelentes para 0 modelo qu Log E= a+ B PIB Nesse trabalho, a forte relacdo entre o crescimento econémico € o consumo de energia foi confirmada, mas os coeficientes de elasticidade em relacio ao PIB variavam de 2,07 (Filipinas) até 0,48 (Reino Unido). Segundo Martin (1992), & primeira vista, 0 nivel do PIB per capita explicava essa dispersio, na medida em que, nos paises mais ricos apao, Estados Unidos, Franca, Bélgica, Alemanha, Reino Unido), a elasticidade era quase sempre inferior a 1, enquanto era suiperior a esse valor nas paises mais pobres Filipinas, Tailandia, india, Iraque, Chile, Colombia)."? No que diz respeito as estruturas econdmicas, a elasticidade do consumo de ener- gia em relacao ao PIB parecia ser tanto mais elevada quanto maior fosse 0 crescimento a indtistria em uma economia dominantemente agricola. A tendéncia se invertia & medica que a participacao da inckistria aumentava no PIB. Do lado do suprimento de energia, a elasticidade poderia ser tanto mais elevada io mais baixo fosse o preco relativo da energia para esses paises. Levandose em conta 0 agregado que constituia o consumo energético, nao se 1 esperar um quadro homogéneo. Os produtos da biomassa, os carves, os deri- de petréleo, o gas natural e a eletricidade eram fontes de cnergia que apresenta- diferentes rendimentos na utiliza¢ao. Assim, crescimentos idénticos do consumo ‘o de energia poderiam mascarar cresc nentos bastante diferentes do consumo i Util, porque as estruturas de suprimento nao evolufam no mesmo ritmo, ou na directo, ao longo de um determinado perfodo de tempo. Dessa forma, em uma economia na qual os derivados de petréleo e o gas natural : cm rapidamente a lenha ¢ o carvao, o crescimento do consumo de energia «mais rapido do que o consumo de energia primria medido pelos dados vs, Nesse caso, a elasticidade aparente em relacdo ao PIB seria subestimada em cao aelasticidade apresentada por uma economia na qual a estrutura de supri- {encontrassem entre os pats ais desenvolvidos inversamente, Portal, Gee Slém dso, cconomias ti diferentes como Argentina, Canad, Ditamaarem India (1,54), Portanto, outros fares explcatves, qe mo 30 Economia da Frerga Nos anos 1950 ¢ 1960, os precos reais da energia apresentavam uma tendéncia decrescente ¢, por conseguinte, despertavam pouco interesse como varidvel explica tiva para crescimento do consumo de energia. O choque representado pela alta do preco do petréleo, em 1973, levow a revisio dessa posicdo, A necessidade de estimar a variavel elasticidade-preco foi introduzida nos modelos explicativos do comportament do consumo de energia. Como destacam Hansen ¢ Percebois (2010), os modelos que estimam simultaneamente as clasticidades renda e preco assumem a forma genérica ¢ uma funcie Cobb-Douglas: Ya. PB Ao utilizarmos a forma logarftimica (ainda que mantendo a notagio expressa ante riormente) neste modelo, passamos a ter: E=k+a¥+BP E interessante observar que, desse modo, os pardmetros 0 B representam, respec tivamente, as elasticidades renda e preco da demanda de energia, com sinais espera = (dE/E) / (d¥/Y) > 0 ¢ B= (4E/E)/(aP/P) <0 Uma ilustracio deste tipo de modelo apresentada em Hourcade (1989) clemonste os seguintes resultados: 1. A clasticidade-renda, préxima da unidade no periodo de 1960 a 1973, dim nuia fortemente de 1973 a 1987 em diregao a valores compreeniicos ent 1,10 e 0,5, ilustrando 0 descolamento entze os ritine das dua variveis, como também a grande variabilidade da clasticidade nda de pais para outro, 2. A clasticidade-preco explicava, em parte, esse descolamento observado a pat de 1973, atingindo valores mais significativos no longo prazo de (2) 0,4.a (2 0,2). Entretanto, a fragilidade ¢ 2 utilizagio da clasticidade-pree 0,8 do que no curto prazo (de (2) 0,1 a ( grande dispersio dos coeficientes tornavat dificil de ser operada, A conclusio obtida a partir desse conjunto de estudos era de que o comp: mento do consumo de energia nao era totalmente redutivel as variagSes no volun atividade econdmica, tampouco as variagdes dos precos: sempre restava uma tendé de longo prazo, que as relagdes econométricas ndo conseguiam apreender." Nao se tratava, aqui, de uma simples deficiéncia, que a sofisticagio crescente modelos econométricos poderia eliminar, mas do reconhecimento que essa above gem apresentava determinados limites. O primeiro relacionava-se com as difculd de interpretar 0s coeficientes globais de elasticidade. Uma forte clasticidade-pre¢ consumo de energia poderia encobrir modificagées do comportamento dos cons dores, mudangas de equipamentos ou adocdes de novas técnicas, sem que fosse poss discriminar fatores tao diferentes. Inversamente, uma elasticidade-preco fraca po simplesmente mascarar reagGes em sentido contririo que se compensavam. a sobre modelos economéiicos relacionanclo demand de energie PIB pode serv hl eStemer (1991), Uma boa cebois (1980; 1997). Outras abordagens podem ser encontradas em Energia Adeemais, o fim dos anos 1970 ¢ 0 inicio da década de 1980 constitu um periodo par- ticularmente conturbado para a economia mundial. A crise dos juros.internacionais € 0 segundo choque do petr6leo, em 1979, a elevaco das taxas de inflacao, a reducao do cres cimento econémico e as dficuldades macroecondmicas dos paises em desenvolvimento ~e ‘mesmo de um grande ntimero de paises desenvolvidos - sio fatores que caracterizam o fim das regularidades de comportamento que vigoravam desde 0 pés guerra, A partir de entio, a téenicas € os modelos econométricos tendem a ser adaptados e sofisticacos, dado que os modelos até entio empregados estavam ancorados na premissa de regularidade do com- portamento do consumo de energia, das taxas de crescimento econdmico € dos pregos. De fato, o que se observa apés as rupturas das regularidades destas varidveis é um progressivo descolamento do comportamento da cemanda de energia com relacio 20 PIB. Esses limites nao implicam a rejei¢ao da abordagem econométrica. Fla conserva stia uilidade para 0 estudo da demanda de energia no curto prazo (equipamentos € técnicas ‘constantes) ¢ no balizamento do campo de evolugdes possiveis. Contudo, tornase necessé- ‘ioempreender outras tentativas na busca por abordagens que pudessem explicar melhor 0 comportamento do consumo de energia. ‘Mais recentemente, Hannesson (2009) realizou um estudo econométrico usando abordagem semelhante, para 171 paises no perfodo 1950-2004, combinando 0 conjunto ‘de variveis apresentadas nos modelos anteriores. Neste modelo, a demanda de energia era cxplicada pelas variaveis PIB, PIB fer capita e preco do petréleo. Um dos princ- pais resultados analiticos do modelo revela que a demanda de energia se torna menos a0 crescimento econémico, especialmente nos paises industrializados. Dado 0 conjunto de paises usados, diferentes observacdes podem ser destacadas, sepa- por exemplo, paises importadores e exportadores de petréleo. Nos primeiros, cies da variavel prego escolhida (preco internacional do petréleo) tendem a testes paises menos intensivos em energia. O mesmo ja ndo acontece nos paises lores, daclo que nestes paises os precos domésticos de energia tendem a se situ » dos precos internacionais. O indicador de intensidade energetica io internacional entre o nivel de consumo de energia ¢ PIB revela gran- 2s entre paises, limitando aabrangéncia dos fatores expicatvos. Apest permits uma visio panorimica, a andlise ancorada apenas ne \e de comparacio, pois nao contempla uma série de elementos explicativos ‘Ademais, cabe notar que, a partir do primeiro choque do petréleo, a questio que seeds nus iz epto menos expansio do consume da ener ess os, Nest peed, certs dferengasinternacionas eam Por que o consumo per capita de energia primaria era muito mais elevado s Unidosdo que em outros paises industrialzados, como a Suécia, a Alerma- ca, onde a renda per capita nao diferia muito da americana? rio aparecem no grifico por questées de apresen'acio, pois o PIB norteamericano, mesmo ac dis pin Etec A (Cabe assim informar que, ‘dados mencionados, 0 PIB dos Eads Unidos, em 2004, foi equivalente a US$ 17 a ‘-comsimo de energia prima fol igual a 2530 miles de rep 32 Fcmomia da Energia Seria aconselhvel buscar a resposta na quantidade de energia que cada econcs cional deveria aprovisionar, mediante a produgio e a importagao, para procusir Use de PIB, Essa razio, mensurada em toneladas equivalentes de petréleo (tep) por mil constantes (e comparados a partir da paridade de poder de compra), meditfa a int ‘energética da atividade econémica. Existem varias formas de mensurar as relacdes entre intlicadores econd energéticos. Um dos indicadores mais usados, especialmente em estudos com vos, € 0 Indicador de Intensidade Energética (IIE), que é a razio entre o co de energia de um pais, expresso em alguma unidade energética (por exempl fep), € 0 valor do seu PIB, mensurado em unidades monetarias, Em outros x o IIE expressa a quantidade de energia necesséria para a producao de uma wun monetiria do PIB. © Indicador de Intensidade Energética €, dessa forma, também considerado medida da eficiéncia da utilizacao da energia para a geracio de riqueza no pais indicador de intensidade energética muito alta aponta a necessidade de uiilimr energia para gerar cada unidade de PIB. Esse indicador, no limite, era tio geral e precdrio para interpretar a relacio ¢ © consumo de energia e a atividade econdmica quanto 0 cocficiente elasticicacens dado que 0 seu numerador ¢ 0 seu denominador nao eram mais homogéneos do qh Presentes na elasticidade-produto, Entrcianto, ele se prestava mais facilmente a devae gacdes setoriais ¢ fatoriais, possibilitando a busca pelos verdadeiros fatores explicat do consumo energético, A partir da década de 1980, as modificacdes conjunturais e estruturais ocort no cenario internacional promoveram relevantes alterages nos critérios de prov thento de recursos energéticos. De fato, se antes, para atender aos requisitos energe demandados pelo crescimento econdmico, a maior parte das avaliagdes se concents as perspectivas de expansdo de oferta de energia, atualmente a énfase no uso clici de energia torna-se preponderant. De uma maneira geral, pode-se afirmar que a eficiéncia energética aumenta qu dlo se consegue realizar um servigo ¢/ou produzir um bem com uma quanti. cnergia inferior & que era usualmente consumida, Neste sentido, ser eficiente do px de vista energético equivale a gastar menos quantidade de energia para se obter mesmo resultado final; ou ainda, gastar a mesma quantidade de energia e obter mn rendimentos, um melhor resultado fi Da mesma maneira, é possivel afirmar que a eficiéncia no uso da energia ui quando se consegue alcancar 0 mesmo nivel de bem-estar com menor uso de cn Isso poderd ser obtido, por exemplo, com a melhoria das técnicas proclitivis, al das estruturas setoriais da economia ou, até mesmo, com mudaness comportane, da sociedade. De todo modo, uma precaucio ¢ necesséria. A construcio da base de dados ps andlise comparativa de intensidade energética nao é simples e deve ser tratncla com's. {ante rigor metodolégico a fim de evitar erros de interpretacao. Brergiae Ecomia 33 Voigt e alli (2014) destacam, em trabalho empirico realizado para um conjunto Ge 40 paises, que as mudancas tecnolégicas contribuem para explicar as reduces, recentes de intensidade energética em diferentes paises. Destacam também que em paises como Japio, EUA, Australia, Taiwan, México ¢ Brasil, a mudanga da estrutura smclustrial é um fator adicional para explicar a diminuicao da intensidade energéti (O trabalho da IEA (2008) avanca também no sentido de desagregar, setorialmente, nente de intensidade energética buscando destacar as fontes principais dos ga ficiéncia energética em diferentes setores por pais. Este é um tipo de exercicio nte para aumentar o poder explicativo e a qualidade da andlise comparativa em los sobre intensidade energética 5.1. A decomposicao do indicador de intensidade energética: efeitos ¢ ‘idade, estrutura e contetdo destacado nas segdes anteriores, varios fatores interferem na variagio do con- de energia final de um pais no decorrer de um periodo. A Tabela 1.7 apresenta s hipotéticos, para dois paises (A e B), sobre 0 consumo de energia, 0 Produto Bruto (PIB) e a relacio de intensidade energética energia/ produto, represen: espectivamente por E, Ye E/Y. A questio central a ser respondida é por que a intensidade energética do pais A é lo que ado pafs B? Em outras palavras, por que 0 produto total do pais A é mais sivo em energia do que o produto total do pais B? Pode-se observar que os setores «le producao de aco no pais A so menos intensivos do que os mesmos setores B. No entanto, a producdo de aco ocupa um papel muito maior na economia do (80% da producao) do que na economia do pais B (20% da produgao). Consequentemente, na medida em que a intensidade energética da producio de tito maior do que a da produgio agricola, a sua elevada participacio no produ- lo pafs A faz. com que a intensidade energética total de A seja maior do que a E isto ocorre apesar de as intensidades energéticas especificas de cada setor de A. nenores que as respectivas intensidades energéticas setoriais de B, Por tris dessa 1 presente no fato de que, embora os dois setores em questo apresentem des menores no pais A, a sua intensidade total é maior do que a de B-, esto es explicativos da evolucao do consumo de energia: 0 efeito estrutura ¢ 0 efei- Adicionando-se um terceiro — 0 fator atividade -, tem-se um conjunto de do qual se pode identificar melhor a relacio entre atividade econdmica no de energia, Desta forma, Martin (1992), Percebois (1989) ¢ Hansen e Percebois (2010) de- que a variagéo do consumo final de energia de um pais em um determina io depende: do crescimento econdmico (efeito atividade), das mudancas na do produto (efeito estrutura) da evolucao do contetide energético de cada (feito contetido). 34° Economia da Energia ‘Fabela 1.7 Estrutura do produto interno bruto e do consumo de energia cores Pais B F Y E/Y E Y EY tep _USS1.000 _tep/US$1.000__tep_US$1.000 _tep/US$1.000. Agricultura 26 50 052 120120 1,00 Aco 290 200 1,45 60 30 2,00 Total 316250 1.26 180150 1s Isto posto, podese avaliar a incidéncia de cada um desses efeitos exprimindo | de energia (EF) da seguinte maneira: ER. VAi er = 28, VAL oo Dar" pos Aqui Eli representa 0 consumo fi i. VAi indica, por sua vez, o valor agregado da atividade econémica i. Como se sabe somatério dos valores agregados das n atividades econdmicas de um dado pais equival ao seu PIB. A variagio de consumo do ano nparaoano n+ Léa do efeito estratura (2), do efeito atividade e de um residuo € (representando eventua al de energia no setor de atividade econdmic efeitos de segunda e terceira ordem) ABE = SDagtt x VAL PIB tab pas avai PB ER. Vai + EE VAL PIB Dyar* ee re Tomando-se como exemplo os dados contidos na Tabela 1.7, pode-se identifi contribuigao de cada efeito para a explicagio da diferenca entre o consumo ene dos dois paises (Tabela 1.8 a 1.12). Tabela 1.8 Estrutura do Produto Interno Brato e de Consumo de Energia Sctores Pais A Pais B E Y EY tep _USS1.000___tep/US81.000 $$1,000 Agricultura 26 50 052 120 Ago 20 200 145, 60 30 2,00 Total 316 250 1,26 180150 1,20 Energia e Economia Tabela 1.9 Efeito Contetido PIB AEF Agricultaral (0,52=1,00) 150 (-) 57,60 Aco (1.45 -2,00) 150 (-) 16,50 Total 710 ‘Tabela 1.10 Efeito Estrutura Ei (VA Vai PB PIB AEF Agricultura 1,00 (0,20-0,80) 150 (©) 90,00 Aco 2,00 (0,80-0,20) 150 180,00 Total 90,00 ‘Tabela 1.11 Efeito Atividade EF VAi APIB AEF Agricultura ——~—~S~«*OO~—«O8D.—HO=150) 80,00 Aco 2.00 (250-150) 40,00 Tora 120,00 Tabela 1.12 Efeito Total Gontelido EsiruturaAtividade ‘Total Agricultura (-) 57,60 (-) 90,00 80,00 67,60 Aco (1650 180,00 40,00 Total (7410 90,00 120,00 As tabelas indicam que os trés efeitos ~ contetido, estrutura e atividade - explicam varte da diferenca de consumo de enengia existente entre os dois paises consi- iu seja, 135,90 tep ds 136,00 tep que compdem essa diferenca (316 tep — pais, 180 tep — pais B). Em valores absolutos, 0 fator explicativo mais importante (com € o nivel de atividade econdmica maior no pais A (US$250.000) do que no (UIS$150,000). Em seguida vem o fator estrutura (com 90 tep), fruto da maior » da produgio de aco, muito mais intensiva no uso da energia do que o setor no pais A em relagao ao pais B. Por tiltimo, aparece 0 efeito contetido (com 74,10 wep), que indica um uso mais eficiente da energia nos setores econdmicos no do que no pais B que, no entanto, nao ¢ suficiente para contrabalancar os dois itivos anteriores. Cabe observar que, apesar das diferencas entre 0 nivel de atividade econdmica € produtiva, as intensidades energéticas dos dois paises so muito préximas: A= 1,26 tep/US$1.000; pais B = 1,20 tep/US$1.000. Isto é explicado pela melhor 36 eficiéncia no uso da energia no pais A, que faz. com que a diferenga entre as intensida: des energéticas dos dois paises atinja um valor, relativamente, reduzido de 5,0%. Para isto, contribuem, de forma decisiva, a reducdo significativa da intensidade energéti na agricultura, de 1,00 tep/US$1.000 para 0,52 tep/US$1.000, que colabora para um diminuicdo do consumo de (-) 57,60 tep, € na producao de aco de 2,00 tep/USS1.000 para 1,45 tep/US$1.000, que ajuda a atenuar, com menos (-) 16,50 tep, 0 cresciment total do consumo, Desta forma, a decomposi¢ao do consumo € da atividade econdmica por inter médio do conceito de intensidade energética permite explicitar melhor os fa némicos que explicam as diferencas observadas no consumo energético, ao longo d tempo e entre diferentes paises, separando aqueles relacionados com as melhorias n eficiéncia do uso da energia daqueles relacionados com as mudangas na estruturst p dutiva e no nivel da producio. 1.5.2 Intensidade energética, estruturas industriais e escolha técnica Historicamente, & possivel constatar que os pases industrializados que apresentava no inicio do século XX, uma intensidade energética elevada eram justamente aqu que mais desenvolver alurgia, a indistria quimica ea industia d rata: 0 carvio. Esse era o caso do Reino Unido, da Bélgica/Luxembungo, da Alema ¢ dos Estados Unidos. Inversamente, a intensidade menos elevada da Franca e da It final do século XIX, o preco da tonelada de carvio era duas vezes mai ligado a dotagio diferenciada de recursos naturais, am Segunda Guerra Mundial, com o declinio relativo do ca apresentava baixos custos de transporte em longa distancia, permitindo 0 desenve © primeiro choque do petréleo no s6 moderou, mas aé mesmo inverteu es cao da producio interna de ferilizantes, materias plasticos ¢ de alumfnio, que mais rentével em seu préprio territério, pela importagio desses produtos. Na Ei Ocidental, a indtistria quimica também se reestruturon, concentrando a sua prod em produtos de alto valor agregado, obtidos a partir de produtos quimicos prim importados de paises produtores de hidrocarbonetos, como Argélia, Ardbia Sau Venezuela, México © Indonésia. © endurecimento das normas de protegio a0 ambiente nos paises industralizados também incitou o deslocamento da proxi Produtos industrais primavios, mais poluentes, para fora desses paises. Além « paises detentores de recursos hidroelétricos abumdantes e baratos ~ Nonega, Ca Brasil ~tornaram-se bastante atrativos para a indiistra eletroquimica e eletr a. A evolucdo da produgdo mundial de alumfnio nas dltimas décadas reflete b efeito estrutural da disponibilidade de eletricidade abundante e barata. No entanto, esse deslocamento industrial nao é suficiente para explicar significatva das intensidades energeticas observadas nos paises industilizados na siderurgia, a me zouse. Sobretudo depois io em favor do petréleo Energie Economia 37 uc do petréleo, A mudanca técnica desempenhou um papel decisivo nessa que- Elase manifesta, notadamente, por intermédio de um grande aumento na eficacia do dos recursos energéticos. Esse aumento da eficacia se deu, em primeiro lu- 4 diminuigao do contetido energético dos produtos semi-industrializados."* ‘A diminuicio dos consumos especificos pode ser feita com © aperfeigoamento dos ou da sua substituigdo. Nos dois casos, reducao € sinénimo de investimento, esse investimento seja feito, é necessario que as economias alcangadas na com- cergia cubram os custos a ele associados. Quanto maior 0 aumento no preco em relagao aos precos dos equipamentos mais eficientes, maiores serao 08 4 realizacio de investimentos na melhoria da eficiéncia na sua utilizagao. Em ‘gexal, o novo processo, menos intensivo em energia, € mais intensivo em capital do que . Pode-se falar em uma substituicdo da energia pelo capital. Contudo, € pos 1 a diminuigao dos contetidos energéticos sem que essa substituicdo ocorra da substituicio do carvao pelo gis natural e petréleo, observada nos anos 1950. cficientes eram as fontes € nao os processos. A eficiéncia energética se eleva, em segundo lugar, com a transformacao dos sis- ibtencio de forga motriz. O caso dos Estados Unidos ilustra bem esse ponto, ) © 1900, a contribui¢ao da maquina a vapor na producio de forca motriz a le 50% para 80%, enquanto a das maquinas hidrdulicas caiu de 50% para 15%, vibuiti para elevar a intensidade energética. De 1900 a 1940, em revanche, 1 vapor diminuiu a sua participacdo de 80% para 10%, ao passo que a do ico cresceu de 5% para 90%. Essa iltima mudanea técnica contribuit para a Ja intensidade de varias maneiras: tornou possivel o fracionamento da potén- jotor para cada maquinaferramenta, em vez. de uma tinica maquina a vapor a fibrica), introduziu flexibilidade ¢ eficiéncia maiores no uso da energia. a eletricidade era produzida em grandes centrais, aproveitandose de signifi: rnomias de escala, Essa transformacao representou um papel decisivo na reor- \dustrial no pés-Primeira Guerra Mundial. Ela € indissocidvel da revolucio jos seus ganhos de produtividade. A cla é atribuida a reducdo das intensida icas nos Estados Unidos nesse periodo ¢, depois, na Alemanha na Franca. Nos tempos atuais, ela esta presente na revolucio associada 4 tecnologia da infor- informatica, que se traduz em um aumento impressionante na capacidade de gerir os fluxos de energia ao longo dos sistemas, de forma a tornar 0 uso s muito mais eficaz, Toda essa evolucao é, em parte, indepen- preco de energia; contudo, pode-se observar que a sua elev: a passo que a sua baixa a torna mais lenta. Em resumo, a evolucao tecnolégica no longo prazo aponta na diregao de uma mais eficiente das fontes de energia, Nesse sentido, ela é um mecanismo de as restricdes impostas ao crescimento pelos recursos naturais ¢ pelo meio entanto, essa evolucio nao é linear no tempo, tampouco homogénea no iia Town poneo maior do que dois depois de 1917, porém, cabe lembar que {ha pernitido uma dviio pela metade, 0 inicio do século XX. No period posterior fusl,os contets energeticos foram redusidos de 30% no ago € 25% no cimento, enepea politleno eles foram dvididos por 3. Nos pales mais sensieis 3 elevagao do prego do pete essa tendéncia& reducao dos conteidos energéticosacentsourse depois de 17S. 38 Economia da Brea espaco. Ela se desenvolve por avancos sucessivos, provocados ou acelerados por crises de suprimento (guerras mundiais e choques de petréleo) entrecortada por estagnagées © até mesmo regressdes. Essa cadéncia varia de setor para setor em cada pais e nio ¢ uniforme em escala mundial, Ela é mais precoce e rapida nos paises que estio na ponta tecnologica: Reino Unido, ao fim do século XIX; Estados Unidos, depois da Primeira jucrra Mundial; Japao, depois da década de 1970, Sua generaliza¢ mundo depende da possibilidade de difusio das novas tecnologias bastante reduzida se as trocas comerciais sio pouco desenvolvi tecnologica é limitada para receber essas tecnologias. E 0 que se passa com 0s antigos paises socialistas ou com os paises em vias de desenvolvimento. A velocidade da gene ralizagdo de uma nova ordem tecnolégica em escala mundial depende de um grand niimero de parametros. A evolugio do prego relativo da energia € apenas um desses parametros. Em suma, a relagdo entre 0 consumo de energia e 0 crescimento econémico bastante complexa. Essa complexidade torna a tentativa de reduzila a uma relacic constante ¢ invariavel, no tempo e no espaco, bastante limitada em termos explicativos. No entanto, o esforco de esmiugar essa relacao, buscando ampliar 0 leque de fitor explicativos para o consumo de energia, tem-se nstrado um empreendimentc apresenta certa estatura académica. . A decomposicao desses fatores € a observacao das tendéncias de longo prazo (é chamado a atencao para o papel desempenhado pela tecnologia. Nesse sentido, o de senvol mento tecnolégico tem assumido um lugar importante na medi necessidadles energéticas e a disponibilidade de recursos naturais. Considerando q tanto 0 acesso is novas tecnologias quanto aos recursos naturais nao se da da me forma entre os pafses, a dotagio tecnolégica ea disponibilidade de recursos naturais ¢ vem continuar sendo partes significativas de um binémio importante na explicacio distintas trajetérias evolutivas da relacio consumo de energia ¢ crescimento econdmi quer ao longo do tempo, quer entre paises.

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