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Universidade de Brasília

Legislação e Processo Político


Seminário – Revisão do Código Florestal
Aluno: Havilá da Nóbrega

O roteiro bruto

1. As normas federais voltadas a regular o controle do desmatamento, e a lei 4771/1965


em especial, sempre enfrentaram conflitos no Legislativo entre atores e entidades
sociais, com nítida polarização entre ambientalistas e o setor produtivo.

2. Passadas sete décadas desde que o 1º código florestal fixou a obrigação de se proteger
as beiras de rio, as encostas e delimitou a proporções de vegetação nativa a serem
protegidas, o setor agropecuário expressa observar a lei como “incumprível”.

 Setores capitaneados pela CNA alegam que a Lei florestal afronta o direito de
propriedade, a segurança jurídica e a produção agropecuária; argumentam que,
por carecer de fundamentos científicos, não serve para proteger os bens naturais
como propõe.

 Ambientalistas entendem como uma investida coporativa contra algo que é de


interesse público.

3. Dum modo tosco, é possível traçar um cenário em que poucos estão satisfeitos com a
legislação vigente.

 Até mesmo parcelas do movimento ambientalista não estão convencidas de que


manter uma lei que ninguém cumpre pode ser uma sensata opção, embora não
aceite mudanças propostas pela “CNA e bancada ruralista”.

 Há, aparentemente, um quase consenso sobre a necessidade de mudanças.

4. Tentaremos refletir nos 30 minutos que temos sobre as críticas que vem sendo lançadas
sobre os diversos atores e as propostas apresentas pelos envolvidos.

Contextualização histórica da Legislação Brasileira

5. O primeiro Código Florestal brasileiro (Decreto 23793/34) foi editado em 1934.

 Alguns autores argumentam que a única preocupação de Getúlio Vargas era


garantir reservas de lenha – restringindo o corte de 25% das florestas nos
imóveis. Essa cota mais adiante foi denominada Reserva Legal (RL).

 Porém alguns autores argumentam que isso é uma leitura parcial da história.
Afirmam que o projeto aprovado foi aprovado por uma comissão de naturalista
que, à época, com a conservação dos ecossistemas naturais; que o primeiro
código é fruto de uma doutrina que apregoava a direta intervenção estatal na
proteção de florestas.

6. No entanto, a lei supracitada pouco sucesso teve. Luciano Pereira da Silva, Deputado e
seu relator no CN, indicava a precariedade de sua execução como uma decorrência da
“inércia, por displicência das autoridades estaduais e municipais, quando não a
resistência passiva e deliberada”.

7. A inaplicação do primeiro código o levou o presidente (Eurico Gaspar Dutra) em 1950 a


enviar ao congresso nacional um novo projeto de lei (Projeto Daniel de Carvalho).

 Roberto de Mello, integrante da Comissão constituída para redigir a nova lei: “a


falha não foi tanto da lei, nem tão pouco dos responsáveis por sua execução,
desde que não houve mobilização popular sobre o assunto, de tal forma que
todos tornaram-se infratores quer pela prática direta de atos proibidos quer pelo
desinteresse ou pela omissão.

 O projeto tramitou pelo CN por mais de uma década e foi sancionado em 1965
através da lei 4771/1965, vigente até hoje.

8. De 1965 A 2000 a lei foi sendo pontualmente alterada, corrigindo algumas falhas e
criando novas restrições.

 Em 2000, o Código Florestal passou por outra profunda mudança, não em seus
objetivos, mas em seus instrumentos.
o Diferentemente de 1965, a reforma se precipitou a partir da edição de
uma MP (1511/1996) que aumentou para 80% a RL dos imóveis
situados na Amazônia Legal.

 Em 1996, a inserção de alterações importantes no Código Florestal por meio de


uma Medida Provisória acirrou os conflitos.
o Conflitos entre quais setores? Quais são os atores?
 CNA e parlamentares da bancada ruralista;
 Nas questões atinentes aos perímetros urbanos os
representantes do setor imobiliário e da construção civil e o
Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU);
 Do lado ambientalista as ONGs, além de Deputados e
Senadores integrantes da Frente Parlamentar Ambientalista.

 Essa medida provisória foi reeditada mês a mês, com a inserção progressiva de
novas alterações na lei florestal.

 Seu relator, Deputado Moacir Micheletto, um dos líderes da bancada ruralista,


apresentou seu parecer à matéria no final de 1999. Seu parecer trazia uma série
de disposição que visavam reduzir a rigidez das regras em vigor, relativas ás
APPs e à Reserva Legal, além de atenuar obrigações impostas ao proprietários
rurais por meio de indenizações, compensações e outros instrumentos.

 O conteúdo do projeto de lei de conversão gerou uma inédita reação contrária


da sociedade civil. Como reação, o MMA requereu ao CONAMA que
elaborasse um texto alternativo a proposta de Micheletto, o qual foi aprovado
pela plenária do órgão em 2000. A versão da MP adotada a partir de 2000
reflete o texto do CONAMA.
9. É importante destacar que o texto construído no âmbito do CONAMA contou com
representantes de diferentes setores em sua elaboração.

 Seu conteúdo contempla ajustes na Lei 4771/1965 que também atenderam a


demandas do setor produtivo, como (1) a compensação da reserva legal, o
cômputo das áreas de preservação permanente (APP), no cálculo da reserva
legal e a Cota de Reserva Florestal (CRF).

10. Até hoje, continua em vigor o texto aprovado pelo CONAMA, na forma da MP 2166-
67/2001.

 Como se sabe, as medidas provisórias anteriores à Emenda Constitucional


32/2001 valem como lei, sem necessidade de reedição, até que o CN se
manifeste definitivamente sobre a matéria.

 Não há nenhuma movimentação no legislativo para o debate ou votação da MP.


Existem até projetos de lei propostos com o objetivo de alterar a medida
provisória.

11. Acredita-se que dois marcos relevantes impulsionaram a recente busca frenética por
flexibilizar ou revogar as normas florestais hoje vigentes na esfera nacional:

 A Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN)/Banco Central (Bacen)


nº 3.545, de 29 de fevereiro de 2008, que alterou o Manual de Crédito Rural
(MCR 2-1) para estabelecer exigência de documentação comprobatória de
regularidade ambiental e outras condicionantes, para fins de financiamento
agropecuário no bioma Amazônia

 E o advento do DECRETO nº 6.514, em 22 de julho de 2008, que regulamenta


de forma atualizada a Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), onde os
arts. 55 e 152 dispunham em sua redação original o seguinte:

12. Desde que as medidas governamentais em prol da observância das normas de proteção
ambiental passaram a interferir diretamente no crédito rural, mesmo com flexibilidades
de certa forma questionáveis como a que se encontra presente no item 14 do MCR 2-1,
os representantes políticos do setor agropecuário passaram a pressionar com vigor por
alterações em nossa lei florestal e normas infra-legais a ela associadas.

 Como resultado parcial desse movimento, houve modificação da redação e dos


prazos previstos nos arts. 55 e 152 do Decreto nº 6.514/2008,

13. O que sobressalta no presente processo é a agressividade da Comissão Especial


constituída para apreciar o PL 1.876/1999 e seus apensos. As mudanças propostas nessa
Comissão são de tal magnitude que praticamente eliminam a proteção da vegetação
nativa no ordenamento jurídico nacional. A área de preservação permanente e a reserva
legal, instrumentos essenciais de proteção da biodiversidade e da qualidade ambiental
de uma forma ampla, são enfraquecidas sobremaneira, ensejando maiores taxas de
desmatamento em futuro imediato, ao mesmo tempo em que se regulariza quase na
íntegra o desmatamento ilegal já efetuado.

14. Com o advento da Lei de Crimes Ambientais e seus decretos regulamentadores


dispondo sobre as infrações administrativas e sanções aplicáveis (incluindo multas e
outras penalidades) e, complementarmente, da Resolução CMN/BACEN nº 3.545/2008
prevendo limitações de acesso ao crédito, foram consolidadas punições mais rígidas,
entre outros aspectos, pela não observância da manutenção, recuperação e averbação da
reserva legal e de outras disposições da Lei nº 4.771/1965.

15. Exatamente por isso, ganhou vulto a ação política nitidamente voltada ao
enfraquecimento do arcabouço jurídico existente, inerente à proteção ambiental e
notadamente à florestal.

Quais são os aspectos apontados como “fracos” no CF? Qual o problema do CF?

16. Embora vários instrumentos tenham passado por atualizações, o CF é uma lei que
vigora praticamente inalterada desde 1934.

 Mantém-se sobre os mesmos pilares:

 Conservação da biodiversidade;
 proteção das áreas frágeis e produção florestal.

 Este é um dos problemas apontados pois, apesar de não serem objetivos


distintos, são substancialmente diferentes,

 A política de produção florestal não necessariamente implica numa de


convservação.

17. Para entender os problemas do CF é fundamental ter clareza quanto as suas múltiplas
facetas. São várias as facetas do Código Florestal:

 Para os ambientalistas é lida como uma lei de proteção da biodiversidade em


áreas privadas;

 para empresários do setor florestal, como uma lei de fomento a produção de


madeira e celulose;

 para hidrólogos é um instrumento para evitar o colapso do ciclo hídrico;

 e para geólogos um anteparo à ocupação de áreas de risco de deslizamento e


inundação.

18. O CF como instrumento de discriminação do produtor rural

 Um dos argumentos mais ouvidos é que a lei, por não ter “base científica”,
criou implicações que atingem o direito de propriedade, funcionando como um
instrumento de abuso contra o proprietário.

 “Fundamentando-se em aspectos puramente doutrinários acabou se


mostrando mais um instrumento discriminatório a ser utilizado contra
os produtores rurais. (...) A necessidade de revisão vem dos exageros ali
existentes, que inviabilizam a atividade produtiva.” (Manuel Vicente
Berrone, MA).
 O CLF coloca grande parte da produção na ilegalidade, aumenta o “custo
Brasil”, diminuindo a competitividade internacional, e nos traz insegurança
jurídica.

19. O Problema da ocupação agrícola das APPs

 A afirmativa de desastre no campo é frequente. O MA diz que seriam tantas


áreas produtivas em APPs que, se cumprida a lei, a agricultura seria
inviabilizada no país e mais de 1 milhão de pequenos agricultores seriam
expulsos de suas terras.

 Assim se justifica as ocupações “irregulares”.


 Ambientalistas apontam para os custos e riscos de ocupação e
manutenção da produção nessas áreas.

20. A amplitude da Reserva Legal na Amazônia.

21. Um problema pontual: tamanho e localização das APPs de beira de rio e topo de morro.

22. O paradoxo: é preciso aprimorar sem complicar?

 Como adaptar a legislação sem que seja estabelecida uma miríade de


especificidades que torne a legislação, já complexa, inaplicável?

 Um requisito fundamental para que uma regra seja cumprida é que ela seja de
fácil compreensão e execução por seus destinatários.

 Esse é um dos pontos no qual muitos se fundamentam para pedir uma


revisão: sua complexidade.

 O atual Ministro da Agricultura em muitas de suas manifestações ressaltou a


dificuldade do cumprimento da legislação ambiental – composta por milhares
de normas – pelo cidadão comum, que vive no meio rural.

 Paradoxo: ou a lei, para simplificar sua compreensão e aplicação, passa por


cima de inúmeras peculiaridades locais e mantém um número limitado de faixas
de proteção, ou, para atende-las, se complexificará ainda mais, aumentando de
maneira acentuada a dificuldade de cumprimento pelo agricultor, que terá que
contratar serviços especializados.

 Além de exigir a compra de serviços especializados, os ambientalistas apontam


para necessidades de certificações administrativas e consideram isso
impraticável. Para os verdes, mesmo a definição caso-a-caso dos limites não
eliminaria a subjetividade.

A revisão do Código Florestal no Congresso Nacional

23. Até Janeiro deste ano, haviam 36 projetos em tramitação na Câmara dos Deputados
pretendendo fazer alterações na legislação florestal.
 Esses projetos podem ser divididos em três blocos:

 Bloco 1: Que comporta projetos afetos à Comissão Especial constituída


especificamente para análise do PL 1876 e os apensos.
 Bloco 2: Constituído pelo 6424/2005 e seus apensos
 Bloco 3: Outras proposições menos focalizadas pelos parlamentares e
pela mídia, que encontram-se em diferentes processos e estágios de
tramitação.

 Os processos do PL 1876/1999 e 6424/2005 não se encontram unificados por


razões regimentais. Como os PL 6424 e seus apensos tramitam em regime de
poder conclusivo das Comissões, não admitem apensações após a manifestação
da primeira Comissão de mérito.

O PL 1876/1999: trâmite inicial e os trabalhos da Comissão Especial

24. Inicialmente, o projeto ora analisado foi apresentado pelo Deputado Sérgio Carvalho em
19 de outubro de 1999. Foi arquivado, na forma regimental, em 31 de janeiro de 2003 e
desarquivado em 28 de março de 2003, tendo sido apreciado pela Comissão de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e pela Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

 Na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento


Rural, o projeto e seu primeiro apenso, PL nº 4.524/2004, foram rejeitados por
entender que não solucionavam alguns problemas da legislação, em discussão
no âmbito da MP nº 2166-67/2001.

 Além disso, os projetos também foram rejeitados pela Comissão de Meio


Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (2006), sendo arquivados em janeiro
de 2007. Em julho do mesmo ano, o processo foi desarquivado e passou a
receber como apensos os demais projetos de lei em pauta.

25. Em decorrência da apensação do PL 3567/2009, foi constituída Comissão Especial.

 Nesta o relator designado foi o Deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), que


apresentou parecer pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e,
no mérito, pela aprovação do PL principal e seus apensados com substitutivo.

 Apresentação Votos em Separado (VTS) os Deputados Ivan Valente (PSOL),


Sarney Filho (PV), Valdir Collatto (PMDB) Dr. Rosinha (PT).

 Em votação nominal, o Parecer do Relator, com substitutivo e complementação


de voto, foi aprovado.

 Votaram a favor (13) os Deputados: Anselmo de Jesus, Ernandes


Amorim, Homero Pereira, Luis Carlos Heinze, Moacir Micheletto,
Paulo Piau, Valdir Colatto, Reinhold Stephanes, Marcos Montes,
Moreira Mendes, Duarte Nogueira, Cezar Silvestri e Aldo Rebelo.
 Votaram contra (5) os Deputados: Dr. Rosinha, Ricardo Tripoli,
Rodrigo Rollemberg, Sarney Filho e Ivan Valente.
26. A alocação/realocação de parlamentares na CESP por lideranças partidárias

 “Houve racha interno em dois partidos: PSDB e, principalmente, PT.” (Suely)

 “O PSDB acaba de enviar documentos indicando o deputado Ricardo Tripoli


(SP) para o lugar do deputado Duarte Nogueira (SP) e colocando Nogueira no
lugar de Nilson Pinto (PA) na comissão especial que analisa mudanças no
Código Florestal. Na reunião de ontem, o líder do PV, deputado Edson Duarte
(BA), criticou o PSDB pelo fato de ter tirado Tripoli, que é ligado à causa
ambientalista. Duarte Nogueira, por sua vez, é favorável às mudanças no
Código Florestal”. (Agência Câmara)

 Gestões partidárias e as frentes parlamentares.

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