A primeira menção no direito positivo à ação civil pública
ocorreu por meio da Lei Complementar 40/1981, que estabeleceu em seu art. 3°, III, que a promoção da ação civil pública consiste em uma das funções institucionais do Parquet.
Posteriormente, a Lei 7.347/1985 estabeleceu o seu
procedimento especial, de natureza civil, cujo objeto consiste na tutela de direitos e interesses coletivos, em sentido amplo.
Outras Leis foram promulgadas prevendo variações de ação
civil pública, tais como:
Lei 7.853/1989
Lei 8.069/1990
Lei 10.741/2003
Convém ressaltar, que apesar de tais variações, o procedimento
básico previsto pela Lei 7.347/1985, e que é aplicado subsidiariamente a todas, foi mantido.
Objeto
O objeto da ação civil pública é a tutela de direitos e interesses
transindividuais, ou seja, coletivos lato sensu, o que compreende os difusos, coletivos propriamente ditos e individuais homogêneos.
A tutela jurisdicional pleiteada em sede de ação civil pública
pode apresentar natureza cautelar, preventiva ou reparatória.
O objeto mediato da ação civil pública ambiental consiste na
proteção ao meio ambiente. E o objeto imediato na condenação em dinheiro ou na imposição de obrigação de fazer ou de não fazer.
Legitimidade Ativa
São legitimados para propor ação civil pública o Ministério
Público, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, a autarquia, a empresa pública, a fundação ou sociedade de economia mista, e a associação, conforme dispõe o art. 5° da Lei 7.347, de 24.07.1985.
O Código de Defesa do Consumidor estabelece no seu art. 82, III
– que são legitimados “as entidades e órgãos da administração pública direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código.”
Portanto, órgãos públicos ambientais, como, por exemplo, as
Secretarias de Meio ambiente, que não possuem personalidade jurídica própria, estando subordinadas ao ente público respectivo, também podem ajuizar ação civil pública ambiental.
Função do Ministério Público
O Parquet intervém na relação processual sempre como fiscal
da lei caso não seja o autor da ação.
O art. 5°, § 5°, da Lei 7.347/1985, prevê a possibilidade de
litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados.
Compete exclusivamente ao Ministério Público a instauração do
inquérito civil (art. 8°, §1°), atua o parquet sempre com autonomia no tocante à parte principal da ação.
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência,
inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
Os órgãos públicos legitimados podem, antes de ingressar com
uma ação civil pública ou durante o curso da ação civil pública, buscar a regularização do ilícito ambiental por meio de compromisso de ajustamento de conduta a ser celebrado com o empreendedor, pessoa física ou jurídica, conforme o art. 5°,§ 6°, acrescentado pela lei 8.078/1990. O TAC prevê obrigações a serem obedecidas pelo empreendedor em um dado cronograma para adequação à legislação ambiental vigente, possuindo eficácia de título executivo extrajudicial.
O TAC não é um direito disponível, visa apenas ajustar, por
meio de um acordo a conduta irregular do empreendedor, para que passe a obedecer rigorosamente a legislação em regência. Ressalta- se que durante a sua vigência, fica suspensa a aplicação de sanções administrativas.
Prova do dano potencial
Considerando ser direito de todos o “meio ambiente... art. 225 CF,
caput
Competência de foro
A competência de foro para o processamento da ação civil
pública é estabelecida a partir da amplitude do dano.
Se de âmbito local será competente o Juiz do foro do local onde
ocorrer o dano (art. 2°. da Lei 7.347/1985, com art.93, I, do CDC);
Se o dano for regional qualquer dos Juízes dos foros afetados
poderá ser competente, aplicando-se a regra processual da prevenção para a sua fixação (art. 219 do CPC com o art. 2°, parágrafo único, da Lei 7.347/1985, e art. 1°, IV, da Resolução CONAMA 237/1997)
Se de âmbito nacional, será competente o Juiz do foro do
Distrito Federal (art. 93, II, do CDC).
Se houver interesse da União ou de ente federal, nos termos do
art. 109, I CF, será competente a justiça federal, desde que haja juízo federal na região.