Sie sind auf Seite 1von 9
| ie LUIZ PEREIRA 4 El MARIALICE M. FORACCHI EDUCAGAO E SOCIEDADE (Leituras de sociologia da educagéo) guinea edigio DADE DE Fi ee aps "9 & % BIBLIOTECA = ‘ 08g oa Ss TR: ~ Se , i COMPANHIA EDITORA NACI , SAO PAULO 2 A EDUCAGAO COMO PROCESSO SOCIALIZADOR: FUNGAO HOMOGENEIZADORA E FUNGAO DIFERENCIADORA (*) Emile DuexHent As definigoes da educagao: exame critico ‘A PAtAvRA educagio tem sido muitas vézes emp ente amplo, para designar influéncias que, sdbre a nossa inteligéncia ou sdbre a nossa vontade, exercem os outros homens, ou, em seu conjunto, re liza a natureza, Ela compreende, diz Stuart Mitt, "tudo aquilo (que fazemos por nés mesmos, ¢ tudo aquilo que os outros intentam fazer com o fim de aproximar-nos da perfeigio de nossa natureza. Em sua mais larga acepcio, compreende mesmo 0s efeitos indiretos, produzidos sobre o cariter ¢ sobre as [aculdades do homem, por coisas ¢ instituigé : proprio ¢ inteiramente outro: pelas leis, formas de govérno, pelas artes industriais, ou ainda, por fatos fisicos independen: tes da vontade do homem, tais como o clima, o solo, a posigio ‘geografica”. Essa definicio engloba como. se vé, fatos intel Tamente diversos, que nfo devem estar reunidos ‘num mesmo vocibulo, sem perigo de confusto. A_influéncia das. coisas sobre os homens ¢ diversa, ja pelos processos, ja pelos resul- tados, daquela que provém dos préprios homens; ¢ a agio dos membros de uma mesma geragio, uns sdbre outros, difere da_que 0s adultos exercem sbbre’ as criancas € adolescentes, E timicamente esta iiltima que aqui nos interessa ¢, por con- seqiiéncia, é para ela que convém reservar 0 nome de educacio, § ‘A EDUCAGEO COMO PROCESSO SOCIAL. 35 ‘Mas em que consiste essa influéncia t6da especial? Res- postas muito diversas tém sido dadas a essa pergunta. Todas, hho entanto, podem reduzirse a dois tipos principais. Segundo Kant, “o.fim da educacio ¢ desenvolver, em cada individuo, téda a perfeicio de que éle seja capaz”. Mss, que se deve entender pelo térmo perfeicio? Perfeicdo, ouvese dizer muitas vézes, € 0 desenvolvimento harménico de tédas_as_fa- culdadgs humanas, Levar ao mais alto grau possfvel todos os podéres que estio em nds, realizélos tio completamente como ossivel, Sem que uns prejudiquem os outros — no ser, com efeito, 0 ideal supremo? ‘Vejamos, porém, se isso é possivel. Se, até certo ponto, © desenvolvimento harménico € necessirio ¢ desejivel, nio € Henos verdade que éle nfo é integralmente realizdvel; porque “essa harmonia tedrica se acha em contradi¢io com outra regra Ga conduta humana, menos imperioia: aquela que nos obriga a nos dedicarmos a uma tarefa, restrita ¢s podemos, nem nos devemos dediear, todos, ao mesmo género Ge vida; temos, segundo nossas aptiddes, diferentes funcoes 4 preencher, e seri preciso que nos coloquemos em harmonia om o trabalho que nos incumbe. Nem todos somos feitos ara refletir; ¢ ser4 preciso que haja sempre homens de Epllidade © homens’ Ge aqdo.laversamente, bd necesidade de homens que tenham, como ideal de vida, o exercicio ¢ cultura do pensamento. Ora, 0 pensamento nfo pode ser deenvolvido senio isolado do movimento, seni quando 0 individuo se curve sObre si mesmo, desviando-se da agio exte rior. Dai uma primeira diferenciacio, que no ocorre sem ruptura de equilibrio, E_a-acio, por sua_vea, como o_pensi- ‘mento é suscetivel de tomar.uma_multidiio.de formas diversas € especializadas. Tal especializagio nao exclui, sem duivida, certo fundo comum, ¢, por conseguinte, certo balango de fur ges tanto orginicas como psiquicas sem o qual a sauide do individuo seria comprometida, comprometendo, ao mesmo tem- po, a coesio social. Mas nfo padece davida também que = harmonia perfeita possa ser apresentada como fim wltimo da conduta e da educagio. ‘Menos satisfatéria, ainda, é a definigio utilititia, segundo a qual a educacio teria por objeto “fazer do individuo um idade, para si mesmo € para os seus seme 36 EDUCAGKO E SocIEDADE Ihantes" (James Mu); porque a felicidade € coisa essen: cialmente subjetiva, que cada um aprecia a seu modo, Tal formula deixa, portanto, indeterminado o fim da educacio, © por conseqiléncia a propria educagio, que fica entregue a0 arbitrio individual. certo que Se=NceR ensaiou definir obje tivamente a felicidade. Para éle, as condigdes da felicidade- so as da vida, A felicidade completa é a vida completa ~Que seré necessério entender ai pela expresso "vida"? Se basa meme Laskar ae orreeneptae oe dizer que, sem isso, a felicidade seria impossivel, ela implica, om_eleito,_certo_equilibrio entre o_organismo_e_o meio, e luma vez que éses dois térmos sio dados definiveis, definivel deve ser também a relaglo. Mas isso nio acontece sendo em relagio as mecestidades vitais imediatas. Para o homem, cm especial, para o homem de hoje, essa vida nio & a vida completa Pedimorthe aguina cose nais que 0 funclonamente normal de nosso organismo. Um espirito cultivado preferirs nio viver a renunciar aos prazeres da inteligéncia. Mesmo do ponto de vista material, tudo o que for além do estritamente necessirio escapa a t6da e qualquer determinacio. © padrio no, abaixo do qual no consentiriamos em descer, ente, segundo as condigSes, o’ meio eo tempo achvamos suficiente, hoje nos parece abaixo wumana; € tudo faz crer que nossas exigencias serio sempre crescentes. Tocamos aqui no ponto fraco em que incorrem as defi- nigdes apontadas, Elas partem do postulado de que ha uma educacio ideal, perfeita, apropriada a todos os homens, indis: Untamente; é essa. educagao universal a tinica que o teorista se esforca por definir. Mas, se antes de o fazer, éle conside- rasse a historia, no encontraria nada em que apoiasse tal hipétese. A educagio tem variado infinitamente, com o tempo € 0 meio, Nas cidades gregas e latinas, a educagao conduzia © individuo a subordinar-se cegamente & coletividade, @ tor- Barse uma coisa da sociedade, Hoje, esforgase em fazer déle personalidade auténoma. Em Atenas, procurava-se formar espiritos delicados, prude embebidos da graca ¢ harmonia, capazes de gozar 0 belo € os prazeresda. pura especulagio; em Roma, desejava-se especialmente que as ctian- {a8 se tornassem homens de acio, apaixonados pela gloria militar, indiferentes, no que tocasse as letras e as artes, Na dade Média, a educagio era cristd, antes de tudo; na Renas A EDUCAGKO COMO PROCESSO SOCIAL 37 indivie Jnstieulgdes soc que a edi io ¢3 sae reflete, 38 EDUCACAO E sociEDADE agora 0 que deve ser. Os ensinamentos da historia podem servir, quando muito, para que nfo pratiquemos os memos eros, Na verdade, porém, cada saciedade consideradi “emi -mo, mento determinado de seu desenvolvimento, possui_um sis 1 que podemot os. Ha costumes ion Te. 2 not conformars ae os se vingario em nossos ites, uma vez adultos, nao estarao. ean tado de viver no meio de’seus contempordncos, com es quals ado ancee teavfo harmonia, Que des tenhann sido eluesdon segues ideias pasadstas of noutto! nfo sio de seu tempo fem condigbes de vida ‘noreal, "Mp um tipo regulador de edueagio de Separar sem vitas resistencan'2 que 1 dos disident . educar nossos filhos como. que lagio aos quais somos obriga desreip: wo nos podemos gem as veleidades Ora, os costumes ¢ as idéias que determinaram ésse tipo, do fomtos nds, individualmente, que os lemon, Sie 0 fre diuto da vida em comum e exprimem suas necessidades, Sao ‘mesmo, na sua maior parte, obra das geragées passadas, ‘Todo © pasado da humanidade conuibuis pues Sacbatter Conjunto de principios que dirigem a educagio de hoje; nossa historia af deixou tragos, como tambem 0 deixou a hie toria dos povos que nos precederam, Da mesma fornia, os corganismos superiores trazem em si como que um eco’ de téda a evolucio.biolégiea de que sio o resultado, Quando se estudla historicamente a maneira pela qual se formaram. ¢ s¢ desenvolveram os sistemas de educagio, percebese que i, da organizacio politica, do. grau de desenvolvimento das clncis, do estado de indatiay ee Separados de tédas essas causas histricas, tornam-se incom: preensiveis. Como, entio, poder um individuo pretender reconstruir, pelo esférco unico de sua reflexio, aquilo que no € obra do pensamento individual? Ele nao se encontra cm face de uma tabula rasa, 36 ue quis Cindss, dest Vw se niio nos metermos a estudé-las, pela observacio, como co estuda a matéria inanimada, e 0 biologist Como proceder de modo diverso? Quando se quer determinar, tiostmente pela dilétca, 0 gue, Sea str luca, comer por thar fine en & tarefa de eucagho. Mat que € que nos permite der que a tclucagio tem tai fine 20 invés de tais outros? (Nio pode: Flames saber, @ prion, qual a fungio da respitagio on da Circulagio no ser vivo; sia conhecemnos pela observacio, Que prvilégio nos levaria a conhecer de ottra forma a fungio Educativa? Responderse que no ha nada mais evidente do que 0 seu fim: ode preparar as criancas, Mas iso seria Shunciar o problema por ‘outta palavast nunca reolvelo, Seria melhor dizer em Que consste se preparo, 4 que tende, 3 Ae need mane conepond, Ory np se pod responder a taisindagagoer sno comegando por observar em i fp fa ne eessidades tenha ituir a nogto prel- que damoy ese minar de educagio, pai nome, a observagao histérica parece-nos indi Para definir educag sistemas educativos que ors pari-los, aprender déles os caracteres comuns esses caracteres cons Nas consideracdes do item anterior, jé a désses caracteres, Para que haja educacio, fazse mister que haja, em face de uma geracio de adultos, uma geragio de duos jovens, criangas e adolescentes; e que uma acio ercida pela ps % agora, a natureza specifica dessa influéncia de uma sobre outra geracio. Nio existe sociedade na qual o sistema de educagio nfo apresente 0 duplo aspecto: o de ser, a0 mesmo tempo,_una € ztiplo 40 EDUCAGAO & SocIEDADE {as espécies de educagfo, em determinada sociedade, quantos meios diversos nela existirem. E ela formada de castas? A educagio varia de uma casta a outra; a dos “>patricios” nfo ‘era a dos plebleusy-a dos brimaries ndo era a dos sudras, Da mesma forma, na Idade Média, que diferenca de cultura entre © pajem, instrudo em todos’ os segredos ‘da cavalaria, ¢ 0 vilio, que ia aprender na escola da pardquia, quando apren. dia, parcas nogées de cilculo, canto ¢ gramatical Ainda hoje nfo vemos que a educacio varia com as classes sociais e com as regides? “A da cidade ndo é a do campo, a do burgués nfo € & do operirio. Dirsed que esta onganizacio nio é mmoralmente justificivel, ¢ que nfo se pode enxergar mela seno um defeito, remanescente de outras épocas, e destinado a desaparecer, A resposta a esta objecio ¢ simples. Claro) esth que a educagio das criancas néo deveria depender da BOBO, que as féz'nascer aqui ou acold, déstes pais e nfo aqueles. Mas, ainda que a consciéncia moral de nosso tempo Uivesse reeebido, acérca désse" ponto, a satisfagdo que cla espera, ainda assim a educagio no se tomaria mais uniforme ¢ igualitéria, E, dado mesmo que a vida de cada crianga no fése, em grande parte, predeterminada pela her dade, a diversidade moral das~protissées “aio deixaria de acarretar, como conseqiiéncia, grande diversidade pedagigica, Cada_profissio constitui um’ meio sui generis, que eda aptidées particulares e conhecimentos especiais, meio que é regido por certas idéias, certos usos, certas maneiras de yer as coisas; e, como a crianga deve ser preparada em vista de certa fungio, a que ser4 chamada a preencher, 2 educagio no pode ser a mesma, desde certa idade, para todos os in viduos. Eis porque vemos, em todos os” paises civilizados, tendéncia que ela manifesta para ser, cada ver mais, divers. ficada ¢ especiatizada; ¢ essa especializagio, dia a’ dia, se torna mais precoce. A heterogeneidade, que assim se produs, no repousa, como aquela de que ha pouco tratamos, sobre injustas desigualdades; todavia, nio é menor. Para encontrar uum tipo de educago absolutamente homogéneo ¢ igualitario, seria preciso remontar até is sociedades pré-historicas, n6 seio das quais no existisse nenhuma diferenciagio. Devemos compreender, porém, que tal espécie de sociedade nao repre. senta senZo um momento imaginério na histéria da. huma nidade, [A EDUCAGAO COMO PROCESSO SOCIAL a Mas, qualquer que seja a importancia déstes sistemas espe- cinis de tduicagh, nko constituemn dle tOda a educagio. Poke se dizer até que nfo se bastam a si mesmos; por toda parte, Onde seam observados, no diverge, is dob outros, Sento arpartir de certo ponto, para além do qual todos se confundem Repousam assim sObre uma base comum, Nao ha povo em que nio exista certo niimero de idéias, de sentimentos e de pritieas que a educagio deve inculcar a tddas as criancas, Indistintamente, seja qual {Sr a categoria social a que per. tengam. Mesmo onde a sociedade esteja dividida em castas fechadas sempre uma religip comum a that, por. on. seguinte, principios de cultura feligiosa fundamentais, que sero on mesmos para tia a gene. Se cada casty cada feniia tem seus deuses especiais, hd divindades gerais que sio.teconhe cidas por todos e que tOdas as criangas aprendem a adorar. E, como tais divindades encarnam e personificam ce timentos, certas maneiras de conhecer © mundo € a vi guém pode ser iniciado no culto de cada uma, sem adquiir, Jo mesmo passo, tOdas as espécies de habitos mentais que va além da vida puramente religiosa. Igualmente, na Idade Me. dia, servos, vil6es, burgueses e nobres, recebiam todos a mesma educagio cristi. Se assim é nas sociedades em que a diversidade intelec tual e moral atingiu ésse grau de contraste, por mais forte azo o serd_nos povos mais avangados, em que as_classes, embora distintas, estdo separadas por abismos ‘menos pro fundos. Mesmo onde ésses elementos comuns de tOda a educaio nfo se exprimem senio sob forma de simbolos religiosos, no deixam éles de existir. No decurso da historia, constituiuse todo um conjunto de idéias acérca da natureza humana, sobre importincia respectiva de nossas diversas faculdades, sObre 0 direito € sdbre 0 dever, sobre a sociedade, 0 individuo, 0, rogresso, a ciéncia, a arte, etc, idéias easas que sio a base yi", oF rico € a do pobre, a que conduz 4s carreitas Tberais: como 2.22" jue prepara para as fungdes industriais, tem por objeto fixar (sat dasha cone nds, Resta dies tanto do anto.dg_fisico ¢ moral; que ésse mesmo para todos os cidadios, ir désse ponto élg se diferencia, porém, segundo os que a pa ore 42 EDUGAGAO E SOCIEDADE articulares que thda sociedade encerra em sta com- Plecilade: fie de), 20 mesmo tempo uno-e divero, € que Peewitui a pane bisiea da educaglo, Ble tem por fungio ina Paamgat I) um certo niimero. de estadosfiseos e"F ocicdade « que pertenga considera mo, veh a todos os seus mecbrom los fife € mentais, que o grupo social « profissio) considera igualmen (que 0 {érmam. A sociedade, erm seu con} QBGad em particular, € que determinarn realizado. ‘A soicdade no pera cx sem que howe em se membros certa homogencdade: 1 edueagio perpetua e reforga ere ieand de sntemio na alma da camel — Yeclamadas pela vida -coetiva. Tou qual Givesiicago, Oda 2 educagio asegura a persis a, divensificando Pe ideal a ser la mesma mais humano. Aceducagio nio é, poi Gal cla prepara cexigéncias. Por ora, chegamo: ‘A educasio € 0 apo exercida pelas geragdes adultas s8bre ‘as geragGes que ndo se encontram ainda preparadas para. a ‘ide social; tem objeto suscitar e desenvolver, na crianga, certo numero de estados fisicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade politica no seu conjunta ¢ pelo.meio-especial @.qug a crianga, particularmente, s© destine - | Da definigio do parigrafo precedente,_ conch | educagio consiste numa socializagio metédica das novas ge- sudes, Em cada um de nds, ja 0 vimos, podese dizer que ' taurtem dois séres, Um, constituido de todos os 5 tais que nio se acontecimentos, de chamar de ser ii ‘ ‘mos part ‘morais, a tradigdes na fecundidade do di po 8 mngénita que los_meios mais rapi [A EDUCAGRO COMO PROCESSO SOCIAL, Conseqiiéncia da definigao precedente: caréter social da educagio sntos ¢ habitos, que exprimem em n¢ ‘mas o grupo ou grupos diferentes de que faze- ligtosas, ‘ou profissionais, as opinives ‘eu_conjunto foxma.o.ser-s0 em cada um de nds — tal € o fim que melhor se revela tho educ i cial niio nasce com 0 home humana primitiva, como também nao resul senvolvimento espontaneo. & autoridade ja, no se sacrificaria. Nada ha em n predisponha a tornar-nos, necessi- fervidores de divindades ou de emblema pontineament sede a crianga no 08,0 omar a que s mua nature ‘de individuo. A socedade se enconta, Pada nove geragio, como «qe em face de uma tabula rss, dobre a qual €pceso conser guns tudo de nOwo.& pred .Mlaagregue ao ser egoita © ea ie makers wna naires de vida moral © 5 obra da edueagio. Basta enuniéla desia fora fara que percebemos tOda a giandera que encera. A edicao ‘a importincia ¢ a icativo. Na realidade, ésse ser so- nnio se apresenta na constituigao [A EDUCAGKO COMO PROCESSO SOCIAE, 45 Mas o que demonstra claramente, apesar das aparéncias, pela natureza, ou a tornar tangiveis os germes, ve que aqui, como alhures, a educagio satisfaz, antes de_tudo, fades, embora & procura de oportunidade para isso. Ela cria . a aaitiades socials, € que existem sociedades em que et no homem um ser névo. predicados no sio , que éles tém sido muito Essa virtude criadora 6 aliés, 0 apanigio da educagio Giversamente compreendides, segundo cada grupo social con- humana, De espécie muito diversa é a que recebem os a iderado. ; we é que se pode dar o nome de educagio a0 trei preciso saber, por exemplo, que vantagens duma s6lida Inenio progasivo 4 que sio submetidos por seus ascenden lectval nem sempre foram reconhecidas por todos nalgumas espécies, Nos animais, podese apresar 0 cia, 0 espirito critico, que hoje tio alto colo- nstintos adormecidos, mas nunca i amos, durante muito tempo forani tidos como perigosos. N&o Conhecemos.o dito que proclama bem-aventurados 0s pobres ‘Nio devemos acreditar que esta indiferenca pelo falmente impesta 20 homem, com vio- lagio de sua propria natureza. fles no possuem por si OSpetite insinuvo da cincia, como tantas vézes e tio arbi trarlamente se tem afirmado, Os homens nao desejam a cién fenio na medida em que a experiencia Ihes tenha demonstrado que nao podem passar sem ela. Ora, no que concerne & vida dual, ela ndo necessiria, Como Rousseau jé dizia, para balho de fung6es naturais, mas no cria nada de névo. Instruido por sua mie, talver 9 passarinho possa voar mais im do que jonam gracas a meca jento de cada perfeitamente con Keducagio nfo poderd, X natureza, porquanto ‘esta parece bastar A vida do. grupo quanto basta 4 do individua, No homem, 20 contririo, as as aptides que av ‘nio! podem ‘organizarse em nowos tecidos, al se ma- in Ep anda fob a forma de predisposigies orginicas, Seguese nfo se teria posto c {que clas nfo. podem transmitirse de uma geraglo & outa, por ‘io pode ser adquitida senifo apés duros e penosos esforgos tneio da hereditariedade. # pela educagio que essa transmissio -O hon em nfo velo.a conhectr_a séde do saber sendio quando se di. 2 sociedade sentiu que seria nécessério fazé-lo, Este moment Tnuzetento ~ podem objetarnos — se realmente para a elas ee eee one Ese sa eee a ecm ter masa complest para pode Fee ee a toe por me ie Tae pa, pentane essa em adquirir ¢ espontineamente procura possuir? de seus membros e a impée a todos, como um dever. 0 tals slo as diversas qualidades di igencia que melhor @ The permite adaptar_a conduta A naturera das coisa, Tris, ee we Peinhein as dualidades frtas e tudo, quanto. contribua aplay, mulio ponco varisds, sempre ign para 2 saide e 0 vigor do organism, Para eas, pelo menos Neste estado, o pensamento € 0 i parece que a educagio nfo faz seno ir adiante do que a se nfo prejud orque am a tradiglo, Eis porque | ee ie aaa par ilmcary imate infuse ome ea oe —_—C" i estado de_perteic relativa, a sociedade \corre muito: lA es apres aque que, sm 0 se, concn, 8 muito Tentamente ; | aio vinda de fore, nfo hd outras qualidades que todo homem fndispensive; ¢ € essa a razio pela qual a sociedade a veclama i | mesma, a instinto | eae cNiapao porque ai dapragio concepebes da época era to em apréco Tal sefes Goieats ‘da opiniao, a educagad'Tisica sera de uma ou de outra espécie, Em Espa cspeciaimente, enrijar 0s membros para resstr’a fadign’ ¢m tomar os corpos Delos 8 vist, nos diamselhe guerreiros igeise fexiveis; tem senio um lim higifnico, preocupandose, expec em cortgir of efeitos danosos da cultara ioteleseal, soe intensa. Désse_modo, mesmo quando ss qualidades 2 primi vs etiadas_ pelos individuos, ‘lean jar exigtelas Bo mao Tocel ane & pres ee inecessirias, “Estamos agora em condicées de esclarecer uma diivida que todo 0 ttecho interior sugere. Se_os individuos, como mos tramos, s6_agem segundo as necesidades sociais, parece que a irania. Na rea Ea que ue 2 acio-oletvay por inermedie- de aucag ‘in cada um d€ hoy, representa @ que ‘Na verdade, 0 homem no ¢ humano sendo porque vive em sociedade. £ dificil, numa 38 ligfo, demons ‘sta. proposisio tio geral e tio importante, re balhos da Antes de tudo, se ha hoje verdade his € a de que a moral se acha estritament ionada com a natureza das sociedades, pois que, como o mostramos nas pi- ginas anteriores, cla muda quando as sociedades mudam.' & que ela resulta da vida em comum. £ a sociedade que nos Janga fora de nés mesmos, que nos obriga a considerar outros interésses que nao 05 nossos, que nos ensina a dominar as paixdes, os instintos, ¢ dar-thes lei, ensinando-nos o sacrilicio, a privacio, a subordinagio dos nostos fins individuais a outros mais elevados. Todo o sistema de representacio que mantém Do ponto de vista sociedade. E a citncia que elabora as nocbes cardeais, que dominam o pensamento: a nocio de causa, de lei, de espaco, de mimero; nogées de corpo, de vida, de consciéncia, de sociedade, etc. Tédas essas idéias fundamentais se encontram fe em evolucéo: ¢ que elas sio o resumo, a re- ‘ante de todo trabalho cientilico, justamente ao de serem o seu ponto de partida, como Prsratozzt acreditava, Nao concebemos hoje o homem, a natureza, as coisas, 0 expaco mesmo ~ como os homens da Idade Média os concebii que os nossos conhecimentos € 0: todo um sistema de Aprendendo uma nos tornamos her- satin organadas, das deizos de todo tabaiho de longos séulos orgenisgao. tm Seas teiamosidéis geais, ponqoanto € ¢ palara Ci 205 conceltorsulccnte conssten fia apicagio, Fo! a Tnguagem acima da sensacfo; © nto sere necelstria. demon tds os aspecter da vide soci Preeminentes. Por ésse exemplo se vé a que se reduziria © homer se retirasse déle tudo quanto a sociedade ihe empresta: aria 4 condicéo de animal. Se éle péde ultrapassar 0 est fm que os animais permanecem, é porque, primeiramente, no conformou com 9 resultado inic -esforgos pessoais, mas cooperou sempre com seus semelhantes, ¢ isso veio relorca © rendimento da atividade de cada um, Depois, e sobretudo, s do trabalho de uma geragio nio ficaram i il. Os frutos da expe- quase_que integralmente. conservados, gra- a8 8 tradigao oral, gracas aos livros, aos monumentos figurados, widook a 48 zpUCAGAO = soctEDADE 03_utensilios ¢ instrumentos de téda espécie, que se transmitem de geragio em geracio. O solo da natureza humana se zecobre, assim, de fecunda camada de aluviio, que cresce sem cessar Ao invés de se dissipar, tdas as vézes que uma geracio se extingue e é substituida por outra, a sabedoria humana vai sendo’ acumulada ¢ revista, dia a ‘dia, e é esa acumulacio indefinida que eleva o homem acima do animal e desi mesmo. & cooperacio, no entanto, é&se aproveitamento de experiéncia no se tora possivel sendo na sociedade ¢ por ela. Para que o legado de cada geracio posta ser conservado ¢ acrescido, sera preciso que exista uma entidade moral dura: doura, que ligue uma geracio a outra: a sociedade. Por isso rem Tonge de estarem em oposicio, ou wolverse em sentido inverso, um do outro = sociedade ¢ individuo s4o idéias dependences uma da outra Desejando melhorar a ASi-prOprio. Por sua. vez, a agio exercida pela wociedade, spedialmente através da educagéo, ago tem por objeto, ot or efeito, comprimir o individuo, amesq famence humana Sem duvida, 0 individuo nao pode engran) Gecerse seni0 pelo proprio esférco. ©. poder do esforco , uma das caracteristicas essenciais do| 3 CONDICIONAMENTO SOCIOCULTURAL DA PERSONALIDADE (*) Ralph Lixrox InPORTANTES cONQUISTAS dos tempos modernos hhecimento da cultura. Temse dito que a ultima rofunderss do mar descobriria agua. fle s6 se tomaria consciente da . se-algum acidente o trouxesie 4 superiicie © osfera. O homem, através da maior parte mente consciente da essa coniciéncia pelos os costumes da sua propria sociedade © os yuma outra com a qual-sucedew entrar em contato, A ‘dade para ver a cultura de sua propria sociedade como idade, avaliar seus padrées ¢ apreciar suas implica. idade que raramente ou nunca Imente que a compreensio da grandemente do was no européias, cuja observacio péde ser facilitada pelo constraste. Aquéles que nfo conhecem outra cultura, sendo a sua prépria, no podem conhecer nem mesmo festa, Até muito recentemente, mesmo os psicélogos foram incapazes de compreender que todos os séres humanos, es proprios inclusive, se desenvoivem e agem num ambiente que lturalmente determinado, Na me m’ suas investigagses individuos criados de uma unica cultura, nfo poderiam deixar de chegar a conceitos da natureza humana que estavam muito lok burrow, The Cu

Das könnte Ihnen auch gefallen