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oO oO bi SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA Recurso n.* 1686/05 3." Secgio (Gabeas Corpus) ‘Acordam, no Supremo Tribunal de Justiga, 1, LUIS FILIPE CASTRO DE LEMOS, devidamente identificado nos autos, actuslmente preso no Estabelecimento Prisional do Porto, veio requerer a providéncia de HABEAS CORPUS, nos termos e pelos fundamentos seguintes: 1, 0 Requerente foi detido e mantém-se, ininterruptamente, em prisdo preventiva, desde 0 dia 25 de Outubro de 2002. 2. Em 25 de Junho de 2003 foi proferido Despacho de Acusagto. 3. 0 Requerente foi condenado em 1* Instncia -.Processo n° 225102.4JELSB - 2° Juizo Criminal do Tribunal Judicial de Matosinhos. 4, 0 Recurso que interpés para o Venerando Tribunal da Relag&o do Porto, n° 4816104-4 - 4° Seccfo do Tribunal da Relagio do Porto, confirmou a decisio de 1* Instancia. ~ & = wa SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA Y 5, Ainda inconformado o, aqui, Requerente interpés recurso para o Supremo Tribunal de Justiga, que foi admitido. 6. Ainda sem’ decisio definitiva o Arguido aguarda-a preso preventivamente, 7, Sendo certo que o Requerente foi condenado por crime de trifico de estupefacientes 0 prazo méximo da medida de cones que Ie foi imposta e vigora nfo pode ser superior a 30 meses. 8, Isto porque nem o proceso se reveste de especial complexidade nem @ _ medida foi, expressa ou tacitamente, declarada. Muito pelo contitio. De facto, 9. A realidade & exactamente a contréria. Na verdade, 10.A despeto de o Ministério Pablico ter requerido alargamento de prazo o mesmo no Ihe foi ‘concedido, expressamente, decidindo o Mt° Juiz de Instrucgo Criminal inexistirem razbes para alargamento do prazo noml, Isto : inexstr especial complexidade! 11.B, essim, a acusago veio a ser proferida no limite do prazo de oito meses, sem qualquer "ataque" a tal decisto. 12.Acresce que entre a detengfo do Requerente e a prolagio do despacho acusatério nenhuma diligéncia relevante foi feita no processo, 13.Aliés nfo se vislumbra que 0 tivesse de ser, j& que todas as diligéncias foram feitas antes da detengdo. 14.Em teoria a acusago poderia ter sido seduzida em poucos dias apés a pristot 9 Yd = SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIGA LX 15.0 Requerente ¢ os outros Arguidos comportaram-se no processd\por forma altamente diligente e em nada contribufram para seu Yarastamento”, _ 16. recorrente o entendimento do Supremo Tribunal de Justiga que "a diferenga acrescentada pelo regime do artigo 54° do DL. de1993, numa clara concesso & eficécia da investigagio criminal, tem como compreensivel objectivo facilitar a tarefa as diversas autoridades judicifrias, na certeza de-que quando se lida com Arguidos dedicados a0 tréfico de droga ou activamente envolvidos, em associaydes criminosas, atenta, a alta especializagdo e as cumplicidades de uns ¢ outros, dificilmente se encontraré um caso que saia dos parémetros da excepcional complexidade, portanto, a demandar tempo dilatado de __ investigagio e julgamento", Ora, 17. Estamos, exactamente, pefante um dos ditos casos dificeis de encontrar. Na verdade, 18. ~ As investigagles foram feitas antes da detengao; -Durante os oito meses que mediaram entre esta ¢ a acusagio nao foi feita ou julgado necessirio fazer qualquer investigagao complementar, 0 julgamento foi feito em escasso nimero de sessSes; ~ A prova a produzir pela acusagio, além da documental, limitava-se & audigio de cinco testemunhas; - Nenhum ‘dos Magistrados intervenientes do processo o julgou de excepcional complexidade, mormente o Sr. Juiz de instrugo Criminal, que entendeu, exactamente 0 Contrario. 19, Objectivamente o processo revestia-se ¢ revestiu-se de considerivel simplicidade, 20.Atrasos "anormais" no seu processamento 86 se vislumbram dois. ~ 9 = SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIGA 21.Pa isto nxn dos Argues conn, dren os inet: ae Nao suscitaram a questo da incompeténcia -Apresentaram atempadamente todas as peas processuais que Ihes cumpria apresentar. Assim,” 22,Embora se entenda inconstitucional o preceito do artigo 54° do DL 15/93, em toda a sua latitude, sempre e mais o sera (ser#) no caso concreto. 23,Pelo menos haver que recolher o entendimento expresso, entre outros, na decisto deste $.T.J, de 5/02/02 quando ensina que "nada tem de ofensivo para as garantias de defesa do Arguido, j& que .uma tal concepedo, obviamente, no pode impedir, em cada caso concreto, se necessério e (ou) conveniente, a Alegagio e prova do contrério, até por imperativo constitucional". AR, ainda, por remigo que essa prova é "de evidente facilidade de acesso, ja que objetivada no préprio processo". Ora, 25.Quanto supra se deixou alegado © o processo espelha inexiste, consensual e objective, complexidade processual. 26.Entender-se 0 contrério seria ofensivo da lei ¢ do principio constitucional de proporcionalidade. E a situagfo e entendimento em nada se altera com 0 decidido no douto Acordio Uniformizador de 11 de Fevereiro de 2004 (2/2004), porquanto se 0 mesmo se entendesse no sentido de um automético ¢ geral alargamento de prazos padeceria, incontestavelmente de inconstitucionalidade, por desrespeito notério 20 artigo 18° da Constituigao da Repiblica Portuguesa, 271Assim, 0 prazo méximo da prsto preventiva, in casu, 6 de 30 meses e esgotase no dia 25 de Abril de 2005. 9 Qg * SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIGA ‘2e.Sendo que, encerrado o Tribunal nesse dia ¢ nos dois precedentes, # pristo do Requerente se manteréilegal pars além desse dia, por excedido o prazo da prisio preventiva fixada na lei. 29 Ascim se ofendendo 0 disposi nos atigns 215° e 22°, alinea ¢) do Cian de Proceso Penal. TERMOS em que V. Ex's. daido provimento @ Requerida providéncia de Habeas Corpus € cordenando a imediata libertago do Anguido-Requerente, FARAO JUSTICA! a 9. O Exmo, Desembargador relator, nos termos do artigo.* 223.*, do Cédigo de Processo Penal, informou ‘que a pristo preventiva se mantém em vista do disposto nos art’s 215°, ns 1e2 ¢ 216°, n° 1, al. a) do C.P.Penal, uma vez que, conforme consta de fis. 1220 ri Volume) se procedeu a exame pericial, pelo que 0 decurso do-prazo ménimo da priste preventiva se suspenden desde o momento da ordem da efectivagto da pericia até 20 da apresentagio do relatério (17.01.03), no caso ffs meses, em virtude do disposto no art? 2167,1°2.°. E terminou afirmando que, ‘em face do exposto € conclusivamente: mantém-se a prisiio preventiva do arguido.’ 3, Convocada a Seoyto Criminal e notificado Ministéro Piblico © o Defensor, teve lugar & audiéncia piblica 9 Oo = SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA ‘Cumpre, agora, deliberar . 3.1 E necessério ter presente o quadro normativo que, a providencia de habeas corpus, especialmente interessa : Da Constituigdo da Repiiblica ‘Art? 318,n° 1. ~ Haverd habeas corpus contra o abuso de poder, por virtude de pristio ou detengdo ilegal, a requerer perante o tribunal competente; ‘Art? 328, n21 -- © processo criminal assegura todas as garantias de defesa, _incluindo 0 recurso . Do Cédigo de Processo Penal ‘Art® 222%, n21 - A qualquer pessoa que se encontrar ilegalmente presa 0 Supremo Tribunal de Justiga concede, sob petiglo, a providéncia de habeas corpus. 22 ~ A petigto é formulada pelo preso ou por qualquer cidadio no gozo dos seus direitos politicos, & dirigida, em duplicado, ao presidente do Supremo ‘Tribunal de Justia, apresentada & autoridade & ordem da qual aquele se mantenha preso € deve fundar-se em ilegalidade da priso proveniente de = 2) Ter sido efectuada ou ordenada por entidade incompetente; 'b) Ser motivada por facto pelo qual a lei a nao permite ; ou ©) Manter-se para além dos prazos fixados pela lei ou por decisto judicial - 1Na aplicagfo destas disposigSes, o Supremo Tribunal de Justiga tem vindo a reafirmar que & = ‘SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA. providéntia de habeas corpus, enquanto medida excepcional ¢ remédio de urgéncia perante ofensas graves & liberdade que se traduzam em abuso de poder - ou por serem ofensas sem lei ou por serem grosseiramente contra a lei: - no constitui no sistema nacional ( ¢ nos sistemas comparados) um recurso dos recursos ¢, menos, um recurso contra os TeCUTSOS . A providéncia visa reagir, de modo imediato e urgente, contra a privagdo arbitréria da liberdade, ou contra a manutencdo de uma situagao de ofensa a liberdade manifestamente llegal, consubstanciando um verdadeiro abuso de poder, como se expressa a Constituigéo no artigo 31.° . (.) Mas, a0 nivel dos fundamentos da providéncia de habeas corpus, 0 que releva lo slo os juizos, verdadeiramente de julgamento de dircito de facto, quanto & _ interpretagdo e verificago dos pressupostos € condigdes da privago da liberdade, mas a imediata e directa, patente e grosseira contrariedade a lei. Por isso, a emunciaglo dos fundamentos da providéncia que 6 Cédigo de Processo Penal indica, na identificagto das causas que possam constituir abyso de poder, em desenvolvimento da projecgdio constitucional . Os fundamentos enunciados revelam que a ilegalidade da prisio, que thes esta pressuposta, se deve configurar como violagdo directa e sibstancial e em contrariedade imediata ¢ patente da lei : quer seja a incompeténcia para ordenar a prisfo, inadmissibilidade substantiva ( facto que nio admita a privagtio de liberdade), ou a directa, manifesta © auto-determindvel insubsisténcia de pressupostos, produto de simples ¢ clara ‘verificagtio material (excesso de prazo). (Ac. STI de 16 de Julho de 2.003, proc. n°2 860) ‘Ou, na anilise do acérdao de 10.01.02, proc. n.° 2/02 : Em sede de previs%o constitucional, o acento ténico do habeas corpus é posto na ocorréncia de abuso de poder, por virtude de prisio ou detengio ilegal, na protecsio do direito & liberdade, constituindo uma providéncia a decretar apenas nos casos de atentado ilegitimo & liberdade individual - grave e, em principio, grosseiro ¢ rapidamente verificavel —- = SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIGA Za que integrem as hipdteses de causas de ilegalidade da detengao ou da prisio taxdtivamente indicadas nas disposigdes legais que desenvolvem o preceito constitucional . Mas, nesse caso necessiria a invocagio do abuso de poder, por virtude de pristio ou detengiio ilegal, do atentado & liberdade individual - grave e, em principio, grossciro repidamente verificével - que integre as hipéteses de causas de ilegalidade da detenglo ou da pristo, taxativamente indicadas na lei ordinéria, para desencadear o exame da situagtio da detengo ou prisdo, em sede de providéncia de habeas corpus, invocagao que obrigatoriamente aponte os factos em que se apoia, incluindo os referentes 4 componente subjectiva imputada a autoridade ou magistrado envolvido, sendo certo que o abuso de poder a que se arrime 0 requerente da petiglo, muitas vezes se reconduziré a inifraogo disciplinar ou criminal ." 3.2 Eneste quadro que tem que se voltar ao caso . CO requerente entende que, tendo sido condenado por crime de trifico de estupefacientes, por decisto ainda no transitada, 0 prazo méximo da medida de coacyo de pristo preventiva no pode ter duragtio superior a 30 meses ¢, por estar ininterruptamente preso desde 0 dia 25 de Outubro de 2002, tal prazo se encontra extinto, devendo, por isso, ser imediatamente restituido a liberdade . Por sua vez, o senhor juiz do process defende a legalidade da manutengdo da prisio preventiva com 0 fundamento de que, na tramitago dos autos, se procedeu a exame pericial, razio por que, desde o momento da ordem de efectivagio da pericia até ao da apresentagio do relatério, se suspendeu 0 decurso do prazo da pristo preventiva, por trés meses, nos termos do n.° 2., do art.° 216.°, do Cédigo de Processo Penal . ¢) = SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA. Na citada informagdo a que se reporta o art.* 223.*, do CP-P., nifo se faz mengto, Be forma expressa, aos requisitos exigidos pela al. a), do n° 1., do referido art.* 216*, para que essa suspensfo possa operar, mas é de presumir, no contexto em que tal informagao é prestada, que tal elemento conste dos autos... , nessa situagio, 0 decurso do prazo de prisfo prisio deveria ter-se como suspenso, pelo rmencionado perlodo de trés meses, nos termos do artigo. 216., do C.P-P., de onde resultaria que, entlo, mesmo que o decurso do prazo de trnta meses, convocado pelo peticionante - porque suspenso, durante aquele'periodo de tempo - no se encontrariaperfeito. Mas, como antecipao peticionante ° - embora para refutar a sua aplicabilidade - a questio hide ser vista & luz do acérido de 11 de Fevereiro de 2004, deste Supremo Tribunal, que fixou jurisprudéncia no sentido de que "quando o procedimento se reporte a um dos crimes referidos no n2 1 do artigo 54.° do Decreto-Lei n° 15/93, de 22 de Janeito, a elevagdo dos prazos de durag0 méxima da pristo preventiva, nos termos do n.° 3 do artigo 2152 do Cédigo de Proceso Penal, decorre directamente do disposto no n.° 3 daquele artigo 54.°, sem necessidade de verificagto e declaragdo judicial da excepcional complexidade do procedimento ." ‘Assim, 0 prazo de duragio méxima da prisio preventiva é, para casos como 0 da petiglo, de quatro anos. (n° 1.al.d),en°3, do art* 215%, do CPP.) E,nestes termos, é claro que o pedido é manifestamente improcedente ‘Na verdade, o peticionante afirma ter sido condenado por mrifico de estupefaciente, em 1* Jnstincia, condenago essa confirmada pelo Tribunal da Relaggo, mas ainda nfo transitada, por via de recurso admitido para o Supremo = —_caso em que, como ficou dito, © prazo de duragio méxima & aquele de quatro anos . S& a = Bo SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA IE 321 O peticionante entende que a jurisprudéncia fixada nfo tem aplicago ao aso por, dos autos, resultar claramente inexistirem razbes para o alargamento do prazo normal, uma vez. que 0 Mt Juiz de Instrugtio recusou a pretensio do Ministério Piblico de ver declarada a especial complexidade do processo .. E acrescenta que entendimento contririo (do artigo" 54.*, do DL. 1? 15/93) violaria 0 disposto no artigo? 18. da Constituico da Republica. Ore, os fundamentos da posigo agora defendida pelo peticionante encontram-se jé refutadas pelo citado acérdlo de 11.02.04, nos seguintes termos : (..) "0 artigo 54°, n2 3, cuja previsto se refere ao procedimento por um dos crimes referidos no n° 1, remete para o n.° 3 do artigo 215.° do Cédigo de Processo Penal quanto & estatuigfo. Por outras palavras, a previsio daquele preceito abarca tlo-somente a existéncia do procedimento por um dos crimes referidos no n.° 1, nfo sendo legitimo langar milo de um elemento contemplado na previsio no x.° 3 daquele artigo 215.° - a ‘excepcional complexidade do procedimento. A temissio ¢ claramente apenas para a estatuigo, consistente na elevagto dos prazos de priso preventiva, pelo que no bé que chamar & colago 0 requisito da excepcional complexidade. A iintrodugio do referido artigo $4.°, apés 0 termo dos trabalhos do grupo que apresentou 0 anteprojecto do diploma, visou dar satisfaglo a recomendagées ¢ normas internacionais no sentido de os Estados assegurarem que os seus tribunsis ¢ ‘outras autoridades competentes tomem em conta a gravidade das infracg6es quando.considerem a hipétese de libertagHo dos arguidos de trifico de droga ou branqueamento de capitais nas suas formas mais agravadas, segundo refere o Dr. Lourengo Martins em Droga ¢ Direito, p.262. Parece assim Ifquido que se quis adoptar um regime especial de prisfo preventiva para os, crimes em causa. De outro modo, teria de se considerar que o legislador néo soube exprimir em termos adequados seu pensamento, a & SUPREMO TRIBUNAL | DE JUSTICA ~*~ Endo se aigura que a solugdo que se adopta desrespeite o principio da proporciontidade consagrado no artigo 18.° da Constituigiio. Como expendem Gomes Canotilho e Vital Moreira, na Consttuicio da Repiiblica Portuguesa “Anotada, p. 182, 0 principio da proporeionalidade, também chamado principio da prolbigdo do’ excesso, desdobra-se nos subprincipios da adequardo, da exigibilidade e da proporcionalidade em sentido estrito. Este, ainda segundo os mesmos autores, significa que os meios legais restritivos ¢ os fins obtides devem situar-se numa "justa medida", impedindo-se a adopedo de medidas legais restritivas desproporcionadas, excessivas em relacio aos fins obtidos. ‘Tratando-se dé alongamentas previstos no regime geral do n.° 3 do artigo 215.° do Cédigo de Processo Penal, ndo se pode dizer que a elevagdo dos prazos de prisdo preventiva pela prética daqueles crimes é excessiva em relagéo aos fins visados. Nao se desrespeitando o principio da proporcionalidade, e constituindo a prisdo preventiva uma restrigio ao direito de liberdade admitido pela Constituicdo (artigo 28.*, n.° 2), nfo ‘se verifica qualquer violagdo do direito & liberdade. 0 citado acérdiio do Tribunal Constitucional promunciou-se também no sentido de que essa interpretagdo respeita 0 principio da proporcionalidade. * B € procisamente neste acérdfo do Tribunal Constitucional que se afirma o seguinte : (.) "A alegada inconstitucionalidade da norma aplicada pelo Tribunal a quo resulteria também, segundo um dos recorrentes, com 0 aplauso do Ministério Publico, de no ser constiticionalmente admissivel uma presungo de que determinados processos se revestem de urna excepcional complexidade, Tal presungio violaria os princfpios da presunglo de inocéncia © do carfcter excepeional e precério da pristo preventiva. £ necessério sublinhar que a invocada pfesungto no é senfo a explicagio dogmitica adoptada pelo Tribunal recorrido para o regime que extraiu da lei - ¢ segundo a qual o carkcter = 2 o~ SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA ize utomdtizo do slargamento do prazo méximo para priso prevetiva equiva & iderar como verze complexed os os rosin elsivos as cimes de wficn de dogs, device precursors, branqueamento de capita ou de assoriagdo criminosa, previstos no Deoreto-Lei n° 15/93 -, enko é a nica possivel. ‘A ixagdo de prazos miximos mais Iongos decorreprovavelment® de outs consderagbes,gadas nfo A natareza das process; mas 4 natureza das crimes putes, em que ae revels porventue um especial erg. de continuo de ctivdaie criminosa, (..) (.) O que ao &seguamentepossvel & proceder a um juzo de consincionicas ¢8 m0 serind dena» e apenas de una - das sss hips de fandameniio tea, Com 0s vrrber dbjecto do proceso de fscaliagSo coneets da consttusionalidade se 8 norms, Com 9 sentido e aloance com que foi aplicada pela decisto record niko deve confundi-se a norms 99 regime normativo, com a explicaglio que teoricamente 0 fundamenta . Assim, nao esta 0 Tribunal Constitucional vinculado a aceltar como boa a consideragio, puramente teérica, de que 0 cardcter ope legis da aplicabilidade dos prazos mais longos da prisdo preventiva resulta ida consideragdo como de excepcional complexidade de todos os processos relatives acs tipos de crimes enumerados ." , embora referindo-se ‘concretamente & fase anterior & dedugo da acusago, conclui : wrtendo em conta a natureza dos crimes imputados, os bes juridicos postos em Perigo © «9 tisco de continuaglo da actividade perigoss, entre outras onsideragbcs, afigura-se constitucionalmente legitima, porque respeitadora do principio da. proporcionalidade, a elevagio de prazo indicada ." Em suma: a interpretagdo firmada pelo acérdio de fixagio de jurisprudéncia tem aplicaglo directa 20 caso dos autos ¢, da respectiva aplicagdo, nfo resultam violados qusisquer direitos essenciais do arguido, constitucionalmente protegidos . = ce SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA. 4, Delibera-se, nos termos antes expostos, julgar manifestamente infundada a peticto de habeas corpus formulada por Lufs Filipe Castro Lemos . Taxa de Justiga : quatro (4) UCs. peticionante vai ainda condenado ao pagamento de quinze (15) UCs., face ao disposto no n.°6, do art 223.%, do Cédigo de Processo Penal . Lisboa, 04.05.05 . sy sop st fc Pipe hk, Fe FAfty Tithe « heeiasi Cox to 0 Bbubihe bo KA de, pa ‘iced: ob [nbsp tov a0 Sou, 02-08 Me, abies Croat eve © fm Qables inte be Ykefowrnols de inbo predenes , Cm shen fia sfansites vanin relerial, ¢ fermbte Kae oe (ln healer 7-34) |

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