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São trechos ditos por um professor que me abordou em local público, identificando-se como um
admirador do meu trabalho, preocupado com o futuro dos seus alunos adolescentes.
Longe de querer caçar um bode expiatório, pois somos todos responsáveis pelo que acontece
nas salas de aula, buscar uma solução é extremamente necessário. Mas enquanto ela não é
encontrada, temos que tomar algumas medidas paliativas.
Um dos pontos a ser controlado e que está mais ao alcance direto dos professores é o da
violência entre os alunos em sala de aula.
Os adolescentes em geral passam da irritação para a raiva e em seguida para o ódio numa
velocidade e numa facilidade muito grandes. Isso porque o cérebro ainda não atingiu o seu
amadurecimento suficiente para controlar e trabalhar estas sensações e emoções.
Por isso mesmo, eles são mais impulsivos, irritáveis, instáveis e agressivos que os adultos. É
muito hormônio, principalmente testosterona, para pouco cérebro, o que provoca destemperos
emocionais por qualquer estímulo.
Além da parte hormonal, existe a paciência curta, a voz engrossando, a força física
aumentando e pés (chutes) e mãos (socos) sendo transformados em armas.
A irritação e a raiva fazem parte da sensação natural das pessoas, mas agressão física e ódio
já são violências que devem ser combatidas.
Brigas corporais não devem ser permitidas em lugar nenhum, muito menos numa sala de aula.
Mas se houver, é preciso que o professor peça aos colegas para ajudarem a terminar situação
e, depois, deve encaminhar os briguentos a um procedimento escolar que poderia ser
previamente combinado.
Não se deve buscar somente as causas originais da briga. A briga já é uma transgressão da
ordem de uma sala da aula. Os pais dos briguentos devem ser chamados para que tomem
providências educativas.
O trabalho comunitário é uma conseqüência do ato de brigar para que o briguento aprenda a
lidar com estas situações sem partir para a violência, que é sempre destrutiva.
Na família, as palavras e ações dos pais deveriam ser suficientes para coibir uma violência
entre seus filhos. Na escola, se as palavras do corpo docente não forem suficientes, é preciso
que ações consequenciais sejam determinadas para que a violência seja coibida.
Um professor não deve aceitar em sala de aula uma provocação de alunos para uma briga. O
professor é um educador. Quando ele é agredido em sala de aula, o aluno está agredindo a
escola e a educação. É preciso que a escola pratique as ações consequenciais e não o
professor durante a sua aula.
Bullying: Como reconhecer agredido e agressor?
Por Içami Tiba
Bullying é uma ação abusiva de uma pessoa mais forte para uma mais fraca que não se
defende, escondido dos adultos ou pessoas que possam defendê-la.
Esta ação abusiva do bullying é caracterizada por agressão e violência física, constrangimento
psicológico, preconceito social, assédios, ofensas, covardia, roubo, danificação dos pertences,
intimidação, discriminação, exclusão, ridicularização, perseguição implacável, enfim: tudo o que
possa prejudicar, lesar, menosprezar uma pessoa que se torna impotente para reagir e não
revela a ninguém para não piorar a situação.
O agressor é ou está mais forte no momento do bullying, tanto física e psíquica quanto
socialmente. Sua vítima, que é ou se encontra impotente para reagir sozinha, precisa de ajuda
de terceiros. Além disso, o agressor usa de sua extroversão, da facilidade de expressão, da
falta de caráter e ética, de fazer o que quer ignorando a transgressão ou contravenção e abusa
do poder de manipulação de outras pessoas a seu favor. O agressor se vale das frágeis
condições de reação da vítima e ainda o ameaça de fazer o pior caso ele conte para alguém.
Assim, a vítima fica sem saída: se calar, o bullying continua, se tentar reagir, a agressão pode
piorar. O número de agressores é geralmente menor que o das vítimas, pois cada agressor
produz muitas vítimas.
A vítima é geralmente tímida, frágil e se apequena diante do agressor. Ela tem poucos amigos
e os que têm são também intimidados e ameaçados de serem os próximos a sofrerem o
bullying, apresenta alguma diferença física, psicológica, cultural, racial, comportamental e/ou
algo inábil (destreza, competência etc.).
Mesmo que a vítima não fale, seu comportamento demonstra sofrimento através da perda de
ânimo e vontade de ir para a escola (se o bullying lá ocorreu), da simulação de doenças, das
faltas às aulas, dos abandonos escolares, da queda do rendimento escolar, do retraimento em
casa e na sala de aula, da recusa de ir ao pátio no recreio, de hematomas ou outros
ferimentos, da falta ou danificação do seu material pessoal e escolar etc.
Os futuros de todos se comprometem se o bullying não for combatido assim que descoberto.
Os agressores, que já vinham em geral de famílias desestruturadas, tendem a manter na
sociedade o comportamento anti-social desenvolvidos na escola, tornando-se contraventores e
prejudiciais à sociedade. Os agredidos levam suas marcas dentro de si prejudicando seu futuro
com uma desvalia e auto-estima baixos, alguns tornam-se revoltados e agressivos, vingando-
se ao cometer crimes sobre inocentes da sociedade e até mesmo tornando-se contraventores.
Tanto a escola quanto os pais têm de ficar atentos às mudanças de comportamentos das
crianças e dos jovens. Não se muda sem motivo, tudo tem uma razão de ser. Nenhum adulto
pode instigar a vítima a reagir sozinho. Se ela pudesse já o teria feito. Foi por autoproteção que
ela nada fez nem contou a ninguém.
Integração entre escola e pais, tanto do agressor quanto da vítima: quanto mais se
conhece as pessoas, mais elas se envolvem e menos coragem têm para fazer mal
umas às outras. Mudanças destes alunos para outras escolas não são indicadas.
Todos aprenderão na correção dos erros praticados e não através dos erros
cometidos.