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de risco: dana/performance
Christine Greiner
no Brasil.
Christine Greiner*
A dana no Brasil
No Brasil dos ltimos dez anos, assim como aconteceu em outros pases
do mundo, decidir se uma manifestao dana ou no tornou-se um
dilema placebo. S serve para curar uma patologia cclica: a obsesso
pelas categorizaes que transformam o pensamento artstico em um
subproduto do observador.
A instncia do no nomeado sempre marcada pela impermann-
cia. da sua natureza trafegar por entre-lugares, sobretudo no sentido
metafrico, quando emergem conexes que, evidentemente, esto no
corpo, mas se organizam em trnsito com o entorno e o imaginado. No
se trata, portanto, apenas do local do acontecimento. A instncia daquilo
que ainda no foi nomeado impermanente porque est em processo
de organizao e desorganizao, evitando restringir-se exclusivamente
instncia do hbito, do padro e do comportamento. da natureza das
experincias que marcam a histria da dana, desde os anos 1960 e 1970,
desafiar os padres mentais e motores.
H alguns anos, o coregrafo William Forsythe (apud Brandstetter,
2000:16) tem afirmado que na dana o corpo apresenta-se principal-
mente na sua forma temporal. Este seu aspecto de temporalidade est
relacionado, principalmente, percepo do corpo. O que se identifica
como uma ocorrncia ou a energia performativa do corpo que se move,
no momento em que se move, aquilo que foge das tentativas de tra-
duo e nomeao porque trafega entre o que tem alguma estabilidade
(a memria e os hbitos do corpo) e as perdas concomitantes que carac-
terizam o estar vivo (o esquecimento, a entropia, o envelhecimento).
Neste sentido, a dana sempre trabalhou com um tipo de perma-
182 nncia que no fixa porque se organiza em nveis diferentes. Esta no
uma inveno da dana contempornea, trata-se da prpria natureza
do corpo. Muitas vezes, a dana aparentemente esttica num nvel ma-
Christine Greiner
Bibliografia