Dependendo do Tipo da ação (espécie de ação penal cabível para o crime) Ação penal publica Ação Penal Publica Ação Penal Privada/ incondicionada condicionada Art. 5°, §4° do Art. 5°, §5° do CPP CPP 1- De ofício – art. 5, I 1- Condicionado a 1- So pode se iniciar por representação da vítima ou requerimento da vítima do seu representante legal – ou de seu representante Art. 147 do CP. (somente se procede mediante representação) 2- Requisição do Juiz ou MP – 2 – Condicionada a 2- Por prisão em OBS: requisição do Ministro da flagrante desde que a Requisição em direito tem o Justiça. Ex: Crime cometido vitima esteja na delegacia sentido técnico de ordem. E por estrangeiro contra e autorize a lavratura. sendo assim o delegado não brasileiro fora do Brasil a pode recusar-se a instaurar ação depende de requisição inquérito. (corrente majoritária) do ministro da justiça. (art. O delegado pode se recusar 7°, §3°, B do CP cumprir a decisão desde que a ordem seja manifestamente ilegal (ex. Juiz manda instaurar um fato que não é crime, ex adultério que não é crime desde 2005). (corrente minoritária) 3- Por requerimento da vítima 3 – Por auto de prisão em ou do seu representante legal flagrante, desde que aja (requerimento é pedido) requisição ou a representação portanto o delegado pode autorizando a lavratura do indeferir requerimento de auto. abertura de inquérito feito pela vítima ou representante legal – art. 5, § 2° do CPP. Dessa decisão que indefere cabe recurso ao chefe de polícia (. art. 5, § 2° do CPP. Chefe de polícia não existe mais e hoje lê-se secretário de segurança pública ou delegado geral de policia ou diretor geral da policia federal, ou qualquer delegado superior que indeferiu o pedido ou qualquer delegado superior que tem competência para julgar o recurso 4- Delação popular (delação de Obs: por mais grave que seja OBS: por mais grave que qualquer do povo – art. 5°, § 3°. o crime não pode inicial seja o crime não pode Se a pessoa não se identificar pelos meios 1,2,4 do quadro inicial pelos meios 1,2,4 teremos a delação oculta ou anterior (Ação penal publica do quadro anterior (Ação como denuncia anônima. STF – incondicionada). Ex: estupro. penal publica O delegado pode instaurar (art. 225 do CP), o delegado incondicionada). inquérito com base em delação não pode instaurar inquérito anônima desde antes verifique a mediante oficio so podendo veracidade da delação, ou seja mediante representação da que o crime realmente existe e vítima ou prisão em flagrante esta acontecendo. desde que a vítima esteja na delegacia e autorizar o auto de prisão em flagrante.
* “Notitia Criminis” postulatória – nome doutrinário da representação, a vítima noticia o crime e postula providências.
DILIGÊNCIAS DO INQUÉRITO POLICIAL
Art. 6° do CPP, rol exemplificativo –
Art. 6° I – Manter o local preservado até a chegada do peritos; OBS: Lei 5.970/73 autoriza no caso de acidente de transito qualquer agente policial que chegar no local pode retirar os veículos do local para desobstruir o transito ou socorrer pessoas; Art. 6° IV – Ouvir o ofendido – tomar as declarações da vítima; a vítima que intimada se recusar a prestar declarações esta sujeita a condução coercitiva e crime de desobediência (art. 201 §1 e §2 do CPP). Art. 6° V – interrogar o indiciado; o indiciado tem o direito de permanecer calado e de não responder determinadas perguntas; se o indiciado for menor de 21 anos o art 15 do CPP diz que o delegado deve interroga-lo na presença de um curador (de 21 anos ou mais). (a doutrina e a jurisprudência entendem que este artigo foi tacitamente revogado pelo novo código civil que reduziu a maioridade civil para 18 anos). Obs: não é necessária a presença de defensor ou advogado embora o indiciado tenha direito de comparecer com o advogado ao interrogatório, pois não se aplica o contraditório e ampla defesa. Já na fase judicial é obrigatória a presença de advogado ou defensor. Art. 6° VII – Exame de corpo de delito e outras perícias; Art 14 do CPP Durante o inquérito a vitima o rep ou indicia ou advogado podem requerer qualquer diligência e o delegado realiza ou não segundo o seu juízo, exceto o exame de corpo de delito ( art. 184 do CPP). (ao art 14 c/c 184 do CPP dispõe que a vítima, seu representante legal, o indiciado podem requerer ao delegado qualquer diligência no inquérito (ex. perícia, depoimento de testemunhas, acareações, reproduções etc) e o delegado pode negar qualquer desses pedidos de diligencia exceto o pedido de exame de corpo de delito. Art. 6° VIII – o delegado deve realizar a identificação criminal do indiciado (colheita datiloscópica + fotografia) porem deve ser lido a luz do art. 5°, LVIII da CF (o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal salvo nos casos previstos em lei). So será se não tiver documento ou se tem identificação mas mesmo assim a lei autoriza a identificação criminal, lei do crime organizado (Lei 9034/95) e lei de 12.037/09 (regulamenta esse dispositivo constitucional).
Reprodução simulada de fatos
Art. 7° do CPP: Reprodução simulada de fatos: (reconstituição do crime), aula 07, desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Finalidade: Serve para se verificar de que forma foi executada a infração penal. Casos não permitidos: • Se contrariar a modalidade. Ex. Estupro • Se prejudicar a ordem pública. Ex. O delegado não vai realizar a produção simulada de homicídio se a a população da cidade que linchar um preso e não a policiais suficientes para garantir a segurança do preso OBS: O indiciado não é obrigado a participar da reprodução simulada dos fatos. Ex Casal Nardone. Podem se recusar por conta de um princípio da não auto incriminação ou Princípio da não culpabilidade ( como é conhecido pelo STF), ngm é obrigado a produzir provas contra se ou colabora-lhas para elas.
Prazo para conclusão do Inquérito:
Regra Geral-Art. 10 CPP: • Prazo de 10 dias – Indiciado preso (incluindo o dia da prisão) em flagrante ou preventivamente; o Ex. Preso em 02.06.2010 o dia 11.06.2010 é o ultimo dia de conclusão. O Excesso de prazo torna a prisão ilegal e passível de relaxamento. O código so fala em prisão em flagrante e prisão preventiva e temos mais uma forma que não esta no código, a prisão temporária que esta na lei 7.960/89 predomina o entendimento (na doutrina e jurisprudência) que o prazo da prisão temporária não é incluído no prazo para a conclusão dos inquérito que é de dez dias; O prazo é improrrogável; • Prazo de 30 dias – Solto mediante fiança; Este prazo é prorrogável por outro prazo a critério do Juiz (pode ser 20, 10 ou até 30) Art. 10, §3° (fato de difícil elucidação, esclarecimento), onde o delegado pode pedir a devolução do inquérito para realização de diligências; Exceções (presente em leis especiais): • Crimes contra a economia popular: o Prazo de 10 dias para conclusão do inquérito seja solto ou preso (Lei 1.521/51); • Inquéritos da policia federal – Art. 66 da Lei 5010/66 o 15 dias indiciado preso o 30 dias se o indiciado estiver solto Ambos os prazos podem ser prorrogados pelo Juiz • Lei de Drogas – Lei 11.343/2006 / Art. 50 e § 1° da Lei de Drogas o 30 dias se o indiciado estiver preso; o 90 dias de o indiciado estiver solto; Ambos os prazos podem ser duplicados pelo Juiz a pedido do Delegado
Encerramento do Inquérito Policial:
• Com o Relatório Final do Delegado – Art. 10 § 1º e 2° CPP; (resumo de tudo realizado no inquérito; segundo a Doutrina o Delegado não pode emitir Juízos de valor (pessoais e subjetivos) no inquérito. Dizer que o réu é culpado, que é um monstro, que deve pegar pena máxima); • Se durante o inquérito não foi possível ouvir uma testemunha o delegado deve indicar que ela não foi ouvida por impossibilidade e indicar onde ela pode ser encontrada. • Se o delegado esquecer o relatório não prejudica a ação penal, acarreta mera irregularidade e não enseja nenhuma irregularidade nem prejudica a propositura da ação penal. Dispensabilidade do Inquérito: • O inquérito é dispensável ele não precisa ser realizado se as provas do crime e da autoria já estiverem documentadas em outras peças de informação. Conclusão o inquérito não é uma fase necessariamente obrigatória antes da ação penal. o EX: Procedimento administrativo fiscal, pois no procedimento administrativo tem todas as provas contra o contribuinte, basta encaminhar o procedimento administrativo fiscal encaminhando-se para o ministério público; obs: em alguns casos o EX2: CPI – 10volumes encaminha cópia para o MP; obs: em alguns casos. Arquivamento do inquérito: • O delegado não pode arquivar o inquérito . Art. 17 do CPP – Princípio da indisponibilidade dó inquérito. • Juiz a pedido fundamentado pelo MP. • Nos casos de atribuição originária (atribuição para denunciar e processar o infrator) do procurador geral da república, este pode arquivar o inquérito ou as peças de informação sem necessidade de requerer o arquivamento ao STF. (sendo assim o PGR pode arquivar de ofício). EX. Deputado Federal é julgado no STF e quem denuncia é o PGR ele quem oferece denúncia que representa o STF e nesses casos se o PGR entender que não há elementos suficientes de prova contra o Dep. Federal pode arquivar sem pedir ao presidente do STF. • Nos crimes de ação penal privada não há arquivamento do inquérito policial. A vítima não precisa pedir o arquivamento do inquérito basta esgotar o prazo sem o oferecimento de queixa. Desarquivamento do inquérito: • A decisão que arquiva inquérito não faz coisa julgada material, o inquérito pode ser reaberto, desde que surjam provas novas. Art 18 CPP c/c Súmula 524 do STF); • Provas novas são provas que não constavam no inquérito quando ele foi arquivado. STF/STJ – se o Inquérito Policial foi arquivado por atipicidade do fato (fato não era crime) ou por extinção da punibilidade, a decisão de arquivamento faz coisa julgada material, e assim o inquérito não pode ser reaberto nem se surgirem provas novas. A decisão que arquiva inquérito é irrecorrível com exceção da decisão de juiz que arquiva inquérito de crime contra a economia popular esta sujeita a recurso de ofício ou reexame obrigatório. Art. 7° da Lei 1.521. Ele próprio remete os autos para o Tribunal de Justiça. Incomunicabilidade do Preso – Art 21 do CPP: Conceito: O preso finca impedido de se comunicar com qualquer pessoa. Cabimento: • No interesse da sociedade • Por conveniência da investigação Prazo máximo: • Só pode durar por até 03 dias. Autoridade competente para decreta-la: • SOMENTE Juiz (a requerimento da autoridade policial ou a requerimento do MP) ou Tribunal. OBS: A incomunicabilidade não se aplica ao Defensor ou Advogado do preso. E assim o preso incomunicável não pode falar com ninguém exceto com o seu advogado. Assim a incomunicabilidade não é absoluta (art. 7°, III da lei 8.906/84). Constitucionalidade do Art. 21 do CPP. A CF durante o estado de defesa proíbe a incomunicabilidade do preso (art. 183, § 3°, IV CF/88). E assim para a maioria da doutrina este art. É inconstitucional. Pois se a CF proíbe incomunicabilidade de preso ate no estado de defesa não se pode decretar incomunicabilidade de preso durante períodos de normalidade. 1 - O juiz não pode condenar comprovas produzidas exclusivamente na fase de inquérito, porque essas provas não foram produzidas sopre o contraditório e a ampla defesa. E assim a sentença e nula. 2 - As irregularidades e vícios ocorridos durante o inquérito não se transmitem à Ação Penal, ou seja, não prejudicam, não interferem na ação penal. EX. O CPP diz que no auto de prisão em flagrante o delegado deve ouvir pelo menos duas testemunhas para que o auto seja válido. Suponhamos que ele ouviu apenas uma testemunha neste caso o auto de prisão em flagrante é nulo, a prisão é ilegal de deve ser relaxada porém esta irregularidade não traz nenhuma consequência para a ação penal, e o auto de prisão em flagrante continuará sendo válido como elemento de prova para a ação penal. 3 - Trancamento do inquérito por HC. Alguém esta sendo investigado no inquérito não concorda com o inquérito e quer trancar o inquérito com HC. Entendimento do STF e STJ é possível trancar inquérito apenas em casos excepcionais quando a ilegalidade for flagrante e evidente (quando faltar justa causa para o inquérito policial). Ex1 Delegado de oficio instaura inquérito de ofício em ação penal publica condicionada sem a representação da vítima. Ex2 o delegado instaura inquérito quando já esta extinta a punibilidade do crime. INDICIAMENTO: Ato discricionário do delegado pelo qual ele atribui ao até então suspeito à autoria do delito. O delegado decide que há indícios suficientes de que o indiciado é o autor do crime. Consequência cadastro da pessoas nos registros policiais e passará a ter folha de antecedentes criminais. Também é possível HC para impedir indiciamento ou anular indiciamento já realizado porém apenas em casos excepcionais quando a ilegalidade for flagrante e evidente (quando faltar justa causa para o inquérito policial). O STJ tem entendimento pacífico de que não pode ocorrer indiciamento depois do recebimento da denuncia. Se o juiz já recebeu a denuncia não cabe mais indiciamento. TERMO CIRCUNSTANCIADO: Nas infrações de menor potencial ofensivo a policia não faz inquérito policial e sim termo circunstanciado. Infração de menor potencial ofensivo são todas as contravenções penais e crimes com pena máxima prevista de até dois anos (não superior a dois anos) art. 61 da Lei 9.099.95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais). FASE JUDICIAL DA PERSECUÇÃO CRIMINAL: AÇÃO PENAL: Incodicionada (APPI) Ação Penal Pública (Titularidade do MP) Condicionada (APPC) (A representação da Vítima ou do Seu representante ou a requisição do ministro da justiça) Espécies de Ação Penal Propriamente dita ou exclusivamente privada Ação Penal Privada Subsidiária da Pública (Titularidade da Vítima Personalíssima ou seu representante)
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Conceito: É ação pública porque proposta pelo MP (O ministério público é o titular da ação penal) é incondicionada porque o ministério público age de ofício e propõe sem necessidade de autorização de quem quer que seja. E é a regra no Brasil (porque o crime é um mal social que afeta a toda a sociedade e não apenas a vítima momentaneamente). Ex. Furto, Roubo, Estelionato... Titularidade: É do MP (art. 129, I da CF/88), titularidade privativa e exclusiva. OBS: Art. 26 CPP – Ação Penal “ex officio” ou procedimento judicialiforme (a ação penal é iniciada por auto de prisão ou portaria do Juízo ou Delegado. Esse artigo não se aplica mais não foi recepcionado pelo art. 129 da CF/88). Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada: o Princípio da Legalidade ou da Obrigatoriedade: se estiverem presentes todas condições o ministério público é obrigado a propor-la o MP não age no interesse próprio e sim no interesse da sociedade. o Exceção: Infrações de menos potencial ofensivo o MP pode fazer transação penal com o infrator e deixar de processá-lo (art. 76 da lei 9.099/95). Vigorando nesse caso o princípio da discricionariedade regrada (pela lei). o Se o MP esta obrigado a propor a ação o pedido de arquivamento do inquérito ou das peças de informação deve ser fundamentado ao Juiz, deve demonstrar ao Juiz que não há condições para a propositura da ação. Se o Juiz discordar do pedido de arquivamento aplica-se o ART. 28 do CPP fará remessa do inquérito ou peças de informação ao Procurador Geral (chefe maior do MP) e este oferecerá denúncia, designará outro órgão do MP para oferece-la ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o Juiz obrigado a atender e arquivar o inquérito. o O Outro membro do MP: o Primeira corrente: È obrigado a oferecer a denuncia porque ele não age em nome próprio e sim em nome do Procurador Geral que o designou. MAJORITÁRIA. o Segunda Corrente: Não é obrigado a oferecer denuncia porque os membros do MP gozam de independência funcional (liberdade de convicção jurídica). o Princípio da Indisponibilidade da Ação Penal: o MP não pode desistir da ação proposta e do recurso já interposto, Arts. 42 e 576 do CPP. Como também o MP pode deixar de recorrer quando concordar com a decisão, não sendo obrigado a recorrer de todas as decisões judiciais. o Princípio da Divisibilidade: É o que prevalece na ação pública (STF/STJ) significa que no caso de vários infratores o MP pode denunciar primeiro alguns deles e deixar os demais fora da denuncia na busca e melhores e maiores provas sobre a responsabilidade deles. Se encontradas essas provas o MP tem duas opções, podendo aditar a denuncia e incluir os demais infratores ou propor nova ação penal contra os infratores. o Princípio da Oficialidade: a ação é proposta por um órgão oficial do estado que é o MP. o Principio da Autoritariedade: A ação penal é proposta por uma autoridade pública que é o MP o Princípio da Intranscendência ou da incomunicabilidade da pena: esse princípio tem status constitucional (Art 5°, XLV) nenhuma pena passará da pessoa do condenado. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA Conceito: é pública porque é proposta pelo MP e é condicionada porque só pode ser proposta se houver representação da vítima ou do seu representante ou requisição do Ministério da Justiça. “somente se procede mediante representação” ou “somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça”. REPRESENTAÇÃO Conceito: é a manifestação de vontade da vitima ou do seu representante, de que deseja que o infrator seja processado criminalmente. A doutrina chama a representação de notítia criminis postulatória porque na representação a vítima ao mesmo tempo noticia o crime e postula providências. Natureza Jurídica: Condição de Procedibilidade. Condição para que aja o processo. Formalidade: A jurisprudência do STF e STJ que a representação não exige nenhuma formalidade, ou seja não é necessária uma peça escrita denominada representação. Ex. BO, termo de declaração da vítima, basta a manifestação inequívoca da vítima de que o infrator seja processado. Aula 2 “6”