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Ementário Forense

(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador


Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: http://www.tj.sp.gov.br).

• Extorsão
(Art. 158 e segs. do Cód. Penal)

Voto nº 1734

Apelação Criminal nº 1.159.289/8


Art. 5º da Lei nº 9.296/96 (interceptação telefônica);
art. 158, § 1º, do Cód. Penal (extorsão qualificada)

– A interceptação ilícita da comunicação telefônica, vista a certa luz, é o


aniquilamento do mais nobre dos atributos do homem: a palavra.
– Apenas decisão fundamentada de Juiz fortemente esclarecido quanto aos
fatos, e em obséquio a relevante interesse de ordem pública, poderá
legitimar a drástica medida de interceptação de comunicação telefônica
para provar em investigação criminal e em instrução processual penal (art.
5º da Lei nº 9.296/96).
–“Laconismo da sentença não acarreta nulidade” (Rev. Forense, vol. 110, p.
226).
– Conforme o sistema do Código de Processo Penal, “nenhum ato será
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa” (art. 563).
– A ninguém é lícito negar o que a evidência mostra.
– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,
apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente. Esta
doutrina professam os penalistas de melhor nota: Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77); Heleno Cláudio
Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I, p. 217;
Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed., p. 534, etc.
– Interpretar “é descobrir a vontade da lei” (Vicente de Azevedo,
Apostilas de Direito Judiciário Penal, 1952, vol. I, p. 56).
– Para o Juiz que a profere, a sentença é sempre um monumento; a que prima
pelo rigor da lógica jurídica, pela rara discrição e boa doutrina, esta se diz
que foi aberta em bronze.

Voto nº 323

Apelação Criminal nº 1.049.093/1


Art. 158 do Cód. Penal;
Art. 5º, ns. X e XI, da Const. Fed.

– A menos se demonstre cumpridamente que foi obra de violência ou arbítrio,


a confissão, ainda quando produzida na fase do inquérito policial, tem o
cunho de prova excelente (“regina probationum”), porque não é o lugar
onde se presta que a acredita, senão o poder de convencimento que encerra.
– A gravação sigilosa de conversa telefônica por um dos interlocutores não
constitui meio ilícito de obtenção de prova e, portanto, não incide na
censura do Direito nem afronta os incisos X e XI do art. 5º da Constituição
Federal.
– Há mera tentativa de extorsão quando a vítima, à medida que pratica o ato
exigido, comunica-o à Polícia, que prende o sujeito ativo antes que obtenha
o proveito injusto.

Voto nº 550

Revisão Criminal no 306.688/5


Art. 158 do Cód. Penal;
Art. 621, nº I, do Cód. Proc. Penal

– As palavras da vítima, quando seguras e verossímeis, longe de significar o


ponto frágil da prova, acrescentam-lhe peso e vigor. Grande parte nos
terríveis sucessos, quem mais que a vítima estará capacitado a descrevê-los?
É ela a que reúne melhores condições para reproduzi-los com fidelidade e
revelar espontaneamente seu autor.
– Contrária à evidência dos autos é somente a sentença que não tem base
alguma na prova neles produzida.
– Cumpre pena em regime fechado autor de extorsão, a quem a gravidade da
espécie delituosa faz presumir perigoso.

Voto nº 594

Apelação Criminal nº 1.068.615/1


Art. 158 do Cód. Penal; Súmula nº 96 do STJ;
Art. 71 do Cód. Penal

– Para a realização do tipo do art. 158 do Cód. Penal, não faz ao caso
eventual obtenção da vantagem indevida, a qual já pertence para seu
exaurimento. “O crime de extorsão consuma-se independentemente da
obtenção da vantagem indevida” (Súmula nº 96 do STJ).
– A figura da continuidade delitiva, prevista no art. 71 do Cód. Penal,
pressupõe as “mesmas relações e oportunidades”, ou “a utilização de
ocasiões nascidas da primitiva situação”, sua pedra-de-toque (cf. Damásio
E. de Jesus, Código Penal Anotado, 5a. ed., p. 198).
– O regime prisional fechado é o que unicamente convém ao autor de crime
de suma gravidade, como o de extorsão, o qual, do mesmo passo que
produz funda comoção no organismo social, revela extrema vileza de
caráter em quem o pratica.

Voto nº 617

Apelação Criminal nº 1.065.353/3


Art. 158 do Cód. Penal; Súmula nº 96 do STJ

– Não carece de fundamentação a sentença que, patenteando os motivos do


convencimento do Magistrado, rende ensejo ao réu de impugná-la
amplamente.
– A gravidade da ameaça, no crime de extorsão, deve inferir-se das
circunstâncias pessoais da vítima. Se esta recorreu à proteção do Estado,
comunicando o fato à Polícia, há forte indício de que a intimidação foi séria
e eficaz.
–“O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da
vantagem indevida” (Súmula nº 96 do STJ).
– Há geral consenso em derredor do termo prisão: o pior lugar do mundo,
antes do cemitério!
–“A pena-retributiva jamais corrigiu alguém” (Nélson Hungria, Comen-
tários ao Código Penal, 1980, 6a. ed., vol. I, t. I, p. 14).
– Tratando-se de réu primário e de bons antecedentes, condenado por
extorsão, não é defeso ao Juiz, tendo consideração aos graves e notórios
malefícios do regime recluso, deferir-lhe o benefício do semiaberto.

Voto nº 1667

Apelação Criminal nº 1.151.659/8


Arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 158, § 1º, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– A confissão judicial do réu tem valor absoluto como meio de prova; pela
presunção de sua autenticidade, pode autorizar a edição de decreto
condenatório.
– Constitui a majorante do inc. I do § 2º do art. 157 do Cód. Penal a ameaça
com arma desmuniciada, se a vítima o ignorava, porque instrumento apto
a intimidá-la e, pois, render-lhe o ânimo.
– Crimes da mesma espécie, o roubo e a extorsão, quando praticados nas
circunstâncias do art. 71 do Cód. Penal, configuram continuidade delitiva,
não concurso material de infrações. É desse número, portanto, o caso de
delinquentes que, após consumar o roubo, “forçam a vítima a acompanhá-
los à caixa eletrônica para sacar o dinheiro” (cf. Rev. Tribs., vol. 765, p.
572).

Voto nº 2164

Apelação Criminal nº 1.181.409/3


Art. 158, § 1º, do Cód. Penal

– Na prova do crime e de sua autoria tem a palavra da vítima grande peso e


alcance: pode justificar solução condenatória da lide penal, se em harmonia
com os mais elementos do processo.
– Comete o delito de extorsão quem exige dinheiro da vítima para guardar
segredo cuja divulgação lhe seria a ruína (art. 158 do Cód. Penal).
– Desde que nos autos triunfe dúvida invencível acerca da culpabilidade do
acusado, será força absolvê-lo por amor do princípio de nomeada universal
do “in dubio pro reo”.

Voto nº 648

Apelação Criminal nº 1.074.127/6


Art. 158 do Cód. Penal;
Art. 33 do Cód. Penal

–“A extorsão, delito formal, atinge a consumação com a conduta típica


imediatamente anterior à produção do resultado visado pelo sujeito”
(Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 5a. ed., p. 512).
– Não há proibição legal de que o Juiz conceda ao condenado não-reincidente
a pena inferior a 8 anos o benefício do regime semiaberto; o Código Penal,
o que veda às expressas é que se conceda ele ao réu condenado a pena
superior a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena
seja superior a 4 anos.
–“A pena-retributiva jamais corrigiu alguém” (Nélson Hungria, Comen-
tários ao Código Penal, 1980, 6a. ed., vol. I, t. I, p. 14).
– O cárcere: o pior lugar do mundo, antes do cemitério!

Voto nº 2388

Apelação Criminal nº 1.208.541/8


Art. 158, § 1º, do Cód. Penal

– Desde a mais alta antiguidade, teve-se a confissão pela rainha das provas
(“regina probationum”), porque repugna à natureza afirme alguém contra
si fato que não saiba verdadeiro.
–“A confissão do delito vale não pelo lugar onde é prestada, mas pela força
de convencimento que nela se contém” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p.
564; rel. Min. Cordeiro Guerra).
– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,
apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente. Esta
doutrina professam os penalistas de melhor nota: Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77; Heleno Cláudio
Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I, p. 217;
Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 8a. ed., p. 534, etc.
– Se o agente, contudo, entra na posse (ainda que efêmera) do dinheiro
exigido à vítima, reputa-se consumada a extorsão, pois obtivera vantagem
indevida mediante grave ameaça.

Voto nº 3834

Apelação Criminal nº 1.309.051/3


Arts. 158, § 1º, e 14, nº II, do Cód. Penal

– É réu de crime de extorsão (art. 158 do Cód. Penal) o sujeito que


constrange mulher casada a entregar-lhe dinheiro, senão revelaria a
terceiros fatos e fotos impublicáveis de sua vida privada.
– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,
apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente. Esta é
a doutrina que professam os penalistas de melhor nota, v.g.: Nélson
Hungria, Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77; Heleno
Cláudio Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I,
p. 217, e Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 554.
–“A adotar-se a tese de que a extorsão atinge a consumação com o simples
constrangimento, ter-se-á de aceitar a consequência lógica de aplicá-la
aos crimes que apresentam a mesma construção típica. (...) Assim,
consumar-se-ia o constrangimento ilegal com a violência ou grave ameaça
(CP art. 146)” (Damásio E. de Jesus, Novíssimas Questões Criminais, 2a.
ed., p. 22).
– Os estigmas que se imprimem na alma dificilmente pode o tempo remediar.
É que, segundo aquilo de célebre autor, “acabando tudo com a morte, só a
desonra não acaba, porque o labéu ainda vive mais do que quem o
padece” (Matias Aires, Reflexões sobre a Vaidade dos Homens, 1752, p.
42).

Voto nº 9759

Apelação Criminal nº 884.194-3/2-00


Art. 158, § 1º, do Cód. Penal; art. 157 do Cód. Proc. Penal

–“O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova” (art. 157
do Cód. Proc. Penal).
–“O juiz criminal é, assim, restituído à sua própria consciência”
(Francisco Campos, Exposição de Motivos do Código de Processo
Penal, nº VII).
– Na prova do crime e de sua autoria tem a palavra da vítima grande
peso e alcance: pode justificar solução condenatória da lide penal, se em
harmonia com os mais elementos do processo.
– Não carece de fundamentação a sentença que, patenteando os motivos
do convencimento do Magistrado, rende ensejo ao réu de impugná-la
amplamente.
– A gravidade da ameaça, no crime de extorsão, deve inferir-se das
circunstâncias pessoais da vítima. Se esta recorreu à proteção do Estado,
comunicando o fato à Polícia, há forte indício de que a intimidação foi
séria e eficaz.
–“O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da
vantagem indevida” (Súmula nº 96 do STJ).

Voto nº 10.144

Apelação Criminal nº 1.064.252-3/0-00


Arts. 158, § 1º, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 386, ns. IV e VI, do Cód. Proc. Penal

– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,


apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente.
Esta doutrina professam os penalistas de melhor nota: Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77; Heleno Cláudio
Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I, p.
217; Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 610, etc.
– Interpretar “é descobrir a vontade da lei” (Vicente de Azevedo,
Apostilas de Direito Judiciário Penal, 1952, vol. I, p. 56).
– O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor
de extorsão qualificada (crime da última graveza e abjeção), que argui
em quem o pratica entranhada rebeldia à disciplina social (art. 158, § 1º,
do Cód. Penal).
Voto nº 10.266

Apelação Criminal nº 993.08.012618-6


Arts. 158 e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 386, nº II, do Cód. Proc. Penal

– Reputa-se de bom quilate — e, pois, merece preservada dos tiros da


crítica — a sentença que, forte nas declarações da vítima, no testemunho
policial e em gravações telefônicas, decreta a condenação de autor de
crime de extorsão (art. 158 do Cód. Penal).
– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,
apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente.
Esta doutrina professam os penalistas de melhor nota: Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77; Heleno Cláudio
Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I, p.
217; Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 610, etc.
– Se o agente, contudo, entra na posse (ainda que efêmera), do dinheiro
exigido à vítima, reputa-se consumada a extorsão, pois obtivera
vantagem indevida mediante grave ameaça.

Voto nº 10.300

Apelação Criminal nº 993.08.022141-3


Arts. 158, § 1º, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 12 e 16 da Lei nº 6.368/76;
arts. 202 e 384, parág. único, do Cód. Proc. Penal;
arts. 28, 33 e 40, nº VI, da Lei nº 11.343/06

– A inidoneidade das testemunhas não se presume; ao arguente impõe-se


demonstrar, além de toda a controvérsia, que faltaram à verdade ou
caíram em erro de informação. É que, na busca da verdade real — alma
e escopo do processo —, “toda pessoa poderá ser testemunha” (art.
202 do Cód. Proc. Penal).
– A desclassificação do crime do art. 33 da Lei nº 11.343/06 para o tipo
do art. 28 não se mostra atendível, se o réu trazia consigo, em pacotes
apreendidos pela Polícia, considerável quantidade de substância
entorpecente, pois tal circunstância revela que o tóxico se destinava ao
comércio ilícito, e não ao uso próprio.
– Reputa-se de bom quilate — e, pois, merece preservada dos tiros da
crítica — a sentença que, forte nas declarações da vítima e no
testemunho policial, decreta a condenação de autor de crime de
extorsão (art. 158 do Cód. Penal).
– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,
apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente.
Esta doutrina professam os penalistas de melhor nota: Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77; Heleno Cláudio
Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I, p.
217; Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 610,
etc.).

Voto nº 10.782

Apelação Criminal nº 990.08.008156-0


Arts. 158, § 1º , e 157, § 2º, ns. I, II e V, do Cód. Penal;
arts. 71 e 72 do Cód. Penal

– A palavra da vítima, se não contestada com firmeza pela prova dos


autos, pode ensejar a condenação de autor de roubo, uma vez que,
protagonista do fato delituoso, é a principal interessada na realização de
justiça.
– A confissão, máxime a prestada em Juízo, vale como prova do fato e de
sua autoria, se não ilidida por elementos de convicção firmes e idôneos.
Donde a antiga parêmia: “A confissão judicial é das melhores provas;
quem confessa, contra si profere a sentença” (apud Cândido Mendes
de Almeida, Auxiliar Jurídico, 1985, t. II, p. 530).
– Crimes da mesma espécie, o roubo e a extorsão, quando praticados nas
circunstâncias do art. 71 do Cód. Penal, configuram continuidade
delitiva, não concurso material de infrações. É desse número, portanto,
o caso de delinquentes que, após consumar o roubo, “forçam a vítima a
acompanhá-los à caixa eletrônica para sacar o dinheiro” (cf. Rev.
Tribs., vol. 765, p. 572).
– O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor
de roubo (crime da última graveza e abjeção), que argui em quem o
pratica entranhada rebeldia à disciplina social.
Voto nº 10.930

Apelação Criminal nº 993.07.036483-1


Arts. 158, § 1º, e art. 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 386, nº III, do Cód. Proc. Penal

– Desde a mais alta antiguidade, teve-se a confissão pela rainha das


provas (“regina probationum”), porque repugna à natureza afirme
alguém contra si fato que não saiba verdadeiro.
–“A confissão do delito vale não pelo lugar onde é prestada, mas pela
força de convencimento que nela se contém” (STF; Rev. Trim. Jurisp.,
vol. 95, p. 564; rel. Min. Cordeiro Guerra).
– Reputa-se de bom quilate — e, pois, merece preservada dos tiros da
crítica — a sentença que, forte nas declarações da vítima, no testemunho
policial e em gravações telefônicas, decreta a condenação de autor de
crime de extorsão (art. 158 do Cód. Penal).
– Embora crime formal, admite a extorsão tentativa, se o sujeito passivo,
apesar de constrangido, não realiza a conduta pretendida pelo agente.
Esta doutrina professam os penalistas de melhor nota: Nélson Hungria,
Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 77; Heleno Cláudio
Fragoso, Lições de Direito Penal, Parte Especial, 11a. ed., vol. I, p.
217; Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 610, etc.
– Se o agente, contudo, entra na posse (ainda que efêmera), do dinheiro
exigido à vítima, reputa-se consumada a extorsão, pois obtivera
vantagem indevida mediante grave ameaça.
– Interpretar “é descobrir a vontade da lei” (Vicente de Azevedo,
Apostilas de Direito Judiciário Penal, 1952, vol. I, p. 56).
– O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor
de extorsão qualificada (crime da última graveza e abjeção), que argui
em quem o pratica entranhada rebeldia à disciplina social (art. 158, § 1º,
do Cód. Penal).

Voto nº 11.089

Apelação Criminal nº 990.08.091820-6


Art. 158 do Cód. Penal

– Reputa-se de bom quilate — e, pois, merece preservada dos tiros da


crítica — a sentença que, forte nas declarações da vítima e no
testemunho de pessoas idôneas, decreta a condenação de autor de crime
de extorsão (art. 158 do Cód. Penal).
–“A gravidade da ameaça deve ser apurada em cada caso, atendendo às
condições do fato e às personalidades do agente e da vítima”
(JTACrimSP, vol. 68, p. 273; apud Celso Delmanto, Código Penal
Comentado, 5a. ed., p. 331).
– O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor
de extorsão qualificada (crime da última graveza e abjeção), que argui
em quem o pratica entranhada rebeldia à disciplina social (art. 158 do
Cód. Penal).

Voto nº 11.414

Apelação Criminal nº 993.07.095590-2


Arts. 158, § 1º; 26 e 71 do Cód. Penal;
art. 19 da Lei nº 6.368/76

– Embora viciado em drogas, não tem jus o réu à redução de penas do


parág. único do art. 26 do Cód. Penal, se o laudo médico-legal o
considerou absolutamente imputável.
– A confissão judicial do réu tem valor absoluto como meio de prova;
pela presunção de sua autenticidade, pode autorizar a edição de decreto
condenatório.
– Crimes da mesma espécie, o roubo e a extorsão, quando praticados nas
circunstâncias do art. 71 do Cód. Penal, configuram continuidade
delitiva, não concurso material de infrações. É desse número, portanto,
o caso de delinquentes que, após consumar o roubo, “forçam a vítima a
acompanhá-los à caixa eletrônica para sacar o dinheiro” (cf. Rev.
Tribs., vol. 765, p. 572; rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro).
– O regime prisional fechado é o que justamente convém ao condenado
pela prática de roubo, ainda que primário e de bons antecedentes. A
natureza do crime (que a sociedade ostensivamente aborrece) e a índole
de quem o comete (infensa aos padrões éticos normais) são as que o
recomendam.
Voto nº 11.422

Apelação Criminal nº 993.07.033932-2


Arts. 159, § 1º; 214, “caput”, e 288, parág. único, do Cód. Penal;
art. 386 do Cód. Proc. Penal;
arts. 1º, ns. V e VI, e 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90

– É cabível o recurso de apelação, contra sentença absolutória, com o


fim exclusivo de modificar-lhe o fundamento legal (cf. José Frederico
Marques, Elementos de Direito Processual Penal, 2a. ed., vol. IV, p.
312; Millennium Editora).
– A palavra da vítima passa por excelente meio de prova e autoriza
decreto condenatório, se em conformidade com outros elementos de
convicção reunidos no processado.
–“A palavra da vítima em sede de crime contra os costumes, por
conseguinte, representa elemento de suma valia e significativa
importância” (Fernando de Almeida Pedroso, Prova Penal, 2a. ed., p.
79).
– O autor de extorsão mediante sequestro (art. 159 do Cód. Penal),
crime da classe dos hediondos, deve cumprir sua pena sob o regime
inicial fechado, por expressa disposição do art. 2º, § 1º, da Lei nº
8.072/90.
– Em bom direito, é princípio inconcusso que, sem a certeza da
materialidade e da autoria da infração penal, ninguém pode ser
condenado. Esta é a regra de ouro de todo o julgador.
– Dúvida, em Direito Penal, é o outro nome da falta de prova, o que
obriga à absolvição, conforme aquilo do venerável prolóquio: “In dubio
pro reo”.

Voto nº 12.114

Apelação Criminal nº 993.06.056579-6


Arts. 157, § 2º, ns. I e II; 159, “caput”, e 69 do Cód. Penal;
Súmula nº 231 do STJ

–“A flagrância é talvez a mais eloquente prova da autoria de um crime”


(Hélio Tornaghi, Curso de Processo Penal, 1980, vol. II, p. 33).
– A palavra da vítima é a pedra angular do edifício probatório: se em
harmonia com os mais elementos dos autos justifica a procedência da
pretensão punitiva e a condenação do réu.
–“No sequestro, desde que a privação da liberdade de locomoção constitua
meio ou elemento de outro crime, perde o sequestro a sua autonomia e é
absorvido por este crime” (Rev. Tribs., vol. 491, p. 275; rel. Hoeppner
Dutra).

Voto nº 8272

“Habeas Corpus” nº 1.055.043-3/6-00


Arts. 159, § 1º, e 69 do Cód. Penal;
arts. 310, 312 e 648, nº I, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº LXVII, da Const. Fed.

– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato


ou com o elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em
processo de “habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na
instância ordinária, com observância da regra do contraditório.
Trancamento de ação penal por falta de justa causa unicamente se
admite quando comprovada, ao primeiro súbito de vista, a atipicidade do
fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art. 648, nº I, do Cód. Proc.
Penal).
–“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixe alternativa à convicção do julgador”
(STF; HC; rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
– Não tem jus à liberdade provisória o autor de extorsão, pela falta de
requisito intrínseco: inocorrência de hipótese que autorize a prisão
preventiva (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal).
– A natureza e a gravidade do crime de extorsão mediante sequestro
impedem se outorgue a seu autor, ainda que primário e de bons
antecedentes, o benefício da liberdade provisória. A defesa dos direitos
e interesses da sociedade é que reclama a segregação, até a decisão final
de mérito, daquele que violou profundamente a ordem jurídica (art. 159,
§ 1º, do Cód. Penal).
– Liberdade provisória (art. 310 do Cód. Proc. Penal), em obséquio ao
princípio da hierarquia das Instâncias, deve o réu primeiro requerer
ao Juiz da causa, cuja decisão estará sujeita a reexame pelo Tribunal.
Pretender conheça dele diretamente o Tribunal é subverter princípio
basilar do sistema judiciário.
–“Torna-se insuscetível de conhecimento o habeas corpus em cujo âmbito
o impetrante não indique qualquer ato concreto que revele, por parte da
autoridade apontada como coatora, a prática de comportamento
abusivo ou de conduta revestida de ilicitude” (STF; HC nº 72.888-0;
rel. Min. Celso de Mello; DJU 29.3.96, p. 9.345).

Voto nº 1672

“Habeas Corpus” nº 349.294/1


Art. 159, § 1º, 1a. parte, do Cód. Penal;
art. 2º, nº II, da Lei nº 8.072/90

– Segundo doutrina tradicional consagrada por todos os Tribunais de Justiça


do País, excede ao âmbito estreito do “habeas corpus” a apreciação da
falta de justa causa para a ação penal que dependa de aprofundado exame
de provas, o que se admite apenas na via ordinária da instrução criminal.
– No intuito de preservar a incolumidade pública, a lei penal pôs timbre
sempre em denegar o benefício da liberdade provisória aos acusados da
prática de crimes hediondos, ainda que, por presunção “juris et de jure”,
possam contar-se entre os inocentes (art. 5º, nº LVII, da Const. Fed.; art. 2º,
nº II, da Lei nº 8.072/90).

Voto nº 2482

Apelação Criminal nº 1.219.425/6


Art. 159, § 1º, do Cód. Penal; art. 5º, nº LXIII, da Const. Fed.

– O réu que é inocente declara-o desde logo, movido da própria razão


natural, que ordena a todo o indivíduo se defenda de injusta acusação;
quem se refugia no silêncio, embora direito seu previsto na Constituição
da República (art. 5º, nº LXIII), esse dá a conhecer que não tinha que
responder à acusação, por verdadeira. Donde o prestígio do venerável
brocardo “qui tacet, consentire videtur” (quem cala, consente).
–“Quando grosseiramente inverossímil, a defesa do réu é mais um indício de
sua culpabilidade” (Nélson Hungria, in Jurisprudência, vol. 13, p. 236).
– Se primário o autor do crime de extorsão mediante sequestro (art. 159 do
Cód. Penal), não repugna ao nosso direito fixar-lhe a pena mínima, por
amor dos princípios que regem a política criminal; pois, ainda em seu grau
mínimo, a pena cominada ao delito é já em extremo acerba, de tal arte que
somente concorrendo circunstâncias excepcionais se lhe justifica a
exasperação.

Voto nº 405

“Habeas Corpus” nº 305.970/4


Art. 158, § 1º, do Cód. Penal; art. 41 do Cód. Proc. Penal

– O rigor formal que se requer da denúncia é em obséquio ao pleno exercício


do direito de defesa. Ora, no caso, o réu não somente articulou, por seu
patrono, defesa integral, senão que — e aqui bate o ponto — pôde fazê-lo
com inexcedível proficiência. Pelo que, não incorreu a denúncia na clássica
censura de ineptidão.
–“A imprecisão da denúncia deixa de acarretar nulidade, quando os
elementos que a instruem suprem as suas deficiências” (Rev. Forense, vol.
118, p. 557).
– Não merece impugnado o depoimento só porque foi a vítima quem o
prestou; é ela a que está em melhores condições de discorrer do fato
delituoso, visto sua protagonista. As palavras da vítima, por conseguinte,
devem ser recebidas por expressão da verdade, que só a prova de que foi
obra da mentira e da malícia pode ilidir. Não desconvém notar que “a
verdade é mais frequente na boca dos homens que a mentira”(apud
Antonio Dellepiane, Nova Teoria da Prova, 1958, p. 140; trad. Érico
Maciel).
–“Comete o crime de extorsão quem, mediante violência ou grave ameaça,
constrange alguém a entregar-lhe dinheiro do qual se apodera, ainda que
sob pretexto de que o numerário lhe é devido” (Rev. Forense, vol. 175, p.
328).

(Em breve, novas ementas).

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