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1. Conceito
• Jurisdição é o poder-dever do Estado de aplicar o direito ao caso concreto submetido
pelas parte. É uma das funções de soberania do Estado.
• É uma das funções do Estado, mediante a qual se substitui aos titulares dos interesses
em conflito para buscar a pacificação do conflito, com justiça.
• A jurisdição é, ao mesmo tempo, poder, função e atividade:
Poder: manifestação do poder estatal, conceituado como capacidade de
decidir imperativamente e impor decisões;
Função: expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a
pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e
através do processo;
Atividade: complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e
cumprindo a função que a lei lhe comete.
2. Características
2.1 – Aplicação do direito material (escopo jurídico): a correta aplicação do direito e
a justa composição da lide, ou seja, o estabelecimento da norma de direito material que
disciplina o caso, dando a cada um o que é seu;
2.2 – Substitutividade: Vedada a justiça pelas próprias partes envolvidas no conflito, o
Estado atribuiu para si essa incumbência. Para tanto, substitui, como uma atividade
sua, as atividades daqueles que estão envolvidos no conflito submetido à sua
apreciação;
2.3 – Lide: A existência do conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida é uma característica constante na atividade jurisdicional, quando se trata de
pretensões insatisfeitas que poderiam ter sido atendidas espontaneamente e não o foi
pelo obrigado;
2.4 – Inércia: Veda o exercício espontâneo da atividade jurisdicional. Sendo sua
finalidade a pacificação social, aguarda que o titular de uma pretensão venha a juízo
pedir a prolação de um provimento que, eliminando a resistência, satisfação sua
pretensão e elimine o estado de insatisfação (CPC, 2º);
2.5 – Definitividade: os atos jurisdicionais e só eles são suscetíveis de se tornarem
imutáveis, isto é imunes a revisão ou modificação por outros órgão e, após cobertos
pela coisa julgada, até mesmo pelo próprio poder judiciário (CF, 5º, XXXVI). Uma vez
apreciado e julgado pelos órgãos jurisdicionais, considera-se o conflito solucionado
para sempre.
3. Princípios inerentes
3.1 – Inevitabilidade: o cumprimento de suas decisões não pode ser evitado pelas
partes. A situação das partes perante o Estado-juiz é de sujeição;
3.2 – Indeclinabilidade: nenhuma lesão de direito deixará de ser apreciada pelo Poder
Judiciário (CF, 5º, XXXV). O Estado não pode declinar de sua função;
3.3 – Investidura: a jurisdição só será exercida por quem dela tenha sido
regularmente investido por autoridade competente do Estado (ver CF, 37, II);
3.4 – Indelegabilidade: a atividade jurisdicional não pode ser objeto de delegação pelo
agente que a exerce com exclusividade;
3.5 – Aderência ao território: o exercício da jurisdição encontra-se limitado ao
território do país, tal qual o é a soberania. Ainda, por se tratarem de diversos juízes
distribuídos pelo território nacional (comarcas e seções judiciárias), cada juiz só exerce
a sua autoridade nos limites de sua circunscrição territorial;
3.6 – Unicidade: A jurisdição é una e indivisível. A repartição administrativa entre os
diversos órgão só tem relevância para o aspecto de funcionalidade da justiça.
II - ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
1. Extensão da jurisdição
• A jurisdição não abrangia o poder do juiz tornar efetiva a atividade jurisdicional,
através do processo de execução do julgado. A pouca participação que inicialmente
tinha o juiz na execução forçada fundava-se em outro poder (imperium) e não na
jurisdição.
• Atualmente, a execução é considerada autêntica atividade jurisdicional.
• A jurisdição inclui o dizer o direito (conhecimento), satisfazer o direito (execução) e
assegurar o direito (cautelar).
2. Limites da Jurisdição
2.3 - Limitações internas: Em princípio a função jurisdicional cobre toda a área dos
direitos substanciais (CF, 5º, XXXV). Exclui, todavia, a tutela jurisdicional em casos
determinados: a) os atos da administração pública, no tocante à discricionariedade do
administrador, do ponto-de-vista da oportunidade e conveniência da sua prática; b) as
pretensões fundadas em dívidas de jogo, ou apostas (CC, art. 814). São casos de
impossibilidade jurídica da demanda.
IV - ÓRGÃOS DA JURISDIÇÃO
1. Poder Judiciário
• Assim como a jurisdição, o Poder Judiciário é uno
• Na clássica tripartição de poderes, coube ao Judiciário a função jurisdicional, ou seja, a
função de dirimir os conflitos de interesses, assegurando a ordem jurídica e a paz
social.
• Todavia, a jurisdição não é exercida com exclusividade pelo Judiciário, nem tampouco
o Judiciário se ocupa exclusivamente com a função jurisdicional.
• CF, 51, I (Câmara dos Deputados) / CF, 52, I e II (Senado Federal
• O Judiciário exerce ainda funções não jurisdicionais (legislativas e administrativas).
São atos judiciários, porque praticados pelo Poder Judiciário.
o Atividades secundárias: as que se realizam no exercício da jurisdição
voluntária: gestão pública de interesses privados
o Atividades de governo interno: os desenvolvidos para governo, direção e
controle dos serviços que lhes são afetos. São atividades administrativas e
legislativas (CF, 93, 96 e 125, § 1º)
o Anômalas: atividades outras do juiz no curso do processo.
1. Considerações iniciais
Os poderes da República são independentes e harmônicos entre si (CF, 2º)
O Judiciário precisa ser independente para efetivamente fazer justiça
O Judiciário é o guardião das liberdades e direitos fundamentais
Sua posição deve ser salvaguardada pela sua independência e imparcialidade
4. Autogoverno da magistratura
Atividades normativas e administrativas acerca de autoorganização e
autorregulamentação (CF, 96)
Automonia administrativa e financeira (CF, 99)
VI - ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
1. Conceito
Organização significa estrutura, com a disposição dos órgãos para um fim.
Os órgãos do Poder Judiciário estão dispostos segundo uma disciplina, respeitando a
investidura, posição e acesso nos quadros da magistratura, condições e garantias do
exercício de suas funções e distribuição de suas atribuições.
A organização judiciária rege-se por princípios e normas que dizem respeito à
administração da Justiça
o Quais e quantos são os órgãos jurisdicionais
o Superposição de uns sobre outros
o Estrutura de cada um
o Requisitos para investidura
o Disposições sobre a carreira
o Épocas de trabalho forense
o Território dividido em circunscrições
Regime legal da constituição orgânica do Poder Judiciário
2. Competência legislativa
Estão na CF as regras básicas sobre a organização judiciária
Cada Estado tem competência para legislar sobre sua própria organização judiciária,
observando, contudo, as diretrizes constitucionais.
Conflito entre lei estadual e federal: CF, 24, §§ 1º ao 4º
3. Conteúdo
3.1 – Magistratura:
Conjunto dos juízes que integram o Poder Judiciário. Fala-se em magistratura
Federal e Estadual, trabalhista, eleitoral...
Organizada em carreira ( CF, 93, I-III)
Ingresso por concurso (CF, 93, I) ou por nomeação
Promoção por antiguidade e merecimento (CF, 93, II)
VII – COMPETÊNCIA
1. Conceito
É a quantidade de jurisdição atribuída a cada órgão ou conjunto de órgãos.
É a medida de jurisdição – Área de atuação do órgão jurisdicional legalmente
atribuída para que este desenvolva e atue a jurisdição.
2. O problema da Competência
2.1 – Competência de jurisdição
qual a justiça competente? (CF, 109, 114, 121, 124, 125, §4º)
Leva em consideração a natureza da relação jurídica material
(competência em razão da matéria) ou a qualidade das pessoas
(competência em razão da pessoa)
4. Momento
Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta (CPC, 87).