Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
OS VALORES
a) O que são?
A ciência que vai estudar a ética dos valores é a axiologia. Os valores são objetos
formais da ética e não objetos em si. Sua propriedade é adquirida graças à sua relação
com o homem. Uma diferença importante na definição de valor deve ser feita entre os
objetos naturais e os objetos h umanos ou humanizados.
Objetos naturais: São analisados em suas estruturas e propriedades essenciais pelo homem da
ciência e sobre eles não se pode fazer uma apreciação ou formulação de juízos de valor. Suas
propriedades são naturais e existem independentemente das propriedades valiosas.
Assim, os objetos naturais estão na natureza em sua forma primeira e pura, enquanto
os objetos humanos são assim chamados por conta de suas relações com o homem. Somente
os objetos humanos possuem valor na ética. Por exemplo: a prata é um mineral em seu estado
puro, mas, em contato com o homem, pode se tornar um cinzeiro (valor de utilidade) ou uma
moeda (valor econômico).
b) Valor moral
Segundo Ives Gandra, o “valor moral é aquele atribuído aos atos e produtos humanos
e pode ser classificado em bom ou mal. Somente aos atos livres (conscientes e
voluntários) se pode atribuir uma responsabilidade moral”. C o m o p o r e x e m p l o
ajudar alguém a atravessar a rua.
Deste modo, podem ser avaliados indivíduos e grupos sociais em suas intenções,
resultados e consequência de seus atos, na q u a l b o m p o d e s e r : f e l i c i d a d e
(eudemonismo), prazer (hedonismo), boa vontade (formalismo
K a n t i a n o ) e ú t i l ( u t i l i t a r i s m o ) . Deve-se diferenciar o bem moral do bem em geral
(demais valores), por exemplo, um relógio é “ bom” devido à sua utilidade já que nele não
há moralidade como nos atos humanos.
São dois modos diferentes de fundamentar a moral porque situa o valor moral dos atos
em momentos diferentes.
A Deontológica (teoria do dever) entende que os critérios da ação são definidos a
priori e que os atos são bons ou maus em si, ou seja, a intenção é o qualifica o valor moral
daquela ação. ação que obedece ao dever, apenas. A obediência ao dever faz o homem livre.
Seu grande representante é Kant, com o imperativo categórico de Kant: agir de modo
universal com o fim em si mesmo e não nas consequências.
A Teleológica (estudo do fim), por sua vez, acredita que o correto só pode ser definido a
partir das consequências que uma determinada ação pode produzir, ou seja, o fim da ação é o
qualifica o valor moral. Tem como base a utilidade das ações para o bem-estar e para aliviar o
sofrimento. Sua moral vai ser o que produz mais bem-estar ao maior número. Seu grande
representante é Stuart Mill (utilitarismo). Cabe aqui a declaração de que os fins justificam os
meios.
REFERÊNCIAS
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro 1990.
8. O COMPORTAMENTO VOLUNTÁRIO
a) Condições do comportamento voluntário
Atos do homem = Não é objeto da ética, pois falta liberdade e consciência, e isenção da
vontade. EX: Batimento cardíaco
Atos humanos = É objeto da ética, pois os atos ou omissões são feitas livremente, de modo
deliberado (decisão). Necessita da razão e vontade (intencionalidade), são elegidos (eleito,
nomeado). EX: Roubar
Voluntário = São atos humanos que dependem das nossas vontades. Seu grau de valor
moral, dependerá do grau de liberdade com que forem realizados. EX: Falar, andar.
Involuntário = São atos humanos que não dependem das nossas vontades. EX: A reação
instintiva ao retirar a mão quando toma-se um choque.
Não voluntário = São atos humanos providos da ignorância, se diferem dos atos
voluntários, pois não depende totalmente da vontade e se diferem dos atos
involuntários, pois não são acompanhadas de um possível arrependimento. Ex. Agir
viciado.
d) Hábitos (definição)
Definição moderna de hábito não vai ter como vista os elementos espirituais, mas vai
estar ligado ao auto-motismo invariável e inerte. Logo o hábito está ligado a uma repetição de
atos condicionando a participação do sistema nervoso). Por isso que se pode classificar entre
hábitos bons e ruins, pois o hábito é deliberado.
Para São Tomás de Aquino o hábito além de ser uma força para agir bem ou agir mal, é
uma qualificação do ser, podendo ser aperfeiçoada a ação do ser, sendo bom; ou prejudicada,
sendo mau. Para Ives Gandra, hábito é modo de agir adquirido pela repetição dos atos,
criando-se uma pré-disposição a agir de uma maneira própria.
REFERÊNCIAS
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Manual esquemático de filosofia. 4.ed. São
Paulo: LTr, 2010.