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Apresentação
O irmão Paulo Bueno é pastor, conferencista, escritor, professor de
Sistemática e Línguas Originais, líder na América do Sul da Missão
Navegadores, bacharel em teologia pelo Janz Team, estudante de Psicologia,
aluno do curso de mestrado em teologia e história, líder evangélico desde
1986, casado com Raquel e pai de Tafnes e Sherah.
Atualmente reside no sul do Brasil, onde tem redescoberto seu
ministério, e de uma forma apostólica vem auxiliando pastores e líderes, junto
às suas igrejas locais, em questões teológicas e éticas, apoiando com
fundamentação bíblica.
Seu ministério nos Navegadores é encorajar, incentivar e estimular
vidas; descobrindo e investindo em novos ministérios que surjam no seio da
Igreja.

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Agradecimentos
Agradeço a Deus, porque no meio de uma época de tantas corrupções e
enganos podemos ainda encontrar remanescentes fiéis e consagrados a Ele.
Pessoas que não lavam as mãos nas águas do engano, do descaso, da
indiferença, das vistas grossas, da infidelidade e da corrupção. Mas antes
estão juntos com os seus amigos e com eles vão ao Calvário de suas aflições a
esses, meu abraço e meu carinho. Amigos! Vocês são a verdadeira Igreja do
Senhor Jesus Cristo nessa terra. Que o Deus Eterno os abençoe!

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Sumário
Introdução............................................................................................. Pág. 05
1. Tenha coragem De Ser Diferente!................................................... Pág. 07
2. Detectando Os Agentes E Doenças Deste Mundo!..........................Pág. 17
3. Materialismo: “Eu sou o que obtenho!”...........................................Pág. 22
4. Ativismo: “Eu sou o que faço!”....................................................... Pág. 26
5. Individualismo: “Eu sou mais eu!”.................................................. Pág. 30
6. Conformismo: “Eu sou o que os outros querem que eu seja!”........ Pág. 35
7. Relativismo: “Eu sou o que eu desejar ser!”.................................... Pág. 40
8. Secularismo: “Eu sou auto-suficiente e não preciso de Deus!”.......Pág. 46
9. Em Busca da Verdadeira Espiritualidade!....................................... Pág. 52
10.As Marcas da Uma Vida de Verdadeira espiritualidade!.................Pág. 58
11.O Valor e necessidade de Confessarmos Nossos Pecados!............. Pág. 63
12.Senhor, liberta-me! Eu não quero mais ser Pilatos!.........................Pág. 69
Epílogo.................................................................................................Pág. 73

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Introdução
Nunca foi com toda a certeza tão difícil ser cristão como hoje o é.
Vivemos um período de muitos contrastes e incertezas. Não sabemos como a
Igreja irá acordar amanhã de manhã com qual a ênfase, com qual a direção,
com qual a novidade, com qual a moda. E os cristãos também têm tomado
rumos semelhantes em suas vidas.
Quando olhamos na Bíblia para a história e caráter de um homem em
especial podemos entender em alguns detalhes quem são em muitos casos “os
homens de Deus de hoje”, a figura a que me refiro é de Poncio Pilatos,
governador Romano na Judéia na época do ministério público de Jesus Cristo.
Alguém que ao mesmo tempo tinha em seu caráter a tenaz maldade de um
guerreiro, pois era dos mais cruéis dos governadores romanos, mas ao mesmo
tempo podia dissimular uma decisão, “amarelando”, indo lavar suas mãos.
Vivemos dias de uma gênese de pessoas que infelizmente em nossas
igrejas vivem de maneira incoerente ao cristianismo bíblico e ao mesmo
tempo tem posição de destaque no meio social referido. Estamos diante de
uma das maiores crises de integridade da história da Igreja de Cristo, enquanto
que por outro lado vemos o maior fenômeno de crescimento de todos os
tempos. Incoerência para muitos, mas apenas resultado disso mesmo para
outros.
Com toda a certeza podemos dizer que: por algum motivo muito grave a
Igreja tem estado triste! Ora todos nós que nos temos por cristãos ortodoxos,
temos estado atormentados com alguma espécie de medo nesses dias difíceis.
Seja porque não sabemos do que será de nossos filhos daqui a dez, vinte ou
trinta anos se continuarmos nesse processo frenético de dilaceração espiritual
em que estamos inseridos; seja porque estamos enfrentando a dita crise de
integridade que é a maior de todos os tempos; seja porque temos nos sentido a
nós mesmos meio indiferentes por não sermos mais ouvidos e não nos
sentirmos mais “em casa” e parte integrante do contexto ai presente ou seja
simplesmente porque estamos cansados de tanta hipocrisia e só queremos
mesmo é que haja um milagre de cima para baixo e não imitado de baixo para
cima, como se Deus fosse um cão que depois de provocado e cutucado por
nossas orações, fosse então punir o bando de charlatões que tem denegrido sua
imagem aqui na terra.
É hora de reagirmos. De dizermos não a tudo o que se interpõe entre nós
e nosso relacionamento com Ele. É hora de gente de coragem se levantar e dar
um basta. É hora do pessoal “antigo” voltar a ativa. É hora de deixar de fazer

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corpo mole. Esse é o nosso tempo, o tempo de gente de Deus, entrar na


história e fazer aliança e pacto com Deus. Devemos definir e dizer: “Deus eu
estou pronto para fazer o que Tu queres que eu faça. Usa-me segundo a
Tua vontade, quero ser Teu soldado nessa geração”!
Muitos são os cristãos que se perderam nessa síndrome de Pilatos,
homens e mulheres que já foram libertos por Jesus mas não vivem mais na
liberdade que alcançaram. Perderam a paz e o regozijo, voltando a viver total
ou parcialmente prisioneiros de ensinamentos legalistas, esforços humanos ou
erros morais. Mas por quê? Porque deixaram de confiar em Cristo para
depositar sua fé na sua própria performance diante das leis que eles mesmos
criaram para viver debaixo delas.
Bruce H. Wilkinson, em seu livro "Vitória sobre a Tentação", diz que
existem apenas três temperaturas na vida cristã. Nosso coração pode estar frio,
morno ou quente. Adoração é tanto o termômetro quanto o termostato da vida
cristã. Se nosso coração está frio ou morno, isto ficará claro no modo como
adoramos a Deus, se estamos mornos isso irá afetar toda nossa vida de
adoração e louvor ao nosso Deus.
Vamos dizer a Pilatos: ‘Basta, eu não vou lavar minhas mãos como
pilatos fez, antes eu vou lutar contra o pecado com todas as minhas forças. Irei
entregar-me ao Senhor Jesus e permitir que Ele seja o poder de minha vida.
Deixarei o poder da Ressurreição do Senhor Jesus Cristo, ser a seiva que irá
transformar e operar em minha vida e deixarei de viver nos meus esforços
humanos e nos princípios criados por homens, que apenas são religião e não
Vida Espiritual e Poder de Cristo!
Que o Senhor Jesus nos abençoe a estarmos vivendo pela sua Graça e
não mais debaixo do erro!’.

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Tenha Coragem De Ser Diferente!

Um jovem cheio de vida e vontade de agradar a Deus, foi trazido


perante a corte do Rei para ser testado, seu nome era Daniel. Cheio de temor
de Deus e sabedoria, era alguém impressionante, a primeira ação relatada
deste jovem na Bíblia é demonstrativo de seu caráter muito forte: “Resolveu
Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com
o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse
não contaminar-se”. (Daniel 1.8), veja como a Bíblia diz que ele ‘resolveu
firmemente’, notável, pois ele era alguém de caráter, firmeza e decisão.
Não sei se hoje Daniel encontraria muitos Sadraques, Mesaques e
Abede-Negos para estarem com ele em suas empreitadas, hoje nós temos uma
geração que logo ‘deixa de resolver firmemente não se contaminar’.
A pós-modernidade tem assolado furiosamente a Igreja e as mentes dos
cristãos de nossa geração. Hoje em dia: eu decido o que é bom ou mal para
mim; ou no quero ou não quero crer; muitos crêem que vida cristã é algo
muito particular de cada um; que Igreja boa tem de ser agradável; divertida;
flexível; que respeite minhas opiniões e minha liberdade de expressão. Líder
jóia é aquele que me respeita e não me importuna; não fica na marcação; me
deixa livre para ser eu mesmo.
O mundo em que vivemos tem exercido uma pressão sobre a fé de
nossos filhos, e a própria ‘igreja’ tem exercido uma pressão sobre os nossos
filhos e sua fé, dizendo: cristianismo deve ser light e genérico sem apelação,
mas a palavra de Deus diz a Igreja: “antes, santificai a Cristo, como Senhor,
em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele
que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com
mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam
contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom
procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que
sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal”. (1 Pe 3.15-17).

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Ora a Palavra fala que o cristianismo deve ser radical, Cristo deve ser Senhor
absoluto de minhas idéias e pensamentos, minha vida, minhas conversas, etc.
Outro tipo de pressão característico de nossos dias é que: você deve desprezar
as bases do cristianismo, tais como: Escrituras, Cristo, Salvação. Mas a
Palavra de Deus diz em 1 Co 1.21-25: “Visto como, na sabedoria de Deus, o
mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os
que crêem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais,
como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado,
escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram
chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e
sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os
homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 co 1.21-25).
Somos chamados a viver e a pregar a Cristo, crucificado, segundo as
Escrituras, e isto afeta minha eternidade e meu dia a dia. A pressão pós-
moderna diz: ‘Ora cada um deve saber de si. Bem como sua maneira de viver
sua própria fé e de ver a religião e o cristianismo!’, a Bíblia responde a esses
em Gálatas 1.6-9: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele
que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro,
senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de
Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue
evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como
já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além
daquele que recebestes, seja anátema”.
A Bíblia é clara, ela diz que só existe um evangelho e qualquer outro
que nos seja apresentado é falso e amaldiçoado. O mundo pós-moderno que se
infiltra na igreja também diz: ‘ah! Na hora da dificuldade eu só posso contar
comigo mesmo, ninguém vai ser por mim, é um salve-se quem puder!’
Provérbios 3.5-7 nos adverte que: “Confia no SENHOR de todo o teu coração
e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus
caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios
olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal”. Ora o diabo quer nos roubar a
fé, porque ele sabe que ‘sem fé é impossível agradar a Deus’ (Hb 11.6). Não
confie em teu próprio entendimento, pois ele é caminho de morte e não
caminho de vida e sabedoria.
Existe hoje uma crise muito grande de verdade em todos os segmentos
da sociedade que você for pesquisar, isso tem atingido a Igreja de uma forma
avassaladora. Era também uma das crises de Pilatos: “Perguntou-lhe Pilatos:
Que é a verdade?” (Jo 18.38). Isso faz parte da síndrome e do caráter de
Pilatos. Tem atingido sim a nossa geração. Não distinguimos mais entre o
certo e o errado, em muitos lugares já não existe mais a noção de padrões

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absolutos, estamos sendo cidadãos de uma sociedade que rejeita noções de


verdade e moralidade, a verdade tornou-se uma questão de preferência pessoal
e não moral e ética. Quando enviamos nossos filhos para as escolas, elas já
estão oferecendo uma educação, que é moralmente neutra, afirmando: ‘Não
podemos invadir a vida das pessoas dizendo-lhes o que fazer ou não fazer, ou
o que é certo e o que é errado’, muitos educadores e mestres em pedagogia
afirmam que a verdade é relativa. Os meios de comunicação rejeitam a noção
de verdade, eles usam o seguinte slogan: ‘Apresentamos todas as opções e eles
decidem por si mesmos’. A politica rejeita também a noção de verdade e de
moralidade, vivemos numa época amarelada, que as pessoas são amarelas, não
querem incomodo, apenas ‘paz’ para viverem.
O conceito pós-moderno de igreja é aterrorizante aos mais antigos e
alicerçados; ele diz: ‘Vida religiosa é algo muito particular e pessoal para ser
discutida abertamente, isso é algo do meu íntimo e da minha alçada só!’. Mas
a Bíblia diz em Romanos 12.9-16, “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o
mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais
remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na
esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes;
compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai
os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se
alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para
com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é
humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos”. Este texto deixa claro
que a vida cristã é para ser vivida coletivamente e não de forma isolada e
solitária, ainda somos corpo de Cristo e isso nunca irá mudar.
O pós-modernismo também diz que a igreja deve ser promotora de uma
série de momentos e experiências, se assim não for ela está fora de contexto,
quanto a isso a Bíblia diz em Hebreus 10.24-25, “Consideremo-nos também
uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não
deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. Existe hoje
a noção de que a igreja deve ser variada, divertida, aparentemente substancial,
sólida, mas ao mesmo tempo flexível. ‘Ah! Ir a igreja é uma das muitas
atividades que eu tenho que fazer!’. Ora a igreja é relacionamento e não
advento, precisamos nos aperfeiçoar mutuamente; isso só com ocorrerá, se eu
abrir minha vida para contatos freqüentes e interpessoais. Outro fator forte do
pós-modernismo eclesial é que existe a tendência de querer-se fazer parte da
igreja do momento. ‘Ah! Eu sou da igreja dos jogadores de futebol, dos
artistas, dos cantores, dos políticos, dos profissionais liberais, dos empresários,

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dos funk’s, dos rockeiros, dos não tradicionais, etc’. A Bíblia diz em 1 Co
12.12-14, 27 “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e
todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com
respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um
corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi
dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um só membro,
mas muitos... Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo”. A igreja não é modismo mas é Corpo de Cristo, não é grife do
momento, mas é arca de salvação, veja o que Jeremias 48.10 “Maldito aquele
que fizer a obra do SENHOR relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua
espada do sangue!”, igreja é lugar de busca de excelência no serviço. O fato
das pessoas irem a igreja e ouvirem uma pregação, cantarem cânticos,
receberem oração não significa que estão sendo influenciadas por ela, veja o
que Tiago diz em 1.22-23: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não
somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte
da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num
espelho, o seu rosto natural”. Somente iremos aprender de fato quando a
Palavra de Deus mudar nossas atitudes e nosso caráter de dentro para fora.
O conceito pós-moderno de certo e de errado, prega que as pessoas
devem andar em cima do muro, sem convicções, vejamos o que diz a Palavra
de Deus em Mateus 5.37 “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O
que disto passar vem do maligno”. Ora a Bíblia é clara e afirma que devo
andar no padrão de certo e errado, ora aquilo que a Palavra de Deus afirma eu
devo obedecer, não devo usar a dúvida para minha conveniência, veja o que
diz em Tiago 4:17 “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o
faz nisso está pecando”. O ‘certo e o errado’ não é um padrão pessoal
exclusivo de cada um de nós, veja o que diz o Salmo 119.9-11 “De que
maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo
a tua palavra. De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus
mandamentos. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra
ti”. Veja é claro na Bíblia que o ‘certo e o errado’ é um padrão exclusivo de
Deus, ele é o criador e o dono da verdade, Ele é a própria verdade. Portanto
essa tendência de que não é bom tratar as coisas como ‘certo e errado’, porque
não há verdade absoluta é demoníaca e devemos resistir a esse ensinamento de
demônios dentro de nossas vidas e famílias. Existe a verdade absoluta sim!
Nós é que gostamos de relativizar tudo. Veja novamente o que diz a palavra
de Deus no Salmo 119.151, 160 e João 17.17: “Tu estás perto, SENHOR, e
todos os teus mandamentos são verdade ... As tuas palavras são em tudo
verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre
... Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Existe hoje uma

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expressão muito comum entre as pessoas das igrejas que dizem: ‘Ah! Eu gosto
de escolher o que é melhor para mim, as minhas preferências os meus
caminhos!’. Provérbios 14.12 diz: “Há caminho que ao homem parece direito,
mas ao cabo dá em caminhos de morte”. É caminho de morte meu querido (a).
essa escolha é sempre baseada numa visão humana e limitada. Prefira sempre
o caminho de Deus que é baseado numa visão ilimitada e eterna. Outra coisa
que muito se ouve é essa expressão: ‘Eu gosto muito de estar no controle,
confortável, livre, leve , solto’, veja o que nos responde Deus em sua Palavra,
Gálatas 5.13-17: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém
não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos
outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e
devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. Digo,
porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque
são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso
querer”. Quando eu e você pensamos que estamos no controle e livres, na
realidade estamos é na carne e anuídos com o padrão do mundo. Amigo (a)
deixe o Espírito de Deus ser o seu controlador!
Meu amado (a) é possível sim, que você tenha uma fé viva, autêntica e
vibrante nessa presente geração. Se eu cuidar com os meus conceitos, deixar
de lado a carne e viver só para Ele, o Senhor Jesus Cristo! Eu devo para isso
buscar um relacionamento diário e íntimo com Ele. Devo buscar um grupo
realmente comprometido com a Palavra de Deus, onde eu possa me abrir, ser
ouvido e ser até cobrado em minhas atitudes e comportamento. Busque uma
comunidade (igreja) que viva, expresse, ame e ande na verdade, para você
fielmente poder adorar, aprender e servir ao Senhor Jesus Cristo. Cuidado com
o deus deste século, leia a seguinte repreensão do profeta Isaias em Is 65.11-
12: “Mas a vós outros, os que vos apartais do SENHOR, os que vos esqueceis
do meu santo monte, os que preparais mesa para a deusa Fortuna e misturais
vinho para o deus Destino, também vos destinarei à espada, e todos vos
encurvareis à matança; porquanto chamei, e não respondestes, falei, e não
atendestes; mas fizestes o que é mau perante mim e escolhestes aquilo em que
eu não tinha prazer”.

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O que a Bíblia que é a Palavra de Deus me diz de tudo isso: “Ora,


destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Salmo 11.3). Ora só
temos duas opções, ou nos tornamos fatalistas e dizemos: ‘Ah! O mundo esta
preste a acabar mesmo, que se dane!’. Ou então reagimos e dizemos nós: ‘Vou
fazer pelo menos a minha parte, que é fazer como a Bíblia diz!’.
Precisamos entender como chegamos a atual situação em que nos
encontramos como igreja, como sociedade, como mundo: ‘Como chegamos
até aqui?’. Quais as causas fundamentais, as raízes do problema, da luta atual
entre o certo e o errado? Para isso vamos ler em 1 Samuel 8.1-22, o texto é um
pouco longo, mas vale a pena: “Tendo Samuel envelhecido, constituiu seus
filhos por juízes sobre Israel. O primogênito chamava-se Joel, e o segundo,
Abias; e foram juízes em Berseba. Porém seus filhos não andaram pelos
caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e
perverteram o direito. Então, os anciãos todos de Israel se congregaram, e
vieram a Samuel, a Ramá, e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não
andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para
que nos governe, como o têm todas as nações. Porém esta palavra não
agradou a Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos governe.
Então, Samuel orou ao SENHOR. Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz
do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu
não reinar sobre ele. Segundo todas as obras que fez desde o dia em que o
tirei do Egito até hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim
também o faz a ti. Agora, pois, atende à sua voz, porém adverte-o solenemente
e explica-lhe qual será o direito do rei que houver de reinar sobre ele.
Referiu Samuel todas as palavras do SENHOR ao povo, que lhe pedia um rei,
e disse: Este será o direito do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará
os vossos filhos e os empregará no serviço dos seus carros e como seus
cavaleiros, para que corram adiante deles; e os porá uns por capitães de mil
e capitães de cinqüenta; outros para lavrarem os seus campos e ceifarem as
suas messes; e outros para fabricarem suas armas de guerra e o
aparelhamento de seus carros. Tomará as vossas filhas para perfumistas,
cozinheiras e padeiras. Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas
vinhas, e dos vossos olivais e o dará aos seus servidores. As vossas
sementeiras e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus
servidores. Também tomará os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos
melhores jovens, e os vossos jumentos e os empregará no seu trabalho.
Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos. Então, naquele dia,
clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o SENHOR
não vos ouvirá naquele dia. Porém o povo não atendeu à voz de Samuel e
disse: Não! Mas teremos um rei sobre nós. Para que sejamos também como

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todas as nações; o nosso rei poderá governar-nos, sair adiante de nós e fazer
as nossas guerras. Ouvindo, pois, Samuel todas as palavras do povo, as
repetiu perante o SENHOR. Então, o SENHOR disse a Samuel: Atende à sua
voz e estabelece-lhe um rei. Samuel disse aos filhos de Israel: Volte cada um
para sua cidade”.
Vemos aqui nesse texto um exemplo claro de como o pós-modernismo
pode atacar a verdade, as circunstâncias eram todas a favor do pecado, os
filhos de Samuel eram descendentes ruins, Samuel estava velho, e o povo
estava inclinado a querer andar nos seus próprios caminhos, querendo ser
como todas as outras nações da terra, podemos dizer que o pós-modernismo
pressiona a verdade de três formas: Em primeiro lugar as circunstâncias
pressionam a verdade. Muitas vezes usamos o chavão: ‘Os fins justificam os
meios’, ora os filhos de Samuel são maus, o nosso líder está velho e nos
queremos ser iguais a todo mundo, o que isso tem de mais? Em segundo lugar
o costume pressiona a verdade. ‘Ora todas as nações têm um rei, não tem?
Então por que temos que ser diferentes?. Todo mundo faz. Só nós vamos ser
diferentes?’. Não gostamos de ser diferentes – ‘para que sejamos também
como todas as nações’ (vs. 20). O problema não era tanto que Israel desejava
um rei; mas era que eles queriam confiar num homem e não em Deus, para
liderar e julgar (vs. 7).
A raiz do problema é esta: a troca de Deus e seus absolutos objetivos,
pelo homem e seus relativos subjetivos. Deus sai do trono, e sobe o homem. A
partir daí não há mais verdade absoluta, não há mais certo ou errado. Lembre-
se que as circunstâncias pressionam a verdade e que os costumes pressionam a
verdade. Precisamos ter coragem de sermos diferentes de tudo aquilo que o
mundo faz e é!
Em terceiro e último lugar qual é o custo de trocar a verdade (vs. 9-18).
O povo rejeita a advertência de Samuel e insiste em suas exigências: assim
sendo o povo de Israel foi governado de forma sucessiva por um paranóico e
doente espiritual (Saul); por um adúltero, violento e homem de sangue (Davi);
e por um megalomaníaco (Salomão); até que a nação foi dividida por causa da
insensatez do quarto rei. O custo de trocarmos a fonte da verdade, de não
termos mais absolutos, é muito alto, será que realmente compreendemos a
dimensão da destruição que estaremos envolvidos se não dermos crédito a
Deus em seu aviso de não nos envolvermos com este mundo.
Amados! Várias pesquisas indicam que os jovens, que não aceitam um
padrão objetivo, claro, definido de certo e de errado têm o dobro de
possibilidades de errarem, o dobro de possibilidades de colar na escola, o
dobro de possibilidades de roubar, o dobro de possibilidades de embriagarem-
se, o triplo de possibilidades de usar drogas e o sêxtuplo de possibilidades de

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tentar suicídio. É preciso saber de forma clara de que o custo de não termos
verdade absoluta é muito alto. Foi para Israel e assim será para qualquer um
que não tenha o padrão de Deus.
Uma resposta bíblica a pós-modernidade eu posso encontrar em João
17.17 “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” e em Lucas 16.17
“E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei”. Esses
versículos nos deixam claro e evidente que sempre existiu e sempre existirá
verdade absoluta, alias, a verdade é uma pessoa e o nome dela é Jesus Cristo!
A verdade absoluta é aquela que é verdade para todas as pessoas, em todas as
épocas e em todos os lugares. É verdade objetiva, quer dizer que é definida
fora de nós mesmos, é universal, quer dizer para todos os lugares, e constante,
quer dizer para todas as épocas; o problema muitas vezes é que a falsidade que
estamos aceitando como sociedade tem oferecido ‘benefícios’ imediatos,
enquanto as escolhas certas parecem oferecer benefícios a longo prazo. E em
longo prazo é difícil esperarmos, é muito difícil competir com a falsidade,
pois, lembre-se nem sempre o caminho mais curto é o caminho de Deus, nem
sempre o caminho mais fácil é o caminho de Deus, mas uma coisa é certa: o
caminho de Deus é o melhor caminho sempre.
Mas ainda há esperança para nós. Não há respostas prontas, como
palavras mágicas, exige sacrifício de nossa parte, mas há esperança, e essa
esperança é Jesus Cristo, pois Ele é tudo em todos. Lembre-se de que não
respostas fáceis, mas há resposta a todos os nossos problemas. Não é tarde
demais para implantar verdades absolutas em sua vida, em sua família, em
seus relacionamentos. É uma mudança pessoal. Com base na Bíblia, que é a
nossa única fonte de verdade absoluta.A Bíblia determina o que é certo e o
que é errado e o que é preferência do homem (Sl 43.3: “Envia a tua luz e a tua
verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus
tabernáculos”; Sl 86.11: “Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na
tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome”; Sl 119.151,
160: “Tu estás perto, SENHOR, e todos os teus mandamentos são verdade...
As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus
justos juízos dura para sempre”; Pv 23.23: “Compra a verdade e não a
vendas; compra a sabedoria, a instrução e o entendimento”).
Aplique a verdade nos mínimos detalhes de sua vida primeiramente e
depois à sua família, mas lembre-se isso levará tempo. Mantenha-se firme, não
negocie o inegociável. Negocie somente o negociável. Não seja intransigente,
seja convicto, isto gerará limites. Gerará segurança, fé, confiança. Lembre-se
que tudo começa por você. Ainda há esperança. A pós-modernidade ataca a
verdade de forma assaz. Lembre-se que as circunstâncias e costumes irão
pressionar você. O custo é muito alto, é preciso em primeiro lugar arrumar os

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alicerces de sua vida, nada do que você fizer adiantará em sua vida e em sua
família se primeiro os alicerces não estiverem arrumados. O alicerce sempre
deve ser composto das verdades absolutas de Deus.

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Perguntas para reflexão:

1. Até que ponto tenho andado comprometido (a) com a Palavra de Deus
em minha vida pessoal?
2. Quais são os sinais em minha vida de uma entrega total a Deus de meu
ser?
3. Tenho visto sinais do neomodernismo em minha vida pessoal, minha
família, e em minha comunidade?
4. O que eu posso fazer para mudar de meu padrão para o padrão de Deus?
5. Quais são os maiores agentes negativos, que tem me afastado da
comunhão de Deus e de meus irmãos?

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Detectando Os Agentes E Doenças Deste Mundo!

Quando nos convertemos tudo é as mil maravilhas, queremos fazer e


acontecer. Ah! O primeiro amor é algo maravilhoso e contagiante na vida de
qualquer um de nós. Mas infelizmente quando o tempo vai passando a nossa
tendência humana é a de nos afastarmos de nosso Senhor. Isso aconteceu com
uma igreja na Bíblia, Laodicéia em Apocalipse 3.14-22 “Ao anjo da igreja em
Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o
princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem
quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és
quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes:
Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és
infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres
ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te
vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio
para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos
amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e
ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim
como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Esta era uma igreja que estava
situada numa cidade rica e prospera, em uma das regiões onde o Evangelho
mais floresceu através da implantação pelo grande apóstolo Paulo, igreja que
agora estava sendo supervisionada pelo grande apóstolo João. Fica para todos
nós a pergunta: Como uma igreja tão forte e teologicamente perfeita chegou a
esse estado?
O mal vem contra nós como através de seus agentes, trazendo doenças,
enfermidades, sintomas que são espirituais. São os vírus deste mundo!
Agentes mundanos, que penetram em nossas vidas e nos contaminam, são
mais letais que as doenças mais avassaladoras. O vírus é um minúsculo

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fragmento que não possui vida própria em si mesmo. Então ele precisa de um
corpo vivo para entrar e crescer dentro dele. Ele entra sem percebermos.
Existe então a fase de incubação e de repente quando vamos nos dar conta e
reparamos nos sintomas, o mal já está instalado e alojado, e a única forma de
vencê-lo é fortalecer o corpo para que produza anticorpos e possa destruir os
vírus. Da mesma forma agem os vírus e doenças deste mundo que atacam
nossa vida espiritual. Somos primeiro infectados e não notamos, depois então
começam aparecer os sintomas da doença, então também a única maneira de
vencer é fortalecer nosso ser com o antídoto único e certo: A Palavra de Deus.
A partir de agora queremos falar um pouco sobre isso e ver se temos sido
infectados, é imperioso que saibamos como agir, para detectar isso em nossa
vida, e ver o caminho para que possamos ser curados.

Precisamos em primeiro lugar detectar os vírus

Vamos novamente olhar para o caso de Laodicéia (Ap 3.15-17). O que


mais nos salta aos olhos nesse texto é que a avaliação dos cristãos de
Laodicéia e a avaliação de Deus sobre os cristãos de Laodicéia são
impressionantemente divergentes. O laudo de Deus é de insensibilidade,
marasmo, complacência, isto é, estavam infectados pelo vírus mundano do
pecado. O laudo daquela igreja sobre si mesma era que estavam abastados,
com êxito, sarados e auto-suficientes. A primeira coisa que precisamos saber
quando estamos doentes é que: ‘estamos doentes!’, o pior cego é aquele que
não quer ver. Precisamos fazer um auto-exame. Precisamos identificar os
fatores causadores e não somente ficar tratando os efeitos. Às vezes estamos
somente preocupados com coisas obsoletas, fúteis e não nos preocupamos
com aquilo que tem destruído nossas vidas, às vezes queremos cuidar só do
exterior e esquecemos o interior.
Às vezes ficamos cuidando somente de alguns itens e esquecemos de
outros em nossas vidas, os vírus adentram pelas brechas de nossas vidas,
famílias, casas e vão tomando contra de nossas igrejas. A tradição secular
entra enquanto ficamos só cuidando determinados espaços, isto é ficamos
preocupados unicamente com a microética, e esquecemos de vivermos a
macroética, isto é coamos o mosquito e engolimos o camelo. Desta forma nos
rendemos, e tornamo-nos mundanos, carolas, egocêntricos, individualistas,
mas sem brinco e sem calça comprida. Seria bem melhor, não termos em nós
nem a tradição secular e nem o individualismo deste mundo. É preciso
entender que minha maior batalha é contra a filosofia deste mundo, contra a
tradição humana, contra os elementos deste século.

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Quais são alguns dos vírus e doenças deste mundo que tem tornado a
igreja enferma nessa geração, veja o que diz o profeta Isaias: “Por que haveis
de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está
doente, e todo o coração, enfermo.Desde a planta do pé até à cabeça não há
nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras
não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo”. (vs. 5-6).
Muitas são as filosofias deste século que tem enfermado a Igreja do
Senhor Jesus Cristo, veja algumas delas aqui: materialismo, ativismo,
individualismo, conformismo, relativismo e secularismo. De uma maneira ou
de outra todos nós temos um pouco de cada um destes vírus é preciso estar
consciente e lutar contra isso para que reine o Senhor Jesus em nossas vidas e
não o diabo. Apocalipse 3.17-18, “pois dizes: Estou rico e abastado e não
preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre,
cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te
enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja
manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de
que vejas”. Esses vírus agem em nossos olhos espirituais, Paulo disse:
Efésios 1.18 “iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a
esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos
santos s vírus são deformadores da visão de Deus”. Eu deixo de ver As coisas
espirituais a partir dos olhos de Deus e passo a fazer conceitos a partir de
meus pontos de vista. O PROBLEMA DE LAODICÉIA É QUE ELA
PASSOU A TER A SUA VISÃO SOBRE SI MESMA, ISSO É SATÂNICO,
PORQUE DAÍ ENTRA A SOBERBA A VAIDADE, ETC.
Deixo de ver todas as coisas do ponto de vista de Deus e passo a viver
num mundo de mentira e fantasia. A vida Eterna que Jesus me ofereceu passa
a ser uma busca apenas de prosperidade e sucesso nessa vida. Você servir e
ministrar a Deus passa a ser apenas um fluxograma de programações, que
você passa a fazer parte. Louvor e adoração tornam-se apenas uma cantoria
vazia num culto de domingo; a vida com Deus torna-se apenas períodos
semanais de religião e passamos a ser cúmplices com o pecado e suas
manifestações. Deus nos livre disso: ‘Que vivamos total e completamente para
a sua glória!’.
Quando na verdade somos infelizes, pobres, cegos e nus e não nos
damos de conta que essa é nossa realidade, essa falta de visão nos torna
soberbos e arrogantes. Os vírus deste século nos dão a sensação de estarmos
cheios de êxitos e bem sucedidos, pessoas respeitadas religiosamente.
A visão doente de que Deus e a vida cristã são oferecedores de uma
vida regalada, cheia de bênçãos e só bênçãos, nesse cristianismo não há lugar
para lutas, provações, cansaço, etc. Deus nunca nos prometeu que seria assim,

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mas Jesus disse: João 16.33b, “No mundo, passais por aflições; mas tende
bom ânimo; eu venci o mundo”. Qualquer igreja ou grupo que esteja pregando
esse tipo de evangelho, cheio de infecção, prurido espiritual e astenia religiosa
é doente, ela irá atrair a muitos sem dúvidas, porque a sociedade está infectada
também, mas é morta e sem vida, como seus dirigentes.
Infelizmente muitos têm estado infectados por esses vírus, mas se faz
necessário identificar e combater esse mal, o Senhor Jesus com toda a certeza
quer que sejamos lúcidos nesse momento e expulsemos a síndrome de Pilatos,
para vivermos e reinarmos em vida com Ele.

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Perguntas para reflexão:

1. Minha vida tem sido atingida pelo mal deste século?


2. Como tenho reagido diante das tentações e prazeres do mundo, quando
por eles assediado?
3. Fazendo uma lista de 1 a 10, quais são as prioridades principais em
minha vida?

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O Primeiro Mal: o Vírus do Materialismo
“Eu sou o que obtenho!”

Materialismo: Seu ataque é fulminante, pois vem direto ao coração do


homem. Ele destrói nossa maior defesa que é a fé. ‘Acabo tornando-me fruto
daquilo em que eu creio, e sem fé é impossível agradar a Deus!’. O
materialismo é como uma doença maligna que se alastra, pois a principio
trabalho para suprir minhas necessidades básicas e de minha família, depois
cada vez mais e mais quero obter coisas e bens para satisfazer essa obsessão
doentia.
Meu tempo começa a girar todo em torno de minha obsessão pelo
material e não tenho mais tempo nem ânimo para servir a Deus, torno-me um
ergolatra (adorador do trabalho). Minha vida é viver para possuir, obter, tomar
posse, ser dono, ser proprietário etc. Jesus nos adverte em Lucas 12:15
“Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer
avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens
que ele possui”. Quando estamos desesperados, ansiosos, com medo do futuro,
de não termos, é porque já estamos atacados pelo vírus.
O materialismo ataca também a visão, distorce nossa visão. Começamos
a correr atrás do supérfluo e esquecemos do verdadeiro e imprescindível.
Começo a medir, julgar, reparar todos pelo que possuem ou não possuem.
Chega ao ponto deste vírus atacar as realidades espirituais em minha vida.
Veja o que diz o Senhor Jesus: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus
olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos
forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti
há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6.22-23). Se tivermos os
olhos de Deus estamos na Luz, se temos os olhos do materialismo estamos nas
trevas.
O materialismo ataca a prática da fé: De repente eu começo a
racionalizar e adaptar o materialismo com a Palavra de Deus, torno-me então

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um hipócrita. Muitos ‘cristãos’ infelizmente crêem que ser alguém


‘abençoado’ significa ser dono de seu próprio negócio, ser empresário, ser
proprietário, ser cabeça e nunca cauda, ser possuidor de vários carros, casas,
veículos, bens imóveis etc, etc. Se formos materialistas nós nunca teremos o
suficiente. Prosperidade segundo a Bíblia é ausência de necessidades básicas,
segundo Paulo em Filipenses 4.19, veja “E o meu Deus, segundo a sua
riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas
necessidades”.
Se formos dizer que falta de coisas é sinônimo de fracasso na vida
espiritual, maldição ou coisa assim, então Jesus seria o maior de todos os
fracassados, pois ele: não tinha onde reclinar a cabeça, isto é casa própria,
vivia sustentado por mulheres, morreu como um bandido, seus seguidores o
abandonaram e foi sepultado em um tumulo emprestado. Na linguagem de
hoje diríamos que ele não tinha onde cair morto.
Veja o que diz em Mateus 6.24 “Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e
desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. É impossível
crer em duas coisas antagônicas ao mesmo tempo. O materialismo ataca e
destrói o coração, a visão e a prática da fé, mas como eu posso vencer isso?
Em primeiro lugar é preciso cuidar de nosso coração, que é o altar de
Deus, veja o que diz em Provérbios 4.23 “Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Tudo começa e
termina no coração do homem, o mal e o bem. A dúvida e a fé. Restaure o seu
coração com as verdades básicas da Palavra de Deus, com as esperanças
básicas da fé cristã que são baseadas na Palavra de Deus. Pare de seguir o seu
coração e obedeça a Deus.
Em segundo lugar pare de olhar para você mesmo e olhe para Deus,
veja o que diz os Salmos 5.3 e 46.10 “De manhã, SENHOR, ouves a minha
voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando... Aquietai-vos e
sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”.
Aqui temos o antídoto para vencer esse vírus maldito do materialismo, que é:
pare com a correria, de andar atrás de todo vento de consumismo, que sopra
em todo o lado, buscando coisas desse mundo. Devo sossegar a minha alma e
olhar para o alto. Buscar a Deus, a Sua Palavra, a Sua Vontade, entender Seu
querer para minha vida. Tenho que me derramar em Sua presença diariamente
em oração, meditação e contemplação dEle. Comecemos a ver o mundo, a
sociedade, a igreja a nós mesmos da ótica de Deus, isso será colírio para
nossos olhos e limpara toda a inflamação espiritual que estão neles.
E finalmente em terceiro lugar temos que praticarmos e exercitarmos a
nossa fé. Veja o que Paulo diz em Filipenses 4.11-13: “Digo isto, não por

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causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer


situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em
todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome;
assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me
fortalece”. Com toda a certeza bíblica sem fé é impossível agradar ao Seu
Nome. Quando exercitamos nossa fé estamos dando um murro na cara do
materialismo, pois estamos vivendo debaixo da benção dada por Deus e não
debaixo da maldição daquilo que o meu braço de carne conquista. Quando
praticamos o materialismo nossa fé vai definhando e tornando-se medíocre a
cada dia, pois não precisamos mais dela e ela se torna como um membro
atrofiado de nosso corpo ou seja MIRRADO E FRACO.
Exercite sua fé em todas as áreas; profissional, familiar, espiritual,
finanças, saúde, segurança, futuro, bens etc. Olhe o mundo e a vida com os
olhos da fé e não use os olhos do materialismo pois ele é destruidor. Por que
devemos agir assim? Paulo nos responde em 2 Coríntios 5.7 “visto que
andamos por fé e não pelo que vemos”. Lembre-se de que o vírus do
materialismo ataca o coração, a visão e a fé. Tome todo o cuidado com os
quatro verbos que são a desgraça no materialismo: querer, adquirir, possuir,
ter. Pois Provérbios 30.15 esclarece: “A sanguessuga tem duas filhas, a saber:
Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem:
Basta!”. Cuide de seu coração, lave seus olhos no colírio da Palavra de Deus
e pratique sua fé no Senhor Jesus diariamente.

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Perguntas para reflexão:

1. Quais os sinais do materialismo em minha vida?


a.
b.
c.
2. O que pretendo fazer para mudar isso?
a.
b.
c.

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O Segundo Mal: o Vírus do Ativismo
“Eu sou o que faço!”

Está é a frase que expressa muito bem esse vírus: ‘eu sou o que faço!’.
Ativismo tem a ver com ir, andar, fazer, acontecer, sempre verbos presentes e
ativos, que não são maus em si, mas que podem nos levar a doença do
ativismo. Mas devemos olhar para Tiago 4.13-16 e então contemplar o que
Deus o Pai fala sobre isso: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã,
iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos
lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois,
apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez
disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também
faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes
pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna”. O ativismo é um
‘modus vivendi’ que se propõe a ser e acontecer pela força da ação. Nele a
noção de êxito e sucesso está intimamente ligado à atividade. Fazer algo é o
mais importante e o que vale. Não precisamos mais contar com Deus eu é que
tenho as rédeas de tudo agora porque eu me torno o ‘bam bam bam’ do
assunto. É trabalhar sem parar, sem meditar, é pressão nos filhos, nos
empregados, no patrão, nos colegas, no trânsito, nas ovelhas , nos irmãos, nos
discípulos, na esposa (o), na família é um frenesi e uma busca da ‘perfeição’
pela ótica humana. Sempre há uma sensação de urgência e de forma alucinada
e tirânica se está sempre fazendo coisas que irão nos levar ao sucesso dos
empreendimentos. Com tudo isso os relacionamentos com Deus e com as
pessoas se tornam cada vez mais mecânicos, rápidos e desnecessários. A visão
de vencer alguma coisa é o mais importante e se faz qualquer coisa para se
chegar aquele lugar. O meu valor pessoal e a minha autoestima estão ligados
diretamente àquilo que faço e ao quanto faço aquilo.
No ativismo eu nunca estou satisfeito com os meus rendimentos, e estou
sempre em busca de mais, mais e mais, é o caminho do stress, da desilusão, da

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queima da alma, do apagar do espírito e do sacrifício do corpo em prol do


Fazer. Veja em Eclesiastes 2.22-23 “Pois que tem o homem de todo o seu
trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do
sol? Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho, desgosto; até de
noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade”.
O ativista é apenas um ser humano que é escravo do tempo e do espaço,
que vive debaixo de uma tensão aterradora, esse vírus infernal tem destruído,
pastores e ovelhas da Igreja do Senhor Jesus. A visão de ter que produzir mais
e mais em cada vez menos tempo. Ele precisa mostrar resultados mas nunca é
suficiente, nuca nada estará perfeito para ele. Ele não tem paz. E isto em todas
as esferas de sua vida. Essa visão tem destruído pessoas que pensam que tem
que fazer, fazer e fazer, e fazendo e produzindo serão então amadas por Deus
e pelos irmãos, Deus me ama independente de minhas ações, aliás, ele já me
amava antes de eu ser ‘bonzinho’, leia Romanos 5.8: “Mas Deus prova o seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores”. Como eu posso ser curado do vírus do ativismo:
Em primeiro lugar eu preciso reconhecer que o que faço para Ele deve
ser por amor a Ele, pelo que Ele fez por mim, e por mais que eu faça nunca
será o suficiente para pagar o que Ele fez por mim. Meu trabalho então é
descansar nEle e adorá-lo. Minha ação é responsiva ou seja em resposta a
ação dEle de me amar e me salvar. Veja Salmo 44.6-7 “Não confio no meu
arco, e não é a minha espada que me salva. Pois tu nos salvaste dos nossos
inimigos e cobriste de vergonha os que nos odeiam”. Tenho atividades sim em
minha vida , mas não vida em função de um ativismo mas em função de
glorificar ao meu Senhor. Sou fiel antes de ser produtivo, sou apaixonado por
ele antes de ser ativista dEle. Amo Ele antes de Sua obra, lembre-se o centro é
Deus, atividade é o resultado disso.
Em segundo lugar, ter a consciência de que: “Se o Senhor quiser”, farei
isso ou aquilo, isto é obediência acima de atividade, é o querer saber a Sua
vontade, antes de querer sair fazendo. Enquanto acho que posso atingir meus
alvos sem orar, não irei depender dEle em oração. A ausência de oração em
uma vida é denuncia de ativismo, de autonomia própria, levo os pedidos e
repostas prontas, para apenas pedir Sua benção sobre meus projetos. Isso é
‘Crime espiritual’.
Em terceiro lugar a reposta está em Isaias 52.7 “Que formosos são sobre
os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que
anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus
reina” e em Filipenses 4.7 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Viver
mergulhado na paz de Deus, viver na paz de Deus é saber que ele reina, viver

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na paz de Deus é viver em obediência sua vontade, viver na paz de Deus é


esperar em Sua paz, quando tenho necessidades e estou em lutas,viver na paz
de Deus é deixar todas as minhas atividades debaixo de seu poder, viver na
paz de Deus é viver proclamando seu reinado e sua justiça, isso mata todo o
vírus que tenta destruir nossas vidas e a vida da igreja de Cristo. Cuidado essa
doença tenta nos fazer: agir sem entender, praticar sem refletir, exercer sem
perceber. Você é muito mais importante do que aquilo que você faz, Jesus
morreu por você e não pelas coisas que você faz. Viva na dependência da
Palavra de Deus, em comunhão de oração com Ele e ele irá abençoar as suas
atividades mas sempre em conseqüência das primeiras. Trabalhe para Deus
sem medo, mas crendo que o mais importante é Jesus Cristo e Sua vontade em
sua vida.

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Perguntas para reflexão:

1. Quais os sinais do ativismo em minha vida?


a.
b.
c.
2. O que pretendo fazer para mudar isso?
a.
b.
c.

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O Terceiro Mal: o Vírus do Individualismo
“Eu sou mais eu!”

Vamos começar lendo a Palavra de Deus em Filipenses 2.1-4, “Se há,


pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma
comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a
minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor,
sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por
partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os
outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é
propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”.
Este é o mal dos tempos modernos, ao mesmo tempo em que temos a
maior possibilidade da história de nos comunicar e nos relacionar uns com os
outros, usando a tecnologia que está a nossa disposição, internet, telefone, fax,
e-mail, icq, messenger, celulares, videofone, etc. Estamos diante de uma das
maiores crises de relacionamentos da história, porque o individualismo tem
nos roubado isso. O individualismo tem ojeriza a comunhão e ao estar junto e
se relacionar. No individualismo eu sou a minha fonte de prazer, o ‘eu fazer e
fazer sozinho e para mim’, o eu, mim, comigo são os pronomes mais usados
pelo individualista; veja a definição do Michaelis sobre o pronome eu: ‘eu
pronome pessoal da primeira pessoa do singular. S. m. 1. A entidade ou a
individualidade da pessoa que fala. 2. A individualidade metafísica da
pessoa1’.
Meu primeiro objetivo será buscar as coisas para mim, buscar a
independência, minha vida girará em torno de mim, estarei a busca daquilo
que me dá prazer: profissão, pessoas, família, amigos, bens , igreja, tudo tem
que girar em torno de mim, para suprir-me. Os vínculos de relacionamentos
não existem. Se ‘houver relacionamento é para meu prazer, e para me trazer

1
DTS Software Brasil, Dic. Prático Michaelis, 1998.

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31

benefício’, comprometer-me só com o que me for conveniente. Todas as áreas


da vida social têm que suprir o que é propriamente meu. Isso é uma das
marcas fortes do individualismo, todos têm a obrigação de me agradar.
Com o passar do tempo o individualismo torna-se um estilo de vida,
exclusivo meu. A forte ênfase em ‘mim’, no ‘eu’, me tornará solitário; meus
desejos, meus alvos, minha vida, minhas coisas são o que realmente são
importantes e necessários; essa guerra contra o coletivo, ‘o de todos nós’, não
nos deixa fazer novos relacionamentos, e os velhos têm a tendência de morrer,
pela falta de contacto sadio, isso leva o ser humano ao mais completo
desajuste social. Mesmo quando o individualista tenta se relacionar é sempre
visando o prazer pessoal, o benefício a si mesmo, o individualismo leva a
solidão, é sufocante, é a solidão no meio da multidão, pois, no individualismo
eu preciso de pessoas, mas para usá-las em meu prazer.
O foco sai da pessoa de Deus e volta-se para mim. Nesse tipo de
cristianismo a coisa mais importante e a ênfase que mais busca é: ‘como Ele
vai me fazer feliz? Como me tornarei melhor para mim mesmo? Como farei
para ser mais forte, mais rico, etc?’. Eu me alegro mais com as bênçãos do que
com o Deus das bênçãos, alegro-me mais com as coisas que os irmãos fazem
por mim do que com irmãos. O individualista ele inicia mas não termina, está
em todas as festas buscando vantagem, mas não relacionamentos. Quer
companhia, mas não para ser confrontado, busca no cristianismo o que mais
lhe agrada, gosta das promessas mas não da condição para alcançá-las. Busca
a igreja que mais lhe agrada, que tenha o programa que mais lhe agrade, que
tenha o líder que mais lhe agrade, que tenha os irmãos que mais lhe agradem,
ao louvor que mais lhe agrada, a doutrina que mais lhe agrada, o endereço que
mais lhe agrada. Para o individualista o certo e o errado não têm tanta
importância, desde que estejam fazendo o lhe agrada, vivo esse tipo
cristianismo, levo isso para dentro do cristianismo.
Como posso então vencer isso na minha vida cristã, na minha família,
na minha igreja: primeiramente tenha consciência de que esse vírus só é
derrotado com a comunhão, pois, relacionamentos são o cerne do cristianismo,
cristianismo não é uma religião, mas sim um relacionamento vivo com o
Senhor Jesus Cristo; se tirarmos a comunhão do cristianismo, não existirá
mais cristianismo. Você entendeu então? Qual é a armadilha do diabo?
Destruir relacionamentos vivos e verdadeiros. Esse relacionamento é a nível
horizontal, com os irmãos, mas também vertical, com Deus! Do inicio ao fim
de nossas vidas cristãs, Deus nos tem chamado a comunhão (koinonia).
Veja o que Palavra de Deus fala sobre a comunhão. É somente
praticando a Palavra, que iremos nos defender do mal do individualismo, Atos
2.42, “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir

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do pão e nas orações”; 1 Coríntios 1.9 “Fiel é Deus, pelo qual fostes
chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”; 1 Coríntios
10.16, “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão
do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de
Cristo?”; 2 Coríntios 6.14, “Não vos ponhais em jugo desigual com os
incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”; 2 Coríntios 13.14, “A
graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito
Santo sejam com todos vós”; Gálatas 2.9, “e, quando conheceram a graça que
me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me
estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós
fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão”; Filipenses 2.1, “Se há,
pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma
comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias”; Filipenses
3.10, “para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos
seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte”; Filemon 1.6,
“para que a comunhão da tua fé se torne eficiente no pleno conhecimento de
todo bem que há em nós, para com Cristo”; 1 João 1.3, “o que temos visto e
ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente,
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com
seu Filho, Jesus Cristo”; 1 João 1.6, “Se dissermos que mantemos comunhão
com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”; 1
João 1.7, “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos
comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de
todo pecado”.
Note que sempre a palavra comunhão está relacionada a
relacionamentos e sempre envolve mais de uma pessoa, eu não posso viver
tendo comunhão só comigo mesmo. Viver de relacionamentos e
interpessoalidade, essa é à vontade de Deus e a Sua vitória sobre o
individualismo. Jesus veio para relacionamentos e Ele deu um golpe mortal no
individualismo, veja: “pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou” (João
8.42c). Jesus estava no céu em relacionamento com o Pai e com o Espírito
Santo, veio para relacionamento com cada um de nós, e está no céu em
relacionamento e virá um dia para relacionamento, para nos levar para o céu e
vivermos para sempre em relacionamento. A Igreja é mais do que um
ajuntamento de pessoas, é lugar de envolvimento, de doação de vida, de
comprometimento, de aliança, de praticar comunhão e vida. Na certeza que se
viva sim em função do outro e nessa função nós também seremos abençoados.
Há uma alegria enorme em podermos conhecer e nos fazer conhecidos
em relacionamentos, isso de forma e disposição a se pagar o preço dos

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espinhos dos relacionamentos, que certamente existem e são reais, dói nos
relacionarmos, mas é o plano de Deus para nosso crescimento, é só vermos na
Bíblia quantas vezes temos a expressão ‘uns aos outros’, são mais de 70
referências entre o antigo e o novo testamento. Faça isso pegue um dia a sua
Bíblia e marque todas que encontrar, ficará espantado. Deus é Deus de
relacionamentos e não de individualismo egocêntrico.

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Perguntas para reflexão:

1. Quais os sinais do individualismo em minha vida?


a.
b.
c.
2. O que pretendo fazer para mudar isso?
a.
b.
c.

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O Quarto Mal: o Vírus do Conformismo
“Eu sou o que os outros querem que eu seja!”

O apóstolo Paulo nos diz em Romanos 12.1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos,


pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus”.
O quarto grande mal que assola a Igreja e muitos de nós é o
conformismo. O conformismo não se preocupa se são verdadeiras ou não as
nossas convicções e nem se vivemos ou não a verdade, mas antes, viver para
agradar a todos quantos venham a fazer minha vontade, e que causem pressão
de grupo em nós. O conformismo tem muito a ver com a queda da autoestima,
quando achamos que os outros estão fazendo uma avaliação negativa a nosso
respeito, muitas vezes temos a tendência de fazermos coisas para agradar
pessoas e não por que achamos ou que seja certo ou errado fazer aquilo.
Vamos meditar em um texto mais longo da Bíblia, que tem muito a nós
ensinar sobre o referido tema, para entendermos como funciona isso. Em 1
Samuel 15.1-3, 9-16 e 19-31, “Disse Samuel a Saul: Enviou-me o SENHOR a
ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; atenta, pois, agora, às palavras do
SENHOR. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Castigarei Amaleque pelo que
fez a Israel: ter-se oposto a Israel no caminho, quando este subia do Egito.
Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e
nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de
peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos... E Saul e o povo pouparam
Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois, e os animais gordos, e os
cordeiros, e o melhor que havia e não os quiseram destruir totalmente; porém
toda coisa vil e desprezível destruíram. Então, veio a palavra do SENHOR a
Samuel, dizendo: Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto

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deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então, Samuel se


contristou e toda a noite clamou ao SENHOR. Madrugou Samuel para
encontrar a Saul pela manhã; e anunciou-se àquele: Já chegou Saul ao
Carmelo, e eis que levantou para si um monumento; e, dando volta, passou e
desceu a Gilgal. Veio, pois, Samuel a Saul, e este lhe disse: Bendito sejas tu
do SENHOR; executei as palavras do SENHOR. Então, disse Samuel: Que
balido, pois, de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que ouço?
Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor
das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao SENHOR, teu Deus; o resto,
porém, destruímos totalmente. Então, disse Samuel a Saul: Espera, e te
declararei o que o SENHOR me disse esta noite. Respondeu-lhe Saul: Fala...
Por que, pois, não atentaste à voz do SENHOR, mas te lançaste ao despojo e
fizeste o que era mal aos olhos do SENHOR? Então, disse Saul a Samuel:
Pelo contrário, dei ouvidos à voz do SENHOR e segui o caminho pelo qual o
SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas,
os destruí totalmente; mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor
do designado à destruição para oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal.
Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o
obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura
de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação
é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do
SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. Então, disse
Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do SENHOR e as tuas
palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz. Agora, pois, te rogo,
perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR. Porém
Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do
SENHOR, já ele te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel. Virando-
se Samuel para se ir, Saul o segurou pela orla do manto, e este se rasgou.
Então, Samuel lhe disse: O SENHOR rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o
deu ao teu próximo, que é melhor do que tu. Também a Glória de Israel não
mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.
Então, disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora, diante dos anciãos do
meu povo e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o SENHOR, teu
Deus. Então, Samuel seguiu a Saul, e este adorou o SENHOR”.
Saul foi um homem que Deus colocou sobre um povo muito grande -
Israel, certa feita o Senhor lhe entregou uma missão: Destruir os amalequitas,
seu rei Agague, e tudo o mais que lhes pertenciam, veja literalmente a ordem
de Deus: “Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel: ter-se oposto a Israel
no caminho, quando este subia do Egito. Vai, pois, agora, e fere a

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Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; porém
matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas,
camelos e jumentos”.
Saul se foi e obedeceu a ordem do Senhor, mas não totalmente. Saul
tinha problemas sérios de personalidade, ele chegou a ponto de fazer uma
estátua para si mesmo (conformismo e individualismo), ele venceu os
amalequitas mas da sua maneira e não da maneira de Deus. Saul quis agradar
a homens e não a Deus, temos que tomar cuidado de não fazermos as coisas
pensando em agradar ao grupo ao qual lideramos, aqueles que nos lideram e
assim por diante, temos é que fazer a coisa certa da maneira de Deus, embora
muitas vezes as ordens de Deus nos pareçam incoerentes, elas são sábias e
levaram a vida, mas quando agimos pela ‘voz do povo que não é a voz de
deus’, agimos na carne, então nos afastamos da vontade e ordem de Deus e
seremos levados a morte se não nos arrependermos.
Saul era um homem doente em sua mente e em seu coração, tinha uma
enorme necessidade de estar sempre em evidência, veja: 1 Samuel 18.7-9 “As
mulheres se alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus
milhares, porém Davi, os seus dez milhares. Então, Saul se indignou muito,
pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse: Dez milhares
deram elas a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta,
senão o reino? Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos”.
O conformismo começa quando temos uma imagem negativa a nosso
respeito, queremos então agradar aos outros para sermos por eles bem aceitos.
Por isso preciso entrar em forma para agradar aos outros, fitness, academias,
cabelo, penteado, roupas, grife, gíria, tipo de carro, tipo de comportamento,
tatuagem, bad boy, fido dido etc.
Somos muitas vezes como Saul, guiados pelo que os outros esperam de
nós e não pelo que Deus quer de nós. É o cristão-camaleão, adapta-se ao meio
com muita facilidade, sabe ser mundano com os mundanos, cristão com os
cristãos e assim por diante, no fim deste caminho construímos uma estátua
para nós, perdemos a vida e somos aceitos pelo grupo. Começamos a nos
tornar artistas e passamos e ser hipócritas e de vida dupla, Saul estava assim
cheio de religião diante de Samuel, o ‘coitadinho’ quando confrontado com o
seu pecado: ‘mas eu fiz tudinho como era para ser!’, mascarado diante do
povo, assassino diante de Davi, mentiroso diante de Deus. Muitas vezes nos
comportamos como Saul, simulando nossa vida cristã, para sermos aceitos por
todos os grupos que queremos fazer parte.
O que devo fazer em minha vida para não ser conformado como Saul: O
problema principal de Saul era uma visão errada dele mesmo, e uma visão
errada do que Deus pensava dele. É preciso que eu entenda que o ´primeiro a

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ver-me como eu sou é Deus. Então Ele é quem tem a ótica, o prisma , a visão
certa a meu respeito. Ai entra em ação o antigo mas sempre poderoso e
eficiente Salmo 139: “SENHOR, tu me sondas e me conheces...”. Ele sabe
tudo sobre a nossa vida. Ora Saul era cego ele não tinha noção que Deus o
havia escolhido, chamado, preparado, para servi-lo. Saul começou a servir a
Deus pensando em agradar a homens, Saul vivia para ser visto por homens e
não para agradar a Deus. Isso é fatal e letal, isso é conformismo com esse
mundo, é uma visão distorcida e doentia do chamado de Deus.
Deus diz em Jeremias 29.11, “Eu é que sei que pensamentos tenho a
vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos
dar o fim que desejais”. O que realmente é verdadeiro e importante é o que
Deus pensa de mim e não o que outros ou eu mesmo penso. Não podemos
permanecer fazendo teatro e coreografia diante de Deus, pois, ele vê tudo
como realmente é! Jesus Cristo está procurando homens que queiram ser
parecidos com Ele, homens autênticos para usá-los nessa geração.
Outra coisa que preciso entender é que a avaliação dos homens e de
Deus a nosso respeito é diferente sempre. O povo estava em jubilo com todo o
teatro de Saul, Deus não se surpreende com isso, ele foi à raiz do problema:
“Arrependo-me de haver constituído Saul rei, porquanto deixou de me seguir
e não executou as minhas palavras”. A avaliação que realmente vale é a de
Deus e não a dos homens.
Eu preciso ver não a minha auto-imagem, mas a imagem que Deus tem
a meu respeito. Muitas vezes tenho que ser posto como Jonas no ventre de um
grande peixe; como José em um poço; como Elias em uma caverna; como
Lazaro em um túmulo; como João em Patmos ou como Rute em Belém, para
que eu possa entender o que Ele quer e pensa a meu respeito, não preciso me
conformar com o mundo para ser sustentado, Ele é o nosso sustento e socorro.
É preciso muitas vezes sair de cena e entrar no silêncio e no anonimato para
poder vencer esse vírus, vendo as coisas com os olhos do Senhor.
Devemos ter diariamente momentos de reflexão a sombra de Suas asas
e viver na busca total dEle, sendo, fazendo e vivendo para Ele. Então sempre o
resultado de alguém que caminha com Deus será o júbilo e a satisfação de
poder estar perto dele. Quando eu vivo querendo somente agradar aos outros
me torno insatisfeito, murmurador, irado, desconfiado e melindroso.
Diante de meu Deus eu não preciso representar ele me vê como eu sou.
Quando ajo desta forma e tenho consciência disso então não vivo sendo
conformista, mas sou cheio da Graça e ela me basta para viver!

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Perguntas para reflexão:

1. Quais os sinais do conformismo em minha vida?


a.
b.
c.
2. O que pretendo fazer para mudar isso?
a.
b.
c.

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O Quinto Mal: o Vírus do Relativismo
“Eu sou o que eu desejar ser!”

Este é um dos maiores inimigos de nossa vida cristã e da Igreja. O


relativismo é filosófico e atua no campo da mente, das idéias, do pensamento,
e da declaração de fé, é sutil, perigoso, quer destruir a fé, a verdade e a moral
do homem. Vamos agora ler uma passagem para expressarmos os sintomas e
as causas do relativismo. Veja em 1 Timóteo 4.1-16: “Ora, o Espírito afirma
expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia
dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que
proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para
serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem
plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com
ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela
oração, é santificado. Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de
Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens
seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te,
pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é proveitoso,
mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que
agora é e da que há de ser. Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação.
Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto
temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens,
especialmente dos fiéis. Ordena e ensina estas coisas. Ninguém despreze a tua
mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza. Até à minha chegada, aplica-te à
leitura, à exortação, ao ensino. Não te faças negligente para com o dom que
há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das
mãos do presbitério. Medita estas coisas e nelas sê diligente, para que o teu
progresso a todos seja manifesto. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.
Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo
como aos teus ouvintes”.

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O vírus do relativismo é um estopim para todos os demais vírus


adentrarem em nossa vida. Repare só nesses exemplos: quando eu não tenho
bases bíblicas sólidas para minha fé acabo crendo no que os outros crêem e
fazendo o que os outros fazem, isto é o conformismo; outro exemplo é quando
eu creio no que eu quero crer, isto é individualismo; ou quando quero apenas
crer no que me trará bens e ‘prosperidade’, isto é então o materialismo; ou
quando não tenho convicções fortes e verdadeiras para viver a vida cristã e
encho a minha vida de programas, me torno então adepto do ativismo. Esses
são exemplos de como minha vida pode ser influenciada pelo relativismo e o
mal nele contido.
Vamos agora conhecer um pouco sobre os danos do relativismo em
nossas vidas. Em primeiro lugar um dos maiores desastres é quando
relativizamos nossa fé, “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos
últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos
enganadores e a ensinos de demônios”. O relativismo advoga que qualquer
coisa em que eu crer está bom, afinal o que importa é se crer e não de que
maneira se crê. Isso muitas vezes abre portas para se ter uma fé na fé, um
adoração a Glória e Poder de Deus e não no Deus de Glória e Poder.
A relatividade da fé diz: pense forte e você obterá, não importa
santidade, pureza! ‘Ah! Ele disse que faria se você pedisse, então Ele tem que
honrar Sua Palavra e fazer’, ‘vamos nos revoltar com Deus, para temos
vitória’. ‘Deus ou é tudo ou nada!’, ‘É ou não é Deus, decida logo estou te
mandando!’. E quando Deus nos diz: não é nada, ou não é, então nos
desesperamos e voltamos a realidade e ao bom senso. Um dia eu resolvi brigar
com Deus, estava passando uma grande luta em minha vida emocional e
material havia muitos meses, até que cheguei a ponto de lhe dizer: ‘é fácil para
o Senhor ficar aí em cima sentado me controlando, me dizendo o que fazer ou
não fazer, e tenho que ainda sorrir sem reclamar’, dali a alguns dias estava
viajando de avião de Belém a Porto Alegre, quando peguei a maior
turbulência de minha vida quando a aeronave ultrapassava uma tempestade de
granizo, teve gente dentro do avião que se agarrava em outros passageiros
com tanto pânico, eu tinha que ser durão agarrei-me só na poltrona, pensando:
Eu heim! Se isso não cair eu é que não vou passar vergonha depois! Tive tanto
medo que pedi perdão para Deus umas mil vezes e Ele então falou-me ao
coração: ‘Filho eu te amo, e tenho estado contigo cuidando de você em todo
tempo, não te preocupes eu faço a ferida e eu a curo!’. Então nunca mais eu
quis ‘brigar’ com Ele e usar: ‘o tudo ou nada!’. A questão de eu aprender que
‘há poder em minhas Palavras’, é uma faca de dois gumes, porque a muita
gente por aí crendo, que seja de Deus ou não as palavras, há poder igual,
usando a declaração de fé como um ‘mantra indiano’, esquecendo-se que

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existem princípios que precisam ser respeitados e vividos para que realmente
eu possa ter o poder verdadeiro de Deus em minha vida. O relativismo
apadrinha também que há poder em sua fé, sendo a substância dela válida ou
não! Se eu crer com energia e força, mas com toda a seiva de meu ser, Deus
me ouvirá. Nesse tipo de pronunciamento muitas vezes o mais importante não
é nem a pessoa de Jesus, mas o que ele fará por mim. O mais importante nesse
tipo de coisa é ‘crer’ e não o Senhor da fé, o autor e consumador dela.
Uma segunda consideração importante é repararmos como também
existe hoje uma relatividade da verdade, “pela hipocrisia dos que falam
mentiras e que têm cauterizada a própria consciência”, a Bíblia que é a
Palavra de Deus, deixa de ser a verdade absoluta e única, ela não é mais
totalmente a verdade. O que é mais importante é ponderarmos sobre tudo, pois
tudo é a verdade, tudo é absoluto, tudo é completude. Ora se tudo é verdade,
então não existe mais a mentira, percebeu a armadilha diabólica disso? Esse
vírus dá a noção de que o que é verdade para um, não é necessariamente,
verdade para outro. Somos ensinados de que verdades sobre a vida,
felicidade, propósitos para a vida são coisas muito pessoais e subjetivas, por
isso são relativas e tem de ser entendidas assim. Isto acende uma fé vaga e
abrangente e conciliatória com o mundo. O ter fé superou o teor da fé. O Deus
do relativismo pode ser qualquer deus ou qualquer coisa. A verdade não é o
mais importante, pois existem várias verdades e caminhos para elas. Ora isso é
hipocrisia e mentira do diabo. Porque, a verdade é uma pessoa e o nome dela é
Jesus Cristo.
Uma última consideração sobre os malefícios deste vírus é o que Paulo
escreve no texto que lemos anteriormente: “que proíbem o casamento e
exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com
ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade;
pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é
recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado”. A
relatividade do que é verdade, faz-me descer ao nível da relatividade moral.
Desde que ‘creio o que desejo’, então ‘faço o que desejo’. Não há mais
paradigmas absolutos, não é mais certo assentar limites e definir moldes
morais, agora tudo é totalmente definido pela relatividade, na verdade nesse
tipo de vírus não há mais o ‘certo e o errado’. Tudo é relativo. Nos negócios,
na família, nos padrões de moral e conduta, nada tem limites, nada é
impedido, tudo pode ser feito, não é mais Deus que coloca limites eu coloco
limites onde eu quero e no que eu quero. Isso leva o ser humano a completa
imoralidade.
Como posso então vencer o mal do relativismo? Com que armas? De
que maneira? Eu preciso inicialmente entender que Deus se revelou para nós

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com seus padrões e Sua conduta, para sermos semelhantes a Ele. “Expondo
estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com
as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” (1 Tm 4.6).
Deus se revelou na natureza, na Palavra, em nosso coração e
principalmente na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, que é o verbo encarnado,
para que entendêssemos como ele quer que sejamos. Posso através de sua
Palavra que é o manual de fé e prática, ter uma fé sólida, segura, firme, forte,
porque no conteúdo da Bíblia, está inserido tudo o que eu preciso saber para
viver de forma a agradar a Deus. O Espírito Santo de Deus nos leva a
compreensão de Deus e de Sua Palavra, que é a Verdade.
Depois eu preciso conhecer os absolutos de Deus. “Até à minha
chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino” (1 Tm 4.13). O mundo
em que vivemos gira em torno do relativismo, ouça um político falar, um
atleta, um advogado, um pedreiro, uma prostituta etc. todos usarão termos de
relativismo para se defenderem ou acusarem ao que ou a quem quer que seja.
Vivemos num mundo de relativismo. Então, para limpar a minha mente de
toda essa sujeira, eu preciso então lavar a minha mente na Palavra de Deus, e
absorver os conceitos de Deus, sobre todas as coisas, para ser saudável e
sadio. Não é conhecer acerca de Deus mas conhecer ele mesmo em
relacionamento vivo e ‘in loco’ de intimidade. Para isso eu preciso estudar,
meditar, cavar em sua Palavra diariamente, ter vida de oração constante com
Ele.
E finalmente eu preciso desfrutar da segurança de servir e adorar um
Deus revelado. “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas.
Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício físico para pouco é
proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da
vida que agora é e da que há de ser... Ninguém despreze a tua mocidade;
pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no
amor, na fé, na pureza” (1 Tm 4.7-8, 12). Não preciso ficar correndo atrás de
novidade, aqui e ali. Da última moda, dos últimos acontecimentos, da profecia
do dia, a muitos cristãos que têm outros como seus ‘gurus’, que a pretexto de
‘irmãos mais velhos na fé’, são sugadores, que projetam toda a nossa vida e
nossas atitudes, decisões etc. Que sugam o incauto e falto de senso, Deus deve
ser nosso referencial em Seu filho Jesus, e é na sua palavra que encontramos
o alimento e a força para vivermos cada dia. Preciso antes estar seguro na
Palavra de Deus que não muda. Tudo passa, mas a Palavra dEle não. Não
preciso buscar profissionais para estudarem a minha mente e me darem uma
direção psicológica, nada contra os psicólogos, pois também sou um, mas Ele
e somente Ele e mais ninguém é quem tem a restauração de minha mente, de
meu comportamento, de meu ser, basta-me confiar nEle. Concluindo essa

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parte eu gostara de desafiar você a viver não uma fé na fé mas no autor e


consumador de sua fé. Cristo quer te conduzir através dos problemas e
dilemas sim, mas lembre-se que sempre a glória tem que ser para Ele
totalmente e não dividida com homens. Apocalipse 19.1, “Depois destas
coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo:
Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus”.

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Perguntas para reflexão:

1. Quais os sinais do relativismo em minha vida?


a.
b.
c.
2. O que pretendo fazer para mudar isso?
a.
b.
c.

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O Sexto Mal: o Vírus do Secularismo
“sou auto-suficiente e não preciso de Deus!”

Infelizmente se para muitos ‘cristãos’, se fosse dito que Deus morreu ou


que Ele desistiu de continuar com a Igreja, isso seria apenas mais uma coisa
em suas vidas! Algo sem importância, trivial, assim tem sido o cristianismo de
muitos. Um cristianismo secularizado, em que Jesus Cristo é apenas mais um
adereço dentro de uma religião. O vírus do secularismo é venenoso e
altamente contagioso, pois ele atua distorcendo nossos conceitos sobre Deus.
Em primeiro lugar esse vírus diz que Deus me limita e eu não posso
ficar só preso a conceitos sobre Deus, ele nos convence de que admitir o
controle de minha vida por Deus e adotá-lo como meu Senhor. E que isso é
muito perigoso e leva ao fanatismo. Faz-nos pensar que será algo que irá nos
limitar e confinar somente dentro dos limites dEle. Ele diz ‘não’ ao
discipulado, e ao ‘andar com Deus’, ele diz que ‘seguir a Jesus é ceder os
meus desejos a Ele, e isso é algo que irá castrar minha liberdade’.
O secularismo nos assusta e nos faz ver o mundo de forma que,
tenhamos medo de fazermos a vontade de Deus: ‘Traz para mim a visão de
que se fizer à vontade de Deus, isso me levará a andar num carro velho, com
cara de rabugento, com filhos me esperando em casa com o nariz correndo,
uma esposa com os cabelos desgrenhados de avental de cozinha e suja de
comida, morando numa casa velha e com goteiras, trabalhando em um
empreguinho e possuindo um patrão chato’. Mil vezes não, Deus não têm
planos estáticos para você e sua família, mas ao contrário à vontade de Deus é
boa, agradável e perfeita.
O secularismo diz: ‘eu não quero um Deus que me limite, creio em
Deus, mas quem escolhe o meu destino e faz ele sou eu mesmo!’. Mas a
Palavra de Deus diz em 1 Coríntios 2.9, “mas, como está escrito: Nem olhos
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que
Deus tem preparado para aqueles que o amam” e Paulo diz em 2 Coríntios

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4.4 “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para
que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a
imagem de Deus”.
Um segundo aspecto do ataque do secularismo em nossas vidas é que,
esse vírus limita Deus. Há o pensamento de que ‘Deus nos limita na mente
secularizada’, logicamente para toda a ‘ação’ existe uma reação proporcional,
ora se Deus me limita, então ‘eu vou colocar limites nEle também’. Se Deus
me limita, o vírus do secularismo sugere que a reposta é colocar limites em
Deus. Deus se torna como a Rainha da Inglaterra; Reina mas não manda. É
alguém importante, admirado, mas de fato e de verdade não decide nada
quanto a minha vida diária.
Tenho várias formas de limitar a Deus, eu o limito quando coloco os
padrões e áreas em que Ele deve ou não agir; Deus se torna apenas o ‘cara
legal’ de minha vida, o ‘velhinho lá de cima’, o ‘amigão’, o ‘paizão’, o ‘papo
10’ e assim por diante. Também limito Deus, em minha vida, quando o
coloco bem longe das decisões que quero tomar, ele é muito ocupado e não
deve ser ‘incomodado’ com as minhas picuinhas.
Outra forma que o indivíduo secularista limita a Deus é restringindo-O,
quando ele crê que Deus não tem nada a ver com seus negócios, sua
profissão, suas escolhas diárias, a educação de seus filhos, seu hobby, sua
família, etc. Ele pensa: ‘Deus é da área da religião e nada tem a ver com meus
negócios seculares!’. Assim dessa forma Deus é confinado a religiosidade em
nossa vida.
Veja o que o secularismo fez com essas pessoas em João 12.40, lemos o
seguinte, “Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não
vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam
por mim curados”. Essa é a religião que só ora a noite para pedir proteção
pelo sono, quando sai a estrada pedindo proteção na viagem, quando tem
necessidades pedindo coisas a Deus. Apesar de limitar a Deus, ainda quer ele
próximo para suprir necessidades emergenciais, acudir nos momentos de
agonia, enfermidades, esgotamento, prejuízos, dificuldades familiares, etc.
Mas crê que no dia a dia ‘eu me basto’ e cuido de mim mesmo.
Outra faceta satânica deste tipo de comportamento é que ele oferece
religião em vez de vida, e nos faz termos à noção de que a maior parte de
nossa vida se passa fora da esfera religiosa por isso não precisamos envolver
Deus com isso. Pedro era assim até que Jesus veio na intimidade de seu
negócio profissional, envolveu-se em seu trabalho diário de pesca, sentou no
seu banquinho tosco de controle diário das redes de sua profissão e disse: ‘vá
para águas mais fundas e vamos pescar, hoje nós iremos fazer o trabalho
juntos, e eu vou controlar todo o trabalho!’, Pedro quis titubear: ‘mas mestre

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eu trabalhei toda à noite e não peguei nada!, mas tudo bem se o Senhor está
dizendo’. Quando Pedro sentiu que era sério demais ter Deus em seus
negócios e em sua vida diária ele disse: Lucas 5.8 “Vendo isto, Simão Pedro
prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou
pecador”. É assim que Deus trata as nossas vidas ele quer entrar em todas as
áreas dela e ser participante intimo de tudo o que nela se passa. Será que eu e
você estamos dispostos a isso?
E em terceiro lugar no secularismo existe uma busca pela religiosidade
e não pela ‘Vida’. 2 Timóteo 3.5 nos adverte porque há o perigo de virmos a
nos afeiçoar e viver apenas uma vida de aparências: “tendo forma de piedade,
negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes”.devemos nos dar
conta de que muito de nossas vidas se passa fora do ‘setor religioso’ e
acabamos então não envolvendo a Deus, nestes outros setores de nossas vidas.
Existem muitos cristãos que vivem o cristianismo D.I.C. (Domingo + Igreja +
Culto). O secularismo limita Deus à Igreja e aos cultos dominicais. Existem
outros casos em que esse vírus se manifesta em nossas vidas, em certos
períodos do dia ou da semana, por exemplo, ‘Deus fica restrito a minha leitura
diária da Bíblia, ou Deus fica limitado ao meu encontro de comunhão com os
irmãos, ou ainda Deus fica restringido a uma reunião de oração’.
É o momento de pensarmos se não temos desenvolvido a capacidade de
vivermos em dois mundos ao mesmo tempo: “O Mundo Santo e o Mundo
Profano!”. O mundo santo seria a Igreja, os irmãos, minha vida pessoal,
amigos, família, orar, Meditar, cantar no louvor etc. E o Mundo Profano seria
minha profissão, meus colegas de trabalho, meus negócios, meu dinheiro,
meus bens, enfim tudo o que eu não preciso estar dando satisfações a ninguém
e também a Deus.
Dentro dessa visão: Secular e Religiosa, criamos algumas noções e
conceitos, tais como: Ver televisão depois de ir ao culto é permitido
(Religioso), antes de ir é pecado (Secular); Lazer num retiro da Igreja é
permitido (Religioso), lazer com a família num domingo dia de culto é pecado
(Secular). Viram como isso é terrível e destruidor. Isso é religiosidade
destrutiva, veja o que Paulo disse aos Gálatas (Gl 5.7) “Vós corríeis bem;
quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?”.
Muitas vezes nós confinamos Deus a um lugar limitado de nossas vidas.
À vontade de Deus é que todas as áreas de minha vida estejam ardendo de
paixão por Ele em um culto vivo e contínuo. O secularismo quer nos levar a
uma vida de aparência, enganosa; mas Jesus quer para nós vida cristã
autêntica e genuína, cheia do Espírito Santo.
Como posso vencer esse mal em minha vida e libertar-me dessa
moléstia do século presente. Primeiro eu preciso reencontrar-me com o Senhor

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Jesus, ouvir novamente o fio cortante de sua voz, veja o exemplo da passagem
em que um dos alunos da escola de profetas de Eliseu perdeu o seu machado,
e repare na pergunta de Eliseu: “Onde caiu?”, em 2 Reis 6.5-7: “Sucedeu que,
enquanto um deles derribava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou e
disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado. Perguntou o homem de Deus:
Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um pau, e lançou-o
ali, e fez flutuar o ferro, e disse: Levanta-o. Estendeu ele a mão e o tomou”.
Veja que o importante era-se saber Onde havia ocorrido o fato, Jesus também
exorta a Igreja de Éfeso, dizendo: Apocalipse 2.5 “Lembra-te, pois, de onde
caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a
ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. O mais
importante é sabermos onde perdemos o fio cortante do machado da voz de
Deus, onde nos caímos e deixamos de obedecer, posteriormente então
devemos voltar a prática das primeiras obras, redescobrir Deus em nossas
vidas, voltarmos ao fogo de Sua Presença gloriosa, nos apaixonarmos
novamente por Ele.
Em segundo lugar devo buscar essa vida de integridade e santidade que
Ele quer que eu viva. Ele diz em sua Palavra em Levítico 20.7, “Portanto,
santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus”. E em
Pedro 1:16, “porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”. Deus
quer de cada um de nós ‘santidade’, sem isso será impossível vê-lo agir e atuar
em nossas vidas e na nossa história. Em Hebreus 12.14 podemos ler, “Segui a
paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Precisamos preparar o nosso coração para as grandes coisas que Ele
quer fazer em nossas vidas e para isso arar e preparar o terreno para o
derramamento de Seu poder sobre nós: veja Jeremias 4.3 “Porque assim diz o
SENHOR aos homens de Judá e Jerusalém: Lavrai para vós outros campo
novo e não semeeis entre espinhos”. E em Josué 3.5 “Disse Josué ao povo:
Santificai-vos, porque amanhã o SENHOR fará maravilhas no meio de vós”.
E finalmente, para dar o golpe final e afastar de vez, o secularismo de
minha vida, preciso repreender de uma vez para sempre a obstinação e a
rebeldia e aprender a viver em submissão a Deus e aos meus líderes, quem não
tem ninguém a quem prestar contas de sua vida, têm as paredes de seu coração
fragilizadas e abertas para o mal deste século, entrar, alojar-se e destruir sua
vida e de sua família. 1 Pedro 1.14, 22 nos diz, “Como filhos da obediência,
não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância...
Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em
vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros
ardentemente”. Quando obedecemos expulsamos todos os espíritos maus de

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nossas vidas e nos enchemos do Espírito Santo de Deus e passamos a viver na


dependência total dEle.

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Perguntas para reflexão:

1. Quais os sinais do secularismo em minha vida?


a.
b.
c.
2. O que pretendo fazer para mudar isso?
a.
b.
c.

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Em Busca da Verdadeira Espiritualidade!

Vivemos em um mundo conturbado e em uma época conturbada,


rodeados de gente conturbada, fazendo parte de uma geração conturbada. Isso
não é novidade para ninguém. Mas às vezes temos a tendência de esquecer
deste fato. As pessoas da nossa geração são descritas pelo apostolo Paulo em
2 Timóteo 3.1-9: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos
difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes,
blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados,
implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,
traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de
Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge
também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram
sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas
de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais
podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e
Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens
de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; eles, todavia, não irão
avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também
aconteceu com a daqueles”. Que lista terrível de pecados que encontramos em
nosso tempo. Paulo parece que via o mundo de hoje, com os óculos proféticos
de Deus.
Vivemos em uma geração, solitária, individualista, superficial,
competitiva, insegura, de relacionamentos levianos e ainda por cima
arrogantes. Vivemos também numa sociedade impessoal, individualista,
competitiva, com relacionamentos descartáveis. Para se viver nesse mundo de
hoje é preciso muita ‘ginga’, o mundo não pode perder tempo com você e suas
necessidades e ele também lhe ensina que você também não pode perder
tempo.

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Toda essa estrutura maligna e perversa, que comentamos e em que


estamos inseridos e vivemos, irá nos influenciar e nos tornar embrutecidos,
insensíveis, indiferentes e fazer com que vivamos longe da proposta de Cristo
para sua Igreja, se não estivermos em constante vigilância pois, “o mundo jaz
no maligno”. Esse modelo mundano tem atacado a espiritualidade sadia da
Igreja de forma grotesca e insinuante. Pois, desenvolvemos em nós um
cristianismo capengante, adoentado, acéfalo, mutilado e mascarado.
Por mais que exerçamos um ativismo em nossas Igrejas e ministérios,
jamais conseguimos suprir o vácuo relacional que sentimos e existe em nós.
Vivemos longe de um autêntico relacionamento de amizade e intimidade com
Deus e com os irmãos. Nos convertemos, e alguns meses depois, logo após ser
influenciados pelos ‘antigos’ da caserna, já estamos longe do primeiro amor e
vivendo uma vida dissimulada, cínica, com representação, engano e nos
escondendo de Deus e dos irmãos. Iludindo e sendo iludidos até que nos
cansamos de tanto representar, caímos em estafa e queremos desistir de tudo.
O modelo de espiritualidade que temos e recebemos é impessoal,
distante, sem relacionamentos verdadeiros, sem profundidade e sem
referências duradouras. A Igreja Cristã em algum momento de sua história
perdeu seu primeiro amor e o Senhor tem nos chamado a sermos uma geração
que viva totalmente para Ele, restaurada e aprofundada em seus
relacionamentos com Ele e entre si. Os valores foram convertidos de forma
acintosa pelo nosso inimigo em nossas mentes, a Graça deu lugar de novo a
Lei; a Disposição deu lugar a Obrigação; a Fé deu lugar a um assentimento
mental; o Amor deu lugar ao tolerar e assim por diante. É uma espiritualidade
doente, fraca, sem cor, sem cheiro, capenga e algumas vezes maluca. Na
realidade perdemos a noção de quem é Deus, perdemos a noção de quem
somos, perdemos a noção de quem são os outros.
A verdadeira espiritualidade é uma vida mergulhada na imensidão de
Deus. Como eu posso viver essa vida de profundidade com Deus? É lógico
que só existe um caminho e esse caminho começa no Calvário!
Precisamos em primeiro lugar entender que se existe uma verdadeira
espiritualidade é porque também tem uma falsa. E de repente eu posso estar
vivendo a falsa ao invés da verdadeira. Vejamos em Apocalipse 2.2-6,
“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não
podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se
declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e
suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te,
pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se
não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te

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arrependas. Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as
quais eu também odeio”.
Note como o Senhor Jesus aborrece ao ativismo religioso. Em Éfeso
haviam muitas tarefas sendo feitas, muitos afazeres em prol da obra, muitas
atividades eclesiásticas. Mas isso não era a verdadeira espiritualidade. A
verdadeira espiritualidade não é o que eu faço para Deus, mas quem eu sou
diante dEle e do mundo. Compromissos religiosos não significam verdadeira
espiritualidade.
Conhecimento religioso não é sinal da verdadeira espiritualidade, a
verdadeira espiritualidade nos leva a conhecermos a Deus, mas, conhecimento
religioso não nos leva a verdadeira espiritualidade. Zelo doutrinário, ortodoxia
religiosa, hiper conhecimento teológico, são coisas insuficientes para produzir
a verdadeira espiritualidade.
Experiências, ‘cancha’, ser macaco velho na arte de ser crente, não nos
leva a verdadeira espiritualidade, há muitos que tem experiências de
provações e lutas e não tem a verdadeira espiritualidade. Porque não é isso que
gera a verdadeira espiritualidade, faz parte, mas só isso não basta, é apenas um
raio no aro da roda que gira, e nada disso sozinho produz verdadeira
espiritualidade. Só a experiência religiosa não vai me levar à verdadeira
espiritualidade.
Precisamos compreender que, o problema da Igreja de Éfeso, não era
religioso, laborial, teológico ou no campo das experiências. O problema era
falta de amor. Era uma doença na área de relacionamentos que atingiu a
poderosa Igreja de Éfeso, a ‘Rainha do Oriente’. O problema era de afeto e
relação interpessoal. A verdadeira espiritualidade nos traz a visão correta de
quem é Deus: Ele não é uma filosofia para ser estudada, não é um poder para
manipulado ou usado em experiências, Ele é uma pessoa e quer ser amado. O
amor é a chave da verdadeira espiritualidade. Onde não existe amor não existe
verdadeira espiritualidade, em Éfeso tinha poder? Sim, tinha! Em Éfeso tinha
experiências tremendas? Sim tinha! Em Éfeso tinha busca de ortodoxia
teológica? Sim tinha! Mas o que faltava então para eles serem Igreja de Deus?
Faltava o mais importante que é o amor. “Agora, pois, permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. (1 Co
13.13).
A verdadeira espiritualidade não é racional, embora use a razão. A
verdadeira espiritualidade não é emocional, embora use as emoções para se
expressar. A verdadeira espiritualidade é uma aliança, pacto, tratado de
afetividade, que é cercada pelo compromisso de continuar amando mesmo em
fase dos maiores problemas e lutas que vierem a aparecer. A verdadeira

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espiritualidade não nega a razão e nem sufoca a emoção, mas usa-as em


harmonia para alcançar o objeto de nosso amor.
Tenho pensado nos últimos dez anos que a Igreja de nossos dias está
vivendo uma crise fortíssima, não na área do conhecimento, nem do trabalho,
nem no campo das experiências, mas de amor e integridade. O desafio para os
cristãos de nossa geração é o de vivermos a verdadeira espiritualidade, que é
um relacionamento íntimo e profundo com Deus de forma a expressarmos
nosso amor a Deus integralmente.
1 João 4.8 diz que, “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois
Deus é amor”. 1 João 4.20, “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu
irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não
pode amar a Deus, a quem não vê”. E 1 João 2.5, “Aquele, entretanto, que
guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor
de Deus. Nisto sabemos que estamos nele”. O conhecimento de Deus está
intimamente ligado ao amor. Eu não posso amar a quem eu não conheço. Se
eu digo: conheço a Deus, mas não o amo eu sou mentiroso. Deus é um Deus
de relacionamentos, não existe cristianismo sem relacionamentos, sem contato
relacional, sem amor e sem afeto. Toda a persistência fora disso é balela.
A verdadeira espiritualidade é antes de tudo um relacionamento vivo
com um Deus vivo. Se eu digo: ‘conheço a Deus!’ e não o amo, então estou
vivendo no engano da religião, da mentira, da religiosidade. Pois o caráter
básico de Deus é amor, e é impossível existir um cristianismo verdadeiro e
uma verdadeira espiritualidade sem amor. Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o
Espírito Santo vivem nessa dimensão de relacionamento e amor, e manifestam
a verdadeira espiritualidade, para que nós venhamos a imitá-los, porque sendo
‘três’ na verdade são ‘um’ em amor. Vivem na dimensão da unidade do amor.
Deus nos criou com uma natureza relacional, para sermos e vivermos
numa integração relacional, pois, ele deseja que sejamos com Ele é. A
verdadeira espiritualidade, é antes de qualquer coisa, um profundo
relacionamento com Deus e com os nossos irmãos em Cristo. Se formos
expressar a verdadeira espiritualidade em uma palavra, essa palavra seria:
‘relacionamento’.
À medida que vou avançando nessa relação com Deus e com os meus
irmãos de fé, mais poderei conhecer a Deus, aos meus irmãos e também a mim
mesmo. É a disciplina espiritual de 1 Co 11.28, “Examine-se, pois, o homem a
si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice”. Para participar
efetivamente do Corpo de Cristo e estar em íntima comunhão com Ele, é
preciso que eu esteja constantemente examinando minha vida e me
autoconhecendo. Para provar se realmente tenho dentro do Corpo de Cristo
vivenciado a verdadeira espiritualidade, devo me perguntar: ‘o quanto de mim

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Deus e os meus irmãos possuem?’. Quanto mais perto dEle estiver, mas verei
minha real condição de: miserabilidade, cegueira, indigência, penúria,
infelicidade, nudez e desajustamento. Deixemos Deus sondar nosso coração e
tratar com nossos pecados para que possamos viver na dimensão da verdadeira
espiritualidade.
A verdadeira espiritualidade faz com que eu me veja como realmente eu
sou, sem mazelas, sem falsas visões, sem bajulamentos de meu ‘ego’, sem
hipocrisia, é viver profundamente a verdade de Deus. Percebo o quão pecador
e necessitado do amor de Deus eu sou. Por outro lado à verdadeira
espiritualidade me leva a ver a Deus como realmente Ele é: Santo, Puro,
Imaculado, Perfeito.
Você lembra da experiência de Isaias no ano da morte de seu tio: “No
ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime
trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima
dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os
seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo,
santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de
fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de
lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos
viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para
mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a
tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz
do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-
me aqui, envia-me a mim”. (Is 6.1-8).
Isaias vivia a verdadeira espiritualidade, pois, tinha a visão correta de si
mesmo e a visão correta de Deus.

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Perguntas para reflexão:

1. Tenho referências reais em minha vida de que vivo a verdadeira


espiritualidade?
2. Quais são as marcas em minha vida da verdadeira espiritualidade?
3. Como eu vejo a mim mesmo? qual a visão que eu tenho de mim
mesmo?
4. Qual a visão que eu tenho de Deus?
5. O que posso fazer de prático para entrar na dimensão da verdadeira
espiritualidade?

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As Marcas da Uma Vida de
Verdadeira Espiritualidade!

Queremos deixar claro que a verdadeira espiritualidade que vimos no


capítulo anterior, começa de dentro para fora. Veja em João 7.38, “Quem crer
em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. A
vida verdadeira com Deus começa no interior do cristão. Como já
mencionamos não é um passe de mágica, mas é um processo de busca
constante em andar com Ele. Essa espiritualidade verdadeira tem marcas que
vão desde meu interior e atingem as áreas de minha família, meu trabalho e
minha Igreja. Queremos agora nos deter um pouco nesses sinais ou marcas da
verdadeira espiritualidade.
Em primeiro lugar a verdadeira espiritualidade nos faz vermos com os
olhos de Deus, o mundo, as pessoas e a nós mesmos. O homem que tem a
capacidade de ver as coisas como Deus vê é alguém que vive uma vida
verdadeira com Ele. O olhar do Senhor sobre as coisas é muito mais profundo
do que o do homem. Veja o que a Bíblia fala sobre o olhar de Deus: Dt 11.12,
“terra de que cuida o SENHOR, vosso Deus; os olhos do SENHOR, vosso
Deus, estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano ”;
Salmos 33.18, “Eis que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem,
sobre os que esperam na sua misericórdia”; Salmos 34.15, “Os olhos do
SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu
clamor”; Salmos 109.15, “Permaneçam ante os olhos do SENHOR, para que
faça desaparecer da terra a memória deles”; Pv 5.21, “Porque os caminhos
do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas
veredas”; Pv 15.3, “Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando
os maus e os bons”; Pv 22.12, “Os olhos do SENHOR conservam aquele que
tem conhecimento, mas as palavras do iníquo ele transtornará”; Amós 9:8,
“Eis que os olhos do SENHOR Deus estão contra este reino pecador, e eu o
destruirei de sobre a face da terra; mas não destruirei de todo a casa de Jacó,
diz o SENHOR”; Zc 4.10, “Pois quem despreza o dia dos humildes começos,

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esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são
os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra”; 1 Pd 3.12, “Porque os
olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às
suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam
males”. Note como é tremendo vermos que o Senhor tem os seus olhos sobre
toda a terra, sobre todas as coisas, sobre todos o seres, sobre todos os
acontecimentos, incidentes, fatos, acidentes, tudo o que se refere sobre o ser e
fazer em todo o cosmos. Deus tem uma opinião formada sobre tudo e devemos
então ver com os Seus olhos e entendermos com a Sua mente e andarmos em
linha com Ela.
Paulo disse em 1 Coríntios 2.16, “Pois quem conheceu a mente do
Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”. Deus
tem um chamado para nós, e é o de olharmos mais profundamente as coisas
pelo ângulo dEle. Ver as pessoas, situações, atitudes, reações pelo ponto de
vista dEle. Ver além, mais intensamente, detalhadamente, mais
profundamente, veja o que diz em Isaías 42:18, “Surdos, ouvi, e vós, cegos,
olhai, para que possais ver”. E também em Jeremias 5.21, “Ouvi agora isto,
ó povo insensato e sem entendimento, que tendes olhos e não vedes, tendes
ouvidos e não ouvis”.
É possível olhar sem ver, ouvir sem escutar! Veja Isaias 42.20, “Tu vês
muitas coisas, mas não as observas; ainda que tens os ouvidos abertos, nada
ouves”. Por isso é importante vigiar e estar intimo de Deus e de Seus
Pensamentos. Isaias 55.8-9, “Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR,
porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus
caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais
altos do que os vossos pensamentos”.
Em segundo lugar outra marca profunda da verdadeira espiritualidade
em nossa vida, é quando busco antes a vida de santidade e como conseqüência
disso virá a felicidade e não o contrário. Ele quer que eu seja participante de
Sua Santidade. O motivo de eu ter que buscar a santidade é para que possa ver
o Senhor. Hebreus 12.10-14, “Pois eles nos corrigiam por pouco tempo,
segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para
aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda
disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de
tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela
exercitados, fruto de justiça. Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os
joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie
o que é manco; antes, seja curado. Segui a paz com todos e a santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor”.

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Quando andamos somente em busca de uma felicidade pessoal e


individualizada e não nos interessamos em o que Deus pensa ou acha sobre a
nossa vida, estamos praticando o humanismo e o egocentrismo e não é o
verdadeiro cristianismo e nem a verdadeira espiritualidade. Vivemos em uma
época que o que mais as pessoas querem é ser felizes, custe o que custar,
vendem o que é inegociável e mais puro, que é a intimidade com Deus.
A busca da felicidade deixa de ser o propósito maior e mais importante
da vida, quando eu tenho a consciência de que o mais significante é estar
próximo de Deus e em busca de Sua santidade para a minha vida.
Infelizmente, a ‘síndrome da busca da felicidade pessoal a qualquer custo’,
que tem tornado o cristianismo como uma religião mística do oriente em
termos de espiritualidade e uma religião materialista do ocidente em termos de
prática. Tem o estigma do pecado na vida do homem, como algo que não
precisamos nos importar muito. O mais importante nisso é: ‘que eu para de
sofrer’, ‘não pesar minha consciência’, ‘esquecer-me de tudo que passou’ e
‘viver dizendo a Deus: Deus é tudo ou nada! Ou vai ou racha! Ou é ou não é!’.
É o cristianismo da campanholatria, retirofobia e koinonite 2. E o pior é
que essa tendência, de procurar uma saída para os nossos problemas
espirituais e interiores, na busca da felicidade pessoal antes da santidade, está
se tornando uma norma no meio evangélico. Está ficando muito difícil dizer
como diziam os profetas da antiga aliança: Salmos 5.6 “Tu destróis os que
proferem mentira; o SENHOR abomina ao sanguinário e ao fraudulento”. e
Provérbios 3.32, “porque o SENHOR abomina o perverso, mas aos retos trata
com intimidade”.
Hoje a última moda não é mais a palavra de Deus e, sim, o que dizem
‘os marketeiros e os teólogos da felicidade a qualquer custo’. Com astúcia e
jeitosamente tiram o texto do contexto bíblico e depositam no contexto dos
interesses pessoais e da moda. A teologia do "pare de sofrer", e do "eu tudo
posso" vem prevalecendo nos meios cristãos, como a melhor opção para
agradar "ímpios e justos". Sugestiona-se que a Bíblia não é mais a única regra
de fé e prática para o cristão. Ela tornou-se apenas mais um referencial da
Palavra de Deus e não mais a Palavra Pura de Deus. Mas quem anda com
Deus sabe que a felicidade é decorrência de uma vida intima e afiançada em
Cristo, não existe outra forma de ser feliz, tudo aquilo que afirma o inverso
dessa verdade é mentiroso e fraudulento.
Em terceiro lugar outra marca intensa da verdadeira espiritualidade é
quando eu honro ao meu Deus custe o que custar. A Palavra de Deus diz:
Mateus 10.33 “mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o
2
Campanholatria, mania só de campanhas e fé nisso e não em Deus; retirofobia, vida cristã só baseada em
eventos especiais; koinonite, busca só de comunhão e estar junto sem se importar com o conteúdo do estar.

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negarei diante de meu Pai, que está nos céus”. Veja também Mateus 14.26-
33, “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos,
e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu
discípulo. Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta
primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?
Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar,
todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir
e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se
assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que
vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe,
envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.Assim, pois, todo aquele
que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo ”.
Eu sou uma pessoa que vive a verdadeira espiritualidade quando
assumo o fato de que pagarei qualquer preço para estar perto de meu Senhor.
Negando-me a mim mesmo, as paixões da carne, não vendendo minha
integridade em troca de favores pessoais. Procurando em cada decisão que
tenha de tomar, saber qual à vontade de Deus para minha vida, cada escolha
sendo colocada diante de Seu Trono, dando glória a Ele em tudo o que estiver
fazendo: 1 Co 10.31 “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.
Não existe nada mais gratificante do que servir ao Senhor e dar-Lhe
glória, os dividendos são imensuráveis para nós. Isso inclui pagar o custo de
minha reputação, de meu emprego, de meus negócios, de meu dinheiro, de
meus bens, do que fazer ou não fazer, dos prazeres temporários, de muitas
vezes ser minoria e pagar o preço mesmo assim, o custo muitas vezes de até
ficar sozinho, abandonado por todos, para não pecar contra Ele. É o custo de
ser fiel e obediente e não de ser célebre e prestigiado pelos homens, mas de ser
intimo dEle. Será que nós estamos dispostos a pagar esse preço para
alcançarmos a verdadeira espiritualidade?

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Perguntas para reflexão:

1. Quais das três marcas da verdadeira espiritualidade é mais forte em


minha vida?
2. O que mais tem impedido meu progresso espiritual?
3. Qual meu nível de comprometimento com o Senhor Jesus como
discípulo?
4. Eu tenho sido uma voz profética em minha geração?
5. Tenho buscado ver e ouvir com os olhos e os ouvidos de Deus e pensar
com a Mente de Cristo?

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O Valor e necessidade de Confessarmos
Nossos Pecados!

“Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei.


Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a
iniqüidade do meu pecado” (Salmo 32.5);
“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as
confessa e deixa alcançará misericórdia” (Provérbios 28.13);
“Se eu no coração contemplara a vaidade (pecado), o Senhor não me
teria ouvido” (Salmo 66.18).
O perdão de Deus só é obtido por meio da confissão. Devemos lembrar
que existe a nossa parte a ser feita que é a confissão, e existe à parte de Deus
que é o Perdão dos pecados. 1 João 1.7-9 nos diz que: “Se, porém, andarmos
na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não
temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está
em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
A nossa parte é confessar os pecados, a parte de Deus é perdoar e
purificar de toda a injustiça. O irmão Watchman Nee, em seu ensaio
‘Purificação, confissão e o lavar-os-pés’, diz o seguinte sobre confissão e sua
importância:
‘Então, que é confissão? O apóstolo não disse que confissão é
orar para que Deus perdoe os nossos pecados. Muitas orações e
suplicas a deus por perdão não são confissões. Tampouco disse o
ap ó s t o l o q u e co n fi s s ão é ap en as fal ar al g o co m a n o s s a b o ca. O q u e o
apóstolo disse foi que temos de reconhecer o pecado e tratá-lo como
pecado. Confissão significa colocarmo-nos no mesmo lugar que Deus
está, admitindo diante de Deus que o que fizemos é, sem dúvida, um
pecado. No momento em que você confessar o seu pecado, você será

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perdoado. Confessar não é suplicar por perdão. O perdão é tarefa do


Senhor Jesus. O que você deve fazer é julgar o pecado como pecado.
Você deve julga-lo, reconhecê-lo e confessar que ele é errado. Você
tem de tomar o pecado como pecado e tratá-lo como pecado. O que
você deve confessar diante de Deus é que um pecado é, sem dúvida,
um pecado. Se você confessar, deus é fiel e justo para perdoar todos os
seus pecados e injustiças. Assim como um pecador recebe o perdão de
pecados por meio da obra do Senhor Jesus, um cristão recebe da parte
de Deus o perdão dos pecados, por intermédio da obra de Cristo e por
julgar seu pecado como pecado. Resumindo: confissão é nossa
declaração de que alguma coisa é pecado, porque Deus diz que isso é
pecado. Por exemplo, suponha que o filho de um irmão saia à rua para
brincar com algumas crianças más. Por ele adquirir linguagem suja e
fazer travessuras, o irmão reúne as crianças que levaram seu filho a
fazer esses coisas e diz a elas que estão erradas e não devem mais
brincar com seu filho. Ele também diz ao seu filho para não mais
b ri n car co m el as . A cri an ça d i z q u e el a q u er co n fes s ar q u e es t á errad a e
pede perdão. Mas, embora ela diga isso com sua boca, em seu coração
ela está pensando numa forma de fugir pela porta de trás e brincar
novamente. Ela não se posiciona junto com seu pai. A questão aqui não
é o perdão, mas se reconhecemos ou não algo como pecado.
Confissão significa que tudo o que Deus considera como pecado,
eu também considero como pecado. Significa que eu digo a mesma
coisa que Deus disse. Se Deus diz que isso está errado, eu também digo
que está errado. A confissão é o nosso reconhecimento e declaração do
pecado. Quando você confessa, Deus perdoa seus pecados e o purifica
de toda a injustiça. Ele não está perdoando você por causa de sua
confissão; Ele o está perdoando por causa da obra de Senhor Jesus. Seu
sangue é a base de tudo nesta questão. Mas por meio da confissão, o
sangue produz o perdão. A salvação é pelo sangue por meio da fé. Mas
o perdão é pelo sangue por intermédio da confissão. É como se dissesse
q u e a ág u a d a t o rn ei ra v em p el o d ep ó s i t o d e ág u a at rav és d o s
encanamentos. Da mesma forma, o perdão vem pelo sangue por meio
3
d a co n fi s s ão ’ .
Amado gradualmente tem sido suprimido de nosso meio cristão, a
doutrina e disciplina da confissão. E tem sido substituída de forma reles por
uma busca de alivio mental e descarga de consciência, com a utilização de
frases e racionalizações, tais como: ‘Deus sabe do meu coração!’; ‘Ah! Eu

3
Nee, Watchman, Purificação, confissão e o lavar-os-pés, Ed.Árvore da Vida, SP, 1996.

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estou sempre pedindo perdão a Deus!’. E por aí vai, existem muitas formas de
enganarmos a nós mesmos e aos irmãos, mas nenhuma forma ou fórmula que
engane a Deus.
Hoje infelizmente existem muitos lideres de igrejas que tem se
preocupado mais com o bem estar de seus freqüentadores do que, com a
confissão de seus pecados. Isso tem gerado cristãos fracos e levianos que não
tem a menor noção do que é necessário para serem perdoados e purificados de
seus pecados. Precisamos voltar urgentemente a prática de confissão de nossos
pecados para que sejamos perdoados e lavados com o sangue do Senhor Jesus,
e assim possamos ter uma vida livre e liberta das algemas do pecado e do
engano.
Hoje em dia a culpa de meus pecados já não é mais só minha, mas
também é de ‘satanás’; ‘dos demônios’; ‘dos irmãos mal intencionados’; ‘é de
Deus também que não atendeu minhas preces’; urge amados que você e eu
venhamos a dar conta de nossos atos, para que você considere pecado, o que
Deus considera pecado, para que tenhamos uma volta a prática da confissão,
de forma bíblica, para que sejamos curados, restaurados e perdoados.
Veja em Tiago 5.16, “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros
e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a
súplica do justo”. Geralmente usamos este texto para falar do poder da oração,
mas ele tem uma forte ênfase na confissão interpessoal entre irmãos. E aqui
fica claro que para haver cura é preciso haver confissão de pecados, temos que
desenvolver o hábito de confessarmos nossas faltas e pecados a irmãos em
quem confiamos, para que nossa vida seja clara e transparente, isso quebra a
hipocrisia, a falsidade, a vida dupla, e ajuda-nos a termos nossa vida em
cobrança sadia. Como saber em quem eu posso confiar? Naquele que confia
em Jesus e investe em você em amor, com esse você pode andar em aliança de
vida!
Outro fator que tenho notado em nossas igrejas hoje em dia é que,
temos um louvor seco e vazio de confissão, falta o azeite que irá untar nossos
lábios, mente, coração e alma, para que nos apresentemos a Deus, dizendo a
mesma coisa que ele diz, ou seja, ‘sou um pecador arrependido, que reconheço
meu pecado e me aproximo de Ti em Tua total dependência, faças de minha
vida o que quiseres’. Ao invés disso temos uma cantoria em muitos casos
extremamente profissionalizada, mas desprovida da Graça e carente da unção
e bálsamo que Deus derrama sobre os corações arrependidos, que vêem
confessar seus pecados. Veja o autor de Hebreus, que expressão maravilhosa
ele nos usa em Hebreus 13.15, “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus,
sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu

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nome”. Não existe louvor verdadeiro sem reconhecimento de nossa real


condição e da profundidade do caráter de Deus.
Existe um texto muito importante sobre confissão, que está em Mateus
5.23-24, “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que
teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai
primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”.
A confissão está intimamente ligada a adoração e ao louvor a Deus, Deus não
aceita a minha oferta de louvor e adoração se eu não estiver em harmonia com
o meu irmão. Eu preciso deixar ao lado a oferta e ir acertar primeiro com o
meu irmão e confessar o meu pecado a ele, se é o caso ele também a mim, e só
então depois entregar minha oferta em cima do altar.
Algo extremamente importante de lembrarmos e praticarmos, é
entendermos o princípio de que: “O PECADO DEVE SER CONFESSADO
AO NÍVEL QUE ELE É CONHECIDO!” e que o esquecimento e atropelo
deste princípio pode nos trazer muitos males, e é por isso muitas pessoas
pecam e sofrem na hora da confissão e restituição, Isto significa que, se eu
pequei em pensamento, deve ser confessado a Deus e se persistir ao ‘irmão
mais velho’4, que cuida de minha vida espiritual; se pecar contra uma pessoa é
com aquela pessoa só que devo tratar; se pecar contra várias pessoas ou em
público deve ser com as pessoas envolvidas na questão. Temos de tomar
muito cuidado de não envolver a outras pessoas que estejam fora e sem noção
nenhuma daquela situação.
A pratica da confissão em nossas comunidades tem ação terapêutica de
Deus sobre a Igreja, pois impede a hipocrisia, expulsa a mentira, traz
autenticidade e ajuda no desenvolvimento e crescimento do Corpo de Cristo.
Veja o que o apóstolo Paulo fala sobre a confissão dentro da Igreja: “Examine-
se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois
quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a
razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.
Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas,
quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo” (1 Co 11.28-32).
A confissão traz para a igreja liberdade e libertação, pois é essa a
vontade de Deus quanto as nossas vidas. Quando confessamos nossos
pecados, somos libertos e perdoados pelo poder do sangue do Senhor Jesus e
passamos a ver as coisas do ponto de vista dEle. Isso deve ser uma constante
em nossas vidas como uma respiração espiritual. Também outro benefício da
confissão é que eu passo a gozar da comunhão com Deus e com os irmãos de

4
Que pode ser meu pastor, líder, amigo ou discipulador.

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fé. Passo a vê-los então falhos e pecadores como eu sou. Isso evita e destrói
com a autocomiseração, autojustificação, justiça própria, hipocrisia e
religiosidade, espírito de acusação, etc. Seja alguém intolerante, mas primeiro
com o seu próprio pecado.

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Perguntas para reflexão:

1. Como tem sido em minha vida a experiência da confissão?


2. Quais minhas maiores dificuldades com relação a confissão?
3. Eu tenho alguém com quem possa me abrir e confessar minhas faltas?
4. Toda a vez que eu confesso meus pecados a Deus, sinto-me perdoado(a)
mesmo?
5. Meu louvor a Deus tem sido de um coração puro que confessa e
reconhece suas faltas e pecados?

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Senhor, liberta-me!
Eu não quero mais ser Pilatos!

Mateus 27.22 “Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus,


chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos”.
A síndrome de Pilatos, manifesta-se no não querer assumir, não querer
dar sua opinião, não querer se estragar com ninguém, querer sim alegrar a
‘gregos e troianos’. Ela diz assim: ‘Ah! vocês que são brancos que se
entendam, eu vou é lavar as minhas mãos!’. Devemos lutar contra as trevas e
contra síndrome de Pilatos, lutando no front, no campo de batalhas,
manchando nossas mãos e nossas espadas com o sangue de nossos inimigos
espirituais.
Ah! Como John Wesley ficaria feliz, se pudesse ter encontrado em sua
geração aqueles cem homens, que não amarelassem, que não lavassem as
mãos no pecado, que não fossem medrosos, que fossem como os trezentos de
Gideão, como os trinta de Davi. Como os dois mil de Zinzendorf, Wesley
disse: “Dêem-me cem homens que amem a Deus de todo o coração e nada
temam a não ser o pecado e mudarei o mundo”. Talvez você que esteja
lendo estas linhas ainda seja um jovem de futuro promissor, aceite as palavras
deste seu conservo, não deixe sua vida passar em branco, faça-a valer a pena,
foi Cristo que morreu por você, se tivermos que morrer será por uma boa
causa por Ele. Quero compartilhar com você a história de um jovem que fez
sua vida valer a pena, numa época em que todos, iam para um lado só, ele
resolveu firmemente como Daniel, ir para outro lado.
Vamos ler juntos 2 Crônicas 29.1-11, “Tinha Ezequias vinte e cinco
anos de idade quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em
Jerusalém. Sua mãe se chamava Abia e era filha de Zacarias. Fez ele o que
era reto perante o SENHOR, segundo tudo quanto fizera Davi, seu pai. No
primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da Casa do

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SENHOR e as reparou. Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajuntou-os na praça


oriental e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a
Casa do SENHOR, Deus de vossos pais; tirai do santuário a imundícia.
Porque nossos pais prevaricaram e fizeram o que era mal perante o
SENHOR, nosso Deus, e o deixaram; desviaram o seu rosto do tabernáculo
do SENHOR e lhe voltaram as costas. Também fecharam as portas do
pórtico, apagaram as lâmpadas, não queimaram incenso, nem ofereceram
holocaustos nos santuários ao Deus de Israel. Pelo que veio grande ira do
SENHOR sobre Judá e Jerusalém, e os entregou ao terror, ao espanto e aos
assobios, como vós o estais vendo com os próprios olhos. Porque eis que
nossos pais caíram à espada, e, por isso, nossos filhos, nossas filhas e nossas
mulheres estiveram em cativeiro. Agora, estou resolvido a fazer aliança com
o SENHOR, Deus de Israel, para que se desvie de nós o ardor da sua ira.
Filhos meus, não sejais negligentes, pois o SENHOR vos escolheu para
estardes diante dele para o servirdes, para serdes seus ministros e queimardes
incenso”.
Ele era um moço de apenas 25 anos de idade, nomeado como o novo rei
de Judá, Ezequias teve uma visão da parte do Eterno de levar o povo de volta
ao Senhor, este jovem reabriu o Templo, depois de estar fechado por ordem de
Acaz. Este Acaz era um rei idólatra e movido pela ganância e desejo e saciar a
sua carne.
Acaz levou Judá a adorar os baalins, queimar incenso no vale dos filhos
de Hinon, lugar este que era chamado pelos antigos judeus de ‘a boca do
inferno’, por causa de ali ser o lugar de adoração a Moloque, quando eram
queimadas crianças, em oferenda a este deus horrendo; naquele lugar Acaz
queimou seus filhos a Moloque; Acaz destruiu os utensílios do Templo como
um ato de repudio ao Deus de Israel e mandou finalmente fechar e lacrar as
portas do Templo.
O jovem Ezequias chamou e trouxe de volta todos os levitas que haviam
sido expulsos do Templo e estavam espalhados pela terra. Este jovem cheio de
temor de Deus e do Seu Espírito, convocou os levitas para tomarem parte do
maior avivamento até então jamais visto, ele incitou-os a participarem deste
derramamento do Espírito de Deus sobre a terra. Hoje amado (a), quero
convocá-lo (a) a que se livre da síndrome de Pilatos, não diga mais como
Pilatos: ‘Que farei de Jesus, chamado o Cristo?’, mas diga sim: ‘Eu farei de
Jesus chamado o Cristo, Senhor de minha vida, de cada minuto dela!’.
Nas palavras de Ezequias nós encontramos o desafio de Deus para a
nossa geração: “e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e
santificai a Casa do SENHOR, Deus de vossos pais; tirai do santuário a
imundícia ... Filhos meus, não sejais negligentes, pois o SENHOR vos

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escolheu para estardes diante dele para o servirdes, para serdes seus
ministros e queimardes incenso” (2 Cr 29.5 e 11). Esse desafio é vibrante, o
Senhor nos escolheu como geração que irá representá-lo aqui na terra neste
tempo, ele nos deu o privilégio de tê-lo como nossa porção. Não podemos
deixar passar esta oportunidade de fazermos a diferença.
Ezequias compreendeu a visão de Deus, primeiro a liderança, os
homens que servem no santuário, depois o avivamento irá se alastrar por todos
os cantos de Judá. Primeiro os levitas precisam voltar ao seu serviço no
Templo do Senhor. É um privilégio vivermos nesse tempo e precisamos
reagir, olhar nos olhos do diabo e dizer a ele: ‘Não! eu não tenho parte com
você e nem você comigo!’; dizer ao pecado: ‘Basta! Eu servirei ao meu
Senhor custe o que custar!’; dizer ao mundo: ‘Não! eu não quero o teu
modelo, mas quero o padrão de Deus para minha vida!’.
Precisamos nos preparar para esse tempo que o Senhor quer nos dar, um
derramamento de Seu Espírito como nunca visto antes, em qualquer outra
época da humanidade. Mas há o preparo, veja o que disse Ezequias: “e lhes
disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do
SENHOR, Deus de vossos pais; tirai do santuário a imundícia”.
É preciso o preparo da santificação, é um preço alto, mas vale a pena,
vivemos um momento como igreja em que muitas instituições estão
derrocadas, muitos lideres e pastores caindo em pecado, o povo tem estado
como ovelhas sem pastor, desacreditado, a unidade da igreja tem sido
questionada até pelo mundo, mas Deus quer mudar esse quadro, Ele quer
derramar de seu espírito, mas precisa de alguns Ezequias. Você quer ser um
deles? Você está disposto(a)? então começa pela sua vida tirando a imundícia
do santuário de seu coração.
É tempo de limpeza interior, preparação, é tempo de limparmos nossa
mente, mudar nossa visão e nossos conceitos que estejam errados. Tire do
Santo Lugar a imundícia.
“não sejais negligentes”, não podemos deixar passar o nosso tempo,
temos que ser benção aqui e agora em nossa geração. Devemos dizer não ao
‘espírito deste século’, quero desafia-lo (a) a que você seja embaixador do
Senhor nessa geração. Não façamos como Faraó, que deixou passar o tempo.
Jeremias 46.17 “Ali, apelidarão a Faraó, rei do Egito, de Espalhafatoso,
porque deixou passar o tempo adequado” ou como o clamor de Sião, que é o
alarido de hoje na humanidade: Jeremias 8.20 “Passou a sega, findou o verão,
e nós não estamos salvos”.

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Perguntas para reflexão:

1. Como está meu coração em relação à santificação?


2. O que posso fazer efetivamente para ser benção na minha geração?
3. Qual a maior luta que tenho tido contra o pecado?
4. Meu santuário tem estado realmente limpo?
5. Quero realmente ter o coração como o de Ezequias?

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Epílogo
Bem amados, pesa o meu coração nesse momento e preciso dizer a você
que temos que fazer alguma coisa. Por nós mesmos e pelo mundo em que
vivemos, se eu somente critico as pessoas que fazem pelo reino, enquanto eu
lavo apenas as mãos, então estou com a síndrome de Pilatos. É preciso antes
que eu tenha o coração disposto e esteja à disposição do Senhor Jesus, para
que Ele faça de minha vida o que lhe apraz.
Não sucumba perante as canções atrativas e melodiosas de nossos dias,
o diabo anda oferecendo ‘glória, autoridade e reinos deste mudo’, Lucas 4.6,
“Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos,
porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser”. Devemos resistir-lhe
firmes na fé, como disse Pedro em 1 Pe 5.9 “resisti-lhe firmes na fé, certos de
que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade
espalhada pelo mundo”. Em nome do Senhor Jesus, entregando ao Senhor
nossa vida e cada fôlego nosso, para que Ele use-a como quiser.
Saiba que a Cruz do Senhor Jesus nunca fez acordos com os ‘Pilatos
desta vida’. Ele preferiu ir ao Calvário a sentar no palácio do potentado. O que
você prefere? Agora é a sua hora de decidir? A quem você quer servir?
Não se entregue lute até o fim, se estás passando pelo vale, saiba que
muitos nesse momento estão em todo o redor do planeta, mas uma coisa é
certa o Senhor Jesus irá te elevar a uma grande vitória se dispuseres o teu
coração nesse momento, para ser o instrumento dEle nessa geração. Saiba que
é bem melhor ir para o nosso Calvário, do que ir ao lavatório profano de
Pilatos e sentar em seu trono ou em sua sala de estar. Que Deus nos ajude a
suportarmos esses dias!

Amém!

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Oração
Senhor meu Deus e meu Pai!
Como é bom saber, que o Senhor não sucumbiu, não desistiu, perante os
apelos de Pilatos, que lhe acenava dizendo,
que o Senhor não precisaria morrer!
Como é bom saber que eu sirvo a um Senhor Corajoso, Forte, Poderoso, que
não recuou ante o inimigo mais encarniçado,
e ante a batalha mais sangrenta de toda a humanidade!
Senhor Jesus, eu quero ser como Tu és!
Ajuda-me, dá-me vitória contra os meus inimigos!
É hora Senhor, de eu fazer a minha parte
e enfrentar os Pilatos deste tempo,
de dizer não a eles e sua malignidade!
Dá-me força oh! Pai! Para que eu seja conforme Tu queres!
Em Nome do Senhor Jesus!
Amém!

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A Síndrome de Pilatos
por Paulo Bueno
© 2002 por Paulo Bueno. Todos os direitos reservados.
Categoria: Devocional

As citações bíblicas foram extraídas da edição Revista e


Atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida,
publicada pela SBB, salvo quando outra fonte for citada.

Edição: Missão Navegadores


Revisão: Raquel Bueno
Contato com o autor por e-mail para encontros e palestras:
paulo@vinhonovo.zzn.com

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