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Envelhecimento e Exclusão Social

“A expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da


humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são,
autónomo, activo e plenamente integrado. A não fazerem reformas radicais, teremos em mãos
uma bomba relógio a explodir em qualquer altura.”

Kofi Anam (2002)

O fenómeno do envelhecimento é visto como uma doença na nossa sociedade.


Segundo a síntese de um estudo elaborado pelo INE em simultâneo com a II Assembleia
Mundial sobre o Envelhecimento, consideram-se pessoas idosas os homens e as
mulheres com 65 ou mais anos de idade, idade, esta associada à idade de reforma, em
Portugal.
Existem dois conceitos diferentes de Envelhecimento: o Individual e o
Demográfico. O primeiro assenta na maior longevidade dos indivíduos, isto é, o
aumento da esperança média de vida, já o segundo está associado ao aumento da
proporção das pessoas idosas na população total.
Há factos que provam que o crescimento da população idosa é hoje, quatro vezes
superior ao da população jovem.
Um idoso sem autonomia é rapidamente excluído, passa a ser sinónimo de
“velho frágil”, improdutivo e dependente. Esta situação leva muitas vezes ao isolamento
do idoso e consequentemente a mais dependência por parte deste.
No seminário “Envelhecer: um Direito em Construção” (1998) vem referido o
facto de se estarem a dar grandes transformações nas estruturas da sociedade
portuguesa, sendo estas demográficas, económicas, sociais e culturais e cujo causa e
consequência deve-se em grande parte ao envelhecimento. “Trata-se de um fenómeno
global, que afecta não só os idosos, mas também as famílias, todos os meios e estratos
sociais, nalguns dos quais com particular gravidade, colidindo com a capacidade das
famílias em responder a este desafio”.
O envelhecimento é falado como problema global e geral, que preocupa desde
cientistas a governantes, e que traz preocupações relacionadas com o “encargo dos
idosos sobre as gerações futuras, os vários custos que o seu grande número representa, a
falência dos sistemas da reforma, e de forma mais pessimista, o ‘conservadorismo’ e a
falta de vitalidade e dinamismo que tal envelhecimento acarretará para as sociedades”
(Fernandes, 1995).
As “Políticas de Velhice” são entendidas como “o conjunto das intervenções
públicas, ou acções colectivas, cujo objectivo consiste em estruturar de forma explícita
ou implícita as relações entre a velhice e a sociedade” (Fernandes, 1997) e surgem no
âmbito da evolução das relações entre as gerações e da institucionalização de medidas
dirigidas para a velhice.
Após a passagem à reforma, o Idoso passa a ter demasiado tempo livre, podendo
esta situação levá-lo ao isolamento e à depressão. Devem, portanto, ser acompanhados
por redes de apoio social que os ajudem nas questões diárias como cuidados básicos,
situação financeira, solidão e inseguranças.
Nos anos 60, foi criada uma Política Social da Velhice, que defendia a melhoria
das condições de vida dos idosos, de modo a que atenuar a calamidade que este grupo
etário passou durante o regime salazarista. Já nos anos 70, foi criado o serviço de
Reabilitação e Protecção aos Diminuídos e Idosos no campo de acção do Instituto da
Família e Acção Social e inserido na Direcção Geral da Assistência Social, as políticas
foram aperfeiçoadas e foram formados novos serviços, como por exemplo a previdência
e assistência social. Foi também criado um sistema de segurança social a atribuições de
pensões e reformas, construíram-se lares e em 1976, com a mudança de regime a
anterior Assistência Social passou a designar-se Acção Social. Esta enquadra o conjunto
de acções desenvolvidas através de serviços e de equipamentos sociais de apoio
individual e familiar, como também intervenções comunitárias.
O Estado tem o dever de promover políticas de combate ao envelhecimento, de
maneira a que haja um equilíbrio entre a população activa e passiva e um equilíbrio
entre os descontos e reformas/pensões. Também deve promover a criação de novas
redes de apoio social, quer para o idoso quer para a sua família.
Existem uma série de apoios em forma de estruturas e equipamentos tais como:
 Lares de Idosos – são equipamentos colectivos de alojamento permanente ou
temporário, destinados a fornecer respostas a idosos que se encontrem em risco, com
perda de independência e/ou autonomia. Contudo, a insuficiência de lares de idosos
do Estado tem dado origem a uma verdadeira multiplicação de lares privados (que
visam essencialmente fins lucrativos), que muitas vezes funcionam clandestinamente
e sem as condições que confiram aos idosos o mínimo de dignidade.
 Lares para Cidadãos Dependentes – Constituem respostas residenciais a
idosos, que apresentam um maior grau de dependência (acamados).
 Centros de Dia – constituem um tipo de apoio dado através da prestação de um
conjunto de serviços dirigidos a idosos da comunidade, cujo objectivo
fundamental é desenvolver actividades que proporcionam a manutenção dos
idosos no seu meio sócio-familiar.
 Centros de Convívio – são centros a nível local, que pretendem apoiar o
desenvolvimento de um conjunto de actividades sócio-recreativas e culturais
destinadas aos idosos de uma determinada comunidade.
 Apoio Domiciliário – consiste na prestação de serviços, por ajudantes
e/ou familiares no domicilio dos utentes, quando estes, por motivo de doença ou
outro tipo de dependência, sejam incapazes de assegurar temporária ou
permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e/ou realizar as suas
actividades diárias. É um tipo de apoio que conquistou muitos adeptos, na medida
em que se caracteriza pela prestação de um serviço de proximidade com cuidados
individualizados e personalizados. Além disso, é preservada a família e a casa que
constituem para o idoso um quadro referencial muito importante para a sua
identidade social.
 Acolhimento Familiar – consiste em apoios dados por famílias
consideradas idóneas que acolhem temporariamente idosos, quando estes não têm
família natural ou tendo-a não reúne estas condições que proporcionem um bom
desempenho das suas funções.
 As Colónias de Férias e o Turismo Sénior – são prestações sociais em
equipamentos ou não, que comportam um conjunto de actividades que pretendem
satisfazer as necessidades de lazer e quebrar a rotina, proporcionando ao idoso um
equilíbrio físico, psíquico, emocional e social.
 Termalismo - é uma medida que visa permitir aos idosos em férias,
tratamentos naturais, reduzindo assim o consumo de medicamentos. Proporciona
também a deslocação temporária da sua residência habitual, permitindo deste
modo o contacto com um meio social diferente, promovendo a troca de
experiências, que quebram ou reduzem o frequente isolamento social.
 Universidades da Terceira Idade, (UTI’s). A primeira surgiu em 1978
em Lisboa. Estas universidades são maioritariamente associações sem fins
lucrativos e têm como objectivo a “promoção, valorização e a integração do
Idoso”, o “contacto com a realidade e a dinâmica social local”, a “ocupação dos
tempos livres” e “evitar o isolamento e a marginalização”. Contudo, as UTI’s têm
sido alvo de várias críticas, desde a separação do Idoso dos outros grupos etários o
que não lhes permite uma integração social em pleno, ao facto dos utentes deste
“serviço” serem maioritariamente pertencentes a posições sociais médias e
elevadas, o que caracteriza as UTI’s como sendo selectivas e elitistas.

Existem ainda outro tipo de apoio, de carácter financeiro. Pode ser chamado de
pensões (Grácio 1999). Estas pensões podem ser do regime contributivo ou não
contributivo, consoante os idosos tenham feito ou não descontos para a segurança
social. Se pertencem ao regime contributivo poderão ter direito à “pensão de velhice”
(limite de idade) ou à pensão de invalidez.
 Pensão de velhice – é uma prestação mensal para pessoas que tenham chegado à
idade da reforma, e tem como objectivo compensar a perda de remunerações de
trabalho. Para beneficiar dela é necessário ter 65 ou mais anos.
 Pensão de Invalidez – consiste numa prestação mensal que tem como objectivo
compensar a perda de remuneração de trabalho resultante da incapacidade antecipada
para o trabalho.
 Pensão social – é uma prestação para os nacionais residentes no país, que não se
encontrem abrangidos por qualquer regime de protecção social; que não tenham
rendimentos ilíquidos de qualquer natureza, ou não exceda 30% da remuneração
mínima garantida à generalidade dos trabalhadores, quando se trata de uma pessoa
isolada, ou 50% se for casal.
 Pensão por cônjuge ou de viuvez - é uma prestação atribuída ao cônjuge do
falecido pensionista que por si só, não tenha direito a qualquer pensão de
sobrevivência, enquanto mantiver o seu estado civil. Para ter direito à mesma, não
pode estar abrangido por nenhum regime contributivo.
É também a partir da década de 70 que surge o termo Idoso Institucionalizado. A
perda de autonomia física e a dependência são dos factores que mais levam ao
internamento do idoso. Um outro motivo é a inexistência de apoio familiar e também a
falta de recursos, quer a nível económico, quer a nível habitacional.
Contudo, a institucionalização do Idoso leva à rápida “deterioração e incapacidade
física e mental” o que vai abrir caminho a perturbações do foro psiquiátrico. (Borges,
2000).
O facto de muitas vezes as instituições não exigir formação técnica qualificada leva
ao agravamento destas situações, dada a pouca informação inicial.
Quando o idoso entra para uma instituição, à partida sabe que não mais voltará a sair,
vivo. Esta fase é encarada como a última da sua vida. Ao viver numa instituição, o idoso
é automaticamente afastado da comunidade e das relações sociais desta, ainda que
interaja com familiares e amigos, já não faz parte da sociedade e é assim considerado
excluído da mesma.

Curiosidades:
 Nos últimos cinco anos, 25000 idosos foram vítimas de maus tratos, muitos
deles por familiares;
 Mais de 1 300 000 idosos vivem com a reforma mínima;
 “Envelhecer já não é uma arte, tornou-se um pesadelo”;
 Em Lisboa, 60 000 idosos estão fechados em casa;
 A pobreza em Portugal deve-se em grande parte às baixas reformas dos
idosos;
 Foram detectados 100 lares clandestinos em 2007;
 Hoje há 2000 idosos abandonados;
 “Sobrevivem à espera da morte”:
 Por cada 112 idosos há 6 jovens;
 Com o envelhecimento da população mundial em 2030 haverá um idoso por
cada 8 pessoas no planeta. (Fonte: Blog pouco credível)

Um estudo realizado na Universidade de Montreal por Champagne e Frennet


permitiu identificar os seguintes estereótipos, sabendo que estereótipos servem para
simplificar a realidade. Os estereótipos em relação aos idosos são então:
 Os idosos não são sociáveis e não gostam de se reunir;
 Temem o futuro;
 Gostam de jogar às cartas e outros jogos;
 Gostam de conversar e contar suas recordações;
 Gostam do apoio dos filhos;
 São pessoas doentes que tomam muita medicação;
 Fazem raciocínios senis;
 Não se preocupam com a sua aparência;
 São muito religiosos e praticantes;
 São muito sensíveis e inseguros;
 Não se interessam pela sexualidade;
 São frágeis para fazerem exercício físico;
 São na grande maioria pobres.

O idoso passa de “ancião sábio”, símbolo de respeito e de experiencia para “velho


frágil”, improdutivo e dependente. È criada uma visão uniforme dos idosos, sendo este
considerado um grupo homogéneo, caracterizado por uma diminuição de capacidades
vitais, de recursos sociais e económicos e perante esta situação os idosos não
conseguem encontrar um lugar na sociedade actual. O Estado tem o dever de promover
políticas de combate ao envelhecimento de forma a equilibrar a “máquina” da segurança
social assim como a criação de novas redes de apoio social, quer para o idoso quer para
a sua família.
Referências Bibliográficas:

 Grilo, P:; Rodrigues, Sofia; Hespanha, Pedro; Sousa, Liliana; (2007), “Famílias
Pobres: Desafios à Intervenção Social”; Colcecção Sistemas, famílias e Terapias.
 Correia, P., (2007) “Velhos são os trapos: mito ou realidade?”, p. 1-17;

 Capucha, L.() “ Envelhecimento e políticas Sociais: novos desafios aos sistemas


de protecção Protecção contra o “ Risco da velhice”: que risco? ”pp. 337-345;

 Alves, J. F. e Novo, R.F. (2006) “Avaliação da discriminação social de pessoas


idosas em Portugal” Editor: International Journal of Clinical and Health
Psychology Asociación Española de Psicología Conductual (AEPC); ~

 Martins, R. M. L. () “O Idoso na Sociedade Contemporânea: Envelhecimento e


Políticas Públicas”.

 Veloso, E. C. () “As Universidades da Terceira Idade em Portugal: Contributos


para uma Caracterização”, VI Congresso Português de Sociologia.

 Mauritti, Rosário (2004), "Padrões de vida na velhice", Revista Análise Social,


XXXIX (171), pp. 339-361.

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