Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
FACULDADE DE DIREITO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Brasília
2014
GLADSTONE LEONEL DA SILVA JÚNIOR
Brasília
2014
GLADSTONE LEONEL DA SILVA JÚNIOR
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
____________________________________________________________
Prof. Dr. José Geraldo de Sousa Júnior
Universidade de Brasília (UnB)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Bernardino Costa
Universidade de Brasília (UnB)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Rubén Martínez Dalmau
Universitat de València – (UV/Espanha) - (Membro Externo).
____________________________________________________________
Prof. Dr. José Luiz Quadros de Magalhães
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - (Membro Externo).
____________________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Araújo Costa
Universidade de Brasília (UnB) - (Membro Suplente).
Ao povo latino-americano.
II
AGRADECIMENTOS
sendo para mim grandes legados pessoais da UNESP que levo com carinho e
admiração. A parcela da família Leonel que vive em Brasília merece destaque.
Tia Regina e o seu tempero mineiro me acolheu, literalmente como um mineiro
acolhe o outro, no seio do seu lar. Ali meu afeto só aumentou por todas as
minhas primas Leonel e os queridos agregados. O que dizer então, de Antonio
Escrivão Filho, ou Tuco, que chega em Brasília no mesmo ano que eu e com fé
na vida recompomos laços de uma amizade iniciada no encontro da RENAP
em 2005. Alimentamos uma relação fraternal pura, que oscila momentos de
referencia paternal à busca de conselhos dados, como um filho. Uma presença
central para se construir uma tese consistente e para a autoconstrução como
ser humano. Igor Lima, ou Vaca, companheiro que ajudou no início dessa
caminhada de Brasília. Rodrigo Mesquita ―amigo novo, parceiro novo‖, que do
Piauí nos ajuda a ressignificar Brasília e a conceber novos projetos.
Brasília é a cidade que permite dar razão à Vinícius de Moraes quando
afirma que ―A vida é a arte do encontro/embora haja tanto desencontro pela
vida‖. Pois, ela insiste em reencontros de vida e de almas. Essa materialização
ocorre a todo o momento, Patrick Mariano, Heloisa Gimenez, Talita Rampin,
Diego Diehl, Henrique Reis, Marleide Rocha, Maria Mello, Fairuze Aziz, Vinicius
Fialho, Március Crispim, Nei, Palominha, Poninha, Isis, Kassabs, Marmotta,
Foca, Dendê, Ru, Nagô, Samantha, Sandrão, Paola Alves, Kátia Fontes,
Matheus Lage, Fred, Lu Pivato, Lud, Flavinha Carlet, povo da Consulta Popular
e do escritório do MST e tantos outros/as felizmente são provas vivas disso e
continuam imprescindíveis. O reencontro de alma se dá com aquelas pessoas
as quais nos perguntamos: - Como não o/a conhecia antes? E obviamente
tornaram-se fundamentais. Sandra Silva, Mayrá Lima, Gisele Barbieri, Sérgio
Sauer, Acácio Briozo, Gaga Leão, Hamú (ou Carzalberto), Valdirene, Luisa
Valle, Lívia Nascimento, Débora Cruz, Leo Cabral, Gabi e Bárbara Batista, Tia,
Fucão, Bico Bonecini, Gil, Guigo, Thiago, Ale Lehmann, Rui, Hugo Nister, Dara,
Bia B., Fábio K, Giu, Rodrigo Souto, Atahualpa, Isadora Sousa, Liu Leal, Carlão
Odas, Lucas Camarotti, Pedroca, Leonor, Letícia Lengruber, Cecília, Matheus
Utzig, Yussef, João do Cavaco, Bira e Rose, Marcelo Arruda, Camila Bonassa,
Humbertinho, Raphael Seabra, Pedro B, Neneto, Edu Mendez, Ju Amoretti,
Leo Menezes, Douglas Zaidan, Carina Calabria, Eduardinho Rocha, Lu Ramos,
Marta Gama, Dani Felix, Gabriel Sampaio, Mari, Vlad, Sassá, Rê, Fê, Kiki, Laís,
Aline, Rodrigo ―Serna‖, Camila Gomes, Carol, Paulinha, Carlos Ron, Pedrão de
Sanca, Edu Borges, João Gabriel, Érika, Telésforo, Capela, Diana Melo, Ju
Acosta, Betinho Góes, Katia Azambuja, Clara Cardoso, Ágata Ferraz, Andreia
Marreiro, Dani Turati, grupo de capoeira Beribazu e muitos outros e outras.
Certamente, o samba do Peleja e os envolvidos/as no mesmo
merecem um capítulo a parte. Até porque grande parte, deles e delas, está
comigo no decorrer da minha vida em momentos para além do peleja. Peleja é
luta, é catarse coletiva, é o transe pessoal e a celebração da vida entre
IV
RESUMO
ABSTRACT
The year 2009 presents a novelty in Latin American political and legal
dynamics: a Constitution designed for a State that declares itself as
Plurinational. Being enacted the Constitution of the Plurinational State of
Bolivia. This research presents the concepts used throughout the thesis from a
transformative perspective and, in part, from an epistemology of the South.
Moreover, this research discusses the Bolivian sociopolitical context in the
twentieth century, in order to start off an analysis of today. The scenario
mentioned above is permeated by the analysis of the law, the state and,
especially, the Constitution as ontologically liberal categories, still in use.
However, the liberal critique is presented and the new Latin American
constitutionalism is understood as an appropriate legal perception to the
Bolivian insurrectionary context. Some key points such as democracy,
autonomy, jurisdictions, decolonization and economy are addressed in the
constitutional text, as its exercise in the post-constitutional period. Thus, it is
possible to have an overview about the depth of the political and legal
transformations in the country concerned, its current contradictions, and verify
to what extent the Constitution of the Plurinational State of Bolivia serves as
instrument of a popular project in Latin America.
RESUMEN
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
278
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 16
3.1.2 A plurinacionalidade como opção política real em variados setores ................................. 239
ANEXOS
ANEXO-A – Ata de cômputo nacional das eleições gerais de 2005 .................................. 333
ANEXO-C – Documento assinado pelas organizações pelo Pacto de Unidade ............... 335
ANEXO- J – Mapa, ainda no início dos anos 2000, que indica as áreas na
Bolívia formadas por Terras Comunitárias de Origem (TCO). ......................... 343
INTRODUÇÃO
1
Aqueles indivíduos que utilizam a construção teórico-metodológica de Karl Marx para
desenvolverem sua linha pensamento e ação.
2
Para o materialismo histórico, as condições da vida têm como força principal o modo de
produção dos bens materiais: ―o modo de produção da vida material condiciona o processo em
geral de vida social, político e espiritual‖ (MARX, 1978a, p. 129).
18
3
Por falta de uma tradução mais adequada, a expressão constantemente utilizada pelo
intelectual boliviano Rene Zavaleta Mercado, traz um significado dessa palavra que se
aproxima de heterogênea, referindo-se à sociedade boliviana. Álvaro Garcia Linera trata o
termo como ―a coexistência sobreposta de vários modos de produção, de vários tempos
históricos e sistemas políticos.‖ (tradução livre). (GARCIA LINERA, 2008, p. 230).
4
Tereza Haguette opta por reservar o termo pesquisa-ação para as práticas de origem
europeia, e pesquisa-participante para àquelas direcionadas à América Latina, pois a gravidade
dos conflitos sociais estaria exigindo um novo padrão de desenvolvimento científico aqui,
19
5
Gramsci define como intelectuais aqueles grupos sociais que, mesmo não formando uma
classe, atuam no nível superestrutural e tratam de organizar a hegemonia de um grupo. Como
ele mesmo afirma: ―Não existe uma classe independente de intelectuais, pois cada classe tem
seus intelectuais‖ (Tradução Livre) (GRAMSCI, 1981a, p. 107-108.).
22
6
Cf. MARX, Karl. A questão irlandesa. Trad. Alexandre Linares. 1869. Disponível em:
http://marxists.org/portugues/marx/1869/11/questao.htm. 2004. Acesso em 15 jan. 2014;
MARX, Karl. Primeiro projeto de resposta à Carta de Vera Zassúlitch. 1881. Trad. José
Barata-Moura. Editorial Avante, Edições Progresso: Lisboa, 1982. Disponível em:
http://marxists.org/portugues/marx/1881/03/vera.htm. Acesso em: 15 jan. 2014.
25
trazido por Spinoza e remodelado por Dussel (2007), o qual constitui um poder
emergente do povo capaz de grandes transformações em momentos criadores
da história. Este conceito possibilitará analisar o desenvolvimento das
peculiaridades dos atores coletivos, potencialmente construtores de uma nova
hegemonia, inclusive jurídica, e de um projeto de sociedade emancipatória
latino-americana. Além da hiperpotentia, tratar da América Latina nos impõe
revisitar nossas bases epistemológicas, visto que será analisada uma realidade
própria desde uma perspectiva transformadora. Assim, uma tarefa a ser
cumprida será resgatar algumas categorias e remodelar outras.
7
―Das primitivas comunidades agrícolas igualitárias e das hordas pastoris, fundadas ambas na
propriedade coletiva da terra e dos rebanhos e na garantia a cada unidade familiar dos
produtos do seu trabalho, passa-se, assim, progressivamente, a sociedade de classe,
assentadas na propriedade privada ou em outras formas de apropriação e de acumulação do
produto do trabalho social. Umas e outras tornam-se cada vez menos solidárias internamente,
porque as relações entre pessoas, antes reguladas pelo parentesco, começam a ser
condicionadas por considerações de ordem econômica.‖ (RIBEIRO, 1983b, p. 75.).
27
8
―Un Imperio y un Estado como el Inca no se edificó en torno del reino mágico de la ―armonía
social‖ y ―la reciprocidad horizontal‖, como pretenden hacernos creer hoy los filósofos de la
cultura y antropólogos del ―mundo andino‖, sino que es el resultado de la generación de un
excedente económico, el surgimiento de antagonismos sociales y la emergencia de clases o
castas privilegiadas al interior de la sociedad; (…)‖ (SORUCO, 2009, p. 13).
28
9
Não podemos falar em regimes feudais típicos na América Latina. O capitalismo absorveu-o,
mesmo que julguemos algumas práticas realizadas aqui como pseudo-feudais.
31
10
―Para mostrar tanto su obediencia a ley natural como para limitar el control que españoles
particulares tenían sobre la población indígena andina, la corona estableció bajo Felipe II un
sistema de gobierno colonial que colocaba el mando (y la recolección de tributos) de
comunidades indias particulares bajo el control de una nobleza indígena, un estrato privilegiado
a través de cual la corona podría conducir a los pueblos andinos de a barbarie pagana a la
civilización cristiana. (…) la elite india ocupaba una posición liminar en el ordenamiento
colonial, en la frontera entre las dos republicas. Sus privilegios y su autoridad se derivaban al
mismo tiempo de sus raíces en la república de indios y de su obligación de hacer que la
sociedad indígena se adecuara a los ideales españoles. Se tratara ya de los incas del Cuzco o
de los grandes señores aimaras de la cuenca del Titicaca, lo cierto es que las elites indias
fundaban su precedencia hereditaria en unos antepasados que databan del tiempo de la
gentileza, pero para su preparación dependían de la estructura legal y la organización
económica del virreinato del Perú‖ (GARRET, 2009, p. 19).
11
―Al encontrar un imperio escindido por la guerra civil, los españoles rápidamente quebraron
las redes imperiales de los incas y empujaron los Andes a la anarquía. En 1532 se encontraron
con Atahualpa en Cajamarca, donde lo hicieron prisionero (…). El dominio imperial incaico
jamás se recuperó de la guerra entre Atahualpa y Huáscar, y después de la década de 1530,
los incas – tanto las redes imperiales como la confederación étnica del Cuzco – dejaron de
conformar un grupo o lugar de poder unificado en los Andes.‖ (GARRET, 2009, p. 43-47).
32
Com o Império Inca derrotado, a então nobreza inca, que se alia aos
espanhóis, passa a constituir-se como engrenagens fundamentais para a
reprodução da lógica colonial europeia sob uma roupagem própria, uma vez
que exercida pelos próprios indígenas andinos. A monarquia espanhola criou a
figura dos ―caciques‖. Indígenas que passaram a compor a nobreza dentro da
colônia, submetidos à metrópole, os quais cobravam tributos de alguma
unidade sócio-territorial, que presidiam. Literalmente, um processo de
reprodução da colonialidade do poder.
12
Referimo-nos às rebeliões encabeçadas por Tupac Amaru e Tupac Catari, decorrentes de
uma relação conflituosa da atividade dos caciques, o que abriu o caminho décadas mais tarde
para o enfraquecimento do Império Espanhol e os processos de independência.
33
Nos Estados Unidos, por exemplo, ―os índios não eram parte da
população incorporada ao espaço de dominação colonial britânico-americana.‖
(QUIJANO, 2005, p. 120). Já no início da configuração Estado-nação eles são
excluídos, depois o território em que viviam foi invadido e, por fim, foram
exterminados. Os negros sofrem uma relação colonial de dominação ao serem
trazidos da África. Em meados do século XIX dá-se uma reidentificação
nacional de povos distintos, sobretudo através da participação democrática
para os recém-chegados (TOCQUEVILLE apud QUIJANO, 2005, p. 120),
mantendo uma hegemonia entre os brancos, que eram maioria da população.
13
―La filosofía moderna eurocéntrica desde el ego conquiro (yo conquisto, protohistoria del ego
cogito), situando a los otros pueblos, a las otras culturas, y con ello a sus mujeres y sus hijos,
37
los dominó dentro de sus propias fronteras como cosas o útiles manipulables bajo el imperio de
la razón instrumental‖ (DUSSEL, 2011, p. 18-19).
14
A crítica à modernidade será mais aprofundada no Capítulo II, ponto 2.1.2.
15
―Uma região historicamente nova constituía-se como uma nova id-entidade geocultural:
Europa, mais especificamente Europa Ocidental. Essa nova id-entidade geocultural emergia
como a sede central do controle do mercado mundial‖ (QUIJANO, 2005, p. 109).
16
O conceito de sistema-mundo é desenvolvido, sobretudo, por Immanuel Wallerstein (1974),
André Gunder Frank (1980), Giovanni Arrighi (1994) e Samir Amin (1997). Irá centrar-se no
avanço do capitalismo mundial como força determinante entre os países centrais e periféricos,
seu sistema social e inter-relações.
38
18
―El mercado interno en el período del capital competitivo fue no sólo un resultado de la
actuación del capital, sino un resultado de los conflictos/negociaciones político-sociales‖.
(QUIJANO, 2000, p. 84).
19
Ver Capítulo 2
41
exploração desses povos é mais intensa por alguns motivos que devem vir à
baila. Boaventura de Sousa Santos, remetendo à Marx, destaca duas formas
sequênciais que ocorrem a acumulação do capital na América Latina.
20
―A construção dos caminhos-de-ferro brasileiros realiza-se, na sua maior parte, com capitais
franceses, belgas, britânicos e alemães; os referidos países, ao efetuarem-se as operações
financeiras relacionadas com a construção de caminhos-de-ferro, reservam-se as encomendas
de materiais de construção ferroviária. O capital financeiro estende assim as suas redes, no
sentido literal da palavra, em todos os países do mundo. Neste aspecto desempenham um
papel importante os bancos fundados nas colônias, bem como as suas sucursais.‖ (LENIN,
1984).
21
Ao tratar dos países de economia central refiro-me àqueles países que podem determinar-se
quanto ao que produzir e a circulação dos seus bens. Recebe o legado da Revolução Industrial
(tendo anterioridade de implementos tecnológicos), aumentando seu capital constante,
acrescentando assim a mais-valia relativa. Aliás, passando da mais-valia absoluta à relativa.
Onde os trabalhadores recebem, via de regra, melhores salários, os produtos possuem
42
menores preços (por conta da circulação de produto interno e necessita de menor tempo para
conceber uma unidade do produto). Assim, tem o potencial de criar o mercado mundial e
indicar o lugar de cada capital na divisão internacional do trabalho. (DUSSEL, 1991, p. 385).
22
―É a partir desse momento que as relações da América Latina com os centros capitalistas
europeus se inserem em uma estrutura definida: a divisão internacional do trabalho, que
determinará o sentido do desenvolvimento posterior na região. Em outros termos, é a partir de
então que se configura a dependência, entendida como uma relação de subordinação entre
nações formalmente independentes, em cujo marco as relações de produção das nações
subordinadas são modificadas ou recriadas para assegurar a reprodução ampliada da
dependência.‖ (MARINI, 2005, p. 141).
43
trabalho e por saber eleger entre as possibilidades que essa divisão oferece, a
mais racional e rentável para cada país dado.‖ (Tradução livre) (1999, p. 370).
No momento de configuração dessa relação de subordinação e criação
de dependência, que o imperialismo mostra sua força, com o propósito de
controlar as relações estabelecidas mundialmente, sejam elas econômicas ou
políticas. O imperialismo serve como uma forma de pressionar para o maior
cumprimento possível da acumulação primitiva23 na América Latina e,
consequente, controle dos recursos naturais. O que ainda não foi dominado, o
imperialismo tratará de efetivar a dominação quando conjunturalmente possível
(LENIN, 1984).
A dependência criada na América Latina vai além das questões
coloniais, configurando-se um problema próprio, a partir da organização
capitalista no sistema-mundo. Ao longo do século XX, algumas nações
subordinadas passam a produzir, tão só, reproduzindo uma lógica ampliada de
dependência.
Esse será um problema central para os países latino-americanos. Pois,
há uma mudança de eixo nos países de economia central. Eles passam a
priorizar a produção de mais-valia relativa em seus respectivos territórios e não
mais a mais-valia absoluta. Ou seja, a acumulação passa a depender mais do
aumento da capacidade produtiva do trabalho, como na utilização de
máquinas, do que simplesmente da exploração do trabalhador, como no
aumento de jornada. (MARINI, 2005, p. 144).
Essa mudança de perspectiva é possível, visto que, os países de
economia central no sistema mundo, possuem um processo de acúmulo
capitalista mais integrado e com isso tem um maior acesso ao desenvolvimento
tecnológico. Além de cumprirem um papel de ponta na divisão internacional do
trabalho, exportando produtos de alta tecnologia, diferentemente dos países
latino-americanos. Esses, conforme imposto desde a conquista, priorizam a
venda de produtos primários como commodities minerais e agrícolas, a preços
mais baratos, diminuindo o valor que os países de economias centrais
23
Os autores da teoria da dependência, em regra, não trazem o debate da acumulação
primitiva do capital para a América Latina. Talvez em uma problematização se, de fato, ela
ainda ocorria no século XIX.
44
24
Capital constante será ―a massa de valor dos meios de produção empregados‖. (MARX,
1996, p. 326).
25
Ao referir aos países de economia periférica trato o conceito a partir da ideia de Enrique
Dussel. O capital periférico sofre determinação externa no processo produtivo, do que
produzirá e no preço (ex: commodities, a partir da conveniência das economias centrais;
produtos industrializados, pagando mais trabalho objetivado). Algumas nações de capital
periférico recebem o legado da revolução industrial dois séculos depois que as nações de
economia central. Assim, prolongam a obtenção de mais-valia absoluta. (Devido uma maior
distância para a circulação dos produtos que agregam mais valor por serem produzidos nas
economias centrais, maior é o preço ao chegarem aos países periféricos por conta da
importação-exportação). Os salários são menores, via de regra, e o mercado interno fraco.
(DUSSEL, 1991, p. 385).
45
26
Trata-se do estabelecimento de uma dinâmica transnacional do capital monopolista.
27
Já que a sua composição orgânica é alta, em decorrência do capital constante.
46
28
―A América Latina possui uma população aproximada de 610 milhões de pessoas, segundo a
CEPAL. (...) Destas 164 milhões se encontram em situação de pobreza e 68 milhões em
pobreza extrema. Entendida a pobreza como um processo histórico-social, resultado do
modelo de desenvolvimento capitalista consolidado no continente nos últimos seis séculos,
cujo pressuposto é o pagamento de salários abaixo da condição de sobrevivência cotidiana.‖
(TRASPADINI, 2014).
47
29
Em determinados momentos históricos e devido a própria fragilidade de alguns países, o
Estado é pressionado a conceder maiores garantias, mesmo entendendo desde o ponto de
vista marxista, que ele é caracterizado ontologicamente por ser um órgão de dominação, que
consolida essa submissão, amortecendo a colisão das classes. (LENIN, 2007).
49
30
―La unidad histórica fundamental, por su concreción, es el resultado de las relaciones
orgánicas entre Estado o sociedad política y "sociedad civil". Las clases subalternas, por
definición, no están unificadas y no pueden unificarse mientras no puedan convertirse en
"Estado" (GRAMSCI, 2000, p. 182).
31
Termo gramsciano também usado como o Estado em sentido estrito, ou seja, instrumentos
de funcionamento do comando, da burocracia e coerção do Estado.
32
Cf. MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Trad. Nélio Schneider. São Paulo:
Boitempo editorial, 2011; MARX, Karl. A Guerra Civil na França. Trad. Ruben Enderle. São
Paulo: Boitempo editorial, 2011; MARX, Karl. As lutas de classe na França de 1848 a 1852.
Trad. Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo editorial, 2012a.
50
33
― El hecho de la hegemonía presupone indudablemente que se tomen en cuenta los
intereses y las tendencias de los grupos sobre los cuales la hegemonía será ejercida, que se
forme un cierto equilibrio de compromiso, esto es, que el grupo dirigente haga sacrificios de
orden económico-corporativo, pero también es indudable que tales sacrificios y tal compromiso
no pueden afectar a lo esencial, porque si la hegemonía es ético-política, no puede dejar de ser
también económica, no puede dejar de tener su fundamento en la función decisiva que el grupo
dirigente ejerce en el núcleo decisivo de la actividad económica.‖ (GRAMSCI, 1999, p. 42).
34
―El ejercicio ―normal" de la hegemonía en el terreno que ya se ha vuelto clásico del régimen
parlamentario, se caracteriza por la combinación de la fuerza y del consenso que se equilibran
diversamente, sin que la fuerza domine demasiado al consenso, incluso tratando de obtener
que la fuerza parezca apoyada en el consenso de la mayoría‖. (GRAMSCI, 1999, p. 81).
51
35
Refundação essa, onde a sociedade política será absorvida pela sociedade civil na nova
composição do Estado, de acordo com o pensamento gramsciano.
52
bloco histórico deve estar preparado para apresentar um novo projeto 36 e tomar
os instrumentos da superestrutura, concebendo uma nova hegemonia.
Esse momento inicial de tomada do poder requer alianças táticas para
acúmulo de força direcionado a uma estratégia maior e transformadora. Só
assim, o novo bloco histórico terá êxito inicial para legitimar-se perante a
sociedade, conforme alerta Gramsci.
36
―Puede y debe existir una ―hegemonía política‖ incluso antes de llegar al gobierno y no hay
que contar sólo con el poder y la fuerza material que éste da para ejercer la dirección o
hegemonía política.‖ (GRAMSCI, 1981a, p. 107).
53
princípios dos grupos e dos compromissos traçados nessa aliança que forjará o
novo bloco histórico.
A contribuição de Lenin, na análise do papel do partido, e Gramsci na
configuração da hegemonia e na formação do bloco histórico é fundamental
quando se almeja refletir as transformações necessárias às alterações do
modo de produção estabelecido e a linha político-ideológica vigente. No
entanto, a mera aplicação automática das categorias desenvolvida por ambos,
em suas respectivas práxis políticas, devem ser utilizadas levando em
consideração o momento histórico e o contexto político concreto de sua
reflexão/aplicação.
Logo, não é o caso, reproduzi-las abstrata e idealmente, negando o
próprio materialismo histórico dialético que está embutido em seu método de
aplicação. Lenin desenvolve seu processo de reflexão a partir da teoria
marxista, em função de sociedades pré-capitalistas, frágeis à organização da
sociedade civil como era a Rússia czarista. Daí a grande importância dada ao
Estado, à ditadura do proletariado, ao aspecto militar e ao centralismo do
partido. Certamente todas essas categorias são úteis aos processos de ruptura
que ainda não foram realizados.
No entanto, hoje, tratando de América Latina, o foco também deve ser
dado à sociedade civil. Essa, uma vez organizada em um bloco histórico, tem
condições de construir hegemonia através da luta política e tomar o aparelho
do Estado. Até certo ponto, já é possível visualizar a construção de um novo
sistema hegemônico atuando mais na esfera da sociedade civil que
propriamente no Estado, em sentido estrito. Esses processos podem
possibilitar a refundação de um Estado de novo tipo, em que de acordo com as
categorias gramscianas, a sociedade política passa a ser reabsorvida pela
sociedade civil. Essas mudanças fazem parte de processos de ruptura e lutas
que não ocorrem de uma hora para a outra, sobretudo em realidades como a
latino-americana, em que as estruturas coloniais de poder e dependência
capitalista profunda estão vigorando. Contudo, não há como negar que, em
alguns Estados latino-americanos, esses processos transformadores já se
iniciaram.
54
37
Já citada institucionalização do poder do povo. ―A necessária institucionalização do poder da
comunidade, do povo (...)‖ (DUSSEL, 2007, p. 32).
38
―(…) poder que tem a comunidade como uma faculdade ou capacidade que é inerente a um
povo enquanto última instância da soberania, da autoridade, da governabilidade, do político.‖
(DUSSEL, 2007, p. 29).
55
39
―A luta de classes se desenvolve historicamente com um coeficiente maior ou menor de
violência, mas a experiência histórica demonstra que quando a existência da classe dominante
se encontra em perigo, esta não vacila em recorrer às formas violentas mais extremas,
inclusive o terror maciço, pois nenhuma classe social está disposta a abandonar
voluntariamente o cenário da história.‖ (VAZQUEZ, 2007, p. 377).
56
40
―Nosotros llamamos pueblo si de lucha se trata, a los seiscientos mil cubanos que están sin
trabajo deseando ganarse el pan honradamente sin tener que emigrar de su patria en busca de
sustento; a los quinientos mil obreros del campo que habitan en los bohíos miserables, que
trabajan cuatro meses al año y pasan hambre el resto compartiendo con sus hijos la miseria,
que no tienen una pulgada de tierra para sembrar y cuya existencia debiera mover más a
compasión si no hubiera tantos corazones de piedra; a los cuatrocientos mil obreros
industriales y braceros cuyos retiros, todos, están desfalcados, cuyas conquistas les están
arrebatando, cuyas viviendas son las infernales habitaciones de las cuarterías, cuyos salarios
pasan de las manos del patrón a las del garrotero, cuyo futuro es la rebaja y el despido, cuya
vida es el trabajo perenne y cuyo descanso es la tumba; a los cien mil agricultores pequeños,
que viven y mueren trabajando una tierra que no es suya, contemplándola siempre tristemente
como Moisés a la tierra prometida, para morirse sin llegar a poseerla, que tienen que pagar por
sus parcelas como siervos feudales una parte de sus productos, que no pueden amarla, ni
mejorarla, ni embellecerla, plantar un cedro o un naranjo porque ignoran el día que vendrá un
alguacil con la guardia rural a decirles que tienen que irse; a los treinta mil maestros y
profesores tan abnegados, sacrificados y necesarios al destino mejor de las futuras
generaciones y que tan mal se les trata y se les paga; a los veinte mil pequeños comerciantes
abrumados de deudas, arruinados por la crisis y rematados por una plaga de funcionarios
filibusteros y venales; a los diez mil profesionales jóvenes: médicos, ingenieros, abogados,
veterinarios, pedagogos, dentistas, farmacéuticos, periodistas, pintores, escultores, etcétera,
que salen de las aulas con sus títulos deseosos de lucha y llenos de esperanza para
encontrarse en un callejón sin salida, cerradas todas las puertas, sordas al clamor y a la
súplica‖ (CASTRO, 2007, p. 33-34).
57
41
Palavra quéchua que significa sábio, e tornou-se a alcunha do próprio Mariátegui.
58
42
―En definitiva Mariátegui planteaba un partido del proletariado, en el sentido que Marx le
daba al término: no como sinónimo de obrero industrial, sino como sinónimo de desposeído, de
expropiado, de excluido, de base de la pirámide de la sociedad capitalista fundada,
precisamente, en su explotación.‖ (MAGDALENA, 2008, p. 26-27).
59
Cabe pontuar que nesse momento não ousamos entrar nas minúcias
da centralidade de qual grupo que compõem estes sujeitos terá maior força
para construir esse bloco histórico unitário e puxar mais vigorosamente um
processo revolucionário adiante. Mas, apresentar a importância de grupos
relevantes diante do contexto estudado, os quais afetarão os caminhos de um
processo transformador. Visto que o ―Outro‖, termo utilizado por Dussel a partir
dos estudos sobre as obras de Levinas, é constituído na exterioridade por
serem sujeitos negados pela Modernidade (1993). Daí ser necessário destacar
neste processo a negação do ―Outro‖, latino-americano, e considerá-lo na
dinâmica de construção da hiperpotentia que resgata a alteridade e com isso,
constitui os direitos próprios destes povos.
histórico. Para depois avançar através de medidas mais radicais que tenderão
a romper com a lógica de subsunção do trabalho à dinâmica do capitalismo.
43
―Na verdade, nenhum Estado moderno (Espanha, Reino Unido, França, Itália, etc.) tem como
base uma nação, uma etnia ou língua, mas sim várias culturas, com línguas, histórias e até
religiões diversas.‖ (DUSSEL, 2007, p. 145).
44
Basta remetermos a Estados como a Espanha, que tem uma parcela da população que se
caracteriza como Catalã, a qual possui língua própria, costumes próprios. Outra parcela que se
constitui como Bascos, tendo inclusive fomentado historicamente um exército separatista
conhecido como ETA. Isto, sem remetermos historicamente a formação deste Estado com
influências linguísticas e culturais diversas, sobretudo, pelos povos Mouros. A Bolívia poderá
avançar nessas questões a partir da plurinacionalidade, algo que países como a Espanha
possuem dificuldade em lidar.
65
Da mesma forma, ocorre com a ciência, que não mais dá respostas eficazes
aos processos dinâmicos apresentados na vida. ―Nestas condições, é legítimo
pensar que a crise do paradigma da ciência moderna acarreta consigo a crise
do paradigma do direito moderno‖ (2002, p. 164) conforme destaca Boaventura
de Sousa Santos.
45
Para Alexandre Bernardino Costa, ―a mudança de paradigma no direito afeta também a
prática dos Tribunais, Juízes, Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia, Administração
Pública, Poder Legislativo, etc.‖ (2005, p. 62).
67
46
Cf. HEGEL, 1999.
68
50
―O grupo Comuna existe desde finais dos anos 1990, e teve como indiscutíveis membros –
não necessariamente em todos os momentos – os cinco intelectuais e militantes citados, que
serão chamados aqui de membros orgânicos do grupo. O núcleo de organização do grupo, no
seu começo, foi sem dúvida composto por Álvaro García, Raquel Gutierrez, Luis Tapia e Raúl
Prada‖, além de Oscar Vega Camacho. Além de militantes políticos, o ―grupo que
proporcionava um espaço de discussão política constante e semanal, no qual se reuniam
muitos militantes e intelectuais para discutir política e conjuntura boliviana, e por outro lado
publicava livros assinados coletivamente.‖ (SANTAELLA GONÇALVES, 2013, p. 51).
51
Uma diferenciação terminológica fundamental é a distinção de mutitud, conforme está
exposto nesse tópico, do termo muchedumbre, que na língua castelhana também significa
74
53
O conselho de governo da CONAMAQ era formado pelos seguintes ayllus constituídos e em
processo de reconstituição: ―Jach‘a Karanga; Jatun Killaka Asanajaqi; Charka Qhara Qhara;
CAOP; Ayllus de Cochabamba; Jach‘a Pakajaqi; Sura; Uru; Kallawaya. (...)Chuwi; Qulla;
Larikaja; Yampara; Pueblo afro descendiente, Yapacaní y comunidades originarias de Tarija.‖
(CONAMAQ, 2008, p. 6).
54
―Otras comunidades en cambio, algunas ubicadas en las provincias de Franz Tamayo,
Muñecas, Bautista Saavedra, Loayza, pese a los cambios de 1952, no han logrado la plena
consolidación de la base para cualquier autonomía económica, la soberanía de la posesión
territorial, y entonces mantienen vínculos de dependencia con hacendados o sus
descendientes que aún controlan el poder comercial y político local. Sin embargo, la mayoría
de las comunidades-ayllus que han sostenido las movilizaciones son estructuras productivas,
culturales y de filiación que combinan modos de organización tradicionales con vínculos con el
mercado (…)‖ (GARCIA LINERA, 2008, p. 309)
76
No século XIX, Marx ao esboçar as linhas gerais do que seria sua obra
clássica, O Capital, traça impressões gerais a respeito do dinheiro, do próprio
capital e da forma de manifestação e desenvolvimento do modo de produção.
Essas notas que tratam da crítica à economia política, escritas em 1857-1858,
ficaram conhecidas como os Grundrisse.
55
―Mas, o fato de que a história pré-burguesa, e cada fase sua, também tem a sua economia e
uma base econômica do movimento, no fundo, é a simples tautologia de que a vida dos seres
humanos desde sempre esteve baseada na produção, de uma ou de outra maneira, na
produção social, cujas relações chamamos justamente de relações econômicas.‖ (MARX,
2011a, p. 400-401). Conforme destacado, relações econômicas não necessariamente
capitalistas.
56
Ou um socialismo indígena.
81
57
A mais-valia absoluta é caracterizada quando se explora mais os trabalhadores/as para
acúmulo e reprodução do capital.
82
58
A mais-valia relativa, devido ao incremento tecnológico, permite uma maior produção em um
mesmo tempo gasto. Logo, não há aumento de valor, o grau de exploração do trabalhador/a
mantem-se, mas haverá um número maior de mercadorias produzidas do que sem os aparatos
tecnológicos intensivos.
83
minerais e agrícolas, além de ter um reduzido valor da força de trabalho 59. Uma
vez que a economia capitalista periférica alimenta as economias centrais, cria-
se uma dependência imposta nessa troca desigual impulsionada pelas políticas
imperialistas.
59
O problema não está restrito a ausência de industrialização, mas também na redução do
valor da força de trabalho boliviana, dos seus respectivos bens-salários essenciais para a
sobrevivência dos trabalhadores/as.
84
60
―Véase por ejemplo la riquísima tecnología simbólica familiar-comunal de las antiguas y
contemporáneas comunidades (aunque en estas últimas, ya de una manera unilateral y
fragmentada por 500 años de colonización desestructurante), mediante la cual se fija el inicio
de la laboriosidad agrícola, las variaciones en el momento del inicio de las lluvias, de su
intensidad, de las posibilidades de granizada, etc., todas ellas imprescindibles para el
desarrollo de la eficacia productiva. Aquí se destacan: (a) los métodos de observación de los
cuerpos celestes (el sol y la luna, de las constelaciones); (b) los fenómenos atmosféricos
(adelanto o atraso de los vientos, la existencia de remolinos, la presencia de nubes al
amanecer, su comportamiento los primeros dial de agosto, la humedad de ciertas piedras, el
nivel de agua de algunos pozos, el adelanto o atraso de las nevadas, color de las aguas del
lago, etc.); (c) el comportamiento de los animales y las plantas (observación del momento de la
floración de la kamantira, itapallu, qariwa; la calidad de la formacion del llachu, de la yarita,
waraqu; momento de la aparicion de las patankayas para establecer el fin de la época de
lluvias; nacimiento de las crías del jarankuja o la pérdida de su cola para decidir el sembrado
de papas; el aullido del kamaki para el inicio de la siembra; el lugar del nido del tuqi o qenola
cerca del lago para precisar la ausencia o abundancia de lluvias; el lugar del nido del liqi-liqi en
las pampas para establecer si el año será seco o húmedo, etc; la presencia de ciertos animales
en el momento de la siembra para preveer buena o mala cosecha); (d) de los signos
espirituales (lectura de la hoja de coca, interpretación de los sueños, etc.).‖ (S. YAMPARA,
MAMANI apud GARCIA LINERA, 2009, p. 309-310).
86
61
O termo katarismo refere-se à Tupac Katari, liderança aymara que lutou contra as
autoridades coloniais espanholas no período que precedeu a independência da Bolívia.
88
educação formal pública e gratuita, mas que naquele momento não rompia com
a colonialidade dos saberes (LANDER, et. al., 2005).
62
―Nós, índios, não somos ‗camponeses‘ da categoria do Gal. Barrientos Cantinflas e seus
parasitas. Não somos ‗camponeses‘ que integram a sociedade do cholage branco-mestiço.
Não. Isso não somos. (...) Nós somos índios, filhos de Pachakútej, Tupaj Amaru, Tomás Katari,
Tupaj Katari, Pablo Atusparia, Zárate Willka. Somos deste trigo e deste pão.‖ (REINAGA apud
IAMAMOTO, 2011, p. 43).
89
63
Destaque as eleições presidenciais de um militar revolucionário na Venezuela, um militante
operário no Brasil, um economista anti-imperialista no Equador, um guerrilheiro tupamaro no
Uruguai, um padre da teologia da libertação no Paraguai e um sindicalista cocalero na Bolívia,
o qual se tratará na sequência, entre outros.
92
Isso não quer dizer que o proletariado não passa a ter importância ou
força política para enfrentar a seara hegemônica neoliberal ou, muito menos,
que deixam de existir66, como preferem acreditar alguns na esteira dos pós-
modernos. O que se constata é o término de uma forma de configuração geral
das condições de produção, tal qual estabelecido no decorrer do século XX, e
da constituição clássica do sujeito político (GARCIA LINERA et. al, 2007a).
Assim, o fechamento das minas, como uma das medidas neoliberais,
desempregou e fragmentou a classe trabalhadora boliviana 67. O pesquisador
65
A conceituação do bloco histórico contra-hegemônico subalterno parte da categoria
gramsciana de classes subalternos, a qual constitui um recurso teórico-metodológico
importante para a análise das lutas de classes na Bolívia. Pois, possibilita agregar grupos
sociais que não são formados diretamente na divisão capitalista do trabalho. Assim, alia-se à
classe trabalhadora explorada na lógica capitalista ao conjunto de grupos excluídos e
marginalizados da dinâmica de controle e dominação hegemônica do capital.
66
Marx aponta a essencialidade do proletariado para o fim da exploração do homem/mulher
pelo homem/mulher através do capitalismo e o/a considera como sujeito fundamental para uma
revolução, mesmo que existam outros sujeitos a serem considerados. ―O desenvolvimento
histórico peculiar da sociedade alemã excluía a possibilidade de qualquer desenvolvimento
original da economia burguesa, mas não a sua crítica. À medida que tal crítica representa,
além disso, uma classe, ela só pode representar a classe cuja missão histórica é a derrubada
do modo de produção capitalista e a abolição final das classes – o proletariado.‖ (MARX, 1983,
p. 18).
67
―Es la muerte, entonces, no del sindicalismo, sino de una particular manera material y
simbólica de ser del sindicalismo que ya no existe ni va a existir más. Es también la muerte de
una forma de la condición obrera y del movimiento obrero y no así del Movimiento Obrero que
en los siguientes años podrá adoptar otras formas históricas.‖ (GARCIA LINERA, 2008, p. 293-
294).
95
68
―La autoconciencia significa históricamente creación de una vanguardia de intelectuales: "una
masa" no se "distingue" y no se hace "independiente" sin organizarse y no hay organización sin
intelectuales, o sea sin organizadores y dirigentes. Pero este proceso de creación de los
intelectuales es largo y difícil, como se ha visto en otras partes‖ (GRAMSCI, 1984, p. 300).
96
69
―Las negociaciones eran absolutamente secretas, y estaban protegidas por cláusulas de
confidencialidad férreas. Divulgar su contenido o cualquier otra información calificada de
confidencial era efectivamente ilegal por la duración del contrato más cinco años: este pacto
clandestino entre empresarios y elites se protegería potencialmente por 45 años.‖ (KRUSE,
2005, p. 143).
97
Diante desse cenário foi convocada uma manifestação que teve início
no dia 04 de Abril, que seria conhecida como a ―batalha final‖. Essa insurgência
popular gerou a ocupação da sede da Aguas de Tunari, marchas em vários
pontos, bloqueios no campo, inclusive em outras regiões do Altiplano andino,
nas áreas urbanas e a formação de barricadas em vários pontos da cidade. Os
militares uniram-se aos policiais e a repressão aumentou, com inúmeros feridos
e a morte de um jovem de 17 anos e outros tantos na região do altiplano.
98
70
―La población de Bolivia aumentó de algo más de 2,7 millones de habitantes en 1950 a más
de 10 millones de habitantes en el año 2012, lo que significa que el tamaño de la población se
multiplicó cerca de cuatro veces durante el periodo de 62 años.‖ (BOLIVIA, 2013a, p. 4).
100
73
Antes da eleição de Evo em 2005, os presidentes foram eleitos indiretamente pelo
Parlamento, por não alcançarem o mínimo de 50% dos votos, o que era previsto na
Constituição vigente da época.
106
74
―La mayoría de las políticas públicas están destinadas al campo o, aun siendo universales,
tienen más impacto en estas regiones por sus niveles de pobreza y de abandono estatal, como
los bonos sociales, los planes de alfabetización, la construcción de caminos y carreteras, los
proyectos de electrificación rural y extensión de internet y telefonía celular, etc.‖ (DO ALTO,
2011, p. 108-109).
108
75
―Si vemos el otro bloque socio-económico y politico, también se observa que el proyecto
político no está articulado por los partidos. En parte está articulado por el núcleo corporativo
duro ampliado, que son los comités cívicos y por su fuerte articulación con poderes políticos y
económicos externos. Una buena parte de la articulación fue promovida por la embajada
norteamericana. Esto significa que por ambos lados, aunque no con el mismo peso, la
articulación de proyecto político está en los núcleos más clasistas‖. (TAPIA, 2010, p. 120).
76
Para Luis Tapia, não era o momento de afirmar que o bloco indígena-popular era um bloco
dominante por não ter o potencial ainda de controlar a economia. ―Estamos en una situación en
la que, por un lado, tenemos un bloque político que está configurado en torno a un partido de
origen campesino que ha articulado una amplia red de alianzas políticas con varios sectores
110
populares, pero que no constituye un nuevo bloque dominante, ya que no controla la economía,
pero está en proceso de avanzar para crear las condiciones de un mayor control en el ámbito
de los recursos naturales. Por el otro lado, tenemos una clase burguesa y terrateniente todavía
dominante que ha perdido la dirección nacional del estado y el predominio en el sistema de
partidos nacional, aunque todavía lo mantiene en algunos departamentos. (…). Esa sería la
condición más general en lo que concierne a la relación entre composición de clase y la
configuración de un bloque político dominante en el país‖ (2009b, p. 35).
111
77
A noção de paradigma é útil na medida em que distingue modelo de macromodelos. A crise
dos macromodelos se dá quando os modelos baseados nele perdem capacidade explicativa.
No caso analisado não há uma crise explícita nos macromodelos, mas nos modelos. As
categorias normativas básicas permanecem mesmo que trabalhada de maneira distinta como:
soberania popular, governo limitado, governos representativos, divisão de poderes. Até certo
ponto, o macromodelo permanece e o que se discute é qual é o melhor modelo para a sua
realização.
114
79
―Considero ―paradigmas‖ as realizações científicas universalmente reconhecidas que,
durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de
praticantes de uma ciência.‖ (KUHN, 1998, p. 13).
116
80
―(…) a ciência normal frequentemente suprime novidades fundamentais, porque estas
subvertem necessariamente seus compromissos básicos.‖ (KUHN, 1998, p. 24).
118
81
―Se a classe dominante perde o consenso, ou seja, não é mais ‗dirigente‘, mas unicamente
‗dominante‘, detentora da pura força coercitiva, isto significa exatamente que as grandes
massas se destacaram das ideologias tradicionais, não acreditam mais no que antes
acreditavam, etc. A crise consiste justamente no fato de que o velho morre e o novo não pode
nascer: neste interregno, verificam-se os fenômenos patológicos mais variados‖ (GRAMSCI,
2007, p. 184).
120
82
―Os juristas não tem, hoje, muito boa reputação, na comunidade científica. Isto é, em grande
parte, devido a eles mesmos, que mantêm a visão castradora do Direito e dão à ―ciência
jurídica‖ o ar duma conversa de eunucos, guardando as normas, como se fossem odaliscas do
grande paxá estatal.‖ (LYRA FILHO, 1986, p. 313).
121
83
Ver Capítulo 1, ponto 1.2.1
122
84
O egípicio Danaos, por exemplo, é o fundador de Atenas.
85
―Nesta situação, falar de uma Europa como começo, centro e fim da História Mundial – como
era a opinião de Hegel – era cair numa miopia eurocêntrica. A Europa Ocidental não era o
―centro‖, nem sua história nunca fora o centro da história.‖ (DUSSEL, 1993, p.113).
123
86
―La liberación es el movimiento mismo meta-físico o transontológico por el que se traspasa el
horizonte del mundo. Es el acto que abre la brecha, que perfora el muro y se adentra en la
exterioridad insospechada, futura, nueva en realidad.‖ (DUSSEL, 2011, p. 108).
125
87
―Antes de tudo constatemos o fato de que os assim chamados direitos humanos, os droits de
l’homme, diferentemente dos droits du citoyen, nada mais são do que os direitos do membro da
sociedade burguesa, isto é, do homem egoísta, do homem separado do homem e da
comunidade‖. MARX, Karl. Sobre a questão judaica. Tradução de Nélio Schneider e Wanda
Caldeira Brant. São Paulo: Boitempo, 2013, p. 47.
88
A pretensão de bondade deve ser cumprida materialmente para a produção e a reprodução
da vida humana em comunidade que equivale a: pretensão de validade (formal), a pretensão
de verdade (material), a pretensão de eficácia (factibilidade) e a pretensão ético-crítica (parte
das vitimas sistêmicas). Elemento formal, material e factibilidade são fundamentais, conforme
destacado. (DUSSEL, 2001, p. 146-147)
127
89
Marx ―(...) descobre, assim, o profundo vínculo interno existente entre a forma jurídica e a
forma mercantil. Uma sociedade que é constrangida, pelo estado de suas forças produtivas, a
manter uma relação de equivalência entre o dispêndio de trabalho e a remuneração, sob uma
forma que lembra, mesmo de longe, a troca de valores-mercadorias, será constrangida
igualmente a manter a forma jurídica. Somente partindo deste momento fundamental é que se
pode compreender por que toda uma série de outras relações sociais reveste a forma jurídica‖.
(PASUKANIS, 1989, p. 28).
132
Mesmo ao trazer uma análise jurídica mais avançada, por meio das
leituras pós-positivistas, como em Dworkin, observa-se uma insuficiência no
avanço de uma racionalidade jurídica desde o Outro. Em determinado
momento ele apostará na racionalidade do sistema a partir do próprio juiz, do
Judiciário ou outras premissas normativas e decisões judiciais. Mesmo a
defesa constitucional que o pensador faz da ―leitura moral‖, não representa
toda a prática constitucional, nem supre as limitações apontadas, além de não
abandonar a perspectiva liberal.
90
―Contra o racionalismo universalista, não negaremos seu núcleo racional e sim seu momento
irracional do mito sacrifical. Não negaremos então a razão, mas a irracionalidade da violência
do mito moderno; não negamos a razão, mas a irracionalidade pós-moderna; afirmamos a
―razão do Outro‖ rumo a uma mundialidade transmoderna.‖ (DUSSEL, 1993, p. 24).
91
―Um grupo de romancistas escreve um romance em série; cada romancista da cadeia
interpreta os capítulos que recebeu para escrever um novo capítulo, que é então acrescentado
ao que recebe o romancista seguinte, e assim por diante.‖ (DWORKIN, 2003, p. 276).
133
92
―Tal interpretação envolve interesses e valores de grande importância para os indivíduos e
grupos. Por isso, especialmente no contexto de um julgamento, ela é acompanhada por uma
prática argumentativa, e por um processo de tomada de decisão entre argumentos rivais
envolvendo questões de interpretação e de tomada prática de decisão‖. (MACCORMICK, 2008,
p. 8).
93
Aristóteles denominava de topoi os lugares comuns, verdades aceitas que direcionam nosso
argumento. Cf. (ARISTÓTELES, 2005).
134
94
Food and Agriculture Organization – Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação.
95
―Mais pessoas morreram de fome no nosso século que em qualquer dos séculos
precedentes. A distância entre países ricos e países pobres e entre ricos e pobres no mesmo
país não tem cessado de aumentar. (...) No que respeita à promessa de liberdade, as violações
dos direitos humanos em países vivendo formalmente em paz e democracia assumem
proporções avassaladoras.‖ (SOUSA SANTOS, 2002, p. 24)
138
96
Historicamente todos os clãs, etnias, tribos sempre tiveram um corpo de anciãos sábios, que
exerciam o poder na comunidade. Esse corpo de anciãos ou SENADO (de sênior: o adulto
mais velho) onde se decidiam e construíam a unidade da comunidade. Ex: Forma de
demonstração dessa unidade era compartilhar o cachimbo passado pelos membros da
Assembleia demonstrando unidade. Daí a expressão ―cachimbo da paz‖ (DUSSEL, 2009, p.
286).
140
97
Artículo 136. El Poder Público se distribuye entre el Poder Municipal, el Poder Estadal y el
Poder Nacional. El Poder Público Nacional se divide en Legislativo, Ejecutivo, Judicial,
Ciudadano y Electoral.
98
Artículo 70. Son medios de participación y protagonismo del pueblo en ejercicio de su
soberanía, en lo político: la elección de cargos públicos, el referendo, la consulta popular, la
revocatoria del mandato, la iniciativa legislativa, constitucional y constituyente, el cabildo
abierto y la asamblea de ciudadanos y ciudadanas cuyas decisiones serán de carácter
vinculante, entre otros.(…).
144
Por isso, mais uma vez afirma-se que a crítica ontológica se faz
necessária partindo da exterioridade, ou seja, do povo trabalhador vitimado e
excluído capaz de forjar um novo projeto de sociedade e consequentemente de
direito, exercendo a hiperpotentia e reconstruindo a história da América Latina.
O direito não está pronto e acabado pelo fato de existirem normas que
tratam de inúmeras questões na sociedade. Lyra Filho aponta de forma
pertinente que ele segue em movimento, o direito ―é sendo‖ (2006, p. 11).
Assim, a essência do direito pode ser alcançada a partir de uma ontologia
dialética, trilhando rumo à transontologia já tratada, onde se ampliará o foco do
direito extravasando o produto oferecido como tal pelo positivismo. Da mesma
forma, demonstra que nenhuma ordem pode manter-se indefinidamente
intacta, apesar de parcela dessa ordem permanecer, mesmo com alguma
mudança, algo que é inerente à dinâmica desordenadora (LYRA FILHO, 1986)
e compõe a dialética social.
Isso é sinal que, para Roberto Lyra Filho, o direito tem condições de
incidir em um direcionamento distinto que o estabelecido pelo modo de
produção vigente. Ademais, esse pluralismo progressista será puxado pela luta
148
Toda essa análise dialética feita por Lyra Filho tem clara influência
marxiana na sua aplicação. Sobretudo, a partir da interlocução entre Marx e
Hegel, para combater a perspectiva idealista do último, negando-a, e a própria
negação da negação, emergindo entre esses o movimento dialético (LYRA
FILHO, 1983). O método em Marx leva as análises teóricas ao concreto para o
exame da realidade: ―o concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas
determinações, portanto, unidade da diversidade‖ (MARX, 2011a, p. 54).
Concretude essa que não é abstrata, por estar inserida na totalidade e atrelada
à dinâmica do modo de produção. Logo, há um condicionamento visível do
direito ao processo produtivo estabelecido nesse espiral dialético. A relação
social jurídica constituída, o Estado e a Constituição são produtos forjados nas
relações sociais históricas.
99
―Direito, repito, é processo dentro do processo histórico, e, como este, um processo dialético.
É a expressão particular e inconfundível do processo histórico, no ângulo em que se traça a
esfera das liberdades em coexistência, segundo o padrão atualizado e militante da Justiça
Social (...)‖ (LYRA FILHO, 1982, p.44).
149
classes, quanto àquelas que são destruídas pelo avanço do capital e foram
silenciadas pela modernidade ocidental. (DIEHL; LEONEL JÚNIOR, 2012, p.
801).
100
―En la analéctica no es suficiente la teoría. En la ciencia y la dialéctica lo especulativo es lo
constitutivo esencial. En la analéctica, por cuanto es necesario la aceptación ética de la
interpelación del oprimido y la mediación de la praxis, dicha praxis es su constitutivo primordial,
primero, condición de posibilidad de la comprensión y el esclarecimiento, que es el fruto de
Haber efectiva y realmente accedido a la exterioridad (único ámbito adecuado para el ejercicio
de la conciencia crítica)‖ (DUSSEL, 2011, p. 239-240).
101
Ver ponto 2.1.2.
151
102
―Os projetos de emancipação nacional, herdeiros do projeto dos crioulos que lideraram o
―povo‖ latino-americano no processo da emancipação contra as metrópoles do século XIX,
fundaram o estado-nação moderno. Houve dificuldade em integrar o ―projeto‖ das etnias
indígenas e das culturas afro-latino-americanas, das culturas populares no projeto de libertação
futuro latino-americano‖ (DUSSEL, 1993, p.169).
157
que concebe como uma diferenciada ―filosofia pública atual 103‖, que não
reproduz identicamente a filosofia pública dos anos fundacionais do
constitucionalismo.
103
―La pregunta resulta pertinente porque nuestra filosofía pública actual puede representar
muchas cosas, pero claramente no es idéntica –y, podríamos agregar, parece ser bastante
diferente, en general- a aquella que resultaba predominante en los años fundacionales del
constitucionalismo‖ (GARGARELLA; COURTIS, 2009, p. 4-5).
158
104
―Liberales y conservadores, por caso, lograron pactar y colaborar en la redacción de las
nuevas Constituciones de mediados del siglo XIX, gracias al enorme espacio de coincidencias
existente entre ambos proyectos (ambos repudiaban el mayoritarismo político; ambos
proponían una defensa firme del derecho de propiedad; ambos coincidieron sin mayores
dificultades en la implementación de políticas económicas anti-estatistas)‖ (GARGARELLA;
COURTIS, 2009, p. 7).
159
105
Cf. Ponto 2.2.1
106
Cf. Constituição Argentina de 1853.
160
Assim, esse período histórico é marcado pelo advento desta nova forma
de concepção constitucional, o qual atribui um papel de centralidade da
Constituição, em um momento político que representaria o final de um período
autoritário e ditatorial na América Latina.
O neoconstitucionalismo dá maior ênfase às interpretações jurídicas
ponderadas por princípios constitucionais. A argumentação jurídica alimentada
por elementos de cunho moral sustentam a construção de legitimidade das
decisões. Dessa forma, buscou-se dar passos para além do formalismo
positivista, até então, vigente.
Não se trata, por ora, de mera subsunção da norma jurídica ao fato, tal
como prevê a doutrina positivista, mas a partir da influência das teorias pós-
positivistas de Ronald Dworkin, e sobretudo, Robert Alexy, um modelo pautado
pela ponderação107 de princípios advindos da Constituição para a análise dos
casos.
107
―O objetivo desse sopesamento é definir qual dos interesses – que abstratamente estão no
mesmo nível – tem maior peso no caso concreto.‖ (ALEXY, 2008, p. 95).
164
108
―(…) el nuevo constitucionalismo asume las posiciones del neoconstitucionalismo sobre la
necesaria impregnación constitucional del ordenamiento jurídico pero su preocupación no es
sólo la dimensión jurídica de la Constitución sino, en un primer orden, su legitimidad
democrática (…)‖. (MARTÍNEZ DALMAU; VICIANO PASTOR, 2010b, p. 18).
166
109
―Lo pluricultural y multicultural son términos descriptivos que sirven para caracterizar la
situación diversa e indicar la existencia de múltiples culturas en un determinado lugar
planteando así su reconocimiento, tolerancia y respeto. El «multi» tiene sus raíces en países
occidentales, en un relativismo cultural que obvia la dimensión relacional y oculta la
permanencia de desigualdades e inequidades sociales. Actualmente es de mayor uso global,
orientando políticas estatales y transnacionales de inclusión dentro de un modelo de corte
neoliberal que busca inclusión dentro del mercado. El «pluri», en cambio, es término de mayor
uso en América del Sur; refleja la particularidad y realidad de la región donde pueblos
indígenas y negros han convivido por siglos con blanco-mestizos y donde el mestizaje y la
mezcla racial han jugado un papel significante‖ (WALSH, 2008, p.140).
167
110
O artigo 216 da Constituição Brasileira demonstra bem o reconhecimento desses direitos.
―Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
112
―Sin duda, la ola de reformas educativas y constitucionales de los 90 –las que reconocen el
carácter multiétnico y plurilingüístico de los países e introducen políticas específicas para los
indígenas y afrodescendientes-, son parte de esta lógica multicultural de capitalismo
transnacional.‖ (WALSH, 2009b, p. 5).
169
114
Para Rodrigo Uprymni estas novas Constituições estão vinculadas à chegada de novas
forças políticas nesses respectivos países, conforme descreve; ― (...) como en Venezuela,
Ecuador o Bolivia, la nueva Constitución se encuentra vinculada al derrumbe del sistema de
171
117
―La convocatoria de una Asamblea Constituyente que permitiera la transformación radical
del Estado boliviano (refundación decían algunos) fue una consigna que comenzó a tener
fuerza a partir del derrocamiento popular del Presidente Sánchez de Lozada. Esa propuesta,
planteada originariamente por las organizaciones sociales, indígenas y campesinas fue
convirtiéndose progresivamente en un reclamo nacional. Pero, sin embargo, quien sucediera
en la Presidencia de la Republica a Sánchez de Lozada, su Vicepresidente Mesa, mantuvo una
estrategia basada en no negar la posibilidad de convocar la Constituyente pero ir aplazando
continuamente la misma, de tal manera que culminó su mandato sin que se hubiera
174
conseguido el llamado a la misma. En ese periodo de tiempo de Presidencia interina, tan sólo
se consiguió introducir un nuevo artículo en la Constitución Política del Estado por el que se
preveía la posibilidad de convocar una Asamblea Constituyente para la reforma total del texto
de la Constitución‖ (VICIANO PASTOR, 2008).
118
ANEXO A – Ata de cômputo nacional das eleições gerais de 2005.
119
―(...) la Ley de Convocatoria de la AC estableció que los partidos políticos y las agrupaciones
ciudadanas fueran las únicas instancias capaces de presentar diputados constituyentes. O sea,
la Ley de Convocatoria condicionó la representación adentro de la AC a la afiliación partidaria o
a la participación en organizaciones formales (…)‖ (MARTÍNEZ; LINSALATA, 2011, p. 24-25).
175
Foto 05 – Evo Morales, presidente indígena eleito na Bolívia e Sílvia Lazarte, eleita a
primeira mulher-indígena presidenta da Assembleia Constituinte.
Fonte: (HEMEROTECA, 2006)
120
ANEXO B – Gazeta oficial da Bolívia com a decretação do referendo amparado pela lei
3850.
179
123
―(...) o governo do MAS-IPSP promulga o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos
em maio de 2006, que exige que 82% da renda petroleira seja do Estado boliviano, e que o
restante 18% fossem pagos às transnacionais como ―pagamento de serviços‖. Tal divisão seria
apenas temporária e o decreto visava um controle total do Estado da politica de
hidrocarbonetos. Contudo, já em 2007, sob forte pressão das transnacionais e de seus
respectivos governos (como a Petrobrás e o governo brasileiro), negocia-se uma divisão de
50% e 50%, retornando à proposta do MAS-IPSP de se ter ―sócios‖, que, portanto, devem
operar com certa vantagem também.‖ (IAMAMOTO, 2011, p. 135-136)
181
124
As Comissões eram as seguintes: 1) Visão de país; 2) Cidadania, nacionalidade e
nacionalidades; 3) Deveres, Direitos e garantias; 4) Organização e estrutura do novo Estado; 5)
Legislativo; 6) Judicial; 7) Executivo; 8) Outros órgãos do Estado; 9) Autonomias
departamentais, provinciais, municipais e indígenas, descentralização e organização territorial;
10) Educação e Interculturalidade; 11) Desenvolvimento social integral; 12) Hidrocarbonetos;
13) Mineração e metalurgia; 14) Recursos hídricos e energia; 15) Desenvolvimento produtivo
rural, agropecuário e agroindustrial; 16)Recursos naturais renováveis, terra, território e meio
ambiente; 17) Desenvolvimento integral amazônico; 18) Coca; 19) Desenvolvimento econômico
e finanças; 20) Fronteiras nacionais, relações internacionais e integração; 21) Segurança e
defesa nacional.
182
125
ANEXO E – Despacho do comando da Polícia nacional à Presidenta da Assembleia
constituinte.
183
126
As alterações constitucionais mais consubstanciais giravam em torno do debate
autonômico, e política dos hidrocarbonetos. Cf. ANEXO F – Acordo final da mesa de diálogo
nacional estabelecida.
184
127
ANEXO G – Cédula do referendo que limitou a propriedade à 5 mil hectares no máximo e
aprovou a Constituição.
185
Foto 07 – O presidente mostra a nova Carta Magna aos cidadãos depois de promulgá-la.
Fonte: (HEMEROTECA, 2009)
A todo ello cabe añadir que han sido cuatro las características
formales que más han caracterizado al nuevo
constitucionalismo: su contenido innovador (originalidad), la ya
relevante extensión del articulado (amplitud), la capacidad de
conjugar elementos técnicamente complejos con un lenguaje
asequible (complejidad), y el hecho de que se apuesta por la
activación del poder constituyente del pueblo ante cualquier
cambio constitucional (rigidez) (MARTÍNEZ DALMAU; VICIANO
PASTOR, 2010a, p. 14).
128
Apesar da palavra ―República‖ não estar contida na denominação do Estado, ainda sim
aparece em inúmeros dispositivos ao longo da Constituição, como pode ser verificado. Vide
artigos 11, 146, 202, 238 e 339. Ou seja, se reconhece elementos republicanos na
Constituição, mesmo abdicando da sua denominação no preâmbulo.
189
129
Ver Capítulo 3.
130
Assim denominado a partir da promulgação da Constituição em 2009, devendo ser utilizada
em todos os atos públicos e privados nas relações diplomáticas internacionais, assim como a
correspondência oficial a nível nacional e internacional, a denominação Estado Plurinacional de
190
132
―Artículo 5. I - Son idiomas oficiales del Estado el castellano y todos los idiomas de las
naciones y pueblos indígena originario campesinos, que son el aymara, araona, baure, bésiro,
canichana, cavineño, cayubaba, chácobo, chimán, ese ejja, guaraní, guarasu’we, guarayu,
itonama, leco, machajuyai-kallawaya, machineri, maropa, mojeño-trinitario, mojeño-ignaciano,
moré, mosetén, movima, pacawara, puquina, quechua, sirionó, tacana, tapiete, toromona, uru-
chipaya, weenhayek, yaminawa, yuki, yuracaré y zamuco.
133
É uma bandeira quadrangular de sete cores que representam a filosofia e o meio de vida de
algumas etnias andinas, sobretudo, a aymara. Cada uma das cores traz algum significado e
representa os raios solares que se decompõem em um arco-íris transmitindo a mensagem de
uma sociedade harmônica e comunitária nos Andes.
193
(…)
II- Los símbolos del Estado son la bandera tricolor rojo, amarillo y verde; el himno boliviano; el
escudo de armas; la wiphala; la escarapela; la flor de la kantuta y la flor del patujú”.
194
ou guarani, tal qual previsto nos termos, ―ama qhilla, ama llulla, ama suwa,
suma qamaña, ñandereko, teko kavi, ivi maraei y qhapaj ñan‖135. Isso
demonstra uma apreensão constitucional com princípios éticos-morais daquela
pluralidade social boliviana, que estabelece diretrizes para a busca do vivir
bien. Da mesma forma, essa nova linguagem constitucional desconstitui a
corrente utilização do latim para referir-se a determinados termos jurídicos. O
habeas corpus e o habeas data passam a ser denominados com o seu simples
significado, ―ação de liberdade‖ e ―ação de proteção à privacidade‖, agora
destituídos da pompa jurídica elitista (MARTÍNEZ DALMAU; VICIANO
PASTOR, 2010a, p. 17).
135
―Artículo 8.
136
As referências à equidade de gênero aparecem em inúmeros dispositivos constitucionais
para ressaltar a necessária paridade. Vide artigos 8, 14, 26, 72, 79, 174, 210, 270 e 278.
197
“Artículo 11.
137
―Un tercer ejemplo de una institución compartida de importancia crucial para la construcción
de la nueva democracia boliviana es el Órgano Electoral Plurinacional (art. 245 y siguientes),
que es el cuarto órgano de soberanía al lado del Legislativo, Ejecutivo y Judicial. Su
competencia general consiste en controlar y supervisar los procesos de representación política.
Más que una competencia es un desafío muy exigente, dada la complejidad de la
representación política en la nueva Constitución. Incluye no solamente diferentes escalas de
democracia representativa (nacional, departamental, municipal), sino también distintas formas
de organización de intereses (partidos y agrupaciones ciudadanas) y variadas formas de
democracia (representativa, participativa y comunitaria)‖. (SOUSA SANTOS, 2010, p. 95).
138
Artigo 205 da Constituição Boliviana.
199
141
Artigo 211 da Constituição boliviana.
142
―A las garantías del ejercicio de los derechos a la autonomía, el autogobierno y a sus
instituciones propias, que hace el artículo 2 de la nueva CPE boliviana, se debe agregar lo
establecido en el artículo 11, parágrafo II, numeral 3, que reconoce la democracia comunitaria
que consiste en la ―elección, designación o nominación de autoridades y representantes por
normas y procedimientos propios de las naciones y pueblos indígena originario campesinos,
entre otros, conforme a Ley‖. Este artículo justifica el carácter comunitario del nuevo modelo de
Estado boliviano. En su aplicación los pueblos indígenas pueden ser parte de los órganos del
poder público eligiendo, designando o nominando sus representantes a través de normas y
procedimientos propios. A tiempo de reconocerse como válidos los procedimientos y sistemas
tradicionales de democracia propia de los indígenas, el Estado reconoce las autoridades que,
por esas posibles vías, designen. Si bien estos elementos representan avances importantes, el
Estado no deja de tener participación en el ejercicio de este derecho. En el caso electoral, por
ejemplo, los sistemas de democracia comunitaria de elección de representantes a los órganos
públicos, deben ser consignados por escrito y aprobados por el órgano electoral departamental
respectivo para la ―supervisión ―de la efectiva aplicación de los mismos (art. 211, CPE, y la Ley
del Régimen Electoral n˚ 26/10). Un sistema comunitario de democracia que podríamos
denominar ―mixto‖ o con control estatal‖ (TAMBURINI, 2012, p.255).
201
143
Artigo 269, parágrafo I e III da Constituição boliviana.
202
144
As autonomias departamentais foram pleitos fortes das elites afortunadas bolivianas.
Contudo, não aprovaram o texto constitucional autonômico que pleiteavam, mas ainda sim
conseguiram manter sua base econômica sedimentada. A passagem do artigo de Marxa
Chávez evidencia isso: ―Pero el hecho que sus proyectos más radicales hayan sido
temporalmente suspendidos se debe también a la inclusión de la autonomía departamental,
pivote de la rearticulación de dicho bloque, en la Nueva Constitución Política del Estado.
Tampoco se ha visto muy afectado su núcleo duro, la propiedad de las tierras, y su
participación en el sector financiero y agroindustrial‖ (CHÁVEZ; NEHE, 2011, p. 93).
Atualmente os 09 Departamentos bolivianos manifestaram o interesse pelo regime autonômico.
Quatro desses no referendo de 2006 e cinco no referendo de 2009.
203
145
Artigo 280, parágrafo I, da Constituição boliviana.
146
Artigo 280, I e III, da Constituição boliviana.
204
Artículo 410.
147
Artigo 290, parágrafo II, da Constituição boliviana.
205
148
Artigo 340 da Constituição Boliviana
149
“Artículo 190. I - Las naciones y pueblos indígena originario campesinos ejercerán sus
funciones jurisdiccionales y de competencia a través de sus autoridades, y aplicarán sus
principios, valores culturales, normas y procedimientos propios”.
150
O conceito de Justiça comunitária surge na Bolívia a partir de um projeto encabeçado pelo
Ministério da Justiça daquele país, em 1995, sob o título de ―Projeto de Reforma Judicial‖,
decorrente de um acordo entre o governo da Bolívia e a Associação Internacional de Fomento.
207
as bases, nas quais esses povos exercem suas funções jurisdicionais, abrindo
um diálogo que atravessa as bases, inclusive, epistemológicas e jurídicas
tradicionais para o acesso à Justiça.
153
Não que o território seja uma condição para acessar a jurisdição indígena originário
camponesa.
154
Artigo 202, ponto 8, da Constituição boliviana.
209
155
Artigo 193 da Constituição boliviana.
156
Artigo 196 da Constituição boliviana
157
―Artículo 182. II. La Asamblea Legislativa Plurinacional efectuará por dos tercios de sus
miembros presentes la preselección de las postulantes y los postulantes por cada
departamento y remitirá al órgano electoral la nómina de los precalificados para que éste
proceda a la organización, única y exclusiva, del proceso electoral.”
210
158
―El multiculturalismo, según ha sido definido en el contexto norteamericano de construcción
de un nuevo pacto nacional, no puede ser trasladado mecánicamente a América Latina (…) En
un país como Estados Unidos, existe un ―mito del multiculturalismo‖, un mito nuevo que habla
igualmente del deseo de justicia social pero a través del lenguaje de la separación, de la
delimitación de fronteras étnicas nítidas en un país donde la condición de mestizo nunca se
planteó como una realidad social, política y cultural (…) Al mismo tiempo, crece la comprensión
de que el multiculturalismo implica una exotización del ―otro dominado‖ y la atribución por parte
de los estadounidenses de lo que son las diferencias esencialmente legítimas.‖ (LINS
RIBEIRO, 2005, p. 47).
213
159
―Artículo 186. I - El Tribunal Constitucional Plurinacional estará integrado por Magistradas y
Magistrados elegidos con criterios de plurinacionalidad, con representación del sistema
ordinario y del sistema indígena originario campesino.‖
160
―Artículo 178. I. La potestad de impartir justicia emana del pueblo boliviano y se sustenta en
los principios de independencia, imparcialidad, seguridad jurídica, publicidad, probidad,
celeridad, gratuidad, pluralismo jurídico, interculturalidad, equidad, servicio a la sociedad,
participación ciudadana, armonía social y respeto a los derechos.”
215
(…)
161
―Aunque con distintas denominaciones según cada lengua, contexto y forma de relación, los
pueblos indígena-originarios tienen la conciencia de un principio básico: ―somos hijos de a
madre tierra y de padre cosmos‖ y guardan profundo respeto por ellos. Desde el pueblo
aymara-quechua la llamamos Pachamama (Madre Tierra) y Pachakama (Padre Cosmos), otros
como el pueblo mapuche: Ñuke Mapu (Madre Tierra), para los Ngobe Bugle de Panamá:
Meyedobo (Madre Tierra) o los Uros que siempre han vivido sobre las aguas dirán Qutamama
(Madre Agua), que es la que les generó vida y los hermanos de la Amazonía dirán Madre Selva
en sus respectivas lenguas. Pero ningún pueblo que guarda la sabiduría ancestral dice
simplemente tierra, o planeta, o medio ambiente, hay una relación de familiaridad, de cariño, de
saber que vive; más aún es nuestra madre‖ (HUANACUNI, 2012, p. 132).
217
Não se pode viver bem, se outras pessoas e seres vivos vivem mal. Da
mesma forma, vivir bien não é o mesmo que viver melhor. Viver melhor está
atrelado ao consumismo, ao egoísmo, ao individualismo, desinteresse pelos
outros, ambição pelo lucro ao desconsiderar os povos e concentrar a riqueza
em poucas mãos (HUANACUNI, 2012, p. 130). Trata-se da busca por um
sistema civilizatório que aliará os conhecimentos ancestrais da cosmovisão
indígena, propiciando um diálogo intercultural, sem ignorar o tempo histórico
atual, com toda a sua complexidade e problemas a serem superados.
162
―Artículo 409. La producción, importación y comercialización de transgénicos será regulada
por Ley”.
163
ANEXO H – Acordo sobre o Sistema Econômico na Constituição, reconhecendo a economia
plural. La Paz, 04 de outubro de 2007.
219
164
―Artículo 316. La función del Estado en la economía consiste en:
(…)
165
Artigo 313 da Constituição boliviana.
166
Artigo 307 da Constituição boliviana.
222
não possui fins lucrativos e cumpre um importante papel social, visto que os
trabalhadores/as são os próprios contribuintes e angariadores da produção. A
cooperativa social167 constitui uma forma solidária de estimulo à produção
econômica e desenvolvimento social.
De toda forma, a Bolívia faz uma opção clara nesse momento decisivo
e peculiar da história da América Latina. O direcionamento é de saída da
ordem estabelecida, configurando novas relações de poder e outra proposta
político-econômica. A nacionalização dos hidrocarbonetos 168 e o combate ao
latifúndio169 é um desses sinais170, são exemplos em que se depara com uma
clara demonstração da não aceitação do Estado boliviano à subserviência
econômica conservadora e atrasada, prevalecente até então. Elementos que
167
Artigo 310 da Constituição boliviana.
168
Artigo 359 da Constituição boliviana.
169
―En la Constitución se recuperó el instituto del latifundio, categoría del derecho agrario
prevista en la ley n˚ 1715 de 18 de octubre de 1996, del Instituto Nacional de Reforma Agraria,
que había quedado en desuso debido a la derogación que operó del procedimiento de
afectación. Se señalan cuatro causales bajo las cuales una propiedad agraria es considerada
latifundio: a) tenencia de tierras improductivas; b) tenencia de tierras que no cumplen la función
económica y social; c) tierras explotadas aplicando un sistema de servidumbre, semiesclavitud
o esclavitud en relación laboral (familias indígenas en cautiverio y sujetas a empatronamiento
forzoso); y d) tenencia de tierras que sobrepasen la superficie máxima zonificada que será
establecida mediante ley. No obstante, los nuevos límites planteados en la Constitución se
aplicarán a predios adquiridos con posteridad a la entrada en vigencia de la Constitución,
aspecto que originalmente no estaba contemplado y que fue modificado en el Congreso
Nacional en octubre de 2008‖ (SANJÍNES, 2012, p. 389-390).
170
―Artículo 398 - Se prohíbe el latifundio y la doble titulación por ser contrarios al interés
colectivo y al desarrollo del país. Se entiende por latifundio la tenencia improductiva de la tierra;
la tierra que no cumpla la función económica social; la explotación de la tierra que aplica un
sistema de servidumbre, semiesclavitud o esclavitud en la relación laboral o la propiedad que
sobrepasa la superficie máxima zonificada establecida en la ley. La superficie máxima en
ningún caso podrá exceder de cinco mil hectáreas.”
223
171
―A tiempo de escribir estas notas (enero 2009) el gobierno ―nacionalizó‖ por decreto las
acciones de Pan American Energy en la empresa Chaco, disponiendo un pago de 23 millones
de dólares por ellas. Se trata de una compra empaquetada, por razones políticas, como una
expropiación. No es casual que ello ocurriera en vísperas del referendo constitucional‖
(ROJAS; PACHECO; TORRICO, 2009, p. 17).
225
172
Artigo 311, parágrafo 3, da Constituição boliviana.
226
173
Após as eleições presidenciais de Lula/Dilma e de Nestor/Cristina Kirchner.
230
174
―Por lo tanto, la configuración del Estado plurinacional supone otra teoría crítica del
capitalismo, ya no se trata solo de visualizar un desarrollo desigual y combinado, ni tan
solo quedarse en la tesis del imperialismo como fase superior del capitalismo. (…) en lo que respecta
a la compresión del Estado plurinacional se requiere entender los ciclos del colonialismo, sus
transformaciones, la estructura de sus crisis, además de sus es-trechos vínculos con el
capitalismo y la modernidad. Es indispensable comprender la crisis civilizatoria y los alcances
de la crisis ecológica‖ (PRADA, 2012, p.407).
231
centrais nas mãos da, até então, classe dirigente. Aparecem esses, dentre
outros tantos debates que surgem a todo o momento de acordo com o
andamento do processo político e social.
175
Não se trata da materialização de um processo revolucionário de cunho socialista no país
nesse momento. A ascensão do projeto transformador boliviano culminou, na reconfiguração
do cenário político e da correlação de forças entre os grupos e organizações sociais do Estado.
Contudo, o modo de produção não foi alterado substancialmente na Bolívia.
234
176
ANEXO I - Distribuição departamental da população de acordo com a sua condição étnico-
linguística.
236
177
Além desses, existem outros projetos que seguem o mesmo sentido descolonizador e
despatriarcalizador como: o desenvolvimento da primeira carreira em Descolonização e Gestão
Pública; o anteprojeto de lei de Equivalência constitucional, o qual prevê que o sistema de
designação de cargos hierárquicos de decisão política nas diversas esferas do Estado devem
se dar de modo paritário, com participação 50% de homens e 50% de mulheres, além de
garantir representação plurinacional; projeto de descolonização do Código Penal Plurinacional,
o qual prevê delitos relativos às violações à Pachamama, às violações aos direitos coletivos
indígenas, entre outros.
238
178
―(…) la mama t´alla (autoridad femenina de la comunidad) acompaña al esposo adonde sea
y debe sustituirlo en caso de ausencia, pero nunca puede reemplazarlo ni decidir por él.‖
(TICONA, 2003, p. 131).
179
O código entrará em plena vigência em 2015.
239
180
Decreto Supremo n˚ 0173 e lei n˚ 3.018 de 2005.
240
181
A sigla está em castelhano e significa ―Escuelas Superiores de Formación de Maestros‖.
182
―Actualmente en las mencionadas universidades se desarrollan 12 carreras relacionadas a
la productividad y desarrollo comunitario: agronomía altiplánica, industria textil, zootecnia y
veterinaria e industria de alimentos, agronomía Tropical, Forestal, Industria Textil, pisicultura,
veterinaria, hidrocarburos, forestal y piscicultura. Se ha beneficiado a 1.495 jóvenes
241
184
Auxílio dado para evitar a mortalidade infantil e materna.
185
Auxílio dado aos idosos para a garantia de um envelhecer digno.
243
186
―(...) proceso y del pacto político que permitió salvarlo, se introdujo una serie de limitaciones
inconsistentes con el modelo de pluralismo igualitario, lo que generó. disputas legales y
políticas. Entre las limitaciones que inconsistentemente se introdujeron en el texto boliviano
final, cabe mencionar:
• La autonomía indígena fue reducida por debajo de los límites departamentales, de modo
inconsistente con el principio de la libre determinación de los pueblos.
• Se introdujo una cláusula para la restricción del ejercicio de la jurisdicción indígena desde una
mentalidad colonial que impone limitaciones a la competencia territorial, personal y material, de
modo inconsistente con el principio de la igualdad de jurisdicciones y el derecho a la libre
determinación de los pueblos indígenas que el mismo texto consagra.‖ (FAJARDO, 2011, p.
153).
187
―(…) a recuperación de la teoría clásica de los procesos constituyentes y de la verdadera
naturaleza originaria y creadora del poder constituyente ha incidido en la forma y estructura de
las nuevas constituciones latinoamericanas que, sin romper con el concepto racional normativo
245
Essa fratura no bloco popular gerou uma publicização ampla dos fatos
a partir dos meios de comunicação privados, ainda de propriedade da elite
política conservadora do país. O interesse corporativo era evidenciado e
fragilizava o bloco histórico frente aos interesses do povo. Por outro lado, essas
contradições são úteis pedagogicamente, pois contribuem para que as forças
políticas populares saibam lidar com as divergências sem romper a unidade.
189
―Hoy, con la inversión estatal, se está comenzando a industrializar el gas (con una planta de
glp en Campo Grande, una planta separadora de gas en el Chaco, una Termoeléctrica en el
Chapare ), se está relanzando actividades mineras metalúrgicas (Huanuni, Vinto, Corocoro,
colas y desmontes, etc.), se está apoyando a los pequeños productores vinculados al mercado
interno a través de la estatal Empresa de Apoyo a la Producción de Alimentos (emapa), a fin de
garantizar la soberanía alimentaría del país, y se está creando fábricas para abastecer el
mercado interno (de papel, de cartón de cítricos, leche, etc.)‖ (GARCIA LINERA, 2010a, p. 25).
252
190
―El rentismo refleja una creencia y una actitud que se basan en la idea de que la producción,
la innovación y el intercambio no crean riqueza sino que ésta existe en la naturaleza y
solamente hay que aprovecharla y distribuirla‖ (LASERNA ROJAS, 2009, p. 39).
191
Aprovado pela lei n˚ 3058.
253
192
―En este contexto, en marzo de 2012, se firmó un Acuerdo de Principios para el
establecimiento de una empresa de capital mixto para montar una Planta Piloto de materiales
de cátodos con el consorcio coreano Kores-Posco, culminando en julio de 2012 con la firma del
respectivo contrato bajo la modalidad de Joint Venture. Asimismo, la GNRE firmó un contrato
con la empresa China LinYi Dake Ltda. para comprar una Planta Piloto de Baterías de ión Litio
(…)‖ (BOLIVIA, 2013b, p. 21).
255
193
As atividades relacionadas à política ambiental são as seguintes: Licença ambiental para
eletrificação, licença ambiental das plantas industriais, consultas públicas em relação aos
impactos, instalação de banheiros ecológicos e duchas portáteis, lixeiras para separação de
resíduo sólido, capacitação profissional no ISSO 14001, responsabilidade social com a
comunidade, incinerador de resíduos sólidos, planta de tratamento de água, entre outros.
(BOLIVIA, 2012, p. 94-98).
256
194
Professor de sociologia da Universidade Mayor de San Andrés.
257
195
―El potencial comunitario que vislumbraría la posibilidad de un régimen comunitarista
socialista pasa, en todo caso, por potenciar las pequeñas redes comunitaristas que aún
perviven y enriquecerlas. Esto permitiría, en 20 o 30 años, poder pensar en una utopía
socialista‖ (GARCIA LINERA, 2006).
258
196
Artigo 306 da Constituição boliviana.
197
―Chamada para contribuir com a acumulação de capital com base na capacidade produtiva
do trabalho, nos países centrais, a América Latina teve de fazê-lo mediante uma acumulação
baseada na superexploração do trabalhador.‖ (MARINI, 2005, p. 162).
259
198
As reformas que foram feitas, caso sejam bem executadas, no curto prazo, podem trazer
alguns resultados, mas, no longo prazo, a estrutura de reprodução econômica da sociedade
permanecerá sendo ditada por um núcleo que é, em certa medida, ―uni-nacional‖ (MOTA, 2009,
p. 149).
260
199
ANEXO J – Mapa, ainda do início dos anos 2000, que indica as áreas na Bolívia formadas
por Terras Comunitárias de Origem (TCO).
200
―(...) debe motivar la constitución de empresas comunitarias, rurales o urbanas, pequeñas,
medianas o grandes, em las que la característica principal se ala propiedad colectiva de los
medios de producción y la apropiación directa del resultado del trabajo‖. (MOLDIZ MERCADO,
2012, p. 215)
262
201
Cf. Capítulo 1, ponto 1.1.2.
263
No que tange a reforma agrária, propriamente dita, ela foi uma pauta
política forte na revolução nacionalista de 1952. Àquela época, ela foi
implementada nos moldes clássicos, sem considerar devidamente as formas
comunitárias de vivência no interior boliviano.
202
A reversão consiste no retorno da terra ao domínio do Estado sem a concessão de
indenizações. Diferentemente da expropriação, que na Bolívia, realiza-se mediante
indenização.
265
203
―Se han constituido 45 nuevas comunidades campesinas indígenas originarias
interculturales asentadas en 118.540 hectáreas en los departamentos Pando, Santa Cruz, Beni
y La Paz‖ (BOLIVIA, 2012, p. 30).
267
204
Yasminka Marinkovic, proprietária da fazenda, é irmã de Branko Marinkovic, líder cívico da
direita boliviana, que vive no Departamento de Santa Cruz.
205
O saneamento implica na regularização, verificação de cumprimento da função
socioambiental e reversão das terras na Bolívia.
268
206
Na composição desse órgão deliberativo é obrigatório que ao menos 30% dos membros
sejam integrados por mulheres.
270
207
ANEXO L – Membros de povos e nações indígenas componentes das Assembleias
Legislativas Plurinacional, Departamental e Regional do Chaco.
272
208
Por exemplo, na arrecadação dos hidrocarbonetos, os Departamentos produtores não
poderão ficar com mais de 11% da receita decorrente da extração em seu território, conforme
dispositivo constitucional posto no artigo 368. Por mais que ainda gere um desequilíbrio de
receitas entre os Departamentos, aqueles que forem produtores não poderão extrapolar esses
limites.
276
Nesse momento, caberia sopesar até que ponto uma pena que
estabelece cinquenta chicotadas seria pior do que outra que cerceia a
liberdade de uma pessoa por alguns anos. Também seria importante chamar a
atenção, no caso, pois a intenção não é a de reproduzir automaticamente a
experiência, a partir da visão ocidental e rejeitar os tipos de sanções próprias
de algumas comunidades indígenas; mas sim, observar, a partir da situação
concreta, até que ponto essas sentenças realizam a justiça e não estariam
reproduzindo a perpetuação de opressões históricas.
Alguns juristas consideram que esse tipo de sanção não poderia ser
permitida nas comunidades,211 uma vez que violaria princípios humanos
fundamentais. Da mesma forma, pode ser dada outra interpretação para essas
210
Dentre os princípios que guiam as jurisdições, elencados no artigo 4˚ da Lei n˚073 de 29 de
dezembro de 2010 estão os seguintes, os quais cabem ser destacados: Respeito a unidade e
integridade do Estado Plurinacional; relação espiritual entre as nações e povos indígenas
originários campesinos e a Mãe Terra; diversidade cultural; interpretação cultural; pluralismo
jurídico com igualdade hierárquica; complementariedade; independência; equidade e igualdade
de gênero e igualdade de oportunidades.
211
―Existe un régimen jurídico internacional de prohibición absoluta de todas las formas de
tortura, tanto física como psicológica, régimen que pertenece hoy día al dominio del ius cogens.
La prohibición absoluta de la tortura es completa e inderogable aún en las circunstancias mas
difíciles tales como la guerra, amenaza de guerra, lucha con el terrorismo y cualesquiera otros
delitos, estado de sitio o de emergencia, conmoción o conflicto exterior, suspensión de
garantías constitucionales, inestabilidad política interna u otras emergencias o calamidades
públicas‖ (ALBANESE, 2008, p. 20). Decisões da Corte IDH. Caso Tibi c. Equador. 7 set.
2004. p 143; caso dos irmãos Gómez Paquiyauri. p. 112; caso Maritza Urrutia, p. 92.
280
212
Reportagem que levam em consideração a auto-organização comunitária e trata dos casos
considerados linchamentos por alguns e por outra parte da comunidade local, a mera
reprodução de antigas tradições. Cf. (AYALA UGARTE; DERPIC, 2013).
213
Artigos 5˚ e 6˚ da Lei n˚073 de 29 de dezembro de 2010.
214
Essa conferência ocorreu no dia 30 de Julho de 2013, no Museu de etnografia e cultura –
MUSEF, em La Paz – Bolívia.
215
Comunicadora social e professora da UMSA – Universidad Mayor de San Andrés.
281
218
ANEXO M – Autoridades Judiciais eleitas no sufrágio de 2011.
284
219
―Por último, la idea central consiste en pensar geopolíticamente la democracia, no implica
pensar la expansión de un modelo que, por lo general, ha estado históricamente ligado a la
expansión del poder de uno o un conjunto de estados sobre el resto de la región y el mundo,
sino que la introducción de la dimensión geopolítica en el núcleo definitorio de la democracia
sirva para ampliar las áreas de igualdad en las relaciones intergubenamentales, interestatales e
intersocietales, y para producir algunos ámbitos de cogobierno democrático‖ (TAPIA, 2009a, p.
93).
287
221
Ver Capítulo 2, ponto 2.2.3.
292
222
―(…) intentemos acercarnos ahora a algunos elementos del Estado en transición o
momentos de revolución política de las sociedades. Para ello, son reveladores los textos de
Robespierre, también los de Marx en los que escribe sobre la revolución europea de 1848-1850
y sobre la Comuna de Paris en 1871, al igual que las reflexiones de Lenin en el periodo 1918-
1920 y, por supuesto, René Zavaleta Mercado cuando estudia la revolución de 1952‖
(GARCIA LINERA, 2010b, p. 11).
223
Em uma fase anterior ao socialismo, tal qual vivemos hoje no capitalismo, o padrão de
medida estabelecido na sociedade é o valor da mercadoria.
293
224
―El acceso al agua está subvencionada, lo mismo el crédito a los pequeños productores, y
el Estado también compra productos agrícolas para garantizar soberanía alimentaria y su venta
a precio justo. En ese caso, los precios para que los consumidores accedan a esos productos
no se regulan por su valor-mercantil capitalista sino por su valor de uso. Entonces el Estado, a
través del excedente generado en la industrialización, comienza a desprenderse gradualmente
de la lógica capitalista de la apropiación privada como norma económica e introduce
expansivamente la lógica del valor de uso, de la satisfacción de necesidades, de fundamento
comunitario y comunista, como principio rector de actividades económicas‖ (GARCIA LINERA,
2012a, p. 67).
294
Até agora, a direita não teve força para sair dos ―currais‖ de poder em
que se encontra e reorganizar um projeto nacional. Contudo, ainda é uma
incógnita como se resolverão as fissuras internas do bloco indígena-popular,
como destacado no emblemático conflito em TIPNIS 227, e outras tensões que
envolvem grupos indígenas e a relação que possuem com a ―mãe terra‖ na
contínua luta pelo vivir bien.
225
Termo desenvolvido no ponto 2.1.2.
226
Termo desenvolvido no ponto 2.2.1.
227
―El conflicto del TIPNIS mostró varios problemas:
-Las formas a menudo bruscas con las que el gobierno busca imponer sus planes (como ya
había ocurrido con el fallido gasolinazo de diciembre de 2010).
-Que es necesario avanzar en creatividad para buscar soluciones a las dificultades que se van
presentando: en este caso, cómo compatibilizar la tradicional necesidad de integración física
del país con los nuevos derechos de los pueblos indígenas (y de la propia naturaleza si
asumimos en serio el ―vivir bien‖) consagrados en la nueva Carta Magna.
-El hecho de que los imaginarios de consumo de los sectores populares bolivianos –por más
que sean indígenas– no son demasiado diferentes a los de otros espacios plebeyo/populares
del continente y del mundo.
Pero hay más: en el caso del TIPNIS, los más entusiastas impulsores de la ruta no son grupos
oligárquicos (aunque algunas élites pueblerinas amazónicas y empresarios apoyan el trazado)
sino los campesinos cocaleros, ahora diabolizados por varios de los defensores del ―vivir bien‖
y por el grupo de ex funcionarios hoy críticos que reclama la reconducción del proceso de
cambio‖ (STEFANONI, 2012, p. 5).
297
228
Um bloco formado objetivando uma maior integração social, econômica e política na
América Latina, o qual busca desenvolver empreendimentos para além das atividades
comerciais. Atualmente é composta por Bolívia, Venezuela, Cuba, Dominica, Equador,
Nicarágua, Antigua e Barbuda, e São Vicente e Granadinas.
229
Rede de televisão multi-estatal criada em uma parceria entre os governos da Venezuela,
Argentina, Cuba e Uruguai. Além desses hoje também são proprietários Bolívia, Equador e
Nicarágua.
230
Dentre os objetivos do banco, um dos principais é emprestar dinheiro às nações da América
Latina para a construção de programas sociais e de infra-estrutura.
231
Esse é um mecanismo de articulação política e integração composto pelos trinta e três
países da América do Sul, América Central, o Caribe, incluindo o México pela América do
Norte.
298
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
- 1020 millones de personas pasan hambre. FAO, Roma, 2009. Disponível em:
<https://www.fao.org.br/vernoticias.asp?id_noticia=814>. Acesso em: 19 jun.
2009.
- ARCE, Carlos. Empleo y relaciones laborales. In: Bolivia hacia el siglo XXI.
La Paz: CIDES-UMSA/CNR/CEDLA/CEB/PNUD, 1999.
- BOFF, Leonardo. Saber cuidar: Ética do Humano. In: Consulta Popular (Org.).
Valores de uma Prática Militante. Cartilha nº9, 3 ed. São Paulo; [s.n] 2001.
- ________. Las venas abiertas de América Latina. 13ª ed. Buenos Aires:
Siglo veintiuno Editores, 2010.
- ________. Os filhos dos dias. Trad. Eric Nepomuceno. Porto Alegre: L&PM,
2012.
- ________. Karl, Meu Amigo: Diálogo com Marx sobre o Direito. Porto Alegre:
S. A. Fabris, 1983.
- ________. O que é Direito. 15ª reimpr. da 17ª. ed. 1995. São Paulo: Ed.
Brasiliense, 2006.
- MARX, Karl. Para a crítica da economia política. In: MARX, Karl. Trad.
Edgar Malagodi. 2. ed. São Paulo: Ed. Abril Cultural, 1978a. p. 101-132. (Os
Pensadores).
- NEGRI, Antonio; HARDT, Michael. Multidão. 2ªed. São Paulo: Record, 2005.
- PRADA, Raul. Política de las multitudes. In: TAPIA, Luis; GARCÍA, Álvaro;
PRADA, Raúl. Memorias de octubre. La Paz: Muela del Diablo, 2004, pp.87-
136.
- QUIJANO, Aníbal ―El Fantasma del Desarrollo en América Latina‖. In: Revista
Venezolana de Economía y Ciencias Sociales. Vol. 6, nº 2, Caracas, mayo-
agosto de 2000, pp. 73-90.
- SADER, Eder (Org.). Che Guevara: política. São Paulo: Expressão Popular,
2004.
- TEJADA, Maria Nela Prada. El diálogo del socialismo con el vivir bien. In:
ARKONADA, Katu. (Coord.) Transiciones hacia el vivir bien. O la
construcción de un nuevo proyecto político en el Estado Plurinacional de
Bolivia. La Paz: Ministerio de Culturas, 2012.
- ________. Al sur del Estado. In: GARCIA LINERA, Álvaro; TAPIA M., Luís;
ALCOREZA, Raul Prada, VEGA CAMACHO, Oscar. (Org.) El Estado. Campo
de lucha. La Paz: Muela del diablo, 2010.
ANEXOS
333
ANEXO J - Mapa, ainda do início dos anos 2000, que indica as áreas na Bolívia
formadas por Terras Comunitárias de Origem (TCO).
344