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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


Departamento de Ciência Política
Estado e Agências Regulatórias – Turma U
Professor Maurício Assumpção Moya

Anthony Massayoshi Tao

Obra: O Brasil sob Cardoso: neoliberalismo e desenvolvimentismo


Autor: Brasílio Sallum Jr.

Neste artigo intitulado “O Brasil Sob Cardoso”, de Sallum Jr., o autor aborda a política
de transição democrática do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e suas
escolhas políticas e econômicas. O texto segue elenca três pontos centrais nessa análise
que são: a sua eleição, a pela política econômica neoliberal deste período e, por fim, a
escolha do governo por essa diretriz econômica.

Transição Política, Moeda e Eleição


A eleição de FHC, e consequente políticas adotadas marcou a ruptura da política
Nacional Desenvolvimentista que era adotada desde a ascensão de Vagas em 1930, que
teve o seu auga nos anos 70, mas que estava em declínio.
Esse sistema mergulha numa crise com a mudança a nível mundial para uma
nova ordem de capitalismo globalizado, transnacional que teve a adesão dos
empresários brasileiros, além do avanço na questão democrática, com os movimentos
sociais se organizando de maneira autônoma e buscando espaços dentro da esfera
pública.
A escolha de FHC, através da aliança de partidos de direita e de centro, se deve
pela figura de um intelectual reconhecido internacionalmente, que tinha capacidade de
dialogar no meio do cenário de crise que o Brasil estava passando por anos. O principal
projeto do programa de governo foi o Plano real, apresentado como solução para o
problema da instabilidade monetária.
A análise vislumbra duas interpretações da vitória no processo eleitoral. A
primeira seria pela elaboração do Plano Real que estabilizou o país e, segunda, de que o
FHC teria perfil que encaixasse na demanda da elite que geria este novo cenário
econômico mundial.
Mesmo que nos anos 90 o Collor iniciasse a introdução de agendas liberais no
Brasil, a introdução do Plano Real em 1994, que foi um plano bem elaborado pala
conter a hiperinflação, só foi possível pela conjuntura favorável a adoção da política: O
autor chama-o de um momento maquiveliano.
Liberalismo, Estabilização e Desenvolvimento
O autor indica que pela complexidade da conjuntura, a leitura que se faz do
mandato é que inicia-se com a implementação do Plano Real e encerra-se com a
alteração radical do regime cambial.
Foi esse o período crucial para o sepultamento do diretriz macroeconômico da
Era Vargas, por se apoiar no liberalismo para a elaboração das políticas. afinal tinha o
liberalismo econômico uma característica marcante. Um exemplo disso sãos seus
programas de retirada de concessões e privatizações.
O autor fala da existência de duas correntes do liberalismo no governo.
Predominou o fundamentalismo liberal ou neoliberalismo, com um caráter mais radical,
tinha como preocupação principal a contenção da inflação e estabilização econômica a
todo custo, com a adoção de uma política macroeconômica dependente do mercado
internacional. Por outro lado, são adotadas algumas medidas compensatórias, tendo uma
outra forma de liberalismo chamado liberal-desenvolvimentismo. Essa corrente renascia
do antigo desenvolvimentismo dos anos 50 à 70 mas sob o enfoque liberal. Implantou
reformas estruturais que visavam superar os resquícios da antiga política de
desenvolvimento nacional com a concessão a iniciativa privada de empresas estatais,
incentivos a investimentos multinacionais e maior integração do país com o exterior.
No plano econômico, FHC não conseguiu equilibrar as contas públicas. O
neoliberalismo dominou a política cambial e monetária da época, somado a baixo
crescimento e desnacionalização da economia. A manutenção do fundamentalismo
liberal adotada foi tratada como necessária devido ao controle político para as reformas.

Estratégia Política e Gestão Econômica


A primeira opção, o neoliberalismo, oferecia mais efeitos a curto prazo e
mantendo se do Plano Real, a popularidade e o prestígio político era bastante ampla, a
ponto de influenciar na relação com o legislativo que conseguira manter uma coalizão
segura e também pelos diversos governadores aliados eleitos. Somando o fato de que a
oposição tinha apenas um quinto das cadeiras no legislativo e o amplo apoio através da
influência, onde os meios de comunicação e alguns dos formadores de opinião pública
defendiam essa política de estabilidade, de proposta mais liberal e constitucional antes
mesmo de Fernando Henrique ser eleito, facilitou a governabilidade tanto no plano
institucional, quanto a sustentação popular.
Foi um sistema político de democracia representativa, sem a presença de uma
figura política personalista, ao contrário do governo Collor, delegativo, não houve
abertura do espaço público à organizações sociais e movimentos não partidários, a
articulação com os grupos e a sociedade organizada se manteve mínima, mas o
sentimento de democracia já havia avançado a tal ponto no período, que movimentos
contrários ao governo, como o MST por exemplo, através da luta de interesses
conseguiram obter vitórias contra o Estado.
Em suma, o tema central do texto que é a adoção de políticas neoliberais pelo
FHC foi por previsão pelo sucesso no equilíbrio das relações econômicas com o exterior
a médio e longo prazo. Porém no curto prazo não teria o equilíbrio suficientemente para
transitar num cenário mais seguro. Nesse sentido, o Sallum Jr., nos mostra que o
governo de FHC flertou com o liberal-desenvolvimentismo, mas que no seu segundo
mandato aprofunda o processo neoliberal do qual tinha iniciado.

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