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Raylane de Souza Castoldi

Matrícula: 1613080
CIV2196 - Propriedades do Concreto - P1
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CIMENTO PORTLAND
Classificação dos Cimentos Portland no Brasil
 Cimento Portland Comum CP I e CP I-S: Durante a moagem é permitido adicionar até 5% de materiais pozolânicos, escórias
granuladas de alto-forno e/ou materiais carbonáticos. Classes de resistência: 25, 32 e 40 MPa (28 dias).
 Cimento Portland Composto CP II E, Z e F: Durante a moagem é permitido adicionar materiais pozolânicos, escórias
granuladas de alto-forno e/ou materiais carbonáticos. Cimento mais comum. Classes de resistência: 25, 32 e 40 MPa (28
dias).
 Cimento Portland de Alto Forno CP III: Adição de escória granulada de alto-forno, moídos em conjunto ou em separado. O
conteúdo da escória deve ser de 35% a 70% da massa total de aglomerante. Classes de resistência: 25, 32 e 40 MPa (28
dias).
 Cimento Portland CP IV: Adição de pozolana. O conteúdo da pozolana deve ser de 15% a 50% da massa total de
aglomerante. Tipos de pozolanas mais utilizadas: argilas calcinadas, Classes de resistência: 25, 32 e 40 MPa (28 dias).
 Cimento Portland CP V ARI: De alta resistência inicial. Durante a moagem é permitido adicionar 5% de materiais
carbonáticos. Classes de resistência: 14 MPa (1 dia), 24 MPa (3 dias) e 34 MPa (7 dias).
 Cimento Portland CP RS: Resistente a sulfato (a resistência ao sulfato está diretamente ligada ao baixo teor de C 3A). Adição
de materiais pozolânicos, escórias granuladas de alto-forno e/ou materiais carbonáticos. São os cimentos cujo teor de C 3A
do clínquer seja igual ou inferior a 8% e cujo teor de adições carbonáticas seja igual ou inferior a 5% da massa total de
aglomerante; CP III cujo teor de escória granulada de alto-forno esteja entre 60% a 70%; CP IV cujo teor de materiais
pozolânicos esteja entre 25% a 40%.
 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação CP BC: Cimentos Portland dos tipos CP I, CP II, CP III, CP IV E CP V ARI que
atenda à condição de baixa liberação de calor durante a sua hidratação. Valores máximos de calor de hidratação: 260 J/g (3
dias) e 300 J/g (7 dias).
 Cimento Portland Branco CPB: Adição de teores limitados de óxidos corantes que garantem a brancura exigida. Classes de
resistência: 25, 32 e 40 MPa (28 dias).

Cimentos especiais
 Cimento classe G: Para cimentação de poços de petróleo. Compostos apenas por clínquer e gesso (puro), com pequena
quantidade de C3A.
 Cimento aluminoso: Alta resistência à altas temperaturas devido à presença de Al2O3 (alumina). Normalmente produzidos
a partir do calcário e da bauxita.

CONCRETO
 Concreto auto adensável: Concreto fluido que pode ser moldado em formas preenchendo cada espaço vazio através,
exclusivamente, de seu peso próprio, não necessitando de qualquer tecnologia de adensamento ou vibração externa.
Propriedades reológicas superiores ao concreto tradicional, decorrente do uso de uma maior razão de pasta de
cimento/agregado e ao uso de aditivos químicos plastificantes e superplastificantes, aditivos minerais e agentes
modificadores de viscosidade. Aplicações: estruturas densamente armadas, concreto submerso e concreto pré-moldado.
 Concreto leve estrutural: Dosado com agregado celular de baixa densidade de forma que a massa específica do concreto
seja 2/3 do convencional. Perde em resistência, chegando a 17 MPa em 28 dias, entretanto com densidade entre 1120 e
1920 kg/m3 (convencional de 2300 a 2500 kg/m3). Vantagens: reduz o peso da estrutura, menor custo com fundações,
isolamento térmico e acústico, menor peso a ser transportado. Desvantagens: baixa resistência a compressão, elevada
absorção de agua pelo agregado. Propriedades: trabalhabilidade, densidade, resistência (a zona de transição interfacial é
mais forte devido ao uso de agregados argilosos), estabilidade dimensional (apresentam maior movimentação de umidade

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em sua microestrutura, resultando em uma maior retração por secagem e fluência), cura interna (agregados porosos agem
como reservatórios de água, ajudando na cura interna).
 Concreto aerado autoclavado: Leve, dúctil, baixa condutividade térmica, resistente ao fogo, durável, isolante acústico.
Normalmente comercializado em forma de blocos para vedação, mas não possui fins estruturais.
 Concreto de alta resistência (CAR): Resistência maior que 55 MPa aos 28 dias. Utilização de agregados com elevado
módulo de elasticidade e baixo coeficiente de expansão térmica, sendo que quanto menor a dimensão do agregado.
Elevado consumo de cimento e utilização e aditivos superplastificantes e pozolanas. O uso de pozolanas permite um
refinamento da estrutura porosa resultando em uma zona de transição interfacial mais resistente. Problemas: retração
química (ocorre devido a redução do volume desde o momento que se inicia a hidratação, pois os produtos gerados neste
processo tem volumes menores que aqueles materiais que deram origem a reação), retração autógena (redução
macroscópica do volume do material cimentício durante o processo de hidratação, apos a pega e sem trocas de umidade
com o meio ambiente, em um corpo de prova mentido a temperatura constante).
 Concreto de alto desempenho (CAD): Possui 3 propriedades: Alta trabalhabilidade, alta resistência e alta durabilidade.
Qualquer concreto com comportamento diferente do concreto convencional, os quais nem sempre podem ser alcançados
com o uso de constituintes convencionais e práticas normais de mistura, lançamento e cura. Aplicações: plataformas
offshore, pontes com longos vãos, tabuleiros de pontes, pavimentos e estacionamentos.
 Concreto com polímeros:
- Concreto polimérico: formado pela mistura de agregados e polímeros. Utilizado para concretagem de emergência em
minas, túneis e pavimentos. Pode atingir resistência à compressão de 140 MPa em alguns minutos.
- Concreto modificado com látex: concreto de cimento Portland convencional formado pela substituição parcial de água
por látex. Possui boa adesão ao concreto antigo e elevada durabilidade. Utilizado como sobre piso em pisos industriais
e reabilitação de tabuleiros de ponte deteriorados.
- Concreto impregnado com polímero: Produzido pela impregnação de um monômero e sua consequente polimerização
em um concreto de cimento Portland. Utilizado para produzir concretos impermeáveis (concreto pré-moldado de alta
resistência e aumentar a durabilidade de tabuleiros de ponte).
 Concreto projetado: Concreto ou argamassa projetados em alta velocidade, com o auxílio de uma bomba pneumática em
uma superfície. A mistura pode ser por via seca (aglomerante a glomerados são misturados e lançados na maquina de
projeção, a introdução da água ocorre no bico de projeção) ou por via úmida (aglomerante, agregado e água são
misturados previamente ao abastecimento na máquina de projeção. As vantagens do método de via seca são: possibilidade
de projeção em longas distâncias, mais resistente e compacto e bom para revestimento primário. As desvantagens são: alto
nível de reflexão, formação de poeira, qualidade depende da mão de obra e o concreto tende a ser mais heterogêneo.
Aplicações do concreto projetado: elementos de cobertura, cascas, canais, rochas artificiais, revestimento de obras
subterrâneas e taludes, reparo e reforço de estruturas, projeção de refratários, paredes e suportes de minas e túneis.
 Concreto pesado: Concreto de massa específica entre 3360 e 3840 kg/m3, obtido com agregado graúdo de alta densidade
(barita, hematita, magnetita). Normalmente empregado como escudo de radiação atômica. Devido a elevada densidade
dos agregados, existe risco de segregação. Deve-se dar preferência a agregados miúdos e graúdos com densidades
semelhantes.
 Concreto permeável: Concreto projetado para conter alta proporção e fração volumétrica de poros grandes. Usado
principalmente em pavimentos, estacionamentos, calçadas e deck de piscinas. Rápida drenagem da água, elevada tração
entre veículo e pavimento, redução do ruído gerado pelo trafego de veículos, redução dos impactos gerados por
alagamentos.
 Concreto massa: Qualquer volume de concreto moldado in situ, com dimensões e magnitude suficientes para exigir que
sejam tomadas medidas para controlar a geração de calor e a variação de volume decorrente, a fim de minimizar a sua
fissuração. A temperatura de lançamento deve ser a mais baixa possível.
 Concreto compactado com rolo: Concreto de consistência seca que, no estado fresco pode ser produzido, transportado,
lançado e compactado com equipamentos empregados em serviços de terraplanagem. Comum em barragens.
 Concreto pré-moldado, concreto fibroso... (aplicações arquitetônicas)

HIDRATAÇÃO DO CIMENTO
Mecanismos de hidratação:
 Mecanismo topo-químico: As reações acontecem diretamente na superfície dos compostos do cimento anidro sem que os
compostos entrem em solução.
 Mecanismo “through solution”: Há a dissolução dos grãos de cimento, e crescimento na concentração iônica na água, que
agora é chamada de solução. Nessa solução, os produtos de hidratação são formados. Em estágios mais avançados os
produtos de hidratação se formam bem próximo a superfície do cimento não hidratado.

Como o Cimento Portland é composto por uma mistura heterogênea, o processo de hidratação consiste em reações simultâneas
acontecendo entre os componentes anidros com água. Entretanto, os componentes não se hidratam na mesma taxa. Os aluminatos

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são conhecidos por se hidratarem mais rapidamente do que os silicatos. As características de perda de consistência e solidificação
da pasta de cimento são determinadas pelas reações de hidratação envolvendo os aluminatos. Já os silicatos, são importantes na
determinação das características de resistência da pasta de cimento.

Hidratação dos silicatos:

2C3S + 7H  C3S2H8 + 3CH ΔH = -500 J/g


2C2S + 7H  C3S2H8 + CH ΔH = -250 J/g

Os dois produzem silicato de cálcio hidratado (C-S-H, semelhante ao mineral tobermorita) e hidróxido de cálcio (CH, semelhante ao
mineral portlandita), entretanto, C2S produz menos CH. A hidratação do C3S é muito mais rápida do que do C2S. Por esse motivo, o
C3S contribui para resistência da pasta de cimento nas idades mais jovens (3-4 horas até 14 dias) e o C2S contribui para resistência
após 7 dias de idade. Além disso, observa-se que há muito calor liberado na reação de C3S, devendo atentar-se para evitar fissuras.

 C-S-H: Ocupa entre 50-60% do volume de sólidos de uma pasta de cimento hidratada. Possui elevada área específica (100-
700m2/g). A resistência é proveniente de forças de atração covalentes/iônicas e força Van der walls. É a principal fase do
cimento hidratado responsável pela resistência da pasta. De acordo com Jennings, existem dois tipos de C-S-H de
composições similares, mas arranjos estruturais diferentes: o C-S-H de baixa densidade (C-S-H BD) e o C-S-H de alta
densidade (C-S-H AD). Estes, por sua vez, podem ser relacionados aos produtos externo e interno, respectivamente.
Apresenta um modo de organização estrutural multiescala formado por aglomerados de partículas ou nanocristais
(nanocristalitas) compostos de um empilhamento de folhas formadas por uma dupla camada central de octaedros de CaO
inserida entre duas camadas de tetraedros de SiO 4. Assim, o C-S-H é um composto nanoporoso com altíssima área
superficial. Essa característica proporciona uma grande afinidade do C-S-H com a água, que interage de maneira
diferenciada com as superfícies do C-S-H em função de seu grau de confinamento na estrutura: nos nanoporos, adsorvida
nos nanocristais (nanocristalitas) e intercalada no espaço interfolha.

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 C-H: Hidróxido de cálcio ou Ca(OH)2. Estequiometria definida. Morfologia variável: de prismas hexagonais até cristais
alongados. Ocupa entre 20 e 25% da pasta de cimento hidratada. Possui menor superfície específica em relação ao C-S-H,
não contribui muito para a resistência, mentem a solução porosa alcalina (pH entre 12,4 e 13,5).

Obs: Nanoindentação: A técnica de nanoindentação tem-se mostrado uma ferramenta eficiente na avaliação das propriedades
nanomecânicas do C-S-H. Vários autores têm empregado essa técnica com o objetivo de medir módulo de elasticidade e dureza
superficial das principais fases de pastas de cimento hidratado. O comportamento nanoestrutural pode explicar o comportamento
macroestrutural do concreto, por isso a importância de se dominar as propriedades nanomecânicas da pasta de cimento.

Hidratação dos aluminatos:

C3A + 3CŠH2 + 26H  C6AŠ3H32 ΔH = -1350 J/g


C6AŠ3H32 + 2C3A + 4H  3C4AŠH12

A reação do C3A com a água acontece de maneira muito rápida, liberando uma grande quantidade de calor. Por essa razão, o gesso
(CŠH2) é adicionado ao cimento, com fim de controlar a rápida hidratação. A hidratação produz C6AŠ3H32 (semelhante ao mineral
ettringita – Aft). Esse produto da hidratação pode, ainda, reagir com C 3A que não reagiu com o gesso, formando um gel (C4AŠH12 -
Afm). Esse material se transforma posteriormente em C2AH8 e C4AH19.

Hidratação do C4AF:
Produtos semelhantes aos formados pelo C 3A. A reatividade depende da razão Al/Fe. Quando o gesso não está presente, existe a
formação da fase Afm. Em misturas com gesso e CaO, ou gesso sozinho, a fase Aft é o produto principal da reação.

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Reação pozolânica:

C3S + H  C-S-H + CH (hidratação do cimento Portland)


CH + S + H  C-S-H (reação pozolânica)

O hidróxido de cálcio, CH, necessário à reação pozolânica, é gerado juntamente com o silicato de cálcio hidratado, C-S-H, através das
reações de hidratação do silicato tricálcico (C3S), e silicato dicálcico (C2S), presentes no cimento Portland. Em função da adição de
uma material pozolânico, o CH resultante da hidratação é rapidamente consumido e a razão entre Ca/Si do C-S-H cai, que faz
diminuir a quantidade de íons disponíveis na hidratação.

Cimento aluminoso:
Elevada resistência inicial, endurece até em temperaturas baixas. Durabilidade superior ao ataque por sulfatos. O principal
composto é o aluminato monocálcico (CA). Possui de 40 a 80% de alumina (Al 2O3). O hidróxido de cálcio não é um dos produtos de
hidratação.

Como consequência da conversão do CAH10 em C3AH6, o volume de sólidos da pasta endurecida do cimento aluminoso diminui,
resultando em um aumento da porosidade e diminuição da resistência.

RETRAÇÃO
A retração é o processo de redução de volume que ocorre na massa de concreto, ocasionada principalmente pela saída de água por
exsudação (retração plástica e por secagem ou hidráulica). Entretanto, existem outros fenômenos no concreto que também
provocam outros tipos de retração:
 Retração plástica: Ocorre pela perda de água do concreto por exsudação, em seu estado fresco. Este processo é acelerado
pela exposição de sua superfície às intempéries como vento, baixa umidade relativa do ar e aumento da temperatura
ambiente.
 Retração por secagem ou hidráulica: Ocorre da mesma maneira que a retração plástica, porém com o concreto já no
estado endurecido.
 Retração química: Ocorre devido à redução de volume desde o momento que se inicia a hidratação, pois os produtos
gerados neste processo têm volumes menores que àqueles materiais que deram origem à reação (cimento e água).
 Retração autógena: A água utilizada na reação de hidratação sai dos poros capilares do concreto e, assim, reduz seu
volume.
 Retração térmica: É a retração provocada pelo calor liberado na reação de hidratação. Esta reação é exotérmica e o calor
liberado expande o concreto em um primeiro momento. Ao se resfriar ocorre uma redução de volume denominada
retração térmica.
As trincas ocorrem devido à alta taxa de evaporação na superfície do concreto e ao desenvolvimento de pressões capilares.

PEGA
Termo usado em referência ao enrijecimento da pasta de cimento. Em laboratório, com o uso do Aparelho de Vicat, mede-se a
resistência a penetração de uma agulha na pasta de cimento. A pasta de cimento deve ter consistência normal. Uma sonda com
diâmetro de 10mm solta a partir da superfície da pasta deve descer até uma profundidade distante de 6mm do fundo do molde.

 Fatores que influenciam a pega:


- Composição química: cimentos ricos em C3S e C3A dão pega mais rapidamente;
- Finura: finura elevada acelera a pega;
- Temperatura: temperatura elevada acelera a pega.

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 Tempo de início de pega: momento em que a pasta de cimento estiver suficientemente enrijecida para que a agulha
(1,13mm de diâmetro sob a ação de um peso de 300g) não penetre mais do que uma distância de 4 ± 1mm do fundo do
molde.
 Tempo de fim de pega: quando uma agulha (montada com um acessório metálico oco de forma a deixar um corte circular
com 5mm de diâmetro) baixada suavemente sobre a superfície da pasta, penetre até uma profundidade de 0,5mm.
 Falsa pega: denominação dada ao enrijecimento prematuro anormal do cimento. Causas: Desidratação do gesso quando
moído conjuntamente com um clínquer muito quente; Carbonatação dos álcalis do cimento os quais podem reagir com
Ca(OH)2 liberado pela hidrólise do C3S formando CaCO3.
 Outras formas de determinação: resistência elétrica e ultra som.

ESTADOS DO CONCRETO
O concreto é um material constituído de diversos componentes, tendo geralmente características morfológicas, mecânicas e físico-
químicas muito diferentes: água, ar, cimento, agregados (graúdo e miúdo), aditivos minerais e químicos. É certo que cada um desses
elementos representa um papel diferente no comportamento do concreto fresco, ao curso da pega e do endurecimento do
concreto. Entretanto, o estudo do concreto, tanto no estado plástico, como no esta endurecido, necessita que o concreto seja
considerado como um material composto por duas fases? Uma fase ligante constituída pela pasta de cimento (água, cimento, ar,
aditivos minerais e químicos) e uma fase granular constituída pelo conjunto dos agregados.
No estado fresco, pode-se considerar o concreto como uma suspensão de grãos de tamanhos diversos (fase granular) num liquido
visco-plástico (fase ligante), se bem que na escala macroscópica esse liquido visco-plástico, que chamamos de pasta de cimento
constitui, ele mesmo, uma suspensão de grãos de tamanhos diversos, na agua. No estado endurecido, estas duas fases apresentam,
quase sempre, características muito diferentes, o que justifica assim, a modelagem do concreto em duas fases. A passagem do
concreto do estado fresco ao estado de maturidade completa, é um fenômeno principalmente lento, durante o qual um número
importante de fenômenos se produzem, tanto durante sua fase plástica, quanto durante o endurecimento. Todo o processo de
endurecimento do cimento pode ser divididos em três grandes períodos: a ante-pega, a pega e o após-pega.

GRAU DE HIDRATAÇÃO

MICROMECÂNICA
Do ponto de vista de uma escala micrométrica, a pasta de cimento endurecida pode ser assimilada a um meio poroso composto de
hidratos e poros. Os hidratos que correspondem à microestrutura sólida, podem ser representados, dependendo do modelo
micromecânico utilizado à barras ou a placas ou ainda a algum modelo intermediário.

Segundo o modelo, os elementos da figura se repetem ao longo do sólido formando um meio poroso composto por um esqueleto

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sólido (hidratos) e vazios (porosidade). É importante que seja bem definida a escala ao nível da qual está sendo referenciada a
porosidade. No presente caso, a porosidade está sendo referenciada ao espaço vazio entre os hidratos, mas os hidratos são
considerados corpos sólidos sem porosidade. Tal consideração só é válida em uma escala de observação para a qual a porosidade
dos hidratos não é considerada.

Dentro do quadro do presente modelo, a resistência à compressão do corpo sólido é assimilada à resistência à flambagem destes
elementos microestruturais. Assim sendo consideramos primeiro o caso de estruturas de barras. Seja b a dimensão de célula
elementar, e eb a dimensão transversal das partes sólidas, consideradas, por simplicidade, como sendo de seção transversal
quadrada. A fração volumétrica φ e a porosidade Π podem ser calculadas como (1):

(1)

Se uma tensão (macroscópica) de compressão, σ, paralela a um dos lados do cubo fundamental é aplicada na estrutura, a tensão
(microscópica) σs nas barras (hidratos) com esta direção pode ser calculada como (2):

(2)
Assumindo que o mecanismo de ruptura é a flambagem da barra, e sabendo-se que a tensão de ruptura é atingida quando a força
igualada a carga crítica de Euler, pode-se escrever (3):

(3)
Carga crítica de Euler:

Onde Es é o módulo de elasticidade intrínseco da fase sólida, ou seja, dos hidratos. Os hidratos de C-A-H produtos da reação do
cimento aluminoso, são considerados como tendo a mesma rigidez, indepedentemente dos parâmetros que definem a composição
da pasta como fator água-cimento e também da idade ou grau de hidratação do material. Desta forma a rigidez em nível
microscópico é invariante e variações na resistência macroscópica seriam devidas unicamente à existência de uma quantidade
maior ou menor número de quantidade de hidratos formados.

Substituindo-se (1) em (3):

(4)
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Onde fcp é a resistência à compressão da pasta endurecida. Se a mesma dedução fosse feita para placas ao invés de barras, a
fórmula seria expressa da seguinte forma:

(5)

As expressões podem ser colocadas de uma forma geral como:

(6)

O expoente (2) corresponde a fórmula clássica de Feret (1982) e o expoente (3) corresponde a fórmula também classica de Powers
e Brownyard (1946-47) para Cimento Portland. Resultados experimentais recentes (de Larrard, 1999) indicam um valor
intermediário de β = 2,85. As fórmulas (4) a (6) indicam que a resistência macroscópica aumenta com o aumento do módulo de
elasticidade dos hidratos e diminui com a porosidade.
No caso de um processo de sinterização ocorre uma diminuição da porosidade nanométrica dos hidratos, o que, na escala
microscópica do modelo anterior apresentado vai traduzir-se por uma diminuição da aresta ab da seção reta da barra ou da placa
que representa o hidrato e por conseguinte por um aumento da porosidade expressa pela formula (1).
Entretanto, a diminuição da porosidade nanométrica dos hidratos vai também traduzir-se por um aumento da rigidez dos hidratos,
expressa pelo módulo de elasticidade E. Assim sendo, com o processo de sinterização, a resistência macroscópica fcp poderá crescer
mesmo com uma diminuição da porosidade , desde que o aumento do modulo de elasticidade do hidrato compense a redução de
resistência introduzida pelo aumento da porosidade.

ESTRUTURA DA PASTA DE CIMENTO


O comportamento mecânico do material “pasta de cimento” é governado pelo arranjo de seus diferentes constituintes.
Descreveremos mais em detalhe cada uma das “fases” da pasta de cimento, a saber:
1) A fase sólida, estrutura nanocristalina (“gel”) de hidratos, essencialmente constituída de C-S-H.
2) Os espaços de vazios (porosidade total incluindo a porosidade dos CSH).
3) A água.

1) C-S-H
As partículas de C-S-H formam uma estrutura nanocristalina amorfa. Uma visualização ao microscópio mostra que sua estrutura
parece constituída de folhas muito finas (duas a três folhas, com espessura média de 30 Angstrons e espaçadas (espaçamento
interfoliar) de 17 Angstrons (lembramos que a dimensão diametral da molécula da água é de 2.6 Angstrons).
Diversos modelos da unidade microestrutural de C-S-H podem ser citados, que visam reproduzir e explicar as evoluções (em
particular as interações entre água e microestrutura) e correlacioná-las com as manifestações mecânicas macroscópicas do
material, notadamente sob carga. O modelo considerado, hoje em dia, como sendo aquele capaz de justificar a maior parte dos
componentes mecânicos do material, em particular no que diz respeito à retração, a fluência e os fenômenos de sorção é o modelo
de Feldman e Sereda.

2) Porosidade
Podemos encontrar, na pasta de cimento, três escalas principais de porosidade:
 A porosidade interna dos hidratos(na escala nanométrica) 

 A porosidade capilar (na escala micrométrica) 

 As bolhas de ar – propositais ou não (na escala milimétrica) 


Os poros dos hidratos são espaços interfoliares que podem ser qualificados de nanoporos. Seu raio característico
(aproximadamente17Angstrom) é independente da formulação da pasta de cimento (da relação a/c particularmente), assim como
do avanço da hidratação. Eles constituem uma porosidade intrínseca dos C-S-H, representando, no mínimo, 26 a 28% em volume

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para uma pasta ordinária. Eles são considerados como estando permanentemente saturados durante a hidratação (por água, que é
forçosamente adsorvida nestes poros de muito pequenas dimensões e que não é então mais disponível para a hidratação).
À medida que a hidratação avança, a quantidade de espécies anidras e a porosidade capilar diminuem (e a porosidade total), ao
mesmo tempo em que a fração de volume de hidratos e a porosidade dos hidratos aumentam.
Os poros capilares são espaços inter-granulares inicialmente ocupados pela água de mistura e que não foram enchidos pelos
hidratos; os poros capilares são os mais grosseiros. Dentre eles distinguem-se às vezes os mesoporos (que vão de 26 a 500) e os
macroporos (de tamanho superiora 500).
Em virtude do enchimento progressivo dos capilares pelos produtos da hidratação, a rede capilar, inicialmente conectada, se torna
descontínua, exceto para os materiais com elevada relação água/cimento (superior a 0.6).

3) Água
 Água quimicamente ligada – Esta água é combinada aos hidratos, dos quais ela faz parte integrante sob forma de água de
solvatação ou de cristalização. Ela não é mais considerada como fazendo parte da fase líquida do material.
 Água adsorvida - é constituída pelas primeiras camadas de moléculas de água submetidas ao campo das forças elétricas
superficiais das partículas de C-S-H. Dependendo de se a energia destas forças de ligação é forte ou fraca (daí originando o
caráter de ligação como provisório ou principalmente permanente) se fala de água fisi ou quimissorvida. A fisissorção diz
respeito às ligações por forças intermoleculares de atração(tipicamente as forças de Waals), correspondendo a energias
relativamente fracas, da ordem de uma dezena de kJ/mol. A quimissorção diz respeito a uma transferência de elétrons,
num processo que concerne uma energia de algumas centenas de kJ/mol.
 A água fisissorvida intervém na molhagem (umedecimento) dos grãos de cimento e forma, por simples condensação, um
filme relativamente uniforme sobre toda a superfície do sólido que ela ocupa; a estrutura eletrônica da molécula da água
varia apenas muito pouco neste processo.
 A água quimissorvida, por seu lado, é adsorvida em lugares privilegiados, pelo estabelecimento de uma ligação química real
com as moléculas de adsorvente, as quais ela favoriza a estabilização das folhas. Como esta ligação implica numa
transferência de elétrons, a reatividade da água adsorvida é fortemente modificada.

Sierra, adotando o modelo microestrutural de Feldman e Sereda, já descrito acima, distingue os seguintes casos, por ordem
decrescente de energia de ligação com o sólido:

 Água hidroxílica – os grupamentos hidroxilas OH ligados aos átomos Si ou Ca sobre as faces interna e externa das folhas,
estabelecem ligações hidrogênio com as moléculas de água na vizinhança das folhas.
 Água interfoliar – ela intervém na coesão intrínseca da lâmina e é fixada Entre as folhas por pontes de hidrogênio ou
grupamentos hidroxilas.
 Água adsorvida interlaminar - submetida ao campo de forças criado Pelas lâminas ela é estruturada e fixada sobre uma
hidroxila isolada ou Ligada a outras moléculas de água.
 Água livre – Esta água escapa às forças superficiais das partículas sólidas. Em excesso relativamente à água necessária à
hidratação, ela ocupa os poros capilares, em particular os macroporos. Ela é a primeira a migrar quando da Exsudação e,
sobretudo, da secagem, quando as trocas higrométricas são permitidas com o meio ambiente.

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