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TERRAPLANAGEM

Este curso tem por objetivo fornecer ao aluno os elementos básicos de


terraplanagem, de forma a lhes permitir organizar e executar tais serviços
segundo um critério lógico, procurando ampliar sua visão técnica para futuros
aperfeiçoamentos, que terão a obrigação, como engenheiros, de criar.

Não tenho a pretensão de ensinar: limito-me a indicar aos futuros


engenheiros a direção em que devem concentrar sua atenção. Livros
melhores que este trabalho são citados sempre que deles extraio algum
conceito, tabela ou mesmo parágrafos inteiros. Não há intenção de plágio: a
intenção é fornecer ao aluno o resumo das aulas de um curso com a duração
de trinta horas, e a indicação da bibliografia a ser consultada.

Agradecerei suas sugestões, críticas e correções a erros cometidos enviadas


para gil.almeida@ufjf.edu.br

Sumário dos tópicos de Terraplanagem


T01- Introdução

T02- Seleção dos equipamentos de transporte

T03 - Serviços preliminares: Instalação do canteiro, topografia, desmatamento

T04 - Utilização dos equipamentos - tratores e scrapers

T05 - Utilização dos equipamentos de carga

T06 - Preparando para a compactação: espalhamento, homogeneização, secagem e


umidificação

T07 - Execução e estabilidade de aterros

T08 - Compactação: equipamentos e execução

T09- Especificações e controle de compactação


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CAPÍTULO 1 -

CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

Desde o orçamento até a aprovação final de uma obra ou trecho de obra, o


empreiteiro deve concentrar sua atenção em certos fatores que causam
lucros ou prejuízos, sob um ponto de vista técnico. Eis alguns dos pontos
onde se deve concentrar a atenção:

 Fatores de conversão de volumes: nas medições de terraplanagem, os


volumes são considerados, geralmente, no corte ou no aterro. Só
raramente são medidos nos veículos de transporte. Para uma mesma
massa de material, os volumes variam inversamente com as
densidades. Tomando como referência o estado natural, no corte,
durante o transporte o material tem uma densidade aparente menor, e
volume maior, fenômeno denominado EMPOLAMENTO. Ao ser
compactado, tem diminuído seu índice de vazios, apresentando
densidade aparente maior, e o volume reduz-se.
 Fator de eficiência das máquinas: já estudado anteriormente, em
Construção de Estradas I, tem como parâmetros: qualidade, atenção e
condições do operador, paradas por motivos diversos (inclusive
recepção de ordens), uso correto de marchas e velocidades, estado da
máquina, etc.
 Tempo de ciclo: Seu estudo é dividido em "tempos fixos" e "tempos
variáveis". Fixos são os tempos gastos em carregar, manobrar (ou
fazer volta) , acelerar e reduzir. Variáveis são os tempos de transportar
e voltar vazio, variando com a distância de transporte e velocidade de
locomoção.
 Custos: Existem dois tipos de engenheiros, segundo Ciro Nogueira: os
que entendem de juros compostos, e os que não entendem de juros
compostos. Os primeiros conhecem o custo por m 3 , horário e mensal
de cada serviço ou equipamento (trabalhando e parado), os juros que
paga ou pagaria por máquina e instalações (custos de capital), o preço
final da mão de obra (por hora, semana ou mês, encargos sociais,
etc.), custos de manutenção e combustíveis, custos eventuais, etc. Os
outros...
 Segurança e Meio ambiente: não é admissível que o engenheiro,
apenas em função do lucro, olvide ser humano. A preocupação com a
segurança no trabalho, e com a segurança da obra, durante a
execução e após seu término, é obrigatória. O engenheiro é
responsável pela vida e pela integridade de quem está em sua área de
trabalho. Também a agressão ao meio ambiente, tem que ser
diminuída ao máximo, por ser questão de sobrevivência da própria
espécie humana.

Seqüência: a construção de uma estrada começa pelo planejamento.


Seguem-se a programação, o projeto, a implantação (terraplanagem,
construção da infra-estrutura), e seguindo-se a ela a pavimentação
(construção da superestrutura) . A seguir, começa a operação, com a
conseqüente conservação. Trataremos aqui da implantação da estrada.
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TERRAPLANAGEM OU TERRAPLENAGEM ?

No português de Portugal existe apenas o termo terraplanagem. Realmente,


terraplenar significa "encher com terra", mas no Brasil as duas expressões
são utilizadas com o mesmo significado: È a arte de mudar intencionalmente
a configuração de um terreno. É um serviço complexo e especializado, e de
execução agradável. Dentre os que a exercem, alguns prosperam
extraordinariamente, enquanto outros tem prejuízos. Embora não haja um
fator único que estabeleça tal diferença, o conhecimento e a aplicação dos
princípios básicos de terraplanagem é de importância capital .

Em terraplanagem, o ponto primordial não é a natureza do material, mas


suas propriedades físicas. O que interessa ao empreiteiro é saber o modo
mais fácil e econômico de escavar, mover, carregar, transportar e dispor o
material. Ao fiscal, que a qualidade final do serviço atenda as especificações
de projeto.

Há registros históricos e pré-históricos desta atividade mas preferimos tomar


como ponto inicial da terraplanagem moderna a invenção do trator de
esteiras, em 1904 . Não nos deteremos muito nas máquinas ou em sua
evolução, que o aluno já conhece desde que cursou a disciplina Construção
de Estradas I .

Recordação : Seções típicas, no que se refere à plataforma projetada:

CORTE :

ATERRO :
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SEÇÃO MISTA : plataforma parte abaixo, parte acima do terreno natural.

No sentido longitudinal da estrada, o diagrama de Bruckner, estudado na


disciplina "Estradas", ajuda a otimizar a distribuição entre cortes e aterros .

Exercícios de Fixação:

Os exercícios do tipo (A) são uma preparação para outros maiores. São de
pequena dificuldade em relação aos assinalados por (B), que visam preparar
aqueles que efetivamente irão trabalhar na construção de estradas.

A1) Calcule a faixa de ocupação, detalhando Xe e Xd, em função de 2L, da


cota vermelha H,  c,  a, e da inclinação média ( i ) do terreno, nos três
casos típicos. Encontre também fórmulas para determinar a cota dos off-sets
em relação à da plataforma. Lembre-se que - na seção mista - pode haver
corte ou aterro no eixo...

B1) Transforme a resolução do problema (A1) em um programa de


computador ou uma planilha de cálculo que além do que foi pedido, avalie as
áreas de corte e de aterro. Esses valores serão utilizados no cálculo dos
volumes de corte e de aterro (cubagem).

O resultado dos dois exercícios encontra-se mais adiante, em outro capítulo...

Referencias bibliográficas:
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Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de Escavação, Pini


Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

?? - Princípios Básicos de Terraplanagem – Caterpillar Brasil

Pacheco, Luiz Cesar Duarte - Apostila de Construção de Estradas I


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CAPÍTULO 2

SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE EM


TERRAPLANAGEM : FATORES QUE INFLUEM

Fatores naturais:

topografia ( mais ou menos acidentada ) ; altitude ; natureza dos solos,


presença de lençol freático, regime de chuvas .

Fatores do projeto:

volume a ser movido, distâncias de transporte, rampas, dimensões das


plataformas .

Fatores econômicos :

custo unitário ( por m3 movimentado ).

Princípios básicos do critério econômico :

redução ao máximo, do capital empatado; equilíbrio de trabalho para


rendimento máximo por unidade mecanizada ; o custo unitário deve ser
sempre menor que o custo da maquina ou de algum método de trabalho
alternativo

FATORES NATURAIS

Natureza do solo :

Granulometria , resistência ao rolamento , capacidade de suporte à ação de


cargas , umidade natural , aderência...
Exemplos: baixa capacidade de suporte ou alta resistência ao rolamento
pode descartar possibilidade de usar equipamento de pneus , como pá
carregadeira sobre pneus, em geral mais econômica, ser substituída por
shovel, retro-escavadeira ou draga, de custo horário maior. Motivos: excesso
de umidade , solo argiloso com matéria orgânica , turfas, interferência de
lençol freático.

A resistência ao rolamento não afeta equipamentos de esteiras.

Topografia :

Terrenos acidentados implicam rampas mais fortes. (Declives e aclives


maiores). Então surge necessidade de maior potência e problemas de
aderência nos aclives, bem como problemas de segurança nos declives.

Regime de chuvas : Exemplos citados por Ricardo e Catalani, relativos ao


estado de S. Paulo:
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Precipitações até 5 mm, em 10 dias por mês acarretam 50 % paralisação.

No inverno (estação de seca ) - média de 15 % paralisação .

Na estação chuvosa : em regiões com mais de 3 000 mm/ano é


desaconselhável o uso de equipamento com pneus (exemplo: Serra do Mar).

FATORES DE PROJETO

Volume a ser movido, peso, empolamento, compactabilidade

O volume geralmente é contratado medido no corte, em obras rodoviárias. Ao


ser escavado, ocorre o empolamento (aumento de volume), e o novo volume
é que será transportado. Quando compactado em um aterro, o volume reduz-
se novamente, tendo seu peso específico aparente aumentado. Ao
dimensionar aterros, é necessário conhecer a % de redução volumétrica.
Verificar também a capacidade de carga (em peso) do equipamento de
transporte . Conforme a densidade do material transportado, não se deve
coroar a carga (carregamento máximo) de caminhões ou scrapers (por
exemplo), para não reduzir sua vida útil.

CARACTERÍSTICAS APROXIMADAS DE ALGUNS MATERIAIS:

Fator de
Kg/m3 Empolamento Kg/m3
MATERIAL (CORTE) conversão (SOLTO)
(multiplicar)
(peso)
Argila 1720 1,4 0,72 1140
Argila c/ pedregulho, 1780 1,4 0,72 1300
seca
Argila c/ pedregulho, 2200 1,4 9,72 1580
molhada
Carvão – antracítico 1450 1,35 0,74 1070
Carvão – betuminoso 1280 1,35 0,74 950
Terra comum, seca 1550 1,25 0,8 1250
Terra comum, 2000 1,25 0.8 1600
molhada
Pedregulho(1-5 cm), 2000 1,12 0,89 1780
molhado
Pedregulho(1-5 cm), 1840 1,12 0,89 1640
seco
Hematita 3180 1,18 0,85 2700
Magnetita 3280 1,18 0,85 2780
Calcáreo 2620 1,67 0,6 1570
Areia seca, solta 1780 1,12 0,89 1580
Areia molhada, 2100 1,12 0,89 1870
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compacta
Arenito 2410 1,54 0,65 1570
Escória de fundição 1600 1,23 0,81 1300

Peso, empolamento e fc variam com tamanho das partículas, componentes,


conteúdo de umidade, grau de compacidade, etc. Testar.

SE GRANDE VOLUME :

Mais e melhores máquinas - grande investimento inicial, grande lucro bruto.

Necessário maior planejamento, controles mais rígidos.

SE PEQUENO VOLUME:

Máquinas menores em menor número, menor investimento inicial, menor


faturamento.

Em certas obras, como na construção de barragens, o volume pode ser


medido e pago por material compactado. Para pequenos volumes, uma
primeira aproximação é feita considerando-se 25 % de redução em relação
ao volume de corte . Para um bom orçamento, há que testar, fazendo (por
exemplo) aterro experimental.

Custos envolvidos :

Preço dás máquinas, transporte para a obra, instalação da obra, alojamentos


(e afins), mão de obra ( direta e indireta ) ; segurança, instalações de pronto
socorro, CIPA (controle interno de prevenção de acidentes) , lazer, transporte
de pessoal, manutenção, controles da produção e qualidade, serviços sociais
, posto de abastecimento com lavagem e lubrificação, etc.

Distância de transporte : dt

tempos e custos de carga , descarga , manobras ( pequenos , quase fixos ,


quando comparados aos de transporte em distâncias médias e longas ) .

CUSTO DE UM SERVIÇO :

C = Ch / Qh

Onde :Ch é o custo global e  Q h a produção global da equipe.

A produção de cada máquina é inversamente proporcional ao tempo de ciclo


:

Q=f(1/tc)
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Se dt cresce  tempo de ciclo cresce  Qh diminui  C cresce

Critério de custo em função da distância de transporte : ( primeira


aproximação, mas não o único critério)

DISTÃNCIA (m)
+ de
0 50 100 200 300 400 750 900
EQUIPAMENTO 900
Trator de esteiras

Scraper rebocado por trator de esteiras

Motoscraper convencional de 1 eixo

Motoscraper grande (twin)

Unidades de transporte + unidades de carga

O critério de CUSTOS pela distancia de transporte é o primeiro a ser


considerado, mas não é determinante: outros fatores devem ser analisados.
Alguns fatores técnicos (rampa, afundamento, material transportado, etc.)
PROÍBEM o uso de alguns dos equipamentos.

A estimativa da produção provável para o cumprimento de prazos, análise da


topografia do conjunto da obra , necessidade de serviços* paralelos ,
manutenção, são alguns dos muitos outros parâmetros a serem analisados
na escolha quantitativa da equipe .

O estudo e o controle do tempo de ciclo, que deverá ser o mínimo possível, é


uma, se não a maior, diferença entre o empreiteiro que tem lucros para o que
tem prejuízos ... Os principais instrumentos para isso são: cronômetro, papel,
lápis e bom senso. Voltaremos ao assunto mais adiante.

SELEÇÃO DAS UNIDADES DE TRANSPORTE:

PRINCIPAIS TIPOS DE UNIDADES DE TRANSPORTE :

CM - caminhões ( caçamba comuns ou fora-de-estrada )

VG F - vagões com descarga pelo fundo (botton-dump)

VGL - vagões com descarga lateral

VG T - vagões com descarga traseira (rear-dump) e

UNIDADES ESCAVOTRANSPORTADORAS ( SCRAPERS )

CONV 1 scraper convencional

CONV 2 scraper convencional c / rebocador de 2 eixos

EL scraper com esteira elevatória


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PP push-pull

MT-TR motor traseiro , tração em todas as rodas

SR scraper rebocado por trator de esteiras

Conforme a natureza do material transportado:

Todos os equipamentos mencionados podem transportar argila, areia,


pedregulho miúdo e graúdo. Mas os scrapers EL, PP e os vagões VGF não
são indicados para o uso com rocha escarificada ou dinamitada. (desgaste).
Analise e discuta os problemas de carga e descarga de um scraper
transportando rocha dinamitada.

Seleçao conforme o afundamento dos pneus e a resistência ao


rolamento:

Causas de resistência ao rolamento: atrito interno, atrito roda x piso,

afundamento causa subida permanente.

Para afundamento de pneus na pista de trabalho até 10 cm, ou resistência ao


rolamento até 85 kg/ tonelada, qualquer dos equipamentos pode ser usado.

Se o afundamento for maior que 25 cm, ou a resistência a rolamento maior


que 183 kg/ t , apenas o SR apresenta rendimento. Até esse último limite,
recomenda-se PP e MT-TR. Afundamentos entre 10 e 15 cm ou resistências
ao rolamento de 85 a 117 kg/t indicam o uso de scrapers convencionais (1 e
2). Caminhões e vagões não devem ser usados quando se observa
afundamentos superiores a 10 cm. Ver gráfico seguinte.
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RESISTÊNCIAS MÉDIAS AO ROLAMENTO, EM QUILOS POR TONELADA


(EQUIP. DE PNEUS)
Estrada dura e compactada, que não cede sob peso
( concreto ou macadame betuminoso)............................................20
Estrada firme que cede levemnte sob peso
(pavimento com macadame comum) .............................................30
Estrada de terra, estabilizada, que cede sob peso
(penetração aproximada dos pneus, 2 a 3 cm) ................................50
Estrada de terra não estabilizada
(penetração dos pneus, 10 a 15 cm) .............................................. 75
Estrada de terra, solta, barrenta ou arenosa ................................100 a 200

Fonte: Introdução à Terraplanagem (Caterpillar do Brasil)

Capacidade de vencer rampas:

Caminhões e vagões : até 15 %

CM fora-de-estrada até 25 %

Scrapers de dois eixos com pouco peso nas rodas motrizes : até 10 %

Scrapers de um eixo : até 15 %

Scrapers TR e PP : aproximadamente até 30 %

Scrapers SR ( rebocados por Trator de esteiras) : até 40 %


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RESISTÊNCIA TOTAL AO MOVIMENTO DE UM EQUIPAMENTO

A resistência total pode ser decomposta em:

1. resistência ao rolamento;
2. resistência de rampa;
3. resistência de inércia; (pequena e difícil de dimensionar );
4. resistência do ar – atrito e pressão frontal (desprezível na
terraplanagem ).

A resistência de inércia surge quando o veículo sofre variação na velocidade


(freada ou aceleração) . Para reduzi-lo, o modo mais prático é reduzir as
causas, suavizando o trajeto dos equipamentos (principalmente veículos de
transporte).

Detalhando a resistência de rampa:

R rampa = P cos () : simplificamos o cálculo expressando em


porcentagem e fazendo

R (em Kg) = 10 x P (em toneladas) x ( aclive em porcentagem )


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P. exemplo: se = ang tg( 15/100) , aclive % = 15/100 = 0,15

R = 10 x P x 0,15

A resistência total ao movimento será expressa por

RT = R rolamento + R rampa
(desprezamos os outros fatores, muito pequenos)

É costume calcular separadamente o peso P2 sobre o eixo trator, para


facilitar o cálculo da aderência ( semelhante ao atrito ).

Conhecido o coeficiente de aderência A e o peso P2 do trator, calculamos a


força de aderência Fa = P2 x A.
Se RT > Fa , as rodas tratoras patinam e o veículo não se move.

Ver mais detalhes adiante, em POTÊNCIA.

Facilidade de Escavação com scrapers em terreno natural:

Terrenos muito compactos : use scraper SR ou TR, com pusher.

Menos compactos : convencionais. Os "cavalos"(tratores) de pior


desempenho quando há pouca aderência são os de dois eixos.

Sobre os tratores de rodas puxando scraper:

Como ambos se deslocam sobre rodas, há que considerar o peso do trator e


o do scraper, vazio ou carregado. Calcular resistência ao rolamento,
resistência/assistência de rampa, distribuição do peso , aderência.

A resistência ao rolamento não afeta os tratores de esteiras ...

Resumo:

CONV1- Motoscraper
convencional , rebocador (cavalo)
de 1 eixo:

Para distâncias médias e curtas,


terrenos de compacidade média ou
baixa, rampas < 15 %, terrenos com
bom suporte e pouco afundamento
(baixa resistência ao rolamento.
CONV2 - Motoscraper
convencional , rebocador
(cavalo) de 2 eixos:

Distâncias médias e grandes,


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terreno compacidade média ou


baixa, rampas até 10 %, terrenos
bom suporte e afundamento <
15% (baixa resistência ao
rolamento).
EL - Motoscraper com
elevatório:

Distâncias curtas e médias,


terrenos pouco compactos, solo
solto, rampas pequenas (<10 %) ,
terrenos com bom suporte e
pouco afundamento (baixa RR)
MT-Motoscraper (twin) :

Distâncias médias, terrenos compactos,


rampas < 30 % (médias e fortes), terrenos
de baixa cap. De suporte e alta resistência
ao rolamento.
Scraper rebocado SR por
trator de esteiras:

Distâncias curtas, terrenos


compactos, fortes rampas (> 30
%), terrenos de baixa
capacidade de suporte e alta
resistência ao rolamento.

CONSIDERAÇÕES SOBRE CARGA, TRANSPORTE E ESPALHAMENTO:

Carregamento mais caro: vagões e caminhões (tempo de carga muito maior


que dos scrapers).

Carregamento mais barato: TR e EL quando terreno dispensa uso de pusher,


porem menor velocidade acarreta transporte mais caro. Os EL , invertendo o
sentido da esteira, tem a descarga mais regular, adiantando o espalhamento.

Caminhões e vagões tem transporte com custo menor, porém espalhamento


após descarga mais caro ( é preciso usar trator de lâminas e
motoniveladoras).
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VAGÃO FORA-DE-ESTRADA

COMPARAÇÕES ALTERNATIVAS

Os fatores que mais influem no desempenho de equipamentos


escavotransportadores são: distância de transporte e resistências ao
movimento das máquinas. O gráfico a seguir orienta uma seleção baseada
nesses fatores.

(gráfico baseado em Ricardo e Catalani: Manual Prático de Escavação)

Algumas vezes as máquinas são usadas em condições diferentes das mais


favoráveis segundo esse gráfico. Fatores teoricamente menos importantes
podem predominar em condições especiais, conforme análise de produção e
custo, não disponibilidade momentânea de um recurso, trabalhos de curta
duração, etc.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de Escavação, Pini


Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

?? - Princípios Básicos de Terraplanagem – Caterpillar Brasil

Pacheco, Luiz Cesar Duarte - Apostila de Construção de Estradas I


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CAPÍTULO 3

Veja a continuação do assunto em POTÊNCIA

POTÊNCIA: NECESSÁRIA, DISPONÍVEL e USÁVEL:


Potência é energia em ação, trabalho realizado por uma força em um
determinado temo. DISPONÍVEL é a da máquina. USÁVEL é a limitada pelas
condições de trabalho.

A POTÊNCIA NECESSÁRIA é determinada pela resistência ao


rolamento(devida à fricção interna, flexibilidade, desenho e pressão dos
pneus, penetração na superfície do solo) e de rampa. A potência disponível é
informada pelos fabricantes, pela força na barra de tração (tratores de
esteiras) ou pelo esforço trator nas rodas motrizes(trator de rodas) e varia
com a marcha e a velocidade. Mas tal informação é válida para condições
ideais.

A POTÊNCIA USÁVEL é um valor menor, limitado pela ADERÊNCIA das


esteiras ou pneus com o solo, e pela ALTITUDE, que reduz a potência dos
motores de aspiração natural.

ADERÊNCIA( ~ atrito) é função do peso atuante no conjunto propulsor, e de


um coeficiente de aderência ( ~ coeficiente de atrito) devido ao tipo de
terreno. Tomando como exemplo o conjunto trator + scraper :

Trator de esteira rebocando scraper de dois eixos: considerar o peso total do


trator.

Trator de pneus, dois eixos, rebocando scraper de um eixo: considerar 40%


do peso do conjunto trator + scraper , tanto carregado quanto descarregado.

Trator de pneus, um eixo, rebocando scraper de um eixo: considerar 60 % do


conjunto trator + scraper, nas duas condições de carga.

COEFICIENTES DE ADERÊNCIA PARA TRATORES

MATERIAIS PNEUS ESTEIRAS


Concreto 0,90 0,45
Terreno argiloso seco 0,55 0,90
Terreno argiloso molhado 0,45 0,70
Argila(estrada mal conservada) 0,40 0,70
Areia solta seca 0,20 0,30
Areia solta úmida 0,40 0,50
Material de praça de pedreira 0,65 0,55
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Estrada encascalhada (não compactada) 0,35 0,50


Terra firme 0,55 0,90
Terra solta 0,45 0,60

EFEITOS DA ALTITUDE :

ALTITUDE 0 750 1500 2250 3000 3750

(metros) a a a a a a

750 1500 2250 3000 3750 4500


TIPO DE EQUIPAMENTO (CAT) EFICIÊNCIA EM %
769 100 100 92 85 79 73
666, 657 100 100 95 87 81 75
660, 651, 650, 641 100 100 93 86 79 73
631, 630 100 100 98 90 84 76
619 PS 100 92 85 78 72 66
D9G 100 100 100 100 93 86
D8H P.S. 100 100 100 97 90 83
D8H D.D. 100 100 100 92 85 79
D7E D.D. & P.S. 100 100 94 86 80 74
Para motores de aspiração natural, deve-se deduzir 1% da potência especificada
para cada 100 m a partir de 1000 m de altitude. Esta tabela é incompleta,
tratando-se apenas de um exemplo. Cada fabricante fornece seus próprios
manuais de utilização

Os índices de eficiência em função da altitude devem corrigir a Eficiência


previamente calculada, como já estudado. Lembre-se que a força tratora
NECESSÁRIA continua a mesma em qualquer altitude. É a força tratora
DISPONÍVEL que diminui com o aumento da altitude.

Em resumo:

Potência necessária = resistência ao rolamento + resistência de rampa

Potência disponível : consultar manual da máquina combinando força


tratora e velocidade. Então combinar potência necessária com disponível,
para escolher a marcha mais alta possível. Potência usável: função da
aderência do terreno. . Se altitude elevada, fazer quadro de perda de
potência, corrigindo a marcha a ser usada.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de Escavação, Pini


Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

?? - Princípios Básicos de Terraplanagem – Caterpillar Brasil

Pacheco, Luiz Cesar Duarte - Apostila de Construção de Estradas I


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CAPÍTULO 4

EXECUÇÃO DA TERRAPLANAGEM - SERVIÇOS PRELIMINARES

"Há sempre um equipamento que se adapta melhor às condições vigentes, e


executa a tarefa de forma mais simples e econômica." 1 A esta citação do
livro texto, acrescento:

Qualquer tarefa pode ser feita de modo ainda mais simples e econômico. A
função do engenheiro na produção de uma terraplanagem é engenhar,
descobrir esse modo. Estudamos aqui soluções e sugestões consagradas
pela prática, mas que sempre poderão ser melhoradas.

SERVIÇOS PRELIMINARES

1. Instalação do canteiro de obras:

Regra geral: localizar perto do centro de gravidade (área em planta) dos


serviços. As construções devem ser econômicas e reaproveitáveis após a
desmontagem do acampamento. Parâmetros que podem alterar a regra
geral: dimensão da obra, proximidade de centro urbano, tempo de execução
da obra, facilidades locais de energia elétrica e água potável, etc. Um
canteiro deverá conter:

ESCRITÓRIO: prestando os seguintes serviços gerais: apropriação (coleta


de dados, classificação, ordenação e cálculo de despesas por
categorias); comunicação entre o canteiro de serviço e a gerência;
comunicação entre o canteiro e terceiros; ponto; pagamento de pessoal;
organização, distribuição e pagamento de contas e sua contabilização em
livro próprio; escrituração do livro "caixa" da obra; arquivamento de
correspondência, fichário de máquinas , material de consumo, etc.

ALMOXARIFADO: responsável pela compra e distribuição de materiais, que


se classificam em : materiais de consumo (combustíveis, óleos, graxas,
alimentos, peças sobressalentes, etc.) , materiais de aplicação (cimento, cal,
pedra, areia, etc.) e materiais permanentes (máquinas, móveis, grandes
ferramentas, etc.).

OFICINAS DE MANUTENÇÃO: para reparos ligeiros, pinturas, manutenção


preventiva(revisão quinzenal de peças de alto desgaste, revisão de motores
segundo especificações dos fabricantes). Como indicação, deve ter 36 m 2 por
máquina em serviço. Fazem também o controle de utilização das máquinas,
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anotando horas trabalhadas, paradas para reparos e por chuva, para análises
que podem ser anuais, mensais ou até diárias.

ARRANCHAMENTO: alojamentos, refeitórios. Evitar alojar pessoal nos


centros urbanos próximos, causa de perda de tempo, problemas com
comportamento e desempenho no trabalho. Pessoal bem alimentado trabalha
com mais prazer, e melhor.

TRANSPORTES: podem ser feitos em caminhões cobertos, com bancos,


respeitada a legislação vigente, com todas as regras de segurança
respeitadas e sempre gratuito; o transporte de pessoal graduado
normalmente é feito em veículos menores, como utilitários ou automóveis. Ao
menos um veículo sempre deverá estar disponível, para urgências, inclusive
hospitalares.

COMUNICAÇÕES:
Em obras de grande porte, comunicações internas podem utilizar sistema
de telefonia com PBX, walk-talkies, e até celulares. Comunicações externas ,
tradicionalmente feitas em horários preestabelecidos por transmissor –
receptor, serão brevemente substituídas por fax ou pela Internet (ou coisa
melhor).

GUARITAS: um acampamento é um quartel e não a casa da Mãe Joana.


Há que definir quem pode entrar e quando...

RECREAÇÃO: cinema, biblioteca, jogos de salão, futebol, basquete, etc.


Quando o porte da obra é muito grande, como no caso da construção de
hidrelétricas, clube com piscina e salão de festas não chega a ser exagero.

2. Mobilização ou Transporte dos equipamentos:

Raramente decorrem mais de trinta dias entre o resultado de uma


concorrência e o início das obras. No caso de grandes distâncias, o custo de
mobilização pode ser elevado e não pode ser omitido no orçamento da obra.
O trajeto (rota) deve ser o menor possível.
Máquinas de esteira são transportadas sobre carretas, as de pneus
necessitam autorização dos órgãos rodoviários para trafegar nas estradas,
ainda assim com sinalização apropriada.
Um critério para a organização de comboios, é grupar equipamentos que
podem se deslocar a velocidades iguais. Por exemplo: carretas transportando
tratores e motoscrapers deslocam-se a velocidades em torno de 60 km/h. Já
os tratores sobre pneus, 35 km/h. Motoniveladoras tem velocidade variável,
em torno de 45 km/h. Pás carregadeiras, por terem sistema de direção
traseiro, devem ser transportadas.
Com a seleção dos equipamentos que serão deslocados fica parcialmente
definido o efetivo humano, já que, em muitas firmas, alguns operadores são
"casados" com suas máquinas. As equipes são complementadas pelos
chefes de campo, mecânicos etc.
Grandes escavadeiras podem superar 120 toneladas de peso, tendo de
ser desmontadas para o transporte em carretas, bem como instalações de
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britagem, usinas de asfalto, etc. As equipes de construção de acampamentos


geralmente viajam na retaguarda dos comboios, porque é difícil instalar o
arranchamento antes da chegada das máquinas , que são revisadas tão logo
sejam descarregadas.
O responsável por um comboio, geralmente engenheiro, define velocidade
entre pontos do trajeto, pontos de parada, e tudo o que não pode ser
previsto.

3. Construção de estradas de serviço e obras de arte provisórias:

Em geral, no caso de obra rodoviária, obras de baixo custo, com


plataformas de 4 a 5 metros. Procurar suavizar rampas de inclinação muito
forte. Pequenos aterros, drenados, nas baixadas e onde houver solos de má
qualidade. Bueiros para evitar inundações. Nas grandes obras, estradas de
serviço podem necessitar plataformas maiores, com boa conservação e
suporte, para que o equipamento de transporte sempre possa trafegar na
velocidade máxima de segurança.

4. Consolidação do terreno de fundação dos aterros:


Executados sempre que, devido à baixa capacidade de suporte do sub-leito
possa ocorrer recalque exagerado ou escorregamento lateral. No caso de
estradas de serviço, não tem o requinte que será visto em "construção de
aterros", mas devem ter boa capacidade de suporte e drenagem suficiente.

5. Locação topográfica:

O órgão rodoviário (DNER, DER/xx, RFFSA ) fornece o eixo da estrada


locado e piqueteado a cada 20 m, incluindo a marcação dos PC(pontos de
curva), PT(ponto de tangência) e PI (ponto onde o prolongamento das retas
se interceptam), devendo o empreiteiro acompanhar a execução desse
trabalho a fim de esclarecer dúvidas. A partir do eixo locado, cabe ao
empreiteiro a marcação dos pontos de off-set, garantindo sua conservação,
pois as estacas do eixo vão desaparecer durante a terraplanagem.
Recordando:
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A marcação correta dos pontos de off-set é importante porque a correção de


erros é muito onerosa. O erro máximo admissível na altura do off-set de corte
é 10 cm. Superfícies côncavas ou convexas nos taludes de corte, ou nos de
aterro, não são permitidas, nem são pagas modificações nos volumes
previstos no projeto.

Para a marcação dos off-sets são necessários:

Nota de serviço, com indicação da cota vermelha H (altura de corte ou


aterro, no eixo); largura da plataforma; angulo de talude de corte (aC) e
angulo de talude de aterro(aa) .

A inclinação transversal do terreno ( i ) é determinada no local, quando


irregularidades do terreno não o impedem. (Nesse último caso, os off-sets
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são determinados por nivelamento geométrico e por tentativas). Veja também


: " controle de ângulo de talude", pag. 27

Locação topográfica para o corte em caixão:

Xe = (H + L) / (tg a - tg i) Xd = (H + L) / (tg a + tg i)

Para o controle topográfico da execução dos cortes, as cotas dos off-


sets são:

He = (Xe – L) tg a e Hd = ( Xd – L ) tg a

Locação topográfica dos


aterros:

X’e = ( H + L tg a ) / ( tg a + tg i ) X’e = ( H + L tg a ) / ( tg a -
tg i )

Clique aqui para o download de uma planilha de cálculo (didática) para a


locação dos off-sets, com o cálculo das distâncias ao eixo e cotas, que
também avalia as áreas das seções de corte e aterro, para o cálculo dos
volumes (cubagem).

3. Limpeza da faixa de ocupação , desmatamento e destocamento

Fatores que influem nas operações de limpeza:


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1. Porte e tamanho das árvores:

Para efeito de desmatamento, a vegetação pode ser classificada em:

campo: vegetação rasteira

capoeira: arbustos e pequenas árvores (tronco diâmetro de 10 a 20 cm)

mata: muitas árvores, e grandes (diâmetro do tronco > 20 cm)

2. Uso final da terra:

Estradas, barragens, reflorestamento, uso agrícola – exigências são


diferentes em cada tipo de obra.

3. Condições do solo:

Espessura da camada de terra vegetal, matéria orgânica, umidade, presença


de matacões e blocos de rocha , influem na escolha dos equipamentos a
serem usados.

4. Topografia: grandes rampas, valetas, áreas pantanosas e de baixo


suporte, formações rochosas – alteram a operação de alguns equipamentos.

5. Especificações da obra : tamanho da obra, prazo, disposição de entulho,


exigências de conservação ambiental e dos solos

Equipamentos usados na limpeza:

a) TRATORES DE ESTEIRA (Bull-dozer)

Cortando, limpando, empurrando, acertando e alisando superfícies para


melhorar o tráfego.

No desmatamento, utilizar tratores da maior potência possível.


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O entulho é removido para fora da faixa de ocupação, e, em geral, queimado,


para reduzir o volume de material a ser transportado para bota-foras.

Derrubada:
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Destocamento:

IMPLEMENTOS PARA LIMPEZA


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Ancinho
(brushrake)

Estimativa de tempo de derrubada de árvores:

Fonte da figura: Métodos de desbravamento - Komatsu Brasil

Referencias bibliográficas:

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de Escavação, Pini Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

Silveira, Araken – Terraplenagem – Universudade de S. Carlos , 1971

?? - Princípios Básicos de Terraplanagem – Caterpillar Brasil


Página 29 de 71

?? – Mobilização, o primeiro passo – Revista Engenheiro Moderno, janeiro 1969- pp. 27-33
Página 30 de 71

CAPÍTULO 5

UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS NA EXECUÇÃO DE


TERRAPLANAGEM

BULL-DOZER (Trator de esteira com lâmina):

É o "bom-bril" da terraplanagem, com mil e uma utilidades. Sem exagero,


podemos considerar a invenção do trator de esteiras (1904) como o marco de
início da terraplanagem moderna. É a máquina mais usada, e praticamente
obrigatória em qualquer trabalho de movimentação de terra. Tracionando ou
empurrando, o bull- dozer tem enorme utilização em obras de grande, médio
ou pequeno porte.

Posições básicas da Lâmina:

quanto à inclinação horizontal:

posição reta angle-dozer


quanto à inclinação vertical:
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plana (horizontal) tilt-dozer

Principais atividades do bull-dozer:

Preparo de cortes e aterros, praças de manobra para motoscrapers no corte


e no aterro, atenuar rampas para uso do equipamento de pneus,
espalhamento de terra em ponta de aterro, escarificação em materiais de 1ª
categoria que sejam muito compactos, escarificação em materiais de 2ª
categoria (com escarificadores reforçados). Pusher (mais indicados os
tratores com servo-transmissão tipo "power-shift").

Primeiro espalhamento nos aterros. Desmatamento. Empurrar e puxar.


Movimentar materiais em pequenas distâncias.

Se a inclinação do terreno for muito


forte, é preciso começar cortes com
o "embocamento"

(geralmente lâmina na posição plana


e reta)

Operações com a lâmina em "angle-dozer":exemplo: corte em meia


encosta

em terreno pouco inclinado


em terreno muito inclinado
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taludamento

Execução de valetas, com lâmina em tilt-dozer, na falta de retro-


escavadeira

Unidades escavo-transportadoras:

SCRAPERS E MOTOSCRAPERS

Uso em distâncias médias e longas, com alta produtividade.

Principais elementos de um scraper ou motoscraper:

Já vimos anteriormente que os cavalos ou tratores podem ser de esteiras ou


rodas, e os de rodas podem ter um ou dois eixos. Os motoscrapers podem
ter motores apenas no cavalo ou serem "push-pull", com tração em todas as
rodas.
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Principais elementos da caçamba:

Existem também equipamentos de pequeno porte, apelidados "caixotes", com os mesmos


princípios de trabalho, cuja descarga é executada por um grande giro da caçamba, não
existindo o ejetor. Um exemplo destes são os scrapers Madal, com capacidade da caçamba
na ordem de 3 a 4 m3. Em geral são agrupados (dois) e rebocados por um trator agrícola,
onde ficam os controles.

TRATOR AGRÍCOLA
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Posições dos principais elementos de um motoscraper, nas seguintes


situações:

Transporte :

caçamba elevada, ejetor recuado, avental abaixado

Carregamento:

(ejetor recuado, avental elevado, caçamba abaixada)

Descarga:

ejetor em movimento para a frente, caçamba elevada, avental elevado

Carregamento com pusher : (do inglês pusher: que empurra)


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Carregamento em push-pull :

Carregamento em push-pull duplo (geralmente o peão o chama push-pull


triplo):

Técnicas de carregamento:

. Usar pusher sempre que scrapers tenham mais de 10 m3. Equipamento


com potência adequada, no auxílio do carregamento, paga-se por si mesmo;

. evitar congestionamento no corte. Área ampla. É preferível excesso de


pusher que atrasos;

. escavar no sentido do transporte, rampas inclinadas nesse sentido


(descendo) ;

. começar corte sem o pusher, até patinar. (reduz até 40% do tempo de
carga);

. cortar em faixas alternadas;

. não usar velocidades elevadas no transporte: segurança;

. sempre que possível, atacar dois aterros (e/ou cortes) ao mesmo tempo,
para evitar retornos e manobras; ver "combinação de ciclos" mais adiante,
em "transporte";

. aproveitar ociosidade do pusher, escarificando (principalmente com


material argiloso) ou fazendo a manutenção do piso da área de
carregamento;

. coroar (encher até o limite máximo) o motoscraper não significa aumentar


a produtividade, pelo tempo que gasta (principalmente se outro motoscraper
já estiver à espera do pusher);

. espessura de corte: por experimentação, verificar com qual o tempo de


carregamento é mais breve;

. em terrenos muito compactos, deixar o motoscraper no neutro, e a força


para o pusher.
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. só fazer o pusher em linha reta, jamais em curva;

. ao final da carga, elevar lentamente a caçamba, para evitar degraus;

. conferir o tempo ótimo de carregamento em toda mudança de condição


do trabalho.

Transporte:

é o mais importante, pois os tempos gastos no transporte são os maiores do


ciclo.

. As pistas devem ter largura suficiente (três vezes a largura da maior


máquina) e serem bem conservadas (com motoniveladoras, e tratores,
quando necessário) , sem irregularidades e bem drenadas (fazer caimento de
1 a 2%). Senão, perde-se na velocidade, e o choques e impactos reduzem a
vida útil das maquinas, pneus, etc., além de aumentar o desgaste dos
operadores, que passam a produzir menos. As pistas devem também ter boa
capacidade de suporte e pequeno afundamento.

. Se a poeira começar a incomodar, "apagá-la" com caminhões pipa; além


de segurança, é item de conservação do equipamento e evita perda de
produção; água com cloreto de cálcio também ajuda, por reter a umidade
natural;

. Evitar curvas fechadas e/ou de baixa visibilidade: provocam redução de


velocidade e acidentes. Não sendo possível, alocar sinalizadores.

. Treinar operadores para utilizarem marcha mais elevada possível, dentro


da segurança (maior velocidade) , e acionar o retardador nos longos
declives.

. Respeitar acima de tudo a segurança. .Projetar com cuidado as pistas e


os ciclos, se possível combinando ciclos individuais para eliminar manobras e
balões.

COMBINAÇÃO DE CICLOS:

Ciclos individuais : (Exemplo simples)


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Ciclo combinado:

Um exemplo de como o "olho do engenheiro " engorda os lucros em


terraplanagem:

Ao notar que operadores paravam motoscrapers para satisfazer


necessidades urgentes, no mato, na construção de uma grande usina
hidrelétrica, o engenheiro instalou posto de serviço com café, água, banheiro,
e um operador de reserva, em local e altura apropriados. Quando necessário,
o operador parava e era substituído pelo reserva, com desprezível perda de
tempo. O aumento de eficiência dos operadores e a redução do tempo de
ciclo gerou significativo lucro para a empreiteira.

Descarga:

. Não se admite qualquer atraso na descarga efetuada por motoscrapers.

. Na execução de um aterro, é obrigatório que as unidades de


espalhamento, além espalhar o material na espessura de projeto,
mantenham a área de descarga em condições exemplares de nivelamento e
drenagem.

. A área de manobras deve ser ampla para que não haja perda de tempo
para o início do retorno.

. Deve ser providenciado número suficiente de praças de trabalho de forma


que sempre haja onde descarregar, e encarregados de aterro indicam por
sinais aos operadores, os locais onde deve ser feita a descarga.

. Mesmo no caso de "bota-fora", tratores devem manter todo o trajeto das


unidades de transporte em perfeitas condições.

ESCAVAÇÃO COM TRANSPORTE À LONGAS DISTÂNCIAS:

- É o assunto da próxima aula -


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Quando a distância de transporte é grande, utilizam-se unidades


escavocarregadeiras independentes das unidades de transporte.

As principais unidades escavocarregadeiras são as escavadeiras com


caçamba shovel, escavadeiras com caçamba de arrasto (drag-line),
escavadeiras com caçamba de mandíbula (clam-shell), retroescavadeiras
(shovel), carregadeiras de esteiras, carregadeiras de pneus, carregadeiras
contínuas com esteira transportadora para o carregamento.

As principais unidades de transporte são os caminhões fora de estrada,


caminhões basculantes, vagões rebocados por cavalos de caminhões "fora
de estrada" .

Como o equipamento já foi estudado em "Construção de Estradas I", iremos


concentrar a atenção no planejamento do trabalho e soluções que visem a
otimização da produção.

Referencias bibliográficas:

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de


Escavação, Pini Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

Silveira, Araken – Terraplenagem – Universudade de S. Carlos , 1971

?? - Princípios Básicos de Terraplanagem – Caterpillar Brasil

?? – Mobilização, o primeiro passo – Revista Engenheiro Moderno, janeiro


1969- pp. 27-33
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CAPÍTULO 6

PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE ESCAVAÇÃO E CARGA:

ESCAVAÇÃO COM TRANSPORTE À LONGAS DISTÂNCIAS:

Quando a distância de transporte é grande, utilizam-se unidades


escavocarregadeiras independentes das unidades de transporte. As
principais unidades escavocarregadeiras são as escavadeiras com caçamba
shovel, escavadeiras com caçamba de arrasto (drag-line), escavadeiras com
caçamba de mandíbula (clam-shell), retroescavadeiras (shovel),
carregadeiras de esteiras, carregadeiras de pneus, carregadeiras contínuas
com esteira transportadora para o carregamento. As principais unidades de
transporte são os vagões rebocados por cavalos de caminhões "fora de
estrada", caminhões fora de estrada, caminhões basculantes.

Lembre-se que o primeiro dimensionamento para os equipamentos usados


em uma terraplanagem é feito para o TRANSPORTE. Apenas depois de
definida a frota de transporte, e em função dela, definem-se os tipos e
quantidades dos equipamentos de carga, espalhamento, etc.

Mas toda regra tem exceção. Alguns materiais a serem transportados, ou as


condições de carga podem exigir equipamentos específicos de carga, que
excluem o uso de alguns equipamentos de transporte. Por exemplo, um
terreno mole alagado poderia exigir carga com escavadeiras de arrasto, que
poderia sugerir transporte por caminhões, ainda que a distância de transporte
indicasse uso de scrapers. Drenar o terreno antes do corte e usar scrapers
ou usar dragas e caminhões ? A dimensão da obra, a topografia ou o perfil
geológico do terreno permite a adoção sucessiva das duas opções ? Ou
devo procurar outra alternativa ? Embora rocha dinamitada possa ser
transportada por scrapers (carregados por shovel ou carregadeiras), o
desgaste pode ser excessivo, e haver problemas na descarga. A
administração desse tipo de conflitos, é uma das funções do engenheiro, que
deverá estar atento para os aspectos técnicos e econômicos (sem falar nos
parâmetros ambientais, sociais e até mesmo políticos, conforme o impacto
marginal da obra).

Como o equipamento já foi estudado em "Construção de Estradas I", iremos


fazer uma recordação superficial, mas concentrar a atenção no planejamento
do trabalho e soluções que visem a otimização da produção.

ESCAVAÇÃO E CARGA:
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1. Escavadeiras com caçamba "shovel":

Utilizadas para corte acima do nível da máquina. Se o terreno tem baixa


capacidade de suporte, apoiá-la sobre estivas (plataformas de madeira).
Trabalham qualquer tipo de material, exceto rocha , aceitando até rocha
fragmentada, mas tem grande produção com material de primeira categoria.
A caçamba deve ser cheia com um movimento único, sem aprofundar
demais.

Quando a altura de corte ultrapassa o alcance do shovel, trabalha-se em


terraços, com alturas de ataque de no mínimo, 1,50 m por degrau. Os
terraços devem ser abertos de cima para baixo, com distâncias entre frentes
de ataque de, no mínimo, 100 m. Ao se atingir o greide, na plataforma mais
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inferior, deve-se forçar o trajeto das unidades de transporte por ele,


contribuindo para a compactação do subleito. As equipes em terraços
diferentes devem ser independentes, com as unidades de transporte nunca
servindo a mais de uma carregadeira.

As mais rápidas tem comando hidráulico, concorrendo com as carregadeiras


de esteira e pneus. Devem ser dimensionadas de modo a atender, no limite
mínimo, a duas unidades de transporte, de forma que quando uma acabe de
ser carregada, outra tenha acabado de se posicionar.

Nunca deve escavar enquanto gira. Deve-se procurar trabalhar em cortes


largos, de preferência com duas saídas para os basculantes.

Bulldozers podem auxiliar , principalmente no caso de cortes altas ("fazendo


terra").

Nenhuma escavadeira deve se movimentar durante a carga.

2. Escavadeiras de arrasto , ou dragas (drag-line):

Usada em terrenos abaixo do nível da máquina, principalmente de pouca


consistência. Podem levantar a carga enquanto giram.

Usos :

Remoção de solos moles, que impeçam o tráfego até de tratores de esteiras.


É comum a necessidade de estivas. Para a chegada das unidades de
transporte pode ser necessário construir estradas de serviço com solos de
melhor qualidade, com espessuras a partir de 1,00 m.;

Abertura de grandes valas sem escoramento;

Abertura de canais de drenagem, corta-rios, limpeza de cursos d’água, etc.


No último caso, usar caçambas com aberturas que permitam o escoamento
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da água. (carga da caçamba pode perder 70%, i.é. pegar apenas 30% do
volume). Esteiras em posição perpendicular ao movimento de arrasto,
contrapesos na traseira da máquina, para prevenir desequilíbrio.

3. Escavadeiras de mandíbulas (clam-shell)

Mesma utilização das dragas, alcance mais reduzido, profundidades


maiores. Podem levantar a carga enquanto giram.

4. Retroescavadeiras :
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Como as dragas e as escavadeiras de mandíbula, são usadas para


escavação abaixo do nível da máquina. Não tem o alcance da draga
nem escavam na vertical , como as clam-shell, mas são eficientes na
abertura de valas de largura reduzida (que devem ser posteriormente
escoradas). Usadas na abertura de canais, remoção de solos ruins,
etc.

Carga mais eficiente se em nível superior ao do equipamento de


transporte. As de acionamento hidráulico permitem mais precisão de
trabalho.

(foto capturada no site de geotecnia da UFSC)

5. Carregadeiras (de esteira ou de pneus):


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Muito versáteis, usadas principalmente quando as distâncias de


transporte forem longas. Caçambas de grande capacidade, altura
ótima de corte não afeta tanto quando no caso das escavadeiras
shovel.

Vantagem de poder deslocar-se até as unidades de


transporte. Isto reduz tempo de espera e
posicionamento, aumentando a produção.As de pneus só podem ser
usadas em terreno firme, e na carga de materiais de fácil
desagregação.

Carregamentos não convencionais:

6. Escavadeiras Rotativas:

(Usina Hidrelétrica de Marimbondo-1972)

Usadas na escavação de materiais de primeira categoria, quando há


necessidade de altíssimos índices de produção, com volumes da ordem de
milhões de m3.

Escavam bancadas com nível e largura constantes, com caçambas fixas em


uma roda giratória que descarrega o material escavado em uma esteira
elevatória que faz a carga contínua nas unidades de transporte. A
possibilidade de alterar a umidade do material enquanto na esteira , e a de
alternar os pontos de saída da esteira – "by-pass" - (que reduz à quase zero
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o tempo entre o fim da carga de uma unidade de transporte e o inicio da


carga de outra) , tornam a velocidade de carregamento praticamente
insuperável.

Exigem terrenos com topografia favorável, possibilidade de cortes


longitudinais longos, conservação perfeita das bancadas e da área de corte,
e geralmente sua alta produção pede equipamentos de transporte de grande
capacidade.

Devido ao alto preço, exigem que a obra tenha prazos de execução


superiores a 10000 h, ou cinco anos, para completa amortização da compra.

Alto desgaste nas caçambas exigem 8h de manutenção para 30 h de


trabalho, o que obriga a se ter pelo menos três, duas trabalhando e uma em
manutenção preventiva.

7. Trator e bica, ou carregadeira e bica:

É um modo de carregamento de emergência, não convencional, mas que já


foi muito utilizado. É construída uma plataforma (geralmente de madeira),
com alçapão , em plena caixa de empréstimo. Os basculantes colocam-se
sob o alçapão, e a carga é feita geralmente por um bulldozer. (o dozer não
anda sobre a armação de madeira).

8. Equipamentos escavo-elevadores:
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Variante dos escavotransportadores(scrapers) com esteira elevatória, mas


com produção contínua e conseqüente produção maior que a dos scrapers.
Também podem ser encarados - do ponto de vista operacional - como um
equipamento de carga da família das escavadeiras rotativas.

Pode ser rebocado por trator de esteiras (de cuja potência depende a
produção) ou ter autopropulsão. Uso limitado por exigir sempre topografia
favorável, com terrenos planos ou pouco inclinados, como as escavadeiras
rotativas.

Referencias bibliográficas:

Pacheco, Luiz Cezar Duarte, Apostila de Construção de Estradas - cd-rom

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de


Escavação, Pini Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

Silveira, Araken – Terraplenagem – Universudade de S. Carlos , 1971


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ESCARIFICAÇÃO :

Escarificador (ripper)

ESQUEMA DO DENTE DO ESCARIFICADOR


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A escarificação é recordada aqui, por ser uma operação de preparo de carga.

Os escarificadores já foram estudados anteriormente. São acoplados na


traseira de tratores e (menores) à frente da lamina de motoniveladoras.
Dentes de muitos tipos e tamanhos, curtas para material duro, longas para
material solto mas abrasivo.

Usados na escavação de materiais de segunda categoria, em rochas


brandas, abrandando materiais de primeira categoria, etc.

São mais eficientes nos materiais muito consistentes que nos materiais
brandos. Os de comando hidráulico são mais precisos porém sofrem maior
desgaste.

Técnicas de operação:

escarificar sempre em primeira marcha, e baixa velocidade ;

se possível, morro abaixo;

se o material apresentar camadas inclinadas, na direção da inclinação;

quando usado na carga por scraper, na direção de carga;

escarificar em profundidade uniforme;

colocar os porta dentes simétricos em relação ao centro da barra de ripper.

OUTROS EQUIPAMENTOS:

Valetadeiras, máquinas para fazer meio-fio, guindastes móveis, grandes


equipamentos para perfuração de túneis, carretas para transporte de
máquinas, tratores, ônibus, veículos leves para transporte de pessoas,
aviões de carga , carroças de tração animal , carrinhos de mão, ferramentas
manuais, não serão aqui estudadas, por economia de espaço. Nem elefantes
ou carneiros, ainda que estes últimos tenham tido, no passado, grande
aplicação em compactação.

Referencias bibliográficas:

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de


Escavação, Pini Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – EP USP, 1975

Silveira, Araken – Terraplenagem – Universudade de S. Carlos , 1971


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CAPÍTULO 7

EXECUÇÃO DE ATERROS

O trabalho começa com o desmatamento, quando necessário, e a marcação


dos off-sets de aterro, como já visto. As estacas são colocadas à 5 m das
cruzetas de marcação, que indicam alturas da plataforma em relação ao pé
do aterro.

No caso de aterros de grande altura, as cruzetas devem ser escalonadas, até


atingir a cota do greide da plataforma. O eixo é remarcado pela equipe de
topografia varias vezes, e o controle das rampas pode ser feito por gabaritos
de madeira, como no caso de corte. É bom conferir sempre, com a equipe de
topografia, pois a correção de erros na inclinação dos taludes é sempre
onerosa.
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Conferindo o ângulo do
talude de aterro e
acertando o talude com
uma motoniveladora .
Onde a motoniveladora
não alcança, o acerto é
feito manualmente.

ESTABILIDADE DOS ATERROS – CONSOLIDAÇÃO DAS FUNDAÇÕES

Fundação e compactação: Ainda que a compactação de um aterro seja


excelente, se o mesmo for construído sobre um subleito fraco, poderá
apresentar recalques excessivos ou rupturas.

Principais tipos de ocorrências indesejáveis:

a) Recalque por adensamento:

Resultante das pressões devidas ao peso próprio e das cargas móveis


trafegando sobre o aterro, o adensamento é conseqüência do escoamento de
água, expulsa dos vazios do solo, quando estes diminuem.
SEMPRE EXISTIRÁ ADENSAMENTO E RECALQUE, mas este deverá ser
previsto e mantido sob controle.

b) Ruptura por afundamento :

Quando uma camada subjacente ao aterro for de capacidade de suporte


muito baixa e de grande espessura, pode afundar por igual, expulsando
lateralmente o material ruim, e formando bulbos.
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c) Ruptura por escorregamento:

Quando uma camada mole, de baixa resistência ao cisalhamento, sobre


outra mais dura, tem seu teor de umidade aumentado e tornando ainda mais
baixa tal resistência. Da Mecânica dos Solos, sabe-se que no limite de
liquidez, por exemplo, ela é baixíssima, da ordem de 25 g/cm2. Quando esse
tipo de acidente acontece, a forma do escorregamento quase sempre é
lenticular (tem forma semelhante à de uma lente).

SOLUÇÕES:

Quando o sub-leito é fraco, como por exemplo um brejo, podemos tentar


estabiliza-lo ou removê-lo, com substituição do solo por outro mais
adequado. Sempre adotamos a solução mais econômica.

REMOÇÃO DO SOLO RUIM E SUBSTITUIÇÃO POR MELHOR:

Geralmente a remoção é feita por dragas, com imediata substituição por


material arenoso. Uma boa técnica é a operação por faixas alternadas, com
esgotamento da água que se acumula no fundo através de bombas de
sucção ou se a topografia permitir, por valas de escoamento. Após o
esgotamento da água, o lodo remanescente tem de ser retirado, e
imediatamente aterrado com material arenoso (para permitir fluxo de água, e
evitar capilaridade). Nas primeiras camadas não se toma muito cuidado com
o grau de compactação, no caso de brejos, pois a velocidade é
imprescindível. O material ruim é disposto em "bota-fora". No caso de "minas
d’água" de grande vazão, podem ser colocadas manilhas verticais com
constante bombeamento enquanto se procede ao aterro provisório. Após ser
atingida uma altura suficiente, é fechada e compactada rapidamente (em
caso de barragens, pode até ser colocado um tampão em concreto).

DESLOCAMENTO DO MATERIAL INSTÁVEL:


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Um procedimento utiliza o próprio peso do aterro para deslocar o material


original, quando este é muito mole. O aterro é feito aos poucos, em setores, e
o material mole vai sendo expulso à medida que a altura do aterro cresce.
Será viável se a camada ruim não for muito alta, e houver um horizonte de
material firme subjacente, mas não é possível um bom controle da
homogeneidade das camadas(bolsões de material mole podem prejudicar a
estabilidade). Entretanto é o mais usado em obras provisórias, como na
construção de ensecadeiras que devam durar um tempo fixo, apenas
enquanto as obras principais de uma barragem são executadas. A execução
em "ponta de aterro", esquematizada em seguida, é uma das opções desta
técnica.

EMPREGO DE EXPLOSIVOS:

Quando a camada mole (vista no caso anterior ) resiste ao deslocamento


pelo peso próprio do aterro, e for profunda, pode ser cogitado o uso de
explosivos. Ao início, executa-se uma série de explosões superficiais visando
segregação entre fases sólida e líquida, e remoção do entrelaçado de raízes.
Depois se aterra com espessura maior que a de projeto, e executa-se a
primeira linha de furos (principal) para a colocação das cargas, espaçada de
3 m., e em profundidade capaz de atingir a metade da camada mole.
Também com espaçamento de 3 m. em relação à primeira linha, executar a
segunda linha de furos, e quantas mais forem necessárias em função da
largura da plataforma. O fogo é dado na primeira linha, em seguida na
segunda, etc. Dentre os explosivos, um dos mais usados é a gelatina,
resistente à água, no consumo de 150 a 200 g por m 3 de material a ser
deslocado.
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DRENOS VERTICAIS DE AREIA, COM COLCHÃO DE AREIA, para


acelerar o adensamento :

Como o adensamento é um fenômeno lento, pode ser acelerado para


encaixar-se ao tempo da construção, fazendo-se furos (sonda rotativa ou
cravação de tubos drenantes), com o conteúdo lavado por jatos d’água e
preenchido com areia. Uma camada de areia (colchão) é lançada sobre o
topo dos drenos, para que a água drenada possa sair, quando pressionada
pelo aterro em execução. O dimensionamento dos drenos é função dos
coeficientes de percolação da água, estudados em Mecânica dos Solos. Os
diâmetros variam de 20 a 60 cm, com espaçamento da ordem de dez vezes o
valor do diâmetro (2 a 6 m).
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OUTROS PROCESSOS:

Remoção (e/ou aterramento) de solos lodosos com dragas de sucção. Usada


com solos extremamente moles, geralmente de origem recente. No caso de
aterro, é chamado ATERRO HIDRÁULICO. Muito usado no litoral, tem como
exemplos mais conhecidos os desaterros de argila marinha na baixada
santista e no morro do Castelo(Rio de Janeiro).

Emprego de BERMAS DE EQUILÍBRIO:

Bermas evitam a formação de bulbos e o deslocamento do material instável.

EMPREGO DE SOBRECARGAS: fazer o aterro com cota excessiva, para


que o peso acelere o recalque com a expulsão do material sem capacidade
de suporte. Evitar ruptura do solo instável e afundamento do solo de aterro.
Depois de tempo suficiente, quando não se observam mais recalques,
remover o excesso, que pode ser reutilizado.

EXECUÇÃO E COMPACTAÇÃO DE ATERROS

Maior preocupação: obter as massas específicas indicadas pelas


Especificações da Obra.
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REGRAS BÁSICAS NO SERVIÇO:

a. Iniciar o aterro nas cotas mais baixas, em camadas horizontais;


b. prever caimento lateral, para rápido escoamento de água de chuva;
c. escalonar ou zonear praças de trabalho, onde as três etapas do
trabalho de aterro não se atrapalhem : enquanto em uma praça é feito
o descarregamento de material, em outra está sendo espalhado na
espessura prevista para compactação, outra está sendo compactada.

Não significa que haja apenas três praças: outras podem estar já com seu grau de
compactação aprovado pela fiscalização, sendo gradeadas para execução da próxima
camada, ou terem repetições, como alternativa para algum acúmulo momentâneo de
equipamentos ou de serviços. O aleatório, em uma obra, é completamente previsível: uma
máquina que quebra, chuva imprevista, devem conduzir à ações alternativas para as quais
os encarregados estejam previamente treinados;

d. a situação mais sensível à um chuva é quando o material está espalhado


e pulverizado, antes da compactação, pois uma pancada de chuva poderia
transformá-lo num mar de lama. Na possibilidade desta ocorrência, a camada
deverá ser "SELADA", isto é, ser rapidamente compactada com rolos lisos ou
equipamento de pneus para que seu topo seja adensado e tornado
impermeável. Uma vez que a camada já possui um caimento, a água de
chuva escorre sem penetrar na camada, e a secagem posterior é rápida, por
escarificação e gradeamento. Se não, a camada encharcada deverá ser
totalmente removido para bota-fora antes do prosseguimento dos serviços.

e. durante a execução do aterro, as beiradas


devem ser mantidas mais altas, o que aumenta a
segurança. Isto parece contradizer o exposto nos
itens (b) e (d), mas tais beiradas podem ser
rapidamente removidas com tratores e
motoniveladoras. Essas beiradas sempre devem ser
removidas ao final da jornada de trabalho;
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f. os trajetos dos equipamentos de transporte sobre o aterro devem permitir


uma descarga segura e boa compactação, com o mínimo de resistência ao
rolamento, que poderia provocar a paralisação de uma unidade
transportadora. Assim, esses trajetos devem ser continuamente reajustados
de modo a nunca passarem por uma praça de compactação ou
espalhamento, por exemplo.

g. os taludes dos aterros, principalmente


os de grande altura, geralmente ficam mal
compactados, pois os rolos compactadores
não atuam bem nas beiradas, ou estas
recebem menos passadas. Fica então uma
faixa lateral mal compactada de 30 a 50 cm,
que poderia produzir uma superfície de
escorregamento, com conseqüente ruptura.
Embora seja um serviço difícil, é preciso
compactar a superfície da saia de aterro,
após o acerto final. Isto pode ser
conseguido com pequenos rolos
compactadores tracionados por guincho
acoplado à tratores.

h. Nunca executar uma compactação em umidade diferente da ótima. O


empreiteiro que o faz, perde por consumir combustível em excesso, além de
arriscar-se a ter a camada recusada, e ser obrigado a: arrancar, corrigir a
umidade, homogeneizar, espalhar e compactar novamente , sem ser pago
por isso.

As raras exceções a esta regra serão mencionadas adiante (no assunto


"compactação" apenas com o objetivo de chamar a atenção do futuro
engenheiro para a necessidade de manter sua mente aberta, e estar sempre
pronto à ousar experimentar, atualizar-se sempre em sua profissão e criar
novas técnicas. Principalmente, a função do engenheiro é engenhar soluções
para problemas, criar técnicas e rotinas, executar e construir e melhorar o
mundo e as condições de vida.

`
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CAPÍTULO 8

PREPARO PARA A COMPACTAÇÃO:

ESPALHAMENTO, HOMOGENEIZAÇÃO E SECAGEM, UMEDECIMENTO

ESPALHAMENTO:

Geralmente é feito um primeiro espalhamento com tratores de lâmina,


completado com motoniveladoras, ou apenas com motoniveladoras

APLAINAMENTO

Motoniveladoras: ( plaina ou "patrol" )


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implementos alternativos

As motoniveladoras são as máquinas mais versáteis na terraplanagem. Para


acabamento, trabalham por raspagem, fazendo pequenos cortes e
espalhamento, conformando as cotas finas, acerto de taludes, manutenção
de estradas de terra , pequenas valetas, escarificação e trabalho final de
limpeza da faixa.

Algumas, como as "Ray-go Giant" , podem ser extremamente grandes e com


motores de alta potência, para grandes espalhamentos de material. Nesse
caso, fazem um trabalho que se assemelha mais ao dos grandes tratores de
lâmina do que ao de suas irmãs menores(que continuam a ser necessárias,
para o acabamento mais fino do espalhamento). Na foto abaixo, note um
"fusca" entre a lâmina e o eixo dianteiro, para se ter uma noção das
dimensões desta máquina.

Controle do ângulo de talude:

Aplicar o esquadro a cada 3 m de execução de talude, com muito cuidado,


pois correções são extremamente caras se ultrapassada a altura em que se
possa utilizar motoniveladora. Depois é feita nova conferencia com a equipe
de topografia. Quando não há condições para uso de motoniveladora, o
acerto do talude é manual.
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No exemplo, o ângulo 3:2 , muito comum em corte ( sem escala) .

GRADEAMENTO:

( grade )
(arado)

As grades são rebocadas, em geral, por tratores agrícolas, e são usadas em


mistura de solos, secagem do solo antes da compactação, homogeneização
de camadas, etc. Eventualmente arados de disco agrícolas executam a
mesma função.

Tratores agrícolas

As grades também são usadas na construção de barragens, após a


compactação de uma camada, e antes do espalhamento do material para a
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seguinte, para arranhar a superfície da camada compactada e garantir uma


perfeita aderência com a camada superior.

CARROS TANQUE:

Usados no transporte de água, em terraplanagem são munidos de um


registro e uma barra de aspersão, que permite a regulagem da vazão. Esta,
conjugada à velocidade do veículo, permite que , com razoável precisão, seja
espalhada no solo a quantidade de água necessária para colocá-lo na
umidade desejada. O teor de umidade final é geralmente controlado com o
"Speedy Moisture Test", e conferido após a compactação em combinação
com ensaios de determinação da massa específica aparente .

Usos: umidificação ou umedecimento de aterros antes de compactação,


controle de poeira no ambiente de trabalho, transporte de água.

Cuidados: não permitir velocidade excessiva quando o tanque estiver pouco


cheio.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ricardo ,Hélio de Souza e Catalani , Guilherme - Manual Prático de


Escavação, Pini Editora

Senso, Wlastermiler de - Terraplenagem – USP., 1975

Silveira, Araken – Terraplenagem – Universidade de S. Carlos , 1971


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CAPÍTULO 9

COMPACTAÇÃO

Compactação é o processo pelo qual se obtém mecanicamente o aumento


de resistência do solo. Os solos são geralmente divididos em três grupos:
granulares, coesivos e orgânicos. Para fins de compactação, consideraremos
separadamente os granulares e os coesivos. Em qualquer deles, apenas no
teor de umidade ótimo se atinge o máximo peso específico seco, que
corresponde à maior resistência do solo. São raras as exceções,
principalmente com argilas muito plásticas, que adensadas com rolos médios
ou leves, um pouco acima da umidade ótima, atingem resultados
comparáveis aos obtidos com rolos pesados na umidade ótima. Nesses
casos, apenas testes em pistas experimentais permitem argumentação.
Também nos solos muito arenosos o efeito de variações no teor de umidade
real na compactação é menos sensível, e pequenas variações não chegam a
causar densidade real abaixo das especificações de projeto.Para o
adensamento de areias e materiais granulares, é preferível o efeito dinâmico
da vibração. Até pressões de 0,5 a 1 kg/cm2 (na profundidade mais
desfavorável), aplicadas com placas vibratórias, são suficientes, trabalhando
em camadas de até 50 cm.

Nos solos argilosos, a compactação é obtida principalmente pelo efeito da


compressão e cisalhamento, com a vibração exercendo pouco efeito sobre o
aumento de densidade, tanto menor quanto maior for a coesão do material.
Vale dizer que quanto maior a coesão do solo, maior deverá ser a pressão
aplicada pelo rolo . Estas variam, geralmente, de 3 a 5 kg/cm 2 na
profundidade mais desfavorável da camada. O equipamento ideal de
compactação é o rolo pé-de-carneiro, de elevado peso próprio, que produz
efeito de amassamento aliado à grande pressão estática. Nestes solos, uma
compactação feita fora da umidade ótima é desastrosa.
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Rolo pé-de-carneiro

Nos solos misturados, ou misturas de solos, é mais difícil prever com


segurança qual o equipamento de compactação que dará os melhores
resultados. Os rolos combinados, como pés-de-carneiro vibratórios,
autopropelidos e de grande peso atingem ampla faixa de solos, como os
argilo-siltosos, siltosos, silto-arenosos, etc., o mesmo acontecendo com os
rolos de pneus pesados, e com grande pressão nos pneus, ou os rolos mais
leves com pneus oscilantes (estes últimos são melhores quando predomina a
areia nas misturas).

Rolo pneumático (oscilante)

Por essa razão se executam PISTAS EXPERIMENTAIS para testar o


equipamento ideal para cada solo, e obter os outros parâmetros que influem
no processo, como ESPESSURA DA CAMADA SOLTA, NÚMERO DE
PASSADAS, VELOCIDADE DO EQUIPAMENTO, UMIDADE, PESO DO
LASTRO, etc. O gráfico e a tabela que se seguem são apenas indicações,
uma orientação geral para os tipos de compactadores mais frequentemente
usados conforme os tipos de solo.
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Escolha do rolo compactador

PESO ESPESSURA MÁXIMA


UNIFORMIDADE
TIPO DE ROLO MÁXIMO APÓS TIPO DE SOLO
DA CAMADA
(toneladas) COMPACTAÇÃO

Pé de carneiro estático 20 40 cm Boa Argilas e siltes

Misturas de areia
Pé de carneiro vibratório 30 40 cm Boa
com silte e argila

Misturas de areia
Pneumático leve 15 15 cm Boa
com silte e argila

Praticamente
Pneumático pesado 35 35 cm Muito boa
todos

Vibratório com rodas Areias, cascalhos,


30 50 cm Muito boa
metálicas lisas material granular

Liso metálico estático, 3 Materiais


20 10 cm Regular
rodas granulares, brita

Materiais
Rolo de grade ou malha 20 20 cm Boa granulares ou em
blocos

Praticamente
Combinados 20 20 cm Boa
todos
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Compactador de grade

compactadores manuais vibratórios

FATORES QUE INFLUEM NA COMPACTAÇÃO

ENERGIA DE COMPACTAÇÃO: E = f ( P. N / ( v . e ))

Para obter maiores graus de adensamento, deve-se PELA ORDEM,


tentar:

a. aumentar o peso (P) do rolo;


b. aumentar o número (N) de passadas ;
c. diminuir a velocidade (v) do equipamento de compactação ;
d. reduzir a espessura (e) da camada .

NUMERO DE PASSADAS:

O grau de compactação aumenta substancialmente nas primeiras passadas,


e as seguintes não contribuem significativamente para essa elevação. Além
disso, resultados experimentais indicam que um número excessivo de
passadas produz super compactação superficial, principalmente em se
tratando de rolo vibratório. Isto é: insistir em aumentar o número de passadas
pode produzir perda no grau de compactação, por destruição de uma
estrutura que acabou de ser formada, além de perda de produção e desgaste
excessivo do equipamento, principalmente por impacto em superfície já
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endurecida. Geralmente é preferível aumentar o peso e/ou diminuir a


velocidade, e adotar número de passadas entre 6 e 12 .

ESPESSURA DA CAMADA:

Razões econômicas fazem preferir que a espessura seja a maior


possível. Mas características do material, tipo de equipamento e finalidade do
aterro são fatores que devem predominar. Equipamentos diversos exigem
espessuras de camada diferentes. A tabela "Escolha do rolo compactador",
vista anteriormente, é uma orientação inicial, devendo a escolha levar em
consideração os demais fatores. Geralmente se adotam espessuras menores
que as máximos, para garantir compactação uniforme em toda a altura da
camada. Em obras rodoviárias, fixa-se em 30 cm a espessura máxima
compactada de uma camada, após compactação, aconselhando-se como
normal 20 cm, para garantir a homogeneidade. Para materiais granulares,
recomenda-se no máximo 20 cm compactados. Resultados obtidos com
aterros experimentais podem modificar tais especificações.

HOMOGENEIZAÇÃO DA CAMADA:

Feita com motoniveladoras, grades e arados especiais, a camada solta deve


estar bem pulverizada, sem torrões muito secos, blocos ou fragmentos de
rocha, antes da compactação, principalmente se for necessário aumentar o
teor de umidade.

VELOCIDADE DE ROLAGEM:

A movimentação dos pé-de-carneiro em baixa velocidade acarreta maior


esforço de compactação, mas a medida que a parte inferior da camada se
adensa, a velocidade aumenta naturalmente. A velocidade de um rolo
compactador é função da potência do trator, já que são necessários cerca de
250 kg de força tratora por tonelada de peso para vencer a resistência à
rolagem, no caso de material solto. Ao início, usar 1ª marcha, mas a medida
que o solo se adensa, passamos à segunda marcha. Rolos pneumáticos
admitem velocidades da ordem de 10 a 15 km/h, rolos pé-de-carneiro 5 a 10
km/h e vibratórios de 3 a 4 km/h. Aos primeiros são recomendadas essas
velocidades maiores, porque as ações dinâmicas oriundas do seu grande
peso acusam os pontos fracos de compactação, principalmente quando esta
é feita em umidade superior à ótima (aparecem borrachudos). A baixa
velocidade recomendada para o equipamento vibratório permite a
compactação com menor número de passadas, pelo efeito mais intenso das
vibrações.

INFLUÊNCIA DA AMPLITUDE E FREQUÊNCIA DAS VIBRAÇÕES (ROLOS


VIBRATÓRIOS)

A freqüência recomendada é de 1500 a 3000 vibrações por minuto, mas


alteração entre esses valores altera pouco o efeito da compactação. Já a
amplitude aumentada causa sensível aumento no grau de compactação, para
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todas as freqüências pois acrescenta ao peso do rolo vibratório o efeito de


impacto.

INFLUÊNCIA DA FORMA DAS PATAS (VARIAÇÕES DO PÉ-DE-


CARNEIRO)

A observação sobre o efeito da amplitude, no caso anterior, levou ao


desenvolvimento de novos desenhos de patas para produzir
impacto(tamping), em compactadores autopropelidos com velocidades
maiores. A experimentação permite definir a velocidade que produza melhor
compactação para o conjunto formado pelo solo e pelo rolo propulsor.

Para alguns solos e usos, podem ser obtidas características indesejáveis,


principalmente com respeito à homogeneização da camada. Outros
desenhos de patas também alteram a produção do rolo compactador.

PRODUÇÃO DE UM ROLO COMPACTADOR:

O rendimento de um rolo pode ser avaliado por

R ( m3 / h ) =10. L.E.V.N

onde

L = largura do rolo compressor em metros;

E = espessura da camada em cm;

V = velocidade do rolo em km/h

N = número de passadas do rolo

Sujeito, é claro, ao fator de eficiência.


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CAPÍTULO 10

ESPECIFICAÇÕES PARA COMPACTAÇÃO:

O projeto, normalmente, fixa apenas o peso específico a ser atingido com o


solo utilizado, sendo definido à partir dele o Grau de Compactação (G) e a
tolerância em torno de G. Cabe à fiscalização e ao executor a determinação
dos parâmetros que permitam atingi-lo com uma compactação bem feita, e
de forma econômica.

O Grau de compactação é definido por G% =(campo) / (máximo)

Onde (campo) é a massa específica seca obtida "in situ", e (máximo) é a


massa específica seca máxima obtida em laboratório, no ensaio de Proctor,
para a energia especificada.

As especificações gerais do DNER exigem que G% atinja 95% até 60 cm


abaixo do greide, e 100 % nos últimos 60 cm de aterro, com compactação
feita na umidade ótima, com uma variação admissível de  3 % , e espessura
das camadas após o adensamento entre 20 e 30 cm. Quanto à qualidade dos
materiais, que deverão ser evitados solos com CBR < 2, e com expansão
maior que 4%, porem estudos recentes, voltados para as características
especiais dos solos tropicais, podem vir a modificar a exigência sobre o valor
do CBR. Algumas especificações relacionam o grau de compactação ao
Proctor normal (AASHO T-99-57), e ao Proctor modificado ( AASHO T-180-
57) . Quando nas estradas se prevê tráfego pesado com altas cargas por
eixo, e frequência elevada de solicitações, procura-se aumentar o grau de
compactação. Nos solos argilosos, quando desejadas densidades elevadas,
deve-se prescrever o Proctor modificado, e execução com equipamentos
pesados que aliem pressão estática com amassamento (p. exemplo,
pneumáticos oscilantes pesados).

Graus de compactação recomendados:

Finalidade Recomendação
Aterro rodoviário 90-95% do Proctor modificado(topo do aterro,60
cm)

95-100 % do Proctor normal


Barragens de terra 95-100 % do Proctor modificado
Aterros sob fundação de prédios 90-95% do Proctor modificado(topo do aterro)
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95-100 % do Proctor normal


Camadas de base de pavimentos 95-100 % do Proctor modificado

A rolagem deve ser feita longitudinalmente, dos bordos para o eixo, e com
superposição de – no mínimo 20 cm entre duas rolagens consecutivas.

MÉTODOS DE CONTROLE DE COMPACTAÇÃO:

a. Determinação da umidade

O processo mais usado na construção de estradas é o do "Speedy


Moisture Test", estudado em Mecânica dos Solos. Principalmente no
trabalho com solos finos, necessita calibração por comparação com o
método da estufa. Há que tomar cuidado com os erros de zeragem,
temperaturas muito diferentes de 20ºC, etc.

b. Determinação do Grau de Compactação (G)

Depende da determinação da massa específica aparente "in situ". O método


eleito é função do tipo de solo compactado, como já estudado em Mecânica
dos Solos. Os mais utilizados são o do óleo grosso, do frasco de areia, do
cilindro de cravação. O primeiro, no caso de solos coesivos com pedregulho,
o segundo em qualquer caso, o terceiro quando os solos apresentam coesão
e não tem pedregulhos.

O grau de compactação de campo é definido por G% =s(campo) /


s(maximo) onde s = Ps / V e Ps = 100.P / (100 + h) e h a umidade média
do solo.

CRITÉRIOS ESTATÍSTICOS NO CONTROLE DE COMPACTAÇÃO DE


ATERROS (CONTROLE DE QUALIDADE)

O DNER adota como mínimo a amostragem em intervalos de 100 m,


alternando a coleta entre o eixo e bordos direito e esquerdo, podendo
diminuir em função da importância da obra. O caso ideal em que todo um
trecho de construção de estrada tem os graus de compactação
uniformemente satisfatório não é sempre atingido, mesmo que a maior parte
atenda ao exigido. Um critério para aprovação poderia ser o da média, que
deverá alcançar o G% especificado, desde que individualmente os ensaios
atinjam o mínimo admissível. Esse mínimo é determinado com base na
Estatística, considerando a distribuição de G% como Normal:

determinar a média aritmética

bem como o desvio padrão, dado por


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, (n<30)

as probabilidades de ocorrência de quaisquer intervalos de valores das


massas específicas podem ser calculadas com auxílio da variável aleatória Z
definida como

permitindo assim calcular a probabilidade de ocorrência de valores abaixo de


 -Z. e acima de  + Z. .

Esses resultados podem ser encontrados nas tabelas de distribuição normal


padronizada, disponíveis nos diversos livros básicos de estatística. A tabela 1
abaixo exemplifica com as probabilidades em relação à alguns valores de Z.
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Se adotássemos Z = 3, estaríamos praticamente exigindo que todos os


valores de G% estivessem dentro do intervalo, e para Z = 1 haveria um risco
de que 15,9 % não pertencessem ao intervalo . Por razões técnico-
econômicas, o DNER costuma adotar em seu plano de amostragem o valor Z
= 0,68, que corresponde à um risco de 25 % de ocorrência de graus de
compactação fora do intervalo.

O valor mínimo provável , para esse risco, será obtido por

Quando o número de amostras é pequeno, o DNER recomenda, pelas


mesmas razões, a adoção de Z conforme a tabela 2, como garantia de que
os valores de G% estejam no intervalo m ± Z.s .

Exemplo:
Num trecho de estrada com exigência de G= 95%, foram coletadas 9
amostras individuais com os graus de compactação abaixo. Decidir se o
serviço de compactação deverá ou não ser aceito.
Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9

G% 95 97 100 102 105 103 93 100 99

Cálculos:
Média dos graus de compactação das amostras :

= = 99,34 ~99
Desvio padrão das amostras:

= = 3,9
Intervalo de confiança: Como são nove amostras, devemos adotar (tabela 2)
Z = 2,4 e
X  Z. = 99  2,4 x 3,9 = 99,34  9,36 ~ 99 9
Xmínimo = 90
Xmáximo = 108
Todas as amostras estão no intervalo de confiança. Falta verificar se o valor
X mínimo é compatível com o mínimo especificado para o grau de
compactação:
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De acordo com o plano de amostragem do DNER, para o risco de 25 % ( Z =


0,68) , o valor mínimo provável do grau de compactação seria dado por

Esse valor mínimo provável não é menor que o mínimo da especificação, e o


trabalho deverá ser aprovado. O fato de um dos valores individuais
apresentar valor abaixo do mínimo especificado não é relevante do ponto de
vista estatístico, que deve predominar na aceitação ou recusa do trecho.
Experimente a planilha para este cálculo desenvolvida por Itamar Pimenta Jr
AQUI (ou faça o dowload do arquivo .zip)

Referências Bibliográficas:
DNER – Manual de Pavimentação – 1996;
Ricardo, Helio de Souza e Catalani, Guilherme – Manual Prático de
Escavação – Pini, 1960

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