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CONDIÇÕES NEUROLÓGICAS I
Curso de Fisioterapia
2º Ano
Ano lectivo 2017/2018
Patrícia Carvalho
DOENÇAS NEUROMOTORAS MAIS COMUNS NA CRIANÇA
Paralisia Cerebral
ü Distúrbio do tónus e movimento de carácter persistente , associado a
lesão/anomalia não progressiva do SNC em desenvolvimento;
Gravidez
5%
Nascimento
Após nascimento
75%
Principais causas:
• AVC
• Kernicterus
• Traumatismo cranioencefálico
• Asfixia: quase afogamento
• Meningite bacteriana
PARALISIA CEREBRAL
Approximately 11% of
premature babies who survive
in neonatal intensive care
units develop CP.
In vitro fertilization results in
multiple pregnancies and
increases the risk of CP.
PARALISIA CEREBRAL
ü Manifestações clínicas
ü Evolução da PC:
ü Evolução da PC:
ü Tratamento:
4 tipos:
I. Em função do distúrbio motor predominante;
II. Em função dos membros afectados (Classificação Topográfica);
Tetraplegia espástica
ü Forma mais grave de PC espástica;
ü Na maioria dos casos a gravidade do dano cerebral é evidente desde os
primeiros meses de vida;
Tetraplegia espástica
Manifestações clínicas
Tetraplegia espástica
PARALISIA CEREBRAL
Diplegia espástica
Diplegia espástica
ü Manifestações clínicas
Graus variáveis de flexão dos cotovelos e joelhos
Flexão, rotação e adução das ancas
Pode haver deformidade dos pés e articulares
Atrofia muscular
Défices sensoriais são comuns
PARALISIA CEREBRAL
Hemiplegia espástica
ü Existe parésia de um hemicorpo, quase sempre com maior
compromisso dos membros superiores;
ü Afecta geralmente RN de termo e com peso adequado
Hemiplegia espástica
Causa pós-natal:
Manifestações ligeiras a moderadas
< afectação cognitiva, hemianópsia e convulsões
Défices cognitivos associados a convulsões
Défices sensoriais geralmente associados
PARALISIA CEREBRAL
Hemiplegia espástica
Manifestações clínicas:
Membro inferior:
Anca parcialmente flectida e aduzida
Flexão do joelho e tornozelo (hipertonia)
Mobilidade geralmente mantida
Membro superior:
Ombro aduzido
Cotovelo flectido
Pronação do antebraço
Mão fechada
PARALISIA CEREBRAL
• Lesões:
Hipocampo
Tálamo
Núcleos da base
Formação reticular
Cerebelo
PARALISIA CEREBRAL
Apresentação neonatal:
Encefalopatia (letargia, hipotonia, reflexos primitivos, …)
Falência multi-orgânica
PARALISIA CEREBRAL
• 2 classes:
PC Coreo-atetósica
PC Distónica
PARALISIA CEREBRAL
Atetose
Coreia
• Apresentação variável:
Tónus normal ou diminuído
Manutenção dos reflexos primitivos
Atraso psicomotor
• Etiologia heterogénea:
Eventos pré-natais precoces (+++)
Causas genéticas
• Apresentação variável
Problemas associados
As perturbações e problemas associados podem ser diversos, uma vez que
o cérebro possui uma multiplicidade de funções interrelacionadas.
“Uma lesão cerebral pode afectar uma ou várias funções do cérebro, pelo que é
frequente que as perturbações motoras possam estar acompanhadas por
alterações de outras funções, nomeadamente, a linguagem, audição, visão,
desenvolvimento mental, caracter, epilepsia e/ou transtornos perceptivos”.
(Muñoz G.,et al, p. 296)
PARALISIA CEREBRAL
Perturbações da linguagem
Problemas visuais
Problemas auditivos
Epilepsia
1/3 a 1/2 dos casos
Início das convulsões nos primeiros 2 anos de vida
Deterioração neurológica
PARALISIA CEREBRAL
Problemas de percepção
Problemas de atenção
Problemas de Personalidade
Baixa estatura
Subnutrição
Refluxo gastroesofágico
Descoordenação orofaríngea
Doenças respiratórias crónicas
Alterações urinárias
1/3 com problemas miccionais
2 - LESÕES MEDULARES E DE NERVOS PERIFÉRICOS
Ocorre, na sua grande maioria, por lesão de alta energia durante uma
tração considerável aplicada ao ombro, levando a perda temporária ou
permanente dos movimentos e sensibilidade do membro superior.
Plexo braquial
Os nervos que respondem pela sensibilidade e motricidade do membro
superior emergem da coluna cervical entre C5 e T1, formando após os
músculos escalenos, os troncos superior (C5 e C6), médio (C7) e inferior
(C8 e T1).
Plexo braquial
O plexo braquial é uma estrutura formada pela junção dos ramos ventrais
dos nervos cervicais inferiores (C5, C6, C7, C8), pela maior parte ventral do
primeiro nervo torácico (T1) e ainda por partes do quarto nervo cervical
(C4) e do segundo torácico (T2). As raízes C5 e C6 unem-se para formar o
tronco superior, a raiz de C7 origina o tronco médio. A união das raízes de
C8 e de T1 formam o tronco inferior.
LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
1) Paralisia de Erb: C5 e C6
2) Paralisia de Klumpke: C7 a T1
3) Paralisia de Erb-Klumpke: C5 a T1
LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
Paralisia de Erb
Paralisia de Erb
Paralisia de Klumpke
Paralisia de Erb-Klumpke:
Síndrome de Claud-Bernard-Horner-Hãre
- Pode estar associada aos casos mais graves, por
lesão do gânglio simpático posterior nas raízes de
C8 e T1.
- Consiste na paralisia do simpático unilateral, com
miose não reactiva à luz mas que responde à
adrenalina, heterocromia da íris, enoftalmia,
blefaroptose moderada, hipo ou anidrose,
vasodilatação com hipertermia da hemiface e
pescoço ipsilateral.
LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
Paralisia Facial:
A paralisia facial ocorre por lesão traumática concomitante do nervo facial. A
debilidade facial compreende os quadrantes superior e inferior e é mínima ou
ausente quando o RN está quieto ou a dormir, mas é muito notória quando
chora.
Paralisia diafragmática:
A lesão da raiz de C4, que dá origem ao nervo frénico que é responsável pela
inervação diafragmática, causa dificuldade respiratória grave no RN. Clinicamente
há assimetria abdominal durante os movimentos respiratórios e no RX do tórax
evidencia-se uma elevação da hemicúpula diafragmática do lado lesado. Quando
presente, este quadro associa-se aos casos de maior gravidade
LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
Diagnóstico
As manifestações são visíveis nos primeiros momentos de vida, com o RN a
adoptar uma postura típica.
Diagnóstico
Exames complementares:
Tratamento:
A intervenção nas lesões do plexo braquial é multifactorial:
1) cirurgia para reconstrução do plexo
2) correção das deformidades secundárias
3) toxina botulínica do tipo A;
4) reabilitação fisioterapêutica (HEISE, 2007; HEISE et al., 2005; FLORES,
2006). A fisioterapia tem uma contribuição muito importante na
reabilitação da criança com PBO, porém, deve-se respeitar o processo
de desenvolvimento neuropsicomotor normal (DNPM) desta criança.
LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
Comentários finais
A melhor abordagem para o paciente com lesão do plexo braquial é o
atendimento precoce e especializado.
MIELOMENINGOCELO
• Diagnóstico pré-natal:
- Níveis plasmáticos de α-fetoproteína às 15-20 semanas de gravidez;
- Ecografia: procurar movimentos espontâneos dos MI’s, malformações
Chiari II (herniação do conteúdo da fossa posterior; principal causa de
mortalidade) e hidrocefalia; 80% dos RN chegam a termo, com
correção cirúrgica do defeito realizada 48h após o nascimento
• Manifestações clínicas:
- Pode associar-se a pé equino-varo e deformidades dos MI’s;
- Lesões mais altas: deformidades nos MI’s, escoliose, bexiga
neurogénica, alterações motilidade gastrointestinal e risco de lesões
cutâneas por perda sensitiva.
- Défice intelectual ou inteligência borderline (QI médio 80, com perfil
heterogeneo)
3 - DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS PROGRESSIVAS
• Lista de patologias vasta mas todas elas muito raras, sendo que a
importância do diagnóstico reside no estabelecimento do prognóstico
(maioria incuráveis e fatais), intervenção precoce e aconselhamento
genético;
Defeitos estruturais
• Situações em que existe alguma anomalia estrutural (ex.
membro) ou nos tecidos que suportam nervos e músculo;
1. Conceitos gerais
Hipotonia e fraqueza
ü Floppy infants:
2. Causas de hipotonia
2. Causas de hipotonia
Hipotonia central:
Alteração do estado de consciência + dismorfismos craniofaciais e/ou
malformações em outros órgãos + envolvimento sistémico.
Hipotonia de predomínio axial
Força muscular mantida, ROTs N ou ↑
Hipotonia periférica:
Sem alteração do estado de consciência
Hipotonia generalizada
Força muscular muito diminuída, ROTs ↓ a ausentes.
Hipotonia
HIPOTONIA HIPOTONIA
CENTRAL PERIFÉRICA
Síndromes
genéticas Doença Doenças do corno
EHI metabólica anterior da Neuropatias Miopatias Doenças da
Cromossomopatia medula junção
neuromuscular
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM HIPOTONIA
História Clínica
Tónus
Forma e tamanho cabeça (plagiocefalia)
Postura (membros abduzidos e em extensão
Suspensão ventral
Suspensão dorsal: posição de rã em decúbito dorsal
Movimentos
Força
Diminuída;
Diminuição dos movimentos espontâneos.
Reflexos
Aumentados nas condições de origem central;
Clónus;
Persistência dos reflexos primitivos.
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM HIPOTONIA
Exame objetivo
Exame objetivo
Exame objetivo
Gatinhar instável;
Sentar em “W”;
Marcha de base alargada;
Genu recurvatum
Hiperpronação dos pés.
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM HIPOTONIA
Exame objetivo
Disfunção oro-motora;
Dificuldades respiratórias e refluxo gastroesofágico;
Força: Avaliar choro, sucção, expressão facial, movimentos anti-gravidade,
resistência força ativa e esforço respiratório;
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM HIPOTONIA
RM CE
1º EXCLUIR
DOENÇAS HISTÓRIA CLÍNICA
+ EXAME OBJETIVO
SISTÉMICAS
HIPOTONIA HIPOTONIA
CENTRAL PERIFÉRICA
Excluir Rastreio de
cromossomopatias doenças
hereditárias do
Doenças genéticas metabolismo
LCR
CAA, lactato,
piruvato
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM HIPOTONIA
Fraqueza muscular
Manifestações clínicas
• Alterações na marcha:
Pode ser o sintoma inicial de fraqueza distal ou proximal;
Fraqueza proximal: instabilidade da cintura pélvica - balanceio;
Dificuldade na corrida;
Dificuldade em descer escadas se existe atingimento do músc.
quadricípite (incapacidade de estabilização joelho);
Dificuldade em levantar da cadeira e chão (sinal de Gowers).
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM FRAQUEZA
• Tropeçar:
Mais proeminente na fraqueza de início distal (++dorsiflexores do pé);
Entorses do tornozelo frequentes (instabilidade lateral);
Marcha “steppage”
• Marcha em pontas:
Também ocorre em patologias do 1.º neurónio motor (espasticidade);
Comum na Distrofia muscular de Duchenne.
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM FRAQUEZA
3) Atrofia muscular
ü Ombro: ossos proeminentes
ü Mãos: achatamento da eminência tenar e hipotenar;
ü Coxa e perna: alterações do contorno.
4) ROT’s diminuídos
ü Podem ser normais na miastenia gravis, em fases de estabilização.
Fraqueza proximal
Fraqueza distal
• Causa mais comum: Neuropatia
• Formas hereditárias são as mais
frequentes;
• Forma adquirida mais comum: S.
Guillain-Barré
- Fraqueza distal simétrica progressiva
afetando MI’s e MS’s;
- Alteração da sensibilidade: disestesias
(sensação de formigueiro, picos ou
queimadura) - mais frequente nas formas
adquiridas;
- A progressão da fraqueza e perda
sensitiva é distal à proximal
(distribuição em luva / meia);
- Perda precoce de ROT’s.
ABORDAGEM DA CRIANÇA COM FRAQUEZA