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(© novo livro de Leandro Konder ‘ertamente surpresnderd seus m Teitores: 0 titulo sisudo poderd in i a reo quem espere encontrar uma fndlice académica da inelectualidade brasileira, ou uma apologis grandilo- aquente do marsismo. Longe ‘disso, 0 Ieitor veré diante do telato sabo- roso de pequenas biografias de alguns Inelectuais brasilcitos e, na trama dessas vides, do “papel que as idias de Mare desempenharam — como tetimulo ou como desafio — no pen- samento brasileiro”, tal como anun cia Konder em sua’ “Explicagao pre- Timinar” [io fof menor a surpresa de quem teve — por amizade do autor — 0 privilpio de ler este conjunto de at ‘os antes de aun publicapo em lire he surpresa fol no entanto de ‘otra ordem durante 0 ano de 1990 Leandro. Konder ¢. eu compartimos © pereurso Niteréi/Rio apés as. aulas ‘que dévamos, no mesmo hori no- ture, no Departamento de Histéria dda Universidade Federal Fluminense. ‘Muitas vezes comentivamos os art 04 que ele publicava semanalmente fa Trbuna da Irpronsa, que agore Integram este Tivo. "Mestre da con vers”, como Maro de Andrade, Lean EVOLMIDO NA DLT BAD. I LEANDRO KONDER. INTELECTUAIS® BRASILEIROS. & MARXISMO, nao. - BELOTECAUNVEROTARI i none nnnnath onsen Oficina de Lives 1991 Belo Horizonte ROBERTO SCHWARZ, (N. em 1938) Dae muito ced, Robsto Sthyar, io de jus aust cx ho Kass et 198, syn Pl fre se sin e's sii cae wane «Sn com hbiiede rd uto co par Brose ow Disinasdo po “sma ns / some aus om boot fa expec degen! no chop a er oma lo {zor sentimemos mn ds ej agus pe desea oe {Supra de compecnar xo sea, avon deh tert fme fas dota na on recone 8 ining © eampo que Rober Schware excl pars ss nea ‘ss invests fof 0d prod ctral nl 0 nos tn 2 concur vata us dein aos, le vem dando stores nsonss © etensos im 1965 hum quarto de clot — publieo se ri ining Har de ansin av 0 eso ora ii Cho Ba, borane nn, ga vaste dea ems anne cain Ge eevecos wins exemamete, ep Fn, Mi do pelo ma pst Maro de Andrade tn Timi ate Gumracs Rosco Doty Fests Raa ee tmava A metmrfose de Kafka, O» demd aera note mia Glo de Lene, rete rose O sia de peo fry James © O pal Cove de Baz: © 1 un sr cn crn geese em lS STS sparse mc jovem dicate com tata como ra pose me pens das erates oem, rs Trane norton? Sabon Sehwart revels mares de vert rao meocanetemah ge Fn vee Oo Ado, de Brecht d Wale ae em em proven do ilo com Aa Bex il Ronn, De Antoni Cad The i proveniéneat: uma inst 95 ram indices essencias para um aprovetamant eiativa de ei fiterria so contexto nacional. E em Anatol Rosenfeld ele enc trout imagem de um precursor, d= um ntceeual awsriae, foe ‘que se inteessava por fiosofia Ieraura, © que tal como sl nha sido posto pela vide neste Brasil fasciname€ 0 perturbador, que 0 acolhera com simpatia © a0 thsi tempo © Uiscriminara, Ievndo sentra melanedlica vensagio da “mise 4o intelectual diane da boyalidade do. mito™ ‘Mas histéia polticn do nosso pals acobou por The impor uma expariénc andloga aquela que a invasdo da Ausra impusera ‘seus pals © 4 Anal Rosenfeld: a ditadura militar obrigoo Se enlar na Panga. E Roberto interrompeu sua participagio it Taco ‘nos debates da vida politico culiral brasileira ‘As deserogas do exilio causaram, como sabemos. vrdudera devatagio nos vonage © nts alms de muitos brasil, demo ratas © oelalists de diversos mates, que foram forges a in Terromper o que faziam aqui para passer viris anos no exterior Robert, contd, nao se dexon sbater:aprovetow » permanéncia ompulséria em Pars para fazer um doutorado, para estuda,apeo- Fundar sats reflexdes © reverscus pontos de visa, no efor di Iético de verificr qua us igine que s renovavam e qua 3 que procisovam ser arquvadas, Em Pata, le reign um artigo polémico sobre a vicissitudes «is cuturae da pice mo Bruit don ns 1964 9 1969. que vio a 1d {com grande repercussdo) ma revista Temps Moder ser publi nes, dvigida por Jean-Paul Saris, O artigo chamavs a atengio pra oFato de que a esquerda,derrtada em 1964, coneguita pre servar certs espagos na sucicdade braiera até 0 final de 1968 focasido em que fof dscretado o Ato Instituconal m5), rete dando, com in, 0 uprofundamento de uma sutsriica imprescin dive sun ronovagt te wo ae ast de cons com a Tusdes “popalistne. Somente no final dos an sete presso, Roberto Schwary pe wltar a marcar una presen mais efetiva nas discusses que me tvuvam 0 0530 pais. Em 1977, @ caitors Duss Cidade: langow o texto do sua tese sobre Machado (be Assis: Ao vencer as tas. ago 0 trabalbo se tornou um ‘com a atenaaedo dare lisiconio sé ds eritien machadians comm de Torture dedicat 10 nowo séelo dezenove, em petal Em 1976 aparoceu nove colelines de escrito do iso tor intulada O pai de fata e outros estudos (ed. Paz oTertad-ave reuria uma antiga (e-dverida) polemica com o editrialista-do iomol © Fstado de 8. Paulo (Olivos S. Forciral. 6 tubal bviinalnent publcado em Temps Modernes« atigos sobre temas {Go vriados come @ romance O unanuense Belmiro, o tne Os Inais (de Roi Gucera) ¢ a verve de ts novels de Paulo Enitio Salles Gomes. Em 1985, Roberto orpanizo um volume que co linha tabalhos de diveros eros ® respeito de alguns dos exc lores que, ene nds alaram da populagao dita “de baka rend! (0s pobres na itera brasileira, editors Brasliense). Comentan do oF reaulados gbtids pelos diferentes estudos, Roberto obser ou que os escritores costamam deixar transparecer caros sinto mas de “paternalsma” na representacan da pobreza © — e0m is = “releem” a "reafidade™ da nossa sociedad, j que & cla, © sociedad brasiets, que & indurida pela ideologia dominante @ ssumir uma posture “pateralsia” em rela ao ses “PObFeS” Fs tem sido uma preccupagio constants na erica Wierda de Rober Schwarz cle nao nega que a Weraore tenha sempre slgo de “reflexo™ da sealidade social, mas est sempre afento pare fe "fimas” dese “refleno” (que ds vores 9 € significative quando passa pelo aveno dat) ‘A desconfiange permanente que se manifest my erahalbo do oss etic Teves a ser muito culdadoso no que eseeve ¢ multe pareimonions no ae publica, Ha houve quem reelamimse do exe fo de cometimenio c-0 aevsnse de ser poueo pradutve, A scse: fo. no cman, icon esvazinda pola publica tm 1987 de wma ove série de cnsais initulnda Ou horas a0? ceitora Comp Thu dos Letra), 0 Hvro ach eseritos dediendon, entre outras ces ce Sante fend dex mareuros te Brech px ee aD de Andrade, ao romance O none do bispo (de Zaoui iteee tavaress ao fie Cabra morcolo pad morcer (de Eda Rite ol ce Timitagdes do “nacional” cultural: O 4340 see prada main impact imedino fi, provavslmente @ an Hee rare de poeta "Poaudo de Augusto de Campos: Acho provivel, porém, que o ensaio mais notivel seja ~Pressupses, falvo engano, de Dialética da malendragen”, pequans abre pins ‘de dialética, na quel Roberto mostee a implicates de sbowdagen (das Memdrias de um sorgento de milla por Antonio Candie: Roberto sublinha « importincia do fato de’ Antonio Candid ter emonstrdo que, no romance de Manuel Anténio de Aleids, 2 Jorma resultava da upreensio do proprio movimento da Sociedade bai “Tratase de um fildo que 0 proprio Roberto vem explrando ‘a jungso de romance € ‘com admirivel porsiténcia em sua obra sociedad se far através da forma E € esse principio metodoligico que exté no centro do novo iro do nosso ensaista, que esté sendo langado pela editora Duns (Cidades: Um mesire ma perieria do capitalise — Machado de Assis. Ii cm Ao vencedor as baat (1977), Roberto Schwar taka comegado # desenvolver sua interpretaio — altamemte original — flo que representa pare nGs a obra de Machado de Assis. De certo ‘modo, ele pressypunha toda uns preparagso histrea, que tomara possivel ov aparecimento do noso maior esritor. A preparacio tinha sido estudads por Antonio Candido, em Formardo da lea fur brasileira: a nossa iteratura, antes de constvuir um “sistema”, tinha pasado por um momento “universalizante™ € por um mo- ‘mento mareado pelt preocupagéo acentuada com “a cor local” E Machedo era sitese dos dois momentos anteriores, Machado era homem do seu tempo ¢ do seu pas: se senia esafiada a enxergar a época do dngulo do Brasil (tanto quanto 0 Brasil do dngulo da epoca), Os intletuaisbrasileiros daquele pe- odo, postos a par do que acontecia na Europa, eram libersis; no Centon, integrados na nossa scciedade eseravst, se oeostumavam 2 conviver com os ritmo eas aberragdes do atraso. De um lado, les adotavam 0 ralosinio econdmica buryués, eomprometido com 4 busca efieiente do Ivero: da outro, porém, eram atraldos pelo froutamento” proveniente de exravidso (o trabalho, na socie- dal cia io deve st nu minis de emp: sen Into, o tempo prossa ser espichado, para encher e disciplinar Ain do eservo). Machado via ease coisas se dava tot J que algo extava profondamente era, © desajuste a que o Brasil extava condenad pels maquina occonalsmo 36 pois ser pensa através do instrumental Keo Nigco eaborado nos priprios wentros da eo colonizaora. As iis, aqui estvam “fora do lugar". E Machado, com set et sismo,procuou, em certo sentido, ecapar tei mistificador com He eas cnvolviam, A fcgio teria o ajudou. Porque — coms scree Roberto — Witeratura no & juin € figuragio" Machado nio se ilu com oF milos anémieos que basavam ara embriggar seus contempori Tr Mrs puns Chom omer Fes myc do mann meee ems? Se ben ane pac sed es ic oe in a t,o ron nn Cpt 0 Pa nike cm ppm ea E e io poste Oe aragio entre as Memérias © o Pentaeuco, stitmen eM te pao? Te 9 tse, em sum, de wn show de impedncia, em gus as provoes es se sucedem, numa gama que vai da gracinhe & prolana.” Para Roberto, se wata de ume repro de compos nat rative, na qual o marrador (rs Cubss) demonstra que nia eve nada a sério ent dispoxto a nio se deter diane de eis alum. {A volubilidade que Ihe permite poss com desenvelira de ums attude a outra, desmoraizand todas as regres, Tasndo poo de todos contetidose de tds as formas, ¢-— na vordade — 0 préprio principio formal do Tivo. O narrador mua de opinio| 1 cada pass, traca de estilo conforms The dma ene, com uma versatfidade © uma autocomplacéncia_insuperivels, rune desidemificagio sstemdtice de si mesmo". I nosso enti sab nha: *Nio se trata de uma dispasicao possapeirs. sion oF tiling, mas de um principio rigoros, sobreposto @ tuo.” (© que a andl desenvolvida em Un meste na prierie to ipialisno demonsiea é que exstamente ese principio form reprodiz (recta, na lego Htrdeia) 0 movimento ssumio na i= Sociedade brsiera, itm cele 0 das postr das iis, novidades” ¢ 0 160 logo ‘6ria ela classe dominante rado da essimilagio da 50 alternincia entre 0 entuiasmo plas Sentido em relagao ao que Tok algurido com faciidade e suai mente descariado, 0 rovonhovimento e « Bunalizagio dos stage nismos ¢ a velubilidade desrespeitsa constituiam, por esi die 4 conduta habitual das elites no nosso pais. "A vida brasire impunfa& conscineta burguesa wma série de acrobacas que ean Ualizam e ieitam o senso eriteo." Machado, impotent para 3 i surgir contra o que via, teve a genaldade de asimilar 0 movie {0 sinvoso ¢ expliitito em sua Hiteratuea,abrindo espavo para 8 ‘exspansio do capricho” no romance , com isso, levandoo & parecer com nities, em tas ws sts earacteritcasesenciis (>= sfusive naquelas que costumany ser comuflads, tas como ineon Fessiveis) Pogundo carons ne principio etilizdor da volubilidade, Roe bertocaracterion «+ adminivel senso eric, » dicoraimento Ist reo € social do ramuncisia, qe © leva a eultiver, em alguns ‘momentos. 9 aete de tair sua propria classe (2 bunguesa), Mo shad, segundo o erica broil, tria ajo em common cam Ha Shi, gue, ma avliaio ft por Wate Benjamin. win 2 rs ‘gio como "am agente scum ages nines seta Alsace em rca 8 propria domingo dla Machado no pode empunter amas pare combat prep aco strism respond «ieee Bos tes dos porno, min soe, mor do que dali ute ti do fs emo, dar soy pli oe ests exondenjo clin. Nev emis pests de Br Cubes olbtade amet torn rte bigs iolgicomoral doe papictros ieenemente dos romanes> ins onde stator eva de momen excesionsl eel ‘o.com igre a pros aman Machado mio ensergavaslicenativa para a “escola da iver ‘nem por io, entretanto, se dapls a curls. A-desorater estava ra sociedad, ele apenss(e esse apenas” esto enigma do poder ka arte) e-riava, mimetiamente, & eséncia da realidde social , por meio dessa re

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